HIPÉRICO

11/02/2020 21:41

Hypericum perforatum  L.

Hypericaceae


SinonímiasHypericum nachitschevanicum Grossh., Hypericum perforatum var. confertiflorum Debeaux, Hypericum perforatum var. microphyllum H. Lév.

Nomes populares: Hipérico, St. John’s-wort (English, United States), erva-de-são-joão, hipericão, mil-furada. O nome popular St. John’s-wort traduzido do inglês “erva-de-são-joão”, pode causar confusão com as ervas-de-são-joão conhecidas no Brasil, Ageratum conyzoides L. (também conhecida como mentrasto) e Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers. (cipó-de-são-joão)

Origem ou Habitat: Europa.

Características botânicas: Herbácea perene, ramificada, prostrada nos países tropicais, hastes avermelhadas, de 30-60 cm de altura. Folhas simples, opostas, sésseis, ovadas, medindo 1-1,5 cm de comprimento, possui glândulas translúcidas ao longo das bordas das folhas, que observadas à luz parecem orifícios, ricas em hipericina. Inflorescências axilares e terminais. Flores amarelas com 5 sépalas e 5 pétalas. Os frutos são cápsulas ovóides estriadas.

Partes usadas: Folhas, flores e raízes.

Uso popular: É empregada como calmante, contra ansiedade e tensão nervosa, distúrbios da menopausa, síndrome pré-menstrual, ciática e fibrose. É indicada também para asma, bronquite crônica, tosses, cefaléias e dores reumáticas. Externamente é empregada em casos de queimaduras, escoriações, ferimentos, dor ciática, neuralgia e cotovelo-de-tenista.

Composição química: Óleo essencial: alfa-pineno, beta-pineno, 1,8-cineol, mirceno, cadineno, cariofileno, alfa-terpineol, aromandreno, limoneno, geraniol, ésteres do ácido isovaleriânico, etc.;

  • Antraquinonas: hipericina (diantroquinona policíclica de coloração avermelhada), pseudo-hipericina, proto-hipericina, iso-hipericina, etc.);
  • Flavonóides: quercitrina, iso-quercitrina, rutina, hiperosídeo, biapigenina, amentoflavona, luteolina, campferol, catequina, iso-catequina, quercetina, proantocianidinas, etc.;
  • Ácidos orgânicos: ácidos caféico, nicotínico, iso-valeriânico, mirístico, palmítico, p-cumárico, clorogênico, esteárico, ferúlico, etc.;
  • Outros: hiperflorina, carotenóides (violaxantina, luteoxantina, cis-trolixantina, luteína e trolicromona), beta-sitosterol, saponinas, pectina, ácido tânico, fenilpropanos, xantonas, aminoácidos, taninos.

Ações farmacológicas: Adstringente, analgésica, antisséptica, calmante do sistema nervoso, anti-inflamatória e cicatrizante.

Interações medicamentosas: O hipérico apresenta muitas incompatibilidades com os barbitúricos, antidepressivos, narcóticos, quimioterápicos, anti-retrovirais, inibidores da acidez.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A hipericina é um agente fotossensibilizante que pode causar reações alérgicas na pele quando exposta à radiação ultravioleta (UV).

Quando estiver em uso de hipérico, evitar exposições solares prolongadas.

Observações: Existem no Brasil duas espécies nativas deste gênero: Hypericum brasiliense Choisy e Hypericum connatum Lam., que são empregadas como vulnerária, antiespasmódica e antiofídica e na forma de gargarejo contra aftas e estomatites.

Referências: 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

SILVA JUNIOR, A.A. Essentia herba – Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003.

http://www.botanical-online.com/medicinalshypericumperforatum.htm – Acesso 14 Julho 2015.

http://www.tropicos.org/Name/7800012 – acesso em 24 de setembro de 2013.

Tags: AnsiedadeAsmaBronquiteCalmanteCefaléiaDores reumáticasEscoriaçoesFeridasQueimaduraTosse

GUACO

11/02/2020 21:36

Mikania laevigata   Schultz Bip.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasNão encontrada na literatura pesquisada.

Nomes populares: Guaco, guaco-trepador, guaco-de-cheiro, erva-de-cobra, erva-das-serpentes.

Origem ou Habitat: América do Sul (Brasil).

Características botânicas: Ocorrem diversas espécies na região Sul, por exemplo, Mikania laevigata Schultz Bip, Mikania glomerata Sprengel, Mikania involucrata Hook. & Arn., Mikania hirsutissima, Mikania cordifolia, quase todas com o nome popular de guaco.

Mikania laevigata – é uma trepadeira aromática, com folhas inteiras, semi-coreáceas, com ápice agudo e base trinérvia. Flores esbranquiçadas, em capítulos que formam cachos compostos. As folhas quando secas tem um cheiro característico, devido às cumarinas. Já era usada pelos nativos. É a mais utilizada em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Mikania glomerata – liana sublenhosa, de grande porte, perene, com folhas obtusas na base, de forma quase deltóide, de cor verde escura e semitorcidas, com 3 nervuras destacadas, carnoso–coriáceas presas duas a duas ao longo de ramos volúveis. Flores reunidas em capítulos congestos, resultando em fruto do tipo aquênio.

Partes usadas: Folhas e flores.

Uso popular: É um excelente expectorante, pois fluidifica as secreções brônquicas e relaxa a musculatura lisa das vias aéreas e eliminando desse modo o catarro. É diurético, pois estimula a produção e secreção da urina. Baixa a febre pelo efeito sudorífico. É considerado um digestivo. Tem ação sobre veneno de cobra. Usado externamente protege a pele contra agressões de insetos e germes patogênicos.

O guaco tradicionalmente é associado ao poejo e agrião, para ser usado em asma e bronquite.

OBS.:A Mikania hirsutissima, nativa em quase todo o Brasil e conhecida como cipó-cabeludo, é utilizada popularmente para tratar calculose renal, cistite, uretrite, tem efeito moluscicida em adultos do caramujo hospedeiro da esquistossomose.

A Mikania cordifolia é citada para os mesmos usos dos outros guacos.

Na região da Lagoa da Conceição (Florianópolis/SC) as pessoas se referem à M. involucrata como o “guaco de antigamente” e usado para os mesmos fins dos outros guacos.

Composição química: M. glomerata – óleo essencial composto por diterpenos (ácido grandiflórico, ácido caurenóico), sesquiterpenos (beta-cariofileno, germacreno, biciclogermacreno); friedelina(ramos); guacina; flavonóides; saponinas; taninos; resinas; lupeol; cumarina (guacosídeo), etc.

OBS.:Mikania laevigata apresentou maior teor de cumarina quando cultivada a pleno sol e usada as folhas frescas.

  • Cumarinas:Umbeliferona, 1,2 benzopinona
  • Ácidos Fenólicos: Ácido O-marúnico, ácido O-marínico, ácido omarárico, melilotosideo, ácido clorogênico, dentre outros.
  • Diterpenos: Ácido caurenóico, ácido benzoilgrandiflorico e ácido cinamoilgrandiflorico.

Ações farmacológicas: Demonstrou in vitro atividade broncodilatadora, espasmolítica, antiinflamatória e antiofídica. Foi demonstrada ação antibacteriana especialmente sobre Escherichia coli, Staphylococcus epidermis e Pseudomonas aeruginosa.

Interações medicamentosas: Saponinas de M. glomerata aumentam a absorção de lapachol presente no Ipê (Tabebuia avellanedae).

Devido a presença de cumarinas deve-se evitar o uso concomitante com anticoagulantes, interromper o uso antes de procedimentos cirúrgicos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Recomenda-se não tomar o suco de guaco e sim na forma de chá ou xarope, para diminuir os teores em cumarinas, que podem ser hemorrágicas.

Em altas doses ou uso continuado pode causar taquicardia, vômitos e diarréia. As folhas não devem fermentar, pois pode ocorrer a transformação da cumarina em dicumarol, que tem ação hemorrágica.

Contra-indicações: Gravidez e lactação e em crianças abaixo de dois anos

Posologia e modo de uso: Infusão ou decocção –Uma colher (sopa) de folhas picadas, para uma xícara de água quente.. Tomar 2 a 3 xícaras ao dia.

Xarope: (15 a 20 %)- 3 a 4 colheres (sopa) ao dia.

Referências: 

AGOSTINI-COSTA et al. Effect of Accessions and Environment Conditions on Coumarin, O-Coumaric and Kaurenoic Acids Levels of Mikania laevigata. JO. Planta Med . PY. 2016, vol.82, pg: 1431-1437.

ALONSO. J. Tratado de Fitomedicina y Nutracéuticos. Rosário, Argentina: Corpus Libros, 2004, 1360 p.

BERTOTTO, J. C. Flora Medicinal: plantas medicinales de todas las regiones del mundo. Argentina: Ed. Arenarial, 1964.

CAMPOS – Plantas que ajudam o homem: guia prático para a época atual. São Paulo, Culurix/Pensamento, 1997.

COSTA, Vanessa Cruz de Oliveira et al. Comparison of the Morphology, Anatomy, and Chemical Profile of Mikania glomerata and Mikania laevigata. Planta Med. Set. 2018 vol.84, pg: 191–200.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

MATOS, J. M. Plantas Medicinais Brasileiras: constituintes químicos ativos e propriedades biológicas. Fortaleza: Ed. UFC, 2004.

PAZ. E. A. et al. YUYOS: uso racional de las plantas medicinales. Uruguay. Ed. Fin del Siglo, 1992.

PASQUA.C.S.P. Della. Pharmacological study of anti-inflammatory activity of aqueous extracts of Mikania glomerata (Spreng.) and Mikania laevigata (Sch. Bip. ex Baker). Journal of Ethnopharmacology. Março 2019, vol. 231, pg:50-56.

SIMÕES, C. M. O. et al. Planta da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

REIS, Isabella M A. et al. Characterization of the secondary metabolites from endophytic fungi Nodulisporium sp. isolated from the medicinal plant Mikania laevigata (Asteraceae) by reversed-phase high-performance liquid chromatography coupled with mass spectrometric multistage. Pharmacognosy Magazine, [s.l.], v. 14, n. 59, p.495-498, 2018.

Tags: DigestivoDiuréticoExpectoranteInseticida

GUAÇATONGA

11/02/2020 21:28

Casearia sylvestris Sw.

Salicaceae (antiga Flacourtiaceae)


SinonímiasAnavinga samyda Gaertn., Casearia parviflora Willd., Casearia puntacta Spreng., Samyda parviflora L., Samyda sylvestris (Sw.) Poir., Guidonia sylvestris (Sw.) Maza.

Nomes populares: Erva-de-lagarto, chá-de-bugre, cafezeiro-do-mato, língua-de-tiú, apiá-acanoçu, bugre-branco, guaçatunga, petumba, vassitonga, verre-forno.

Origem ou Habitat: Nativa de quase todo o Brasil, principalmente no Planalto Central. Existem no Brasil outras espécies de Casearia, com mesmos nomes populares e usos semelhantes.

Características botânicas: Árvore de 4-6 m de altura, folhas simples, alternas e pecioladas, persistentes, lanceoladas, com as bordas serrilhadas, com 6-12cm de comprimento. Vistas contra a luz, as folhas mostram minúsculos pontos translúcidos, que correspondem às glândulas de óleo essencial. As flores são pequenas e esverdeadas e exalam forte aroma. Fruto é uma cápsula que contém sementes envoltas por uma massa avermelhada.

Partes usadas: Folhas, ramos e cascas.

Uso popular: As folhas são usadas para o tratamento de queimaduras, ferimentos, herpes e pequenas injúrias cutâneas. Suas folhas e cascas são consideradas tônicas, depurativas, anti-reumáticas e anti-inflamatórias. É usada também contra mordidas de cobra, como analgésico e hemostático em mucosas e lesões cutâneas. É recomendada contra gastrite, úlceras internas e mau hálito na forma de chá por infusão. Em uso externo contra herpes labial e genital, gengivites, estomatite, aftas e feridas da boca e limpeza bucal.

Informações científicas: 🐁(AN): Estudos pré-clínicos mostraram que compostos extraídos das folhas da C. sylvestris apresentaram potencial antitumoral em camundongos (Ferreira et al., 2016). Estudos demonstraram atividade anti-inflamatória para o extrato alcoólico das folhas (Albano et al., 2013), e uma potencial redução de sintomas de úlcera gástrica com o uso do óleo essencial (Esteves et al., 2005).

Observação do uso clínico em Florianópolis: Planta ainda pouco utilizada na prática clínica, porém amplamente utilizada pela população na medicina popular.

Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno em gestantes, lactantes, crianças menores de 06 anos e durante a menstruação. Deve-se evitar o emprego prolongado devido a sua ação antagônica com a vitamina K, para evitar acidentes hemorrágicos.

Posologia e modo de uso:

🍵 Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 3 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas. A associação da C. sylvestris (guaçatonga) com a espécie Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) é empregada no tratamento de gastrite com a presença da bactéria Helicobacter pylori. Recomenda-se o uso da infusão de guaçatonga 3x ao dia, por 15 dias, alternando-se com a infusão da espinheira-santa, 3x ao dia, pelo mesmo período, durante 3 meses.

Composição química: Em suas folhas e casca são encontrados flavonas, óleos essenciais, saponinas, taninos, resinas e antocianosídeos que conferem a esta planta a sua fama como febrífuga, depurativa, anti-diarreica, cardiotônica, diurética e cicatrizante entre outros (Basile et al.,1990; Carvalho et al., 1999; Itokawa et al., 1990; Borges et al., 2000; UNESC, 2005). Outros princípios ativos tem sido detectados na Casearia sylvestris, denominados diterpenos clerodanos ou carofilenos.

Referências: 

1. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y Nutracéuticos. Argentina: Hábeas Libros, 2004.

2. BASILE, A. C.; et al. Pharmacological assey of Casearia sylvestris. I. Preventive anti-ulsur activity and toxicity of the leaf crude extract. Journal of Ethnopharmacology, v. 30, n. 2, p. 185-197, 1990.

3. BORGES, M.H., JAMAL, C.M., dos SANTOS, D.C.M., RASLAN, D.S. and de LIMA, M.E. Partial Purification of Casearia sylvestris Sw. Extract and its anti-PLA2 action. Comp. Biochem. Physiol. B. Biochem. Mol. Biol., v.127, n. 1, p. 21-30, Sep., 2000.

4. CARVALHO, T. C. T. Fitoterápicos anti-inflamatório: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2004.

5. ITOKAWA,H. et al New antitumor principles, casearines A-F, for Casearia sylvestris Sw. (Flacourtiaceae). Chemical and Pharmaceutical Bulletin, v. 38, n. 12, p. 3-384, 1990.

6. LOPES, A. M. V. Plantas Usadas na Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Santa Maria: Infograph, 1995.

7. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

8. PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. , Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura/IBDF, Imprensa Nacional, 1984. 6 v.

9. SILVA, A. A. Essentia Herba: plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2006. 2 v.

10. UNIVERSIDADE do EXTREMO SUL CATARINENSE. Jornada Catarinense de plantas medicinais: Guaçatonga. Disponível em:http://www.unesc.rctsc.br/plantas_medicinais/guaca.htm. 4 p. Acesso em: 21 nov. 2005.

11. FERREIRA, P. M. P. et al. Preclinical anticancer effectiveness of a fraction from Casearia sylvestris and its component Casearin X: in vivo and ex vivo methods and microscopy examinations. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 186, p.270- 279, jun. 2016. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874116302021?via%3Dihub

12. ALBANO, Micheline N. et al. Anti-inflammatory and antioxidant properties of hydroalcoholic crude extract from Casearia sylvestris Sw. (Salicaceae). Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 147, n. 3, p.612-617, jun. 2013. Elsevier BV Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874113002055?via%3Dihub

13. ESTEVES, I., et al. Gastric antiulcer and anti-inflammatory activities of the essential oil from Casearia sylvestris Sw. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 101, n. 1-3, p.191-196, out. 2005. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874105003041?via%3Dihub

 

Tags: AftasAnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-reumáticoCicatrizanteDepurativoEstomatiteGastriteGengiviteQueimaduraTônico

GRUMIXAMA

11/02/2020 21:22

Eugenia brasiliensis  Lam.

Myrtaceae


SinonímiasMyrtus dombeyi Spreng., Stenocalyx brasiliensis (Lam.) O. Berg.

Nomes populares: Grumixama, grumixameira, grumixaba, cumbixaba, ibaporoiti.

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil, ocorrendo desde o sul da Bahia até Santa Catarina, na mata pluvial Atlântica.

Características botânicas: Árvore de pequeno porte medindo de 10-15 metros de altura, apresentando uma copa mais ou menos piramidal e tronco curto e cilíndrico, dee 25-40 cm de diâmetro, com casca rugosa. Folhas simples, obovada, coriáceas, glabras em ambas as faces, brilhantes. Flores brancas, solitárias, axilares, longo-pecioladas. Fruto drupa globosa, coroada pelas sépalas persistentes, glabras, de cor preta ou amarela quando maduras, com polpa carnosa e doce, contendo uma ou duas sementes.

Partes usadas: Frutos e madeira.

Uso popular: É muito cultivada para a produção de frutos, que são saborosos e consumidos ao natural. Os frutos são muito procurados por pássaros, o que a torna indispensável nos reflorestamentos heterogêneos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente.

A madeira é própria para obras de torno, marcenaria, carpintaria, forros e caixotaria.

A árvore se presta muito bem para o paisagismo, principalmente pelo seu pequeno porte e forma estreita da copa.

Referências: 

LORENZI, Harri – Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2ª ed. Nova Odessa/SP: Editora Plantarum, 1998.

http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ – Acesso 30 Jul 2014.

http://www.tropicos.org/Name/22100447?tab=synonyms – Acesso 30 Jul 2014.

Tags: Comestível

GROSELHA-DO-CEILÃO

11/02/2020 21:18

Dovyalis hebecarpa  (Gardner) Warb.

Salicaceae


SinonímiasRumea hebecarpa Gardner.

Nomes populares: Groselha-do-ceilão, ketembilla, kitembilla, ceylon-gooseberry, apricot tropical, aberia (Cuba).

Origem ou Habitat: Nativa na Índia e Sri Lanka (antigo Ceilão). É cultivada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

Características botânicas: Arvoreta semidecídua, espinescente ou inerme, de copa aberta, medindo de 3-6 m de altura. Folhas simples, curto-pecioladas, verde escura e lustrosa na parte superior e de cor mais clara com pelos diminutos na inferior, de 4-9 cm de comprimento. Flores unissexuais, discretas, reunidas em fascículos axilares. Fruto baga globosa, de casca velutina de cor púrpura, com 2-3 cm de diâmetro, com polpa suculenta e de sabor ácido, contendo 9-12 sementes. Propaga-se por sementes, estacas, alporquia ou enxertia.

Partes usadas: Frutos.

Uso popular: É ocasionalmente cultivada em pomares domésticos, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, para a produção de frutos destinados ao consumo na forma de sucos. Tem potencial para geléias, caldas e sorvetes.

Composição química: Fenólicos totais (casca): antocianinas (Cyanidin-​3-​glucoside, Delphinin ou Mirtilin, Delphinidin 3-​rutinoside, Cyanidin 3-​rutinoside, Peonidin 3-​rutinoside, Malvidin 3-​rutinoside, Petunidin 3-​rutinoside); um flavonol e três elagitaninos como principais compostos da fracção fenólicos não-antocianina; vitamina C (polpa), óleo essencial, .

43 compostos foram identificados no óleo essencial da fruta fresca, dos quais os mais abundantes foram: (Z)​-​3-​hexenol, (E)​-​2-​hexenal and (E)​-​2-​hexenol, além dos compostos: Linalol, Timol, Eugenol, α-Terpineol, α-Phellandrene, γ-Terpinene, p-Cymene, entre outros.

26 carotenóides foram encontrados, sendo o mais abundante β-​Cryptoxanthin, além de Violaxanthin, Antheraxanthin A, Luteoxanthin, neo-​β-​Carotene B, α-​Carotene, entre outros.

Ações farmacológicas: Tem alto poder antioxidante.

Observações: Antocianina é a principal classe fenólica nesta fruta e seus compostos e conteúdo são significativamente afetados pela época do ano.

Referências: 
BOCHI, Vivian Caetano; Barcia, Milene Teixeira; Rodrigues, Daniele; Godoy, Helena Teixeira / ” Biochemical Characterization of Dovyalis hebecarpa Fruits: A Source of Anthocyanins with High Antioxidant Capacity.” From Journal of Food Science (2015), 80(10), C2127-C2133. (Scifinder) Acesso 03 Junho 2016.

BOCHI, Vivian Caetano; Godoy, Helena Teixeira; Giusti, M. Monica – “Anthocyanin and other phenolic compounds in Ceylon gooseberry (Dovyalis hebecarpa) fruits.” From Food Chemistry (2015), 176, 234-243. (Scifinder) Acesso 03 Junho 2016.

DE ROSSO, Veridiana Vera; Mercadante, Adriana Z. “HPLC-​PDA-​MS​/MS of Anthocyanins and Carotenoids from Dovyalis and Tamarillo Fruits.” From Journal of Agricultural and Food Chemistry (2007), 55(22), 9135-9141. (Scifinder) Acesso 03 Junho 2016.

PINO, Jorge A. ” Volatile components of Aberia (Dovialys hebecarpa Warb.) grown in Cuba.” From Journal of Essential Oil-Bearing Plants (2010), 13(4), 416-419. (Scifinder) Acesso 03 Junho 2016.

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

http://www.tropicos.org/Name/50105058 – Acesso 03 Junho 2016.

Tags: ComestívelNutritiva

GRAVIOLA

11/02/2020 21:15

Annona muricata  L.

Annonaceae


SinonímiasAnnona bonplandiana Kunth, Annona cearensis Barb. Rodr., Annona muricata var. borinquensis Morales, Guanabanus muricatus M. Gómez.

Nomes populares: Graviola, araticum, araticum-de-comer, jaca-do-pará, jaqueira-mole, pinha, fruta-do-conde, curaçau, ata-de-lima, ata, coração-da-rainha, guanabana (Peru, Cuba, México), anon (Haiti), sap-sap (África).

Origem ou Habitat: México e América tropical. No Brasil é amplamente cultivada nos estados do Nordeste.

Características botânicas: Árvore de até 8 metros de altura, com folhas obovado-oblongas, brilhantes, medindo 8-15 cm de comprimento. Flores solitárias, cálice de sépalas triangulares e pétalas externas grossas de cor amarela. Os frutos são grandes, tipo baga, tem a superfície espinhosa, grande, medindo 25-35 cm de comprimento, com polpa esbranquiçada mucilaginosa e ácida.

A espécie afim Annona montana Macfad. possui propriedades similares

Partes usadas: Cascas, raízes, folhas, flores, polpa e as sementes da fruta.

Uso popular: O chá das folhas é usado contra problemas do coração, insônia, febre, malária, hepatite, diarreia, mal de sete dias (tétano)( Ming, Lin Chao, 2006); os frutos em estado verde são usados para combater a disenteria e tratar aftas das crianças (sapinho); no Brasil come-se como legume, cozidos, assados ou fritos em fatias. Depois de maduro, a polpa tem sabor agradável e ligeiramente ácido, sendo constituída por quase pura celulose de difícil digestão, por isso o uso é melhor aproveitado com a extração do suco para o preparo de bebidas, sorvetes, geleias. São consideradas peitorais, antiescorbútica, diuréticas e febrífugos. O óleo essencial extraído das folhas e dos frutos verdes, de cheiro desagradável, associado ao óleo de amêndoas, é indicado em fricções nos casos de nevralgias e reumatismo. As folhas amassadas e misturadas com azeite quente servem para resolver os furúnculos e abcessos. No Pará, a graviola foi indicada popularmente para tratamento de diabetes, como calmante e antiespasmódico (BERG, Maria Elisabeth van den:). As folhas são usadas para eliminar vermes (Hoehne, 1919). As folhas da graviola são sudoríficas e peitorais (Dias da Rocha, 1919).

Alguns autores (2008) registram que tem aumentado o uso do chá das folhas da graviola como agente emagrecedor e medicação contra alguns tipos de câncer.

a dose média indicada é uma colher de sobremesa de folhas para uma xícara de água 3 vezes ao dia.

Composição química: Acetogeninas – são tetrahidrofuranos presentes nas sementes e folhas, dentre as que destacam-se: annomuricinas A,B e C, gigantetrocinas A e B, gigantetronenina (cis e trans), annonacinas e isoannonacinas, muricinas, muricatetrocinas, annocatalina, solamina, xilomaticina, etc.

Alcalóides: annomonicina, annomurina, annonaína, annoniína, asimilobina (do tipo isoquinolínico), etc. Outros alcalóides: muricinina, estefarina, coreximina, aterospermina e aterosperminina.

Outros: amida N-p-coumaroil-tiramina, taninos, compostos polifenólicos (ácido caféico, ácido p-cumárico, leucoantocianinas, ácido hidrociânico, ácido ascórbico, sacarose, fitoesteróis (B-sitosterol, estigmasterol, arronol, ipuranol), ácido y-aminobutírico, ácido málico e óleo fixo nas sementes (Alonso, J., 2004).

Ações farmacológicas: Extratos das folhas tem poderoso efeito hipotensor em cobaias. (MILLIKEN, William et all., 1992; CAVALCANTE, Paulo B., 2006 apud CARRARA, D., 2010 ).

Pesquisas recentes na UFC reconhecem o potente efeito hipoglicemiante das folhas da graviola.

Possui atividades antitumorais e antiparasitárias. (Alonso, J., 2004).

Interações medicamentosas: Pode potencializar drogas anti-hipertensivas cardiodepressoras.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Annonacinas estão relacionadas ao risco de neurotoxicidade.

Contra-indicações: Contra indicado na gravidez e para hipotensos.

Posologia e modo de uso: A dose média indicada é uma colher de sobremesa de folhas para uma xícara de água 3 vezes ao dia, evitar o uso crônico.

Observações: As acetogeninas formam uma nova classe de compostos naturais de natureza policetídica de grande interesse para farmacologistas e químicos de produtos naturais em todo o mundo, por serem farmacologicamente muito ativas como antitumoral e inseticida, sendo a mais ativa delas a anonacina; uma outra substância desta classe mostrou intensa atividade contra o adenocarcinoma do cólon (intestino grosso), numa concentração 10.000 vezes menor do que a adriamycina, quimioterápico usado para tratamento deste tipo de tumor. Descobertas como estas tem provocado uma grande procura por folhas de graviola, cuja negociação pelas empresas de cultivo com os laboratórios de pesquisa e de produção de fitoterápicos especialmente do exterior, alcança quantidades da ordem de toneladas. O amplo emprego desta planta nas práticas caseiras da medicina popular e seus resultados positivos, além da grande disponibilidade de material no Brasil, são motivos suficientes para sua escolha como tema de estudos químicos, farmacológicos e clínicos mais aprofundados, visando sua validação como medicamento antitumoral (Prof. Douglas Carrara, 2011).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

CARRARA, D. – Antropólogo, Professor, Pesquisador de medicina popular e fitoterapia no Brasil – www.bchicomendes.com

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

Ming, Lin Chao – Plantas Medicinais na reserva extrativista Chico Mendes: uma visão etnobotânica. São Paulo , editora UNESP, 2006.

MILLIKEN, William; Robert P. Miller; Sharon R. Pollard & Elisa V. WANDELLI: 1992 – The Ethnobotany of the Waimiri Atroari Indians of Brazil – Royal Botanic Gardens – London – pp. 50

CAVALCANTE, Paulo B. (1922-2006):

http://www.tropicos.org/Name/1600001 – acesso em 25 de outubro de 2012.

http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/index.php/plantas-medicinais/drauzio-varella-e-a-graviola-annona-muricata-l-1753/ – acesso em 14 de novembro de 2012.

J Agric Food Chem. 2014 Aug 27;62(34):8696-704. doi: 10.1021/jf501174j. Epub 2014 Aug 18. Identification of the environmental neurotoxins annonaceous acetogenins in an Annona cherimolia Mill. Alcoholic Beverage Using HPLC-ESI-LTQ-Orbitrap. Le Ven J1, Schmitz-Afonso I, Lewin G, Brunelle A, Touboul D, Champy P.

Tags: AntiespasmódicoCalmanteDiarreiasDisenteriaDiuréticoFebreHepatoprotetoraInsôniaMaláriaReumatismoVermífuga

GOIABEIRA-SERRANA

11/02/2020 21:09

Acca sellowiana  (O.Berg) Burret.

Myrtaceae


SinonímiasFeijoa sellowiana (O.Berg.)O.Berg.

Nomes populares: goiabeira-da-serra, goiabeira-do-mato, goiabeira-serrana, feijoa, kanê Kriyne, quirina.

Origem ou Habitat: É nativa do Sul do Brasil e nordeste do Uruguai, mas já está sendo produzida na Colômbia, EEUU e Nova Zelândia.

Características botânicas: É um arbusto ou pequena árvore,podendo chegar a 5 m de altura.

Partes usadas: Folhas, frutos e flores.

Uso popular: A goiabeira-serrana é usada como planta ornamental, alimentícia e medicinal.

Pode-se comer as flores ao natural, fazer suco e geléia do fruto, além de ser útil para gripes, tosse e diarreia.

Composição química: O fruto é rico em vitamina C e o suco contém quercetina, ácido elágico, catequina, rutina, eriodictiol, ácido gálico, pirocatecol, ácido siríngico e eriocitrin.

Ações farmacológicas: Possui atividade anti-inflamatória, (testado em animais), e antioxidante.

Referências: 
Conhecimento popular e diversidade da goiabeira-serrana (Acca sellowiana) na Serra Catarinense. Florianópolis, 2011. Epagri, Boletim didático, 83).

Monforte, Maria T.; Fimiani, Vincenzo; Lanuzza, Francesco; Naccari, Clara; Restuccia, Salvatore; Galati, Enza M.- Feijoa sellowiana Berg Fruit Juice: Anti-​Inflammatory Effect and Activity on Superoxide Anion Generation. From Journal of Medicinal Food (2014), 17(4), 455-461. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 10 Jul 2014.

http://www.tropicos.org/Name/22103016?tab=synonyms – Acesso 10 Jul 2014

Tags: DiarreiasGripeNutritivaOrnamentalTosse

GOIABEIRA

09/02/2020 22:25

Psidium guajava  L.

Myrtaceae


SinonímiasMyrtus guajava (L.) Kuntze.

Nomes populares: Goiabeira, goiaba, goiaba-vermelha, guayaba (Espanhol), guayave (Francês), guava(Inglês, alemão), amrud (Indiano).

Origem ou Habitat: É originária do Sul do México e do Amazonas Colombiano. O gênero Psidium compreende ao redor de uma centena de espécies da América Tropical e Neotropical.

Características botânicas: Arvoreta perene, medindo entre 3 a 7 metros de altura, tronco até 30 cm de diâmetro, recoberto por uma casca marron claro ou gris-verdoso, que se desprende em finas camadas; folhas opostas oblongas , medindo de 4-12cm de comprimento por 3,5-4,5cm de largura, com nervuras proeminentes na página inferior; pedúnculos axilares com 1-3 flores pubescentes, com pétalas brancas de 1,5-2,0cm e cálice envolvendo a gema; fruto globoso ou piriforme (goiaba), amarelo, medindo até 10 cm de diâmetro , pode ter a polpa amarela ou vermelha.(Alonso , Lorenzi).

Partes usadas: Folhas jovens ou brotos, cascas secas, frutos.

Uso popular: É cultivada em todo o país para a produção de frutos, existindo numerosas variedades de cultivo. Como planta medicinal é a planta mais usada no tratamento caseiro de diarréias na infância, em todos os países tropicais do mundo. É referido também o uso do seu chá, em bochechos e gargarejos no tratamento de inflamações da boca e da garganta ou para lavar feridas e úlceras e na leucorréia.

Composição química: Folhas: taninos (9-10%); óleo essencial (0,1-0,3%): cariofileno, nerolidiol, b-bisaboleno, aromadendreno, p-selineno, a-pineno e 1,8-cineol ; triterpenóides (ácido guajavanóico, obtusinina); ácido oleânico, ácido ursólico, ácido catecólico, ácido guayavólico, ácido elágico, b-sitosterol,; flavonóides (quercetina e seus heterosídeos, rutina).

Composição alimentícia: cada 100g do fruto contém: calorías 69; água 80,6g; proteínas 1g; hidratos de carbono 17,3g; cinzas 0,7g; cálcio 15 mg; fósforo 24mg; ferro 0,7mg; sódio 4mg; potássio 291mg; caroteno 75ug; tiamina 0,05mg; riboflavina 0,04mg; niacina 1,10mg e ácido ascórbico 132mg.

  • Vitaminas: A, B2, B3 e C
  • Óleo essencial: Mentol, α-pineno, limoneno, óxido de cariofileno, p-selineno, hexanal dentre outros.
  • Carotenóides:Fitoflueno, (all-E)-beta-caroteno, ácido guavanóico, dentre outros.
  • Triterpenos: Ácido guananóico, ácido guavacomamarico, ácido asiático, ácido oleanólico, ácido betulínico, lupeol e ácido elágico-4-O-beta-D-glucopiranósido, ácido guajavanóico, obtusinina, ácido goreísico I, ácido jacoumarico, dentre outros.
  • Flavonoides: Ácido guavacoumarico, miricetina, luteolina, canferol, avicularina, quercetina, guaijaverina, arabinopiranosideo, quercetina-3-O- (6 “-galoil) beta-D-1-O- (1, 2-propanodiol) -6-O-Galóxi-beta-D- O glucopiranósido, Quercetina-3- O -β- d – (2 “- O -galoil-glicósideo) -4′- O –vinilpropionato (Semente) e Quercetina-3- l -4-piranosideo.

Ações farmacológicas: O extrato aquoso dos brotos inibe intensamente o crescimento de Salmonela, Serratia e Staphylococcus , germes responsáveis, muitas vezes, por graves diarréias de origem microbiana. Nesses ensaios a goiabeira vermelha (Psidium guajava L. var. pomifera) mostrou-se mais eficaz que a goiabeira branca (Psidium guajava L.var. pyrifera).

Nos extratos das folhas adultas e das cascas do tronco esta atividade estava ausente.

Interações medicamentosas: Pode ter interação com medicamentos obstipantes.

Posologia e modo de uso: Preparo do chá como medicação anti infecciosa e reidratante oral: 20 a 30 brotos para 1 litro de água fervente. Adicionar uma colher (sopa) de açúcar e uma colherzinha (café) de sal e administrar à criança em doses bem pequenas e freqüentes, se possível, a cada cinco minutos.

Para o preparo de 1 xícara (150ml) colocar 4 brotos e adicionar água fervente. Deve ser tomado na dose de uma xícara a cada duas a quatro horas ou de hora em hora nos casos mais severos.

Referências: 

ANAND, Vijaya et al. Phytopharmacological overview of Psidium guajava Linn. Pharmacognosy Journal, [s.l.], v. 8, n. 4, p.314-320, 1 jul. 2016.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas usadas em Fitoterapia no Nordeste do Brasil. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2000.
NASEER, Sumra et al. The phytochemistry and medicinal value of Psidium guajava (guava). Clinical Phytoscience, [s.l.], v. 4, n. 1, p.4-32, dez. 2018.
GUTIÉRREZ, Rosa Martha Pérez; MITCHELL, Sylvia; SOLIS, Rosario Vargas. Psidium guajava: A review of its traditional uses, phytochemistry and pharmacology. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 117, n. 1, p.1-27, abr. 2008.

Tags: Anti-diarreico

GIRASSOL-BATATEIRO

09/02/2020 22:20

Helianthus tuberosus  L.

Asteraceae


SinonímiasHelianthus esculentus Warsz., Helianthus tomentosus Michx., Helianthus tuberosus var. subcanescens A. Gray.

Nomes populares: Tupinambor, tupinambo, girassol-batateiro (Brasil), earth-apple (Inglês, Estados Unidos), girasole (Inglês, Estados Unidos), Jerusalem artichoke (Inglês, Canada), ju yu (pinyin, China), sun-choke (Inglês, Estados Unidos), woodland sunflower (Inglês, Estados Unidos), Slunečnice topinambur (alcachofra-de-jerusalém) (Dinamarca).

Origem ou Habitat: América do Norte. Esta planta era cultivada pelos índios norte-americanos e foi levada para a Europa no século XVI. Hoje é cultivada em vários países do mundo, inclusive no Sul do Brasil.(KINUPP & LORENZI, 2014).

Características botânicas: Herbácea perene, rizomatosa, ereta, ramificada, robusta, decídua, medindo de 0,80 a 2,00 m de altura. Folhas simples, membranáceas, pecioladas, áspero-pubescentes em ambas as faces, de 8-28 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos discóides, geralmente solitários, longo-pedunculados, terminais e axilares, medindo de 5-10 cm de diâmetro, com 10-20 flores periféricas longo-liguladas e de cor amarela.

Partes usadas: Rizomas.

Uso popular: Os indígenas americanos já utilizavam os rizomas comestíveis na alimentação. Podem ser consumidos crus como saladas, cozidos, fritos, assados, em conservas, ou transformados em farinha.

Composição química: Os rizomas são ricos em inulina (inulina é um frutano, polissacarídeo da frutose). É pouco calórico. Contém vitaminas A, B, C, D, e minerais (ferro, silício e potássio).

Observações: É um alimento recomendado para diabéticos devido ao conteúdo em inulina. Os rizomas do girassol-batateiro não podem ser armazenados durante muito tempo, depois de retirá-los da terra armazenar apenas durante 14 dias, depois secam.

Referências: 

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

http://www.garten.cz/a/cz/6105-helianthus-tuberosus-slunecnice-topinambur/Acesso 07 JAN 2016. http://www.tropicos.org/Name/2700862 – Acesso 06 JAN 2016.

Tags: Comestível

GILBARDEIRA ou RUSCUS

09/02/2020 22:14

Ruscus aculeatus  L.

Asparagaceae (ex Ruscaceae, ex Liliaceae)


Nomes populares: Espinho de jerusalem, gilbarbeira, gilbardeira, ruscus, butcher’s broom, knee holly.

Origem ou Habitat: Europa, Oeste da Ásia e Norte da África.

Características botânicas: É um arbusto perene medindo de 25 – 100 cm de altura, caule liso e redondo de cor verde escuro. As folhas são pequeníssimas e o que parecem “folhas” são extensões do caule em forma de folhas oval-lanceoladas terminada com a ponta em espinho chamados filocládios.

Partes usadas: Filocládios, rizomas e raízes.

Uso popular: É usado como diurético, febrífugo, estimulante e tônico para o sistema venoso. É utilizado na preparação do xarope de “cinco raízes”, do qual fazem parte o funcho, aipo, aspargo e salsa.

Composição química: Óleo essencial, resina, saponinas esteroidais e suas agliconas (ruscugeninas), compostos fenólicos (fenil-1-benzoxipinóis) calcio, potássio, etc.

OBS.: O rizoma é nodoso e exala um cheiro a terebintina.

Ações farmacológicas: anti-inflamatório, antioxidante, antibacteriano, antifúngico, diurético, febrífugo, vasoconstritor.

Observações: Existem outras espécies, por exemplo, Ruscus hypoglossum, muito semelhante e que possui os mesmos usos populares da espécie citada.

Referências: 

DELAVEAU,P. et al. Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Lisboa: Lisgrafica, 1983.

Anti-​inflammatory effect of the crude steroidal saponin from the rhizomes of Ruscus aculeatus L. (Ruscaceae) in two rat models of acute inflammation By Balica, Georgeta; Vostinaru, Oliviu; Tamas, Mircea; Crisan, Gianina; Mogosan, Cristina From Journal of Food, Agriculture & Environment (2013), 11(3 & 4, Pt. 1), 106-108. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 3 jul 2014

Synthesis of Phenyl-​1-​benzoxepinols Isolated from Butchers Broom and Analogous Benzoxepines By Herrmann, Josef M.; Untergehrer, Monika; Juergenliemk, Guido; Heilmann, Joerg; Koenig, Burkhard From European Journal of Organic Chemistry (2014), 2014(15), 3170-3181. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 3 jul 2014

Bioactivity of the extracts and compounds of Ruscus aculeatus L. and Ruscus hypoglossum L. By Hadzifejzovic, Nihad; Kukic-Markovic, Jelena; Petrovic, Silvana; Sokovic, Marina; Glamoclija, Jasmina; Stojkovic, Dejan; Nahrstedt, Adolf From Industrial Crops and Products (2013), 49, 407-411. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 3 Jul 2014

http://www.tropicos.org/Name/18400726 – acesso em 16 de setembro de 2013.

Tags: DiuréticoEstimulanteFebrífugaTônico
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