MELÃO-DE-SÃO-CAETANO

14/02/2020 23:24

Momordica charantia   L.

Cucurbitaceae


SinonímiasMomordica indica L., Momordica elegans Salisb., Momordica chinensis Spreng., Momordica sinensis Spreng., Cucumis argyi H. Lév.

Nomes populares: Erva-das-lavadeiras, erva-de-são-caetano, melãozinho, fruto-de-cobra, melão-amargo, erva-de-são-vicente, melón amargo (Espanha), calabacita (Paraguai), balsamina (Perú, Argentina), cundeamor (Cuba), karela (Ìndia), kuguazi (China).

Origem ou Habitat: É pantropical, originária da África e da Ásia.

Características botânicas: Trepadeira anual, sublenhosa, com caule muito longo e ramificado, até 6 metros de comprimento. Folhas recortadas com 5 a 6 lóbulos denteados, medindo entre 4 a 12 cm de comprimento. Flores solitárias, de corola amarela medindo de 2,5 a 3,5 cm. Os frutos são pendentes do tipo cápsula carnosa deiscente, fusiforme, medindo entre 4 a 6 cm de comprimento abrindo quando maduros deixando a mostra as sementes envolvidas em arilo vermelho-vivo, mucilaginoso e adocicado.

Obs.: Nos países asiáticos a variedade mais comum é Momordica charantia var. maxima Williams & Bg., de frutos grandes, subcilíndricos, que chegam a medir mais de 20 cm por 5-6cm de diâmetro, onde recebem os nomes de ampalaya, pepino-chinês, bitter melon, entre outros, e introduzido no Brasil (Lorenzi & Matos, 2008.

Partes usadas: Folhas, frutos e sementes (arilo).

Uso popular: Na medicina caseira as folhas são usadas na forma de infusão para hemorróidas e diarréia. No Caribe contra febres e como vermífugo, anti-reumático, hipotensor e hipoglicemiante, bem como o uso das raízes como afrodisíaco e para combater pedras nos rins.

Nos países do Caribe, cuja variedade é a mesma das que ocorre aqui no Brasil, são recomendados como eficazes o seu uso para o tratamento de afecções da pele e das mucosas, da amenorréia, do diabetes, da anemia e de algumas formas de câncer.

Composição química: Nas folhas foram encontrados momordicinas e triterpenos, esteróides, saponinas e 14 triterpenos glicosilados que são os momordicosídios achados nos frutos e nas sementes e um alto teor de ferro assimilável.

Há ao menos três grupos de substâncias com relato de atividade hipoglicemiante – uma mistura de saponinas esteroidais chamadas de charantina, peptídios semelhante a insulina e alcalóides (LaVALLE, 2001). A fruta de Momordica charantia (MC) foi submetida a analise fitoquímica, tendo encontrado mais de 15 constituintes, dentre eles: alcaloides, glicosídeos, agliconas, taninos, esteroides, fenóis e proteínas. (TONGIA ABHISHEK et al, 2004).

Ações farmacológicas: O extrato alcoólico das folhas e ramos em ensaio farmacológico mostrou atividade anti-hiperglicemiante, enquanto o extrato aquoso apresentou em ensaio clínico atividade antileucêmica, antitumoral e antiviral.

Na Base de Dados SCIFINDER, há 13 estudos clínicos com a Momordica charantia

Um estudo em humanos, comparando o melão-de-são-caetano com a glibenclamida, concluiu que o melão-amargo tem um efeito hipoglicemiante mais fraco, mas melhora os fatores de risco cardiovascular associado a diabetes (CV) de forma mais eficaz do que a glibenclamida.(INAYAT U RAHMAN et all, 2015).

Interações medicamentosas: Trabalho conclui que o extrato dos frutos de melão-de-são-caetano age em sinergismo com hipoglicemiante oral e potencializa a sua hipoglicemia em pacientes diabéticos em uso desses medicamentos (metformin BD ou glibenclamide BD).(TONGIA ABHISHEK et al, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: É abortiva, há relato de coma hipoglicêmico e convulsões em crianças, causa uma síndrome semelhante ao favismo, em animais aumentou a gama GT e a fosfatase alcalina, dor de cabeça, reduziu a fertilidade em camundongos.

Os frutos e as sementes mostraram toxicidade maior do que as folhas.

Contra-indicações: Evitar seu uso durante a gestação devido a sua ação genotóxica na fase de crescimento e retardo sobre o desenvolvimento dos órgãos sexuais.

Evitar o uso das sementes.

Posologia e modo de uso: Infusão: 2-4g dos frutos, tomar 2 a 3 xícaras ao dia.

As folhas também podem ser usadas em infusão.

Segundo Alonso, J.(2004), usar esta planta sob supervisão médica.

Observações: O suco dos frutos verdes é empregado como inseticida. Com a planta, os indígenas preparam um veneno para flechas.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

INAYAT U RAHMAN; Khan Rooh Ullah; Khalil Ur Rahman; Bashir Mohammad “Lower hypoglycemic but higher antiatherogenic effects of bitter melon than glibenclamide in type 2 diabetic patients”. From Nutrition journal (2015), 14, 13. | Language: English, Database: MEDLINE (extraído artigo do SCIFINDER)- Acesso 14 Abril 2016.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

La VALLE J. B. et al. Natural Therapeutics Pocket Guide. Hudson: Apha, 2000.

http://www.fitoterapia.com.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=125)- Acesso em: 17 de abril de 2012.

GROVER J. K.; YADAV, S.P. Pharmacological actions and potential uses of Momordica charantia: a review. Journal of Ethnopharmacology, v. 93, p. 123-132, 2004.

TONGIA ABHISHEK; Tongia Sudhir Kumar; Dave Mangala “Phytochemical determination and extraction of Momordica charantia fruit and its hypoglycemic potentiation of oral hypoglycemic drugs in diabetes mellitus (NIDDM)”. From Indian journal of physiology and pharmacology (2004), 48(2), 241-4.Database: MEDLINE (extraído artigo de SCIFINDER) Acesso 14 Abril 2016.

http://www.tropicos.org/Name/50043681 – Acesso em: 25 de julho de 2012.

Tags: AfrodisíacoAnti-reumáticoDiarreiasFebreHemorróidaHipotensor

MALVA-DE-DENTE

14/02/2020 22:44

Malva parviflora  L.

Malvaceae


Nomes populares: Malva-de-dente, malva, small-flowered mallow (Ingles, Canada), little mallow (Ingles, Estados Unidos).

Origem ou Habitat: Europa, Ásia e África.

Características botânicas: Herbácea anual, medindo entre 0,5 – 1,0 m de altura, glabra ou pubescente. Folhas com 2,5 – 6 cm de comprimento, 3 – 7,5 cm de largura, alternas, 5 – 7 lobadas, margens crenadas longamente pecioladas. Inflorescência fasciculada na axila das folhas, 3 – 6 flores. Flores rosadas pediceladas, cerca de 0,6 cm de comprimento, hermafroditas, 5 pétalas estreitas na base e bilobadas no ápice, estames numerosos soldados pelos filetes, ovário súpero 10 estigmas.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Muito empregada em inflamações das gengivas (periodontias), em inflamações do aparelho genital feminino, dos rins e intestino, tem bom efeito sobre hemorróidas e cistites, tem ação laxante, a mucilagem possui atividade anti-inflamatória e protetora das mucosas digestiva, respiratória e cutânea, tem bom efeito em gripes, faringites , enfisema e asma, possui ação expectorante, auxilia o tratamento de gastrites e úlceras gástricas, é ótimo para furúnculos, como cicatrizante de feridas e picadas de insetos. Externamente, em inflamações e corrimentos vaginais. Tanto os árabes como os romanos usavam as folhas de malva na alimentação.

Composição química: Mucilagem.

Informações científicas: 👥 (HU): Estudo mostrou que o extrato aquoso das flores de malva apresenta potencial para o tratamento da constipação (Elsagh et al., 2015), e efeito protetor urinário em pacientes com câncer de próstata submetidos à radioterapia (Mofid et al., 2015). 🐁 (AN): Estudo demonstrou potencial hipolipemiante e hipoglicemiante para ácidos graxos extraídos das partes aéreas da M.parviflora (Gutiérrez, 2016). 🧪(VI): As evidências encontradas são acerca do potencial antibacteriano de frações extraídas das raízes da espécie contra bactérias Grampositivas (B.subtilis, S. aureus) e Gram-negativas (E. coli) (Shale; Stirk; Van Staden, 2005; Tadeg, 2005).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso da infusão preparada com as folhas da M. parviflora tem boa resposta para casos de infecções de boca (gengivites e aftas), vulvo vaginites e dermatoses.

Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas o uso concomitante desta espécie vegetal com outros medicamentos deve ser cauteloso. Deve-se evitar o uso interno na gestação e lactação e em crianças menores de 02 anos.

Posologia e modo de uso: 

🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: Utilizar a infusão preparada com as folhas secas e frescas para uso tópico na forma de bochechos e gargarejos para gengivites, aftas e na forma de banho de assento em casos de vulvo vaginites

Observações: As espécies de Malva podem ser parasitadas pelo fungo Puccinia malvacearun, tornando-se manchadas, cheias de pústulas pardas e, portanto, inadequadas ao uso (BISSET, 1994). Uma usuário referiu o fato de sentir “dor nos ossos” quando usa mais de três dias seguidos.

Referências: 

1. VEIGA LOPES, A.M. Vinte e quatro plantas usadas na medicina popular do Rio Grande do Sul, apostila, 2002.

2. Avaliação da actividade hipoglicemiante das folhas de Malva parviflora em ratos com diabetes induzida por estreptozotocina. Perez Gutierrez RM . Fonte Laboratorio de Investigación de Productos Naturales, Escuela Superior de Ingeniería Química e Industrias Extractivas IPN, Av. Instituto Politecnico S / N, Col Zacatenco, CP 07758, México DF. rmpg@prodigy.net.mx

3. http://www.tropicos.org/Name/19600174.

4. ELSAGH, M., et al., Efficacy of the Malva sylvestris L. flowers aqueous extract for functional constipation: A placebo-controlled trial.”. Complementary therapies in clinical practice 21.2 (2015): 105-111. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1744388115000122?via%3Dihub

5. MOFID, B., et al., Preventive effect of Malva on urinary toxicity after radiation therapy in prostate cancer patients: A multicentric double-blind randomizedclinical trial.” Electronic physician 7.5 (2015): 1220. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4590556/

6. GUTIÉRREZ,R.M.P.,Hypolipidemic andhypoglycemic activities of a oleanolic acid derivative from Malva parviflora on streptozotocin-induced diabetic mice. Archives Of Pharmacal Research, [s.l.], v. 40, n. 5, p.550-562, 10 dez. 2016. SpringerNature. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s12272-016-0873-y

7. TADEG, H et al. Antimicrobial activities of some selected traditional Ethiopian medicinal plants used in the treatment of skin disorders. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 100, n. 1-2, p.168-175, ago. 2005. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874105002084?via%3Dihub

8. SHALE, T.l.; STIRK, W.a.; VAN STADEN, J. Variation in antibacterial and anti-inflammatory activity of different growth forms of Malva parviflora and evidence for synergism of the anti-inflammatory compounds. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 96, n. 1-2, p.325-330, jan. 2005. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874104004726?via%3Dihub

Tags: Anti-inflamatórioCicatrizanteCistiteExpectoranteGastriteGripeHemorróidaLaxante

LOURO

13/02/2020 21:35


Laurus nobilis  L.

Lauraceae


Nomes populares: Louro, loureiro-ordinário, loureiro-dos-poetas, louro-comum, laurel (Ingles).

Origem ou Habitat: Ásia Menor. É amplamente distribuída nas áreas do Mediterrâneo e Europa e cultivada no Sul e Sudeste do Brasil.

Características botânicas: Árvore perene que mede de 2-10 m de altura, porém, nas regiões de origem pode chegar de 14-25 m. É ramificada e aromática. Folhas simples, alternas, pecioladas, coriáceas, brilhantes, ligeiramente onduladas nas bordas, de cor verde-escuro, de 4-8 cm de comprimento. Flores amareladas ou brancas, aromáticas, reunidas em fascículos axilares, em grupo de 3 a 4. Os frutos são bagas globosas de cor preta quando maduros. (Lorenzi & Matos, 2002).

Partes usadas: Folhas e frutos.

Uso popular: As folhas secas são amplamente empregadas na culinária de vários países como condimento (Alonso, 2004; Lorenzi & Matos, 2002; Stuart, 1981). Utilizada na medicina tradicional, como estimulante do apetite e da digestão, é indicada em casos de dispepsias, flatulência, cólicas, astenias e dores reumáticas e também em casos de estados gripais (acompanhados de mal estar e cansaço) (Lorenzi & Matos, 2002; Alonso, 2004). Externamente, é usada como antisséptica para a pele e antiparasitária (contra caspa e piolhos), reduzindo o mau cheiro dos pés e no combate aos fungos (Lorenzi & Matos, 2002; Drescher, 2001). É usada externamente na Turquia a decocção das folhas frescas em casos de hemorróidas e a decocção dos frutos macerados para mialgias (Alonso, 2004). No Irã, utiliza-se o óleo essencial das folhas como anticonvulsivante, enquanto na Amazônia brasileira prepara-se a decocção das folhas como antihipertensivo. Nas zonas de Mata Atlântica, a infusão das folhas é empregada em doenças do fígado, dores de cabeça, como emética e abortiva (Alonso, 2004; Di Stasi & Hiruma-Lima, 2002) Tem outros usos, como o empego na fabricação de cremes, loções, perfumes, sabonetes e detergentes (Alonso, 2004).

Composição química: As folhas possuem óleo essencial (1-3%) ricos em compostos terpênicos como cineol (40-44%), eugenol e metileugenol (17%), sabineno (6,2%), terpineol (5,7%), pineno (4,7%), linalol, lactonas sesquiterpênicas, fenilhidrazina, piperidina, geraniol, flavonoides, taninos e alcaloides isoquinolínicos (pricipalmente reticulina e em menor medida boldina, launobina, isodomesticina, neolitsina e nandigerina) (Alonso, 2004; Sayyah, et al., 2002). Os frutos possuem óleo essencial (2-4%) rico em derivados terpênicos como cineol (30-50%), alfa e beta-pineno (10%), citral, felandreno, limoneno, p-cimeno, eugenol (livre e esterificado), geraniol, sabineno e metilcinamato. Contém ainda lipídeos (25-55%, sendo muito abundante também nas sementes) compostos por glicerídeos dos ácidos láurico, oleico, palmítico e linoleico. Possui alcaloides isoquinolínicos e princípios amargos (lactonas sesquiterpênicas) como costunolídeo, dehidrocostuslactona, eremantina e laurenbiolídeo.

Ações farmacológicas: As folhas e alguns dos seus compostos presentes no óleo essencial demonstraram atividade inseticida contra baratas, enquanto o extrato aquoso das folhas evidenciou efeito inibitório sobre Biomphalaria glabrata, caramujo hospedeiro do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose (Ré, 1987; Alonso, 2004). O óleo essencial obtido das folhas demonstrou efeitos antiparasitários in vitro, principalmente contra piolhos e ácaros na medicina veterinária (Alonso, 2004). Estudos em ratos com úlceras gástricas induzidas por etanol evidenciaram atividade protetora da mucosa gástrica quando tratados tanto com o extrato aquoso e metanólico quanto o óleo essencial das sementes (Alonso, 2004). Em um estudo sobre absorção alcoólica com cobaias, Yoshikawa (2000) concluiu que sete sesquiterpenos ativos da planta apresentaram atividade inibitória da absorção do álcool pelo organismo, atribuindo potente ação preventiva sobre intoxicação alcoólica aguda. A planta possui atividade anticonvulsivante comprovada em estudos com ratos, prevenindo convulsões tônicas induzidas por eletrochoque e por pentilenetetrazol, atribuída a compostos como metileugenol, eugenol e pineno. Em doses anticonvulsivantes, produziu sedação e comprometimento motor, corroborando seu uso na medicina popular iraniana como antiepilética. Os autores colocam, no entanto, a necessidade de mais estudos antes de conclusões absolutas (Sayyah, et al., 2002).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: É uma espécie com potencial alergênico na pele devido a presença de lactonas sesquiterpênicas, monoterpenos monocíclicos (limoneno, felandreno) e bicíclicos (pineno), os quais podem provocar desde dermatite de contato (Adisen & Onder, 2007; Ozden, et al., 2001) até fotossensibilização. Em altas doses ou com uso muito frequente, pode causar gastrite e úlceras na mucosa digestiva, devido às lactonas e taninos. No entanto, é considerada uma planta segura para uso medicinal em humanos nos EUA e Espanha (Alonso, 2004).

Contra-indicações: Contra-indicada na gravidez (abortiva), lactação, em crianças menores de 6 anos, gastrite, úlceras gástrica ou duodenal, colite ulcerativa, doença de Chron, hepatopatias, epilepsia e doença de Parkinson (Alonso, 2004, citando Arteche Garcia A. et al., 1998).

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (sobremesa) de folhas picadas para 1 xícara de água fervente. Tomar 1 xícara antes das refeições.
Decocção para uso externo: 5 colheres (sopa) de folhas picadas em 1 litro de água. Ferver por 10 minutos; é indicado banho de imersão por 15 minutos como antisséptico para a pele, como relaxante muscular contra mau cheiro dos pés e no combate a fungos, parasitos e suor.

Observações: Na antiguidade, os gregos consideravam esta planta muito nobre, de tal forma que coroavam seus heróis com suas folhas e ramos. As expressões “laureado” = premiado e “os louros da vitória” são usadas em alusão a esta planta: Laurus nobilis.

Referências: 

Chen, Hongqiang; Xie, Chunfeng; Wang, Hao; Jin, Da-Qing; Li, Shen; Wang, Meicheng; Ren, Quanhui; Xu, Jing; Ohizumi, Yasushi; Guo, Yuanqiang – Sesquiterpenes Inhibiting the Microglial Activation from Laurus nobilis. Journal of Agricultural and Food Chemistry (2014), 62(20), 4784-4788. | – Acesso 14 Jul 2014.

ADISEN, E. e ONDER, M. Allergic contact dermatitis from Laurus nobilis oil induced by massage. Contact Dermatitis. 2007 Jun;56(6):360-1.

ALONSO, Jorge. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos – 1. ed.; Argentina, Rosario. Corpus Libros, 2004. Pp. 665-667.

DI STASI, Luiz Claudio., HIRUMA-LIMA, Clélia Akiko; colaboradores Alba Regina Monteiro Souza-Brito, Alexandre Mariot, Claudenice Moreira dos Santos. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Editora UNESP, 2002. Pp. 107-108.

DRESCHER, Lírio (coordenador). Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. – 1. ed. 2001. Pp. 86.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. – 1. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 267.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa/SP: Instituto Plantarum, 2008.

OZDEN, MG., OZTAS, P., OZTAS, MO., ONDER, M. Allergic contact dermatitis from Laurus nobilis (laurel) oil. Contact Dermatitis. 2001 Sep;45(3):178.

RE, Liliane and KAWANO, Toshie. Effects of Laurus nobilis (Lauraceae) on Biomphalaria glabrata (Say, 1818). Mem. Inst. Oswaldo Cruz [online]. 1987, vol.82, suppl.4, pp. 315-320. Acessado em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0074-02761987000800060&script=sci_arttext

SAYYAH, M., VALIZADEH, J. And KAMALINEJAD, M. Anticonvulsant activity of the leaf essential oil of Laurus nobilis against pentylenetetrazole- and maximal electroshock-induced seizures. Phytomedicine Volume 9, Issue 3, 2002, Pages 212-216. Acessado em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S094471130470104X

STUART, Malcolm. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Ediciones Omega, S. A., Barcelona, 1981. Pp. 211.

YOSHIKAWA, M., SHIMODA, H., UEMURA, T., MORIKAWA, T., KAWAHARA, Y., MATSUDA, H. Alcohol absorption inhibitors from bay leaf (Laurus nobilis): structure-requirements of sesquiterpenes for the activity. Bioorganic & Medicinal Chemistry Volume 8, Issue 8, August 2000, Pages 2071-2077. Acessado em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0968089600001279 Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 04 Jul 2011

http://www.tropicos.org/Name/17804359 – Acesso 14 Jul 2014.

Tags: Abortivoanti-hipertisivoAnti-parasitáriaAnticonvulsivaAntissépticaAsteniaCólicaCondimentoDispepsiaDores reumáticasEméticaFlatulênciaGripeHemorróidaMialgias

EQUINÁCEA

09/01/2020 20:49

Echinacea purpurea  ( L.) Moench.

Asteraceae (Compositae) 


Sinonímias: Rudbeckia purpurea L.; Brauneria purpurea (L.) Britt. 

Nomes populares:  Flor-roxa-cônica, cometa-roxo, equinácea. 

Origem ou Habitat: América do Norte , meio oeste dos EUA. 

Características botânicas:  Planta herbácea perene, ereta, rizomatosa, florífera, pouco ramificada, de 60-90 cm de altura, com folhas opostas, curto-pecioladas, cartáceas, ásperas, com três nervuras salientes, medindo de 4 a 12 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos cônicos, dispostas no ápice dos ramos, compostas por flores centrais diminutas de cor marrom-arroxeadas e de flores externas de corola alongada de cor rosa-arroxeada voltadas levemente para baixo. O conjunto, com 10 a 15 cm de diâmetro, lembra a cabeleira de um cometa, daí a razão de um de seus nomes populares. Possui raízes cilíndrico-afiladas, inteiras, sutilmente espiraladas, longitudinalmente sulcadas, fibrosas, com a casca fina, lenhosa, com poros alternos. O rizoma tem medula com a forma circular. O florescimento ocorre de setembro a novembro.  

Uso popular:  Indicada em síndromes gripais com tosse, bronquite, febre, dores de garganta. Na profilaxia e tratamento da gripe, rinossinusites e infecções do trato urinário. Externamente, sob a forma de pomadas ou em compressas nas queimaduras, feridas purulentas, acne e outras ulcerações na pele, ou na forma de cataplasma contra artrites, hemorróidas e doenças venéreas. Na forma de gargarejo, é indicada para dores de dente, abcessos dentais e ulcerações da mucosa oral. É indicada também para tratamento de infecções crônicas, frieiras, picada de insetos, erisipela, sífilis, impurezas do sangue e febres pútridas. 

Composição química:  Óleo essencial, fitosteróis, rutósido, alcalóides pirrozidínicos (0,006%), possui como compostos ativos os derivados dos ácidos dicafeico e ferúlico, os equinacósidos A e B (0.5 a 1%), compostos alifáticos de cadeia longa e polissacáridos (equinacinas). As folhas e flores contêm ácido chicórico, rutina e metiléster. A parte aérea contém amidas altamente insaturadas, germaceno, vanilina, metil-p-hidroxicinamato e um derivado de labdano. O rizoma contém poliacetilenos, ácido chicórico (0.6 a 2.1%), ácido clorogênico, alcamidas, derivados do ácido cafeico, equinaceína, 4-0-metil-gliconoarabinoxilano, inulina, frutose, pentose, ésteres do ácido cafeico (equinacosídeo – 0.5 a 1% e cinarina), humuleno, equinolona e betaína. Entre os polissacarídeos encontrados, o principal é a arbinogalactana. A planta contém ainda óleo essencial que encerra cariofileno, um sequiterpeno e poliacetilênicos, bem como ácidos graxos, proteínas, taninos e as vitaminas A, C e E. A maior concentração dos componentes mais ativos se encontra nas raízes e rizomas, contudo, frequentemente o suco fresco da planta obtida com folhas, hastes e flores também é utilizado. 

Ações farmacológicas: Os mucopolisacarídeos de alto peso molecular situados na raíz demonstrou um efeito imunoestimulante inespecífico verificado em vários níveis: aumento na produção de leucócitos e linfoquinas, aumento da taxa de properdina, elevação da produção de interferon, inibição de hialuronidase e aumento da capacidade de fagocitose por parte dos macrófagos. A arabinogalactana – obtida em cultura de células de E. purpurea – apresenta ação ativadora de macrófagos citotóxicos ás células tumorais e micro-organismos (Leishmania enrietti). Esta substância também induz macrófagos a produzirem o fator de necrose tumoral (TNF-alfa) interleucina e interferon b-2, bem como incrementa um pouco a proliferação de células T. Experimentalmente, a equinaceína demonstrou propriedades antiparasitárias e antiinflamatórias. Extratos de equinácea incrementaram em 45% a fagocitose de Candida albicans através de granulócitos e monócitos de indivíduos sadios in vitro. Altas doses de extrato da planta interferem nas enzimas do esperma, afetando a motilidade e, consequentemente, a viabilidade do mesmo. Diversos estudos clínicos tem demonstrado benefícios na administração de extratos de equinácea para o alívio e encurtamento de sintomas relacionados com patologias do trato respiratório superior. Em um deles, duplo-cego, com 180 pacientes voluntários, na Alemanha, com sintomas respiratórios como congestão nasal, rinite, resfriados e estados gripais, a amostra foi dividida em três grupos. O primeiro foi tratado com 900 mg diários de extrato de equinácea; o segundo grupo recebeu 450 mg e o terceiro apenas tratado com placebo. Ao fim de quatro dias, o primeiro grupo foi o único que mostrou diminuição estatisticamente significativa dos sintomas. Um produto comercial elaborado à base de equinácea apresenta atividade anti-herpética contra vírus herpes tipo 1 e 2, suscetíveis e resistentes ao aciclovir. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Quando utilizada por mais de oito semanas, a equinácea pode causar hepatotoxicidade e, portanto, não deveria ser utilizada com outras drogas hepatotóxicas (esteróides anabólicos, amiodarona, metotrexato e cetoconazol). Por ser estimulante do sistema imune, não deve ser administrada com imunosupressores ou quando há doenças auto -imunes. Pode produzir um aumento da salivação e o uso parenteral do extrato pode produzir reações alérgicas, náuseas, vômitos e por vezes, febre. Deve-se, portanto, utilizar a planta com precaução, e não exceder o tratamento por via oral em mais de 8 semanas. 4. 

Contra-indicações:  A segurança durante a gravidez e a lactação ainda não foi confirmada, não sendo recomendável o uso nestes casos. 

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 445-451. 

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian 2003. p. 290-91. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 154-55 

SILVA JUNIOR, A. A. Essentia herba: Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003. p. 196-205.

Tags: AcneArtriteBronquiteFebreGripeHemorróidaQueimaduraTosse

CHICÓRIA

08/01/2020 15:29

Cichorium intybus   L.
Asteraceae (Compositae) 


Sinonímias: Cichorium byzantinum Clementi , Cichorium rigidum Salisb., Cichorium perenne Stokes, Cichorium glaucum Hoffmanns. & Link , etc. 

Nomes populares:  Almeirão-selvagem, radice selvagem (RG), achicoria (Spanish, El Salvador), blue daisy (English, United States), chicoria (Spanish, Guatemala), chicória-brava. 

Origem ou Habitat: Nativo da Europa e cultivado no Sul e Sudeste do Brasil. 

Características botânicas:  Subarbusto anual ou bianual, ereto, latescente, ramificado, de caule rígido e anguloso, medindo entre 30-110 cm de altura. Folhas simples, as folhas basais em roseta com margens dentadas e as folhas superiores muito pequenas com dentes menores, membranáceas, curto-pecioladas ou quase amplexicaules, medindo de 5-18 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos axilares, de cor azul céu, com flores laterais de longas pétalas, que se abrem pela manhã e fecham-se à tarde. Multiplica-se por sementes. 

Partes usadas:Folhas e raízes. 

Uso popular:  Esta planta é consumida como hortaliça na forma de saladas e refogados em todo o mundo, havendo vários cultivares atualmente. Suas folhas e raízes são empregadas na medicina tradicional há cerca de 4 mil anos antes de Cristo, sendo considerada um remédio seguro e inofensivo, empregada para tratar males do fígado e vesícula, reumatismo, gota e hemorroidas. O infuso de suas folhas e raízes é considerado diurético, levemente laxante, estomacal e anti-inflamatório do fígado e intestinos. 

Estômago – a chicória age como um tônico estomacal estimulando a produção dos sucos gástricos, favorecendo a digestão, abre o apetite sendo adequado em casos de inapetência ou anorexia. 

Fígado e vesícula biliar – a chicória possui propriedades hepatoprotetoras, coleréticas e colagogas e estimula a produção de bílis. 

Os preparados com chicória constitui-se um bom remédio para icterícia. 

Pelo seu conteúdo em ferro é um bom auxiliar nos casos de anemia. 

Externamente é usada pelas suas propriedades adstringente e vulnerária para afecções de pele. 

Composição química:  Inulina, chicorina; intibina; proteínas (aminoácidos: treonina, arginina, triptofano, lisina, valina); ácidos: ascórbico, chicorésico, clorogênico, isoclorogênico, linoléico, alfa-linoléico, esteárico, mirístico, palmítico; fibras; minerais (potássio, ferro, fósforo, cálcio e magnésio); mucilagem; taninos. 

  • Lactonas sesquiterpênicas de guaianolida:  Lactucina, 11,13-di-hidrolactucina, 8-desoxilactucina, 11,13-di-hidro-8-desoxilactucina, lactucopicrina, 11,13-di-hidrolactucopicrina, cichoriolide A, B e C, cichoriosides A, B e C, crepidiaside B, chicoralexina, 8-deoxilactucina, 11B,13dihidrolactucina, lactucopicrina, jacquilenin, 11,13-dihidrolactucopicrina, 3,4-Dihidro-15-dehidrolactucopicrina e artesina.  
  • Lactonas sesquiterpenicas: Magnolialide, cichopumilide, picrisideo B, sonchusideo A, sonchusideo C, Ixerisoside D.  
  • Flavonóides: Quercetina malonil glucosídeo, apigenina glucuronida, glucuronido de canferol, isoramnetina-3-glicuronideo, canferol-7-O- (6 “-O-malonil) –glicosídeo, espicosideo, esculetina-7-glicosideo, ácido cis-caftarico e ácido trans-caftarico.  
  • Antocianinas: Cianidina 3-O-glucosideo, cianidina 3-O- (6-malonil) –glicosídeo, cianidina-3-O-galactosideo, dentre outros. -Cumarinas: Cichorina A –C e umbeliferona  
  • Óleo essencial: 1,8-Cineole, canfora, geranil acetona, dentre outros. -Triterpenos: α –amirina, taraxerone e Baurenil acetato 
  • Iridoides: Loliolide 
  • Esteroides: β -sitosterol, campesterol, estigmasterol, dentre outros. 
  • Ácidos fenólicos: Ácido 3,5-dicafeoilquinico, ácido 4,5-dicafeoilquinico, ácido 3-cafeoilquinico, ácido 4-cafeoilquinico, ácido 5-cafeoilquinico. ácido cafártaro, ácido chicorico, ácido clorogênico, ácido cafeico, ácido Chicórico, ácido p-acâmico, ácido cafeoilmalico, ácido ferúlico, ácido protocatecuico, ácido p-hidroxibenzoico, ácido p-cumarico, dentre outros. 

Ações farmacológicas: Destacam-se as propriedades diurética, anti-inflamatória, hepatoprotetora, antioxidante, adstringente e vulnerária. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão da flor com o pólen pode causar reações alérgicas. Em contato com a pele o látex pode produzir dermatites. 

Contra-indicações:  Devido à presença de oxalatos é contra-indicada para pessoas que tenham tendência a produzir pedras nos rins, indivíduos artríticos e os gotosos. A chicória é um diurético potente e pessoas com pressão baixa devem evitar os preparados a base desta planta. Tampouco devem usá-los em casos de úlceras gastroduodenais. 

Observações: Existe a espécie semelhante Cichorium endivia L., popularmente conhecida como endívia, que possui folhas brancas, crocantes, levemente amargas e cultivada como verdura.
 

 

Referências:
LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008. 

PEÑA-ESPINOZA, Miguel et al. Antiparasitic activity of chicory (Cichorium intybus) and its natural bioactive compounds in livestock: a review. Parasites & Vectors, [s.l.], v. 11, n. 1, p.475-489, 22 ago. 2018. 

NWAFOR, Ifeoma Chinyelu; SHALE, Karabo; ACHILONU, Matthew Chilaka. Chemical Composition and Nutritive Benefits of Chicory (Cichorium intybus) as an Ideal Complementary and/or Alternative Livestock Feed Supplement. The Scientific World Journal, [s.l.], v. 2017, p.1-11, 2017. 

MATHUR, Neha; MATHUR, Manish. Phyto-Pharmacology of Cichorium intybus as Hepatoprotective Agent. International Journal Of Pharmaceutical Sciences Review And Research, [s.l.], v. 39, n. 22, p.116-124, ago. 2016. 

STREET, Renée A.; SIDANA, Jasmeen; PRINSLOO, Gerhard. Cichorium intybus: Traditional Uses, Phytochemistry, Pharmacology, and Toxicology. Evidence-based Complementary And Alternative Medicine, [s.l.], v. 2013, p.1-13, 2013. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 13 de março de 2012. 

http://www.botanical-online.com/medicinalsachicoria.htm – acesso em 19 de março de 2013. 

http://olhares.uol.com.br/chicoria-brava-foto1969662.html – Acesso em: 13 de março de 2012. 

http://www.ceunossasenhoradaconceicao.com.br/artigos/plantas-medicinais?plan=Almeir%C3%A3o%20selvagem desenho – Acesso em: 13 de março de 2012.

Tags: AnemiaAnti-inflamatórioColagogoColeréticaComestívelDiuréticoHemorróidaHepatoprotetoraLaxanteReumatismo

CENTELA

07/01/2020 22:41

Centella asiatica  (L.) Urban.
Apiaceae  


Sinonímias: Hydrocotyle asiatica L. 

Nomes populares:  Centela, centela-da-ásia, centela-asiática, hidrocótila, bevuláqua, cairu-su, pé-de-cavalo, dinheiro-em-penca, pata de elefante, pata-de-cavalo, corcel, pata-de-mula, pata-de-burro, cairuçu-asiático, erva-de-tigre, codagem. 

Origem ou Habitat: Nativa da Ásia. 

Características botânicas:  Erva perene, rasteira, acaule, estolinífera, rizomatosa, com estolões de até 30 cm de comprimento e confundido com ramos, que formam sobre o solo um tapete semelhante a um gramado. Folhas simples, longo-pecioladas, surgidas diretamente dos nós dos rizomas, de 4-6cm de diâmetro. Flores pequenas, de cor esbranquiçada, reunidas em pequenas umbelas curto-pedunculadas que surgem na base da folha. Multiplica-se em nossas condições principalmente por rizomas e estolões. 

Partes usadas:Folhas. 

Uso popular:  Ativação da circulação sanguínea como coadjuvante no tratamento das doenças vasculares (insuficiência venosa), auxiliar na digestão estomacal e intestinal, anti depressiva. Uso externo como cicatrizante para eczemas, úlceras, pruridos e feridas pós-cirúrgicas, para eliminação da celulite, como estimulante cutâneo e da irrigação sanguínea, em úlceras venosas e para irritação vaginal. Prevenção de rugas e flacidez, para hemorróidas, úlceras cutâneas, queimaduras, erisipela e infecção cutânea, tosse e catarro amarelo, febres em infecções bacterianas. Indicada como complemento na massagem de cicatrizes fibrosas e hipertróficas. 

Composição química:  Saponosídeo triterpênico (asiaticosídeo), saponinas, flavonóides, quercetina, aminoácidos, sais minerais, açúcares, ácidos graxos, ácidos triterpênicos (ácido indocentóico e ácido madecásico), resinas, taninos, óleo essencial (cineol, alcanfor, farnesol, felandreno, germacreno D, n-dodecano, α-pineno, p-cimol, β-cariofileno), β-caroteno , vitamina C (13,8mg/100g), fitosteróis, alcalóide (hidrocotilina). 

  • Triterpenos pentacíclicos: Ácido asiático, ácido madecássico, ácido madasiático, ásiaticosideo A-F, braminosideo, madasiaticosideo, dentre outros. 
  • Óleo essencial: β-Cariofileno, α‐humuleno, terpineno-pineno, dentre outros. 
  • Flavonóides: Canferol, astragalina, catequina, rutina, naringina, glicosídeo de quercetina, dentre outros. 
  • Sesquiterpenos: Bicicloelemeno, trans- farneseno, ermacreno, dentre outros. 
  • Esteroides: Campesterol, estigmasterol, sitosterol, dentre outros. 

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, cicatrizante, depurativa, digestiva, tônica, lipolítica (anticelulítica), diurética, reconstituinte, expectorante, resolutiva, venotrópica (estimulante circulatória), febrífuga, antibacteriana, psicotrópica. 

Interações medicamentosas: Fenilbutazona e dexametasona interferem na velocidade de reparação em feridas experimentais em ratas. Doses altas podem interferir com terapias hipoglicemiantes ou aumentar a concentração de colesterol sérico.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em altas doses por via oral pode causar fotossensibilidade, sonolência, fraqueza, cefaléia, vertigem, gastrite, hipotensão arterial e estado narcótico leve a moderado. Em alguns pacientes observou-se elevação do colesterol total. A aplicação do pó sobre feridas dérmicas pode causar sensação ardente. Pode originar dermatite de contato. 

Contra-indicações:  Contra-indicada em crianças, em casos de epilepsia, hiperlipidemia e durante a gravidez. Não se recomenda seu uso oral por mais de seis semanas consecutivas, principalmente em casos de gastrite ou úlcera duodenal. 

Posologia e modo de uso: 

  • Uso interno – infusão de uma colher (sobremesa) de folhas secas moídas em uma xícara de chá de água, 2x/dia.  
  • Uso externo – 3 colheres (sopa) de folhas picadas em ½ litro de água, para aplicação local ou banhos de assento. Pasta feita com a planta recente ou o pó da planta sobre a região a tratar. 

OBS.: Existe confusão entre esta espécie e a Hydrocotyle bonariensis Lam.(acariçoba).
 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 316-322. 

BOTSARIS, A. S. As fórmulas mágicas das plantas. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2002. p. 332-334. 

BYLKA, Wiesława et al. Centella asiatica in cosmetology. Advances In Dermatology And Allergology, [s.l.], v. 1, p.46-49, 2013. 

BYLKA, Wiesława et al. Centella asiaticain Dermatology: An Overview. Phytotherapy Research, [s.l.], v. 28, n. 8, p.1117-1124, 7 jan. 2014. 

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Traduzido por Del Fresno Á. V.; Accame, E. C.; Lizabe, M. R. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 696-697. 

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 218. 

GRAY, Nora E. et al. Centella asiatica: phytochemistry and mechanisms of neuroprotection and cognitive enhancement. Phytochemistry Reviews, [s.l.], v. 17, n. 1, p.161-194, 20 set. 2017. 

SABARAGAMUWA, Rasangani; PERERA, Conrad O.; FEDRIZZI, Bruno. Centella asiatica (Gotu kola) as a neuroprotectant and its potential role in healthy ageing. Trends In Food Science & Technology, [s.l.], v. 79, p.88-97, set. 2018. 

SEEVARATNAM, Vasantharuba et al. FUNCTIONAL PROPERTIES OF CENTELLA ASIATICA (L.): A REVIEW. Int J Pharm Pharm Sci., Madurai, v. 4, n. 5, p.8-14, 2012 

HASHIM, P. Centella asiatica in food and beverage applications and its potential antioxidant and neuroprotective effect. International Food Research Journal, Selangor, v. 18, n. 4, p.1215-1222, 2011. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 475

Tags: Anti-depressivaCicatrizanteCirculaçãoEczemaFebreHemorróidaPruridoQueimaduraTosseÚlceras

CAPIM-LIMÃO

05/01/2020 17:15

Cymbopogon citratus  (DC.) Stapf.
Poaceae (Gramineae) 


Sinonímias: Andropogon ceriferus Hack., Andropogon citratus DC.

Nomes populares:  Capim-limão, capim-cidró, capim-cidreira, capim-cidrilho, capim-santo, capim-cheiroso, capim-marinho, erva-cidreira, cana-cidreira, chá-de-estrada, fever grass (English, United States), lemongrass (English, United States), sontol (Spanish), té de limón (Spanish), zacate de limón (Spanish), xiang mao (China), belgata e chá-do-gabão (Portugal), surwai (Índia), citronelle (França).

Origem ou Habitat: Nativo da Índia e Sul da Ásia. Cresce em climas tropicais úmidos, ensolarados, até 1200 m do nível do mar. Atualmente é cultivado na Ásia, América Central e Sul da América.

Características botânicas:  Erva perene, com caule tipo colmo, formando touceiras compactas e grandes, cerca de 1 – 2 m de altura. Folhas com 60 – 100 cm de comprimento e, 1,5 – 2 cm de largura, invaginantes, alternas, paralelinérveas, lineares, longo-atenuadas no ápice e com cobertura cerosa, ásperas em ambas as faces, cortantes. Inflorescência formada por espiguetas reunidas em racemos espiciformes, de 30 – 60 cm no ápice dos colmos. Fruto cariopse.

Partes usadas: Folhas e rizomas.

Uso popular:  As folhas são utilizadas na forma de decocto ou infuso como calmante, febrífugo, antiespasmódico, diurético, depurativo do sangue, tratamento de hemorróidas, pressão alta, problemas nervosos, distúrbios de fígado, má digestão, enjôos e diarréia.

Na Argentina as folhas são usadas (decocção ou tintura) em casos de gripe, febre, tosse, espasmos digestivos, diarréia, meteorismo, quadros respiratórios, nervos, insônia, pé-de-atleta, hipertensão arterial, dor de garganta, laxante e como antiemético.

Em Honduras, além dos usos tradicionais, usam como antimalárico, antiasmático e para lavar os olhos.

Em Tobago é indicada a decocção das raízes contra gripe e febre.

Em Malásia elaboram uma pasta feita com as folhas trituradas para aplicar sobre a fronte em casos de dor de cabeça. Topicamente, a decocção das folhas é usada em dores reumáticas, lombalgias, eczemas, neuragias, etc.

A medicina ayurvédica recomenda a decocção das folhas como laxante, antiparasitário, em bronquites, como anticonvulsivante, contra a lepra e como afrodisíaco.

Composição química:  A planta contém um óleo rico em inúmeros alcoóis, ácidos voláteis, aldeídos, cetonas, ésteres, terpenos. O citral, compostos pelos isômeros neral e geranial, é responsável pelo odor de limão e é o composto majoritário, juntamente com geraniol e mirceno. Comercialmente, distinguem-se dois tipos de óleo essencial de Cymbopogon citratus, o East Indian e o West Indian, que diferem por possuírem concentrações diferentes de mirceno. Entre os constituintes fixos da parte aérea, encontram-se substâncias alcaloídicas, hexacosanol, triacontanol, sitosteral, flavonóides, além de dois triterpenóides isolados da cera que recobre as folhas, uma cetona (cimbopogona) e um álcool (cimbopogonol).

Quanto ao teor de Citral, principal componente do óleo essencial, foi verificado por Cicogna Junior et al. (1986-1987) apud Martins et al. (2004), que a maior quantidade encontrada de Citral a e b em espécies brasileiras foi de 43,6%, muito abaixo dos valores registrados na literatura especializada (75 – 85%). Por outro lado, foi descrito por Ekundayo (1984) apud Martins et al. (2004), a ocorrência de 57% de Citral no óleo essencial de Cymbopogon citratus nigeriano, porém, esta porcentagem está abaixo do esperado para as espécies africanas (70%). Ele explica que essa variação na quantidade de Citral é devida a fatores genéticos e não ambientais, já que a porcentagem de Citral em C. citratus nigeriano é a mesma durante as diferentes estações do ano.

O Citral é utilizado como matéria-prima de importantes compostos químicos denominados iononas, utilizados na perfumaria e na síntese da Vitamina A.

INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS:

👥(HU): Estudo randomizado mostrou
potencial atividade para a infusão preparada com as folhas do C. citratus no tratamento de candidíase oral em pacientes com HIV.
Estudos clínicos de fase I e II mostram potencial ação antifúngica na pitiríase versicolor em formulações contendo o óleo essencial da planta (menor que o controle cetoconazol). Seu
benefício no tratamento da ansiedade ainda não está esclarecido.                                                        🐁(AN): Na literatura é reportada a propriedade gastroprotetora para a infusão das folhas em ratos.                                                           🦠🧫 (IV): Estudo com os rizomas mostrou potencial antimicrobiano para micobactérias causadoras da tuberculose.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Trata-se de uma espécie bem tolerada em qualquer forma galênica e nas doses recomendadas.

Doses maiores, por exemplo, 500 – 1000 ml da decocção em dose única, pode ocasionar depressão geral e sedação.

A infusão das folhas, administrada por via oral a ratas, durante dois meses e em doses 20 vezes superiores à estabelecidas para humanos, não evidenciou toxicidade alguma.

Foram feitas provas de toxicidade aguda e subaguda com a infusão das folhas em 11 voluntários humanos e não foram observadas alterações nos principais parâmetros hematológicos nem nos ECG e EEG. Resultados semelhantes observou-se com a decocção das folhas, por via oral, durante dois meses (Alonso, 2004).

O decocto ou o infuso devem ser filtrados para evitar ingerir os microfilamentos, que a longo prazo podem provocar quadros erosivos na mucosa esofágica

Contra-indicações:  McGuffin et al. (1997) apud Der Maderosian (2001) que diz ser contra-indicado na gravidez por ser abortivo.

Contra-indicado em úlcera péptica; pode provocar gastrite e azia em pessoas sensíveis (Botsaris, 2002).

Posologia e modo de uso: Uso interno e/ou externo: infusão ou decocção: 20g de folhas trituradas em 1 litro de água, filtrar e tomar 3 a 4 xícaras ao dia.

Observações: No Brasil, esta espécie ( Cymbopogon citratus (DC.) Stapf) não floresce; porém, existe outra espécie – Cymbopogon flexuosus (Nees ex Steud.)Will.Watson – que tem porte maior, composição química e usos semelhantes e floresce no Brasil (fotos abaixo). As folhas de Cymbopogon citratus (DC.) Stapf são reconhecidas pelas Farmacopéias da França e Vietnam entre outras, pelo Códex Farmacêutico da Índia, pelo Diretório de Drogas do Japão e pelos Ministérios da Saúde de Bolívia, Colômbia, Cuba e Venezuela (Alonso, 2004)

 

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BELÉM L. F. Atividade antifúngica de óleos essenciais obtidos de plantas medicinais contra Malassezia furfur. In: XVI- SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 2000, Refice, PE.

BOTSARIS, A. S. As fórmulas mágicas das plantas. 3. ed., Rio de Janeiro: Nova Era, 2002. p. 300.

DI STASI, L. C. Plantas medicinais na Amazônia. São Paulo: UNESP, 1989.

MARTINS, M. B. G. et al. Caracterização anatômica da folha de Cymbopogon citratus (DC.)Stapf (Poaceae) e perfil químico do óleo essencial. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. v.6, n.3, p.20-29, Botucatu, 2004.

ROBINEAU, L. (Ed.) Towards a Caribbean Pharmacopeia TRAMIL 4: Scientific research and popular use of Medicinal plants in the Caribbean. Honduras: [s. i.] 1989.

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

SOUSA, M. P. Constituintes químicos ativos de plantas medicinais brasileiras. Fortaleza: EUFC, 1991.

WENIGER, Β.; ROBINEAU, L. Seminário TRAMIL 3: Elements pour une Pharmacopée Caribe. Santo Domingo: Editora Compio, 1988.

http://www.ibb.unesp.br/servicos/publicacoes/rbpm/pdf_v6_n3_2004/artigo_5_v6_n3.pdf – Acesso em: 29 de novembro de 2011

http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/academica/article/view/556/464 – Acesso em: 29 de novembro de 2011.

http://www.tropicos.org/Name/25511805 – Acesso em: 25 de novembro de 2011.

Tags: AntiasmáticaAntiespasmódicoBronquiteCalmanteDiuréticoEnjôoFebrífugaHemorróidaHipertensãoInsôniaLaxante

BELDROEGA

31/12/2019 00:06

Portulaca oleraceae  L.

Portulacaceae 


SinonímiasPortulaca oleracea var. sylvestris (L.) DC., Portulaca parvifolia Haw., Portulaca sativa Haw.

Nomes populares: beldroega-pequena, beldroega-verdadeira, beldroega-vermelha, beldroega-da-horta, caaponga, ora-pro-nobis, bredo-de-porco, onze-horas, ma chi xian shu (China), etc.

Origem ou Habitat: Portulacaceae são cosmopolitas, com 25-30 gêneros e 450-500 espécies. A maioria dos gêneros e espécies ocorrem no oeste da América do Norte, América do Sul e África, com alguns representantes na Europa e Ásia. Na América tropical e nas regiões limítrofes, existem cerca de 11 gêneros e 170 espécies provavelmente.

Características botânicas: Herbácea prostrada, anual, suculenta, ramificada, glabra, ramos rosados de 20-40cm de comprimento. Flores solitárias, axilares, amarelas, que abrem-se apenas de manhã.

Partes usadas: Planta toda, folhas, caules e sementes.

Uso popular: beldroega é considerada uma planta refrescante.

É empregada internamente contra disenteria (principalmente infantil), enterite aguda, mastite e hemorróidas.

Afecções do fígado, dos rins e da bexiga, cálculos biliares, escorbuto (Planta toda).

Azia, erisipela, inflamação dos olhos, afecções das vias urinárias (folhas e caules).

Externamente é usada em queimaduras, úlceras, feridas e nevralgias. O suco é efetivo, no tratamento de doenças de pele.

Distúrbios menstruais, afecções das vias urinárias, verminose (sementes).

É uma planta comestível, podendo ser consumidos talos e folhas quando tenros e verdes, crus ou refogados.

As raízes são amargas e duras.

Indígenas das Guianas usam-na contra diabetes, para problemas digestivos e como emoliente e, externamente, como ungüento para problemas musculares.

No Vietnan é usada a associação do suco de beldroega (P. oleracea) juntamente com Centella asiatica para tratamento de resfriados, gripe, cefaléia, anorexia e constipação. (Alonso, 2004).

Composição química: Ácidos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico); Flavonóides (rutina, miricetina, canferol, apigenina, quercetina, luteolina e hesperidina); Noradrenalina e Dopamina; Ácido ascórbico; b-caroteno; Ácido graxo a-linolênico; Alcalóides fenólicos (oleraceins A, B, C, D e E).

Análise alimentícia em g/100g: proteínas (1,60g), lipídeos (0,40g), carboidratos (2,50g), cálcio (140,00g), fósforo (493,00mg), ferro (3,25mg), retinol (250,00mg), vitamina B1 (20,00mg), vitamina B2 (100,00mg), niacina (0,50mg), vitamina C (26,80mg). (Franco, G., 1992).

Ações farmacológicas: Estudos concluiram que o chá tem efeito hipertensivo em ratos (devido a presença de catecolaminas) e atividade relaxante da musculatura esquelética.(Lorenzi, 2008)

Atividade antioxidante, anti-hemorrágica, relaxante muscular, broncodilatadora.

Contra-indicações: Não deve ser usada na gravidez e em pessoas com problemas digestivos e de pressão alta.

Posologia e modo de uso: Decocção: 40g da planta toda para um litro de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia.

Suco fresco (folhas e caules): tomar uma colher (sopa) 1 a 2 vezes ao dia.

Uso externo: folhas e caules amassados, para aplicação tópica, sob a forma de emplastros e chá por decocção das folhas sob a forma de compressas.

Observações: Os ácidos fenólicos e flavonóides foram em estudos com beldroegas tailandesas; os alcalóides fenólicos, a noradrenalina e dopamina foram em estudos com ervas chinesas e o ácido a-linolênico e b-caroteno foram em estudos com beldroegas australianas.

Os alcalóides fenólicos são uma nova classe de antioxidantes descobertos em P. oleracea.

A hesperidina e ácido caféico foram isolados pela 1ª vez em amostras chinesas em 2007.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

CARIBÉ, J.; CAMPOS, J.M. Plantas que ajudam o Homem: Guia prático para a Época Atual. São Paulo: Pensamento,1991.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 9ªed. São Paulo: Atheneu, 1992.

HABTEMARIAM S. , HARVEY A.L. , WATERMAN, P.G. As propriedades relaxantes musculares de Portulaca oleracea estão associados com altas concentrações de íons potássio. J. Ethnopharmacology, [S.I], v. 40, n. 3, p. 195-200, dez. 1993.

JUAN CHEN; SHI YAN-PING; LIU JING-YAN. Determinação de noradrenalina e dopamina em chinês extratos de ervas de Portulaca oleracea L. por cromatografia líquida. Jornal da cromatografia A., [S.I.], v. 1003, n. 1-2, p. 127-132, 2003.

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http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/index.asp – Acesso em: 20 maio 2011.

http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Portulacaceae.htm – Acesso em: 14 junho 2011.

Tags: AfecçõesAziaDisenteriaErisipelaEscorbutoHemorróidaMastiteÚlcerasVerminoses

BARBATIMÃO

30/12/2019 23:41

Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville.

Fabaceae (antiga Leguminosae-Mimosoideae) 


SinonímiasAcacia adstringens Mart. , Stryphnodendron barbatimam Mart., Mimosa virginalis Arruda, Mimosa barbadetimam Vell.

Nomes populares: Barbatimão, barba-de-timão, barbatimão-verdadeiro, abaramotemo, ibatimô, paricarana, uabatimô, casca-da-virgindade, etc.

Origem ou Habitat: Nativo do Brasil, dos cerrados do Sudeste e Centro Oeste (O Cerrado abrange os estados da região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal), além do sul do Pará e Maranhão, interior do Tocantins, oeste da Bahia e Minas Gerais, bem como o norte de São Paulo.

Partes usadas: Cascas.

Uso popular: O cozimento das cascas de barbatimão é indicado para leucorréia, hemorragias, diarreia, hemorroidas, para limpeza de ferimentos, para inflamação da garganta e outros usos.

Composição química: Taninos (20-30%): ácido gálico, elágico, flobafeno, prodelfinidinas (precursores dos taninos condensados),galocatequina, epigalocatequina,etc.

Outros: mucilagens, flavonóides, corante vermelho, sacarose e dextrose, etc.

Ações farmacológicas: Adstringente, cicatrizante, hemostático, antisséptico, analgésico, antimicrobiano.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão de infusões e extratos de barbatimão em alta dosagem e por um longo período podem levar a irritação gástrica.

Contra-indicações: O uso interno deve ser evitado por gestantes e lactantes.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

“Stryphnodendron adstringens” por Eurico Zimbres Zimbres – Licenciado sob CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons – http://commons.wikimedia.org – Acesso 09 Fev 2015

http://www.brasilescola.com/brasil/cerrado.htm – Acesso 09 Fev 2015

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Stryphnodendron_barbatiman.htm – Acesso 09 Fev 2015

http://www.tropicos.org/Name/13001565 Acesso 09 Fev 2015

http://pt.wikipedia.org/wiki/Barbatim%C3%A3o-verdadeiro – Acesso 09 Fev 2015.

Tags: DiarreiashemorragiasHemorróidaLeucorreia

BABOSA

30/12/2019 23:17

Aloe vera  (L.) Burm. f.

Xanthorrhoeaceae (antigamente Liliaceae, recentemente Asphodelaceae) 


SinonímiasAloe barbadensis Mill., Aloe chinensis (Haw.) Baker, Aloe perfoliata var. vera L., etc.

Nomes populares: Aloé, babosa, babosa-grande, babosa-medicinal, erva-babosa, aloé-do-cabo, caraguatá-de-jardim (Brasil) (LORENZI & MATOS, 2002), aloes (Spanish), Barbados aloe (English, United States), bitter aloe (English, United States), lu hui (Pinyin, China), sábila, aloe del Mediterraneo, acíbar, zábila (Espanhol),etc).

Origem ou Habitat: Existem ao redor de 360 espécies de aloes que habitam em zonas tropicais. Alguns autores acreditam que a Aloe vera é originária da Ilha de Socotra (noroeste da África), entre a Somália e Yemen, sendo subespontânea na zona do Mediterrâneo (norte da África e sul da Europa). Pertence ao grupo de plantas xerófitas, isto é, muito adaptadas a ambientes secos (ALONSO, 2004).

Características botânicas: Aloe sp. é uma planta herbácea, xerófita, suculenta e sem caule. A parte central da folha apresenta uma mucilagem (gel) transparente que deve ser observado e separado do látex amarelo que exsuda em canais na epiderme da folha. Esse látex é rico em antraquinonas, substâncias laxativas, nefro e hepatotóxicas. Seu cultivo não exige muita água e sua propagação ocorre por separação de brotos laterais. Existem outras espécies do gênero Aloe que são cultivadas, sendo a espécie Aloe arborescens a mais utilizada em Florianópolis.

Partes usadas: Gel (parte mucilaginosa), látex (suco, exsudato ou acíbar).

Uso popular: Planta muito utilizada na medicina popular em todo o mundo, como cicatrizante em casos de queimaduras,
lesões na pele, como “hidratante” da pele e cabelo, nas hemorróidas e para gastrite.             A espécie Aloe arborescens é usada pela popu-
lação para o tratamento de câncer, sem. evidência científica.

Informações científicas:

👥(HU): Há fraca evidência do benefício de Aloe sp. em mucosite e moderada evidência da diminuição da dor em queimaduras. O gel preparado com 98% da parte interna da folha demonstrou ser mais vantajoso que sulfadiazina de prata no tratamento de queimaduras. O benefício do gel como agente de limpeza em úlceras de pressão foi inconclusivo, e a evidência do seu benefício na psoríase ainda é limitada.

Observação do uso clínico em Florianópolis: Utiliza-se a mucilagem das folhas da babosa externamente em casos de queimaduras, ferimentos, eczemas (psoríase) machucados e picadas de insetos; para afecções do couro cabeludo pode-se utilizar externamente a mucilagem misturando-a com polpa de abacate. Apresenta boa resposta nas hemorróidas.

Modo de usar

Aplicar sobre a área afetada a mucilagem removida da parte interna da folha após remoção dos espinhos com auxílio de uma faca. Para lesões do couro cabeludo a mucilagem pode ser acrescentada à polpa de um abacate para a aplicação direta no local da lesão. Uso do gel ou como supositório (pedaço da mucilagem deixado no congelador) aplicado diretamente na hemorróida.

Cuidados no uso desta espécie 

O uso da babosa concomitantemente com outros medicamentos pode levar a alterações no metabolismo de diversos fármacos (Ver no tópico “interações medicamentosas”).

Evitar uso interno em gestantes, lactantes e crianças menores de 6 anos.

Devido à presença de antraquinonas, que conferem o sabor amargo a planta, o uso interno é contraindicado. A ingestão de pequenas doses deve ser feito apenas quando a mucilagem não apresentar o sabor amargo demonstrando a ausência desses compostos.

O uso da babosa em alimentos ou em bebidas é vedado pela Resolução 5.052/11 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Composição química: Gel: polissacarídeos mucilaginosos, destacando-se os glicomananos e mananos (0,2% a 0,3% do gel fresco). O acemanan é uma mescla de polissacarídeos complexos do tipo B-(1-4)-manano O-acetilados, sendo o principal componente carboidratado. Em menor medida encontram-se polissacarídeos de alto PM aloérido, constituído por glicose, manose e arabinose.

Látex ou exsudato das folhas: derivados antracênicos (15-30%) encontrados sob a forma de heterosídeos (barbaloína, b-barbaloína, e iso-barbaloína) e somente uma pequena parte corresponde a derivados antracênicos livres (< 1%)(aloe-emodina).

NOTA: A maioria dos autores consideram a ALOÍNA e a BARBALOÍNA como sinônimos.

Outros: água (95%), ácidos essenciais, proteínas, glicoproteínas (lectinas), ácidos orgânicos (ácidos hexurônicos, pteroilglutâmico e glicurônico), enzimas (oxidase, catalase, amilase, aliinase), oxalato de cálcio, saponinas, saponinas esteroidais, hidroxicromonas, penta-hidroxiflavonas, etc. Foram identificados amino ácidos essenciais: lisina, treonina, triptofano, leucina, isoleucina, fenilalanina, metionina, valina; e amino ácidos não essenciais: ácido glutâmico, serina, ácido aspártico, glicina, alanina, prolina, erginina, tiramina e histidina.

Observações: A palavra “aloe” do árabe “Alloeh” significa amargo.

 

 

Referências: 

WORTHINGTON, H. V., et al. Interventions for preventing oral mucositis for patients with cancer receiving treatment. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011.

NORMAN, G., et al.; Antiseptics for burns. Cochrane Data-base of Systematic Reviews 2017.

SHAHAZAD, M.N., et al., Effectiveness of Aloe vera gel compared with 1% silver sulphadiazine cream as burn wound dressing in second degree burns. Journal of the Pakistan Medical Association 2013; 63(2): 225-230.

MOORE, Z.E.H., Cowman S. Wound cleansing for pressure ulcers. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013.

FARAHNIK, B., et al., Topical Botanical Agents for the Treatment of Psoriasis: A Systematic Review. American Journal of Clinical Dermatology, 2017, Vol.18 (4), p.451-469.

RESOLUÇÃO 5.052/11 da ANVISA-Agência Nacional de Vig-

ilância Sanitária, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2011

ALONSO, 2004

LORENZI & MATOS, 2002

http://www.tropicos.org/Name/18403421 acesso em 02 de julho de 2012

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