SETE-SANGRIAS

22/02/2020 17:03

Cuphea carthagenensis   (Jacq.) J.F.Macbr

Lythraceae 


SinonímiasBalsamona pinto Vand., Cuphea balsamona Cham. & Schltdl., Lythrum carthagenense Jacq., Cuphea pinto Koehne.

Nomes populares: Sete-sangrias, erva-de-sangue, pé-de-pinto, guanxuma-vermelha.

Origem ou Habitat: É nativa de toda a América do Sul e ocorre como planta ruderal de crescimento espontâneo em pastagens e terrenos baldios de todo o Brasil, sendo considerada indesejada pelos agropecuaristas.

Características botânicas: Cuphea carthagenensis é uma erva ereta, com até 0,6 m de altura, muito ramificada, setosa-pubescente, caule avermelhado, às vezes base lenhosa. Folhas 0,9-3,5 c, de comprimento e 0,4-1,6cm de largura, simples, opostas, elípticas a lanceoladas, ásperas, pecioladas, pubescentes. Flores com 2 bracteolas, dispostas nas axilas das folhas, cerca de 0,5 cm de comprimento, cálice gamossépalo, internamente piloso, pétalas violáceas ou rosadas, obovadas, presas no ápice do cálice, estames inclusos, inseridos mais ou menos na metade do cálice, ovário súpero. Semente alada.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha de Santa Catarina as partes aéreas C. carthagenensis são empregadas na forma de decocto, internamente como depurativo do sangue, para ativação da circulação, em distúrbios do coração, para diminuir a taxa de colesterol e para diabetes.Outra espécie de sete-sangrias , a C. calophylla Cham.& schltdl. é utilizada nestas comunidades com as mesmas indicações.

Segundo a literatura as plantas do gênero Cuphea são consideradas na medicina popular como laxativas e anti-inflamatórias (SOEZIMA et al., 1992); febrífugas (HOEHNE, 1939; GONZÁLEZ et al., 1994); depurativas (HOEHNE, 1939; GRENAND et al., 1987). Na Guatemala, o decocto de Cuphea carthagenensis é utilizado no tratamento da gonorréia e no Brasil é usado como antimalárico. No México, o extrato aquoso das folhas frescas de Cuphea calophylla é utilizado como hipotensor e diurético. Cuphea glutinosa é considerada emenagoga e o decocto de Cuphea strigulosa é usado no Peru como antidiarréico e estomáquico (GONZÁLEZ et al., 1994), em irritação das vias respiratórias e insônia como indicação popular , e uso comprovado na prevenção de doenças cardiovasculares, diminuição do colesterol e e antioxidante (MARONI 2006 plantas botucatu);em doses mais concentradas o infuso é usado externamente para psoríase e outras dermatoses (FRANCO 2004 med. Dos simples).

Composição química: Estudos demonstraram que as partes aéreas de Cuphea carthagenensis contêm os ácidos graxos, ácido láurico e ácido mirístico, β-sitosterol, estigmasterol, β-amirina, ácidos betulínico e ursólico, além da nova substância cartagenol (GONZÁLEZ et al., 1994).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A literatura consultada não informa sobre efeitos adversos nas doses recomendadas. Doses altas podem causar diarréia (Terra ,água e chá 1995);não é indicado o uso em crianças ( LORENZI 2008 ) Uma pessoa que usou a Cuphea carthaginensis referiu ter tido reação alérgica (coceira pelo corpo, picaçada) e que, após três tentativas de uso com a mesma reação , atribuiu o fato ao uso da planta.(informação coletada por Simionato,C.).

Contra-indicações: Estudos em ratos não mostraram alterações na gestação, não significando que possa ser usada em humanos sem mais pesquisas. Também não é indicado seu uso em crianças.

Posologia e modo de uso: Infuso –uma colher de sobremesa da parte aérea em 1 xícara de água ,tomar até 3 xícaras ao dia

Xarope – preparar ao infuso 1 xícara média de açúcar, levar ao fogo até dissolver e tomar uma colher de sopa 3 vezes ao dia para tosse, respiração difícil e insônia (LORENZI 2008).

Observações: Várias espécies de Cuphea são denominadas popularmente “sete-sangrias”. Este nome foi dado pelo caboclo brasileiro por acreditar, ainda no tempo em que se usava fazer sangria nos doentes, que seu infuso valia por sete “sangrias”. O gênero Cuphea, com mais de 200 espécies, encontra-se distribuído em vários países, sendo no Brasil a sua maior representação (HOEHNE, 1939).

Existem no Brasil outras espécies deste gênero com características, propriedades e nomes populares semelhantes: Cuphea racemosa (L.f.)Spreng., Cuphea mesostemon Hoehne e Cuphea calophylla Cham&sch.

Referências: 

FRANCO, I. J.; FONTANA, V. L. Ervas e plantas: A medicina dos simples. 6.ed. Erechim: EDELBRA, 2001. 207 p.

HOEHNE, F. C. Plantas e substâncias vegetais tóxicas e medicinais. São Paulo: Departamento de Botânica do Estado, 1939. p. 206-209.

GONZÁLEZ, A. G.; VALENCIA, E.; BERMEJO BARRERA, J.; GRUPTA, M. P. Chemical components of Cuphea species. Carthagenol: a new triterpene from C. carthagenensis. Planta Med., [S.I.], v. 60, p. 592-593, 1994.

GRENAND, P.; MORETTI, C; JACQUEMIN, H. Pharmacopéas tradicionales en Guyane. Paris: Orstom, 1987

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MARONI, B. C.; DI STASI, C.; MACHADO, S. R. Plantas medicinais do cerrado de Botucatu: guia ilustrado. São Paulo: UNESP, 2006. 194p.

SOEZIMA et al., 1992)

http://toptropicals.com/catalog/uid/cuphea_carthagenensis.htm – acesso em 09/06/2011

http://www.virboga.de/Cuphea_carthagenensis.htm – acesso em 09/06/2011

http://www.hear.org/starr/images/species/?q=cuphea+carthagenensis&o=plants&s=date

– acesso em 09/06/11

htpp://www.tropicos.org – acesso em 09 de junho de 2011.

Tags: Anti-inflamatórioDepurativoDiuréticoEmenagogoEstomáquicoFebrífugaHipotensorInsôniaLaxativas

SALVA/MELISSA

20/02/2020 00:11

Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson

Verbenaceae



SinonímiasCamara alba (Mill.) Kuntze; Lantana alba Mill.; Lantana cuneatifolia Klotzsch ex Walp.; Lantana geminata Spreng.; Lantana lippioides Hook. & Arn.; Lantana malabarica Hayek; Lantana molissima Desf.; Lippia citrata Willd. ex Cham.; Lippia lantanoides (Lam.) Herter; Verbena globiflora L’Hér.; Verbena globulifera Spreng.; Verbena lantanoides Willd. ex Spreng.; Zappania odorata Pers.

Nomes populares: melissa, erva-cidreira, erva-cidreira-de-arbusto, cidrila, falsa-melissa, chá-de-tabuleiro, salva-do-rio-grande, salva-limão, salva-braba, salva-da-gripe, cidreira carmelitana, alecrim-do-campo, alecrim-selvagem, quioiô (Bahia).

Origem ou Habitat: Planta oriunda da América, desde o México, até Argentina, Brasil e Uruguai. Cresce até os 1.800m de altitude.

Características botânicas: Erva arbustiva, perene, de até 3 m de altura, de caule e ramos primários alongados, ascendentes, quadrangulares e pubescentes, quando novos, e glabros, quando velhos, emitindo raízes quando tocam o solo. As folhas são elípticas, com a haste arrredondado-ovadas, inteiras, simples, peninérveas, serreadas na margem e ligeiramente escabrosas na superfície, opostas, de cor verde-acizentada, de 5 a 10 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. Flores reunidas na periferia da inflorescência, fortemente zigomorfas, hermafroditas, corola lilás e branca, com fundo amarelo. Os frutos são drupas globosas de cor róseo-arroxeada. Raiz axial, fasciculada, com mais ou menos 25 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas e inflorescências.

Uso popular: Utilizada pela medicina popular como antiespasmódica, digestiva, cólicas, diarreia, dispepsia, estomatite, indigestão, flatulência, náuseas e vômitos, carminativa, calmante e ansiolítica, emenagoga, antiasmática, sudorífera, hipotensora, estimulante e aperitiva. Indicada para enxaqueca e como cicatrizante, além de gripes e resfriados.

Composição química: Existem vários quimiotipos. Dr. Alonso (2002) coloca as composições encontradas no centro e norte do Brasil e também no Paraná. Neste estado, os componentes maijoritários são y-terpineno (47,71%), cimeno (8,65%), B-cariofileno (7,23%), mirceno (1,32%), geraniol (0,69%), nerol (0,39%). Lorenzi e Matos (2002) separam as cidreiras encontradas no Ceará em três quimiotipos fundamentais: o primeiro, caracterizado por teores elevados de citral e mirceno; o segundo com teores elevados de citral e limoneno; e o terceiro com teores elevados de carvona e limoneno.

INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS:

👥(HU): Estudo prospectivo não controlado com grupo amostral de 21 mulheres demonstrou alívio nos sintomas de enxaqueca com o uso do extrato hidroetanólico das folhas.                             🧫🦠(IV): Estudos demonstram potencial antimicrobiano do óleo essencial.

Interações medicamentosas: Em um estudo com coelhos, foi relacionado uma possível hepatoxicidade com a associação de e Lippia alba e paracetamol (Alonso, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A decocção fresca (12-20 g/L), por via oral, em doses de 120-240 mL por um tempo maximo de 720 mL/dia durante 15 dias, não prodduz efeitos adversos significativos, clinicamente evidenciado, em 1000 pacientes com tratamento terpeutico. (CARBALLO A, 1994) Uma usuaria, ao ser sujerida melissa para insonia relatou que lhe causava sonhos ruins.

Contra-indicações: Visto que na Argentina, a planta é indicada como abortiva, e ante a falta de dados confiáveis de inocuidade, não se recomenda seu emprego durante a gestação e lactação.

Posologia e modo de uso: Infusão das folhas: 1 colher (sopa) de folhas picadas para 1 xícara de água, jogar a água quente sobre as folhas picadas, tampar, repousar por 10 minutos. coar e servir . Pode ser utilizada como condimento na preparação de comidas.

Pode ser feita a inalação do vapor para desobstruir as narinas.

Observações: Em Florianópolis, há dois quimiotipos comuns, sendo o primeiro denominado popularmente de melissa(folhas e flores menores), mais indicado em casos de ansiedade e insônia, e o segundo, denominado popularmente de salva (folhas e flores maiores ), ou salva-da-gripe, indicado para problemas respiratórios ; as duas tem cheiros diferentes.

Referências: 

AGUIAR, J. S. Atividade antimicrobiana de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 3, p. 436-440, Jul./Set. 2008.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 952-54.

CARBALLO, A. Plantas medicinales del Escambray Cubano. In: TRAMIL, VII, 1994. Isla San Andrés, Colombia. Apuntes científicos. [S.I: s.i.].

CONDE, R. et al. Chemical composition and therapeutic effects of Lippia alba (Mill.) N. E. Brown leaves hydro-alcoholic extract in patients with migraine. Phytomedicine, [S.I.], v. 18, n. 14, p. 201-1197, jul. 2011.

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 63.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Satafé de Bogotá, D.C., Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo, CYTED. 1995. p. 557-560.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 89-488.

REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: Programa de desenvolvimento social e tecnológico, 2000. p. 33-34

www.tropicos.org – acesso em: 28 de maio de 2011.

Tags: AnsiolíticoAntiasmáticaAntiespasmódicoCalmanteCarminativaCicatrizanteCólicaDiarreiasDigestivoDispepsiaEmenagogoEstomatiteFlatulênciaHipotensoraSudorífica

SALSA

20/02/2020 00:06

Petroselinum crispum  (Mill.) Fuss.

Apiaceae


SinonímiasApium petroselinum L., Apium crispum Mill., Petroselinum vulgare Lag., Wydleria portoricensis DC.

Nomes populares: Salsa, salsinha, salsa-de-cheiro, salsa-das-hortas, cheiro-verde, salsa-cultivada, perejil(Espanha, Argentina), Petersilien (Alemanha).

Origem ou Habitat: A salsa é originária da Grécia e da Ilha de Sardenha, com distribuição pela região mediterrânea, norte da África e sudoeste da Ásia. É muito cultivada nas zonas temperadas de todo o mundo.

Características botânicas: Erva anual ou bianual, ereta, perenifólia, aromática, medindo de 15-90 cm de altura. Raiz carnosa e bem desenvolvida. Folhas pecioladas, compostas pinadas, de formas variadas dependendo da cultivar ou variedade, de 3-10 cm de comprimento. Flores pequenas, amarelo-esverdeada, reunidas em umbelas terminais dispostas acima da folhagem. Os frutos são aquênios, muito pequenos, medindo 2 mm de comprimento por 1-2 mm de largura, circular, de cor verde grisáceo. Multiplica-se por sementes.

Partes usadas: Frutos (confundidos com sementes), folhas e raiz.

Uso popular: Esta planta é considerada a erva condimentar mais usada na culinária em todo o mundo, havendo hoje dezenas de cultivares e variedades das mais diferentes formas e tamanhos de folhas.

Na medicina tradicional é considerada diurética, emenagoga, sedativa, emoliente e antiparasitária.

Usos etno-medicinais: a infusão das folhas ou sementes é usada em casos de tosse, catarro, bronquite, transtornos menstruais, nervosismo, reumatismo, gases, cistite, edemas, cólicas intestinais e como galactagogo. Externamente é empregado para combater lêndeas e piolhos do couro cabeludo.

Em Cuba a decocção ou mastigação das folhas é empregada para tratar disfonia e para fortalecer as cordas vocais, enquanto que a decocção da raiz é usada como abortivo.

Na Europa, empregam-se as folhas e talos frescos cortados e macerados com vinagre, na forma de cataplasma para favorecer a cicatrização de abcessos, feridas, chagas, úlceras e eliminar manchas da pele.

No Marrocos, a decocção de raízes de salsa e malva (Malva sylvestris) é empregada em casos de nefrite, e a infusão das folhas de salsa é usada como agente anti-hipertensivo em cistite.

Na Turquia, a salsa ou perejil, é indicada para diabetes.

Em muitos países é costume mastigar folhas de salsa para eliminar o mal hálito produzido pela ingestão de dentes de alho, cebola.

Composição química: Óleo essencial- sementes (2-7%), folhas (0,05-0,3%), raiz (0,1-0,5%): apiol, miristicina, tetra-metoxi-alilbenzeno, p-mentadienos (aldeídos), p-metil-acetofenona, cetonas, 1,3,8-p-mentatrieno, 1-metil-4-isopropenilbenzeno, alfa-pineno, beta-pineno, beta-mirceno, beta-ocimeno, beta-felandreno, p-terpineno, alfa-terpineol (monoterpenos), cariofileno, alfa-copaeno (sesquiterpenos), linalol, carotol (alcoóis terpênicos), petrósido (glicosídeo monoterpênico).

Flavonóides: nas folhas e sementes: glicosídeos de apigenina e luteolina (apiína, luteolina-7-apiosil-glicosídeo. Na raiz predomina apiína. Exclusivo nas folhas a apigenina-7-glicosídeo e a luteolina-7-diglicosídeo.

Furanocumarinas – sementes, folhas e raiz (traços): bergapteno, xantotoxina, oxi-peucedanina, psoraleno, imperatorina, isoimperatorina, isopimpinelina, 8-MOP(methoxypsoralen).

Outros compostos: ácido petroselínico (óleo fixo), óleo-resina, provitamina A, ácido ascórbico, vitaminas do complexo B (nas partes verdes).(Alonso, 2004).

Composição nutricional por 100 g de folhas: calorias 60; proteínas 4,4 g; carboidratos 9,8 g; fibras 4,3 g; água 81,9 g; sódio 33 mg; potássio 1.000 mg; cálcio 245 mg; fósforo 128 mg; magnésio 41 mg; ferro 8 mg; flúor 0,10 mg; retinol 1,2 mg; vitamina B1 0,14 mg; vitamina B2 0,30 mg; niacina 1,4 mg; vitamina C 166 mg; zinco 900 mg; cobre 520 mg; cromo 7 mg; selênio < 100 mg . (Alonso, 2004

Ações farmacológicas: Além de ser considerado nutritivo pelo seu conteúdo em minerais e vitaminas, possui ação diurética, estrogênica e antioxidante.

Interações medicamentosas: Referências principalmente ao óleo essencial.

A salsa possui alto conteúdo de vitamina K que pode antagonizar drogas anticoagulantes, se tomado mais de 10 gotas do óleo essencial ao dia.

A atividade diurética da salsa pode requerer um ajuste nas doses das drogas anti-hipertensivas.

OBS.: muitas interações e efeitos adversos podem acontecer com o uso abusivo e crônico do óleo essencial da salsa.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo essencial principalmente por sua composição em apiol, miristicina, bergapteno e xantotoxina pode ser tóxico. Quantidades superiores a 10 gotas de óleo essencial ao dia pode resultar em aborto, em doses mais elevadas produz intoxicação do fígado, lesão nos rins, diarreia, vômito, alterações do ritmo cardíaco inclusive paralisação e morte. Outro componente tóxico do óleo essencial, a miristicina, afeta o sistema nervoso central e pode produzir convulsões. A xantotoxina e o bergapteno são fototóxicos que reagem em contato com a luz produzindo lesões na pele.

ATENÇÃO: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa, recomendamos não utilizar este produto, aproveitando as outras preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta.

Contra-indicações: O óleo essencial é contra-indicado na gravidez e lactação, e em pessoas com insuficiência renal. Aplicações externas, como o cataplasma, é contra-indicado em pessoas com histórico de alta sensibilidade cutânea.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (chá) de frutos ou 1 colher (sopa) de folhas para cada copo(250 ml) de água fervente. Tomar dois copos ao dia.

Óleo essencial: duas gotas em 1/2 copo de água, 2x ao dia.

Observações: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa, recomendamos não utilizar este produto na forma de óleo essencial, aproveitando as outras preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.botanical-online.com/toxicidad_del_perejil.htm – acesso em 27 de janeiro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/27900127 – acesso em 26 de janeiro de 2013.

Tags: AbortivoBronquiteCatarroCicatrizanteCistiteCólicaCondimentoDisfoniaEdemaEmenagogoEmolientesFeridasFlatulênciaNervosismoReumatismoSedativoTosse

NONI

17/02/2020 22:09

Morinda citrifolia  L.

Rubiaceae 


SinonímiasMorinda asperula Standl., Morinda bracteata Roxb.,Morinda nodosa Buch.-Ham., Morinda tinctoria Noronha.

Nomes populares: Noni, cheesefruit, indian mulberry, yema de huevo.

Origem ou Habitat: O gênero Morinda compreende 50-80 espécies de plantas localizados na faixa tropical da África, Austrália e Ásia. O noni é nativo da Ásia (faixa costeira de Índia, Sri Lanka e sudeste do continente), Ilhas do Oceano Pacífico (Polinésia, Hawaii) e Austrália.

Características botânicas: Trata-se de uma pequena árvore que mede até 8 metros de altura; folhas oblongo-ovadas de 10-30 cm de comprimento, com ápice agudo e a base arredondada; flores brancas perfumadas, dispostas em cabeças globosas ou ovais, corola tubular de aproximadamente 10 mm; fruto tipo sincarpo; isto é, conjunto de frutos soldados entre si e procedentes de flores distintas; branco-cremoso, de forma oval, medindo de 5-7 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas, fruto e raiz.

Uso popular: As folhas, na forma de chá por infusão, é recomendado em casos de náuseas, febre, tosse, diarreia, disenteria, cefaleia, verminose, dismenorreia, arteriosclerose e fadiga em geral.

Na Thailandia, além destas recomendações, é utilizada para tratar hipertensão arterial, alergias e afecções da boca.

Na Malásia é indicada a decocção das folhas para tratar diabetes. Esta mesma decocção é indicada para uso externo em casos de feridas, sarnas, psoríase e úlceras cutâneas.

A decocção da raiz é empregada como anti-hipertensivo, anti-febril e como laxante. Em aplicações externas para dores reumáticas e gota.

O fruto é considerado estomacal, laxante, emenagogo, efetivo em metrorragias (sangramento uterino), leucorreia, diabetes e asma. Quando cozido é indicado para disenteria.

No Hawaii e Tahiti o suco do fruto é recomendado como anticancerígeno. (Alonso, 2004).

Composição química: Alcalóide Proxeronina, (no organismo é convertida em xeronina), lignanos, b-sitosterol, ácido ursólico, iridóides (citrifolinosídeo A, asperulosídeo, ácido asperulosídico, flavonóides (rutina), vitamina C, vitamina B1 (tiamina), vitamina B2 (riboflavina), beta-carotenos, escopoletina, sais minerais (cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio), antraquinonas (damnacanthal, L-asperuloside, alizarina), corante morindina, selênio,(raiz).

Ações farmacológicas: Dentre as amplas propriedades apregoadas ao fruto, destacam-se: propriedade analgésica, antioxidante, anti-inflamatória, hipo-tensora arterial e anticancerígena. O bioquímico Ralph Heinicke dedicou muitos anos de sua vida na investigação da fruta noni, e em 1985, descobriu a proxeronina, a qual contribuiu para explicar as propriedades do fruto, que é tido como um regulador do metabolismo e das funções biológicas

Interações medicamentosas: Recomenda-se não administrar extratos de noni em pacientes que estão em tratamento com drogas anti-hipertensivas ou diuréticas, pela possibilidade de aumentar os efeitos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Foram realizados estudos somente em animais e todos eles indicaram baixa toxicidade dos extratos de noni. (Alonso, 2004)

há relatos de hepatotoxicidade(Simões, 2017.

Contra-indicações: Não administrar suco ou extrato de noni durante a gestação, principalmente no último mês, devido aos efeitos relaxantes do tono muscular uterino.

Não administrar suco de noni em pacientes com insuficiência renal crônica devido ao alto conteúdo de potássio.

Posologia e modo de uso: Decocção: 2 colheres (chá) de raízes picadas para cada xícara de água. Tomar 2-3 xícaras diárias.

Suco do fruto: tomar 100 ml ao dia, divididos em duas partes, antes das refeições.

Observações: Existe uma planta chamada Morinda officinalis F.C. How, conhecida na China como “ba ji tian” e segundo a MTC, possui as propriedades picante, doce e amornante, usada para tonificar o rim e reforçar o yang, além de reforçar ossos e articulações, aquecer o útero e promover a fertilidade. A parte utilizada é a raiz. É contra-indicada em pacientes com dificuldade para urinar. É uma erva adstringente, e pode reter a urina; também é ressecante, e pode ressecar as fezes, agravando os casos de constipação. Muitas vezes é usada em associação com outras plantas.(BOTSARIS, 1995).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BOTSARIS, A. S. FITOTERAPIA CHINESA E PLANTAS BRASILEIRAS. São Paulo, SP, Ícone Editora Ltda, 1995. pgs 440-441

farmacognosia:do produto natural ao medicamento?organizadores,Claúdia Maria Oliveira Simões …(et. al.).-,Porto Alegre : Artmed, 2017.

http://www.botanical-online.com/noni_propiedades_medicinales.htm – acesso em 23 de janeiro de 2013.

http://www.epharmacognosy.com/2012/06/morinda-root-bajitian-morinda.html – acesso em 05 de fevereiro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/27900127 – acesso em 23 de janeiro de 2013.

Tags: AlergiaCefaléiaDiarreiasDisenteriaEmenagogoFebreFeridasHipertensãoLaxanteNáuseaSarnaTosseVerminoses

MARCELA

14/02/2020 23:00

Achyrocline satureioides (Lam.) DC.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasAchyrocline flaccida DC.; Gnaphalium satureoides Lam.; Anaphalium flaccidum Welnm.

Nomes populares: Marcela-do-campo, alecrim-de-parede, macela.

Origem ou Habitat: Regiões sudeste subtropical e temperada da América do Sul. É uma planta frequentemente encontrada no sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, sendo muito utilizada na medicina popular destes países.

Características botânicas: Erva anual, monóica, ramificada, de até 1,5 m de altura, coberta de pilosidades brancas. Folhas alternas, inteiras, sésseis, lineares e lanceoladas, de até 12 cm de comprimento por 1,8 cm de largura. Capítulos com dois tipos de flores, reunidos em panícula corimbosa. Flores amarelo-douradas, as centrais hermafroditas, de corola tubulosa, em número de uma a duas e as flores marginais, quatro ou cinco, femininas, de corola filiforme; papus branco. Fruto do tipo aquênio, glabro, pardo.

Partes usadas: Inflorescências.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha as folhas e inflorescências são empregadas como infuso e decocto em casos de congestão, cólica e como emético. Segundo a literatura o infuso das inflorescências de marcela é utilizado internamente como antiespasmódico, digestivo, carminativo, eupéptico, colagogo, anti-inflamatório, emenagogo e hipocolesterêmico. Seu uso externo é indicado em inflamações e como antisséptico. Na literatura também é citado o uso dos talos florais e menos frequentemente a planta inteira. As flores secas de marcela são citadas como úteis na confecção de travesseiros para dor de cabeça e insônia.

Informações científicas: 🐁(AN): Para a espécie A. satureioides, é apontada ação anti-inflamatória (Barione et al., 2013; Da Silva et al. 2016) para o extrato hidroalcoólico de suas inflorescências. O efeito gastroprotetor foi demonstrado frente a diferentes modelos de indução por agentes de lesão gástrica (Santin et al. 2010). Foram relatadas atividades antiparasitárias para o óleo essencial da planta (Do Carmo, 2014; Ritter, 2017).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso da infusão preparada com os capítulos florais da macela apresenta alívio em dores de cabeça e em casos de dermatoses ocasionadas por herpes. A macela pode ser associada com a alfavaca anisada (Ocimum selloi) por infusão, para o tratamento de cólicas e distúrbios digestivos.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas o uso concomitante desta espécie vegetal com outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno em gestantes, lactantes, crianças menores de 02 anos e em pessoas sensíveis a plantas da família Asteraceae. Não usar a tintura em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação. Pode, em casos raros, provocar vertigem, cefaleia, dermatite, alergia ocular e fotodermatite. Pessoas que desenvolvem quadro hipoglicêmico (baixas taxas de glicose no sangue) devem pedir orientação aos prescritores antes do uso. Pode potencializar o efeito de insulina, barbitúricos e outros sedativos (ANVISA, 2018).

Posologia e modo de uso

Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das inflorescências para 1 xícara de água (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: A infusão pode ser utilizada na forma de compressas para o tratamento do herpes.

Tintura: Utilizar 10 gramas das inflorescências rasuradas para 100 ml de álcool etílico 70% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 3 a 9 ml da tintura, diluídos em 50ml de água, três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no tratamento sintomático de processos inflamatórios das vias aéreas superiores e distúrbios gastrintestinais (ANVISA, 2018).

Composição química: Em relação à constituição química da Achyrocline satureioides, vários trabalhos relatam a presença de compostos flavonoídicos, ácidos fenólicos, óleo essencial, polissacarídeos e minerais. Entre os compostos flavonoídicos, podemos citar a isognafalina , quercetina, 3-O-metilquercetina, luteolina, gnafalina, entre outros. Com relação ao óleo essencial, foi constatada a presença de α-pineno como constituinte principal , β-pineno, limoneno, p-cimeno , entre outros. Foi constatada ainda a presença de kawapirona e derivados da fenilpirona.

 

Referências: 

1. AKISSUE, M. K. Análise do óleo essencial da Achyrocline satureoides D.C. Compositae. Rev. Farm. Bioquim., [S. I.], v.9, p.101-6, 1971.

2. BAUER, L. et al Contribuição a Análise dos Óleos essenciais de Eupatoríum ligulifolium H.A. e Achyrocüne satureioides D.C do Rio Grande do Sul. Rev. Bras. Farm., [S. I.], v.60, p. 97-9, 1979.

3. BROUSSALIS, M. A. et al Phenolic Constituents of Four Achyrocline Species. Biochem. Syst. Ecol., [S. I.], v. 16, n. 4, p. 2-401, 1988.

4. FERRARO, G. E.; NORBEDO, C; COUSSIO, J. D. Phenolic Constituents of Achyrocline satureioides. Phytochemistry, [S. I.], v. 20, n. 8, 4-2053, 1981.

5. HANSEL, R.; OHLENDORF, D. Ein neues in Ring B unsubstituiertes Flavon aus Achyrocline satureioides. Arch. der Pharmazie, v. 304, n. 12, p. 6-893, 1971.

6. HIRSCHMANN, G.S. The Constituents of Achyrocline satureioides D.O. b>Rev. Latinoam. Quim., v. 15, n. 3, p. 5-134, 1984.

7. KALOGA. M.; HANSEL. R.; CYBULSKI, E. M. Isolierung eines Kawapirona aus Achyrocfine satureioid. Planta Med.,[S. I.], v.48, p. 103-4. 1983.

8. LAMATY, G. et al The Chemical Composition of Some Achyrocline satureioides and Achyrocline alata Oils From Brazil. J. Ess. Oil. Res., [S. I.], v. 3, p. 21-317, 1991.

9. LIMA, T. C. M.; TAKAHASHI, R. N.; MORATO, G. S. Avaliação da possível atividade antidiabética da Bauhinia forficata Unk. In: IX SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 9, 1986, Rio de Janeiro-RJ. Resumos, Rio de Janeiro, 1986. p. 49.

10. PAZ, E. A.; BASSAGODA, M. J.; FERREIRA, F. YUYOS. Uso Racional de las Plantas Medicinales. Uruguai: Fiorde Siglo, 1992.

11. RICCIARDI, A. L.; YUNES, A. R. Volatile essential oils of the Argentina Coast IV Proof of the natural existence of caryophyllene in the essential oil of Achyrocline satureoides. Rev. Fac. Ing. Quirn., Univ. Nac. Litoral, v.43-49, 1965.

12. SANTOS, C. A. M.; TORRES, K. R.; LEONART, R. Plantas Medicinais: Herbarium et Scientia. Curitiba: Stientia et Labor, 1987.

13. SIMÕES, C. M. O. Antiinflamatory Action of Achyrocline satureioides Extracts Applied Topically. Fitoterapia, [S. I.], v.59, n.5, p. 21-419, 1968.

14. SIMÕES, C. M. O. Investigação Químico-Farmacológica de Achyrodine satumloktes (Lam.) D.C Compositae (Marcela). 1964. 186 f. Dissertação (Mestrado em Farmácia) – Curso de Pós-Graduação em Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1964.

15. SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

16. DA SILVA L.M., et al., Hydroalcoholic Extract from Inflorescences of Achyrocline satureioides (Compositae) Ameliorates Dextran Sulphate Sodium-Induced Colitis in Mice by Attenuation in the Production of Inflammatory Cytokines and Oxidative Mediators. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine: eCAM. 2016;2016:3475356. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5099481/>.

17. BARIONE E. D. et al., Achyrocline satureioides (Lam.) D.C. Hydroalcoholic Extract Inhibits Neutrophil Functions Related to Innate Host Defense. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, 2013. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3582058/>.

18. SANTIN J.R., et al., Antiulcer effects of Achyrocline satureoides (Lam.) DC (Asteraceae) (Marcela), a folk medicine plant, in different experimental models. Journal of ethnopharmacology, 2010, pag334-339. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S037887411000320X?via%3Dihub>.

19. DO CARMO G.M., et al., Effect of the treatment with Achyrocline satureioides (free and nanocapsules essential oil) and diminazene aceturate on hematological and biochemical parameters in rats infected by Trypanosoma evansi. Experimental. Parasitology. 149 (2014), pp. 39-46. <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0014489414002756?via%3Dihub>.

20. RITTER C. S. Achyrocline satureioides essential oil-loaded in nanocapsules reduces cytotoxic damage in liver of rats infected by Trypanosoma evansi. Microbial Pathogenesis, Volume 103, 2017, Pags. 149-154, 148. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0882401016308397?via%3Dihub>.

21. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2018. Página 22.

Tags: Anti-inflamatórioAntiespasmódicoCarminativaCefaléiaColagogoCólicaCongestãoDigestivoEmenagogoEméticaEupépticaInsônia

MALVARIÇO

14/02/2020 22:48

Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng.

Lamiaceae (Labiatae)


SinonímiasColeus amboinicus Lour., Plectranthus aromaticus Roxb., Coleus aromaticus Benth., Majana amboinica (Lour.) Kuntze.

Nomes populares: Malvariço, malvarisco, orégano-francês, hortelã-graúda, hortelã-da-folha-grossa, hortelã-da-bahia, malva-do-reino, malva-de-cheiro, hortelã-grande.

Origem ou Habitat: Originária da Ilha de Amboin na Nova Guiné e cultivada em todos os países tropicais e subtropicais.

Características botânicas: Plectranthus amboinicus é uma planta herbácea, perene, com folhas bastante aromáticas, semicarnosa e com flores azuladas ou róseas. Sua propagação pode ser feita por estacas produzidas a partir dos seus ramos e o seu cultivo pode ser realizado em local com bastante incidência de sol ou à meia sombra. Esta espécie diferencia-se das outras do gênero Plectranthus (P. barbatus e P. ornatus), conhecidas popularmente como “boldos”, por não ter o sabor amargo característico dessas duas outras plantas.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Planta muito utilizada como condimento alimentar e indicada na medicina popular em casos de tosse, rouquidão, bronquite, inflamação da boca, dores de garganta. É realizado também o uso tópico do infuso em afecções de pele. O sumo das folhas como medicação oral é utilizado para problemas ovarianos e uterinos e considerado antirreumático, antifúngico, anti-inflamatório, antitumoral e protetor da mucosa bucal. No Nordeste tradicionalmente é feito um lambedor com as folhas que é usado por crianças para aliviar sintomas de gripes, resfriados e tosses.

Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas do P. amboinicus tem bom resultado em sintomas decorrentes de gripes, resfriados, tosses e infecções respiratórias.

Informações científicas: 🐁 (AN): Estudo in vivo demonstrou para o extrato aquoso das folhas as atividades analgésica e anti-inflamatória.  🧫 (IV): O óleo essencial apresentou atividade antibacteriana in vitro contra Klebsiela pneumoniae e Staphylococcus aureus , bem como mostrou alguma interferência sobre a efetividade anti-Candida de alguns antifúngicos.

Modo de usar

Uso interno: A infusão é preparada com uma a quatro folhas frescas para uma xícara de água (200mL), até 3x ao dia.

Lambedor: Preparar uma calda de açúcar em ponto de bala e no final mergulhe até 5 folhas da planta. Após resfriar, utilizar para sintomas decorrentes de problemas respiratórios.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso (ver no seção “interações medicamentosas”). Evitar o uso interno em gestantes, lactantes e crianças menores de 2 anos No lambedor, em crianças menores de 12 anos, usar no máximo 6 folhas por dia.

Composição química: Cânfora, carvacrol e timol (óleo volátil), limoneno, glicosídeos (beta-sisterol, beta-D, glicosídeo), tanino, oxalato de cálcio, flavonóides (flavonas salvigenina, 6-metoxigenkwanina, quercetina, crisaeriol, lutedeína, apigenina, erioductol e flavonol)e mucilagem.

Ações farmacológicas: Antimicrobiano local, anti-reumático, antiinflamatório, antitumoral, demulcente, balsämico e protetor da mucosa bucal.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Há poucos estudos de avaliação de sua segurança. Apesar de apresentar atividade anti-fúngica sinérgica com alguns anti-fúngicos demonstrado em um estudo, a planta apresentou também atividade antagônica com outros anti-microbianos. Recomenda-se, portanto, precaução na administração da planta conjuntamente com esses medicamentos, podendo interferir nos efeitos terapêuticos desejados.

Posologia e modo de uso: Infusão: picar 2-3 folhas numa xícara e verter água quente. Abafar por 10 min. Coar e tomar 1 xícara 2-3 vezes ao dia.

Xarope: Tomar 1-2 colheres de sopa 3x ao dia.

Balas ou pirulitos: apurar o xarope de maneira convencional.

Lambedor: as folhas inteiras depois de lavadas podem ser sugadas lentamente, uma a uma, com açúcar ou mel, até seis folhas por dia.

Referências: 

CHANG, J. M. et al. Potential Use of Plectranthus amboinicus in the Treatment of Rheumatoid Arthritis. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, [S.I.], v. 7, n. 1, p. 115–120, 2010.

DRESCHER, L.(coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra-ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 78.

GURGEL, A. P. A. D. et al. In vivo study of the anti-inflammatory and antitumor activities of leaves from Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng (Lamiaceae). Journal of Ethnopharmacology, [S.I], v. 125, n. 2, p. 361-363, 7 September 2009.

LORENZI, H; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 259-260

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2. ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. p. 160.

OLIVEIRA, R. A. G. et al. Interferência do óleo essencial de Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng sobre a atividade anti-Candida de alguns antifúngicos utilizados clinicamente. Rev. Bras. Farmacogn., João Pessoa, v. 17, n. 2, Apr./June 2007.

Tags: AnalgésicoAntiespasmódicoBronquiteCatárticoEmenagogoTosse

LOSNA

13/02/2020 21:27

Artemisia absinthium   L.

Asteraceae (Compositae)


Nomes populares: Losna, losna-maior, losma, absinto, acinto, acintro, ajenjo, alenjo, Artemísia, grande-absinto, erva-santa, alvina, aluína, flor-de-diana, gotas-amargas, erva-dos-vermes, erva-dos-velhos, sintro, alvina, erva-de-santa-margarida, erva-do-fel (LORENZI; MATOS, 2005.

Características botânicas: Planta subarbustiva, de caule piloso, com pouco mais de 1m de altura. Folhas multifendidas de lóbulos finos, canescentes, de margem inteira, de 7 a 12 cm de comprimento. Flores em capítulos subglobosos, amarelos, agrupados em panículas. Todas as partes da planta tem sabor muito amargo. Cresce espontaneamente em locais pedregosos da Europa, Ásia e Norte da África. É cultivada na América do Norte e em alguns países da Europa para preparação de vinhos e licores, bem como no Brasil, onde é mantida em hortas e jardins para atender a seu emprego na medicina caseira, geralmente nas regiões de clima ameno (LORENZI; MATOS, 2005).

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Anti-pirética (DRESCHER, 2001), hipnótica, espasmolítica (CUNHA; SILVA; ROQUE, 2003), antiinflamatória, antidepressiva moderada (CHEVALLIER, 1996). carminativa, diurética, colagoga, emenagoga, abortiva, anti-helmíntica, aumenta a secreção estomáquica, aumenta o volume biliar, do suco pancreático, o fluxo salivar e o peristaltismo intestinal,(LORENZI; MATOS, 2005) tônica, aperitiva, expectorante, estimulante, vermífuga.

Composição química: Constituintes amargos: lactonas sesquiterpênicas (absintina ou artemisina, anabsintina, matricina, artabsina, cetopenelónidos A e B, hidroxipenelónido, artabina, arabsina. Óleo essencial: tujona, cis-epoxi-ocimeno, trans-acetato de sabinilo, flavonas, ácidos fenólicos, taninos, sais de potássio,³ azuleno, camazulenos, isotujona, tujol livre e esterificado, monoterpenos (mirceno, limoneno, cineol, 1,8-cineol, p-cimeno), sesquiterpenos (α-bisabolol, cardineno, cariofileno).

Outros: flavonóides (rutina), flavonóis (artemetina), vitaminas C e B6, ácido palmítico, ácido caféico, ácido glutâmico, ácido esteárico, ácido gálico, ácido ferúlico, santonina, lignanos, betaína, poliacetilenos, cumarinas (escopoletina e umbeliferona), ácido nicotínico, carotenóides, quebrachitol, fitosterol(ALONSO, 2004).

Ações farmacológicas: Anti-pirética (DRESCHER, 2001), hipnótica, espasmolítica (CUNHA; SILVA; ROQUE, 2003) antiinflamatória, antidepressiva moderada (CHEVALLIER, 1996). carminativa, diurética, colagoga, emenagoga, abortiva, anti-helmíntica, aumenta a secreção estomáquica, aumenta o volume biliar, do suco pancreático, o fluxo salivar e o peristaltismo intestinal (LORENZI; MATOS, 2005), tônica, aperitiva, expectorante, estimulante, vermífuga.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Os quadros tóxicos correspondem principalmente à ação da tujona(ALONSO, 2004). Em altas doses causa vômitos, cólicas no estômago e nos intestinos, dor de cabeça, zumbido nos ouvidos (LORENZI; MATOS, 2005), convulsões, distúrbios da consciência (DRESCHER, 2001). O uso prolongado de extratos desta planta (em especial como licor alcoólico) origina o chamado absintismo, podendo ocasionar danos neurológicos (torpor, delírio, agressividade, perda da consciência, vertigem e convulsões), transtornos digestivos (espasmos e irritações gastrointestinais) e renais (retenção de urina), entre outros sintomas. Seu uso tópico é normalmente bem aceito, tendo-se relatado apenas alguns casos de alergia ao contato com pólen da planta. Na ingestão de altas doses de extratos da planta, a santonina também pode produzir quadro tóxico, com alucinações, convulsões epileptiformes, delírio, midríase, vômitos, icterícia, salivação excessiva, dispnéia, contrações dos músculos faciais e irritação das mucosas(ALONSO, 2004).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 89-94.
CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. p. 63.
CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 70-71.
DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 85.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 138-139.
http://www.tropicos.org/Name/2701751 – Acessado em: 23 de julho de 2012.

Tags: AbortivoAnti-helmínticaAnti-inflamatórioAnti-piréticaCarminativaColagogoDiuréticoEmenagogoEspasmolíticaExpectoranteHipnótica

EMBAÚBA-VERMELHA

09/01/2020 20:44

Cecropia glaziovii  Snethlage.

Urticaceae (antiga Cecropiaceae)  


Sinonímias: Cecropia macranthera Warb. ex Snethl. 

Nomes populares:  Imbaúba, imbaíba, umbaúba, ambaí, embaúba-vermelha, ambaitinga, baibeira, árvore-do-bicho-preguiça, pau-de-lixa, torém, etc. 

Origem ou Habitat: América do Sul. No Brasil ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul, onde ocorre na Floresta Atlântica. 

Características botânicas:  Árvore perene, com tronco e ramos cilíndricos e grandes folhas que se concentram nas partes terminais. Mede entre 10 a 15 m de altura, dioica, ou seja, existe a planta macho e a planta fêmea. As folhas são simples, lobadas(8-9 lobos) e peltadas , longo-pecioladas, medindo 30 cm de diâmetro. Indumento nas folhas e na estípula terminal avermelhado ou castanho-avermelhado. A face ventral é escabrosa e áspera, e a dorsal é alvo-tomentosa. As nervuras da face dorsal são avermelhadas. As flores são desprovidas de pétalas, miúdas, de cor roxa e estão reunidas em inflorescências do tipo amentilho. A infrutescência é carnosa, comestível e muito doce quando madura. O fruto individual é do tipo aquênio contendo muitas sementes com menos de 1 mm de diâmetro. A frutificação ocorre de dezembro a junho, na Ilha de Santa Catarina. 

Outras espécies relacionadas: 

Cecropia pachystachya Trécul (embaúba-branca); 

Cecropia catharinensis Cuatrecasas; 

Cecropia peltata L.; 

Cecropia hololeuca Miq. (embaúba-prateada); 

Cecropia obtusifolia Bertol.

Partes usadas:Folhas, raiz, frutos, cascas, brotos e látex. 

Uso popular:  Usada como adstringente, diurética, hipotensora, antidiabética, expectorante, hepática, emenagoga, antiespasmódica, analgésica, antileucorreica, anti-asmática, antigripal e reguladora do ritmo cardíaco. O látex é cáustico e utilizado topicamente como vulnerário. 

Além dos usos para fins medicinais, a madeira da embaúba é empregada para confecção de flutuadores, jangadas, brinquedos, salto de calçados, lápis, palitos de fósforo, aeromodelismo, forros, pólvora e pasta celulósica. A casca contém fibras resistentes utilizadas para a confecção de cordas rústicas. 

Composição química:  A espécie C. graziovii apresenta na sua composição química glicosídeos, proantocianidinas, flavonóides (isovitexina), alcalóides, taninos, polifenóis, saponinas, triterpenos. 

Quatro flavonóides majoritários presentes nos extratos aquosos de C. glaziovii e C. pachystachya foram identificados e quantificados como: ácido clorogênico (1,8 mg/g; 3,4 mg/g),isoorientina (0,4 mg/g; 2,1 mg/g), orientina (0,1 mg/g; 2,2 mg/g), isovitexina (0,9 mg/g; 0,9 mg/g) respectivamente. Flavonóides C-glicosilados e proantocianidinas são reportados para as espécies C. pachystachyaC. hololeuca e C. graziovii. 

Terpenóides e esteróides são relatados em várias espécies de Cecropia. 

  • Flavonóides: Isoorientina, orientina, vitexina, isovitexina e isoquercitrina. 
  • Ácidos fenólicos: Ácido clorogênico 
  • Proantocianidinas: Procianidinas B2 e C1 
  • Catequinas: (+) – catequina 

Ações farmacológicas: A espécie Cecropia glaziovii apresenta atividade gastroprotetora, anti-hipertensiva, depressora do SNC, sugerindo um perfil ansiolítico e antidepressivo; efeito broncodilatador e atividade cardiotônica, etc. 

Atividade hipoglicemiante é descrita para as espécies Cecropia obtusifoliaCecropia peltata e Cecropia pachystachya. 

Observações: O tronco da embaúba é oco e nele vivem formigas do gênero Azteca. Para muitos autores a interação Cecropia-Azteca é considerada mutualista, onde as formigas se beneficiam com abrigo e alimento (corpúsculos-de-Müller, produzidos na base do pecíolo) e as embaúbas se beneficiam contra herbivoria e plantas trepadeiras. Segundo o biólogo Pedro Carauta, estas formigas não são ferozes, a mordida é suave e pequena, sendo um excelente remédio para reumatismo. 

A embaúba-prateada (Cecropia hololeuca) não é habitada por formigas. 

Os frutos da embaúba são muito apreciados pela fauna silvestre: aves (tucano, gralha-azul, aracuã, tié), mamíferos (gambá, cuíca, morcego, macaco, graxaim, quati, bicho-preguiça) e contribuem para espalhar as sementes por toda a floresta onde vivem. 

O nome do gênero Cecropia vem de Cecrops, filho da Terra, meio homem e meio serpente, do grego, que significa “chamar, ecoar”, referindo-se ao caule e aos ramos ocos das plantas desse gênero, usados na fabricação de instrumentos de sopro.
 

 

Referências:
BALBACH, A. As plantas curam. 1ª ed. São Paulo: Editora Edel s/d 

CAICEDO, Pilar Ester Luengas et al. Seasonal and Intraspecific Variation of Flavonoids and Proanthocyanidins in Cecropia glaziovi Sneth. Leaves from Native and Cultivated Specimens. Zeitschrift Fuer Naturforschung. C, Journal Of Biosciences, [s.l.], v. 62, p.701-709, mar. 2007. 

CORADIN, L. (et al.) Espécies nativas da flora brasileira – plantas para o futuro,Região Sul,/ Brasília, MMA, 2011. 

COSTA, M.G. Estudo fitoquímico comparativo entre Cecropia glaziovii Sneth. e Cecropia pachystachya Trécul. Dissertação de Mestrado – UFSC, Florianópolis, 2009. 

DI STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A.. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2ª ed. rev. e ampl. – São Paulo: Editora UNESP, 2002. 

DRESCHER, L. (coord.) Herbanário da Terra – Plantas e receitas. 1ª ed. Laranja da Terra/ES, 2001. 

Ethnopharmacol 2010 Abr 21; 128 (3) :629-33. Hypoglycemic effects of Cecropia pachystachya in normal and alloxan-induced diabetic rats. 

Nat Prod Commun. 2011 Jun;6(6):913-20. Chemical and pharmacological aspects of the genus Cecropia. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. 

MICHALAK, E. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis/SC. Epagri, 1997. 

SANTOS, Talitha Caldas dos et al. Vasorelaxant effect of standardized extract of Cecropia glaziovii Snethl encapsulated in PLGA microparticles: In vitro activity, formulation development and release studies. Materials Science And Engineering: C, [s.l.], v. 92, p.228-235, nov. 2018. 

SILVA JUNIOR, A.A. Essentia herba – plantas bioativas. Florianópolis/SC: Epagri, 2006. 

SIMÕES, C.M.O. et al. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986. 

SOBRAL, M. & JARENKOW, J.A. (org.) Flora arbórea e arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil – 2ª ed. São Carlos: RiMa editora, 2013. 

http://www.tropicos.org/Name/21300081. Acesso em 03 de Fev 2014 

http://www.umpedeque.com.br/site_umpedeque/arvore.php?id=598 – acesso em 25 fev 2014.

Tags: AdstringenteAnalgésicoAntiasmáticaAntidiabéticoAntiespasmódicoAntigripaisDiuréticoEmenagogoExpectoranteHipotensor

CIPÓ-INSULINA

08/01/2020 15:56

Cissus sicyoides  L.

Vitaceae  


 Sinonímias: Vitis sicyoides (L.) Morales, Cissus brevipes C.V. Morton & Standl., Cissus elliptica Schltdl& Cham., Cissus obtusata Benth., Cissus umbrosa Kunth, Cissus canescens Lam., Cissus compressicaulis Ruiz & Pav. 

Nomes populares:  Cipó-insulina, insulina-vegetal, insulina, anil-trepador, cipó-pucá, cipó-puci, puçá, uva-branca, uva-do-mato, tinta-dos-gentios, cortina-de-pobre, cortina-japonesa, achite, caavurana-de-cunhan, etc

Origem ou Habitat: Nativa da região norte do país. 

Características botânicas:  Herbácea trepadeira, perene, vigorosa, de até 6 metros de altura, com ramos e folhas carnosas, com gavinhas opostas às folhas, que são simples, membranáceas, glabras, oblongas, pecioladas, mais ou menos dentadas, de 4 a 7 cm de comprimento e 2,5 a 4,5 cm de largura. Flores pequenas, de cor creme ou amarelo-esverdeada, dispostas em inflorescências corimbiformes. Fruto drupa ovoide-globosa, de cor roxo-escura, com polpa carnosa, contendo uma única semente de cerca de 6 mm de comprimento. Multiplica-se por sementes e por enraizamento dos ramos. 

Partes usadas:Folhas, talos e frutos. 

Uso popular:  Considerada antidiabética, anti-inflamatória, antibacteriana, emenagoga, aumentando a resistência de vênulas e arteríolas (Drescher, 2001). O chá das folhas é utilizado principalmente para o tratamento de problemas cardíacos, incluindo taquicardia e pressão alta (Van den Berg, 1983), além de hidropsia, anemia, derrames, tremores e como ativador da circulação sanguínea (Lorenzi & Matos, 2002). O suco das folhas e ramos é utilizado em regiões da Amazônia contra epilepsia por sua ação anticonvulsivante e nos últimos anos tem sido muito empregada como hipoglicemiante. (Lorenzi & Matos, 2002). Em Cuba é utilizada para transtornos respiratórios, como catarro, tosse e asma. É usada externamente para afecções de pele, como furúnculos e abscessos e também para fraturas (uso comum no México) (Gupta, 1995). 

Composição química:  Estudos fitoquímicos evidenciaram a presença de esterois, quinonas e compostos fenólicos nas folhas e antocianinas no fruto. Outras investigações apontaram a presença de aminoácidos, alcaloides, saponinas, taninos, açúcares, esterois, lactonas sesquiterpênicas e luteolina (Gupta, 1995). Possui flavonóides como cianidina, cianidina-3-arabinosideo, cianidina-3-rhamnosil-arabinosideo, delfinidina, delfinidina-3-O-beta-D-glucosideo, delfinidina-3-O-beta-D-rutinosideo, delfinidina-3-rhamnosideo, canferol 3-α-ramínosideo e quercetina 3-α-ramínosideo (Gupta, 1995; Beltame, et al., 2001). Contém alfa e beta-carotenoides, sais de magnésio, manganês, silício, cálcio, fósforo, potássio e oxalato de cálcio (Drescher, 2001), beta-sitosterol sitosterol-beta-D-glucopiranosideo (Beltrame, et al., 2002). 

  • Flavonóides: Canferol 3-ramnosideo, quercetina 3-ramnosideo, canferol 3- α -ramnosideo, quercetina 3- α -ramnosideo, dentre outros. 
  • Esteróides: Sitosterol e 3β-O-β-D-glucopiranosilsitosterol 
  • Cumarinas: Sabandina, 5,6,7,8-tetra-hidroxicumarina-5β-xilopiranósido 
  • Outros: Ácido fítico 

Ações farmacológicas: Apesar de uma das indicações ao uso da planta ser a qualidade antidiabético atribuída popularmente, os estudos em modelos animais tem-se mostrado contraditórios nesse aspecto. Autores como Viana, et al., 2004, colocam a redução de até 25% na glicose de animais diabéticos com o uso do extrato aquoso da planta, enquanto outros, como Beltrame, et al., 2002 chegam a resultados que negam este uso popular. Os resultados também são contraditórios no que se refere a níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue com o uso do extrato aquoso. No entanto, um dos estudos aponta atividade antibacteriana para dois compostos da planta (beta-sitosterol e sitosterol-beta-D-glucopiranosideo) (Beltrame, et al., 2002). A ação anticonvulsivante foi demonstrada em estudos com modelos animais, com ação protetora frente a convulsões induzidas (Gupta, 1995).

Contra-indicações:  Não foram encontrados na literatura consultada, entretanto, como a planta demonstrou em alguns estudos atividade estimulante uterina em modelos animais (Gupta, 1995) e pela falta de informações que atestem a segurança do uso durante a gravidez, não é recomendável o seu uso nesta situação. 

Posologia e modo de uso: Faz-se a infusão das folhas, utilizando 1 folha fresca da planta para 1 xícara de água quente. Tomar de 1 a 2 vezes por dia. Para uso externo, como anti-inflamatório, recomenda-se amassar as folhas frescas com um pilão e aplicar sobre a área afetada (Drescher, 2001).
 

 

Referências:
ALMEIDA, Edvaldo Rodrigues de et al. Anxiolytic and Anticonvulsant Effects on Mice of Flavonoids, Linalool, and -Tocopherol Presents in the Extract of Leaves ofCissus sicyoidesL. (Vitaceae). Journal Of Biomedicine And Biotechnology, [s.l.], v. 2009, p.1-6, 2009. 

BELTRAME, Flávio L., Sartoretto, Juliano L., Bazotte, Roberto B., Cuman, Roberto N., Cortez Diógenes, A. G. Estudo fitoquímico e avaliação do potencial antidiabético do Cissus sicyoides l. (VITACEAE). Quim. Nova, Vol. 24, No. 6, 783-785, 2001. 

BELTRAME, Flávio L., Pessini, Greisiele L., Doro, Dani L., Dias Filho, Benedito P., Bazotte, Roberto B., Cortez, Diógenes A. G. Evaluation of the Antidiabetic and Antibacterial Activity of Cissus sicyoides. Brazilian Archives of Biology and Technology. Vol. 45 – No 1 – Curitiba. Março 2002 

DRESCHER, Lírio (coordenador). Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. – 1. ed. 2001. Pp. 29 

GUPTA, M. P. (editor). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo, CYTED. Satafé de Bogotá, D.C., Colombia. 1995. Pp. 571-573 

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. – 1. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 501 

SALAZAR, M.a.r et al. Chemical composition, antioxidant activity, neuroprotective and anti-inflammatory effects of cipó-pucá (Cissus sicyoides L.) extracts obtained from supercritical extraction. The Journal Of Supercritical Fluids, [s.l.], v. 138, p.36-45, ago. 2018. 

SALGADO, Jocelem Mastrodi; MANSI, Débora Niero; GAGLIARDI, AntonioCissus sicyoides: Analysis of Glycemic Control in Diabetic Rats Through Biomarkers. Journal Of Medicinal Food, [s.l.], v. 12, n. 4, p.722-727, ago. 2009. 

VAN DEN BERG, M.E. Plantas Medicinais na Amazônia – Contribuição ao seu conhecimento sistemático. CNPq/PTU, Belém, PA. 1982. Pp. 163-164 

VIANA, Glauce SB., Medeiros, Ana CC., Lacerda, Ana MR., Leal, L Kaline AM., Vale, Tiago G., Matos, F José A. – Hypoglycemic and anti-lipemic effects of the aqueous extract from Cissus sicyoides. BioMed Central Pharmacology 2004, 4:9 

http://www.tropicos.org/Name/34000222 Acesso 12 abril 2014.

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CIPÓ MIL-HOMENS

08/01/2020 15:50

Aristolochia spp.

Aristolochiaceae 


Nomes populares:  Urubu-caá, angelicó, calunga, capa-homem, contra-erva, batarda, jarrinha, cipó jarrinha, mil-homens, papo-de-peru, aristolóquia, caçaú, cassau, cassiu, chaleira-de-judeu, cipó-mata-cobra, erva-de-urubu, contra-erva, erva-bicha, giboinha, milhomem, papo-de-galo, camará-açú, crista-de-galo, raja, mata-porcos, mil-homens-do-ceará, mil-homens-do-rio-grande (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002),(LORENZI; MATOS, 2002),(CORRÊA; SIQUEIRA-BATISTA; QUINTAS, 1998).

Origem ou Habitat: No Brasil, ocorrem aproximadamente sessenta espécies distintas de Aristolochia (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002).

As espécies mais importantes no uso medicinal são:

Aristolochia cymbifera Mart. & Zucc. (regiões Sul e Sudeste, até a Bahia),

Aristochia triangularis Cham. (no Rio Grande do Sul),

Aristolochia esperanzae O. Kuntze (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul),

Aristolochia ridicula N.E.Br. (São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul),

Aristolochia brasiliensis Mart.&Succ.(do Nordeste),

Aristolochia arcuata Mast. (São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul) e

Aristolochia gigantea Mart.&Zucc. (caatinga) (LORENZI; MATOS, 2002).

O gênero ocorre também no Uruguai, Argentina e Paraguai (ALONSO; DESMARCHELIER, 2006),(GUPTA, 1995),(SIMÕES, 1998).

Características botânicas:  Trepadeira herbácea, de ramos finos e flexuosos, com a base engrossada com casca corticosa fissurada, folhas simples, de consistência membranácea, pecioladas, glabras, de 12-20 cm de comprimento. Flores solitárias, com a forma de urna muito característica, e frutos capsulares elipsoides deiscentes, com inúmeras sementes achatadas (LORENZI; MATOS, 2002). Rizoma tuberoso (CORRÊA; SIQUEIRA-BATISTA; QUINTAS, 1998).

Partes usadas: Caule, folhas e raízes.

Uso popular:  Na região amazônica, o decocto das folhas é útil contra cólicas abdominais e problemas estomacais, enquanto o banho preparado com folhas em água fria é utilizado contra dores de cabeça e dores musculares. Outros usos populares indicam que a raiz é tônica, estomáquica, estimulante, antisséptica, sudorífica, diurética, anti-histérica e útil contra febres graves, catarros crônicos, disenteria e diarreia; é usada também como abortiva e contra veneno de cobra (LORENZI; MATOS, 2002),(GUPTA, 1995)(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008). O chá da raiz é também usado como emenagogo, excitante, cicatrizante e contra úlceras crônicas, sarnas, caspa e orquites (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002),(LORENZI; MATOS, 2002),(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008). É empregada ainda para asma, gota, hidropisia, convulsões, epilepsia, palpitações, flatulência, prurido e eczemas e até como sedativa. Algumas regiões a usam contra anorexia, ansiedade, prisão de ventre e como anti-helmíntica (LORENZI; MATOS, 2002),(CORRÊA; SIQUEIRA-BATISTA; QUINTAS, 1998),(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008). Também para amenorreia (falta de menstruação)(LORENZI; MATOS, 2002)(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008) e clorose (anemia por excesso de sangramento menstrual)(LORENZI; MATOS, 2002).

Composição química:  Os ácidos aristolóquicos são os principais componentes de inúmeras espécies do gênero Aristolochia. Outros componentes incluem terpenoides, alcaloides apoporfíricos, alcaloides aristolactâmicos, alcaloides do grupo da berberina, outros alcaloides, sesquiterpenolactonas, lignanas, beta-cariofileno, alfa-copaeno, beta-elemeno, gama-elemeno, alfa-humuleno e amidas (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002). Análises de raízes e caules tem demonstrado diterpenos e, nas folhas, sesquiterpenoides(LORENZI; MATOS, 2002).

Ações farmacológicas: Substâncias isoladas de A. versicolor e A. indica apresentaram atividade antifertilidade em alguns estudos; alguns apontam que o ácido aristolóquico é antiespermatogênico, por interferir na espermiogênese no estágio de formação das espermátides e reduzir a produção de células de Leydig maduras. O ácido aristolóquico de A. indica apresentou propriedades antiestrogênica e anti-implantacional. O ácido aristolóquico de A. rodix foi eficaz contra o veneno de ofídeos. Diterpenos isolados de A. albida agem como importantes antídotos de picada de cobra do gênero Naja. Constituintes químicos da A. manshuriensis obtidos por cultura celular apresentaram importante atividade cardiotônica. A magnoflorina, alcaloide obtido de várias espécies do gênero, diminui a pressão arterial em coelhos e induz hipotermia em camundongos. O ácido aristolóquico I promove contrações em músculos lisos isolados, enquanto uma atividade relaxante muscular inespecífica em músculos lisos foi descrita para o extrato etanólico de A. papillaris. Estudos com A. birostris demonstraram atividade analgésica e antitérmica e inibição das contrações induzidas por histamina, acetilcolina e ocitocina, a nível central. Atividade anti-inflamatória foi observada em A. tulobataA. multiflora possui atividade citotóxica. A. niaurorum demonstrou atividade antisséptica e cicatrizante. Atividade antifúngica e antibacteriana foi associada a A. papillarisA. gigantea e A. paucinervis também mostraram atividade antibacteriana. A. triangularis foi relacionada à atividade antiviral, enquanto A. paucinervis agiu contra Helicobacter pylori. A constatação da atividade citotóxica experimentalmente abre portas para estudos na área de oncologia (ALONSO,; DESMARCHELIER, 2006)..

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A presença de ácido aristolóquico contra indica o uso interno.

Contra-indicações:  Existem pelo menos 14 tipos de ácidos aristolóquicos (JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005). O consumo crônico da infusão da Aristolochia sp. por humanos leva ao aparecimento rápido de fibrose renal intersticial. Há evidências de que o ácido aristolóquico, além de levar a esta nefropatia, aumenta o risco de câncer urotelial. Estudos mostram o surgimento de lesões renais em um mecanismo dose-dependente em apenas 3 dias de tratamento com 10, 50 ou 100mg/kg por via oral em animais. Na Bélgica, na década de 90, uma contaminação de fitoterápicos chineses, usados para emagrecimento, com ácido aristolóquico proveninente de A. fangchi levou ao relato de dezenas de casos dessa nefropatia, além da associação nesses pacientes com o aumento do risco para carcinoma urotelial. Depois se soube de casos semelhantes em outros países da Europa, Japão, Estados Unidos, etc. Por causa da semelhança da clínica e da histologia entre a “nefropatia da erva chinesa” e a nefropatia dos Bálcãs, iniciou-se uma série de investigações que sugerem que o ácido aristolóquico também é o agente etiológico desta última. A nefropatia dos Bálcãs também cursa, além da lesão tubulointersticial rapidamente progressiva, com pressão arterial normal, leucocitúria asséptica, proteinúria de baixo peso molecular e anemia precoce e severa. A doença afeta homens e mulheres que vivem em áreas rurais da Bósnia, Croácia, Romênia e Sérvia, caracterizada por início insidioso, invariável progressão para insuficiência renal crônica e forte associação com carcinoma urotelial. Estudos epidemiológicos evidenciaram a ocorrência focal da doença em certas vilas e famílias, mas não um padrão de herança da doença. Os achados, entretanto, não são definitivos quanto à associação entre o ácido aristolóquico e a nefropatia endêmica, e outros agentes etiológicos continuam sendo discutidos, como a contaminação da água com toxinas do carvão, e a ocratoxina A, uma toxina proveniente de alguns fungos, também associada à nefrotoxicidade e carcinogênese e encontrada em altos níveis no sangue de indivíduos das áreas de alta endemicidade da doença. planta proibida em vários países, não deve ser usada interna mente.

Observações: O nome do gênero Aristolochia vem do grego: aristos = bom e lochia = nascimento, parto. Segundo a Teoria das Assinaturas, a forma curvada da flor de uma das espécies (Aristolochia clematitis) lembra o feto em posição antes do nascimento, razão pela qual a planta era usada popularmente para facilitar o parto (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002).

Aristolochia triangularis possui acido aristolóquico em suas raízes .

 

Referências:
ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas Medicinales Autoctonas de La Argentina. Buenos Aires: Fitociencia, 2006.

CORRÊA, A. D.; SIQUEIRA-BATISTA, R.; QUINTAS, L. E. Plantas Medicinais: Do Cultivo a Terapêutica. Petrópolis: Vozes, 1998.

DUKE, J. A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s handbook of medicinal plants of Latin America. Boca Raton: CRC Press, 2008.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia:. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995.

GROLLMAN, A. P. et al. Aristolochic acid and the etiology of endemic (Balkan) nephropathy. Proceedings of the National Academy of Sciences, [S. I.], v. 104, n. 29, 12129-12134, 2007.

JUNIOR, V. F.; PINTO, A. C.; MACIEL, M. A. Plantas medicinais: cura segura. Química nova, [S. I], v. 28, n. 3, p. 28-519, 2005.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

SIMÕES, C.M.O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1988.

STASI L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. São Paulo: Editora UNESP, 2002.

http://www.tropicos.org/NameSearch.aspx?name=Aristolochia&commonname – acesso em 20 de março de 2012.

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