TOMATE

24/02/2020 14:54

Lycopersicon esculentum  Mill.

Solanaceae


SinonímiasSolanum lycopersicum L.

Nomes populares: Tomate (Brasil), tomato, gold-apple, love-apple, (Ingles, Estados Unidos), fan qie (Pinyin, China).

Origem ou Habitat: América do Sul.

Características botânicas: Planta anual, ereta, com ramos subescandentes e muito ramificados, com folhas pinatifídas de formas variadas. Flores amarelas, dispostas em pequenos cachos. Fruto comestível do tipo baga, de forma variada, geralmente globosa, de casca fina, vermelha, com um pequeno cálice persistente na base, contendo inúmeras sementes pequenas. (LORENZI & MATOS, 2002).

Partes usadas: Frutos e folhas.

Uso popular: Os frutos são usados na alimentação como saladas, in natura, sucos, molhos, ou na forma de suco como alimentação suplementar.

A literatura etnobotânica registra o uso de seus frutos na medicina caseira para tratamento da hipertensão, afecções da boca e da garganta, dor de dente, resfriado, queimaduras e reumatismo.

As folhas são citadas como anti-inflamatórias.

Composição química: Nas folhas: glicoalcalóides esteroidais, principalmente a tomatina e suas geninas, a tomatidina e solanidina; além de rutina, ácido clorogênico e uma furocumarina de ação fotossensibilizante.

Nos frutos foram registradas as presenças de esteróides, dos ácidos p-cumárico, málico e ascórbico (Vit.C), vitaminas do complexo B, o licopeno e a glutationa.

Ações farmacológicas: Testes em animais registram atividade antifúngica local, e ação anti-histamínica, anti-inflamatória e inibidora da absorção do colesterol por via oral.

Possui atividade antioxidante.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão de 100g das folhas ou do tomate verde causa severa intoxicação caracterizada por vômitos, diarréia, cólicas, tontura e baixa frequência cardíaca e falta de respiração que pode levar a óbito.

Contra-indicações: Preparações para uso oral com as folhas ou com os frutos verdes são desaconselhadas.

Evitar exposição prolongada ao sol quando estiver usando o suco de tomate.

Posologia e modo de uso: Para tratamento da candidíase bucal usa-se o bochecho feito com o sumo recentemente preparado por trituração do fruto e passado em peneira fina.

Para uso oral contra alergias, inflamações, colesterol alto e problemas urinários devido a inflamação da próstata recomenda-se comer o fruto em saladas ou o suco, na dose de uma xícara de chá por dia.

Observações: No Brasil ocorre a espécie Lycopersicon pipinellifolium Mill., com características e propriedades semelhantes ao tomateiro comum.

Estudos recentes mostram alternativas eficazes para a preservação de tomates, por exemplo, folhas de nim (Azadiractha indica A. Juss), em comparação com o tradicional fungicida pós-colheita tiofanato.

Referências: 

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

MASOOD, Shahid; Randhawa, Muhammad Atif; Butt, Masood Sadiq; Asghar, Muhammad “A Potential of Biopesticides to Enhance the Shelf Life of Tomatoes (Lycopersicon Esculentum Mill.) in the Controlled Atmosphere”. From Journal of Food Processing and Preservation (2016), 40(1), 3-13.

http://decs.bvs.br/cgi-bin/ – Acesso 26 FEV 2016

http://www.tropicos.org/Name/29602513 – Acesso 15 FEV 2016.

Tags: Anti-inflamatórioComestívelHipertensãoNutritivaQueimaduraResfriadoReumatismo

QUINOA

19/02/2020 23:25

Chenopodium quinoa  Willd.

Amaranthaceae


SinonímiasChenopodium album subvar. leucospermum (Schrad.) Kuntze, Chenopodium canihua Cook, Chenopodium hircinum var. quinoa (Willd.) Aellen, Chenopodium quinoa fo. purpureum Aellen.

Nomes populares: Quinua, quinoa, arroz andino, kuchikinwa, ayara, kiuna (Quechua).

Origem ou Habitat: A quinoa é originária dos países andinos, e seu consumo é ancestral na dieta da população campesina.

Características botânicas: Trata-se de uma herbácea anual medindo de 1 a 3,5 m de altura. As folhas são largas e polimorfas (diferentes formas na mesma planta). O talo pode ou não ter ramos, dependendo da variedade ou da densidade do cultivo. A inflorescência, na forma de panícula (cacho de cachos) mede de 15 a 70 cm e pode chegar a um rendimento de 200 g de grãos por panícula. As flores são hermafroditas, pequenas e sem pétalas. O fruto é seco e mede aproximadamente 2 mm de diâmetro (de 250-500 sementes/g), circundando o cálice, o qual é da mesma cor que a da planta. As sementes podem ser brancas, marrons, amarelas, cinzas, rosadas, vermelhas ou negras. Existem muitas variedades de Chenopodium quinoa, destacam-se: Huariponcho, Ayrampo, Rosada frutilla, Pasankalla, Khuchiwila, etc.

A quinoa cresce desde o nível do mar no Peru até 4.000 metros a.n.m. nos Andes, sendo mais comum o cultivo acima de 2.500 metros a.n.m.

A Bolívia é o principal produtor mundial seguido do Peru

Partes usadas: Folhas e sementes.

Uso popular: O principal uso da quinoa é na alimentação. A quinoa é um alimento proteico muito rico e completo possuindo 10 aminoácidos essenciais para o ser humano.

Composição química: Proteína (aminoácidos essenciais: histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, cisteina, fenilalanina, triptofano, valina e arginina); carboidratos; gordura; fibras; etc. Tabela cedida por Alonso, 2008.

Proteínas: Quenopodina, quinoa, glicina e β-conglicinina.

Lipídios: Ácido linoleico, ácido γ-linolênico, ácido oleico, dentre outros.

Esteroides: β-sitosterol, campesterol, brassicasterol, estigmasterol e 20-hidroxisfisona.

Referências: 

ALONSO, J. – Alimentos funcionales e nutracéuticos, módulo 26, 2010.

VILCACUNDO, Rubén; HERNÁNDEZ-LEDESMA, Blanca. Nutritional and biological value of quinoa ( Chenopodium quinoa Willd.). Current Opinion In Food Science, [s.l.], v. 14, p.1-6, abr. 2017.

TRUJILLO, Diana Maria Chito et al. Quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) versus soja (Glycine max [L.] Merr.) en la nutrición humana: revisión sobre las características agroecológicas, de composición y tecnológicas. Revista Española de Nutrición Humana y Dietética, [s.l.], v. 21, n. 2, p.184-198, 24 jul. 2017.

RUIZ, Karina B. et al. Quinoa biodiversity and sustainability for food security under climate change. A review. Agronomy For Sustainable Development, [s.l.], v. 34, n. 2, p.349-359, 15 nov. 2013.

JANCUROVÁ, Michala; MINAROVICOVA, Lucia; DANDÁR, Alexander. Quinoa – a Review. Czech Journal Of Food Sciences, [s.l.], v. 27, n. 2, p.71-79, mar. 2009.

http://www.tropicos.org/Name/7200325 – acesso em 14 de março de 2013.

Tags: ComestívelNutritiva

PITANGUEIRA

18/02/2020 22:21

Eugenia uniflora  L.

Myrtaceae


SinonímiasEugenia brasiliana (L.)Aubl., Plinia rubra L., Plinia pedunculata L.f., Plinia tetrapetala L., Myrtus brasiliana L.

Nomes populares: Pitangueira-vermelha, pitanga, pitanga-vermelha, ibipitanga, pitangatuba, pitangueira-de-jardim, pitangueira-do-campo.

Origem ou Habitat: É nativa do Brasil.

Características botânicas: Arbusto ou arvoreta medindo de 4-10 m de altura, de tronco tortuoso e liso, de cor pardo-clara, ramificado, copa estreita. Folhas simples, opostas, oval-lanceoladas, medindo até 7 cm de comprimento e 3 cm de largura, curto-pecioladas, glabras, brilhantes, as folhas jovens são avermelhadas. Flores brancas, hermafroditas, diclamídeas, tetrâmeras, actinomorfas, pétalas delicadas, caindo facilmente com a brisa. Frutos tipo drupa, globosos e sulcados, brilhantes, de cor vermelha, amarela-alaranjada ou preta, com polpa carnosa e agridoce, contendo uma ou duas sementes. As raízes rebrotam sob a árvore.

No Cerrado ocorre a espécie Eugenia pitanga (O.Berg)Kiaersk., de porte menor, até 1 metro de altura, com frutos e usos semelhantes.

Partes usadas: Folhas e frutos.

Uso popular: As folhas são usadas na forma de chás e banhos para tratamento de febres intermitentes, o chá contra diarreias persistentes, contra afecções do fígado, em gargarejos nas afecções da garganta e contra o reumatismo e gota. É tido popularmente como estimulante e excitante.

Os frutos são comestíveis, ao natural ou na forma de polpa para sucos e geleias. No Nordeste popularizou-se na forma de sorvete, picolé, refrescos, geleias, licor e vinho.

Na Argentina e Uruguai é utilizada para combater a hipertensão arterial.

No Paraguai é utilizada como eupéptica, aromática, hipolipemiante e hipoglicemiante.

Composição química: Frutos: vitaminas A, complexo B, C e os minerais cálcio, ferro e fósforo, ácidos cítrico e oxálico, pectinas e licopeno, óleo essencial composto por furanoelemeno, germacreno, gama-elemeno, selinadieno e oxidoselina. Contém ainda fibras insolúveis. A pitanga roxa apresenta consideráveis teores de fenólicos e carotenóides – as antocianinas e os flavonóis – com propriedades antioxidantes.

Folhas: ácidos gálicos, sitosterol, triterpenos, compostos fenólicos, flavonóides, triterpenóides, óleo essencial contendo limoneno, cineol, cânfora, compostos sesquiterpênicos, citronelol e geraneol.

Em folhas de pitangueira (Eugenia uniflora) coletadas no leste do Paraguai, foi assinalada a incidência dos flavonóides quercetina e miricetina, taninos macrocíclicos hidrolisáveis, obtidos do extrato metanólico das folhas.

Os compostos fenólicos foram investigados por vários autores, como eugeniflorinas D1 e D2, derivados da pentahidroxiindolizidina, as quais são atribuídas propriedades antidiabéticas.

Ações farmacológicas: Possui ação antioxidante, antibacteriana, antifúngica, anti-inflamatória, antidiarreica, analgésica, levemente calmante, efeito vasodilatador e redutor de batimentos cardíacos, possui ação inibitória sobre as enzimas a-glicosidase, maltase e sucrase. Apresenta atividade vaso-relaxante e hipoglicemiante.

Os frutos apresentam fibras insolúveis que auxiliam a função do trato intestinal.

Contra-indicações: É contra-indicada em pacientes com arritmias cardíacas.

Observações: Outros usos:

Corante – as antocianinas são pigmentos naturais e podem ser utilizadas como corante de alimentos.

Cosmético – as folhas de pitanga tem emprego na indústria cosmética do país, para extração do óleo essencial, que são usados na composição de xampu, sabonetes, cremes para a pele e o cabelo.

No Brasil, várias Myrtaceae possuem valor alimentício, como os gêneros Psydium (goiaba, araçá), Plinia (jabuticaba), Eugenia (pitanga, cereja-nacional, jambo e Cambuci); os gêneros Pimenta (pimenta) e Syzygium (cravo-da-índia) destacam-se como condimentos.

Referências: 

Espécies nativas da flora brasileira – plantas para o futuro,Região Sul,/ Lídio Coradin et al. Brasília, MMA, 2011.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

CORRÊA, M. P.. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas (1926-1978) (6 v.). Rio de Janeiro: IBDF, 1984.

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

Sobral, M., Proença, C., Souza, M., Mazine, F., Lucas, E. 2012. Myrtaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB010560).- acesso em 04 de outubro de 2012.

http://www.tropicos.org/Name/22101634 – acesso em 04 de outubro de 2012.

Tags: ComestívelDiarreiasEstimulanteEupépticaFebreHipoglicemianteHipolipemianteReumatismo

JAMBOLÃO

12/02/2020 22:03

Syzygium cumini  (L.) Skeels.

Myrtaceae 


SinonímiasMyrtus cumini L., Eugenia cumini (L.) Druce, Eugenia jambolana Lam., Syzygium jambolanum (Lam.) DC.

Nomes populares: Jambolão, ameixa-roxa, azeitona-do-nordeste, cereja, jamelão.

Origem ou Habitat: Segundo Lorenzi & Matos, é originária da Indomalásia, China e Antilhas, e cultivada em vários países, inclusive no Brasil.

Características botânicas: Árvore de até 10 metros de altura, com folhas simples e frutos de cor roxo-escura, com única semente coberta de polpa comestível, mucilaginosa, doce e adstringente.

Partes usadas: Frutos, folhas, sementes e casca.

Uso popular: Os frutos são consumidos in natura e na fabricação de sucos. As cascas e sementes são usadas como medicação hipoglicemiante.

Composição química: Nos extratos metanólico e etil-acetato de sementes de Syzygium cumini foram encontrados alcalóides, flavonóides, glicosídeos, fitoesteróis, saponinas, esteróides, taninos e triterpenóides.

Nas folhas foi identificado o diterpeno Vulgarol A, com atividade antibacteriana contra Salmonella typhimurium, Pseudomonas aeruginosa e S. aureus.

Outros compostos encontrados: lupeol, 12-​oleanen-​3-​ol-​3β-​acetate, Stigmasterol, β-​sitosterol.

Ações farmacológicas: A administração oral de 2,5 e 5,0 g / kg de peso corporal do extracto aquoso da semente durante 6 semanas, resultou numa redução significativa da glucose no sangue e um aumento na hemoglobina total, mas no caso de 7,5 g / kg de peso corporal, o efeito não foi significativo.

Também é mencionada as seguintes atividades: antibacteriana, antiinflamatória, analgésica.

Observações: Em um ensaio clínico utilizando o chá das folhas de jambolão, por infusão, durante 28 dias, não mostrou efeito hipoglicemiante.

Os compostos lupeol, 12-​oleanen-​3-​ol-​3β-​acetate, Stigmasterol, β-​sitosterol têm potenciais atividades anti-diabéticas.

Referências: 

Hypoglycaemic activity of Syzigium cumini seeds: effect on lipid peroxidation in alloxan diabetic rats. P.Stanely Mainzen Príncipe,Venugopal P MenonCorrespondente informações de contato autor, L Pari. Disponível em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874198000026 em 30 abril 2014.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

Teixeira C C; Fuchs F D; Weinert L S; Esteves J- The efficacy of folk medicines in the management of type 2 diabetes mellitus: results of a randomized controlled trial of Syzygium cumini (L.) Skeels – From Journal of clinical pharmacy and therapeutics (2006), 31(1), 1-5. Acesso 09 set 2014.

Hosmat, Prasad B.; Sonawane, Kailas D.; Waghmare, Shailesh R. – Antibacterial activity of Vulgarol A extracted from the leaves of Syzygium cumini – From Asian Journal of Pharmaceutical and Clinical Research (2013), 6(4), 100-102, 3 pp.. | Acesso 09 Set 2014.

Alam, Md. Rashedul; Bin Rahman, Akib; Moniruzzaman, Md.; Kadir, Mohammad Fahim; Haque, Md. Ahsanul; Razi-Ul-Hasan Alvi, Mohammad; Ratan, Md.” Evaluation of antidiabetic phytochemicals in Syzygium cumini (L.) Skeels (family: Myrtaceae)”. Journal of Applied Pharmaceutical Science (2012), 2(10), 094-098, 5 pp.. | Acesso 09 Set 2014.

http://www.tropicos.org/Name/22102113.

Tags: ComestívelHipoglicemiante

GRUMIXAMA

11/02/2020 21:22

Eugenia brasiliensis  Lam.

Myrtaceae


SinonímiasMyrtus dombeyi Spreng., Stenocalyx brasiliensis (Lam.) O. Berg.

Nomes populares: Grumixama, grumixameira, grumixaba, cumbixaba, ibaporoiti.

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil, ocorrendo desde o sul da Bahia até Santa Catarina, na mata pluvial Atlântica.

Características botânicas: Árvore de pequeno porte medindo de 10-15 metros de altura, apresentando uma copa mais ou menos piramidal e tronco curto e cilíndrico, dee 25-40 cm de diâmetro, com casca rugosa. Folhas simples, obovada, coriáceas, glabras em ambas as faces, brilhantes. Flores brancas, solitárias, axilares, longo-pecioladas. Fruto drupa globosa, coroada pelas sépalas persistentes, glabras, de cor preta ou amarela quando maduras, com polpa carnosa e doce, contendo uma ou duas sementes.

Partes usadas: Frutos e madeira.

Uso popular: É muito cultivada para a produção de frutos, que são saborosos e consumidos ao natural. Os frutos são muito procurados por pássaros, o que a torna indispensável nos reflorestamentos heterogêneos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente.

A madeira é própria para obras de torno, marcenaria, carpintaria, forros e caixotaria.

A árvore se presta muito bem para o paisagismo, principalmente pelo seu pequeno porte e forma estreita da copa.

Referências: 

LORENZI, Harri – Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2ª ed. Nova Odessa/SP: Editora Plantarum, 1998.

http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ – Acesso 30 Jul 2014.

http://www.tropicos.org/Name/22100447?tab=synonyms – Acesso 30 Jul 2014.

Tags: Comestível

GROSELHA-DO-CEILÃO

11/02/2020 21:18

Dovyalis hebecarpa  (Gardner) Warb.

Salicaceae


SinonímiasRumea hebecarpa Gardner.

Nomes populares: Groselha-do-ceilão, ketembilla, kitembilla, ceylon-gooseberry, apricot tropical, aberia (Cuba).

Origem ou Habitat: Nativa na Índia e Sri Lanka (antigo Ceilão). É cultivada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

Características botânicas: Arvoreta semidecídua, espinescente ou inerme, de copa aberta, medindo de 3-6 m de altura. Folhas simples, curto-pecioladas, verde escura e lustrosa na parte superior e de cor mais clara com pelos diminutos na inferior, de 4-9 cm de comprimento. Flores unissexuais, discretas, reunidas em fascículos axilares. Fruto baga globosa, de casca velutina de cor púrpura, com 2-3 cm de diâmetro, com polpa suculenta e de sabor ácido, contendo 9-12 sementes. Propaga-se por sementes, estacas, alporquia ou enxertia.

Partes usadas: Frutos.

Uso popular: É ocasionalmente cultivada em pomares domésticos, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, para a produção de frutos destinados ao consumo na forma de sucos. Tem potencial para geléias, caldas e sorvetes.

Composição química: Fenólicos totais (casca): antocianinas (Cyanidin-​3-​glucoside, Delphinin ou Mirtilin, Delphinidin 3-​rutinoside, Cyanidin 3-​rutinoside, Peonidin 3-​rutinoside, Malvidin 3-​rutinoside, Petunidin 3-​rutinoside); um flavonol e três elagitaninos como principais compostos da fracção fenólicos não-antocianina; vitamina C (polpa), óleo essencial, .

43 compostos foram identificados no óleo essencial da fruta fresca, dos quais os mais abundantes foram: (Z)​-​3-​hexenol, (E)​-​2-​hexenal and (E)​-​2-​hexenol, além dos compostos: Linalol, Timol, Eugenol, α-Terpineol, α-Phellandrene, γ-Terpinene, p-Cymene, entre outros.

26 carotenóides foram encontrados, sendo o mais abundante β-​Cryptoxanthin, além de Violaxanthin, Antheraxanthin A, Luteoxanthin, neo-​β-​Carotene B, α-​Carotene, entre outros.

Ações farmacológicas: Tem alto poder antioxidante.

Observações: Antocianina é a principal classe fenólica nesta fruta e seus compostos e conteúdo são significativamente afetados pela época do ano.

Referências: 
BOCHI, Vivian Caetano; Barcia, Milene Teixeira; Rodrigues, Daniele; Godoy, Helena Teixeira / ” Biochemical Characterization of Dovyalis hebecarpa Fruits: A Source of Anthocyanins with High Antioxidant Capacity.” From Journal of Food Science (2015), 80(10), C2127-C2133. (Scifinder) Acesso 03 Junho 2016.

BOCHI, Vivian Caetano; Godoy, Helena Teixeira; Giusti, M. Monica – “Anthocyanin and other phenolic compounds in Ceylon gooseberry (Dovyalis hebecarpa) fruits.” From Food Chemistry (2015), 176, 234-243. (Scifinder) Acesso 03 Junho 2016.

DE ROSSO, Veridiana Vera; Mercadante, Adriana Z. “HPLC-​PDA-​MS​/MS of Anthocyanins and Carotenoids from Dovyalis and Tamarillo Fruits.” From Journal of Agricultural and Food Chemistry (2007), 55(22), 9135-9141. (Scifinder) Acesso 03 Junho 2016.

PINO, Jorge A. ” Volatile components of Aberia (Dovialys hebecarpa Warb.) grown in Cuba.” From Journal of Essential Oil-Bearing Plants (2010), 13(4), 416-419. (Scifinder) Acesso 03 Junho 2016.

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

http://www.tropicos.org/Name/50105058 – Acesso 03 Junho 2016.

Tags: ComestívelNutritiva

GIRASSOL-BATATEIRO

09/02/2020 22:20

Helianthus tuberosus  L.

Asteraceae


SinonímiasHelianthus esculentus Warsz., Helianthus tomentosus Michx., Helianthus tuberosus var. subcanescens A. Gray.

Nomes populares: Tupinambor, tupinambo, girassol-batateiro (Brasil), earth-apple (Inglês, Estados Unidos), girasole (Inglês, Estados Unidos), Jerusalem artichoke (Inglês, Canada), ju yu (pinyin, China), sun-choke (Inglês, Estados Unidos), woodland sunflower (Inglês, Estados Unidos), Slunečnice topinambur (alcachofra-de-jerusalém) (Dinamarca).

Origem ou Habitat: América do Norte. Esta planta era cultivada pelos índios norte-americanos e foi levada para a Europa no século XVI. Hoje é cultivada em vários países do mundo, inclusive no Sul do Brasil.(KINUPP & LORENZI, 2014).

Características botânicas: Herbácea perene, rizomatosa, ereta, ramificada, robusta, decídua, medindo de 0,80 a 2,00 m de altura. Folhas simples, membranáceas, pecioladas, áspero-pubescentes em ambas as faces, de 8-28 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos discóides, geralmente solitários, longo-pedunculados, terminais e axilares, medindo de 5-10 cm de diâmetro, com 10-20 flores periféricas longo-liguladas e de cor amarela.

Partes usadas: Rizomas.

Uso popular: Os indígenas americanos já utilizavam os rizomas comestíveis na alimentação. Podem ser consumidos crus como saladas, cozidos, fritos, assados, em conservas, ou transformados em farinha.

Composição química: Os rizomas são ricos em inulina (inulina é um frutano, polissacarídeo da frutose). É pouco calórico. Contém vitaminas A, B, C, D, e minerais (ferro, silício e potássio).

Observações: É um alimento recomendado para diabéticos devido ao conteúdo em inulina. Os rizomas do girassol-batateiro não podem ser armazenados durante muito tempo, depois de retirá-los da terra armazenar apenas durante 14 dias, depois secam.

Referências: 

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

http://www.garten.cz/a/cz/6105-helianthus-tuberosus-slunecnice-topinambur/Acesso 07 JAN 2016. http://www.tropicos.org/Name/2700862 – Acesso 06 JAN 2016.

Tags: Comestível

FUNCHO

20/01/2020 23:06

Foeniculum vulgare   Mill.

Apiaceae 


Sinonímias: Anethum foeniculum L., Foeniculum officinale All., Meum foeniculum (L.) Spreng.

Nomes populares:  Funcho, erva-doce, erva-doce-de-cabeça, falsa-erva-doce, falso-anís, funcho-bastardo, funcho-comum, funcho-doce, funcho-italiano, funho-vulgar, fiolho, anís, cilantrillo, hinojo (Esp.) finocchio (Engl., EUA).

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e amplamente cultivada em todo o Brasil..

Características botânicas:  Erva perene ou bianual, entouceirada, aromática, de 40-60 cm de altura. Folhas inferiores alargadas de até 30 cm de comprimento e superiores mais estreitas, com pecíolo alargado como bainha que envolve o caule, compostas pinadas, com folíolos reduzidos a filamentos. Flores pequenas, hermafroditas, de cor amarela, dispostas em umbelas compostas por 10-20 umbelas menores. Os frutos são oblongos, compostos por dois aquênios de cerca de 4 mm de comprimento.

Partes usadas: Frutos (vulgarmente chamados de sementes), folhas e raízes. A base da haste é empregada na culinária.

Uso popular:  Desconfortos gastrointestinais, como dispepsia, flatulência, eructação e dores decorrentes de transtornos digestivos funcionais. Também utilizada para auxiliar a eliminação de catarro das vias respiratórias superiores. Suas raízes são utilizadas para facilitar as funções de eliminação urinária e digestiva e de eliminação renal de água, como em situação de edemas, hipertensão arterial, afecções genitourinárias e certos reumatismos. Situações de amenorréia, dismenorréia e perturbações associadas ao climatério, e ainda para aumentar o leite materno. Externamente os frutos e folhas são utilizados em inflamações das mucosas ocular e da orofaringe e para perfumar o hálito. É também aromática e comestível.

Composição química:  Óleo essencial composto por anetol 90-95%, metilchavicol, anisaldeído, linalol e outros derivados terpênicos oxigenados; óleo fixo; proteínas; carboidratos; ácidos málico, caféico e clorogênico; cumarinas; flavonóides; esteróides e miristicina. Minerais como potássio (K), vitaminas A,B,C,E , ácido fólico.

Ações farmacológicas: Carminativa, antiespasmódica, galactogoga, estrogênica, aperiente, eupética, relaxamento dos esfíncteres do trato gastrointestinal, anti-séptica, inseticida, antifúngica, antimicrobiana, antiinflamatória, expectorante. Suas raízes têm ação diurética, e suas folhas têm propriedades cicatrizantes e anti-sépticas.

Interações medicamentosas: Pode interagir com o antibiótico ciprofloxacina (estudos em ratos).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em casos específicos, pode ocorrer reação alérgica da pele e do trato respiratório. O anetol e a miristicina presentes no óleo essencial podem, em altas doses, originar efeitos convulsivantes e/ou alucinatórios. As cumarinas podem ser fototóxicas, provocando, à exposição solar, o aparecimento de vesículas, edema ou hiperpigmentação cutânea.

Contra-indicações:  Na farmacopéia alemã não se recomenda o óleo essencial de funcho em grávidas, lactentes e crianças pequenas, nem em pessoas com antecedentes de epilepsia ou convulsões. Para as infusões não haveria contra-indicações.

Posologia e modo de uso: Uso interno – Infusão de uma colher (sopa) de folhas 3x ao dia, ou uma colher de chá de frutos esmagados para uma xícara (150ml) de água fervente 3x ao dia. Como expectorante em crianças, utilizar na forma de xarope.

Uso externo: cataplasma de folhas recentes.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 608-611.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 510-511.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 336-337.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 480.

SILVA, R. C. Plantas Medicinais na Saúde Bucal. Vitória, [s. i.], 2001. p. 58.

http://www.tropicos.org/Name/50277946 – Acesso em: 13 de março de 2012.

KINUPP, V. F.;LORENZI, H.(b)Plantas Alimentícias Não Convencionais ( PANC ) no Brasil. Nova Odessa , SP. Instituto Plantarum de estudos da flora, 2014.

Tags: AfecçõesAmenorréiaAnti-inflamatórioAromáticaClimatérioComestívelDismenorreiaDispepsiaEdemaEructaçãoFlatulênciaHipertensãoReumatismo

ESPORÃO-DE-GALO

19/01/2020 23:25

Vassobia breviflora  (Sendtn.) Hunz.

Solanaceae  


Sinonímias: Acnistus breviflorus Sendtn., Dunalia breviflora (Sendtn.) Sleumer, Bassovia spina-alba Griseb.

Nomes populares:  Esporão-de-galo, espora-de-galo, Marianeira de Espinho, Tomatinho de espinho, Assobiadeira e sabiáitiba (vem do Tupi Guarani e significa “Fruta do sabiá que tem espinho).

Origem ou Habitat: Ocorre na Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil, de São Paulo ao Rio Grande do Sul.(Sobral et al. 2013)..

Características botânicas:  Arvoreta caducifólia de 2 a 3 m de altura, com caules lenticelados (com verrugas ou glândulas que fazem trocas gazosas), bifurcados ou múltiplos com casca pardacenta e com 3 a 6 cm de diâmetro a 30 cm do solo. Os ramos tem espinhos de 1 a 2 cm de comprimento, alternos e esparços. As folhas são simples, papiráceas (textura de papel), glabras (sem pelos) na face superior e sericeas (com pelinhos curtos e densos) na face inferior, medindo 09 a 15 cm de comprimento por 4,5 a 7 cm de largura, com base cuneada (com forma de cunha) e ápice acuminado (com ponta longa). As flores surgem nas axilas das folhas, em grupos de 3 a 7 sob pedicelos (haste ou suporte) de 1,8 a 2,6 cm de comprimento. As pétalas são formadas por corola (invólucro interno) roxa azulada com riscos brancos com 5 lobos ou recortes triangulares. Os frutos são bagas alaranjados de 0.7 a 1,2 cm de diâmetro e tem sabor adocicado com final (e por causa das sementes) amargo. Frutifica de novembro a fevereiro.

Partes usadas: Parte aérea.

Uso popular:  O chá das folhas e cascas é usado popularmente para tumores e limpeza do sangue.

A planta é muito cultivada para atrair o sabiá e cerca de outras 30 espécies de pássaros. Os frutos podem ser consumidos in-natura ou em pratos salgados, ou ainda utilizados para fazer conservas ou para dar volume e um sabor mais leve a molhos de pimenta. É uma espécie útil em projetos de revegetação ou reflorestamentos

Composição química:  Em um estudo com esta espécie Vassobia breviflora mais 5 espécies de Solanaceae, inclusive Withania somnifera, foram pesquisadas quimicamente e isolou-se 65 substâncias chamadas de whithanolides (incluindo withaferin A, withaferin A 4,​27-​diacetate, 27-​O-​glucopyranosylwithaferin A, withalongolide H, withalongolide C, withalongolide A, withalongolide A 4,​27-​diacetate, withalongolide A 4,​19,​27-​triacetate, withalongolide B, withalongolide B 4-​acetate, withalongolide B 4,​19-​diacetate, withalongolide D, withalongolide E, withalongolide G, and 2,​3-​dihydrowithaferin A 3-​O-​sulfate), que mostrou potente atividade citotóxica.

Withaferin A, um esteroide citotóxico de Vassobia breviflora, induz a apoptose em carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço.

Ações farmacológicas: Possui atividades antineoplásica, anti-inflamatória, bacteriostática.

“Stronger bacteriostatic power was detected in Vassobia breviflora (MIC=0.25 mg ml-1 against Staphylococcus aureus, and 0.5 mg ml(-​1) against Enterococcus faecium“.

Observações: Existem outras espécies chamadas de esporão-de-galo, que são Pisonia aculeata L., Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. (Fotos abaixo).

 

 

Referências:
COHEN, Mark S.; Samadi, Abbas; Timerman, Barbara N. “Therapeutic methods with withaferin A and analogs.” From PCT Int. Appl. (2010), WO 2010053655 A2 20100514. (Scifinder) – Acesso 25 Maio 2016.

GROGAN, Patrick T.; Sleder, Kristina D.; Samadi, Abbas K.; Zhang, Huaping; Timmermann, Barbara N.; Cohen, Mark S. “Cytotoxicity of withaferin A in glioblastomas involves induction of an oxidative stress-​mediated heat shock response while altering Akt​/mTOR and MAPK signaling pathways.” From Investigational New Drugs (2013), 31(3), 545-557. (Scifinder) – Acesso 25 Maio 2016.

SALVAT A; Antonnacci L; Fortunato R H; Suarez E Y; Godoy H M. “Screening of some plants from Northern Argentina for their antimicrobial activity”. From Letters in applied microbiology (2001), 32(5), 293-7. – Acesso 25 Maio 2016.

SAMADI, Abbas K.; Tong, Xiaoqin; Mukerji, Ridhwi; Zhang, Huaping; Timmermann, Barbara N.; Cohen, Mark S. “Withaferin A, a Cytotoxic Steroid from Vassobia breviflora, Induces Apoptosis in Human Head and Neck Squamous Cell Carcinoma.” From Journal of Natural Products (2010), 73(9), 1476-1481. (Scifinder) – Acesso 25 Maio 2016.

SOBRAL, M.; Jarenkow, J.A. (org.); Brack, B.; Larocca, J.; Rodrigues, R.S. “Flora Arbórea e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil”. 2ª ed.- São Carlos: RiMA editora, 2013.

ZHANG, Huaping; Samadi, Abbas K.; Cohen, Mark S.; Timmermann, Barbara N.; ” Antiproliferative withanolides from the solanaceae: a structure-​activity study”. IUPAC Commission. From Pure and Applied Chemistry (2012), 84(6), 1353-1367. (Scifinder) – Acesso 25 Maio 2016.

ZHANG, Huaping; Cao, Cong-Mei; Gallagher, Robert J.; Timmermann, Barbara N. “Antiproliferative withanolides from several solanaceous species”. From Natural Product Research (2014), 28(22), 1941-1951. (Scifinder) Acesso 24 Maio 2016.

http://www.colecionandofrutas.org/vassobiabreviflora.htm – Acesso 24 Maio 2016.

http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/ Acesso em 24/5/2016

http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=879 – Acesso 24 Maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/29603756?tab=synonyms – Acesso 24 Maio 2016.

Tags: Comestível

CHICÓRIA

08/01/2020 15:29

Cichorium intybus   L.
Asteraceae (Compositae) 


Sinonímias: Cichorium byzantinum Clementi , Cichorium rigidum Salisb., Cichorium perenne Stokes, Cichorium glaucum Hoffmanns. & Link , etc. 

Nomes populares:  Almeirão-selvagem, radice selvagem (RG), achicoria (Spanish, El Salvador), blue daisy (English, United States), chicoria (Spanish, Guatemala), chicória-brava. 

Origem ou Habitat: Nativo da Europa e cultivado no Sul e Sudeste do Brasil. 

Características botânicas:  Subarbusto anual ou bianual, ereto, latescente, ramificado, de caule rígido e anguloso, medindo entre 30-110 cm de altura. Folhas simples, as folhas basais em roseta com margens dentadas e as folhas superiores muito pequenas com dentes menores, membranáceas, curto-pecioladas ou quase amplexicaules, medindo de 5-18 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos axilares, de cor azul céu, com flores laterais de longas pétalas, que se abrem pela manhã e fecham-se à tarde. Multiplica-se por sementes. 

Partes usadas:Folhas e raízes. 

Uso popular:  Esta planta é consumida como hortaliça na forma de saladas e refogados em todo o mundo, havendo vários cultivares atualmente. Suas folhas e raízes são empregadas na medicina tradicional há cerca de 4 mil anos antes de Cristo, sendo considerada um remédio seguro e inofensivo, empregada para tratar males do fígado e vesícula, reumatismo, gota e hemorroidas. O infuso de suas folhas e raízes é considerado diurético, levemente laxante, estomacal e anti-inflamatório do fígado e intestinos. 

Estômago – a chicória age como um tônico estomacal estimulando a produção dos sucos gástricos, favorecendo a digestão, abre o apetite sendo adequado em casos de inapetência ou anorexia. 

Fígado e vesícula biliar – a chicória possui propriedades hepatoprotetoras, coleréticas e colagogas e estimula a produção de bílis. 

Os preparados com chicória constitui-se um bom remédio para icterícia. 

Pelo seu conteúdo em ferro é um bom auxiliar nos casos de anemia. 

Externamente é usada pelas suas propriedades adstringente e vulnerária para afecções de pele. 

Composição química:  Inulina, chicorina; intibina; proteínas (aminoácidos: treonina, arginina, triptofano, lisina, valina); ácidos: ascórbico, chicorésico, clorogênico, isoclorogênico, linoléico, alfa-linoléico, esteárico, mirístico, palmítico; fibras; minerais (potássio, ferro, fósforo, cálcio e magnésio); mucilagem; taninos. 

  • Lactonas sesquiterpênicas de guaianolida:  Lactucina, 11,13-di-hidrolactucina, 8-desoxilactucina, 11,13-di-hidro-8-desoxilactucina, lactucopicrina, 11,13-di-hidrolactucopicrina, cichoriolide A, B e C, cichoriosides A, B e C, crepidiaside B, chicoralexina, 8-deoxilactucina, 11B,13dihidrolactucina, lactucopicrina, jacquilenin, 11,13-dihidrolactucopicrina, 3,4-Dihidro-15-dehidrolactucopicrina e artesina.  
  • Lactonas sesquiterpenicas: Magnolialide, cichopumilide, picrisideo B, sonchusideo A, sonchusideo C, Ixerisoside D.  
  • Flavonóides: Quercetina malonil glucosídeo, apigenina glucuronida, glucuronido de canferol, isoramnetina-3-glicuronideo, canferol-7-O- (6 “-O-malonil) –glicosídeo, espicosideo, esculetina-7-glicosideo, ácido cis-caftarico e ácido trans-caftarico.  
  • Antocianinas: Cianidina 3-O-glucosideo, cianidina 3-O- (6-malonil) –glicosídeo, cianidina-3-O-galactosideo, dentre outros. -Cumarinas: Cichorina A –C e umbeliferona  
  • Óleo essencial: 1,8-Cineole, canfora, geranil acetona, dentre outros. -Triterpenos: α –amirina, taraxerone e Baurenil acetato 
  • Iridoides: Loliolide 
  • Esteroides: β -sitosterol, campesterol, estigmasterol, dentre outros. 
  • Ácidos fenólicos: Ácido 3,5-dicafeoilquinico, ácido 4,5-dicafeoilquinico, ácido 3-cafeoilquinico, ácido 4-cafeoilquinico, ácido 5-cafeoilquinico. ácido cafártaro, ácido chicorico, ácido clorogênico, ácido cafeico, ácido Chicórico, ácido p-acâmico, ácido cafeoilmalico, ácido ferúlico, ácido protocatecuico, ácido p-hidroxibenzoico, ácido p-cumarico, dentre outros. 

Ações farmacológicas: Destacam-se as propriedades diurética, anti-inflamatória, hepatoprotetora, antioxidante, adstringente e vulnerária. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão da flor com o pólen pode causar reações alérgicas. Em contato com a pele o látex pode produzir dermatites. 

Contra-indicações:  Devido à presença de oxalatos é contra-indicada para pessoas que tenham tendência a produzir pedras nos rins, indivíduos artríticos e os gotosos. A chicória é um diurético potente e pessoas com pressão baixa devem evitar os preparados a base desta planta. Tampouco devem usá-los em casos de úlceras gastroduodenais. 

Observações: Existe a espécie semelhante Cichorium endivia L., popularmente conhecida como endívia, que possui folhas brancas, crocantes, levemente amargas e cultivada como verdura.
 

 

Referências:
LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008. 

PEÑA-ESPINOZA, Miguel et al. Antiparasitic activity of chicory (Cichorium intybus) and its natural bioactive compounds in livestock: a review. Parasites & Vectors, [s.l.], v. 11, n. 1, p.475-489, 22 ago. 2018. 

NWAFOR, Ifeoma Chinyelu; SHALE, Karabo; ACHILONU, Matthew Chilaka. Chemical Composition and Nutritive Benefits of Chicory (Cichorium intybus) as an Ideal Complementary and/or Alternative Livestock Feed Supplement. The Scientific World Journal, [s.l.], v. 2017, p.1-11, 2017. 

MATHUR, Neha; MATHUR, Manish. Phyto-Pharmacology of Cichorium intybus as Hepatoprotective Agent. International Journal Of Pharmaceutical Sciences Review And Research, [s.l.], v. 39, n. 22, p.116-124, ago. 2016. 

STREET, Renée A.; SIDANA, Jasmeen; PRINSLOO, Gerhard. Cichorium intybus: Traditional Uses, Phytochemistry, Pharmacology, and Toxicology. Evidence-based Complementary And Alternative Medicine, [s.l.], v. 2013, p.1-13, 2013. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 13 de março de 2012. 

http://www.botanical-online.com/medicinalsachicoria.htm – acesso em 19 de março de 2013. 

http://olhares.uol.com.br/chicoria-brava-foto1969662.html – Acesso em: 13 de março de 2012. 

http://www.ceunossasenhoradaconceicao.com.br/artigos/plantas-medicinais?plan=Almeir%C3%A3o%20selvagem desenho – Acesso em: 13 de março de 2012.

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