TANSAGEM

24/02/2020 14:48

Plantago major  L.

Plantaginaceae


Nomes populares: Tanchagem, tanchagem-maior, tanchás, tachá, tansagem, tranchagem, transagem, sete-nervos, tançagem, tanchagem-média, plantagem.

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e naturalizada em todo o sul do Brasil (Lorenzi & Matos, 2002).

Características botânicas: planta herbácea, perene, ereta, não possui caule, pode chegar até 40 cm de altura. As folhas são dispostas em roseta basal, com pecíolo longo e lâmina membranácea com nervuras bem destacadas, de 15-25 cm de comprimento. Flores muito pequenas, hermafroditas, dispostas em inflorescências espigadas eretas sobre haste floral de 20-30 cm de comprimento, de cor verde-amarelada. Os frutos são cápsulas elipsóides de 2 a 4 mm de largura. As sementes são facilmente colhidas raspando-se entre os dedos a inflorescência. Multiplica-se por sementes. A raiz é fasciculada. Outras espécies, muito semelhantes, são utilizadas no Brasil para os mesmos fins na medicina popular, sendo a Plantago lanceolata Hook. de origem européia e a Plantago australis Lam. nativa do Sul e Sudeste do Brasil. Outra espécie, de origem oriental, Plantago ovata Forssk. é descrita com detalhes pelo dr. Jorge Alonso, no Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos, 2002, e apresenta os mesmo usos medicinais.

Partes usadas: Folhas e sementes.

Uso popular: No Brasil é considerada diurética, antidiarreica, expectorante, hemostática e cicatrizante, sendo empregada contra infecções das vias respiratórias superiores (faringite, amigdalite, estomatite), bronquite crônica e como auxiliar no tratamento de úlceras pépticas. Também são empregadas, tanto as flores como as sementes, contra conjuntivite e irritações oculares devidas a traumatismos. As sementes são utilizadas como laxante(neste caso deve-se beber água e colocar as sementes para inchar em água) e depurativas enquanto as folhas são empregadas internamente no tratamento da diarreia. Utilizada para tratar afecções de pele (acne e cravos), queimaduras e picadas de insetos. Usada como auxiliar no tratamento dos que querem deixar do hábito de fumar.

As folhas jovens são usadas como alimento em saladas e refogados.

Relato popular de uso em tensão pré menstrual (TPM).

Composição química:  Contém mucilagens de ácidos urónicos (3 a 6%), pectinas, glucosídeos iridóides (asperulósido, aucubósido), taninos, ácido cafeico e seus ésteres (clorogênico, neoclorogênico) e derivados do ácido cinâmico (acteósido), ácido silícico livre e combinado, cumarinas (esculetina), vários ésteres osídicos de ácido cafeico (verbascósido, plantamósido).³ Possui sais de potássio (até 0,5%), enzimas (invertina e emulsina), saponinas, vitamina C, flavonoides (plantaginina) e ácidos orgânicos (cítrico e málico). Um estudo sobre as quantidades de proteínas, açúcares, vitaminas e minerais explica o seu uso como alimentos.

Flavonoides: Luteolina, Apigenina, Baicaleína, dentre outros.

Alcalóides: Indicaina e plantagonina

Terpenoides e Esteróides: Ácido ursólico, ácido oleanólico, ácido de sitosterol, 18β-gliciretínico, dentre outros.

Iridóides: Aucubina, loliolide, asperuloside, majorósideo, dentre outros.

Acidos fenólicos: Plantamajosideo, verbacosideo, ácido clorogênico, ácido fumárico, ácido siríngico, ácido vanílico, dentre outros.

Ácidos graxos: Ácido lignocérico, ácido palmítico, ácido esteárico, dentre outros.

Polissacarídeos: Xilose, arabinose, ácido galacturônico, dentre outros.

Ações farmacológicas: As mucilagens têm efeito emoliente, antialérgico, expectorante e reduzem a assimilação intestinal dos glúcidos e lipídeos. Os glucosídeos iridóides têm ação anti-inflamatória, os taninos conferem-lhe atividade adstringente e as sementes possuem ação laxativa. Em um estudo, alguns compostos puros encontrados no extrato da planta demonstraram uma potente atividade antiviral. Entre eles, o ácido cafeico demonstrou forte atividade contra herpes-vírus (HSV-1 e HSV-2) e adenovírus (ADV-3) e o ácido clorogênico demonstrou atividade contra o adenovírus 11 (ADV-11). Em outro estudo, o extrato da planta exibiu atividade imunomodulatória, aumentando a proliferação de linfócitos e secreção de interferon-y em concentrações baixas.

Interações medicamentosas: No seu trajeto pelo intestino, as sementes podem interferir com a absorção de outros fármacos (glucosídeos cardiotônicos, derivados cumarínicos, vitamina B12, carbamazepina, sais de lítio, cálcio, cobre, magnésio e zinco), por este motivo deve-se ter precaução de não administrá-la junto a algum outro tratamento (Alonso, J., 2004).refere-se á P. ovata.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Para as sementes se menciona a possibilidade de gerar flatulência ou sensações de obstrução de esôfago ou intestino, principalmente quando a quantidade de líquido ingerido com a planta é insuficiente.

Contra-indicações: As sementes não devem ser administradas na presença de obstruções do trato gastrointestinal.

Evitar o uso em gestantes.

Posologia e modo de uso: Uso interno: como laxante e depurativo: infusão das sementes, preparado adicionando-se água fervente em um copo contendo uma colher de sopa de sementes deixadas em maceração durante a noite;

contra infecções das vias aéreas, fazer gargarejo de seu chá, 2 a 3 vezes por dia (2 colheres de sopa das folhas picadas para 1 xícara de chá de água fervente).

Para dores de garganta tomar 3 x ao dia a infusão de 1 colher de sopa de folhas picadas para 1 xícara de chá de água fervente.

Uso externo: cataplasma preparado com folhas amassadas, misturado com glicerina e aplicado sobre feridas, queimaduras e picadas de insetos;

para prostatites, é indicado banho de assento, de duração de 20 minutos, 2 vezes por dia, preparado através da fervura de 5 colheres de sopa de folhas picadas em 1 litro de água(Lorenzi & Matos, 2002; Panizza, 1997.

Observações: Existem outras espécies de Plantago usadas como remédio, apesar de informantes relatarem que Plantago major é melhor.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 633-635.

ADOM, Muhammad Bahrain et al. Chemical constituents and medical benefits of Plantago major. Biomedicine & Pharmacotherapy, [s.l.], v. 96, p.348-360, dez. 2017.

CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 600-601.

DRESCHER, L. (coordenador). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 109.

CHIANG, L. C. et al W. In Vitro Cytotoxic, Antiviral and Immunomodulatory Effects of Plantago major and Plantago asiatica. The American Journal of Chinese Medicine (AJCM). 2. ed. v. 31, 2003. p. 225-234.

CHIANG, L. C. et al. Antiviral activity of Plantago major extracts and related compounds in vitro. Antiviral Research, v.55, n. 1, p. 53-62, July 2002.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 382-383.

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p 190-191.

REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: [s. i.], 2000. p. 75-78.

SAMUELSEN, Anne Berit. The traditional uses, chemical constituents and biological activities of Plantago major L. A review. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 71, n. 1-2, p.1-21, jul. 2000.

STUART, M. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Barcelona: Ediciones Omega S. A., 1981. p. 241-242.

Tags: AntidiarreicoBronquiteCicatrizanteDepurativoDiuréticoExpectoranteHemostáticoLaxanteQueimaduraÚlceras

SÁLVIA-REAL

22/02/2020 16:21

Salvia officinalis  L.

Lamiaceae (antiga Labiatae)


SinonímiasNão encontrado sinonímia. Existem muitas variedades desta espécie.

Nomes populares: Sálvia-real, sálvia-das-boticas, sálvia, chá-da-Grécia, erva-sagrada, sálvia-dos-jardins, sálvia-comum.

Origem ou Habitat: Região Sul da Europa ou Região Mediterrânea.

Características botânicas: Herbácea perene, aromática, ereta ou decumbente, ramificada na base formando touceira. Mede de 30 a 60 cm de altura. Folhas simples, opostas, glandulares ou rugosas, finamente dentadas, de cor esbranquiçada na face inferior e verde-grisácea na face superior, medindo de 3-6 cm de comprimento. Flores azul-violáceas agrupadas em longas espigas terminais, porém, pouco frequente em nossas condições.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Segundo Lorenzi & Matos (2002), “suas folhas são empregadas como condimento na culinária de vários países desde tempos medievais, sendo cultivada no Hemisfério Norte como planta ornamental.”

Na medicina caseira suas folhas e inflorescências são empregadas para indigestão, problemas de fígado, contra a sudorese excessiva, lactação e salivação. É usada como auxiliar no tratamento da gota, dispepsia, astenia (fraqueza), diabetes, bronquite, intestino preso e menopausa.

Externamente é empregada contra mordidas de insetos, infecções de pele, gengiva, garganta e boca, inclusive aftas e mau-hálito.

Composição química: Óleo essencial: A e B-tujonas (35-60%), A-terpineol, linalol, óxido de cariofileno, 1,8 cineol, A-pineno, mirceno, canfeno, limoneno, ocimeno, cânfora (15%), timol, acetato de bornilo, sabinol e linalol.

Princípios amargos: diterpenos fenólicos (carnosol ou picrosalvina, ácido carnosílico, rosmanol, manool, etc.)

Flavonóides: luteolina, apigenina, vicenina, hispidulina, genkwanina, etc.

Taninos: saponinas.

Ações farmacológicas: Em animais de laboratório destacaram-se as seguintes atividades: digestiva e antiespasmódica, antimicrobiana e antiviral e anti-secretora.

A neurotoxicidade do óleo essencial é atribuída à tujona.

Interações medicamentosas: A Sálvia pode interferir, se tomada simultaneamente com agentes hipoglicemiantes e anticonvulsivantes. Também pode potencializar os efeitos sedativos de barbitúricos e benzodiazepínicos. (Newall. et al., 1996 apud Alonso, J. 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo essencial na forma isolada, provoca quadros convulsivantes, em especial por uso prolongado, tanto em animais como em humanos, devido à presença de tujonas e alcanfor. (Blumenthal, M., 1998 apud Alonso, J., 2004).

Contra-indicações: Evitar o uso do óleo essencial desta planta.

Evitar usar esta planta em mulheres grávidas e lactantes e em pacientes epiléticos.

Evitar usar em crianças.

Evitar o consumo excessivo e por longos períodos.

O dr. Jorge Alonso não aconselha o uso oral do óleo essencial da Salvia officinalis em aromaterapia, por ser muito estreita a margem terapêutica.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 954-959.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 263.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.tropicos.org/Name/17600600 – Acesso 16 OUT 2015.

Tags: AsteniaBronquiteCondimentoDispepsiaIndigestão

SALSA

20/02/2020 00:06

Petroselinum crispum  (Mill.) Fuss.

Apiaceae


SinonímiasApium petroselinum L., Apium crispum Mill., Petroselinum vulgare Lag., Wydleria portoricensis DC.

Nomes populares: Salsa, salsinha, salsa-de-cheiro, salsa-das-hortas, cheiro-verde, salsa-cultivada, perejil(Espanha, Argentina), Petersilien (Alemanha).

Origem ou Habitat: A salsa é originária da Grécia e da Ilha de Sardenha, com distribuição pela região mediterrânea, norte da África e sudoeste da Ásia. É muito cultivada nas zonas temperadas de todo o mundo.

Características botânicas: Erva anual ou bianual, ereta, perenifólia, aromática, medindo de 15-90 cm de altura. Raiz carnosa e bem desenvolvida. Folhas pecioladas, compostas pinadas, de formas variadas dependendo da cultivar ou variedade, de 3-10 cm de comprimento. Flores pequenas, amarelo-esverdeada, reunidas em umbelas terminais dispostas acima da folhagem. Os frutos são aquênios, muito pequenos, medindo 2 mm de comprimento por 1-2 mm de largura, circular, de cor verde grisáceo. Multiplica-se por sementes.

Partes usadas: Frutos (confundidos com sementes), folhas e raiz.

Uso popular: Esta planta é considerada a erva condimentar mais usada na culinária em todo o mundo, havendo hoje dezenas de cultivares e variedades das mais diferentes formas e tamanhos de folhas.

Na medicina tradicional é considerada diurética, emenagoga, sedativa, emoliente e antiparasitária.

Usos etno-medicinais: a infusão das folhas ou sementes é usada em casos de tosse, catarro, bronquite, transtornos menstruais, nervosismo, reumatismo, gases, cistite, edemas, cólicas intestinais e como galactagogo. Externamente é empregado para combater lêndeas e piolhos do couro cabeludo.

Em Cuba a decocção ou mastigação das folhas é empregada para tratar disfonia e para fortalecer as cordas vocais, enquanto que a decocção da raiz é usada como abortivo.

Na Europa, empregam-se as folhas e talos frescos cortados e macerados com vinagre, na forma de cataplasma para favorecer a cicatrização de abcessos, feridas, chagas, úlceras e eliminar manchas da pele.

No Marrocos, a decocção de raízes de salsa e malva (Malva sylvestris) é empregada em casos de nefrite, e a infusão das folhas de salsa é usada como agente anti-hipertensivo em cistite.

Na Turquia, a salsa ou perejil, é indicada para diabetes.

Em muitos países é costume mastigar folhas de salsa para eliminar o mal hálito produzido pela ingestão de dentes de alho, cebola.

Composição química: Óleo essencial- sementes (2-7%), folhas (0,05-0,3%), raiz (0,1-0,5%): apiol, miristicina, tetra-metoxi-alilbenzeno, p-mentadienos (aldeídos), p-metil-acetofenona, cetonas, 1,3,8-p-mentatrieno, 1-metil-4-isopropenilbenzeno, alfa-pineno, beta-pineno, beta-mirceno, beta-ocimeno, beta-felandreno, p-terpineno, alfa-terpineol (monoterpenos), cariofileno, alfa-copaeno (sesquiterpenos), linalol, carotol (alcoóis terpênicos), petrósido (glicosídeo monoterpênico).

Flavonóides: nas folhas e sementes: glicosídeos de apigenina e luteolina (apiína, luteolina-7-apiosil-glicosídeo. Na raiz predomina apiína. Exclusivo nas folhas a apigenina-7-glicosídeo e a luteolina-7-diglicosídeo.

Furanocumarinas – sementes, folhas e raiz (traços): bergapteno, xantotoxina, oxi-peucedanina, psoraleno, imperatorina, isoimperatorina, isopimpinelina, 8-MOP(methoxypsoralen).

Outros compostos: ácido petroselínico (óleo fixo), óleo-resina, provitamina A, ácido ascórbico, vitaminas do complexo B (nas partes verdes).(Alonso, 2004).

Composição nutricional por 100 g de folhas: calorias 60; proteínas 4,4 g; carboidratos 9,8 g; fibras 4,3 g; água 81,9 g; sódio 33 mg; potássio 1.000 mg; cálcio 245 mg; fósforo 128 mg; magnésio 41 mg; ferro 8 mg; flúor 0,10 mg; retinol 1,2 mg; vitamina B1 0,14 mg; vitamina B2 0,30 mg; niacina 1,4 mg; vitamina C 166 mg; zinco 900 mg; cobre 520 mg; cromo 7 mg; selênio < 100 mg . (Alonso, 2004

Ações farmacológicas: Além de ser considerado nutritivo pelo seu conteúdo em minerais e vitaminas, possui ação diurética, estrogênica e antioxidante.

Interações medicamentosas: Referências principalmente ao óleo essencial.

A salsa possui alto conteúdo de vitamina K que pode antagonizar drogas anticoagulantes, se tomado mais de 10 gotas do óleo essencial ao dia.

A atividade diurética da salsa pode requerer um ajuste nas doses das drogas anti-hipertensivas.

OBS.: muitas interações e efeitos adversos podem acontecer com o uso abusivo e crônico do óleo essencial da salsa.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo essencial principalmente por sua composição em apiol, miristicina, bergapteno e xantotoxina pode ser tóxico. Quantidades superiores a 10 gotas de óleo essencial ao dia pode resultar em aborto, em doses mais elevadas produz intoxicação do fígado, lesão nos rins, diarreia, vômito, alterações do ritmo cardíaco inclusive paralisação e morte. Outro componente tóxico do óleo essencial, a miristicina, afeta o sistema nervoso central e pode produzir convulsões. A xantotoxina e o bergapteno são fototóxicos que reagem em contato com a luz produzindo lesões na pele.

ATENÇÃO: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa, recomendamos não utilizar este produto, aproveitando as outras preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta.

Contra-indicações: O óleo essencial é contra-indicado na gravidez e lactação, e em pessoas com insuficiência renal. Aplicações externas, como o cataplasma, é contra-indicado em pessoas com histórico de alta sensibilidade cutânea.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (chá) de frutos ou 1 colher (sopa) de folhas para cada copo(250 ml) de água fervente. Tomar dois copos ao dia.

Óleo essencial: duas gotas em 1/2 copo de água, 2x ao dia.

Observações: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa, recomendamos não utilizar este produto na forma de óleo essencial, aproveitando as outras preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.botanical-online.com/toxicidad_del_perejil.htm – acesso em 27 de janeiro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/27900127 – acesso em 26 de janeiro de 2013.

Tags: AbortivoBronquiteCatarroCicatrizanteCistiteCólicaCondimentoDisfoniaEdemaEmenagogoEmolientesFeridasFlatulênciaNervosismoReumatismoSedativoTosse

RUBIM

19/02/2020 23:43

Leonurus sibiricus  L.

Lamiaceae (antiga Labiatae)


SinonímiasLeonurus manshuricus Yabe, Leonurus sibiricus var. grandiflora Benth. A espécie Leonurus japonicus Miq. é considerada sinonímia da espécie Leonurus sibiricus por alguns botânicos

Nomes populares: Rubim, erva-macaé, erva-das-lavadeiras, erva-dos-zangões, erva-das-mamangavas, quinino-dos-pobres, cordão-de-são-francisco, chá-de-frade, erva-de-santos-filhos, amor-deixado, pasto-de-abelhas, agripalma-siberiana, motherwort, marijuanilla.

Origem ou Habitat: Nativa da China, Sibéria e Japão. No Brasil medra espontânea no Sul e Sudeste.

Partes usadas: Folhas, flores e sementes.

Uso popular: É planta considerada útil como produtora de néctar para as abelhas (Roig & Mesa J.,1988 apud Alonso, J., 2004).

São alegadas às suas preparações propriedades úteis nos casos de dores reumáticas, transtornos gastrointestinais (folhas), bronquite e malária. Para o tratamento de bronquite e tosse comprida usar as flores. A planta inteira e as sementes são empregadas nos casos de sangramento pós-parto, menstruação excessiva e dolorida, edema, abcessos e problemas renais.

Na China é empregada a decocção das sementes como diurética e para combater as desordens menstruais.

Na Malásia, a infusão é empregada como analgésico e para tonturas e vertigens.

A literatura etnofarmacológica recomenda que sejam empregadas suas partes verdes na preparação dos chás.

Ações farmacológicas: Estudos farmacológicos com todas as espécies deste gênero Leonurus, demonstrou que são eficazes como calmante do coração e antitrombóticas (Brown, D., 1995 apud Lorenzi & Matos, 2002).

Interações medicamentosas: A administração de extratos de Rubim simultaneamente com digitálicos, diuréticos e laxantes antraquinônicos pode potencializar os efeitos destas drogas. (Alonso, J., 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Doses de 3 g pode provocar gastroenterites e contrações uterinas. As folhas frescas podem causar dermatites de contato e o óleo essencial é fotossensibilizante. Não utilizar altas doses devido ao conteúdo em glicosídeos cardioativos.

Contra-indicações: Deve ser evitado por mulheres grávidas, lactantes, pessoas em tratamento com cardiotônicos (devido possível potencialização dos efeitos.

Observações: A espécie Leonurus cardiaca L. é muito semelhante e possui as mesmas propriedades do Rubim. Em relação ao nome cardiaca é em referência a cardias, do grego significa estômago, em alusão a seu uso como digestivo em outras épocas. (ALONSO, 2004).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BADAMI, R. C.; Patil, K. B.- “Minor seed oils. X: Physico-​chemical characteristics and fatty acid composition of seven minor oils”. From Journal of the Oil Technologists’ Association of India (Mumbai, India) (1975), 7(3), 82-4. (Scifinder) Acesso 20 OUT 2015.

HSU, CHIH-FANG “A chemical study of the seed of Leonurus sibiricus, L. (I-​maotsao) and the composition of its oil”. From Acad. Sinica Mem. Natl. Res. Inst. Chem. (1932), 8, 1-32. (Scifinder) Acesso 20 OUT 2015.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

TANG, TENG-HAN; Hsu, Chih-Wan “The chemical constituents of the Chinese drug i-​mutsao”. From Journal of the Chinese Chemical Society (Peking) (1940), 7, 105-10. (Scifinder) Acesso 20 OUT 2015.

WU H.,Fronczek FR, Ferreira D, Burandt CL Jr, Zjawiony JK. “Labdane diterpenoids from Leonurus sibiricus.”J Nat Prod. 2011 Apr 25;74(4):831-6. doi: 10.1021/np100956k. Epub 2011 Mar 4.- Acesso 20 OUT 2015.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Leonurus_sibiricus – Acesso 25 OUT 2015.

http://www.tropicos.org/Name/17601479?tab=synonyms – Acesso 20 OUT 2015.

Tags: BronquiteDiuréticoDores reumáticasTosse

QUITOCO

19/02/2020 23:30

Pluchea sagittalis  (Lam.) Cabrera.

Asteraceae 


SinonímiasConyza sagittalis Lam., Pluchea quitoc D.C., Pluchea suaveolens (Vell.) Kuntze, Gnaphalium suaveolens Vell.

Nomes populares: Quitoco, erva de lucero, erva luzeira, tabacarana, madre-cravo, yerba del lucero, cuatrocantos, árnica.

Origem ou Habitat: América do Sul, especialmente no Sul do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.

Cresce em solos baixos e úmidos, ao redor de rios.

Características botânicas: Herbácea medindo de 1-2 m de altura, caule ereto, apresentando quatro aletas ou asas (quadrialados). Folhas lanceoladas, ligeiramente dentadas, alternas e decorrentes ( Diz-se da folha cujo pedúnculo está pegado ao longo da haste em quase todo o seu comprimento). Capítulos florais hemisféricos (como cilindros achatados) de 1 cm de diâmetro, cor variando do lilás ao branco-rosado, suaves ao tato, se agrupam em inflorescências corimbosas e aparecem durante o verão.

Partes usadas: Partes aéreas, inflorescências.

Uso popular: Segundo a Irmã Eva Michalak (1997), o quitoco é indicado para bronquite, tosse, flatulência, reumatismo, afecções do fígado, inflamação do útero, resfriado e dores no corpo e como digestivo.

Na Argentina e países vizinhos é recomendado a infusão das folhas e capítulos florais como sedativo, colagogo, colerético, anti-espasmódico, anti-flatulência, febrífugo e contra a gonorreia. Os ramos e as folhas em decocção é empregada para tratar a tosse e febre, e uso externo para lavar e desinfetar erupções e feridas.

Composição química: Nas partes aéreas encontram-se:

Compostos fenólicos: ésteres do ácido caféico, ácidos clorogênico e isoclorogênico.

Óleo essencial: canfeno, l-alcanfor, humuleno, a e b-pineno, d-limoneno, 1,8-cineol, p-cimeno, citronelol, acetato de bornilo, cariofileno, a-terpineol, acetato de geraniol, borneol, linalol, a-tuyeno.

Outros: taraxasterol, heterosídeos flavônicos (quercetina, quercitrina, pirocatequina, trimetoxi-flavonas), centaureidina, crisofenol D, taninos, saponinas, leucoantocianidinas, esteróis, e outros.

Na planta inteira foram isolados: cumarinas, pirocatequina, pirocatecol, floroglucinol, pirogalol e flavonóides (quercitrina, quercetina, pirocatequina.

Ações farmacológicas: Foram evidenciadas, em testes com animais, as seguintes atividades farmacológicas: colagoga, colerética, antioxidante, anti-inflamatória e antiviral.

Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura pesquisada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não existe informação a respeito.

Contra-indicações: Não existe informação a respeito. Por precaução, gestantes e lactantes devem evitar seu uso.

Posologia e modo de uso: Infusão: 2 colheres (chá) de parte aérea triturada para 1 xícara (150 ml) de água fervente. Tomar 1 xícara ao dia pela manhã.

Pode-se agregar ao chimarrão.

Observações: A denominação “yerba del lucero” não tem uma explicação bem definida e aparentemente é devido ao seu uso secular tomado pela manhã, na hora da estrela da manhã (hora del lucero).

A outra denominação “cuatrocantos”, refere-se as quatro asas que apresenta o talo.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/decorrentes [consultado em 20-03-2015].

MICHALAK, E., Irmã. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis: Epagri, 1994.

http://www.tropicos.org/Name/2717659?tab=synonyms – Acesso em 20 Março 2015.

Tags: BronquiteDigestivoFlatulênciaResfriadoReumatismoTosse

PARIPAROBA

17/02/2020 22:34

Pothomorphe umbellata  (L.)Miq.

Piperaceae


SinonímiasPiper umbellatum L., Pothomorphe sidaefolia (Link & Otto) Miq., Peperomia umbellata Miq., Peperomia umbellata (L.) Kunth, Lepianthes umbellata (L.) Raf. ex Ramamoorthy.

Nomes populares: Pariparoba, caapeba, aguaxima, capeva, catajé.

Origem ou Habitat: Típica da Mata Atlântica, pode ser encontrada nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e sul da Bahia.

Partes usadas: Folhas, hastes e raízes.

Uso popular: O potencial medicinal desta espécie está na cura de feridas e inflamações em geral. Os usos etnofarmacológicos descritos para a espécie são diversos, dentre os quais estão tratamento de epilepsia (Coimbra, 1958), disfunção hepática, bronquite asmática, cicatrizante e anti-inflamatório, febrífugo, sedativa e analgésica, repelente de insetos, anti-malária e a atividade antioxidante comprovada cientificamente, atribuída ao fenilpropanóide 4-nerolidilcatecol (MATTANA & MING et all, 2015).

Segundo Irmã Eva Michalak (1997), é indicada para resfriados, baço, fígado, gastralgias, azia, úlceras, hemorroidas, asma, pressão alta e dor de dente.

Lorenzi & Matos (2008) assinalam que é considerada diurética, antiepilética, contra febre, usada contra doenças do fígado, inchaços e inflamações das pernas. A decocção das raízes é indicada para doenças do fígado e da vesícula.

Composição química: Segundo LORENZI & MATOS: Os compostos citados são: óleo essencial, esteróides, mucilagens, substâncias fenólicas e pigmentos.

Principais constituintes do óleo essencial de folhas de Pothomorphe umbellata: D-germacreno, a-selineno, trans-cariofileno, espatulenol, δ-cadineno, δ-elemeno, g-cadineno, óxido de cariofileno, b-elemeno, epi-a-cadinol, a-copaeno, a-cubebeno, b-bourboneno, b-gurjuneno, g-muuroleno, trans-nerolidol, cubenol, trans-anetol e a-muuroleno (MATTANA & MING et all, 2015). Em um artigo de 2003: O estudo fitoquímico das folhas de Potomorphe umbellata resultou no isolamento de onze substâncias, entre as quais duas amidas (arboreumina e arboreumina glicosilada), cinco flavonas (vitexina-glucopiranosídeo, apigenina-D-glucopiranosídeo, orientina-D-glucopiranosídeo, 5-hidroxi-7,3′,4′-trimetoxi-flavona e velutina), duas lignanas (sesamina e diidrocubebina), um fenilpropanóide (ácido p-cumárico), além do 4-nerolidilcatecol

Ações farmacológicas: Estudos farmacológicos (em animais) permitiu a descrição de ações biológicas diversas como antitumoral (Sacoman et al., 2008) antiinflamatória, analgésica (Perazzo et al., 2005) e fotoprotetora (Röpke et al., 2005; da Silva et al., 2009).

O metabólito secundário melhor caracterizado de Pothomorphe umbellata é o fenilpropanóide 4-nerolidilcatecol (4-NC) (Kijjoa et al., 1980), que possui comprovada atividade antioxidante (Soares et al., 2007), antiinflamatória (Perazzo et al., 2005; Soares et al., 2007), antibacteriana (Kashima et al., 1998), antimicrobiana (Soares et al., 2007), fotoprotetora (Röpke et al., 2005) e indutora de apoptose (Brohem et al., 2009)(apud VALLE & MING, 2013).

o extrato etanólico de Pothomorphe umbellata mostrou atividade fungicida contra cepas resistentes de Trichophytum rubrum.

Posologia e modo de uso: Como diurética e estimulantes das funções estomacais, hepáticas, pancreáticas e do baço: decocção de 1 colher (chá) de raízes picadas para 1 xícara de água, na dose de 1 xícara pela manhã em jejum e outra antes do almoço.

Para febres e afecções das vias respiratórias (tosse e bronquite) é indicado o xarope das folhas e hastes.

Suas folhas são empregadas externamente, na forma de cataplasma, para queimaduras leves, furúnculos, dor de cabeça e reumatismo.

Observações: No caso de Pothomorphe umbellata, os óleos essenciais se concentram nos idioblastos localizados nas células parenquimáticas (Marinho, 2008 apud MATTANA & MING et all, 2015).

As atividades farmacológicas despertaram o interesse da indústria cosmética e de manipulação por P. umbellata, principalmente devido ao sucesso como agente tópico fotoprotetor.

Referências:

BERGAMO, Debora Cristina Baldoqui “Avaliação química dos componentes não voláteis e voláteis e estudo biossintético do 4-nerolidilcatecol em Potomorphe umbellata (Piperaceae).” Tese de doutorado. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Araraquara. Instituto de Química, abr. 2003. Acesso 17 Agosto 2015.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

MATTANA, R.S.; MAIA E ALMEIDA, C.I.; OLIVEIRA, P.F.C.; LIMA, L.P.; HABER, L.L.; MING, L.C.; MARQUES, M.O.M. “Efeitos de diferentes tempos de extração no teor e composição química do óleo essencial de folhas de pariparoba [Pothomorphe umbellata (L.) Miq.]. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, SP. v.17, n.1, p.150-156, 2015. Acesso 14 Agosto 2015.

SANTANA, HT. et all. “Essential oils of leaves of Piper species display larvicidal activity against the dengue vector, Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)”. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, SP. v.17, n.1, p.105-111, 2015. Acesso 14 Agosto 2015.

VALLE, J.S.; Fonseca, B.K.D.; Nakamura, S.S.; Linde, G.A.; Mattana, R.S.; Ming, L.C.; Colauto, N.B.: “Diversidade genética de populações naturais de pariparoba [Pothomorphe umbellata (L.) Miq.] por RAPD”. Rev. bras. plantas med. vol.15 no.1 Botucatu, SP,2013. Acesso 17 Agosto 2015.

SPONCHIADO Jr. E.C. et all.; “Potomorphe umbellata(L.)Miq. – uma revisão de literatura sobre a espécie, bem como seus aspectos químicos e farmacológicos mais importantes.” -Revista Fitos Vol.3 Nº01 março 2007,Centro de Apoio Multidisciplinar – CAM, Biotecnologia, Universidade Federal do Amazonas, UFAM, Manaus, AM, Brasil.

http://www.tropicos.org/Name/25002115?tab=synonyms. Acesso 14 Agosto 2015.

2012 Sep;22(3):265-9. doi: 10.1016/j.mycmed.2012.05.005. Epub 2012 Aug 10. Pothomorphe umbellata: antifungal activity against strains of Trichophyton rubrum. Rodrigues ER1, Nogueira NG, Zocolo GJ, Leite FS, Januario AH, Fusco-Almeida AM, Fachin AL, de Marchi MR, dos Santos AG, Pietro RC.entrada em 03/07/16.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-oxidanteBronquiteCicatrizanteFebrífugaFeridasRepelenteResfriadoSedativo

ORÉGANO

17/02/2020 22:25

Origanum vulgare  L.

Lamiaceae


SinonímiasMicromeria formosana C. Marquand, Origanum gracile C. Koch, Origanum creticum Lour.

Nomes populares: Orégano, manjerona-silvestre, mejorana (Espanha), marjolaine sauvage (França), origano (Italia).

Origem ou Habitat: É nativo da Europa e Ásia Central (WYK & WINK, 2004) e cultivado no Brasil. O orégano Origanum vulgare faz parte da medicina popular da Grécia e especialmente em Creta, onde é considerada endêmica.

Características botânicas: Herbácea perene, aromática, ereta, de hastes algumas vezes arroxeadas, medindo de 30-50 cm de altura (segundo LORENZI & MATOS, 2002) e de 75-90 cm de altura (segundo ALONSO, 2004). Folhas simples, esparso-pubescentes, de 1-2 cm de comprimento. Flores esbranquiçadas, róseas ou violáceas, dispostas em glomérulos e reunidos em inflorescências paniculadas terminais.

Existem muitos cultivares desta espécie.

É muito semelhante à espécie Origanum majorana (manjerona-verdadeira).

Partes usadas: Partes aéreas.

Uso popular: É uma planta usada como especiaria muito empregada na culinária italiana. Na medicina caseira é utilizada para tratar gripes e resfriados, indigestão, flatulência, distúrbios estomacais, cólicas menstruais, bronquite, asma, artrite e dores musculares (LORENZI & MATOS, 2002).

Na região de origem é considerada estomáquica, expectorante e antiespasmódica. O chá (infuso) ou seu óleo diluído são usados topicamente para higiene bucal, tratar congestão nasal, feridas e pruridos cutâneos (WYK & WINK, 2004).

Composição química: Óleo essencial: carvacrol, timol, terpineol, terpineno, cineol, borneol, limoneno, alfa e beta pineno, p-cimeno, B-cariofileno, bisaboleno, sabineno, eucaliptol.

  • Outros: ácidos fenólicos (cafeico, rosmarínico, ursólico, clorogênico); flavonóides (derivados do kaempferol, luteolina, apigenina, diosmetina, quercetina); taninos; resina.
  • Óleo essencial: Timol, carvacrol, C- terpineno, sabineno, 1,8-cineol, β-ocimeno, β-cariofileno, dentre outros.
  • Flavonoides: Apigenina, luteolina, crosseriol, dentre outros.
  • Compostos Fenólicos: Derivados do ácido rosmarínico, do ácido cafeico e do ácido protocatecuico, dentre outros.

Ações farmacológicas: Antioxidante, digestivo, antimicrobiano, anti-espasmódico, anti-inflamatório, antitussígeno.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Altas doses do óleo essencial pode provocar sonolência e em pessoas sensíveis pode provocar dermatite.

Contra-indicações: O óleo essencial e a infusão é contra indicado para mulheres grávidas e em fase de amamentação.

Posologia e modo de uso: O chá feito com 1-2 g de erva seca pode ser tomado três vezes ao dia.

O óleo essencial nunca deve ser tomado internamente (WYK & WINK, 2004).

Observações: O Origanum vulgare (orégano) é muito similar ao Origanum majorana (manjerona) e as duas espécies são frequentemente confundidas.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

KOLDAS, Serkan; Demirtas, Ibrahim; Ozen, Tevfik; Demirci, Mehmet Ali; Behcet, Luetfi – Phytochemical screening, anticancer and antioxidant activities of Origanum vulgare L. ssp. viride (Boiss.) Hayek, a plant of traditional usage. Journal of the Science of Food and Agriculture (2015), 95(4), 786-798. Acesso 20 Fev 2015

PESAVENTO, G.; Calonico, C.; Bilia, A. R.; Barnabei, M.; Calesini, F.; Addona, R.; Mencarelli, L.; Carmagnini, L.; Di Martino, M. C.; Lo Nostro, A.- Antibacterial activity of Oregano, Rosmarinus and Thymus essential oils against Staphylococcus aureus and Listeria monocytogenes in beef meatballs. From Food Control (2015), Ahead of Print. Acesso 20 Fev 2015.

PARK, J. H.; Kang, S. N.; Shin, D.; Shim, K. S. – Antioxidant enzyme activity and meat quality of meat type ducks fed with dried oregano (Origanum vulgare L.) – Asian-Australasian Journal of Animal Sciences (2015), 28(1), 79-85 – Acesso 20 Fev 2015.

SINGH, Pankaj; KOTHIYAL, Preeti; RATAN, Parminder. PHARMACOLOGICAL AND PHYTOCHEMICAL STUDIES OF ORIGANUM VULGARE: A REVIEW. International Research Journal Of Pharmacy, [s.l.], v. 9, n. 6, p.30-34, 23 jul. 2018.

RAO, Gottumukkalavenkateswara et al. Chemical constituents and biological studies of Origanum vulgare Linn. Pharmacognosy Research, [s.l.], v. 3, n. 2, p.143-145, 2011.

GIULIANI, Claudia et al. Congruence of Phytochemical and Morphological Profiles along an Altitudinal Gradient inOriganum vulgaressp.vulgarefrom Venetian Region (NE Italy). Chemistry & Biodiversity, [s.l.], v. 10, n. 4, p.569-583, abr. 2013.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.tropicos.org/Name/17600223 Acesso 19 Fev 2015.

Tags: AntiespasmódicoAsmaBronquiteCólicaCondimentoEstomáquicoExpectoranteFlatulênciaGripeIndigestãoResfriado

MASTRUÇO RASTEIRO

14/02/2020 23:15

Coronopus didymus  (L.) Smith.

Brassicaceae (Cruciferae)


SinonímiasSenebiera pinnatifida DC., Senebiera didyma Pers.

Nomes populares: Menstruz, mastrunço, mastruz, mestruz rasteiro, mentrusto, mastruço-de-Buenos-Aires, mentrasto.

Origem ou Habitat: América do Sul. Trata-se de uma planta muito comum no Brasil, que se adapta melhor aos solos úmidos onde se desenvolve com espontaneidade, florescendo no mês de setembro (CRUZ, 1979). É utilizada também no Uruguai e na Argentina; Cresce em hortas, pastagens e lavouras de inverno.

Características botânicas: Erva anual, rasteira, ramos decumbentes com até 40 cm de comprimento, pubescentes. Folhas pinatisectas, as basais são pecioladas e as da porção terminal dos ramos são sésseis, alternas. Inflorescência tipo racemo. Flores brancas ou verdes, muito pequenas (até 1 mm de comprimento), 4 sépalas ovaladas verdes, 4 pétalas hialinas menores que as sépalas, 2 estames ou raramente 4. frutos silículas indeiscentes, comprimidas lateralmente.

Partes usadas: Folhas, flores e sementes.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha usa-se toda a planta na forma de decocção, externamente em contusões, machucaduras e hematomas. Internamente, em distúrbios pulmonares. Também se usa na forma de salada, para o tratamento de infecções urinárias, problemas de estômago e fraturas ósseas. Segundo a literatura toda a planta é empregada na forma de infusão (LUTZEMBERGER, 1985), como estomáquico, expectorante, depurativo, nas afecções das vias respiratórias, tosse, bronquite (CRUZ, 1979). Também usado no tratamento de escorbuto e tuberculose. O suco é vermicida (LUTZEMBERGER, 1985).

Informações científicas: 🐁 (AN): Estudo mostrou que o extrato alcoólico das partes aéreas da planta possui potencial anti-inflamatório, antialérgico, antipirético e hipoglicêmico (Busnardo et al., 2010; Mantena et al., 2005; Noreen et al., 2016).

Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão das partes aéreas do C. didymus usada internamente tem boa resposta para aliviar sintomas de infecções respiratórias. Externamente é empregada na forma de infusão ou alcoolatura para machucados e contusões.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitantemente a outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno da infusão em gestantes e lactantes. Não existem relatos de efeitos adversos com esta planta apesar do largo uso medicinal e alimentício.

Posologia e modo de uso

🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sopa das partes aéreas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: pode ser feito cataplasma e maceração com álcool ou cachaça e aplicar nos locais afetados.

Tintura: na proporção de 1:10 em álcool 70% e 1:5 em álcool 90%. Deixar armazenado em garrafa de vidro e em local escuro por no mínimo 15 dias e utilizar para uso tópico na forma de compressas com auxílio de um algodão ou pano limpo para alívio de dores reumáticas, artralgias e contusões.

Consumo in natura: Para uso como como salada, deve ser colhido antes da floração.

Composição química: Óleo essencial (substâncias sulfuradas) , sais minerais e vitaminas (LORENZI 2008), flavonóides chrysoeriol e seu glicosideo( Mishra B, Priyadarsini KI, Kumar MS, Unnikrishnan MK, Mohan H.). Na sua composição química, destacam-se óleos essenciais (substâncias sulfuradas), sais minerais e vitamina, além dos flavonóides, crisoeriol e seu glicosideo, (crisoeriol-6-O-acetil-4′-β-D -glucosideo) e stigmastanol. Possui também alguns glucosinolatos, capazes de alterar o gosto do leite de vacas que se alimentam de pasto infestados de Coronopus didymus, deixando o leite com gosto picante e odor forte, e a manteiga com gosto de queimado e picante.

Observações: No Brasil o nome “mastruço” é utilizado ainda para outras plantas da mesma família, do gênero Lepidium (PIO CORREA, 1926-1978); e também para Chenopodium ambrosioides L. var. Anthelmintica (L.) A. Gray., da família Amaranthaceae (Chenopodiaceae) (MATOS, 1994), o que pode provocar confusão.

Referências: 

1. CRUZ, G. L Dicionário de Plantas Úteis do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.

2. DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. 2001. p. 90.

3. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 189-190

4. LUTZENBERGER, L. Revisão da nomenclatura e observações sobre as angiospermas citadas na obra de Manuel Cypriano D’Ávila: “Da flora medicinal do Rio Grande do Sul”. 1985. Dissertação (Bacharelado em Ciências Biológicas, ênfase em Botânica) – Faculdade de Biologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1985.

5. MANTENA, S. K. et al. Antiallergic, Antipyretic, Hypoglycemic and Hepatoprotective Effects of Aqueous Extract of Coronopus didymus LINN. Biological & Pharmaceutical BulletinVol., [S.I.], v. 28, n. 3, p.468, 2005.

6. MISHRA, B. et al. Effect of O-glycosilation on the antioxidant activity and free radical reactions of a plant flavonoid, chrysoeriol. Bioorganic & Medicinal Chemistry, v. 11, n. 13, p. 2677-2685, 3 July 2003.

7. NITZ, A. C. Estudo morfométrico na cicatrização de feridas cutâneas em ratos, utilizando Coronopus didymus e Calendula officinalis. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005

8. PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p 148-149

9. PARK, R. J. Benzyl Thiocyanate Taint in the Milk of Dairy Cattle ingesting Coronopus didymus Sm. Nature, v. 207, n. 640, 07 August. 1965. Disponível em: <https://www.nature.com/articles/207640a0>.

10. PRABHAKAR, K.R.; SRINIVASAN, K.K.; RAO P.G.M. Chemical Investigation, Anti-inflammatory and Wound Healing Properties of Coronopus didymus. Pharmaceutical Biology, v. 40, n. 7, p. 490-493, October 2002.

11. MISHRA, B. et al.Effect of O-glycosilation on the antioxidant activity and free radical reactions of a plant flavonoid, chrysoeriol. Bioorg Med Chem. [S.I.], v. 11, n. 13, p. 85-2677, 3 jul. 2003. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0968089603002323?via%3Dihub>.

12. BUSNARDO, T. M., et al., Anti-inflammatory evaluation of Coronopus didymus in the pleurisy and paw oedema models in mice. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 128, n. 2, p.519- 525, mar. 2010. Elsevier BV. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874109007727?via%3Dihub>.

13. MANTENA, S. K., et al., Antiallergic, Antipyretic, Hypoglycemic and Hepatoprotective Effects of Aqueous Extract of Coronopus didymus LINN. Biological & Pharmaceutical Bulletin, [s.l.], v. 28, n. 3, p.468-472, 2005. Pharmaceutical Society of Japan. Disponível em: <https://www.jstage.jst.go.jp/article/bpb/28/3/28_3_468/_article>.

14. NOREEN, Hafiza, et al., Bioassay-guided isolation of cytotoxic flavonoids from aerial parts of Coronopus didymus. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 194, p.971-980, dez. 2016. Elsevier BV. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S037887411631529X?via%3Dihub>.

 

Tags: BronquiteContusõesDepurativoExpectoranteHematomaTosse

MALVARIÇO

14/02/2020 22:48

Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng.

Lamiaceae (Labiatae)


SinonímiasColeus amboinicus Lour., Plectranthus aromaticus Roxb., Coleus aromaticus Benth., Majana amboinica (Lour.) Kuntze.

Nomes populares: Malvariço, malvarisco, orégano-francês, hortelã-graúda, hortelã-da-folha-grossa, hortelã-da-bahia, malva-do-reino, malva-de-cheiro, hortelã-grande.

Origem ou Habitat: Originária da Ilha de Amboin na Nova Guiné e cultivada em todos os países tropicais e subtropicais.

Características botânicas: Plectranthus amboinicus é uma planta herbácea, perene, com folhas bastante aromáticas, semicarnosa e com flores azuladas ou róseas. Sua propagação pode ser feita por estacas produzidas a partir dos seus ramos e o seu cultivo pode ser realizado em local com bastante incidência de sol ou à meia sombra. Esta espécie diferencia-se das outras do gênero Plectranthus (P. barbatus e P. ornatus), conhecidas popularmente como “boldos”, por não ter o sabor amargo característico dessas duas outras plantas.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Planta muito utilizada como condimento alimentar e indicada na medicina popular em casos de tosse, rouquidão, bronquite, inflamação da boca, dores de garganta. É realizado também o uso tópico do infuso em afecções de pele. O sumo das folhas como medicação oral é utilizado para problemas ovarianos e uterinos e considerado antirreumático, antifúngico, anti-inflamatório, antitumoral e protetor da mucosa bucal. No Nordeste tradicionalmente é feito um lambedor com as folhas que é usado por crianças para aliviar sintomas de gripes, resfriados e tosses.

Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas do P. amboinicus tem bom resultado em sintomas decorrentes de gripes, resfriados, tosses e infecções respiratórias.

Informações científicas: 🐁 (AN): Estudo in vivo demonstrou para o extrato aquoso das folhas as atividades analgésica e anti-inflamatória.  🧫 (IV): O óleo essencial apresentou atividade antibacteriana in vitro contra Klebsiela pneumoniae e Staphylococcus aureus , bem como mostrou alguma interferência sobre a efetividade anti-Candida de alguns antifúngicos.

Modo de usar

Uso interno: A infusão é preparada com uma a quatro folhas frescas para uma xícara de água (200mL), até 3x ao dia.

Lambedor: Preparar uma calda de açúcar em ponto de bala e no final mergulhe até 5 folhas da planta. Após resfriar, utilizar para sintomas decorrentes de problemas respiratórios.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso (ver no seção “interações medicamentosas”). Evitar o uso interno em gestantes, lactantes e crianças menores de 2 anos No lambedor, em crianças menores de 12 anos, usar no máximo 6 folhas por dia.

Composição química: Cânfora, carvacrol e timol (óleo volátil), limoneno, glicosídeos (beta-sisterol, beta-D, glicosídeo), tanino, oxalato de cálcio, flavonóides (flavonas salvigenina, 6-metoxigenkwanina, quercetina, crisaeriol, lutedeína, apigenina, erioductol e flavonol)e mucilagem.

Ações farmacológicas: Antimicrobiano local, anti-reumático, antiinflamatório, antitumoral, demulcente, balsämico e protetor da mucosa bucal.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Há poucos estudos de avaliação de sua segurança. Apesar de apresentar atividade anti-fúngica sinérgica com alguns anti-fúngicos demonstrado em um estudo, a planta apresentou também atividade antagônica com outros anti-microbianos. Recomenda-se, portanto, precaução na administração da planta conjuntamente com esses medicamentos, podendo interferir nos efeitos terapêuticos desejados.

Posologia e modo de uso: Infusão: picar 2-3 folhas numa xícara e verter água quente. Abafar por 10 min. Coar e tomar 1 xícara 2-3 vezes ao dia.

Xarope: Tomar 1-2 colheres de sopa 3x ao dia.

Balas ou pirulitos: apurar o xarope de maneira convencional.

Lambedor: as folhas inteiras depois de lavadas podem ser sugadas lentamente, uma a uma, com açúcar ou mel, até seis folhas por dia.

Referências: 

CHANG, J. M. et al. Potential Use of Plectranthus amboinicus in the Treatment of Rheumatoid Arthritis. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, [S.I.], v. 7, n. 1, p. 115–120, 2010.

DRESCHER, L.(coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra-ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 78.

GURGEL, A. P. A. D. et al. In vivo study of the anti-inflammatory and antitumor activities of leaves from Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng (Lamiaceae). Journal of Ethnopharmacology, [S.I], v. 125, n. 2, p. 361-363, 7 September 2009.

LORENZI, H; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 259-260

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2. ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. p. 160.

OLIVEIRA, R. A. G. et al. Interferência do óleo essencial de Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng sobre a atividade anti-Candida de alguns antifúngicos utilizados clinicamente. Rev. Bras. Farmacogn., João Pessoa, v. 17, n. 2, Apr./June 2007.

Tags: AnalgésicoAntiespasmódicoBronquiteCatárticoEmenagogoTosse

MALVA

13/02/2020 21:47

Malva sylvestris  L.

Malvaceae


Sinonímias: M. glabra Desrouss., M. hirsuta Vir., M. mauritiana L., M. obtusa Moench., M. sinensis Cav, M. vulgaris Ten.

Nomes populares: Malva selvagem, malva-maior.

Origem ou Habitat: Europa, oeste da Ásia e norte da África.

Características botânicas: A espécie M. sylvestris é glabra ou pilosa, com até 1 m de altura. Possui folhas alternas simples, 3 – 7 lobadas, de 6 – 12 cm de diâmetro, longo pecioladas, com poucos pelos, palminérvea, com margem irregularmente serrada.

Flores hermafroditas, diclamídeas, pentâmeras, lilás a violáceas reunidas em inflorescência axilares do tipo fascículo; cálice com 5 pétalas estreitas na base e bilobadas no ápice e linhas longitudinais escuras, muitos estames soldados pelos filetes, formando um tubo proeminente na flor, anteras lilases.

Partes usadas: Folhas, flores e frutos.

Uso popular: Suas folhas, flores e frutos são empregados na forma de infusão no tratamento de bronquite crônica, tosse, asma, enfisema pulmonar e coqueluche, bem como nos casos de colite e constipação intestinal. Em dose excessiva é laxativo. Externamente, na forma de banho localizado, é empregada contra afecções da pele, contusões, furúnculos, abscessos e picadas de insetos e, na forma de bochechos e gargarejos, contra inflamações e afecções da boca e garganta

Composição química: As folhas e flores contém mucilagem (10% e 20%), menores quantidades de caroteno, vitamina C e do complexo B. As sementes contém 18 a 25% de proteínas e 35% de gordura. As flores ainda possuem antocianinas (malvidin 3,5-diglicosídeo (malvidina), malvidin 3-glicosídeo e cyanidin 3-glicosídeo), cuja concentração usual em infusões é suficiente para a ação terapêutica em tratamentos da tosse. Também estão presentes pequena quantidade de taninos (ácido rosmarínico) e proantocianidinas.

Segundo estudos recentes, são considerados nutracêuticos e antioxidantes: flavonóides, fenóis, carotenóides, tocoferóis, ácidos graxos insaturados (ácido a- linolênico), e minerais. (BARROS, 2010).

Ações farmacológicas: A ação demulcente das mucilagens, bem como de outros polissacarídeos, está descrita na literatura e justificaria o emprego deste vegetal em inflamação gastrointestinal.

Foram realizados ensaios clínicos com 120 pacientes com diversas afecções do trato respiratório, principalmente bronquite crônica, classificados como excelentes ou bons, abrangeram 77% dos casos, validando o seu uso nestas indicações.

Posologia e modo de uso: As flores (uma colher de chá-em média 2g)e as folhas (uma colher de sobremesa– em média 5g) podem ser empregadas sob a forma de infuso em uma xícara de chá..

Observações: Esta espécie Malva sylvestris não é encontrada em hortas caseiras no Brasil.

A espécie encontrada nas hortas caseiras é a Malva parviflora, conhecida popularmente como malva-de-dente.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BARROS, Lillian; Carvalho, Ana Maria; Ferreira, Isabel C. F. R. – ” Leaves, flowers, immature fruits and leafy flowered stems of Malva sylvestris: A comparative study of the nutraceutical potential and composition.” – From Food and Chemical Toxicology (2010), 48(6), 1466-1472. (Scifinder) Acesso 23 NOV 2015.

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

GILMAN. A.G.; GOODMAN, L.S.; GILMAN. A. (Eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1983, v.2.

WAGNER, H.; WIESENAUER, M. Phytotherapie: Phytopharmaka und pflanzliche Homöopathika. Stuttgart: Gustav Fischer, 1995.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

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