VALERIANA

24/02/2020 18:31

Valeriana officinalis  L.

Caprifoliaceae


SinonímiasValeriana alternifolia Bunge, Valeriana baltica Pleijel.

Nomes populares: Valeriana, baldriana, erva-de-são-jorge, erva-de-amassar, erva-de-gato, valeriana-menor, valeriana-selvagem, valeriana-silvestre.

Origem ou Habitat: Europa e Ásia. Naturalizada na América do Norte.

Características botânicas: Herbácea perene, ereta, com rizomas rastejantes que exalam mau cheiro, raízes pouco carnudas, caules ocos, folhas compostas e pequenas flores brancas ou rosadas dispostas em conjuntos terminais de topo achatado.

Partes usadas: Rizoma, raiz.

Uso popular: Afirma-se que a valeriana apresenta propriedades sedativas, hipnóticas, antiespasmódicas, carminativas e hipotensoras. Ela é usada tradicionalmente em estados histéricos, excitabilidade, insônia, hipocondria, enxaqueca, cólica, cólica intestinal, dores reumáticas, dismenorreia e, especificamente, para condições que apresentam excitação nervosa (BARNES,J. et al.,2012).

Composição química: Óleos voláteis: monoterpenos (A-pineno, B-pineno, canfeno, borneol, eugenol, isoeugenol); ésteres, sesquiterpenos (B-bisaboleno, cariofileno, valeranona, ledol, pacifigorgiol, álcool de patchouli, valerianol, valerenol, etc.).

Iridóides (valepotriatos) Valtratos (valtrato, valtrato de isovaleroxiidrina, acevaltrato, valeclorina), di-hidrovaltratos e isovaltratos.

Os Valepotriatos são instáveis e se decompõem com armazenamento ou processamento; os principais produtos da degradação são baldrinal e homobaldrina. Os baldrinais podem reagir ainda mais e é pouco provável que estejam presentes em produtos acabados. (BARNES,J. et al.,2012)

Alcalóides piridínicos: (actinidina, chatinina, esquiantina, valerianina e valerina).

Esteróides: (B-sitosterol, clionasterol 3-B-O-glicosídeo, etc.)

Outros constituintes: aminoácidos (arginina, ácido Gama-aminobutírico (GABA), glutamina, tirosina), polifenóis (ácidos cafeico e clorogênico), metil 2-pirrolcetona, colina, taninos, goma e resina.

Ações farmacológicas: As propriedades sedativas e hipnóticas são as mais observadas em estudos pré-clínicos e clínicos, contudo, as evidências científicas disponíveis são fortes e ainda não se determinaram exatamente quais constituintes de valeriana são responsáveis por essas propriedades observadas.

Interações medicamentosas: Recomenda-se evitar a medicação simultânea de barbitúricos e outros sedativos, devido ao potencial de sedação excessiva.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: São poucos dados clínicos sobre aspectos de segurança das formulações de valeriana, e sobre a segurança do uso a longo prazo. Os relatos sobre efeitos adversos em ensaios randomizados e controlados com placebo, eram leves e transitórios.

Um caso individual de sobredose, uma mulher de 18 anos ingeriu 40 a 50 cápsulas de raiz de valeriana em pó, 470 mg, que correspondem a aproximadamente 20 vezes mais que a dose terapêutica, 3 horas após a ingestão, apresentou fadiga, dor abdominal com cólicas, aperto no peito, tremor e sensação de cabeça vazia. A paciente foi tratada com carvão ativado e, os sintomas se resolveram em 24 horas.

Contra-indicações: O uso de valeriana durante a gravidez e lactação deve ser evitado devido a falta de estudos sobre a segurança durante esses períodos.

O consumo de formulações de valeriana não é recomendado (até 2 horas) antes da condução de veículos ou operação de máquinas.

Não ingerir álcool durante o tratamento com valeriana, pois o álcool pode intensificar o efeito.

Posologia e modo de uso: Dosagem para Adultos: Rizoma/raiz secos – 1 a 3 g, na forma de infusão ou decocção, até 3x/dia.

Tintura – 3 a 5 ml (1:5; etanol 70%), até 3x/dia ou 1 a 3 ml, de uma a várias vezes ao dia.

Extrato – Quantidade equivalente a 2 a 3 g de droga vegetal, de uma a várias vezes ao dia.

Referências: 

BARNES, Joanne. Fitoterápicos / Joanne Barnes, Linda A. Anderson, J.David Phillipson; tradução: Beatriz Araújo Rosário, Régis Pizzato; revisão técnica: Pedro Ros Petrovick…(et al.) – 3ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2012.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.tropicos.org/Name/33500011 – Acesso 15 Junho 2016.

Tags: AntiespasmódicoCarminativaCefaléiaCólicaDores reumáticasEnxaquecaHipnóticasHipotensoraInsôniaSedativo

URTIGA

24/02/2020 18:19

Urtica dioica  L.

Urticaceae


SinonímiasUrtica galeopsifolia Wierzb. ex Opiz.

Nomes populares: Urtiga, urtiga-mansa, urtiga-maior, urtiga-européia, bichu booti (Pakistan), ortie, stinging nettle (English, Canada), yi zhu qian ma (China)(LAVALLE, 2000),(SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER, 2002).

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e subspontânea ou cultivada principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil.

Características botânicas: Subarbusto ereto, perene, de 40-120 cm de altura. Folhas inteiras, de 7-15 cm de comprimento. Flores pequenas de cor branca ou amarelada. O pecíolo das folhas e ramos possuem pêlos e cerdas com forte ação urticante, causadas pela presença de ácido fórmico e aminas(LAVALLE, 2000).

Partes usadas: Planta toda (folhas, raízes).

Uso popular: Estancar sangramentos (infusão de folhas e ramos), rinite alérgica crônica (folhas), diurético (raízes), alívio dos sintomas da hiperplasia prostática benigna (raízes), inflamações articulares, reumatismos, diabetes, fortificante capilar, cicatrizante e hemostático de feridas, hemorragias nasais, dores de cabeça, cansaço. É também usada para anemia, hemorragia uterina, erupções cutâneas, eczema infantil , eczema de fundo nervoso, doenças crônicas do cólon, diarréia, disenteria, queimaduras, hipermenorréia, asma, condições dermatológicas pruriginosas, picadas de inseto, febre do feno, aumentar a produção de leite, e externamente em inflamações orofaríngeas (gargarejos). O suco pode ser utilizado para tratar ardência provocada por urtiga. Em casos de lombociatalgias, neuralgias ou artralgias é utilizada fazendo-se a urticação: esfrega-se folhas frescas (principalmente coletadas pouco antes da floração, em seu momento mais urticante) sobre a superfície dolorosa e em seguida faz-se fricção com água fria sobre a superfície.

Composição química: Segundo Alonso (2004): Parte aérea: flavonóides (heterosídeos de quercetina, isoramnetina e kampferol nas flores), vitaminas B, C e K, esteróis (β-sitosterol), sais minerais (sílica, cálcio, potássio, manganês, ferro, enxofre), clorofila (folhas), mucilagem, betaína, colina, carotenóides, prótidos (em especial lisina), polissacarídeos, ésteres do ácido caféico (ácido clorogênico, ácido cafeilmálico), taninos.

Pêlos: histamina, acetilcolina, serotonina, ácido acético, ácido gálico, ácido fórmico, colina.

Raiz: taninos, fenilpropanóides (álcool homovalínico, epoxilignanos), fitoesteróis (principalmente β-sitosterol, campesterol, estigmasterol, etc.), heterosídeos esteroidais, escopoletina, lectinas, flavonoides, cumarinas e polissacarídeos (glucanos, glucogalacturonanos, arabinogalactano).

Semente (óleo): ácido linoleico, ácido oleico, ácido linolênico, ácido palmítico, ácidos saturados, glicerol.

Aporte nutricional para cada 100 g da planta inteira: proteínas, aminoácidos essenciais, lipídeos, b-caroteno, vitamina B1, B5 ou ácido pantotênico, B2 ou riboflavina, ácido ascórbico, vitamina K1, sais minerais, ferro, cálcio, sílica, fósforo, enxofre, sódio, potássio, cloro, magnésio, manganês, traços de cobre e zinco, clorofila alfa e beta (folha seca).

O fruto da urtiga contém principalmente proteínas, lipídeos (muito rico em ácido linoleico), mucilagem, tocoferol e carotenóides

Ações farmacológicas: anti-reumática e anti-inflamatória (estas ações, em parte, são devido a inibição da via da ciclooxigenase e por inibição da 5-lipooxigenase; estudos em ratos mostraram que os polissacarídeos da raiz tem ação anti-inflamatória sobre edema de pata por carragenina)(ALONSO, 2004), anti-séptica, bactericida, adstringente, diurética e hipotensiva (provoca uma diurese natriurética e em anéis isolados de aorta contraídos por KCl ou norepinefrina , o extrato de raiz de urtiga causa vasodilatação)(ALONSO, 2004), expectorante, estimulante circulatória, anti-anêmica, emenagoga, hemostática, hipoglicêmica, antiviral, antidiarréica, cicatrizante, colagoga,¹ antialergênica, galactogoga(CHEVALLIER, 1996) e antioxidante(OZKOL, et al, 2001).

Informações complementares:

Em uma das referências, consta a informação de que a utilização das raízes de Urtica dioica apenas alivia os sintomas da hiperplasia prostática, sem diminuir seu tamanho (causando aumento do volume urinário, aumento do fluxo urinário máximo e redução do volume de urina residual)(BLUMENTHAL, 1998), enquanto em outras referências encontram-se hipóteses de ação baseadas em estudos laboratoriais: inibição da proliferação celular no tecido hiperplásico (MILLS; BONE, 2002), inibição dos metabólitos da testosterona e estrogênio por inibição da 5-α-redutase(LORENZI; MATOS, 2002), modificação da concentração de andrógenos livres ao interagir com as proteínas séricas transportadoras de andrógenos, redução do metabolismo celular da membrana prostática e inibição de seu crescimento ao inibir sua atividade Na-K-ATPásica e inibição da enzima aromatase responsável pela conversão de testosterona em estradiol(ALONSO, 2004).

Uma publicação relata oito estudos observacionais e quatro estudos duplo-cegos com placebos com bons resultados (Fitoterapia racional).

Interações medicamentosas: O uso de extratos pode interferir com terapias antidiabéticas, antihipertensivas e anticoagulantes. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da warfarina (FDA), devido aos seus componentes cumarínicos, e de fármacos com ação depressora sobre o sistema nervoso central(MILLs; BONE, 2000).

Um estudo mostrou que a associação de 50 g de extrato de urtiga com 50 mg diários de diclofenaco produziu os mesmos resultados antiinflamatórios que 200 mg diários de diclofenaco (ALONSO, 2004).

Em um recente trabalho foram comprovados efeitos protetores de extratos de urtiga (Urtica dioica) frente aos efeitos adversos de agentes quimioterápicos utilizados na terapia do câncer. Um destes agentes é o Cisplatino, causador de nefrotoxicidade e hepatoxicidade, comprometendo a sobrevivência futura dos pacientes(OZKOL et al, 2011).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Normalmente é bem tolerada. Ocasionalmente observou-se alergias cutâneas, edema, oligúria e irritação gástrica quando administrada sob a forma de infusão. A ingestão das folhas de forma comestível pode provocar irritação gástrica (ALONSO, 2004). Em um estudo observacional com 4087 pacientes com HPB 35 relataram efeitos colaterais (problemas gastrointestinais, alergias cutaneas e dois casos de hiperhidrose)(SCHULZ; HÄNSEL; TYLER, 2002).

Contra-indicações: A urtiga é considerada abortiva e capaz de afetar o ciclo menstrual (estudos realizados em animais constataram atividade uterina). O uso excessivo durante a amamentação não é recomendado(MILLS; BONE, 2000). É contra-indicado em pessoas com insuficiência ou outra doenças renal (devido à sílica presente em suas folhas). Usar com cautela em indivíduos com gota ou com história de cálculos renais de ácido úrico. Um autor desaconselha o uso em pessoas com edema de origem cardíaca ou renal (pois pode diminuir as funções de ambos os órgãos), e em pessoas com tromboflebite ou que apresentam altos níveis sanguíneos de protrombina (ALONSO, 2004).

Posologia e modo de uso: Infusão: uma colher (de chá)de folhas ou partes aéreas picadas para cada xícara(150 ml) de água fervente, tomar 3 xícaras por dia por 7 dias .

Raízes: dose média diária de 4 a 6 g;

Extrato seco (5:1) 0,5-1 g/dia.

Uso externo: a tintura-mãe a 10% pode ser usada na forma de fricções sobre superfícies dolorosas. A decocção (50-100g/l fervendo 30 minutos) ou a infusão (25g/l) podem ser empregadas para uso externo (fricções em couro cabeludo, compressas, colutório, etc).

Observações: A Urtica dioica é chamada urtiga-maior para diferenciá-la da Urtica urens conhecida como urtiga-menor. A espécie Urtica urens, conhecida como urtiga menor é de uso popular para hemorragias, catarro com sangue, reumatismo, gota, doenças de pele, é diurética, as folhas novas são utilizadas como alimento(FRANCO; FONTANA, 2004).

A espécie nativa (foto abaixo) Urera baccifera ( L.) Gaudich.ex Wedd. da família das Urticaceas, conhecida como urtigão, tem uso popular das folhas para pressão alta e colesterol, o caule para bronquites, reumatismo e manchas da pele, a raiz para pedra nos rins, corrimento vaginal, antiinflamatória e em diabetes .(FRANCO & FONTANA, 2004; GUPTA, 1995

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 831-836.

BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. p. 216-217.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 748-749.

CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. p. 145.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 628-629.

FRANCO, I. J.; FONTANA, V. L. Ervas & Plantas: A medicina dos simples, 9. ed. Erexim-RS, Editora Livraria Vida Ltda., 2004.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995.

LAVALLE, J. B. et al. Natural Therapeutics Pocket Guide. Hudson, OH: Lexi-comp; Cincinnati, OH: Natural Health Resources, 2000. p. 505-506.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 485.

MILLS, S.; BONE, K. Principles and Practice of Phytotherapy. Modern Herbal Medicine. [S. I.]: Churchill Livingstone, 2000. p. 490-498.

NEWALL, C. A.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Plantas Medicinais: Guia Para Profissional de Saúde [Herbal Medicines]. Tradução de Mirtes F. de Oliveira Pinheiro. São Paulo: Premier, 2002. p. 272-273.

YUNES ,R. A. ; CALIXTO J. B. (orgs.) Plantas Medicinais sob a ótica da química medicinal moderna. Chapecó: Argos Ed. Universitária, 2001. p.217

SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER V. E. Fitoterapia Racional: Um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 4. ed. [S. I.]: Editora Manole, 2002

http://www.tropicos.org/Name/33400020?tab=synonyms – Acesso em: 02 de abril de 2012.

OZKOL, H. et al. Ameliorative influence of U. dioica against cisplatin toxicity. Drug Chem Toxicol, [S. I.], 22, Sep., 2011.

Tags: AnemiaAsmaCefaléiaCicatrizanteDiarreiasDisenteriaDiuréticoEczemaHemostáticoQueimaduraReumatismo

RAINHA-DAS-ERVAS

19/02/2020 23:36

Tanacetum parthenium   (L.) Sch. Bip.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasChrysanthemum parthenium (L.) Bernh., Matricaria parthenium L. (LORENZI; MATOS, 2008), Leucanthemum parthenium (L.) Gren & Godron, Pyrethrum parthenium (L.) Sm. (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002), Parthenium matricaria Gueld. (SILVA, 2001.)

Nomes populares: Rainha-das-ervas, artemijo, margaridinha, olguinha, margaridinha-branca, camomila-pequena, macela-da-serra (LORENZI; MATOS, 2008), macela-do-reino, atanásia, atanásia-dos-jardins, artemísia, artemísia-dos-ervanários (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002), matricária, erva made, monsenhor-amarelo, piretro-do-cáucaso, altamisa (Espanha, Costa Rica), Santa María (Espanha, México, Chiapas), feverfew (Costa Rica).

Origem ou Habitat: Nativa da região dos Bálcãs, naturalizada na Europa e cultivada na América (ALONSO, 2004). Apresenta comportamento anual no Nordeste do Brasil.

Características botânicas: Erva ereta, comumente perene, com até 50 cm de altura. Folhas pinatipartidas, com folíolos membranáceos. Flores com pequenos capítulos reunidos em corimbos, as externas do capítulo formam um pequeno anel de pétalas brancas em torno das centrais que são amarelas. Toda a planta tem sabor amargo e cheiro característico(LORENZI; MATOS, 2008).

Partes usadas: Folhas e inflorescências.

Uso popular: Uso interno: principalmente para enxaqueca (migrânea) e dores de cabeça, além de neuralgias, febre, dismenorréia, para ajudar na expulsão da placenta após o parto (CHEVALLIER, 1996), mal-estar gástrico, diarréia, reumatismo, câimbra, analgésica, antiinflamatória, vermífuga(LORENZI; MATOS, 2008), problemas de gases, infecções uterinas, calmante (FRANCO; FONTANA, 2004), zumbido, vertigem, odontalgia (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002), para aumentar o apetite e melhorar a digestão (MILLS; BONE, 2000). Em todos os casos recomenda-se a infusão de folhas e flores frescas ou secas ou tinturas (LORENZI; MATOS, 2008). A decocção adoçada com mel ou açúcar é utilizada para resfriados, tosse e respiração difícil. A infusão quente era utilizada para remover o mau-humor e a ira, tratar resfriados e doenças febris e “limpar os rins”, enquanto que a infusão fria era considerada excelente como tônica. Evidências empíricas sugerem que seja benéfica na psoríase (MILLS; BONE, 2000).

Na Colômbia, emprega-se a decocção das folhas por via oral para parasitoses.

Na Guatemala e em Martinica utiliza-se a infusão da planta fresca ou seca como sedativa e contra os resfriados, e recomendam a aplicação na forma de cataplasma para tumores e câncer (ALONSO, 2004).

Uso externo: picadas de insetos, aliviar os incômodos do pós-parto (LORENZI; MATOS, 2008), úlceras, feridas, piolhos, lêndeas, para afugentar insetos (FRANCO; FONTANA, 2004) e após intervenções dentárias (bochechos). O extrato desta planta misturado à essência de tomilho é repelente e sua eficácia se prolonga por até 5 horas (SILVA, 2001).

Na Venezuela, extratos da planta toda são aplicados em gotas em casos de otite (ALONSO, 2004)..

Composição química: Óleo essencial (α-pineno, bornil-acetato, L-borneol, angelato, ácido cóstico, cânfora, β- farnesina, canina, 10-epicanina, artecanina, éteres espiroquetalenólicos), lactonas sesquiterpênicas (formadas principalmente pelo partenolídeo e seus derivados, além da crisantemonina em menor concentração), ácidos fenólicos, flavonóides (santina, apigenina e os metilésteres de 6-HO-campferol tanetina e queratagetina), guaianolídeos (crisantemina A e B), princípios amargos, fitosterina, melatonina (folhas), ácido tânico, ácido antêmico, cosmosiina, derivados acetilênicos (raízes). As sementes secas apresentam 22% de proteínas e 31,2% de gordura (ALONSO, 2004.

Ações farmacológicas: De acordo com vários ensaios clínicos duplo-cego controlados por placebo, conclui-se que seu uso está indicado especialmente como preventivo das intercrises de enxaqueca, reduzindo sua freqüência e sua intensidade, por melhorar os sintomas neurovegetativos associados, como náuseas, vertigens ou vômitos¹. Emenagogo (altas doses), antihelmíntico(MILLS; BONE, 2000). In vitro demonstrou atividades antiinflamatória, antimicrobiana, espasmolítica, antitumoral e inibidora da enzima angiotensina II (e então possivelmente hipotensora arterial).

Interações medicamentosas: Potencializa o efeito de drogas anticoagulantes e não deve ser administrada junto a elas; a potência farmacológica diminui quando administrada junto a drogas antiinflamatórias não esteroidais; não deve ser administrada junto a aminoácidos que contenham grupos sulfidrilos como a cisteína e a N-glicina¹. Por conter taninos, pode alterar a absorção de minerais de alimentos e/ou suplementos, como ferro, cálcio, zinco, cobre e magnésio, devendo ser administrada separadamente de vitaminas e minerais (LAVALLE, et al, 2000).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em geral os extratos desta planta são bem tolerados, mesmo que durante longos períodos. Devido ao gosto muito picante e desagradável, pode ocasionar desconforto durante a ingestão da infusão de forma contínua. Um estudo com pacientes em uso da planta por 6 meses, e outro por 10 anos, não demonstraram sinais de toxicidade (SCHULZ; HÄNSEL; TYLER, 2002). Foram descritas algumas dermatites de contato, nódulos pruriginosos e dores abdominais, principalmente por folhas frescas. Apesar de o óleo essencial conter cânfora, seriam necessárias doses extremamente elevadas para provocar estados convulsivos (ALONSO, 2004). Foi descrita uma “síndrome pós-matricária”, incluindo nervosismo, insônia, rigidez articular e dor, que pode ocorrer em algumas pessoas após descontinuar o uso (LAVALLE, et al, 2000).

Contra-indicações: Gravidez, amamentação (pelos princípios amargos), crianças menores de 2 anos (ALONSO, 2004), pessoas em sangramento ativo (LAVALLE, et al, 2000) e pessoas com hipersensibilidade conhecida à Tanacetum parthenium, partenolídeos ou outros membros da família Asteraceae/Compositae não devem fazer uso interno (MILLS; BONE, 2000). Usar com cuidado em pessoas em tratamento anticoagulante ou com histórico de hemorragias, distúrbios hemostáticos ou problemas hemostáticos relacionado à medicamentos. Deve-se interromper o uso pelo menos 15 dias antes de procedimentos odontológicos ou cirúrgicos (LAVALLE, et al, 2000).

Posologia e modo de uso: Infusão de 2 gr. de folhas e flores frescas ou secas em uma xícara, 2 vezes ao dia, antes das refeições (ALONSO, 2004).

Para lavagens locais, gargarejos ou bochechos, prepara-se um chá mais forte com 5-6 folhas e/ou flores(5).

Há propostas de preparações deverem conter de 0,2% a o,8 % de partenolídeo , apesar de não ser clara a participação desde composto na profilaxia da enxaqueca.

Observações: Apesar de não haver trabalhos evidenciando efeitos uterotônicos em animais, há uma vasta tradição cultural de seu emprego como estimulante uterino para promover a menstruação (ALONSO, 2004). Estudos clínicos sugerem que o tratamento para enxaqueca deve durar de 4-6 meses para se alcançar efeitos benéficos.

Recomenda-se que a dosagem seja reduzida gradualmente durante um mês quando do término do tratamento (MILLS; BONE, 2000), a interrupção abrupta pode aumentar a freqüência das enxaquecas (LAVALLE et al, 2000).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 739-743.

CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. p. 139-309.

FRANCO, I. J.; FONTANA, V. L. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim,RS: Livraria Vida, 2004. p. 125.

LAVALLE, J. B. et al. Natural Therapeutics Pocket Guide. Hudson, OH: Lexi-comp; Cincinnati, OH: Natural Health Resources, 2000. p. 432-433.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 161.

MILLS, S.; BONE, K. Principles and Practice of Phytotherapy:Modern Herbal Medicine. [S. I.]: Churchill Livingstone, 2000. p. 385-391.

NEWALL, C. A.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Plantas Medicinais: Guia Para Profissional de Saúde [Herbal Medicines]. Trad. De Mirtes F. de Oliveira Pinheiro. São Paulo: Premier, 2002.

  1. 191-193.

SILVA, R. C. Plantas Medicinais na Saúde Bucal. Vitória: Artgraf, 2001. p. 31.

SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER, V. E. Fitoterapia racional: um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 4. ed. Barueri, SP: Manole Ltda, 2002.

http://www.tropicos.org/Name/2701375 – acessado em: 12 de junho de 2012.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioCãibraCalmanteCefaléiaDiarreiasDismenorreiaEnxaquecaFebreFlatulênciaResfriadoReumatismoTosse

PICÃO-PRETO

18/02/2020 22:17

Bidens pilosa L.

Asteraceae


Sinonímias: Bidens affinis Klotzsch & Otto; Bidens alausensis Kunth; Bidens chilensis DC.; Bidens hirsuta Nutt.; Bidens hispida Kunth; Bidens montaubani Phil.; Bidens odorata Cav.; Bidens reflexa Link; Coreopsis leucantha L.; Bidens pilosus L.;

Nomes populares: Amor-seco, carrapicho-picão, pico-pico, picão-amarelo, picão-das-horas, picão-do-campo, carrapicho-de-agulha.

Origem ou Habitat: Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal).

Características botânicas: Erva anual, de 30 a 150 cm de altura, ereta, subespontânea, ramificada desde a base, caules tetragonais, glabra ou sub-pilosa, folhas compostas e opostas (as superiores alternas), pecioladas, margem serreadas; inflorescências tubulares e radiadas, amarelas; frutos escuros quando maduros, com aristas que se prendem à roupa ou pêlo dos animais. A raiz tem aroma que lembra a cenoura (Alonso, 2004).

Partes usadas: Toda a planta.

Uso popular: Usada como antiinflamatória, em dores de dente e de cabeça, dismenorréia, infecções urinária e vaginais (Di Stasi, 2002), vulnerária (em feridas). Folhas e raízes para a pressão arterial elevada. em verminoses. Folhas e frutos para tratamento de diabetes. indicado em icterícia e hemorróidas.

Informações científicas: 🐁 (AN*): Estudos em animais com compostos extraídos de B. Pilosa demonstraram atividade antihipertensiva para frações da extração com etileno acetato (Bilanda et al., 2017); efeito hiperglicemiante para o extrato aquoso e atividade antimalárica para compostos extraídos da raiz da espécie (Hsu et al., 2009; Oliveira et al., 2004).

🧪(IV*): Estudo in vitro demonstrou potencial atividade antimicrobiana de frações extraídas das folhas com metanol frente às bactérias E. coli, S. aureus e P. aeruginosa (Singhi et al., 2017). Foi também relatada atividade antiviral para vírus simples da herpes (Nakama, 2012).

*AN: estudos pré-clínicos realizados em animais; IV: pesquisas básicas realizadas com células cultivadas in vitro.

Observação do uso clínico em Florianópolis: Bidens pilosa é uma planta que tem boa resposta como vulnerária (depurativa e cicatrizante), com o uso da infusão preparada com as suas folhas para lavar feridas e machucados; para a realização de bochechos em afecções da boca e na forma de banho de assento em casos de infecções vaginais.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas o uso concomitante desta espécie vegetal com outros medicamentos deve ser cauteloso. Deve-se evitar o uso interno em gestantes, lactantes e crianças menores de 04 anos. Pessoas com hipersensibilidade às plantas da família Asteraceae não devem fazer uso desta espécie.

Posologia e modo de uso

Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: Infusão com uma colher de sopa para uma xícara de água.

Composição química: Derivados de poliacetilenos e tiofanos, além de flavonóides, esteróis, ácidos graxos, taninos, acetilenos, o óleo essencial contém alfa-pineno, beta-pineno, limoneno, alfa-felandreno, timol, alfa cpoeno, beta-guaieno, beta-cariofileno, alfa-humuleno, cadineno, alfa farneseno e beta-bisaboleno ; também ácido linoléico e linolênico, os triterpenos friedelina e friedelan-3-beta-ol (Di Stasi, 2002), 1-fenil-heptatriina, sílica. O teor de óleo essencial varia de 7,8% a 11,8% conforme a latitude e 7,9% a 12,14% de acordo com a época da colheita.

Observações: Existe outra espécie parecida, a B. alba que tem lígulas maiores.

Referências: 

1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario,Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 146.

2. CARVALHO , J.C.T. Fitoterápicos anti- inflamatórios

3. LOPES, A. M. V. Plantas usadas na medicina popular do Rio Grande do Sul: Santa Maria: UFSM, 1997. 49 p.

4. LORENZI, H. & Matos, F.J.A. – Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas – Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002

5. http://www.tropicos.org/Name/2700301 – acesso em 18 de maio de 2012.

6. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB103749 – acesso em 18 de maio de 2012.

7. DI STASI L. C.-plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica 2ª ed.São Paulo:editora UNESP 2002.

8. BILANDA D.C. et al., Bidens pilosa Ethylene acetate extract can protect against L-NAME-induced hypertension on rats. BMC Complementary and Alternative Medicine 2017 17:479. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5633871/>.

9. HSU Y.J., et al., Anti-hyperglycemic effects and mechanism of Bidens pilosa water extract. Journal of Ethnopharmacology. 2009 Mar 18; 122(2):379-83. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874108006697?via%3Dihub>.

10. OLIVEIRA F.Q., et al., New evidences of antimalarial activity of Bidens pilosa roots extract correlated with polyacetylene and flavonoids. Journal of ethynopharmacology.Vol93.2004pag39-42. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874104001187?via%3Dihub>.

11. SINGHI G. et al., Pharmacological potential of Bidens pilosa L. and determination of bioactive compounds using UHPLC-QqQLIT-MS/MS and GC/MS. BMC Complementary and Alternative Medicine. 2017 (17):492. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5689161/>.

12. NAKAMA S. Efficacy of Bidens pilosa Extract against Herpes Simplex Virus Infection In Vitro and In Vivo. Evidence-Based Complementary e Alternative Medicine. 2012; 2012:413453. Haghi G. Journal of Ethnopharmacology. 2008 Sep 26; 119(2):325-7.Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3303703/>.

Tags: Anti-inflamatórioCefaléiaDismenorreiaVerminoses

PERIQUITO

18/02/2020 22:05

Alternanthera ficoidea   (L.) P. Beauv.

Amaranthaceae


SinonímiasGomphrena ficoidea L., Achyranthes boliviana (Rusby) Standl., Alternanthera boliviana Rusby, Alternanthera paronychioides A. St.-Hil., Alternanthera paronychioides var. amazonica Huber, Alternanthera paronychioides var. boliviana (Rusby) Pedersen.

Nomes populares: Periquito, periquitinho, anador, periquito-ameno, apaga-fogo.

Origem ou Habitat: América do Sul.

Partes usadas: Partes aéreas (folhas, ramos e inflorescência).

Uso popular: Dor-de-cabeça, gripes e resfriados, febre.

O periquito é uma planta excelente para a topiaria (arte de adornar os jardins conferindo a grupos de plantas, por meio de podas e cortes, configurações diversas)

Ações farmacológicas: Possui atividade antiviral contra alguns vírus.

Referências: 

http://www.cabdirect.org/abstracts/19922270997/ Acesso 16 Maio 2016.

http://www.jardineiro.net/plantas/periquito-alternanthera-ficoidea.html/ Acesso 16 Maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/1101347 Acesso 12 Maio 2016.

Tags: CefaléiaFebreGripeResfriado

PARACARI

17/02/2020 22:30

Marsypianthes chamaedrys  (Vahl) Kuntze.

Lamiaceae (antiga Labiatae)


SinonímiasClinopodium chamaedrys Vahl, Hyptis chamaedrys (Vahl) Willd., Hyptis pseudochamaedrys Poit., Marsypianthes arenosa Brandegee, Marsypianthes hyptoides Mart. ex Benth.

Nomes populares: Erva-do-paracari, paracari, paracaru, betônica-brava, hortelã-do-campo, erva-de-cobra, coração-de-frade, boia-caá, hortelã-do-Brasil.

Origem ou Habitat: Nativa do Continente Americano e encontrada em todo território brasileiro.

Características botânicas: Herbácea anual, aromática, de ramos prostrados ou decumbentes, pubescente, muito ramificada, medindo de 30 a 60 cm de altura. Folhas simples, membranáceas, pecioladas, revestida por pubescência branco-translúcida, de 2 – 4 cm de comprimento. Flores violetas, dispostas em capítulos longo-pedunculados axilares. Propaga-se por sementes.

Partes usadas: Folhas e raizes.

Uso popular: É considerada aromática, febrífuga, antiespasmódica e carminativa. Na forma de banhos quentes é empregada contra o reumatismo articular. A infusão das raizes é usada contra anemia e dor de cabeça. O suco da planta é utilizado para picadas de cobras, tanto interna como externamente e esfregado sobre a pele contra picadas de mosquitos e pernilongos.

Os indígenas da Amazônia ocidental, usam uma mistura de suas folhas com as de Lippia alba, em decocção, para o tratamento da diarréia.

Nas Guianas é usado a infusão de suas hastes e folhas como bebida digestiva, laxativa e para dores intestinais; já o seu decocto é usado contra dor de cabeça.

Composição química: Os primeiros estudos químicos desta planta revelaram a presença de esteróides (sitosterol e estigmasterol), triterpenos (incluindo os ácidos oleanóico, ursólico e tormêntico, germanicol, chamaedridiol, a-amirina e b-amirina) e o flavonóide rutina. Os principais constituintes do óleo essencial foram o b-burbuneno (17,98%), elemeno (11,93%) e g-cadineno (17,79%).

Em um trabalho científico apresentado em 2015, os constituintes do óleo essencial foram os seguintes: β-​Elemene, (E)​-​caryophyllene, α-​humulene, germacrene D, bicyclogermacrene, δ-​cadinene, spathulenol, caryophyllene oxide, and globulol.

Em artigo científico de 2001, os elementos encontrados foram: germacrene D (35.6​%)​, β-​caryophyllene (15.1​%) bicyclogermacrene (7.2​%) e α-​copaene (5.3​%)​, além de Bornyl acetate, α-​Pinene, Limonene, δ-​Cadinene, β-​Cedrene,Viridiflorol, Caryophyllene oxide, Sabinene, β-​Bourbonene, α-​Humulene, trans-​α-​Bergamotene, β-​Cubebene, entre outros.

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, analgésica e moluscicida.

Posologia e modo de uso: Breve descrição da utilização da planta.

Observações: Os principais constituintes do óleo essencial foram o b-burbuneno, elemeno e g-cadineno. Não se tem informação da atividade contra veneno de cobra destas substâncias nem dos outros constituintes do óleo essencial.

Referências: 

DE ABREU MATOS, Francisco Jose; Machado, Maria Iracema Lacerda; Craveiro, Afranio Aragao; Alencar, Jose Wilson; de Sousa Meneses, Fabio -“Essential oil composition of Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze grown in northeast Brazil.” From Journal of Essential Oil Research (2001), 13(1), 45-46.

DE SOUSA MENEZES, FABIO; Da Silva, Celia Santos; Pereira, Nuno Alvares; De Abreu Matos, Francisco Jose; Borsatto, Angelo Saboia; Kaplan, Maria Auxiliadora Coelho – “Molluscicidal constituents of Marsypianthes chamaedrys.” From Phytotherapy Research (1999), 13(5), 433-435.

HASHIMOTO, M.Y. et all.”Chemotaxonomy of Marsypianthes Mart. ex Benth. based on essential oil variability.” From Journal of the Brazilian Chemical Society (2014), 25(8), 1504-1511. Acesso 7 OUT 2015.

LORENZI, H. & MATOS, J.F.A. “Plantas medicinais no Brasil: nativas e cultivadas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2002.

SELENE MAIA DE MORAIS(PQ) e Valdir Alves Facundo(PQ) – “CONSTITUINTES QUÍMICOS DO ÓLEO ESSENCIAL DE MARSYPIANTHES CHAMAEDRYS DA AMAZÔNIA” – /Departamento de Química e Física do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza – Ceará / Departamento de Ciências Exatas da Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho – Rondônia. Disponível em http://www.sbq.org.br/ranteriores/23/resumos/0765-1/index.html, Acesso 7 OUT 2015.

http://www.tropicos.org/Name/17601496?tab=synonyms – Acesso 7 OUT 2015.

Tags: Anti-espasmódicoAromáticaCarminativaCefaléiaDiarreiasFebrífugaLaxativasReumatismo

ONDA-DO-MAR

17/02/2020 22:14

Tradescantia zebrina   Heynh. ex Bosse.

Commelinaceae 


SinonímiasZebrina pendula Schnizl., Tradescantia pendula (Schnizl.) D.R. Hunt, Zebrina purpusii G. Brückn., Commelina zebrina C.B.Clarke, Cyanotis zebrina (Bosse) Nees.

Nomes populares: Onda-do-mar, manto-de-viúva, trapoeraba, trapoeraba-roxa, trapoeraba-zebra, lambari, lambari-roxo, judeu-errante.

Origem ou Habitat: Planta de origem Mexicana, foi introduzida no Brasil com fins ornamentais e acabou por se adaptar muito bem ao clima, tornando-se invasora. É bastante competitiva em ambientes sombreados, impedindo as plântulas de se desenvolverem adequadamente, pois forma densos tapetes no sub-bosque de matas degradadas. Suas flores são polinizadas por abelhas, os frutos secos dispersos por fatores abióticos. (Fonte: Flora de Santa Catarina).

Características botânicas: Erva rastejante e/ou pendula, suculenta, enraizando nos nós; caules, folhas e brácteas florais tintos de roxo-avermelhado. Folhas espaçadas ao longo do caule; pecíolo medindo 2mm comprimento, passando na bainha basal ciliada; lâmina foliar ovada, 2,5-5 cm de comprimento, verde tinta com roxo-avermelhado, especialmente na face abaxial, geralmente com cerca de 3 estrias escuras, largas e longitudinais. Inflorescência terminal, composta por 2 cincinos (Cimeira na qual os eixos são perpendiculares ao eixo principal, de modo que seu arranjo só pode ser visto em um plano, e estão dispostos alternadamente à direita e à esquerda) curtos subentendidos próximo por 2 brácteas foliosas. Pétalas ovadas, 10-12 mm comprimento, delicadas, conatas na metade inferior em um estreito tubo branco, púrpura-magenta. (Orchard, 1994 apud Flora de Santa Catarina).

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Na medicina popular é usada para aliviar cistites, dor na bexiga, tratar infecção urinária, problemas vasculares, afecções do útero, baixar a pressão arterial, amenorreia, coadjuvante nas tuberculoses.

O chá das folhas é usado para tratamento do vitiligo (doença caracterizada pela perda da coloração da pele).

Na medicina popular mexicana é usada contra males ginecológicos, disenteria, indigestão, dor de dente, dor de cabeça, males do intestino, junto com limão para tratar erisipela, gastrite, infecção urinária, inflamação da bexiga. Também é usada para aumentar a produção de leite e contra picada de escorpião. É muito popular uma bebida feita com a Tradescantia zebrina e limão, tomada fria e usada como tônico.

Devido a quantidade de antocianidinas pode ser usada como corantes de medicamentos, alimentos e cosméticos.

Composição química: Foram isoladas 5 antocianidinas das flores de Zebrina pendula, entre elas: zebrinina (C74H73O37.Cl), monodecaffeoylzebrinin (C65H64O34.Cl).

Observações: A Tradescantia zebrina faz parte de uma formulação chinesa, que contém 12 plantas medicinais, usada para enxaqueca.

No Brasil ocorre a espécie Tradescantia fluminensis Vell., chamada popularmente de trapoeraba, marianinha e olho-de-santa-luzia; apresentando folhas verdes e flores brancas. Os seus ramos e folhas são comestíveis, sendo muito tenros, e podem ser preparados cozidos, refogados ou sob a forma de patês e possuem proteínas, sais minerais (Mg,Fe, Zn,Ca,P,etc.), e também flavonóides.

Referências: 

https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense/plantae/magnoliophyta/commelinaceae/tradescantia-zebrina-lambari – Acesso 25 Março 2015.

Aona, L.Y.S. 2010. Commelinaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB034821) – Acesso 25 Março 2015

Itaka, Eiichi “Isolation and structure elucidation of acylated anthocyanins as coloring materials for foods, drugs, and cosmetics” – From Jpn. Kokai Tokkyo Koho (1988), JP 63168464 A 19880712. https://scifinder.cas.org/scifinder – Acesso 26 Março 2015.

KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: .

KINUPP, V. F.; BARROS, I. B. I. Teores de Proteína e Minerais de Espécies Nativas, Potenciais Hortaliças e Frutas. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 28(4): 846-857, out.-dez. 2008. Disponível em: .

Liu, Yanju “Traditional chinese medicine composition for treating migraine” From Faming Zhuanli Shenqing (2011), https://scifinder.cas.org/scifinder – Acesso 25 Março 2015.

Tatsuzawa, Fumi; Saito, Norio; Maeyama, Kazushi; Yokoi, Masato; Shigihara, Atsushi; Honda, Toshio “Triacylated anthocyanidin 3-​arabinosylglucoside-​7,​3′-​diglucosides isolated from the bluish flowers of Tradescantia virginiana cultivars and their distribution in the tradescantieae”. From Heterocycles (2010), 81(10), 2257-2267.https://scifinder.cas.org/scifinder – Acesso 26 Março 2015.

https://sites.google.com/site/florasbs/ – Acesso 25 Março 2015.

http://www.tropicos.org/Name/8300647 – Acesso 25 Março 2015.

 

Tags: AmenorréiaCefaléiaCistiteDisenteriaGastriteIndigestãoVitiligo

NONI

17/02/2020 22:09

Morinda citrifolia  L.

Rubiaceae 


SinonímiasMorinda asperula Standl., Morinda bracteata Roxb.,Morinda nodosa Buch.-Ham., Morinda tinctoria Noronha.

Nomes populares: Noni, cheesefruit, indian mulberry, yema de huevo.

Origem ou Habitat: O gênero Morinda compreende 50-80 espécies de plantas localizados na faixa tropical da África, Austrália e Ásia. O noni é nativo da Ásia (faixa costeira de Índia, Sri Lanka e sudeste do continente), Ilhas do Oceano Pacífico (Polinésia, Hawaii) e Austrália.

Características botânicas: Trata-se de uma pequena árvore que mede até 8 metros de altura; folhas oblongo-ovadas de 10-30 cm de comprimento, com ápice agudo e a base arredondada; flores brancas perfumadas, dispostas em cabeças globosas ou ovais, corola tubular de aproximadamente 10 mm; fruto tipo sincarpo; isto é, conjunto de frutos soldados entre si e procedentes de flores distintas; branco-cremoso, de forma oval, medindo de 5-7 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas, fruto e raiz.

Uso popular: As folhas, na forma de chá por infusão, é recomendado em casos de náuseas, febre, tosse, diarreia, disenteria, cefaleia, verminose, dismenorreia, arteriosclerose e fadiga em geral.

Na Thailandia, além destas recomendações, é utilizada para tratar hipertensão arterial, alergias e afecções da boca.

Na Malásia é indicada a decocção das folhas para tratar diabetes. Esta mesma decocção é indicada para uso externo em casos de feridas, sarnas, psoríase e úlceras cutâneas.

A decocção da raiz é empregada como anti-hipertensivo, anti-febril e como laxante. Em aplicações externas para dores reumáticas e gota.

O fruto é considerado estomacal, laxante, emenagogo, efetivo em metrorragias (sangramento uterino), leucorreia, diabetes e asma. Quando cozido é indicado para disenteria.

No Hawaii e Tahiti o suco do fruto é recomendado como anticancerígeno. (Alonso, 2004).

Composição química: Alcalóide Proxeronina, (no organismo é convertida em xeronina), lignanos, b-sitosterol, ácido ursólico, iridóides (citrifolinosídeo A, asperulosídeo, ácido asperulosídico, flavonóides (rutina), vitamina C, vitamina B1 (tiamina), vitamina B2 (riboflavina), beta-carotenos, escopoletina, sais minerais (cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio), antraquinonas (damnacanthal, L-asperuloside, alizarina), corante morindina, selênio,(raiz).

Ações farmacológicas: Dentre as amplas propriedades apregoadas ao fruto, destacam-se: propriedade analgésica, antioxidante, anti-inflamatória, hipo-tensora arterial e anticancerígena. O bioquímico Ralph Heinicke dedicou muitos anos de sua vida na investigação da fruta noni, e em 1985, descobriu a proxeronina, a qual contribuiu para explicar as propriedades do fruto, que é tido como um regulador do metabolismo e das funções biológicas

Interações medicamentosas: Recomenda-se não administrar extratos de noni em pacientes que estão em tratamento com drogas anti-hipertensivas ou diuréticas, pela possibilidade de aumentar os efeitos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Foram realizados estudos somente em animais e todos eles indicaram baixa toxicidade dos extratos de noni. (Alonso, 2004)

há relatos de hepatotoxicidade(Simões, 2017.

Contra-indicações: Não administrar suco ou extrato de noni durante a gestação, principalmente no último mês, devido aos efeitos relaxantes do tono muscular uterino.

Não administrar suco de noni em pacientes com insuficiência renal crônica devido ao alto conteúdo de potássio.

Posologia e modo de uso: Decocção: 2 colheres (chá) de raízes picadas para cada xícara de água. Tomar 2-3 xícaras diárias.

Suco do fruto: tomar 100 ml ao dia, divididos em duas partes, antes das refeições.

Observações: Existe uma planta chamada Morinda officinalis F.C. How, conhecida na China como “ba ji tian” e segundo a MTC, possui as propriedades picante, doce e amornante, usada para tonificar o rim e reforçar o yang, além de reforçar ossos e articulações, aquecer o útero e promover a fertilidade. A parte utilizada é a raiz. É contra-indicada em pacientes com dificuldade para urinar. É uma erva adstringente, e pode reter a urina; também é ressecante, e pode ressecar as fezes, agravando os casos de constipação. Muitas vezes é usada em associação com outras plantas.(BOTSARIS, 1995).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BOTSARIS, A. S. FITOTERAPIA CHINESA E PLANTAS BRASILEIRAS. São Paulo, SP, Ícone Editora Ltda, 1995. pgs 440-441

farmacognosia:do produto natural ao medicamento?organizadores,Claúdia Maria Oliveira Simões …(et. al.).-,Porto Alegre : Artmed, 2017.

http://www.botanical-online.com/noni_propiedades_medicinales.htm – acesso em 23 de janeiro de 2013.

http://www.epharmacognosy.com/2012/06/morinda-root-bajitian-morinda.html – acesso em 05 de fevereiro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/27900127 – acesso em 23 de janeiro de 2013.

Tags: AlergiaCefaléiaDiarreiasDisenteriaEmenagogoFebreFeridasHipertensãoLaxanteNáuseaSarnaTosseVerminoses

MOSTARDA-PRETA

17/02/2020 22:04

Brassica nigra  (L.) W.D.J. Koch.

Brassicaceae (antiga Cruciferae)


SinonímiasSinapis nigra L., Brassica sinapoides Roth, Mutarda nigra (L.) Bernh., Sisymbrium nigrum (L.) Prantl.

Nomes populares: Mostarda-preta, mostardeira, black Mustard (inglês), mostaza negra (espanhol), moutarde noire (francês), sènape nera (italiano), schwarze (alemão).

Origem ou Habitat: Europa e Ásia.

Características botânicas: Herbácea anual, ereta, medindo de 1 a 3 metros de altura; possui muitas ramificações. Folhas lobadas e estreitas com margens serreadas; flores amarelas, pequenas, agrupadas em cachos. Os frutos são tipo síliqua (Derivado de um ovário superior de dois carpelos, na maturidade o pericarpo seco se separa em três partes, uma parte central (um septo) que contem as sementes.

Partes usadas: Folhas e sementes.

Uso popular: O emprego popular mais conhecido é o cataplasma com suas folhas ou sementes, chamado de sinapismo, aplicados em casos de reumatismo, neuralgia, frieiras e afecções das vias respiratórias. Outro uso popular são os escalda-pés em casos de resfriados e cefaleias. A infusão do pó das sementes adicionadas com gotas de vinagre, é empregada para fazer gargarejos em casos de angina ou faringite.

No Peru, emprega-se a infusão do pó das sementes como antipirético. No Marrocos como estimulante, digestivo e emético. Pulverizando sobre a comida ou moída com pão, diz-se que é afrodisíaco. Empregam-se 20-30 sementes de mostarda-negra por dia, para estimular o apetite e melhorar a digestão. (ALONSO, J., 2004).

Composição química: Glicosinolatos (compostos contendo enxofre e nitrogênio): sinigrina (1%) por hidrólise com a enzima mirosinase ou tioglicosidase, gera uma substância volátil chamada de isotiocianato de alila, conhecida como óleo ou essência de mostarda. O isotiocianato de alila (AITC) foi identificada como o componente principal do óleo essencial de Brassica nigra.

Outros compostos: Mucilagens (20%), proteínas, lipídeos, óleo fixo (25-37%) composto principalmente por glicerídeos de ácidos graxos insaturados (ácido eicosenoíco, ácido erúcico, ác. lignocérico, ác. linolêico, ác. linolênico e ác. oleico.

Ácidos fenólicos: Ácido gálico (sementes) e ácido carnósico.

Flavonóides: Quercetina (sementes), Flavanone, Flavanona, Iso-flavanona, 7-hidroxiflavanona, 7-hidroxiflavona e 6-hidroxiflavona.

Glucosinolatos: Sinigrina (Sementes)

Ações farmacológicas: Rubefasciente, Antibacteriano, fungicida, antitumoral.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O emplastro ou cataplasma de mostarda pode causar bolhas, ulceração e necrose se não for removido dentro de 15-30 minutos.

Há relatos de reações anafiláticas, caracterizadas por gastroenterites, rinites, bronco-espasmos, convulsões epileptiformes ou colapso cardiorrespiratório, pelo uso interno com molhos ou sementes.

Por via externa foram observados alguns casos de dermatites de contato.

Em um estudo efetuado com pessoas hipersensíveis à mostarda-negra, 66% apresentaram reações sistêmicas e 34% reações locais.

Vários quadros de polinose foram associados ao consumo conjunto de outros vegetais.(Alonso, J. 2004) A polinose, denominada genericamente febre de feno ( hay fever ), é uma doença alérgica estacional devido à sensibilização por pólens alergizantes. Estes encontram-se no ar durante a época de polinização de determinadas plantas, produzindo rino-conjuntivite e/ou asma brônquica. Apesar do nome, não existe febre e o feno não é o responsável pelos sintomas. Existe sim, uma sensação de febre, simulando um desagradável estado gripal. (http://www.sbai.org.br/)

O uso interno da mostarda em altas doses, provoca cólicas digestivas, vômitos, diarréia, seguidos de sonolência, dispneia, arritmias cardíacas e coma. Em caso de intoxicação emprega-se carvão ativado, aplicação de substâncias mucilaginosas e hidratação. (Alonso, J. 2004).

A sinigrina, ao ser metabolizada a isotiocianato de alila, comporta-se como agente carcinógeno no teste de Ames, alterando o papel protetor do gene P53 (Ortega Mata M., 1994 apud Alonso, J., 2004.

Contra-indicações: Não administrar em casos de úlcera gastroduodenal, transtornos circulatórios de membros (varizes, úlceras, hemoorróidas e tromboflebites), hipotiroidismo, gravidez ( o óleo essencial é abortivo) e lactação. Não aplicar por via externa a crianças menores de 6 anos.

Posologia e modo de uso: Sinapismo ou cataplasma: prepara-se a base com farinha de mostarda diluída em água quente (40°C a 50ºC), envolver em um pano ou gaze sobre a região a ser tratada. Manter no máximo 10 a 15 minutos, para não fazer bolhas.

Pedilúvio ou escaldapés: prepara-se com 20-30g de farinha de mostarda por litro de água, deixe os pés imersos até a região da panturrilha, em água quente, chegando numa temperatura de 38ºC à 40ºC. Ir acrescentando água quente durante o tratamento.

Observações: A Mostarda está entre as especiarias mais antigas registradas, datam de cerca de 3000 aC. Três variedades estão em uso popular Brassica alba, Brassica juncea e Brassica nigra. (THOMAS, J. et all, 2012).

Um condimento de mostarda é feita a partir de sementes de mostarda, vinagre, sal, água, e opcionalmente outros aditivos, sendo baixo o conteúdo de isotiocianato (<0,05% em peso). O produto é obtido por desactivação da mirosinase presente nas sementes de mostarda, antes que a pasta é feita. (GAL, Stefan, 2002)

O ácido erúcico junto ao ácido oléico, constitui um óleo que ajuda no combate a Adrenoleucodistrofia (ALD), fato relatado no filme Lorenzo’s Oil

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BALKRISHNA, Acharya; MISRA, Laxminarain. Chemo-botanical and Neurological Accounts of Some Ayurvedic Plants Useful in Mental Health. The Natural Products Journal, [s.l.], v. 8, n. 1, p.14-31, 9 fev. 2018.

DELAQUIS, P. J.; Mazza, G. “Antimicrobial properties of isothiocyanates in food preservation.” From Food Technology (Chicago) (1995). (Scifinder) – Acesso 30 Maio 2016.

DELAQUIS, Pascal J.; Sholberg, Peter L. “Antimicrobial activity of gaseous allyl isothiocyanate.” From Journal of Food Protection (1997)-(Scifinder) – Acesso 30 Maio 2016.

DHINDSA, Kuldip S.; Gupta, S. K.; Singh, Randhir; Yadava, T. P. “Chemical composition and fatty acid pattern of some Brassica species.” From Indian Journal of Nutrition and Dietetics (1975), 12(3), 85-8.-(Scifinder) – Acesso 30 Maio 2016.

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MARCELA

14/02/2020 23:00

Achyrocline satureioides (Lam.) DC.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasAchyrocline flaccida DC.; Gnaphalium satureoides Lam.; Anaphalium flaccidum Welnm.

Nomes populares: Marcela-do-campo, alecrim-de-parede, macela.

Origem ou Habitat: Regiões sudeste subtropical e temperada da América do Sul. É uma planta frequentemente encontrada no sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, sendo muito utilizada na medicina popular destes países.

Características botânicas: Erva anual, monóica, ramificada, de até 1,5 m de altura, coberta de pilosidades brancas. Folhas alternas, inteiras, sésseis, lineares e lanceoladas, de até 12 cm de comprimento por 1,8 cm de largura. Capítulos com dois tipos de flores, reunidos em panícula corimbosa. Flores amarelo-douradas, as centrais hermafroditas, de corola tubulosa, em número de uma a duas e as flores marginais, quatro ou cinco, femininas, de corola filiforme; papus branco. Fruto do tipo aquênio, glabro, pardo.

Partes usadas: Inflorescências.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha as folhas e inflorescências são empregadas como infuso e decocto em casos de congestão, cólica e como emético. Segundo a literatura o infuso das inflorescências de marcela é utilizado internamente como antiespasmódico, digestivo, carminativo, eupéptico, colagogo, anti-inflamatório, emenagogo e hipocolesterêmico. Seu uso externo é indicado em inflamações e como antisséptico. Na literatura também é citado o uso dos talos florais e menos frequentemente a planta inteira. As flores secas de marcela são citadas como úteis na confecção de travesseiros para dor de cabeça e insônia.

Informações científicas: 🐁(AN): Para a espécie A. satureioides, é apontada ação anti-inflamatória (Barione et al., 2013; Da Silva et al. 2016) para o extrato hidroalcoólico de suas inflorescências. O efeito gastroprotetor foi demonstrado frente a diferentes modelos de indução por agentes de lesão gástrica (Santin et al. 2010). Foram relatadas atividades antiparasitárias para o óleo essencial da planta (Do Carmo, 2014; Ritter, 2017).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso da infusão preparada com os capítulos florais da macela apresenta alívio em dores de cabeça e em casos de dermatoses ocasionadas por herpes. A macela pode ser associada com a alfavaca anisada (Ocimum selloi) por infusão, para o tratamento de cólicas e distúrbios digestivos.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas o uso concomitante desta espécie vegetal com outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno em gestantes, lactantes, crianças menores de 02 anos e em pessoas sensíveis a plantas da família Asteraceae. Não usar a tintura em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação. Pode, em casos raros, provocar vertigem, cefaleia, dermatite, alergia ocular e fotodermatite. Pessoas que desenvolvem quadro hipoglicêmico (baixas taxas de glicose no sangue) devem pedir orientação aos prescritores antes do uso. Pode potencializar o efeito de insulina, barbitúricos e outros sedativos (ANVISA, 2018).

Posologia e modo de uso

Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das inflorescências para 1 xícara de água (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: A infusão pode ser utilizada na forma de compressas para o tratamento do herpes.

Tintura: Utilizar 10 gramas das inflorescências rasuradas para 100 ml de álcool etílico 70% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 3 a 9 ml da tintura, diluídos em 50ml de água, três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no tratamento sintomático de processos inflamatórios das vias aéreas superiores e distúrbios gastrintestinais (ANVISA, 2018).

Composição química: Em relação à constituição química da Achyrocline satureioides, vários trabalhos relatam a presença de compostos flavonoídicos, ácidos fenólicos, óleo essencial, polissacarídeos e minerais. Entre os compostos flavonoídicos, podemos citar a isognafalina , quercetina, 3-O-metilquercetina, luteolina, gnafalina, entre outros. Com relação ao óleo essencial, foi constatada a presença de α-pineno como constituinte principal , β-pineno, limoneno, p-cimeno , entre outros. Foi constatada ainda a presença de kawapirona e derivados da fenilpirona.

 

Referências: 

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4. FERRARO, G. E.; NORBEDO, C; COUSSIO, J. D. Phenolic Constituents of Achyrocline satureioides. Phytochemistry, [S. I.], v. 20, n. 8, 4-2053, 1981.

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8. LAMATY, G. et al The Chemical Composition of Some Achyrocline satureioides and Achyrocline alata Oils From Brazil. J. Ess. Oil. Res., [S. I.], v. 3, p. 21-317, 1991.

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16. DA SILVA L.M., et al., Hydroalcoholic Extract from Inflorescences of Achyrocline satureioides (Compositae) Ameliorates Dextran Sulphate Sodium-Induced Colitis in Mice by Attenuation in the Production of Inflammatory Cytokines and Oxidative Mediators. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine: eCAM. 2016;2016:3475356. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5099481/>.

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21. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2018. Página 22.

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