VALERIANA

24/02/2020 18:31

Valeriana officinalis  L.

Caprifoliaceae


SinonímiasValeriana alternifolia Bunge, Valeriana baltica Pleijel.

Nomes populares: Valeriana, baldriana, erva-de-são-jorge, erva-de-amassar, erva-de-gato, valeriana-menor, valeriana-selvagem, valeriana-silvestre.

Origem ou Habitat: Europa e Ásia. Naturalizada na América do Norte.

Características botânicas: Herbácea perene, ereta, com rizomas rastejantes que exalam mau cheiro, raízes pouco carnudas, caules ocos, folhas compostas e pequenas flores brancas ou rosadas dispostas em conjuntos terminais de topo achatado.

Partes usadas: Rizoma, raiz.

Uso popular: Afirma-se que a valeriana apresenta propriedades sedativas, hipnóticas, antiespasmódicas, carminativas e hipotensoras. Ela é usada tradicionalmente em estados histéricos, excitabilidade, insônia, hipocondria, enxaqueca, cólica, cólica intestinal, dores reumáticas, dismenorreia e, especificamente, para condições que apresentam excitação nervosa (BARNES,J. et al.,2012).

Composição química: Óleos voláteis: monoterpenos (A-pineno, B-pineno, canfeno, borneol, eugenol, isoeugenol); ésteres, sesquiterpenos (B-bisaboleno, cariofileno, valeranona, ledol, pacifigorgiol, álcool de patchouli, valerianol, valerenol, etc.).

Iridóides (valepotriatos) Valtratos (valtrato, valtrato de isovaleroxiidrina, acevaltrato, valeclorina), di-hidrovaltratos e isovaltratos.

Os Valepotriatos são instáveis e se decompõem com armazenamento ou processamento; os principais produtos da degradação são baldrinal e homobaldrina. Os baldrinais podem reagir ainda mais e é pouco provável que estejam presentes em produtos acabados. (BARNES,J. et al.,2012)

Alcalóides piridínicos: (actinidina, chatinina, esquiantina, valerianina e valerina).

Esteróides: (B-sitosterol, clionasterol 3-B-O-glicosídeo, etc.)

Outros constituintes: aminoácidos (arginina, ácido Gama-aminobutírico (GABA), glutamina, tirosina), polifenóis (ácidos cafeico e clorogênico), metil 2-pirrolcetona, colina, taninos, goma e resina.

Ações farmacológicas: As propriedades sedativas e hipnóticas são as mais observadas em estudos pré-clínicos e clínicos, contudo, as evidências científicas disponíveis são fortes e ainda não se determinaram exatamente quais constituintes de valeriana são responsáveis por essas propriedades observadas.

Interações medicamentosas: Recomenda-se evitar a medicação simultânea de barbitúricos e outros sedativos, devido ao potencial de sedação excessiva.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: São poucos dados clínicos sobre aspectos de segurança das formulações de valeriana, e sobre a segurança do uso a longo prazo. Os relatos sobre efeitos adversos em ensaios randomizados e controlados com placebo, eram leves e transitórios.

Um caso individual de sobredose, uma mulher de 18 anos ingeriu 40 a 50 cápsulas de raiz de valeriana em pó, 470 mg, que correspondem a aproximadamente 20 vezes mais que a dose terapêutica, 3 horas após a ingestão, apresentou fadiga, dor abdominal com cólicas, aperto no peito, tremor e sensação de cabeça vazia. A paciente foi tratada com carvão ativado e, os sintomas se resolveram em 24 horas.

Contra-indicações: O uso de valeriana durante a gravidez e lactação deve ser evitado devido a falta de estudos sobre a segurança durante esses períodos.

O consumo de formulações de valeriana não é recomendado (até 2 horas) antes da condução de veículos ou operação de máquinas.

Não ingerir álcool durante o tratamento com valeriana, pois o álcool pode intensificar o efeito.

Posologia e modo de uso: Dosagem para Adultos: Rizoma/raiz secos – 1 a 3 g, na forma de infusão ou decocção, até 3x/dia.

Tintura – 3 a 5 ml (1:5; etanol 70%), até 3x/dia ou 1 a 3 ml, de uma a várias vezes ao dia.

Extrato – Quantidade equivalente a 2 a 3 g de droga vegetal, de uma a várias vezes ao dia.

Referências: 

BARNES, Joanne. Fitoterápicos / Joanne Barnes, Linda A. Anderson, J.David Phillipson; tradução: Beatriz Araújo Rosário, Régis Pizzato; revisão técnica: Pedro Ros Petrovick…(et al.) – 3ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2012.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.tropicos.org/Name/33500011 – Acesso 15 Junho 2016.

Tags: AntiespasmódicoCarminativaCefaléiaCólicaDores reumáticasEnxaquecaHipnóticasHipotensoraInsôniaSedativo

SALVA/MELISSA

20/02/2020 00:11

Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson

Verbenaceae



SinonímiasCamara alba (Mill.) Kuntze; Lantana alba Mill.; Lantana cuneatifolia Klotzsch ex Walp.; Lantana geminata Spreng.; Lantana lippioides Hook. & Arn.; Lantana malabarica Hayek; Lantana molissima Desf.; Lippia citrata Willd. ex Cham.; Lippia lantanoides (Lam.) Herter; Verbena globiflora L’Hér.; Verbena globulifera Spreng.; Verbena lantanoides Willd. ex Spreng.; Zappania odorata Pers.

Nomes populares: melissa, erva-cidreira, erva-cidreira-de-arbusto, cidrila, falsa-melissa, chá-de-tabuleiro, salva-do-rio-grande, salva-limão, salva-braba, salva-da-gripe, cidreira carmelitana, alecrim-do-campo, alecrim-selvagem, quioiô (Bahia).

Origem ou Habitat: Planta oriunda da América, desde o México, até Argentina, Brasil e Uruguai. Cresce até os 1.800m de altitude.

Características botânicas: Erva arbustiva, perene, de até 3 m de altura, de caule e ramos primários alongados, ascendentes, quadrangulares e pubescentes, quando novos, e glabros, quando velhos, emitindo raízes quando tocam o solo. As folhas são elípticas, com a haste arrredondado-ovadas, inteiras, simples, peninérveas, serreadas na margem e ligeiramente escabrosas na superfície, opostas, de cor verde-acizentada, de 5 a 10 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. Flores reunidas na periferia da inflorescência, fortemente zigomorfas, hermafroditas, corola lilás e branca, com fundo amarelo. Os frutos são drupas globosas de cor róseo-arroxeada. Raiz axial, fasciculada, com mais ou menos 25 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas e inflorescências.

Uso popular: Utilizada pela medicina popular como antiespasmódica, digestiva, cólicas, diarreia, dispepsia, estomatite, indigestão, flatulência, náuseas e vômitos, carminativa, calmante e ansiolítica, emenagoga, antiasmática, sudorífera, hipotensora, estimulante e aperitiva. Indicada para enxaqueca e como cicatrizante, além de gripes e resfriados.

Composição química: Existem vários quimiotipos. Dr. Alonso (2002) coloca as composições encontradas no centro e norte do Brasil e também no Paraná. Neste estado, os componentes maijoritários são y-terpineno (47,71%), cimeno (8,65%), B-cariofileno (7,23%), mirceno (1,32%), geraniol (0,69%), nerol (0,39%). Lorenzi e Matos (2002) separam as cidreiras encontradas no Ceará em três quimiotipos fundamentais: o primeiro, caracterizado por teores elevados de citral e mirceno; o segundo com teores elevados de citral e limoneno; e o terceiro com teores elevados de carvona e limoneno.

INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS:

👥(HU): Estudo prospectivo não controlado com grupo amostral de 21 mulheres demonstrou alívio nos sintomas de enxaqueca com o uso do extrato hidroetanólico das folhas.                             🧫🦠(IV): Estudos demonstram potencial antimicrobiano do óleo essencial.

Interações medicamentosas: Em um estudo com coelhos, foi relacionado uma possível hepatoxicidade com a associação de e Lippia alba e paracetamol (Alonso, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A decocção fresca (12-20 g/L), por via oral, em doses de 120-240 mL por um tempo maximo de 720 mL/dia durante 15 dias, não prodduz efeitos adversos significativos, clinicamente evidenciado, em 1000 pacientes com tratamento terpeutico. (CARBALLO A, 1994) Uma usuaria, ao ser sujerida melissa para insonia relatou que lhe causava sonhos ruins.

Contra-indicações: Visto que na Argentina, a planta é indicada como abortiva, e ante a falta de dados confiáveis de inocuidade, não se recomenda seu emprego durante a gestação e lactação.

Posologia e modo de uso: Infusão das folhas: 1 colher (sopa) de folhas picadas para 1 xícara de água, jogar a água quente sobre as folhas picadas, tampar, repousar por 10 minutos. coar e servir . Pode ser utilizada como condimento na preparação de comidas.

Pode ser feita a inalação do vapor para desobstruir as narinas.

Observações: Em Florianópolis, há dois quimiotipos comuns, sendo o primeiro denominado popularmente de melissa(folhas e flores menores), mais indicado em casos de ansiedade e insônia, e o segundo, denominado popularmente de salva (folhas e flores maiores ), ou salva-da-gripe, indicado para problemas respiratórios ; as duas tem cheiros diferentes.

Referências: 

AGUIAR, J. S. Atividade antimicrobiana de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 3, p. 436-440, Jul./Set. 2008.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 952-54.

CARBALLO, A. Plantas medicinales del Escambray Cubano. In: TRAMIL, VII, 1994. Isla San Andrés, Colombia. Apuntes científicos. [S.I: s.i.].

CONDE, R. et al. Chemical composition and therapeutic effects of Lippia alba (Mill.) N. E. Brown leaves hydro-alcoholic extract in patients with migraine. Phytomedicine, [S.I.], v. 18, n. 14, p. 201-1197, jul. 2011.

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 63.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Satafé de Bogotá, D.C., Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo, CYTED. 1995. p. 557-560.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 89-488.

REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: Programa de desenvolvimento social e tecnológico, 2000. p. 33-34

www.tropicos.org – acesso em: 28 de maio de 2011.

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