VIOLETA-DE-JARDIM

24/02/2020 18:49

Viola odorata  L.

Violaceae


SinonímiasViola hirta L., Viola wiedemannii Boiss.

Nomes populares: Violeta-de-jardim, violeta-perfumada, violeta-de-cheiro, violeta-européia, viola-roxa.

Origem ou Habitat: Europa. No Brasil é cultivada nas regiões Sul e Sudeste.

Características botânicas: Herbácea perene, sem caule aéreo, estolonífera, medindo cerca de 10-15 cm. Folhas em roseta, simples, longo-pecioladas, cordiforme-arredondada, medindo de 3-6 cm de comprimento. Flores perfumadas, de cor violeta-escuras, solitárias sobre um pedúnculo radical.

Partes usadas: Flores, folhas, raiz, sementes.

Uso popular: Na medicina caseira é usada para afecções bronco-respiratórias, emética e purgativa, emoliente, antiespasmódica, anti-inflamatória, diurética e sudorífica. São usadas para afecções gástricas. Externamente, pode-se usar a decocção das raízes secas sobre as articulações doloridas.

As flores são melíferas e usadas na culinária no preparo de saladas. As folhas mais jovens são utilizadas para sopas e saladas.

Composição química: Possui em sua composição fitoquímica salicilato de metila, saponina, alcalóide (odorantina nas raízes, escopoletina planta toda, violina nas flores e raízes), violaquercitrina, resinas, mucilagens, antocianina, vitamina C, ácidos (ferúlico, sinápico, málico, octenóico, octílico, palmítico, nitropropiônico, salicílico), flavonóides (quercitina, rutina.

Ações farmacológicas: Emética, emoliente, expectorante, depurativa, anti-séptica.

Observações: 

Além da Viola odorata L., outra espécie exótica é também cultivada no Sul e Sudeste como ornamental, conhecida como “amor-perfeito”: Viola tricolor L.

No Sul e Sudeste do Brasil existem 3 espécies endêmicas de Viola que foram consideradas vulneráveis e estão em perigo de extinção: Viola cerasifolia A.St.-Hil., Viola gracillima A.St.-Hil. e Viola subdimidiata A.St.-Hil.

Referências: 

DELAVEAU,P. et al. Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Lisboa: Lisgrafica, 1983.

LORENZI, H.; MATOS, F.J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/listaBrasil – acesso em 17 de setembro de 2013.

http://www.botanical-online.com/medicinalsvioleta.htm/ Acesso 20 Maio 2016.

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br – acesso em 17 de setembro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/33800067 – acesso em 17 de setembro de 2013.

Tags: Anti-inflamatórioAntiespasmódicoDiuréticoEméticaEmolientesPurgativoSudorífica

SABUGUEIRO

19/02/2020 23:52

Sambucus australis   Chamisso et Schlechtendal.

Adoxaceae (Caprifoliaceae)


SinonímiasSambucus pentagynia Larrañaga.

Nomes populares: Acapora, sabugueiro-do-brasil, sabugueiro-do-rio-grande.

Origem ou Habitat: Sul da América do Sul.

Características botânicas: Sambucus australis é uma árvore de 3 a 8 m de altura, folhas com 18-26 cm de comprimento, compostas, imparipenadas, 5-13 folíolos oblongo-lanceoladas de 3,5 – 9,5 cm de comprimento e 1,2 – 3,0 cm de largura, margens dentadas, membranáceas, glabras, opostas-cruzadas, pecioladas, estípulas e estipelas presentes. Inflorescência em cimas corimbosas terminais. Flores brancas, pequenas de 0,5 – 1,2 cm de diâmetro, corola com 4-5 pétalas, estames no mesmo número de pétalas. Fruto drupa globosa, negra e brilhante.

Existe uma espécie de sabugueiro europeu cultivada no Brasil, Sambucus nigra L.; se diferencia da espécie nativa de Santa Catarina (S. australis Cham. et Schlecht.) especialmente na forma e no número de folíolos. A espécie européia apresenta folíolos elípticos, de margem dentada, em número de 3-7 e a espécie nativa apresenta folíolos ovados-lanceolados, de margem serrada, em número de 7-13 (SIMÕES et al., 1986).

Partes usadas: Flores secas, entre-casca e folhas. Na lista da ANVISA a parte indicada como remédio são as flores do sabugueiro.

Uso popular: No que se refere ao uso terapêutico, de maneira geral, os usos medicinais da espécie do sabugueiro europeu (Sambucus nigra) coincidem com os da espécie nativa (Sambucus australis)(SCHULTZ, 1985). Esta última é uma planta cultivada como ornamental e cujas flores têm cheiro de mel.

Os frutos são comestíveis (PIO CORRÊA, 1926-1978).

Segundo as comunidades da Ilha de Santa Catarina as flores ou folhas de Sambucus australis são empregadas na forma de infuso e decocto, interna e externamente em enfermidades virais , como sarampo e rubéola, gripes e resfriados.

Na relação das plantas da ANVISA é indicada para gripe e resfriado

Na literatura as flores (inflorescência), frutos (bagas), folhas, cascas, córtex e medula do caule de Sambucus nigra são empregadas de várias formas, como compressas, cataplasmas, decocção e infusão (HOPPE, 1981; SCHULTZ, 1985; SIMÕES et al., 1986; SCHILCHER, 1992; BISSET, 1994).

As flores de S. nigra são extensamente utilizadas para afecções respiratórias (SIMÕES et al., 1986; BISSET, 1994); como diurético, sudorífico, antirreumático, emético, purgativo e laxante. Sob a forma de cataplasma ou compressa, as flores são usadas em inflamações em geral e, também, em dermatoses e furúnculos, pelas suas propriedades adstringente, cicatrizante e emoliente (ZIN & WEISS, 1980; SIMÕES et al., 1986).

Esta planta tem utilização farmacêutica como diaforético, em associações medicamentosas indicadas em resfriados (SIMÕES et al., 1986).

Composição química: As flores do sabugueiro europeu (Sambucus nigra) contêm um pequeno percentual de óleo essencial, constituído de ácidos graxos, alcanos e triterpenos (SIMÕES et al., 1986; BISSET, 1994); contêm também flavonóides sendo a rutina o principal além de quercitrina, iso quercitrina, hiperosídio e astragalina (BISSET, 1994). São encontrados também os ácidos p-cumárico, clorogênico, cafêico e ferúlico (BISSET, 1994), taninos, açúcares, mucilagem e pectina (SIMÕES et al., 1986).

As folhas contêm flavonóides (HOPPE, 1981; SIMÕES et al., 1986), esteróis, alcanos, ácidos graxos, taninos, triterpenos, açúcares, resinas e vitamina C (SIMÕES et al., 1986), sambucina e sambunigrina (glicosídeo cianogênico) (HOPPE, 1981).

Ações farmacológicas: Aos ácidos fenólicos é atribuída a atividade diurética e à mucilagem, a propriedade emoliente (SIMÕES et al., 1986). Testes em pessoas sadias demonstraram uma sudorese aumentada com a utilização do chá das flores de sabugueiro em comparação com o uso apenas de água quente (BISSET, 1994).

Interações medicamentosas: Não há evidências clinicas de interação com medicamentos; estudos in vitro demonstraram uma possível interação com hipoglicemiantes.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Pode haver mal estar gástrico ou alergia em pessoas sensíveis. O uso em dose maior que a recomendada pode causar hipocalemia (perda de potássio )(anvisa)

Os frutos imaturos são tóxicos.

Contra-indicações: Deve-se evitar o uso em grávidas e crianças menores que dois anos.

Posologia e modo de uso: A decocção é obtida com 2 colheres de sopa de flores para ½ litro de água tomados durante o dia.

A infusão é preparada com 2 g de flores para 150 ml de água fervente por 5-10 minutos tres vezes ao dia (BISSET, 1994).

Observações: Popularmente é dito que põe o sarampo para fora.

Referências: 

BISSET, N. G. (ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994

MILLIAMSON, E. DRIVER, S. BAXTER, K. (ed.) Stockley’s Herbal,Medicines Interactions: A guide to the interactions of herbal medicines, dietary supplements and nutraceuticals with conventional medicines. London: Pharmaceutical Press, 2009.

SIMÕES, C.M.O. et al. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986

http://www.anvisa.gov.br

file:///E:/natural%20teratments.htm(acesso em 11/05/2011)

www.tropicos.org – acesso em 20 de maio de 2011.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-reumáticoCataplasmaCicatrizanteDiaforéticoDiuréticoEméticaEmolientesGripeLaxantePurgativoResfriadoSudorífica

MOSTARDA-PRETA

17/02/2020 22:04

Brassica nigra  (L.) W.D.J. Koch.

Brassicaceae (antiga Cruciferae)


SinonímiasSinapis nigra L., Brassica sinapoides Roth, Mutarda nigra (L.) Bernh., Sisymbrium nigrum (L.) Prantl.

Nomes populares: Mostarda-preta, mostardeira, black Mustard (inglês), mostaza negra (espanhol), moutarde noire (francês), sènape nera (italiano), schwarze (alemão).

Origem ou Habitat: Europa e Ásia.

Características botânicas: Herbácea anual, ereta, medindo de 1 a 3 metros de altura; possui muitas ramificações. Folhas lobadas e estreitas com margens serreadas; flores amarelas, pequenas, agrupadas em cachos. Os frutos são tipo síliqua (Derivado de um ovário superior de dois carpelos, na maturidade o pericarpo seco se separa em três partes, uma parte central (um septo) que contem as sementes.

Partes usadas: Folhas e sementes.

Uso popular: O emprego popular mais conhecido é o cataplasma com suas folhas ou sementes, chamado de sinapismo, aplicados em casos de reumatismo, neuralgia, frieiras e afecções das vias respiratórias. Outro uso popular são os escalda-pés em casos de resfriados e cefaleias. A infusão do pó das sementes adicionadas com gotas de vinagre, é empregada para fazer gargarejos em casos de angina ou faringite.

No Peru, emprega-se a infusão do pó das sementes como antipirético. No Marrocos como estimulante, digestivo e emético. Pulverizando sobre a comida ou moída com pão, diz-se que é afrodisíaco. Empregam-se 20-30 sementes de mostarda-negra por dia, para estimular o apetite e melhorar a digestão. (ALONSO, J., 2004).

Composição química: Glicosinolatos (compostos contendo enxofre e nitrogênio): sinigrina (1%) por hidrólise com a enzima mirosinase ou tioglicosidase, gera uma substância volátil chamada de isotiocianato de alila, conhecida como óleo ou essência de mostarda. O isotiocianato de alila (AITC) foi identificada como o componente principal do óleo essencial de Brassica nigra.

Outros compostos: Mucilagens (20%), proteínas, lipídeos, óleo fixo (25-37%) composto principalmente por glicerídeos de ácidos graxos insaturados (ácido eicosenoíco, ácido erúcico, ác. lignocérico, ác. linolêico, ác. linolênico e ác. oleico.

Ácidos fenólicos: Ácido gálico (sementes) e ácido carnósico.

Flavonóides: Quercetina (sementes), Flavanone, Flavanona, Iso-flavanona, 7-hidroxiflavanona, 7-hidroxiflavona e 6-hidroxiflavona.

Glucosinolatos: Sinigrina (Sementes)

Ações farmacológicas: Rubefasciente, Antibacteriano, fungicida, antitumoral.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O emplastro ou cataplasma de mostarda pode causar bolhas, ulceração e necrose se não for removido dentro de 15-30 minutos.

Há relatos de reações anafiláticas, caracterizadas por gastroenterites, rinites, bronco-espasmos, convulsões epileptiformes ou colapso cardiorrespiratório, pelo uso interno com molhos ou sementes.

Por via externa foram observados alguns casos de dermatites de contato.

Em um estudo efetuado com pessoas hipersensíveis à mostarda-negra, 66% apresentaram reações sistêmicas e 34% reações locais.

Vários quadros de polinose foram associados ao consumo conjunto de outros vegetais.(Alonso, J. 2004) A polinose, denominada genericamente febre de feno ( hay fever ), é uma doença alérgica estacional devido à sensibilização por pólens alergizantes. Estes encontram-se no ar durante a época de polinização de determinadas plantas, produzindo rino-conjuntivite e/ou asma brônquica. Apesar do nome, não existe febre e o feno não é o responsável pelos sintomas. Existe sim, uma sensação de febre, simulando um desagradável estado gripal. (http://www.sbai.org.br/)

O uso interno da mostarda em altas doses, provoca cólicas digestivas, vômitos, diarréia, seguidos de sonolência, dispneia, arritmias cardíacas e coma. Em caso de intoxicação emprega-se carvão ativado, aplicação de substâncias mucilaginosas e hidratação. (Alonso, J. 2004).

A sinigrina, ao ser metabolizada a isotiocianato de alila, comporta-se como agente carcinógeno no teste de Ames, alterando o papel protetor do gene P53 (Ortega Mata M., 1994 apud Alonso, J., 2004.

Contra-indicações: Não administrar em casos de úlcera gastroduodenal, transtornos circulatórios de membros (varizes, úlceras, hemoorróidas e tromboflebites), hipotiroidismo, gravidez ( o óleo essencial é abortivo) e lactação. Não aplicar por via externa a crianças menores de 6 anos.

Posologia e modo de uso: Sinapismo ou cataplasma: prepara-se a base com farinha de mostarda diluída em água quente (40°C a 50ºC), envolver em um pano ou gaze sobre a região a ser tratada. Manter no máximo 10 a 15 minutos, para não fazer bolhas.

Pedilúvio ou escaldapés: prepara-se com 20-30g de farinha de mostarda por litro de água, deixe os pés imersos até a região da panturrilha, em água quente, chegando numa temperatura de 38ºC à 40ºC. Ir acrescentando água quente durante o tratamento.

Observações: A Mostarda está entre as especiarias mais antigas registradas, datam de cerca de 3000 aC. Três variedades estão em uso popular Brassica alba, Brassica juncea e Brassica nigra. (THOMAS, J. et all, 2012).

Um condimento de mostarda é feita a partir de sementes de mostarda, vinagre, sal, água, e opcionalmente outros aditivos, sendo baixo o conteúdo de isotiocianato (<0,05% em peso). O produto é obtido por desactivação da mirosinase presente nas sementes de mostarda, antes que a pasta é feita. (GAL, Stefan, 2002)

O ácido erúcico junto ao ácido oléico, constitui um óleo que ajuda no combate a Adrenoleucodistrofia (ALD), fato relatado no filme Lorenzo’s Oil

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BALKRISHNA, Acharya; MISRA, Laxminarain. Chemo-botanical and Neurological Accounts of Some Ayurvedic Plants Useful in Mental Health. The Natural Products Journal, [s.l.], v. 8, n. 1, p.14-31, 9 fev. 2018.

DELAQUIS, P. J.; Mazza, G. “Antimicrobial properties of isothiocyanates in food preservation.” From Food Technology (Chicago) (1995). (Scifinder) – Acesso 30 Maio 2016.

DELAQUIS, Pascal J.; Sholberg, Peter L. “Antimicrobial activity of gaseous allyl isothiocyanate.” From Journal of Food Protection (1997)-(Scifinder) – Acesso 30 Maio 2016.

DHINDSA, Kuldip S.; Gupta, S. K.; Singh, Randhir; Yadava, T. P. “Chemical composition and fatty acid pattern of some Brassica species.” From Indian Journal of Nutrition and Dietetics (1975), 12(3), 85-8.-(Scifinder) – Acesso 30 Maio 2016.

GAL, Stefan “Isothiocyanate-​low mustard condiment obtained by myrosinase deactivation.” From Patentschrift (Switz.) (2002). (Scifinder)- Acesso 30 Maio 2016.

HUSSEIN, E.a. et al. Phytochemical Screening, Total Phenolics and Antioxidant and Antibacterial Activities of Callus from Brassica nigra L. Hypocotyl Explants. International Journal Of Pharmacology, [s.l.], v. 6, n. 4, p.464-471, 1 abr. 2010.

MAZUMDER, Anisha; DWIVEDI, Anupma; DUPLESSIS, Jeanetta. Sinigrin and Its Therapeutic Benefits. Molecules, [s.l.], v. 21, n. 4, p.416-427, 29 mar. 2016.

MEJÍA, Any Carolina Garcés; PINO, Nancy J.; PEÑUELA, Gustavo A.. Effect of Secondary Metabolites Present in Brassica nigra Root Exudates on Anthracene and Phenanthrene Degradation by Rhizosphere Microorganism. Environmental Engineering Science, [s.l.], v. 35, n. 3, p.203-209, mar. 2018.

THOMAS, J.; Kuruvilla, K. M.; Hrideek, T. K. ” Mustard” From Woodhead Publishing Series in Food Science, Technology and Nutrition (2012).(Scifinder)- Acesso 30 Maio 2016.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=300 – Acesso 30 Maio 2016.

http://www.plantamed.com.br/ Acesso 30 Maio 2016.

http://farmacobotanica.xpg.uol.com.br/aula3%205.html – Acesso 30 Maio 2016.

https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_er%C3%BAcico.- Acesso 30 Maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/4100069?tab=synonyms – Acesso 30 Maio 2016.

Tags: AfrodisíacoantipiréticoCataplasmaCefaléiaDigestivoEméticaNeuralgiaResfriadoReumatismo

MARCELA

14/02/2020 23:00

Achyrocline satureioides (Lam.) DC.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasAchyrocline flaccida DC.; Gnaphalium satureoides Lam.; Anaphalium flaccidum Welnm.

Nomes populares: Marcela-do-campo, alecrim-de-parede, macela.

Origem ou Habitat: Regiões sudeste subtropical e temperada da América do Sul. É uma planta frequentemente encontrada no sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, sendo muito utilizada na medicina popular destes países.

Características botânicas: Erva anual, monóica, ramificada, de até 1,5 m de altura, coberta de pilosidades brancas. Folhas alternas, inteiras, sésseis, lineares e lanceoladas, de até 12 cm de comprimento por 1,8 cm de largura. Capítulos com dois tipos de flores, reunidos em panícula corimbosa. Flores amarelo-douradas, as centrais hermafroditas, de corola tubulosa, em número de uma a duas e as flores marginais, quatro ou cinco, femininas, de corola filiforme; papus branco. Fruto do tipo aquênio, glabro, pardo.

Partes usadas: Inflorescências.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha as folhas e inflorescências são empregadas como infuso e decocto em casos de congestão, cólica e como emético. Segundo a literatura o infuso das inflorescências de marcela é utilizado internamente como antiespasmódico, digestivo, carminativo, eupéptico, colagogo, anti-inflamatório, emenagogo e hipocolesterêmico. Seu uso externo é indicado em inflamações e como antisséptico. Na literatura também é citado o uso dos talos florais e menos frequentemente a planta inteira. As flores secas de marcela são citadas como úteis na confecção de travesseiros para dor de cabeça e insônia.

Informações científicas: 🐁(AN): Para a espécie A. satureioides, é apontada ação anti-inflamatória (Barione et al., 2013; Da Silva et al. 2016) para o extrato hidroalcoólico de suas inflorescências. O efeito gastroprotetor foi demonstrado frente a diferentes modelos de indução por agentes de lesão gástrica (Santin et al. 2010). Foram relatadas atividades antiparasitárias para o óleo essencial da planta (Do Carmo, 2014; Ritter, 2017).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso da infusão preparada com os capítulos florais da macela apresenta alívio em dores de cabeça e em casos de dermatoses ocasionadas por herpes. A macela pode ser associada com a alfavaca anisada (Ocimum selloi) por infusão, para o tratamento de cólicas e distúrbios digestivos.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas o uso concomitante desta espécie vegetal com outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno em gestantes, lactantes, crianças menores de 02 anos e em pessoas sensíveis a plantas da família Asteraceae. Não usar a tintura em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação. Pode, em casos raros, provocar vertigem, cefaleia, dermatite, alergia ocular e fotodermatite. Pessoas que desenvolvem quadro hipoglicêmico (baixas taxas de glicose no sangue) devem pedir orientação aos prescritores antes do uso. Pode potencializar o efeito de insulina, barbitúricos e outros sedativos (ANVISA, 2018).

Posologia e modo de uso

Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das inflorescências para 1 xícara de água (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: A infusão pode ser utilizada na forma de compressas para o tratamento do herpes.

Tintura: Utilizar 10 gramas das inflorescências rasuradas para 100 ml de álcool etílico 70% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 3 a 9 ml da tintura, diluídos em 50ml de água, três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no tratamento sintomático de processos inflamatórios das vias aéreas superiores e distúrbios gastrintestinais (ANVISA, 2018).

Composição química: Em relação à constituição química da Achyrocline satureioides, vários trabalhos relatam a presença de compostos flavonoídicos, ácidos fenólicos, óleo essencial, polissacarídeos e minerais. Entre os compostos flavonoídicos, podemos citar a isognafalina , quercetina, 3-O-metilquercetina, luteolina, gnafalina, entre outros. Com relação ao óleo essencial, foi constatada a presença de α-pineno como constituinte principal , β-pineno, limoneno, p-cimeno , entre outros. Foi constatada ainda a presença de kawapirona e derivados da fenilpirona.

 

Referências: 

1. AKISSUE, M. K. Análise do óleo essencial da Achyrocline satureoides D.C. Compositae. Rev. Farm. Bioquim., [S. I.], v.9, p.101-6, 1971.

2. BAUER, L. et al Contribuição a Análise dos Óleos essenciais de Eupatoríum ligulifolium H.A. e Achyrocüne satureioides D.C do Rio Grande do Sul. Rev. Bras. Farm., [S. I.], v.60, p. 97-9, 1979.

3. BROUSSALIS, M. A. et al Phenolic Constituents of Four Achyrocline Species. Biochem. Syst. Ecol., [S. I.], v. 16, n. 4, p. 2-401, 1988.

4. FERRARO, G. E.; NORBEDO, C; COUSSIO, J. D. Phenolic Constituents of Achyrocline satureioides. Phytochemistry, [S. I.], v. 20, n. 8, 4-2053, 1981.

5. HANSEL, R.; OHLENDORF, D. Ein neues in Ring B unsubstituiertes Flavon aus Achyrocline satureioides. Arch. der Pharmazie, v. 304, n. 12, p. 6-893, 1971.

6. HIRSCHMANN, G.S. The Constituents of Achyrocline satureioides D.O. b>Rev. Latinoam. Quim., v. 15, n. 3, p. 5-134, 1984.

7. KALOGA. M.; HANSEL. R.; CYBULSKI, E. M. Isolierung eines Kawapirona aus Achyrocfine satureioid. Planta Med.,[S. I.], v.48, p. 103-4. 1983.

8. LAMATY, G. et al The Chemical Composition of Some Achyrocline satureioides and Achyrocline alata Oils From Brazil. J. Ess. Oil. Res., [S. I.], v. 3, p. 21-317, 1991.

9. LIMA, T. C. M.; TAKAHASHI, R. N.; MORATO, G. S. Avaliação da possível atividade antidiabética da Bauhinia forficata Unk. In: IX SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 9, 1986, Rio de Janeiro-RJ. Resumos, Rio de Janeiro, 1986. p. 49.

10. PAZ, E. A.; BASSAGODA, M. J.; FERREIRA, F. YUYOS. Uso Racional de las Plantas Medicinales. Uruguai: Fiorde Siglo, 1992.

11. RICCIARDI, A. L.; YUNES, A. R. Volatile essential oils of the Argentina Coast IV Proof of the natural existence of caryophyllene in the essential oil of Achyrocline satureoides. Rev. Fac. Ing. Quirn., Univ. Nac. Litoral, v.43-49, 1965.

12. SANTOS, C. A. M.; TORRES, K. R.; LEONART, R. Plantas Medicinais: Herbarium et Scientia. Curitiba: Stientia et Labor, 1987.

13. SIMÕES, C. M. O. Antiinflamatory Action of Achyrocline satureioides Extracts Applied Topically. Fitoterapia, [S. I.], v.59, n.5, p. 21-419, 1968.

14. SIMÕES, C. M. O. Investigação Químico-Farmacológica de Achyrodine satumloktes (Lam.) D.C Compositae (Marcela). 1964. 186 f. Dissertação (Mestrado em Farmácia) – Curso de Pós-Graduação em Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1964.

15. SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

16. DA SILVA L.M., et al., Hydroalcoholic Extract from Inflorescences of Achyrocline satureioides (Compositae) Ameliorates Dextran Sulphate Sodium-Induced Colitis in Mice by Attenuation in the Production of Inflammatory Cytokines and Oxidative Mediators. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine: eCAM. 2016;2016:3475356. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5099481/>.

17. BARIONE E. D. et al., Achyrocline satureioides (Lam.) D.C. Hydroalcoholic Extract Inhibits Neutrophil Functions Related to Innate Host Defense. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, 2013. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3582058/>.

18. SANTIN J.R., et al., Antiulcer effects of Achyrocline satureoides (Lam.) DC (Asteraceae) (Marcela), a folk medicine plant, in different experimental models. Journal of ethnopharmacology, 2010, pag334-339. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S037887411000320X?via%3Dihub>.

19. DO CARMO G.M., et al., Effect of the treatment with Achyrocline satureioides (free and nanocapsules essential oil) and diminazene aceturate on hematological and biochemical parameters in rats infected by Trypanosoma evansi. Experimental. Parasitology. 149 (2014), pp. 39-46. <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0014489414002756?via%3Dihub>.

20. RITTER C. S. Achyrocline satureioides essential oil-loaded in nanocapsules reduces cytotoxic damage in liver of rats infected by Trypanosoma evansi. Microbial Pathogenesis, Volume 103, 2017, Pags. 149-154, 148. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0882401016308397?via%3Dihub>.

21. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2018. Página 22.

Tags: Anti-inflamatórioAntiespasmódicoCarminativaCefaléiaColagogoCólicaCongestãoDigestivoEmenagogoEméticaEupépticaInsônia

LOURO

13/02/2020 21:35


Laurus nobilis  L.

Lauraceae


Nomes populares: Louro, loureiro-ordinário, loureiro-dos-poetas, louro-comum, laurel (Ingles).

Origem ou Habitat: Ásia Menor. É amplamente distribuída nas áreas do Mediterrâneo e Europa e cultivada no Sul e Sudeste do Brasil.

Características botânicas: Árvore perene que mede de 2-10 m de altura, porém, nas regiões de origem pode chegar de 14-25 m. É ramificada e aromática. Folhas simples, alternas, pecioladas, coriáceas, brilhantes, ligeiramente onduladas nas bordas, de cor verde-escuro, de 4-8 cm de comprimento. Flores amareladas ou brancas, aromáticas, reunidas em fascículos axilares, em grupo de 3 a 4. Os frutos são bagas globosas de cor preta quando maduros. (Lorenzi & Matos, 2002).

Partes usadas: Folhas e frutos.

Uso popular: As folhas secas são amplamente empregadas na culinária de vários países como condimento (Alonso, 2004; Lorenzi & Matos, 2002; Stuart, 1981). Utilizada na medicina tradicional, como estimulante do apetite e da digestão, é indicada em casos de dispepsias, flatulência, cólicas, astenias e dores reumáticas e também em casos de estados gripais (acompanhados de mal estar e cansaço) (Lorenzi & Matos, 2002; Alonso, 2004). Externamente, é usada como antisséptica para a pele e antiparasitária (contra caspa e piolhos), reduzindo o mau cheiro dos pés e no combate aos fungos (Lorenzi & Matos, 2002; Drescher, 2001). É usada externamente na Turquia a decocção das folhas frescas em casos de hemorróidas e a decocção dos frutos macerados para mialgias (Alonso, 2004). No Irã, utiliza-se o óleo essencial das folhas como anticonvulsivante, enquanto na Amazônia brasileira prepara-se a decocção das folhas como antihipertensivo. Nas zonas de Mata Atlântica, a infusão das folhas é empregada em doenças do fígado, dores de cabeça, como emética e abortiva (Alonso, 2004; Di Stasi & Hiruma-Lima, 2002) Tem outros usos, como o empego na fabricação de cremes, loções, perfumes, sabonetes e detergentes (Alonso, 2004).

Composição química: As folhas possuem óleo essencial (1-3%) ricos em compostos terpênicos como cineol (40-44%), eugenol e metileugenol (17%), sabineno (6,2%), terpineol (5,7%), pineno (4,7%), linalol, lactonas sesquiterpênicas, fenilhidrazina, piperidina, geraniol, flavonoides, taninos e alcaloides isoquinolínicos (pricipalmente reticulina e em menor medida boldina, launobina, isodomesticina, neolitsina e nandigerina) (Alonso, 2004; Sayyah, et al., 2002). Os frutos possuem óleo essencial (2-4%) rico em derivados terpênicos como cineol (30-50%), alfa e beta-pineno (10%), citral, felandreno, limoneno, p-cimeno, eugenol (livre e esterificado), geraniol, sabineno e metilcinamato. Contém ainda lipídeos (25-55%, sendo muito abundante também nas sementes) compostos por glicerídeos dos ácidos láurico, oleico, palmítico e linoleico. Possui alcaloides isoquinolínicos e princípios amargos (lactonas sesquiterpênicas) como costunolídeo, dehidrocostuslactona, eremantina e laurenbiolídeo.

Ações farmacológicas: As folhas e alguns dos seus compostos presentes no óleo essencial demonstraram atividade inseticida contra baratas, enquanto o extrato aquoso das folhas evidenciou efeito inibitório sobre Biomphalaria glabrata, caramujo hospedeiro do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose (Ré, 1987; Alonso, 2004). O óleo essencial obtido das folhas demonstrou efeitos antiparasitários in vitro, principalmente contra piolhos e ácaros na medicina veterinária (Alonso, 2004). Estudos em ratos com úlceras gástricas induzidas por etanol evidenciaram atividade protetora da mucosa gástrica quando tratados tanto com o extrato aquoso e metanólico quanto o óleo essencial das sementes (Alonso, 2004). Em um estudo sobre absorção alcoólica com cobaias, Yoshikawa (2000) concluiu que sete sesquiterpenos ativos da planta apresentaram atividade inibitória da absorção do álcool pelo organismo, atribuindo potente ação preventiva sobre intoxicação alcoólica aguda. A planta possui atividade anticonvulsivante comprovada em estudos com ratos, prevenindo convulsões tônicas induzidas por eletrochoque e por pentilenetetrazol, atribuída a compostos como metileugenol, eugenol e pineno. Em doses anticonvulsivantes, produziu sedação e comprometimento motor, corroborando seu uso na medicina popular iraniana como antiepilética. Os autores colocam, no entanto, a necessidade de mais estudos antes de conclusões absolutas (Sayyah, et al., 2002).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: É uma espécie com potencial alergênico na pele devido a presença de lactonas sesquiterpênicas, monoterpenos monocíclicos (limoneno, felandreno) e bicíclicos (pineno), os quais podem provocar desde dermatite de contato (Adisen & Onder, 2007; Ozden, et al., 2001) até fotossensibilização. Em altas doses ou com uso muito frequente, pode causar gastrite e úlceras na mucosa digestiva, devido às lactonas e taninos. No entanto, é considerada uma planta segura para uso medicinal em humanos nos EUA e Espanha (Alonso, 2004).

Contra-indicações: Contra-indicada na gravidez (abortiva), lactação, em crianças menores de 6 anos, gastrite, úlceras gástrica ou duodenal, colite ulcerativa, doença de Chron, hepatopatias, epilepsia e doença de Parkinson (Alonso, 2004, citando Arteche Garcia A. et al., 1998).

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (sobremesa) de folhas picadas para 1 xícara de água fervente. Tomar 1 xícara antes das refeições.
Decocção para uso externo: 5 colheres (sopa) de folhas picadas em 1 litro de água. Ferver por 10 minutos; é indicado banho de imersão por 15 minutos como antisséptico para a pele, como relaxante muscular contra mau cheiro dos pés e no combate a fungos, parasitos e suor.

Observações: Na antiguidade, os gregos consideravam esta planta muito nobre, de tal forma que coroavam seus heróis com suas folhas e ramos. As expressões “laureado” = premiado e “os louros da vitória” são usadas em alusão a esta planta: Laurus nobilis.

Referências: 

Chen, Hongqiang; Xie, Chunfeng; Wang, Hao; Jin, Da-Qing; Li, Shen; Wang, Meicheng; Ren, Quanhui; Xu, Jing; Ohizumi, Yasushi; Guo, Yuanqiang – Sesquiterpenes Inhibiting the Microglial Activation from Laurus nobilis. Journal of Agricultural and Food Chemistry (2014), 62(20), 4784-4788. | – Acesso 14 Jul 2014.

ADISEN, E. e ONDER, M. Allergic contact dermatitis from Laurus nobilis oil induced by massage. Contact Dermatitis. 2007 Jun;56(6):360-1.

ALONSO, Jorge. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos – 1. ed.; Argentina, Rosario. Corpus Libros, 2004. Pp. 665-667.

DI STASI, Luiz Claudio., HIRUMA-LIMA, Clélia Akiko; colaboradores Alba Regina Monteiro Souza-Brito, Alexandre Mariot, Claudenice Moreira dos Santos. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Editora UNESP, 2002. Pp. 107-108.

DRESCHER, Lírio (coordenador). Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. – 1. ed. 2001. Pp. 86.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. – 1. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 267.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa/SP: Instituto Plantarum, 2008.

OZDEN, MG., OZTAS, P., OZTAS, MO., ONDER, M. Allergic contact dermatitis from Laurus nobilis (laurel) oil. Contact Dermatitis. 2001 Sep;45(3):178.

RE, Liliane and KAWANO, Toshie. Effects of Laurus nobilis (Lauraceae) on Biomphalaria glabrata (Say, 1818). Mem. Inst. Oswaldo Cruz [online]. 1987, vol.82, suppl.4, pp. 315-320. Acessado em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0074-02761987000800060&script=sci_arttext

SAYYAH, M., VALIZADEH, J. And KAMALINEJAD, M. Anticonvulsant activity of the leaf essential oil of Laurus nobilis against pentylenetetrazole- and maximal electroshock-induced seizures. Phytomedicine Volume 9, Issue 3, 2002, Pages 212-216. Acessado em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S094471130470104X

STUART, Malcolm. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Ediciones Omega, S. A., Barcelona, 1981. Pp. 211.

YOSHIKAWA, M., SHIMODA, H., UEMURA, T., MORIKAWA, T., KAWAHARA, Y., MATSUDA, H. Alcohol absorption inhibitors from bay leaf (Laurus nobilis): structure-requirements of sesquiterpenes for the activity. Bioorganic & Medicinal Chemistry Volume 8, Issue 8, August 2000, Pages 2071-2077. Acessado em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0968089600001279 Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 04 Jul 2011

http://www.tropicos.org/Name/17804359 – Acesso 14 Jul 2014.

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ERVA CAPITÃO

09/01/2020 20:53

Hydrocotyle bonariensis  Lam.

Araliaceae (antiga Apiaceae) 


Sinonímias: Hydrocotyle bonariensis var. multiflora (Lam.)Don ,Hydrocotyle umbellata var. bonariensis (Lam.)Spreng., Hydrocotyle verticillata var. bonariensis (Lam.) Urb., Hydrocotyle bonariensis var. texana J.M. Coult. & Rose. 

Nomes populares:  Acariçoba, para-sol, barbarosa, acaricaba, acariroba, etc. 

Origem ou Habitat: Continente Americano. 

Características botânicas:  Planta herbácea perene, prostrada, acaule, rizomatosa. Folhas simples, coriáceas, peltadas, longo-pedunculadas, totalmente glabras em ambas as faces, brilhantes, de 5 a 8 cm de diâmetro. Flores discretas, de cor verde-amarelada, dispostas em panículas de umbelas no ápice de longa haste floral que as dispõem acima da folhagem. 

Partes usadas:Folhas e rizomas. 

Uso popular:  Suco das folhas e pecíolo usado para remoção de pintas e sardas. Rizomas são usados contra males do fígado e dos rins, como emética, diurética e laxativa. Usada também para curar reumatismo, hidropsia e como aperitivo. Já foi utilizada contra eripsela, escrófula, sífilis e tuberculose. 

Indígenas das Guianas utilizam a decocção da planta inteira na forma de banho contra ferroada de um peixe venenoso (Hoplias macrophtalamus) cujo ataque é caracterizado por inchação e dores fortes. 

Composição química:  O óleo volátil tem como principais compostos isotiocianatos, limoneno, γ-muuroleno, e-cariofileno, sabineno, α-copaeno, δ-cadineno e γ-terpineol. 

Ações farmacológicas: Rizoma: diurética, vomitiva, anti-reumática, emética, laxativa. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: As folhas são consideradas tóxicas para uso interno. 

Contra-indicações:  É uma planta com poucos estudos. 

Posologia e modo de uso: Usar externamente. 

Observações: Esta espécie é muitas vezes confundida e utilizada como se fosse a Centella asiatica.
 

 

Referências:
LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 481. 

MORS, W. B.; RIZZINI, C. T.; PEREIRA, N. A. Medicinal Plants of Brasil. Algonac, Michigan: Reference Publications Inc., 2000. 

http://www.tropicos.org/Name/50094808 – Acesso em: 27 de março de 2012.

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