FENO-GREGO

20/01/2020 22:20

Trigonella foenum-graecum  L..

Fabaceae 


Sinonímias: Trigonella tibetana (Alef.) Vassilcz.

Nomes populares:  Feno-grego, fenacho, alforvas, fenogreco, trigonela, fenugreek, entre outros.

Origem ou Habitat: É originário da Europa e Ásia meridional.

Características botânicas:  É uma planta herbácea, ereta, que mede até 60 cm de altura. Folhas pecioladas trifoliadas com bordos dentados. Flores papilionáceas branco-amareladas, solitárias ou dispostas aos pares nas axilas das folhas. O fruto é uma vagem longa, fina, pubescente, medindo de 5 a 7,5 cm de comprimento, em formato de espada, com uma ponta longa e curvada, contendo de 10 a 20 sementes quadrangulares e amareladas em seu interior.

Partes usadas: Sementes secas (principalmente) e folhas.

Uso popular:  As informações disponíveis na literatura sobre os benefícios para a saúde e efeitos farmacêuticos de Trigonella foenum-graecum, responsável por suas propriedades medicinais conhecidas como carminativo, estimulante gástrico, antidiabético e galactagogo (indutor da lactação) e adiciona novos efeitos terapêuticos em pesquisas mais recentes como hipocolesterolêmico, antilipidemia, antioxidante, hepatoprotetor, anti-inflamatória, antibacteriana, antifúngica, anti-úlcera, antimutagênico, anticarcinogênico e diversos outros efeitos medicinais do feno-grego. (A maioria desses estudos usaram pó de semente)(YADAV UC1, Baquer NZ., 2014).

Usos culinários: as folhas secas são empregadas para aromatizar diferentes pratos orientais. As folhas frescas são cozidas como curry na Índia. Com as sementes germinadas são elaboradas saladas enquanto que no Egito e Etiópia são usadas para aromatizar pães e queijos.

Convém tostar as sementes para diminuir seu amargor. Seu aroma é parecido com o aipo ou salsão ((Apium graveolens)(ALONSO, J. 2004).

Composição química:  Estudo mostrou a presença de hidratos de carbono, de alcalóides, saponinas, taninos, compostos fenólicos e flavonóides em fração de metanol de sementes de Trigonella foenum-graecum. (SELVARAJ, R., 2015)

Segundo ALONSO, J.(2004)- Saponinas (do tipo esteroidal): fenugrekina, diosgenina, yamogenina, gitogenina, tigogenina, neotigogenina e fenugrina. Saponinas (do tipo não esteroidal): trigonelosídeos A, B e C. Nas folhas e talos foram identificados graecuninas. Lipídios insaturados (8-10%): ácidos linoleico, linolênico, oleico e palmítico. Glicídios (40-58%): estaquiose, trigofenosídeos A-G e mucilagem (20-30%) em sua maioria formados por galactomananos e encontrados nas paredes celulares do endosperma. Alcalóides: traços de trigonelina, gencianina, colina e carpina. Flavonóides: apigenina, luteolina, kaempferol, quercetina, vitexina, isovitexina, tricina, naringenina, saponaretina, orientina, homoorientina. Entre outros. O feno-grego (Trigonella foenum-graecum) pode ser uma fonte industrial de diosgenina para a produção de hormônios esteróides.

Composição nutritiva das sementes: proteínas, lipídios, fibras, carboidratos, cinzas, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio, magnésio, provitamina A, tiamina (vit. B1), riboflavina (vit. B2), ácido ascórbico (vit. C), niacina (vitamina B3), vitamina PP ou ácido nicotínico

Ações farmacológicas: A grande quantidade de compostos ativos contidos nesta planta conferem-lhe uma ampla versatilidade de ações farmacológicas. As mais investigadas são as atividades hipoglicemiantes e hipocolesterolemiantes, que vem se confirmando tanto em estudos com animais não-humanos como em humanos (ALONSO,J., 2004).

Atividade antimicrobiana: extratos aquoso, metanólico e cetônico de sementes de Trigonella foenum-graecum mostrou atividade antimicrobiana frente a bactérias causadoras de diarréia: Escherichia coliSalmonella spp., Vibrio spp., Shigella spp.(SELVARAJ, R., 2015)

Foram evidenciados, em animais de laboratório, atividades analgésica, antipirética e anti-inflamatória.(ALONSO,J., 2004)

O chá de ervas contendo feno-grego, dado a mulheres no pós-parto, que participaram de uma pesquisa para saber efeito sobre a produção de leite materno e ganho de peso dos bebes foi aceito como positivo para estes dois parâmetros.(Turkyılmaz C1 et all., 2011).

Interações medicamentosas: Devido a atividade hipoglicemiante demonstrada pelas sementes de feno-grego, pacientes diabéticos tipo 1 devem ajustar as doses de insulina, no caso de se administrar simultaneamente.

Pacientes com transtorno da tireoide devem ajustar as doses de hormônios tireoidianos, caso consumam simultaneamente com chá de feno-grego, porque pode diminuir a concentração sérica do hormônio tri-iodotironina (T3) e aumentar os níveis de tiroxina (T4). (ALONSO, J.(2004).

Contra-indicações:  O feno-grego é contraindicado em grávidas.

Observações: Curiosidades: “Foram os antigos gregos que acharam por acaso uma semente curativa no monte de feno. Conta a história que os agricultores gregos, na esperança de tornar seu feno, embolorado e rançoso, mais palatável para seus cavalos, temperavam a coisa com punhados de uma plantinha verde que tinha cheiro de aipo. Os animais doentes, principalmente aqueles com estômagos inflamados e intestinos irritados, logo mostravam sinais de estarem melhores e passavam a ter bom apetite. Espalhou-se que aquela mistura de plantas era a melhor maneira de levar uma vaca ou cavalo ao feno e fazer com que comessem”.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

SELVARAJ, R.; Rani, S. Jansi; Saravanan, D.: “Antimicrobial and phytochemical study of Trigonella foenum-graecum against diarrhoeal pathogens.” From Journal of Chemical and Pharmaceutical Research (2015), 7(7), 994-998. (SCIFINDER) Acesso 01 Abril 2016.

TURKYILMAZ C1, Onal E, Hirfanoglu IM, Turan O, Koç E, Ergenekon E, Atalay Y. – “The effect of galactagogue herbal tea on breast milk production and short-term catch-up of birth weight in the first week of life.” – J Altern Complement Med. 2011 Feb;17(2):139-42. (PuBMED) Acesso 05 Abril 2016.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

YADAV UC1, Baquer NZ. “Pharmacological effects of Trigonella foenum-graecum L. in health and disease.” – Pharm Biol. 2014 Feb;52(2):243-54. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24102093 – Acesso 04 Abril 2016.

http://temperante.blogspot.com.br/2011/08 – Acesso 30 Março 2016.

http://www.tropicos.org/Name/13057051 – Acesso 30 Março 2016.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-oxidanteAntibacterianaAntidiabéticoAntilipemianteAromáticaCarminativaGalactagogoHepatoprotetoraHipocolesterolemiante

EMBAÚBA-VERMELHA

09/01/2020 20:44

Cecropia glaziovii  Snethlage.

Urticaceae (antiga Cecropiaceae)  


Sinonímias: Cecropia macranthera Warb. ex Snethl. 

Nomes populares:  Imbaúba, imbaíba, umbaúba, ambaí, embaúba-vermelha, ambaitinga, baibeira, árvore-do-bicho-preguiça, pau-de-lixa, torém, etc. 

Origem ou Habitat: América do Sul. No Brasil ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul, onde ocorre na Floresta Atlântica. 

Características botânicas:  Árvore perene, com tronco e ramos cilíndricos e grandes folhas que se concentram nas partes terminais. Mede entre 10 a 15 m de altura, dioica, ou seja, existe a planta macho e a planta fêmea. As folhas são simples, lobadas(8-9 lobos) e peltadas , longo-pecioladas, medindo 30 cm de diâmetro. Indumento nas folhas e na estípula terminal avermelhado ou castanho-avermelhado. A face ventral é escabrosa e áspera, e a dorsal é alvo-tomentosa. As nervuras da face dorsal são avermelhadas. As flores são desprovidas de pétalas, miúdas, de cor roxa e estão reunidas em inflorescências do tipo amentilho. A infrutescência é carnosa, comestível e muito doce quando madura. O fruto individual é do tipo aquênio contendo muitas sementes com menos de 1 mm de diâmetro. A frutificação ocorre de dezembro a junho, na Ilha de Santa Catarina. 

Outras espécies relacionadas: 

Cecropia pachystachya Trécul (embaúba-branca); 

Cecropia catharinensis Cuatrecasas; 

Cecropia peltata L.; 

Cecropia hololeuca Miq. (embaúba-prateada); 

Cecropia obtusifolia Bertol.

Partes usadas:Folhas, raiz, frutos, cascas, brotos e látex. 

Uso popular:  Usada como adstringente, diurética, hipotensora, antidiabética, expectorante, hepática, emenagoga, antiespasmódica, analgésica, antileucorreica, anti-asmática, antigripal e reguladora do ritmo cardíaco. O látex é cáustico e utilizado topicamente como vulnerário. 

Além dos usos para fins medicinais, a madeira da embaúba é empregada para confecção de flutuadores, jangadas, brinquedos, salto de calçados, lápis, palitos de fósforo, aeromodelismo, forros, pólvora e pasta celulósica. A casca contém fibras resistentes utilizadas para a confecção de cordas rústicas. 

Composição química:  A espécie C. graziovii apresenta na sua composição química glicosídeos, proantocianidinas, flavonóides (isovitexina), alcalóides, taninos, polifenóis, saponinas, triterpenos. 

Quatro flavonóides majoritários presentes nos extratos aquosos de C. glaziovii e C. pachystachya foram identificados e quantificados como: ácido clorogênico (1,8 mg/g; 3,4 mg/g),isoorientina (0,4 mg/g; 2,1 mg/g), orientina (0,1 mg/g; 2,2 mg/g), isovitexina (0,9 mg/g; 0,9 mg/g) respectivamente. Flavonóides C-glicosilados e proantocianidinas são reportados para as espécies C. pachystachyaC. hololeuca e C. graziovii. 

Terpenóides e esteróides são relatados em várias espécies de Cecropia. 

  • Flavonóides: Isoorientina, orientina, vitexina, isovitexina e isoquercitrina. 
  • Ácidos fenólicos: Ácido clorogênico 
  • Proantocianidinas: Procianidinas B2 e C1 
  • Catequinas: (+) – catequina 

Ações farmacológicas: A espécie Cecropia glaziovii apresenta atividade gastroprotetora, anti-hipertensiva, depressora do SNC, sugerindo um perfil ansiolítico e antidepressivo; efeito broncodilatador e atividade cardiotônica, etc. 

Atividade hipoglicemiante é descrita para as espécies Cecropia obtusifoliaCecropia peltata e Cecropia pachystachya. 

Observações: O tronco da embaúba é oco e nele vivem formigas do gênero Azteca. Para muitos autores a interação Cecropia-Azteca é considerada mutualista, onde as formigas se beneficiam com abrigo e alimento (corpúsculos-de-Müller, produzidos na base do pecíolo) e as embaúbas se beneficiam contra herbivoria e plantas trepadeiras. Segundo o biólogo Pedro Carauta, estas formigas não são ferozes, a mordida é suave e pequena, sendo um excelente remédio para reumatismo. 

A embaúba-prateada (Cecropia hololeuca) não é habitada por formigas. 

Os frutos da embaúba são muito apreciados pela fauna silvestre: aves (tucano, gralha-azul, aracuã, tié), mamíferos (gambá, cuíca, morcego, macaco, graxaim, quati, bicho-preguiça) e contribuem para espalhar as sementes por toda a floresta onde vivem. 

O nome do gênero Cecropia vem de Cecrops, filho da Terra, meio homem e meio serpente, do grego, que significa “chamar, ecoar”, referindo-se ao caule e aos ramos ocos das plantas desse gênero, usados na fabricação de instrumentos de sopro.
 

 

Referências:
BALBACH, A. As plantas curam. 1ª ed. São Paulo: Editora Edel s/d 

CAICEDO, Pilar Ester Luengas et al. Seasonal and Intraspecific Variation of Flavonoids and Proanthocyanidins in Cecropia glaziovi Sneth. Leaves from Native and Cultivated Specimens. Zeitschrift Fuer Naturforschung. C, Journal Of Biosciences, [s.l.], v. 62, p.701-709, mar. 2007. 

CORADIN, L. (et al.) Espécies nativas da flora brasileira – plantas para o futuro,Região Sul,/ Brasília, MMA, 2011. 

COSTA, M.G. Estudo fitoquímico comparativo entre Cecropia glaziovii Sneth. e Cecropia pachystachya Trécul. Dissertação de Mestrado – UFSC, Florianópolis, 2009. 

DI STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A.. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2ª ed. rev. e ampl. – São Paulo: Editora UNESP, 2002. 

DRESCHER, L. (coord.) Herbanário da Terra – Plantas e receitas. 1ª ed. Laranja da Terra/ES, 2001. 

Ethnopharmacol 2010 Abr 21; 128 (3) :629-33. Hypoglycemic effects of Cecropia pachystachya in normal and alloxan-induced diabetic rats. 

Nat Prod Commun. 2011 Jun;6(6):913-20. Chemical and pharmacological aspects of the genus Cecropia. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. 

MICHALAK, E. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis/SC. Epagri, 1997. 

SANTOS, Talitha Caldas dos et al. Vasorelaxant effect of standardized extract of Cecropia glaziovii Snethl encapsulated in PLGA microparticles: In vitro activity, formulation development and release studies. Materials Science And Engineering: C, [s.l.], v. 92, p.228-235, nov. 2018. 

SILVA JUNIOR, A.A. Essentia herba – plantas bioativas. Florianópolis/SC: Epagri, 2006. 

SIMÕES, C.M.O. et al. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986. 

SOBRAL, M. & JARENKOW, J.A. (org.) Flora arbórea e arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil – 2ª ed. São Carlos: RiMa editora, 2013. 

http://www.tropicos.org/Name/21300081. Acesso em 03 de Fev 2014 

http://www.umpedeque.com.br/site_umpedeque/arvore.php?id=598 – acesso em 25 fev 2014.

Tags: AdstringenteAnalgésicoAntiasmáticaAntidiabéticoAntiespasmódicoAntigripaisDiuréticoEmenagogoExpectoranteHipotensor

CIPÓ-INSULINA

08/01/2020 15:56

Cissus sicyoides  L.

Vitaceae  


 Sinonímias: Vitis sicyoides (L.) Morales, Cissus brevipes C.V. Morton & Standl., Cissus elliptica Schltdl& Cham., Cissus obtusata Benth., Cissus umbrosa Kunth, Cissus canescens Lam., Cissus compressicaulis Ruiz & Pav. 

Nomes populares:  Cipó-insulina, insulina-vegetal, insulina, anil-trepador, cipó-pucá, cipó-puci, puçá, uva-branca, uva-do-mato, tinta-dos-gentios, cortina-de-pobre, cortina-japonesa, achite, caavurana-de-cunhan, etc

Origem ou Habitat: Nativa da região norte do país. 

Características botânicas:  Herbácea trepadeira, perene, vigorosa, de até 6 metros de altura, com ramos e folhas carnosas, com gavinhas opostas às folhas, que são simples, membranáceas, glabras, oblongas, pecioladas, mais ou menos dentadas, de 4 a 7 cm de comprimento e 2,5 a 4,5 cm de largura. Flores pequenas, de cor creme ou amarelo-esverdeada, dispostas em inflorescências corimbiformes. Fruto drupa ovoide-globosa, de cor roxo-escura, com polpa carnosa, contendo uma única semente de cerca de 6 mm de comprimento. Multiplica-se por sementes e por enraizamento dos ramos. 

Partes usadas:Folhas, talos e frutos. 

Uso popular:  Considerada antidiabética, anti-inflamatória, antibacteriana, emenagoga, aumentando a resistência de vênulas e arteríolas (Drescher, 2001). O chá das folhas é utilizado principalmente para o tratamento de problemas cardíacos, incluindo taquicardia e pressão alta (Van den Berg, 1983), além de hidropsia, anemia, derrames, tremores e como ativador da circulação sanguínea (Lorenzi & Matos, 2002). O suco das folhas e ramos é utilizado em regiões da Amazônia contra epilepsia por sua ação anticonvulsivante e nos últimos anos tem sido muito empregada como hipoglicemiante. (Lorenzi & Matos, 2002). Em Cuba é utilizada para transtornos respiratórios, como catarro, tosse e asma. É usada externamente para afecções de pele, como furúnculos e abscessos e também para fraturas (uso comum no México) (Gupta, 1995). 

Composição química:  Estudos fitoquímicos evidenciaram a presença de esterois, quinonas e compostos fenólicos nas folhas e antocianinas no fruto. Outras investigações apontaram a presença de aminoácidos, alcaloides, saponinas, taninos, açúcares, esterois, lactonas sesquiterpênicas e luteolina (Gupta, 1995). Possui flavonóides como cianidina, cianidina-3-arabinosideo, cianidina-3-rhamnosil-arabinosideo, delfinidina, delfinidina-3-O-beta-D-glucosideo, delfinidina-3-O-beta-D-rutinosideo, delfinidina-3-rhamnosideo, canferol 3-α-ramínosideo e quercetina 3-α-ramínosideo (Gupta, 1995; Beltame, et al., 2001). Contém alfa e beta-carotenoides, sais de magnésio, manganês, silício, cálcio, fósforo, potássio e oxalato de cálcio (Drescher, 2001), beta-sitosterol sitosterol-beta-D-glucopiranosideo (Beltrame, et al., 2002). 

  • Flavonóides: Canferol 3-ramnosideo, quercetina 3-ramnosideo, canferol 3- α -ramnosideo, quercetina 3- α -ramnosideo, dentre outros. 
  • Esteróides: Sitosterol e 3β-O-β-D-glucopiranosilsitosterol 
  • Cumarinas: Sabandina, 5,6,7,8-tetra-hidroxicumarina-5β-xilopiranósido 
  • Outros: Ácido fítico 

Ações farmacológicas: Apesar de uma das indicações ao uso da planta ser a qualidade antidiabético atribuída popularmente, os estudos em modelos animais tem-se mostrado contraditórios nesse aspecto. Autores como Viana, et al., 2004, colocam a redução de até 25% na glicose de animais diabéticos com o uso do extrato aquoso da planta, enquanto outros, como Beltrame, et al., 2002 chegam a resultados que negam este uso popular. Os resultados também são contraditórios no que se refere a níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue com o uso do extrato aquoso. No entanto, um dos estudos aponta atividade antibacteriana para dois compostos da planta (beta-sitosterol e sitosterol-beta-D-glucopiranosideo) (Beltrame, et al., 2002). A ação anticonvulsivante foi demonstrada em estudos com modelos animais, com ação protetora frente a convulsões induzidas (Gupta, 1995).

Contra-indicações:  Não foram encontrados na literatura consultada, entretanto, como a planta demonstrou em alguns estudos atividade estimulante uterina em modelos animais (Gupta, 1995) e pela falta de informações que atestem a segurança do uso durante a gravidez, não é recomendável o seu uso nesta situação. 

Posologia e modo de uso: Faz-se a infusão das folhas, utilizando 1 folha fresca da planta para 1 xícara de água quente. Tomar de 1 a 2 vezes por dia. Para uso externo, como anti-inflamatório, recomenda-se amassar as folhas frescas com um pilão e aplicar sobre a área afetada (Drescher, 2001).
 

 

Referências:
ALMEIDA, Edvaldo Rodrigues de et al. Anxiolytic and Anticonvulsant Effects on Mice of Flavonoids, Linalool, and -Tocopherol Presents in the Extract of Leaves ofCissus sicyoidesL. (Vitaceae). Journal Of Biomedicine And Biotechnology, [s.l.], v. 2009, p.1-6, 2009. 

BELTRAME, Flávio L., Sartoretto, Juliano L., Bazotte, Roberto B., Cuman, Roberto N., Cortez Diógenes, A. G. Estudo fitoquímico e avaliação do potencial antidiabético do Cissus sicyoides l. (VITACEAE). Quim. Nova, Vol. 24, No. 6, 783-785, 2001. 

BELTRAME, Flávio L., Pessini, Greisiele L., Doro, Dani L., Dias Filho, Benedito P., Bazotte, Roberto B., Cortez, Diógenes A. G. Evaluation of the Antidiabetic and Antibacterial Activity of Cissus sicyoides. Brazilian Archives of Biology and Technology. Vol. 45 – No 1 – Curitiba. Março 2002 

DRESCHER, Lírio (coordenador). Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. – 1. ed. 2001. Pp. 29 

GUPTA, M. P. (editor). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo, CYTED. Satafé de Bogotá, D.C., Colombia. 1995. Pp. 571-573 

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. – 1. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 501 

SALAZAR, M.a.r et al. Chemical composition, antioxidant activity, neuroprotective and anti-inflammatory effects of cipó-pucá (Cissus sicyoides L.) extracts obtained from supercritical extraction. The Journal Of Supercritical Fluids, [s.l.], v. 138, p.36-45, ago. 2018. 

SALGADO, Jocelem Mastrodi; MANSI, Débora Niero; GAGLIARDI, AntonioCissus sicyoides: Analysis of Glycemic Control in Diabetic Rats Through Biomarkers. Journal Of Medicinal Food, [s.l.], v. 12, n. 4, p.722-727, ago. 2009. 

VAN DEN BERG, M.E. Plantas Medicinais na Amazônia – Contribuição ao seu conhecimento sistemático. CNPq/PTU, Belém, PA. 1982. Pp. 163-164 

VIANA, Glauce SB., Medeiros, Ana CC., Lacerda, Ana MR., Leal, L Kaline AM., Vale, Tiago G., Matos, F José A. – Hypoglycemic and anti-lipemic effects of the aqueous extract from Cissus sicyoides. BioMed Central Pharmacology 2004, 4:9 

http://www.tropicos.org/Name/34000222 Acesso 12 abril 2014.

Tags: AfecçõesAnemiaAnti-inflamatórioAntibacterianaAntidiabéticoAsmaCatarroDerrameEmenagogoHidropsiaTaquicardiaTosseTremores

BUVA

04/01/2020 23:39

Erigeron bonariensis L.
Asteraceae (antiga Compositae)  


SinonímiasConyza bonariensis (L.) Cronquist, Conyza ambigua DC., Conyza leucodasys Miq., Erigeron crispus Pourr., Erigeron linifolius Willd., Erigeron spiculosus Hook. & Arn., entre outros.

Nomes popularesBuva, buva-do-campo, rabo-de-raposa, rabo-de-foguete, erva-carniceira, voadeira, catiçoba, rama negra (Colômbia), etc

Origem ou HabitatÉ nativa da América do Sul e ganhou o mundo, cresce em todos os continentes.

Características botânicasHerbácea anual, ereta, pouco ramificada, vigorosa, caule estriado e densamente folioso, medindo até 1 metro de altura. Folhas simples, densamente pubescentes, estreito-lanceoladas, membranáceas e glandulosas, medindo de 10-15 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos pequenos de cor esbranquiçada reunidas em panículas terminais. Frutos secos pequenos.

A espécie Erigeron canadensis difere de Erigeron bonariensis por possuir panícula maior e pela margem foliar denticulada, quase sem ramificação e os ramos muito enfolhados. (LORENZI, 2006) 

Partes usadas: Folhas.

Uso popularA infusão das folhas é empregada para indigestão, como adstringente, antidiarreica, diurética, antirreumática, protetor hepático, doenças venéreas e infecções urinárias. Também é anti-helmíntica, inseticida e parasiticida.

Composição químicaÁcidos fenólicos (clorogênico, cafeico, neoclorogênico, 3,4-dicafeoilquínico, 3,5-dicafeoilquínico, 4,5-dicafeoilquínico); Flavonóides (apigenina, luteolina, escopoletina, quercitrina, pendulina, patuletrina, ); óleo essencial(limoneno) ; esteróides; cinarina; taninos; cumarinas; entre outros.

Ações farmacológicas: Mostrou em animais, atividades anticolinérgica, inotrópica positiva, anti-inflamatória e antibacteriana.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Pode ocorrer dermatite de contato em pessoas sensíveis.

Contra-indicaçõesÉ contra indicada na gravidez e amamentação.

Observações: Existem outras espécies: Erigeron canadensis L., Erigeron sumatrensis Retz. e outras.

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

LORENZI, Harri – Manual de identificação e controle de plantas daninhas. 6ª ed. Nova Odessa, SP / Instituto Plantarum, 2006.

https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense/plantae/magnoliophyta/asteraceae/conyza-lorentzii – Acesso 30 Abril 2015.

ZAHOOR, Aqib; Khan, Afsar; Ahmad, Viqar U.; Ahmed, Amir; Khan, Saleha S.; Ali, Muhammad I.”Two New Octulosonic Acid Derivatives and a New Cyclohexanecarboxylic Acid Derivative from Erigeron bonariensis L.”- From Helvetica Chimica Acta (2012), 95(9), 1613-1622.- https://scifinder.cas.org/ – Acesso 30 Abril 2015.

ZAHOOR, Aqib; Hussain, Hidayat; Khan, Afsar; Ahmed, Ishtiaq; Ahmad, Viqar Uddin; Krohn, Karsten “Chemical constituents from Erigeron bonariensis L. and their chemotaxonomic importance.” From Records of Natural Products (2012), 6(4), 376-380. https://scifinder.cas.org/ – Acesso 30 Abril 2015.

http://www.tropicos.org/Name/2702433?tab=synonyms – Acesso 30 Abril 2015.

Tags: AdstringenteAnti-helmínticaAnti-reumáticoAntidiabéticoDiuréticoIndigestãoInseticida

AVEIA

28/12/2019 02:11

Avena sativa  L.

Familia botânica:Poaceae 

SinonímiasAvena byzantina K. Koch, Avena fatua subsp. sativa (L.) Thell., Avena fuscoflora Schur, e outras 166 sinonímias.

Nomes populares: Aveia, aveia-comum, aveia-branca(BRA), avena (Spanish), cultivated oat (English, United States), Oat (English), yan mai, etc.

Partes usadas: Farinha ou flocos.

Características botânicas: A Avena sativa é uma planta anual, bem adaptada ao clima subtropical do sul do Brasil, sendo cultivada nos três estados. Seus flocos são facilmente adquiridos no comércio de alimentos. Os grãos da aveia possuem casa forte e fibrosa, que não é comestível, sendo necessário sua remoção. Os grãos descascados são submetidos ao vapor para inativação de enzimas, tostados e então flocados. O método deflocagem produz flocos grandes ou inteiros, flocos médios e finos, que quando submetidos à moagem fornecem a farinha e o farelo de aveia.

Uso popular:  A aveia tem sido muito utilizada ao longo dos anos na alimentação humana e animal. Na medicina caseira tem seu emprego no equilíbrio do ciclo menstrual, alívio da dismenorreia, osteoporose e infecção do trato urinário. É considerada estimulante, antiespasmódica, diurética e neurotônica. O leite de aveia é utilizado para aliviar afecções da pele.

Informações científicas:

👥(HU): A literatura reporta que o uso tópico da aveia é eficaz como coadjuvante no tratamento de dermatites e assaduras.N ão há evidência clara do benefício de dietas contendo grãos integrais sobre os fatores de risco de doenças cardiovasculares como pressão arterial e dislipidemia.

Observação do uso clínico em Florianópolis: A aveia pode ser utilizada na alimentação de pessoas convalescentes (em processo de recuperação após doenças) ou em casos de dislipidemia (colesterol elevado). Utiliza-se a água de aveia com boa resposta em casos de dermatoses pruriginosas (que causam coceiras), em banhos para dermatites de fraldas e em compressas para aliviar queimaduras de sol.

Modo de Usar

Acrescentar na dieta alimentar o mingau da farinha de aveia ou dos flocos de aveia para pessoas convalescentes ou com dislipidemia.

Preparo de água de aveia: Colocar duas colheres de sopa de flocos de aveia orgânico em um pano limpo, enrolar para manter a aveia empacotada e posteriormente emergir em uma bacia contendo meio litro de água; ficar apertando até a água ficar “leitosa”. Utilizar essa água para fazer banhos em compressas para dermatoses pruriginosas (coceiras), dermatites de fraldas e queimaduras do sol.

Cuidados no uso desta espécie: 

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso. Não existem estudos sobre a con-traindicação dessa planta.

Referências: 

KALAAJI, A. N.; WALLO, W., A randomized controlled clinical study to evaluate the effectiveness of an active moisturizing lotion with colloidal oatmeal skin protectant versus its vehicle for the relief of xerosis. Journal Of Drugs In Dermatology. Rochester, p. 1265-1268. 1 out. 2014

REYNERTSON, A. K. et al., Anti-inflammatory activities of colloidal oatmeal (Avena sativa) contribute to the effectiveness of oats in treatment of itch associated with dry, irritated skin. Journal Drugs Dermatology.. Skillman, p. 43-48. jan. 2015

33. Kelly S., et al., Whole grain cereals for the primary or secondary prevention of cardiovascular disease. Cochrane Data-base of Systematic Reviews 2017, Issue 8. Art.34.

Brown L, Rosner B, Willett W W, Sacks F M. Cholesterol-lowering effects of dietary fiber: a meta-analysis. American Journal of Clinical Nutrition 1999; 69(1): 30-42.

WORTHINGTON, H. V., et al. Interventions for preventing oral mucositis for patients with cancer receiving treatment. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011.

SINGH, Rajinder; De, Subrata; Belkheir, Asma Avena sativa (Oat)​, A Potential Neutraceutical and Therapeutic Agent: An Overview – Critical Reviews in Food Science and Nutrition (2013), 53(2), 126-144. (Scifinder art. 8) Acesso 8 SET 2015.

ZHANG, Wei-Ku; Xu, Jie-Kun; Zhang, Li; Du, Guan-Hua “Flavonoids from the bran of Avena sativa” – Zhongguo Tianran Yaowu (2012), 10(2), 110-114. (Scifinder art.9) Acesso 8 SET 2015.

http://www.tropicos.org/Name/25509314?tab=synonyms – Acesso 9 SET 2015.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Aveia-comum – Acesso 9 SET 2015.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-oxidanteAnticolesterolêmicoAntidiabéticoCicatrizante