GRAVIOLA

11/02/2020 21:15

Annona muricata  L.

Annonaceae


SinonímiasAnnona bonplandiana Kunth, Annona cearensis Barb. Rodr., Annona muricata var. borinquensis Morales, Guanabanus muricatus M. Gómez.

Nomes populares: Graviola, araticum, araticum-de-comer, jaca-do-pará, jaqueira-mole, pinha, fruta-do-conde, curaçau, ata-de-lima, ata, coração-da-rainha, guanabana (Peru, Cuba, México), anon (Haiti), sap-sap (África).

Origem ou Habitat: México e América tropical. No Brasil é amplamente cultivada nos estados do Nordeste.

Características botânicas: Árvore de até 8 metros de altura, com folhas obovado-oblongas, brilhantes, medindo 8-15 cm de comprimento. Flores solitárias, cálice de sépalas triangulares e pétalas externas grossas de cor amarela. Os frutos são grandes, tipo baga, tem a superfície espinhosa, grande, medindo 25-35 cm de comprimento, com polpa esbranquiçada mucilaginosa e ácida.

A espécie afim Annona montana Macfad. possui propriedades similares

Partes usadas: Cascas, raízes, folhas, flores, polpa e as sementes da fruta.

Uso popular: O chá das folhas é usado contra problemas do coração, insônia, febre, malária, hepatite, diarreia, mal de sete dias (tétano)( Ming, Lin Chao, 2006); os frutos em estado verde são usados para combater a disenteria e tratar aftas das crianças (sapinho); no Brasil come-se como legume, cozidos, assados ou fritos em fatias. Depois de maduro, a polpa tem sabor agradável e ligeiramente ácido, sendo constituída por quase pura celulose de difícil digestão, por isso o uso é melhor aproveitado com a extração do suco para o preparo de bebidas, sorvetes, geleias. São consideradas peitorais, antiescorbútica, diuréticas e febrífugos. O óleo essencial extraído das folhas e dos frutos verdes, de cheiro desagradável, associado ao óleo de amêndoas, é indicado em fricções nos casos de nevralgias e reumatismo. As folhas amassadas e misturadas com azeite quente servem para resolver os furúnculos e abcessos. No Pará, a graviola foi indicada popularmente para tratamento de diabetes, como calmante e antiespasmódico (BERG, Maria Elisabeth van den:). As folhas são usadas para eliminar vermes (Hoehne, 1919). As folhas da graviola são sudoríficas e peitorais (Dias da Rocha, 1919).

Alguns autores (2008) registram que tem aumentado o uso do chá das folhas da graviola como agente emagrecedor e medicação contra alguns tipos de câncer.

a dose média indicada é uma colher de sobremesa de folhas para uma xícara de água 3 vezes ao dia.

Composição química: Acetogeninas – são tetrahidrofuranos presentes nas sementes e folhas, dentre as que destacam-se: annomuricinas A,B e C, gigantetrocinas A e B, gigantetronenina (cis e trans), annonacinas e isoannonacinas, muricinas, muricatetrocinas, annocatalina, solamina, xilomaticina, etc.

Alcalóides: annomonicina, annomurina, annonaína, annoniína, asimilobina (do tipo isoquinolínico), etc. Outros alcalóides: muricinina, estefarina, coreximina, aterospermina e aterosperminina.

Outros: amida N-p-coumaroil-tiramina, taninos, compostos polifenólicos (ácido caféico, ácido p-cumárico, leucoantocianinas, ácido hidrociânico, ácido ascórbico, sacarose, fitoesteróis (B-sitosterol, estigmasterol, arronol, ipuranol), ácido y-aminobutírico, ácido málico e óleo fixo nas sementes (Alonso, J., 2004).

Ações farmacológicas: Extratos das folhas tem poderoso efeito hipotensor em cobaias. (MILLIKEN, William et all., 1992; CAVALCANTE, Paulo B., 2006 apud CARRARA, D., 2010 ).

Pesquisas recentes na UFC reconhecem o potente efeito hipoglicemiante das folhas da graviola.

Possui atividades antitumorais e antiparasitárias. (Alonso, J., 2004).

Interações medicamentosas: Pode potencializar drogas anti-hipertensivas cardiodepressoras.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Annonacinas estão relacionadas ao risco de neurotoxicidade.

Contra-indicações: Contra indicado na gravidez e para hipotensos.

Posologia e modo de uso: A dose média indicada é uma colher de sobremesa de folhas para uma xícara de água 3 vezes ao dia, evitar o uso crônico.

Observações: As acetogeninas formam uma nova classe de compostos naturais de natureza policetídica de grande interesse para farmacologistas e químicos de produtos naturais em todo o mundo, por serem farmacologicamente muito ativas como antitumoral e inseticida, sendo a mais ativa delas a anonacina; uma outra substância desta classe mostrou intensa atividade contra o adenocarcinoma do cólon (intestino grosso), numa concentração 10.000 vezes menor do que a adriamycina, quimioterápico usado para tratamento deste tipo de tumor. Descobertas como estas tem provocado uma grande procura por folhas de graviola, cuja negociação pelas empresas de cultivo com os laboratórios de pesquisa e de produção de fitoterápicos especialmente do exterior, alcança quantidades da ordem de toneladas. O amplo emprego desta planta nas práticas caseiras da medicina popular e seus resultados positivos, além da grande disponibilidade de material no Brasil, são motivos suficientes para sua escolha como tema de estudos químicos, farmacológicos e clínicos mais aprofundados, visando sua validação como medicamento antitumoral (Prof. Douglas Carrara, 2011).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

CARRARA, D. – Antropólogo, Professor, Pesquisador de medicina popular e fitoterapia no Brasil – www.bchicomendes.com

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

Ming, Lin Chao – Plantas Medicinais na reserva extrativista Chico Mendes: uma visão etnobotânica. São Paulo , editora UNESP, 2006.

MILLIKEN, William; Robert P. Miller; Sharon R. Pollard & Elisa V. WANDELLI: 1992 – The Ethnobotany of the Waimiri Atroari Indians of Brazil – Royal Botanic Gardens – London – pp. 50

CAVALCANTE, Paulo B. (1922-2006):

http://www.tropicos.org/Name/1600001 – acesso em 25 de outubro de 2012.

http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/index.php/plantas-medicinais/drauzio-varella-e-a-graviola-annona-muricata-l-1753/ – acesso em 14 de novembro de 2012.

J Agric Food Chem. 2014 Aug 27;62(34):8696-704. doi: 10.1021/jf501174j. Epub 2014 Aug 18. Identification of the environmental neurotoxins annonaceous acetogenins in an Annona cherimolia Mill. Alcoholic Beverage Using HPLC-ESI-LTQ-Orbitrap. Le Ven J1, Schmitz-Afonso I, Lewin G, Brunelle A, Touboul D, Champy P.

Tags: AntiespasmódicoCalmanteDiarreiasDisenteriaDiuréticoFebreHepatoprotetoraInsôniaMaláriaReumatismoVermífuga

GERVÃ0-ROXO

09/02/2020 22:09

Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl.

Verbenaceae


SinonímiasVerbena cayennensis Rich., Abena cayennensis (Rich.) Hitchc., Lippia cylindrica Scheele, Stachytarpheta australis Moldenke, Zappania cayennensis (Rich.) Mirb.

Nomes populares: Gervão-roxo, gervão-azul, gervão-do-campo, gervão-legítimo, erva-gervão, chá-do-brasil, aguarapondá, ewé ìgbolé.

Origem ou Habitat: É nativa do Brasil.

Características botânicas: Subarbusto anual ou perene, ereto, muito ramificado, medindo de 70 a 100 cm de altura. Folhas opostas, membranáceas, elípticas ou ovais, medindo de 4-8 cm de comprimento e 2-4,5 de largura, superfície superior rugosa e ambas as superfícies glabra ou ocasionalmente alguns pelos na superfície inferior e ao longo das nervuras e margens, essas acentuadamente e grosseiramente serrilhadas, os dentes visivelmente divergentes, ápice agudo, base cuneiforme. Inflorescências terminais espigadas, com poucas flores de cor azul, encontradas de 4 a 6 de cada vez, espigões delgados e flexíveis, medindo de 14-40 cm de comprimento. Brácteas lanceoladas, corola azul com o centro mais pálido e medindo de 7-8 mm de comprimento.

Partes usadas: Folhas e partes aéreas.

Uso popular: É usado na forma de infusão como tônico estomacal e estimulante das funções gastrointestinais, contra febres, dispepsias, como diurético e emoliente, contra problemas hepáticos e para combater vermes intestinais. É também usada para gripes e resfriados.

Externamente na forma de cataplasma, é usado no tratamento de lesões cutâneas causadas por Leishmania spp., contusões e afecções da pele (eczema e erisipela).

A irmã Eva Michalak (1912-2007) recomenda o infuso para o fígado, estômago, cálculos renais, prisão de ventre, febre e hepatite.

Composição química: Um estudo fitoquímico de 2011, revelou a presença de taninos, flavonóides, saponinas e glicosídios cardioativos. Outro autor assinala a presença de esteróides, quinonas, compostos fenólicos, ácido caféico, ácido clorogênico, um iridóide (ipolamida) com atividade anti-secretora de ácido gástrico. E ainda segundo o Herbanário da Terra os seguintes compostos: estarquitafina, citral, geranial, verbenalina, dextrina, ácido salicílico, óleo essencial, taninos, pigmentos flavonóides, alcalóides (substâncias amargas) e saponinas.

Ações farmacológicas: Possui atividades anti-inflamatória, antimicrobiana principalmente contra Staphylococcus aureus e inibidor das secreções gástricas.

Interações medicamentosas: Sem informações.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Sem informações.

Contra-indicações: Por falta de estudos clínicos, é desaconselhável para gestantes.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (sobremesa) de folhas picadas para 1 xícara de água fervente. Tomar 1 xícara 2x ao dia, antes das refeições.

Uso externo: emplasto, pomada, creme ou o infuso para lavar feridas..

Observações: Esta planta já constava como medicinal na Farmacopeia Brasileira de 1929. A espécie Bouchea agrestis, cujo nome popular é erva-da-pressão, gervão ou falso-gervão, muitas vezes é confundida com a Stachytarpheta cayennensis (gervão-roxo).

Referências: 
DRESCHER, L. (coord.) Herbanário da Terra – Plantas e receitas. 1ª ed. Laranja da Terra/ES, 2001.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MICHALAK, E. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis/SC. Epagri, 1997.

Salimena, F.R.G. Stachytarpheta in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 27 Jan. 2014

http://www.hear.org/Pier/species/Stachytarpheta_cayennensis.htm. Acesso em 29 de Jan. 2014 http://www.utp.br/Revista-Eletronica-Biociencias-Biotecnologia-e-Saude/n_2_maio-ago_2011/pdf’s_2/triagem_fitoquimica.pdf. Acesso: 29 de Jan. 2014

http://www.tropicos.org/Name/33700808. Acesso em: 27 de Jan. 2014

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gervão. Acesso em 29 de Jan. 2014.

Tags: DispepsiaDiuréticoEmolientesFebreGripeHepatoprotetoraResfriadoTônicoVerminoses

FENO-GREGO

20/01/2020 22:20

Trigonella foenum-graecum  L..

Fabaceae 


Sinonímias: Trigonella tibetana (Alef.) Vassilcz.

Nomes populares:  Feno-grego, fenacho, alforvas, fenogreco, trigonela, fenugreek, entre outros.

Origem ou Habitat: É originário da Europa e Ásia meridional.

Características botânicas:  É uma planta herbácea, ereta, que mede até 60 cm de altura. Folhas pecioladas trifoliadas com bordos dentados. Flores papilionáceas branco-amareladas, solitárias ou dispostas aos pares nas axilas das folhas. O fruto é uma vagem longa, fina, pubescente, medindo de 5 a 7,5 cm de comprimento, em formato de espada, com uma ponta longa e curvada, contendo de 10 a 20 sementes quadrangulares e amareladas em seu interior.

Partes usadas: Sementes secas (principalmente) e folhas.

Uso popular:  As informações disponíveis na literatura sobre os benefícios para a saúde e efeitos farmacêuticos de Trigonella foenum-graecum, responsável por suas propriedades medicinais conhecidas como carminativo, estimulante gástrico, antidiabético e galactagogo (indutor da lactação) e adiciona novos efeitos terapêuticos em pesquisas mais recentes como hipocolesterolêmico, antilipidemia, antioxidante, hepatoprotetor, anti-inflamatória, antibacteriana, antifúngica, anti-úlcera, antimutagênico, anticarcinogênico e diversos outros efeitos medicinais do feno-grego. (A maioria desses estudos usaram pó de semente)(YADAV UC1, Baquer NZ., 2014).

Usos culinários: as folhas secas são empregadas para aromatizar diferentes pratos orientais. As folhas frescas são cozidas como curry na Índia. Com as sementes germinadas são elaboradas saladas enquanto que no Egito e Etiópia são usadas para aromatizar pães e queijos.

Convém tostar as sementes para diminuir seu amargor. Seu aroma é parecido com o aipo ou salsão ((Apium graveolens)(ALONSO, J. 2004).

Composição química:  Estudo mostrou a presença de hidratos de carbono, de alcalóides, saponinas, taninos, compostos fenólicos e flavonóides em fração de metanol de sementes de Trigonella foenum-graecum. (SELVARAJ, R., 2015)

Segundo ALONSO, J.(2004)- Saponinas (do tipo esteroidal): fenugrekina, diosgenina, yamogenina, gitogenina, tigogenina, neotigogenina e fenugrina. Saponinas (do tipo não esteroidal): trigonelosídeos A, B e C. Nas folhas e talos foram identificados graecuninas. Lipídios insaturados (8-10%): ácidos linoleico, linolênico, oleico e palmítico. Glicídios (40-58%): estaquiose, trigofenosídeos A-G e mucilagem (20-30%) em sua maioria formados por galactomananos e encontrados nas paredes celulares do endosperma. Alcalóides: traços de trigonelina, gencianina, colina e carpina. Flavonóides: apigenina, luteolina, kaempferol, quercetina, vitexina, isovitexina, tricina, naringenina, saponaretina, orientina, homoorientina. Entre outros. O feno-grego (Trigonella foenum-graecum) pode ser uma fonte industrial de diosgenina para a produção de hormônios esteróides.

Composição nutritiva das sementes: proteínas, lipídios, fibras, carboidratos, cinzas, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio, magnésio, provitamina A, tiamina (vit. B1), riboflavina (vit. B2), ácido ascórbico (vit. C), niacina (vitamina B3), vitamina PP ou ácido nicotínico

Ações farmacológicas: A grande quantidade de compostos ativos contidos nesta planta conferem-lhe uma ampla versatilidade de ações farmacológicas. As mais investigadas são as atividades hipoglicemiantes e hipocolesterolemiantes, que vem se confirmando tanto em estudos com animais não-humanos como em humanos (ALONSO,J., 2004).

Atividade antimicrobiana: extratos aquoso, metanólico e cetônico de sementes de Trigonella foenum-graecum mostrou atividade antimicrobiana frente a bactérias causadoras de diarréia: Escherichia coliSalmonella spp., Vibrio spp., Shigella spp.(SELVARAJ, R., 2015)

Foram evidenciados, em animais de laboratório, atividades analgésica, antipirética e anti-inflamatória.(ALONSO,J., 2004)

O chá de ervas contendo feno-grego, dado a mulheres no pós-parto, que participaram de uma pesquisa para saber efeito sobre a produção de leite materno e ganho de peso dos bebes foi aceito como positivo para estes dois parâmetros.(Turkyılmaz C1 et all., 2011).

Interações medicamentosas: Devido a atividade hipoglicemiante demonstrada pelas sementes de feno-grego, pacientes diabéticos tipo 1 devem ajustar as doses de insulina, no caso de se administrar simultaneamente.

Pacientes com transtorno da tireoide devem ajustar as doses de hormônios tireoidianos, caso consumam simultaneamente com chá de feno-grego, porque pode diminuir a concentração sérica do hormônio tri-iodotironina (T3) e aumentar os níveis de tiroxina (T4). (ALONSO, J.(2004).

Contra-indicações:  O feno-grego é contraindicado em grávidas.

Observações: Curiosidades: “Foram os antigos gregos que acharam por acaso uma semente curativa no monte de feno. Conta a história que os agricultores gregos, na esperança de tornar seu feno, embolorado e rançoso, mais palatável para seus cavalos, temperavam a coisa com punhados de uma plantinha verde que tinha cheiro de aipo. Os animais doentes, principalmente aqueles com estômagos inflamados e intestinos irritados, logo mostravam sinais de estarem melhores e passavam a ter bom apetite. Espalhou-se que aquela mistura de plantas era a melhor maneira de levar uma vaca ou cavalo ao feno e fazer com que comessem”.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

SELVARAJ, R.; Rani, S. Jansi; Saravanan, D.: “Antimicrobial and phytochemical study of Trigonella foenum-graecum against diarrhoeal pathogens.” From Journal of Chemical and Pharmaceutical Research (2015), 7(7), 994-998. (SCIFINDER) Acesso 01 Abril 2016.

TURKYILMAZ C1, Onal E, Hirfanoglu IM, Turan O, Koç E, Ergenekon E, Atalay Y. – “The effect of galactagogue herbal tea on breast milk production and short-term catch-up of birth weight in the first week of life.” – J Altern Complement Med. 2011 Feb;17(2):139-42. (PuBMED) Acesso 05 Abril 2016.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

YADAV UC1, Baquer NZ. “Pharmacological effects of Trigonella foenum-graecum L. in health and disease.” – Pharm Biol. 2014 Feb;52(2):243-54. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24102093 – Acesso 04 Abril 2016.

http://temperante.blogspot.com.br/2011/08 – Acesso 30 Março 2016.

http://www.tropicos.org/Name/13057051 – Acesso 30 Março 2016.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-oxidanteAntibacterianaAntidiabéticoAntilipemianteAromáticaCarminativaGalactagogoHepatoprotetoraHipocolesterolemiante

CHICÓRIA

08/01/2020 15:29

Cichorium intybus   L.
Asteraceae (Compositae) 


Sinonímias: Cichorium byzantinum Clementi , Cichorium rigidum Salisb., Cichorium perenne Stokes, Cichorium glaucum Hoffmanns. & Link , etc. 

Nomes populares:  Almeirão-selvagem, radice selvagem (RG), achicoria (Spanish, El Salvador), blue daisy (English, United States), chicoria (Spanish, Guatemala), chicória-brava. 

Origem ou Habitat: Nativo da Europa e cultivado no Sul e Sudeste do Brasil. 

Características botânicas:  Subarbusto anual ou bianual, ereto, latescente, ramificado, de caule rígido e anguloso, medindo entre 30-110 cm de altura. Folhas simples, as folhas basais em roseta com margens dentadas e as folhas superiores muito pequenas com dentes menores, membranáceas, curto-pecioladas ou quase amplexicaules, medindo de 5-18 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos axilares, de cor azul céu, com flores laterais de longas pétalas, que se abrem pela manhã e fecham-se à tarde. Multiplica-se por sementes. 

Partes usadas:Folhas e raízes. 

Uso popular:  Esta planta é consumida como hortaliça na forma de saladas e refogados em todo o mundo, havendo vários cultivares atualmente. Suas folhas e raízes são empregadas na medicina tradicional há cerca de 4 mil anos antes de Cristo, sendo considerada um remédio seguro e inofensivo, empregada para tratar males do fígado e vesícula, reumatismo, gota e hemorroidas. O infuso de suas folhas e raízes é considerado diurético, levemente laxante, estomacal e anti-inflamatório do fígado e intestinos. 

Estômago – a chicória age como um tônico estomacal estimulando a produção dos sucos gástricos, favorecendo a digestão, abre o apetite sendo adequado em casos de inapetência ou anorexia. 

Fígado e vesícula biliar – a chicória possui propriedades hepatoprotetoras, coleréticas e colagogas e estimula a produção de bílis. 

Os preparados com chicória constitui-se um bom remédio para icterícia. 

Pelo seu conteúdo em ferro é um bom auxiliar nos casos de anemia. 

Externamente é usada pelas suas propriedades adstringente e vulnerária para afecções de pele. 

Composição química:  Inulina, chicorina; intibina; proteínas (aminoácidos: treonina, arginina, triptofano, lisina, valina); ácidos: ascórbico, chicorésico, clorogênico, isoclorogênico, linoléico, alfa-linoléico, esteárico, mirístico, palmítico; fibras; minerais (potássio, ferro, fósforo, cálcio e magnésio); mucilagem; taninos. 

  • Lactonas sesquiterpênicas de guaianolida:  Lactucina, 11,13-di-hidrolactucina, 8-desoxilactucina, 11,13-di-hidro-8-desoxilactucina, lactucopicrina, 11,13-di-hidrolactucopicrina, cichoriolide A, B e C, cichoriosides A, B e C, crepidiaside B, chicoralexina, 8-deoxilactucina, 11B,13dihidrolactucina, lactucopicrina, jacquilenin, 11,13-dihidrolactucopicrina, 3,4-Dihidro-15-dehidrolactucopicrina e artesina.  
  • Lactonas sesquiterpenicas: Magnolialide, cichopumilide, picrisideo B, sonchusideo A, sonchusideo C, Ixerisoside D.  
  • Flavonóides: Quercetina malonil glucosídeo, apigenina glucuronida, glucuronido de canferol, isoramnetina-3-glicuronideo, canferol-7-O- (6 “-O-malonil) –glicosídeo, espicosideo, esculetina-7-glicosideo, ácido cis-caftarico e ácido trans-caftarico.  
  • Antocianinas: Cianidina 3-O-glucosideo, cianidina 3-O- (6-malonil) –glicosídeo, cianidina-3-O-galactosideo, dentre outros. -Cumarinas: Cichorina A –C e umbeliferona  
  • Óleo essencial: 1,8-Cineole, canfora, geranil acetona, dentre outros. -Triterpenos: α –amirina, taraxerone e Baurenil acetato 
  • Iridoides: Loliolide 
  • Esteroides: β -sitosterol, campesterol, estigmasterol, dentre outros. 
  • Ácidos fenólicos: Ácido 3,5-dicafeoilquinico, ácido 4,5-dicafeoilquinico, ácido 3-cafeoilquinico, ácido 4-cafeoilquinico, ácido 5-cafeoilquinico. ácido cafártaro, ácido chicorico, ácido clorogênico, ácido cafeico, ácido Chicórico, ácido p-acâmico, ácido cafeoilmalico, ácido ferúlico, ácido protocatecuico, ácido p-hidroxibenzoico, ácido p-cumarico, dentre outros. 

Ações farmacológicas: Destacam-se as propriedades diurética, anti-inflamatória, hepatoprotetora, antioxidante, adstringente e vulnerária. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão da flor com o pólen pode causar reações alérgicas. Em contato com a pele o látex pode produzir dermatites. 

Contra-indicações:  Devido à presença de oxalatos é contra-indicada para pessoas que tenham tendência a produzir pedras nos rins, indivíduos artríticos e os gotosos. A chicória é um diurético potente e pessoas com pressão baixa devem evitar os preparados a base desta planta. Tampouco devem usá-los em casos de úlceras gastroduodenais. 

Observações: Existe a espécie semelhante Cichorium endivia L., popularmente conhecida como endívia, que possui folhas brancas, crocantes, levemente amargas e cultivada como verdura.
 

 

Referências:
LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008. 

PEÑA-ESPINOZA, Miguel et al. Antiparasitic activity of chicory (Cichorium intybus) and its natural bioactive compounds in livestock: a review. Parasites & Vectors, [s.l.], v. 11, n. 1, p.475-489, 22 ago. 2018. 

NWAFOR, Ifeoma Chinyelu; SHALE, Karabo; ACHILONU, Matthew Chilaka. Chemical Composition and Nutritive Benefits of Chicory (Cichorium intybus) as an Ideal Complementary and/or Alternative Livestock Feed Supplement. The Scientific World Journal, [s.l.], v. 2017, p.1-11, 2017. 

MATHUR, Neha; MATHUR, Manish. Phyto-Pharmacology of Cichorium intybus as Hepatoprotective Agent. International Journal Of Pharmaceutical Sciences Review And Research, [s.l.], v. 39, n. 22, p.116-124, ago. 2016. 

STREET, Renée A.; SIDANA, Jasmeen; PRINSLOO, Gerhard. Cichorium intybus: Traditional Uses, Phytochemistry, Pharmacology, and Toxicology. Evidence-based Complementary And Alternative Medicine, [s.l.], v. 2013, p.1-13, 2013. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 13 de março de 2012. 

http://www.botanical-online.com/medicinalsachicoria.htm – acesso em 19 de março de 2013. 

http://olhares.uol.com.br/chicoria-brava-foto1969662.html – Acesso em: 13 de março de 2012. 

http://www.ceunossasenhoradaconceicao.com.br/artigos/plantas-medicinais?plan=Almeir%C3%A3o%20selvagem desenho – Acesso em: 13 de março de 2012.

Tags: AnemiaAnti-inflamatórioColagogoColeréticaComestívelDiuréticoHemorróidaHepatoprotetoraLaxanteReumatismo

AMOR CRESCIDO

27/12/2019 01:20

Portulaca pilosa  L.

Portulacaceae 


SinonímiasPortulaca lanata Rich. , Portulaca lanuginosa Kunth, Portulaca parvula A. Gray, Portulaca pilosa fo. mexicana D. Legrand, Portulaca gagatosperma Millsp., etc.

Nomes populares:  Amor crescido, flor de seda (Brasil), alecrim-de-são-josé (PORT), mao ma chi xian (China), pink purslane (English, United States), Verdolaga(Bolívia).

Origem ou Habitat: Nativa da Bolívia.

Características botânicas: O gênero Portulaca inclui plantas herbáceas, com folhas geralmente alternas, portando na axila tricomas muito ou pouco desenvolvidos e flores com duas sépalas, 4-5 pétalas livres, estames numerosos e ovário ínfero. A espécie Portulaca pilosa é caracterizada por apresentar tricomas axilares conspícuos, interaxilares e folhas lineares, hábito prostrado e flores purpúreas.

Partes usadas: Planta inteira.

Uso popular: Problemas estomacais, diurética , cicatrizante , analgésica e queda de cabelo. Também é indicada como hepato-protetor, contra diarréia, erisipela e queimadura. As folhas são utilizadas na forma de xampu para lavar e dar brilho aos cabelos.

Composição química: Mucilagem, sais minerais, principalmente fósforo e potássio. A composição nutricional é semelhante a espécie Portulaca oleracea (ver beldroega). Análise alimentícia em g/100g de Portulaca oleracea: proteínas (1,60g), lipídeos (0,40g), carboidratos (2,50g), cálcio (140,00g), fósforo (493,00mg), ferro (3,25mg), retinol (250,00mg), vitamina B1 (20,00mg), vitamina B2 (100,00mg), niacina (0,50mg), vitamina C (26,80mg). (Franco, G., 1992).

Posologia e modo de uso: Infusão e/ou sumo dos ramos.

 

Referências: 
REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: SEBRAE: INPA, 2000. p. 113-115.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 9.ed. [S. I.]: Atheneu, 1992.

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Portulaca_pilosa.htm – Acesso em: 30 de março de 2012.

http://www.tropicos.org/Name/26200157 – Acesso em: 30 de março de 2012.

http://acta.botanica.org.br/index.php/acta/article/view/259 – Acesso em: 09 de abril de 2012

Tags: AnalgésicoAnti-diarreicoCicatrizanteDiuréticoHepatoprotetoraQueimadura

ALCACHOFRA

27/12/2019 00:31

Cynara scolymus  L.

Asteraceae (antiga Compositae) 


Sinonímias: Cynara cardunculus L., Cynara cardunculus subsp. cardunculus L.

Nomes populares: Alcachofra, alcachofra-comum, alcachofra-cultivada, alcachofra-da-horta, alcachofra-rosa, carciofo, artichaut etc.

Origem ou Habitat: Originária do Mediterrâneo.

Características botânicas: É uma planta perene que pertence a família da asteraceae. Apresenta folhas grandes, talo longo pouco ramificado e um capítulo floral grande, composto por um receptáculo carnoso e numerosas flores de cor azul violeta ou púrpuras, implantadas sobre cálices provido de brácteas, que aparecem durante a segunda metade do verão. As folhas são simples e apresentam sabor amargo. Quando jovens, são sésseis e, quando maduras, apresentam um pecíolo curto. Quando totalmente desenvolvida varia de aproximadamente 70 cm a 120 cm de comprimento e 30cm a 55cm de largura.

Partes usadas: Brácteas e folhas.

Uso popular: Por terem uma concentração maior dos componentes da planta as folhas são a principal parte da planta quando se trata do uso medicinal, mas as brácteas tem um importante valor nutricional.
São utilizadas para fins medicinais envolvendo principalmente queixas no sistema digestivo, dispepsia, melhora no metabolismo lipídico, colagogo, náuseas, flatulência, diurético, urticária, asma e eczema além de melhorar o sistema urinário também.
Tem uma grande capacidade de diminuir a glicose pós prandial, diminuir os níveis de colesterol, triglicerídeos e LDL além de aumentar os níveis HDL, o que está associado ao seu uso para emagrecimento e controle de peso, auxiliando consequentemente no controle de comorbidades associadas com os níveis lipídicos como problemas cardiovasculares. É também muito usada pela sua capacidade hepato protetora, sendo inclusive responsável pela normalização de marcadores de danos hepáticos em estudos com ratos em uso de altas doses de paracetamol.

Composição química: Extensivos estudos têm se debruçado sobre a composição química das partes da alcachofra haja visto a sua importância na medicina cultural. Todos os estudos relatam uma quantidade grande de compostos fenólicos, flavonoide e taninos na composição de todas as partes desta planta mas principalmente nas folhas, substâncias que são responsáveis pelos efeitos fitoterápicos da planta. Em um estudo realizado com plantas cultivadas na Mongólia foram avaliadas a composição de flores, folhas e raízes em relação a quantidade de proteínas, carboidratos, lipídios e vitamina C; além de realizar uma análise fitoquímica comprovando a presença de compostos fenólicos, flavonoides e saponinas em todas as partes da planta, quantidade dos compostos foi avaliada também, sendo evidenciado diferentes concentrações nas partes, sendo as folhas da planta onde se encontravam em maior concentração.

Outro estudo, mais focado na caracterização dos compostos fenólicos presentes no extrato metanólico de folhas de Cynara scolymus compradas na região de Granada na Espanha, conseguiu identificar cerca de 61 compostos fenólicos, dentre os quais 34 foram identificados pela primeira vez. Dentre os compostos fenólicos caracterizados no estudo estão classificados em hidroxibenzóicos; hidroxicinâmicos (Ácido clorogênico, Ácido monocaffeoilquinico, Ácido dicafeoilquínico e derivados); flavonol (Rutin I e II); flavona (Luteolina, Apigenina, Cinaroside, Veronicastroside e derivados) e lignana.

Ações farmacológicas: As ações farmacológicas derivadas da Cynara scolymus são provenientes dos seus compostos majoritários ou de possíveis sinergias que aconteça com os compostos presentes no extrato. Estudos tentam elucidar como os componentes majoritários já identificados possam atuar nas células a fim de proporcionar os efeitos obtidos, alguns desses modelos atribuem a os efeitos redutores de peso a capacidade do extrato de inibir enzimas digestivas como a 𝛂-amilase, bloquear enzimas digestivas é uma maneira eficiente de diminuir a absorção de açúcares e proporciona uma sensação de saciedade.
A modulação do perfil lipídico pelo extrato das folhas acontece principalmente pela ação do ácido clorogênico e luteolin nas células hepáticas. Luteolin consegue diminuir a expressão de HNF4α (fator nuclear de hepatócito 4α) que consequentemente diminui a síntese de colesterol pela inibição da SREBP-2 (Proteínas de Ligação a Elemento Regulador de Esterol) e HMG-CoA Redutase. A redução na expressão de HNF4α também diminui a síntese de apolipoproteína B, diminuindo os níveis de LDL e VLDL. O ácido clorogênico consegue também diminuir a síntese de de colesterol por estimular AMPK e consequentemente diminuir a SREBP-2, é possível que o ácido clorogênico ainda tenha a capacidade de diminuir os níveis de triglicerídeos através da estimulação de Carnitina Palmitoil Transferase (CPT) que aumenta a β-oxidação e inibe a malonil-CoA.
A alcachofra ainda tem uma capacidade de modulação do sistema antioxidante nos hepatócitos, visto principalmente pelos resultados positivos no níveis de transaminases e ROS encontrados em experimentos com administração de extrato de folhas, os compostos mais prováveis de serem os responsáveis por esse efeito sendo o ácido cafeoilquínico e luteolin, estas têm potencial de diminuir a cascata de sinais da TLR4, que ativa a NF-κB. A NF-κB no núcleo consegue estimular várias citocinas pró-inflamatórias que vão danificar a célula e sua membrana consequentemente levando ao aumento dos níveis de transaminases no sangue.
Outra substância encontrada em abundância na alcachofra é o Inulin, este tem capacidade de modular o perfil lipídico através do ciclo entero hepático, quando ingerida em quantidade suficiente a inulina no intestino aumenta a demanda de sais biliares in situ, e diminui o retorno ao fígado fazendo assim com que o fígado aumente a bioconversão de colesterol em sais biliares e a sua excreção, levando a uma diminuição nos níveis de VLDL e LDL.

Interações medicamentosas: Não há estudos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A alcachofra está na cultura alimentar e medicinal de várias populações pelos séculos, a evidência da sua segurança é clara pela falta de relatos de intoxicações, apesar de reações alérgicas já terem sido reportadas em doses recomendadas. Apesar disso, a sua dose letal (LD50) foi identificada como sendo cerca de 2000 mg/Kg em ratos wistar.

Contra-indicações: A alcachofra é contra indicada na gravidez pelo seu efeito emenagogo e na lactação pela possibilidade de o leite materno ficar amargo. Além disso, para casos de cálculo biliar. Igualmente, em caso de fermentação intestinal ou alergias à alcachofra ou a outras plantas da mesma família, a utilização é igualmente contra indicada.

Posologia e modo de uso: Chás (infusão ou decocção): 10g de folhas em um litro de água, uma xícara após as refeições principais. Pode ser adicionado menta, ou outro corretor organoléptico para amenizar o gosto amargo da planta. Após o preparo, este deve ser consumido de imediato, uma vez que, com o tempo, podem surgir substâncias tóxicas derivadas das reações provenientes do preparo. O chá de alcachofra pode ser ingerido por períodos prolongados.
Folhas secas e trituradas: 5 a 10 g/dia misturadas em água morna;
Extrato seco (5:1): 1 a 2 g/dia, 3x ao dia, preferencialmente após as refeições;
Extrato fluído (1 g= 50 gotas): 6 a 15 g/dia, 3x ao dia, após as refeições;
Tintura alcoólica a 30%: 35 gotas após as principais refeições;
Alimentação: As inflorescências imaturas (cabeças) são alimentos de baixo valor calórico, ricos em fibras, minerais, compostos bioativos e ferro, pequeno teor de gorduras e rico em inulina (tipo de carboidrato), especialmente indicados para pacientes diabéticos, obesos, obstipados e anêmicos.

Observações: Aspectos nutricionais: O alto conteúdo de ferro encontrado na planta a torna indicada para pessoas com anemia. Em razão de ser um vegetal com baixo valor calórico, rico em fibras e baixo teor de gorduras, e com um conteúdo hidrocarbonado na sua maioria formado pela inulina (não gera glicose ao ser degradada), é indicada especialmente na dieta de pessoas com diabetes, constipação e obesidade

Referências: 

ABU-REIDAH, I. M. et al. Extensive characterisation of bioactive phenolic constituents from globe artichoke (Cynara scolymus L.) by HPLC–DAD-ESI-QTOF-MS. Food Chemistry, v. 141, n. 3, p. 2269–2277, dez. 2013.

BEN SALEM, M. et al. Protective effects of Cynara scolymus leaves extract on metabolic disorders and oxidative stress in alloxan-diabetic rats. BMC Complementary and Alternative Medicine, v. 17, n. 1, p. 328, dez. 2017.

EL MORSY, E. M.; KAMEL, R. Protective effect of artichoke leaf extract against paracetamol-induced hepatotoxicity in rats. Pharmaceutical Biology, v. 53, n. 2, p. 167–173, fev. 2015.

MAHBOUBI, M. Cynara scolymus (artichoke) and its efficacy in management of obesity. Bulletin of Faculty of Pharmacy, Cairo University, v. 56, n. 2, p. 115–120, dez. 2018a.

MAHBOUBI, M. Cynara scolymus (artichoke) and its efficacy in management of obesity. Bulletin of Faculty of Pharmacy, Cairo University, v. 56, n. 2, p. 115–120, dez. 2018b.

SAFAT, A. A. et al. Evaluation of lipid-lowering effect of Cynara scolymus extract-loaded mesoporous silica nanoparticles on ultra-lipid-fed mice. Comparative Clinical Pathology, v. 27, n. 2, p. 513–518, mar. 2018.

SANTOS, H. O.; BUENO, A. A.; MOTA, J. F. The effect of artichoke on lipid profile: A review of possible mechanisms of action. Pharmacological Research, v. 137, p. 170–178, nov. 2018.

SCHÜTZ, K. et al. Characterization and quantification of anthocyanins in selected artichoke (Cynara scolymus L.) cultivars by HPLC–DAD–ESI–MS n. Analytical and Bioanalytical Chemistry, v. 384, n. 7–8, p. 1511–1517, 30 mar. 2006.

TSEVEGSUREN, N.; DAVAAKHUU, G.; UDVAL, T. Phytochemical analysis of Cynara scolymus L. cultivated in Mongolia. Mongolian Journal of Chemistry, v. 15, p. 40–42, 12 dez. 2014.

ZURLO, B. D. C. et al. GUIA DE PLANTAS MEDICINAIS XAMÂNICAS E INDÍGENAS. Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça, 2016.

Tags: AsmaConstipaçãoDiuréticoHepatoprotetoraHipoglicemianteHipolipemianteIcterícia

AÇAFRÃO DA ÍNDIA

26/12/2019 01:12

Curcuma longa  L.

Zingiberaceae 


Sinonímias:

Curcuma domestica Valeton, Amomum curcuma Jacq., Stissera curcuma Raeusch.

Nomes populares: cúrcuma, açafrão-da-índia, açafrão-da-terra, açafroa, turmeric, gengibre-dourada, mangarataia.

Origem ou Habitat: Índia.

 

Características botânicas: Segundo a descrição de LORENZI & MATOS(2008): planta herbácea, perene, caducifólia, aromática, possui folhas grandes, longamente pecioladas, invaginantes e oblongo-lanceoladas. Flores amareladas, pequenas, dispostas em espigas compridas. As raízes terminam em um rizoma elíptico, de onde partem vários rizomas menores, todos marcados em anéis de brácteas secas. Cada rizoma mede até 10 cm de comprimento e quando cortados mostram uma superfície de cor alaranjada, exalando cheiro forte e agradável e com sabor aromático e picante.

É cultivada em todo o mundo tropical.

Partes usadas: rizomas.
Uso popular: É utilizada como condimento na culinária de quase todo o mundo. A Comissão “E” de Fitoterapia (1997) e o Instituto Federal Alemão de Medicamentos confirmam as seguintes indicações para a Curcuma longa: tônico estomacal que estimula as secreções digestivas gástricas e facilita a digestão, combate a flatulência e atonia estomacal, além de ser um tônico biliar e protetora do fígado.

 

Composição química: Curcuminóides ou corantes (2-9%): curcumina ou diferuloilmetano (60%), curcumina I,II,III; dihidrocurcumina, ciclocurcumina. As curcuminas por oxidação convertem-se em vanilina.

Óleo essencial (1,5-5,5%): composto aproximadamente 60% pela lactona sesquiterpênica turmerona, além de zingibereno, alfa e gama-atlantona, bisaboleno, guayano, germacreno, 1,8-cineol, borneol, delta-sabineno, ácido caprílico, deshidroturmerona, 1-fenil-HO-N-pentano, limoneno, linalol, eugenol, curcumenol, ukonan A, B e C , curcumenona e felandreno.

Outros: polissacarídeos A,B,C e D, arabino-galactano, sais de potássio, resina , glicídeos (amido) ao redor de 40-50%.

 

Ações farmacológicas: De acordo com a grande quantidade de trabalhos realizados, especialmente com os curcuminóides, que são os corantes amarelos abundantes no rizoma, a cúrcuma possui atividade hepatoprotetora, colerética, digestiva, hipolipemiante, hipoglicemiante, antimicrobiana, anti-inflamatória, anti-oxidante, imunoestimulante, anti-agregante plaquetário, entre outras.

A substância zingibereno possui propriedades anti-ulcerosas, o 1-fenil-hidroxi-N-pentano estimula as secreções de secretina, gastrina e sucos pancreáticos além de contribuir para a manutenção do ph gástrico. O eugenol e o zingibereno são os responsáveis pelas propriedades carminativas. As substâncias que estão envolvidas com as propriedades hepatoprotetoras são as curcuminas, coadjuvantes são borneol, turmenona, eugenol e ácido cafeico. Alguns estudos apontam que a curcumina poderia ter ação colecistocinética e um efeito antiinflamatório. O rizoma da cúrcuma contém alguns compostos anticancerígenos: curcumina e curcuminóides, betacarotenos, curcumenol, curdiona, turmenona, terpineol e limoneno. Possuem efeito protetor frente ao câncer de pele, de duodeno, de mama e câncer de cólon.

 

Interações medicamentosas: A presença de substâncias com atividade anticoagulante pode interferir com aqueles pacientes que estão recebendo tratamento anticoagulante.

 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Vários estudos demonstraram a ausência de toxicidade da cúrcuma, inclusive com doses muito elevadas (8 g). Relato de um usuário atribuiu ao açafrão da Índia a alteração no ritmo cardíaco que percebeu após o uso.

 

Contra-indicações: A cúrcuma possui efeito emenagogo e não se recomenda na gravidez. Não há informação suficiente para determinar a sua segurança durante a lactância. É contra-indicada para crianças menores de 4 anos, pessoas com oclusão das vias biliares e úlceras gástricas.

 

Posologia e modo de uso: A dose terapêutica está em torno de 300 mg de curcumina, 3 x ao dia. Os rizomas da cúrcuma possuem entre 4 e 5% de curcumina e a dose terapêutica corresponde a 6 gr de raiz fresca ao dia .

Uso na alimentação: a cúrcuma é empregada como corante culinário e constitui um dos principais condimentos na mistura que compõe o curry, integrado juntamente com pimenta, coentro, canela, gengibre, cravo da índia, cardamomo, cominho e noz moscada.

É muito utilizado na arte culinária goiana e mineira.

 

Observações: O rizoma de Curcuma longa encontra-se aprovado pelas Farmacopéias da Alemanha, Brasil, Chile, China, Korea, Espanha, EEUU, França, Holanda, Índia, Indonésia, Japão, ex-URSS e Vietnam.

Faz parte do 1º fascículo das monografias selecionadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2000).

Faz parte da lista de drogas vegetais aprovadas para uso humano pela Comissão “E” de Monografias da Alemanha (Blumenthal, M., 2000).

Na indústria têxtil oriental é empregada para tingir seda, lã e algodão, inclusive a vestimenta dos monges budistas.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BLUMENTHAL, M. et al. German Federal Institute for Drugs and Medical Devices. Commission “E” – The complete German Commission E monographs: therapeutic guide to herbal medicine. Austin, Texas: Ed. American Botanical Council, 2000.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.botanical-online.com/curcuma_longa_propiedades_medicinales.htm – acesso em: 12 de setembro de 2012.

http://www.tropicos.org/Name/34500029?tab=synonyms – acesso em: 12 de setembro de 2012

Tags: Anti-agregante plaquetárioAnti-inflamatórioAnti-oxidanteAntimicrobianoHepatoprotetoraHipoglicemianteHipolipemianteImunoestimulante