YACON

24/02/2020 18:55

Smallanthus sonchifolius   (Poepp.) H. Rob.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasPolymnia edulis Wedd.; Polymnia sonchifolia Poepp.

Nomes populares: Yacón (Peru, Bolívia, Argentina), yacon, batata-diet (Brasil), aricoma (Bolívia), jiquima, yacuma (Equador), arboloco (Colômbia).

Origem ou Habitat: Nativa das regiões montanhosas e altas da Cordilheira dos Andes, desde a Venezuela até o norte da Argentina, sendo o Peru o principal país produtor (Silva Júnior, 2003; Alonso & Desmarchelier, 2005).

Características botânicas: Planta semi-arbustiva, perene, robusta, entre 1,8 e 2,4 m de altura, podendo atingir até 3 m. O caule é cilíndrico ou subangular, ramificando-se com o tempo. Possui folhas membranáceas, verde em cima com a face dorsal mais pálida, tenuamente gríseo-tormentosa e dimórficas. As inferiores são profundamente lobadas, com o pecíolo alado, base auriculada e limbo rubro-pardo, enquanto as folhas superiores são oval-lanceoladas, com 25 a 30 cm de comprimento por 20 cm de largura. Capítulos são laxos, radias, corimboso-paniculados, reunindo cerca de 13 a 15 flores pequenas, de intensa cor alaranjada, com 5 a 6 sépalas oblongas e foliáceas, sendo as mais inferiores lanceoladas e pilosas. As flores medem 3 a 4 mm de comprimento e 16 a 18 mm de diâmetro, são dentadas e pistiladas e funcionalmente femininas (as mais externas), enquanto as flores inferiores são estaminadas, funcionalmente masculinas. O fruto é do tipo aquênio, obovóide, seco, preto e quase sempre estéril. A parte subterrânea é formada por rizomas rígidos, superficialmente, de polpa creme, pouco doce, pouco fibros, de película violácea. Na parte mais profunda, encontra-se uma penca de 5 a 20 túberas de formato fusiforme a globular, irregular, pesando cerca de 150 a 1000 g e medindo cerca de 20 a 25 cm de comprimento e 7 a 10 cm de diâmetro, de tonalidade castanho-acizentada. A polpa é friável, translúcida, sumarenta, doce e de cor creme-amarelada, escurecendo quando em contato com o ar.

Partes usadas: Principalmente a raiz e em menor proporção as folhas e caule (Alonso & Desmarchelier, 2005; Alonso, 2004).

Uso popular: No Brasil, as folhas secas, trituradas e preparadas na forma de infusão, são empregadas popularmente como hipoglicemiantes (Alonso, 2004).

Na Bolívia, utilizam-se as raízes cruas como diurético em afecções do rim e da bexiga, além de tomar a decocção (ou suco) da raiz em casos de cistite, hepatite e nefrose, enquanto que, no Peru, fazem-se cataplasmas quentes com as folhas para mialgias e reumatismo (Duke, et al., 2009).

Nota sobre o uso: O emprego do yacon em casos de diabetes foi aprovado pela Secretaria Municipal de Saúde de Diadema, São Paulo (Alonso & Desmarchelier, 2005).

Composição química: Raíz: Grande parte (90%) do peso seco das raízes está constituído por carboidratos, dos quais 50 a 70% são oligofrutanos e o restante como sacarose, frutose e glicose (Alonso & Desmarchelier, 2005), incluindo inulina (uma forma de oligofrutano), fitoalexinas, ácido clorogênico, triptofano, amidas, asparagina, glutamina, prolina e arginina, potássio, compostos polifenólicos.

Folhas: Contem sesquiterpenos, lactonas, flavonoides, sonchifolina, uvedalina, enhiadrina e fluctuanina, ácido gálico, ácido gentísico e os seguintes compostos polifenólicos: ácidos clorogênico, cafeico e ferúlico.

Ações farmacológicas: O efeito mais conhecido dos oligossacarídeos, sobretudo os oligofrutanos, é a estimulação seletiva do crescimento das bifidobactérias, modificando de forma significativa a composição da flora intestinal. A inulina e os oligofrutanos demonstraram, em estudos com animais, importantes propriedades anti-neoplásicas. (Silva Júnior, 2003).

A inulina também aumenta a absorção de cálcio em humanos. Estudos realizados com mulheres jovens demonstraram que a administração diária de 8g de inulina + oligofrutose durante 3 semanas aumenta a absorção de cálcio, chegando a resultados semelhantes a outros estudos com humanos, porém com grupos menores (Griffin, et al., 2002; Abrams, et al., 2005).

Muitas substâncias contidas na planta possuem, em modelos animais, comprovada atividade hipoglicemiante e hipocolesterolemiante. Dietas à base de inulina reduzem o colesterol plasmático total, reduzindo VLDL e aumentando o percentual de HDL, além de reduzir as concentrações de triacilglicerol e fosfolipídeos séricos e a lipogênese hepática, protegendo os animais da esteatose hepática (Silva Júnior, 2003). Estudos experimentais com ratas diabéticas demonstraram que a administração do extrato aquoso da raiz de yacon produz efeitos hipoglicemiantes significativos (Alonso & Desmarchelier, 2005). A enhiadrina, lactona sesquiterpênica em maior quantidade nas folhas, e os compostos polifenólicos como os ácidos cafeico, clorogênico e 3 ácidos dicafeoilquínicos demonstraram eficácia em reduzir a glicose pós-prandial e utilidade no tratamento de diabetes nos animais (Genta, et al., 2010).

O aminoácido L-triptofano demonstrou efeitos protetores frente ao dano oxidativo causado por radicais livres e isquemia, sobre a mucosa gástrica de ratos. Os compostos fenólicos presentes nas folhas e raízes possuem atividade antioxidante in vitro e atividade hepatoprotetora em ratos expostos a sobrecargas alcoólicas e químicas, assim como sobre outros radicais livres (Alonso & Desmarchelier, 2005).

Interações medicamentosas: Em virtude do efeito hipoglicemiante observado, sugere-se consultar um médico sobre a possibilidade de combinar extratos de yacon com outras drogas hipoglicemiantes (Alonso, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A inulina administrada em altas doses na dieta não causa toxicidade, morbidade ou mortalidade ao organismo. Estudos in vitro demonstraram ausência também de mutagenicidade e genotoxicidade (Silva Júnior, 2003).

Duke, et al., (2009) classifica a planta como segura, enquanto (Alonso, 2004) e (Alonso & Desmarchelier , 2005) colocam que não foram ainda documentados efeitos colaterais.

O chá das folhas pode causar danos renais quando usado por longo tempo.

Contra-indicações: Não foram reportadas contra-indicações ao uso do yacon. No entanto, ante a falta de estudos que indiquem a inocuidade dos extratos, não se recomenda sua administração durante a gestação (Alonso, 2004).

Posologia e modo de uso: Consome-se a raiz in natura ou em saladas de frutas, tendo sabor semelhante ao da pêra, ou seu suco, produzido a partir da prensagem das raízes, “chips”, obtidos a partir de fatias secas da raiz. Outros derivados: extrato fluido a 20%, extrato seco e granulado, encapsulados, balas e pães (Silva Júnior, 2003).

O yacon é utilizado também como edulcorante e aromatizante em alimentos, em especial iogurtes probióticos (Alonso, 2004).

Observações: Um estudo de 2011, com três diferentes extratos das folhas, administrados a ratos, apontou para toxicidade dos extratos que continham lactonas sesquiterpênicas, causando danos renais nos animais, sugerindo fortemente que estes terpenoides são os principais componentes tóxicos das folhas do yacon.

Os autores do estudo, baseados em seus resultados, não recomendam o uso oral de folhas de yacon para o tratamento de diabetes (Oliveira, et al., 2011).

Referências: 

ABRAMS, S.A. et al. A combination of prebiotic short- and long-chain inulin-type fructans enhances calcium absorption and bone mineralization in young adolescents. American Journal of Clinical Nutrition, v. 82, n. 2, p. 471-476, Agosto, 2005. Disponível em: http://www.ajcn.org/content/82/2/471.- Acessado em: 25 de julho de 2011.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 1092-1093.

ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas Medicinales Autóctonas de la Argentina: Bases Científicas para su Aplicación en Atención Primária de la Salud Buenos Aires: L.O.L.A., 2005. p. 567-573.

DUKE, J.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M.J.; OTTESEN, A.R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S.I.]: CRC Press,, 2009. p. 642-643

GENTA, S.B.; et al. Hypoglycemic activity of leaf organic extracts from Smallanthus sonchifolius: Constituents of the most active fractions. Chemico-Biological Interactions, 29 Abril, 2010,v. 185, n. 2, p. 143-52. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20211156 – Acessado em: 25 de julho de 2011.

GRIFFIN, I.J.; DAVILA, P.M.; ABRAMS, S.A. Non-digestible oligosaccharides and calcium absorption in girls with adequate calcium intakes. British Journal of Nutrition, 2002, v.87, s.2, p.187–191 . Disponível em: http://128.232.233.5/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=906332&fulltextType=RA&fileId=S0007114502000946 – Acessado em: 25 de julho de 2011.

SILVA JUNIOR, A.A. Essentia herba: Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003. p. 281-291.

OLIVEIRA, R.B. et al Renal toxicity caused by oral use of medicinal plants: the yacon example. Journal of Ethnopharmacology, 27 Jan, 2011, v.133, n.2, p.41-434. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20951787?dopt=AbstractPlus – Acessado em: 25 de julho de 2011.

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. http://www.tropicos.org/Name/2734075 – Acessado em: 25 de julho de 2011.

http://yacon.wordpress.com/about/ (foto tuberculos) – Acesso em: 28 de maio de 2012.

http://ewainthegarden.blogspot.com.br/2009/09/yacon-in-my-organic-fruits-garden.html (foto flor)- Acesso em: 28 de maio de 2012.

http://dicasdanutricionista.com.br/2008/05/21/propriedades-da-batata-yacon-2/(foto tuberculos)- Acesso em: 28 de maio de 2012.

Tags: CistiteDiuréticoHipoglicemianteReumatismo

PITANGUEIRA

18/02/2020 22:21

Eugenia uniflora  L.

Myrtaceae


SinonímiasEugenia brasiliana (L.)Aubl., Plinia rubra L., Plinia pedunculata L.f., Plinia tetrapetala L., Myrtus brasiliana L.

Nomes populares: Pitangueira-vermelha, pitanga, pitanga-vermelha, ibipitanga, pitangatuba, pitangueira-de-jardim, pitangueira-do-campo.

Origem ou Habitat: É nativa do Brasil.

Características botânicas: Arbusto ou arvoreta medindo de 4-10 m de altura, de tronco tortuoso e liso, de cor pardo-clara, ramificado, copa estreita. Folhas simples, opostas, oval-lanceoladas, medindo até 7 cm de comprimento e 3 cm de largura, curto-pecioladas, glabras, brilhantes, as folhas jovens são avermelhadas. Flores brancas, hermafroditas, diclamídeas, tetrâmeras, actinomorfas, pétalas delicadas, caindo facilmente com a brisa. Frutos tipo drupa, globosos e sulcados, brilhantes, de cor vermelha, amarela-alaranjada ou preta, com polpa carnosa e agridoce, contendo uma ou duas sementes. As raízes rebrotam sob a árvore.

No Cerrado ocorre a espécie Eugenia pitanga (O.Berg)Kiaersk., de porte menor, até 1 metro de altura, com frutos e usos semelhantes.

Partes usadas: Folhas e frutos.

Uso popular: As folhas são usadas na forma de chás e banhos para tratamento de febres intermitentes, o chá contra diarreias persistentes, contra afecções do fígado, em gargarejos nas afecções da garganta e contra o reumatismo e gota. É tido popularmente como estimulante e excitante.

Os frutos são comestíveis, ao natural ou na forma de polpa para sucos e geleias. No Nordeste popularizou-se na forma de sorvete, picolé, refrescos, geleias, licor e vinho.

Na Argentina e Uruguai é utilizada para combater a hipertensão arterial.

No Paraguai é utilizada como eupéptica, aromática, hipolipemiante e hipoglicemiante.

Composição química: Frutos: vitaminas A, complexo B, C e os minerais cálcio, ferro e fósforo, ácidos cítrico e oxálico, pectinas e licopeno, óleo essencial composto por furanoelemeno, germacreno, gama-elemeno, selinadieno e oxidoselina. Contém ainda fibras insolúveis. A pitanga roxa apresenta consideráveis teores de fenólicos e carotenóides – as antocianinas e os flavonóis – com propriedades antioxidantes.

Folhas: ácidos gálicos, sitosterol, triterpenos, compostos fenólicos, flavonóides, triterpenóides, óleo essencial contendo limoneno, cineol, cânfora, compostos sesquiterpênicos, citronelol e geraneol.

Em folhas de pitangueira (Eugenia uniflora) coletadas no leste do Paraguai, foi assinalada a incidência dos flavonóides quercetina e miricetina, taninos macrocíclicos hidrolisáveis, obtidos do extrato metanólico das folhas.

Os compostos fenólicos foram investigados por vários autores, como eugeniflorinas D1 e D2, derivados da pentahidroxiindolizidina, as quais são atribuídas propriedades antidiabéticas.

Ações farmacológicas: Possui ação antioxidante, antibacteriana, antifúngica, anti-inflamatória, antidiarreica, analgésica, levemente calmante, efeito vasodilatador e redutor de batimentos cardíacos, possui ação inibitória sobre as enzimas a-glicosidase, maltase e sucrase. Apresenta atividade vaso-relaxante e hipoglicemiante.

Os frutos apresentam fibras insolúveis que auxiliam a função do trato intestinal.

Contra-indicações: É contra-indicada em pacientes com arritmias cardíacas.

Observações: Outros usos:

Corante – as antocianinas são pigmentos naturais e podem ser utilizadas como corante de alimentos.

Cosmético – as folhas de pitanga tem emprego na indústria cosmética do país, para extração do óleo essencial, que são usados na composição de xampu, sabonetes, cremes para a pele e o cabelo.

No Brasil, várias Myrtaceae possuem valor alimentício, como os gêneros Psydium (goiaba, araçá), Plinia (jabuticaba), Eugenia (pitanga, cereja-nacional, jambo e Cambuci); os gêneros Pimenta (pimenta) e Syzygium (cravo-da-índia) destacam-se como condimentos.

Referências: 

Espécies nativas da flora brasileira – plantas para o futuro,Região Sul,/ Lídio Coradin et al. Brasília, MMA, 2011.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

CORRÊA, M. P.. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas (1926-1978) (6 v.). Rio de Janeiro: IBDF, 1984.

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

Sobral, M., Proença, C., Souza, M., Mazine, F., Lucas, E. 2012. Myrtaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB010560).- acesso em 04 de outubro de 2012.

http://www.tropicos.org/Name/22101634 – acesso em 04 de outubro de 2012.

Tags: ComestívelDiarreiasEstimulanteEupépticaFebreHipoglicemianteHipolipemianteReumatismo

JAMBOLÃO

12/02/2020 22:03

Syzygium cumini  (L.) Skeels.

Myrtaceae 


SinonímiasMyrtus cumini L., Eugenia cumini (L.) Druce, Eugenia jambolana Lam., Syzygium jambolanum (Lam.) DC.

Nomes populares: Jambolão, ameixa-roxa, azeitona-do-nordeste, cereja, jamelão.

Origem ou Habitat: Segundo Lorenzi & Matos, é originária da Indomalásia, China e Antilhas, e cultivada em vários países, inclusive no Brasil.

Características botânicas: Árvore de até 10 metros de altura, com folhas simples e frutos de cor roxo-escura, com única semente coberta de polpa comestível, mucilaginosa, doce e adstringente.

Partes usadas: Frutos, folhas, sementes e casca.

Uso popular: Os frutos são consumidos in natura e na fabricação de sucos. As cascas e sementes são usadas como medicação hipoglicemiante.

Composição química: Nos extratos metanólico e etil-acetato de sementes de Syzygium cumini foram encontrados alcalóides, flavonóides, glicosídeos, fitoesteróis, saponinas, esteróides, taninos e triterpenóides.

Nas folhas foi identificado o diterpeno Vulgarol A, com atividade antibacteriana contra Salmonella typhimurium, Pseudomonas aeruginosa e S. aureus.

Outros compostos encontrados: lupeol, 12-​oleanen-​3-​ol-​3β-​acetate, Stigmasterol, β-​sitosterol.

Ações farmacológicas: A administração oral de 2,5 e 5,0 g / kg de peso corporal do extracto aquoso da semente durante 6 semanas, resultou numa redução significativa da glucose no sangue e um aumento na hemoglobina total, mas no caso de 7,5 g / kg de peso corporal, o efeito não foi significativo.

Também é mencionada as seguintes atividades: antibacteriana, antiinflamatória, analgésica.

Observações: Em um ensaio clínico utilizando o chá das folhas de jambolão, por infusão, durante 28 dias, não mostrou efeito hipoglicemiante.

Os compostos lupeol, 12-​oleanen-​3-​ol-​3β-​acetate, Stigmasterol, β-​sitosterol têm potenciais atividades anti-diabéticas.

Referências: 

Hypoglycaemic activity of Syzigium cumini seeds: effect on lipid peroxidation in alloxan diabetic rats. P.Stanely Mainzen Príncipe,Venugopal P MenonCorrespondente informações de contato autor, L Pari. Disponível em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874198000026 em 30 abril 2014.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

Teixeira C C; Fuchs F D; Weinert L S; Esteves J- The efficacy of folk medicines in the management of type 2 diabetes mellitus: results of a randomized controlled trial of Syzygium cumini (L.) Skeels – From Journal of clinical pharmacy and therapeutics (2006), 31(1), 1-5. Acesso 09 set 2014.

Hosmat, Prasad B.; Sonawane, Kailas D.; Waghmare, Shailesh R. – Antibacterial activity of Vulgarol A extracted from the leaves of Syzygium cumini – From Asian Journal of Pharmaceutical and Clinical Research (2013), 6(4), 100-102, 3 pp.. | Acesso 09 Set 2014.

Alam, Md. Rashedul; Bin Rahman, Akib; Moniruzzaman, Md.; Kadir, Mohammad Fahim; Haque, Md. Ahsanul; Razi-Ul-Hasan Alvi, Mohammad; Ratan, Md.” Evaluation of antidiabetic phytochemicals in Syzygium cumini (L.) Skeels (family: Myrtaceae)”. Journal of Applied Pharmaceutical Science (2012), 2(10), 094-098, 5 pp.. | Acesso 09 Set 2014.

http://www.tropicos.org/Name/22102113.

Tags: ComestívelHipoglicemiante

GARRA-DO-DIABO

09/02/2020 21:48

Harpagophytum procumbens  DC.

Pedaliaceae  


SinonímiasHarpagophytum procumbens subsp. procumbens DC. ex Meisn, Harpagophytum burchellii Decne., Harpagophytum procumbens var. sublobatum (Engl.) Stapf., Harpagophytum procumbens subsp. transvaalense Ihlenf. & H. Hartmann.

Nomes populares: Garra-do-diabo, harpagofito (Português), garra del diablo, raiz de Windhoeck (Espanhol), artiglio del diavolo (Italiano), devil’s claw, woodspider, grapple plant (Inglês).

Origem ou Habitat: Sul da África (Namíbia).

Características botânicas:Planta rasteira, perene, apresentando uma raiz primária que mede de 20 a 50 cm de comprimento, de onde partem raízes ramificadas tuberosas secundárias, que podem armazenar até 70% de água de seu peso e são estes tubérculos que se utilizam por suas propriedades medicinais. Talos múltiplos; folhas alternas, lobuladas, profundamente recortadas, carnosas, medindo 7 cm de comprimento, margens brancas e aveludadas. As flores são em forma de dedal ou trombeta, crescem isoladamente sobre curtos pecíolos na axila das folhas, de cor rosa-claro ou roxo-púrpura. Os frutos são duros, capsulares, deiscentes, medindo até 10 cm, armados de espinhos em forma de ganchos, de 2,5 cm de comprimento, que atuam como verdadeiros arpões aderindo-se à pele dos animais, facilitando a dispersão das sementes.

Partes usadas: Raízes secundárias ou tubérculos.

Uso popular: A raiz é empregada popularmente como antirreumática, antigotosa, aperiente, antiespasmódica, analgésica, para acalmar dores do parto, colerética e hipoglicemiante. Externamente é usada como cicatrizante de feridas.

Composição química: Glicosídeos iridóides (harpagina, harpágido, trans-cinnamoyl harpagide, trans-coumaroyl harpagide, procumbide, etc.); glicosídeos fenólicos (verbascosídeo, acteosídeo, isoacteosídeo e biosídeo); traços de óleo essencial, b-sitosterol, triterpenos pentacíclicos; flavonóides (kaempferol e luteolina); aminoácidos; açúcares; harpagoquinona; gomoresina; aucubinina B; beatrinas A e B.

Ações farmacológicas: Anti-inflamatória, analgésica, sedativa, anti-espasmódica, digestiva e diurética.

Interações medicamentosas: Em altas doses pode interferir com drogas anti-arrítmicas e anti-hipertensivas.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em geral, são bem tolerados nas doses indicadas, mas tem relatos de cefaleia, zumbido, anorexia, gastralgia e perda da gustação. No início do tratamento pode haver um ligeiro efeito laxante e transtorno estomacal.

Não é recomendado a administração endovenosa por ser potencialmente tóxica por esta via.

Contra-indicações: Não é recomendada durante a gravidez.

Posologia e modo de uso: Capsula de extrato seco da garra do diabo (padronizado como 100mg de harpagosídeo ou 150 mg de iridóides totais expresso em harpagosideos), tomar uma cápsula vez ao dia por 2 semanas.

Observações: Harpagophytum, do grego, significa “planta-arpão.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

http://www.bihrmann.com/caudiciforms/subs/har-pro-sub.asp – Acesso 11 Março 2014.

http://www.avogel.es/enciclopedia-de-plantas/harpagophytum_procumbens.php – Acesso 11 Março 2014.

http://www.publish.csiro.au/paper/CH9792085.htm – Acesso 18 Março 2014.

http://www.sofmmoo.com/grand-public/musee/plantes/plantes.htm – Acesso 11 Março 2014.

http://www.tropicos.org/Name/24300038?tab=subordinatetaxa – Acesso 11 de Março 2014.

Tags: AnalgésicoAnti-reumáticoAntiespasmódicoAntigotosaAperienteCicatrizanteColeréticaHipoglicemiante

CAFÉ

05/01/2020 16:23

Coffea arabica  L. 
Rubiaceae 


Nomes populares:  Cafeeiro-comum, cafezeiro, cafeeiro, café-arábica, coffee (EUA, English), xiao li ka fei (pinyin, China), etc.  

Origem ou Habitat: Etiópia (antiga Abissínia – África). É cultivada em muitos países tropicais da Ásia e da América, particularmente no Brasil e na Colômbia. 

Características botânicas:  Arvoreta ou arbusto grande, perene, com até 4 m de altura, ramificada desde a base, dotada de copa densa e alongada. Folhas simples, opostas, totalmente glabras, de superfície brilhante, medindo de 8-12 cm de comprimento. Flores em glomérulos axilares, brancas e suavemente perfumadas. Fruto do tipo baga, vermelho ou amarelo quando maduro, medindo 10-15 mm, com duas sementes. Semente ovalada (10-15 x 6-8 mm), convexa em sua face dorsal e aplanada na face ventral que é atravessada por um sulco longitudinal, o hilo, dura, esverdeada e sem cheiro.  

É também cultivada no Brasil, mais precisamente no vale do Rio Doce e Norte do Espírito Santo, o café-robusta (Coffea canephora Pierre ex A. Froehner), com propriedades similares ao café-arábica 

Partes usadas:Sementes e folhas. 

Uso popular:  O café é bebida estimulante de amplo uso em todo o mundo; preparado na forma de infuso feito com as sementes tostadas e moídas(5). 

Para melhorar a capacidade física e desempenho intelectual em situação de astenia psicofísica. Como estimulante cárdio-circulatório, na hipotensão arterial e braquicardia. Como diurético e auxiliar digestivo. Nas enxaquecas. No tratamento de diarreias, e de inflamações na boca e faringe. Para diabetes. Para febre intermitente. Para “limpar o sangue”, como hipoglicemiante e para afecções nos olhos, fazer banhos ou compressas locais, diluindo com metade de água o infuso, feito com o café tostado.  

No Haiti é usado o cozimento das folhas em água com sal para “limpar” o sangue. O chá por infusão das sementes cruas é usado como hipoglicemiante. 

Composição química:  Nos grãos: Cafeína, teofilina, teobromina, hemicelulose e outros carboidratos, ácido clorogênicotrigonelina (ácido-metil-nicotínico); ácidos graxos, esteróis, fenóis, ácidos fenólicos, proteínas e taninos.  

A torrefação dos grãos verdes modifica a composição química, resultando substâncias da combustão da hemicelulose, que dão a cor e o odor característico do café torrado.  

Nas folhas: além dos mesmos componentes dos grãos mais os ácidos benzóicocinâmico e ascórbico, quercetina e outros flavonóides 

Outros: ácido cafeico, ácido ferúlicocafestolkahweol e derivados kauránicos, ácido quínico. 

Interações medicamentosas: Não associar a tranquilizantes nem estimulantes como ginseng, fáfia, noz-de-cola, guaraná, efedra, erva-mate.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Insônia, nervosismo, palpitações, sobretudo se associado a outros estimulantes. Grandes concentrações de cafeína podem causar gastrite, úlceras gástricas, hipertensão arterial, arritmia cardíaca, hiperglicemia, dificuldade de absorção de ferro nas anemias, dificuldade de absorção e aumento na excreção de cálcio, irritabilidade, excitação, dispnéia. Agrava quadros de hérnia de hiato com refluxo gastroesofágico. A abstinência de cafeína costuma causar cefaleias (nos primeiros 3-5 dias), irritabilidade e ansiedade. O vício em cafeína aumenta o risco de carcinogenicidade. Altas doses podem gerar dificuldade de engravidar. A intoxicação pela cafeína (ingestão de altas doses, dez xícaras ou mais) pode ser fatal. 

Contra-indicações:  Pessoas com úlcera péptica, hipertensão arterial, taquicardia, hipertireoidismo devem evitar o uso. Evitar nos pacientes diabéticos, renais crônicos, neuróticos, anêmicos, osteoporóticos, pacientes com colites e úlceras gastroduodenais, pacientes com insônia e no tremor essencial.  

Mulheres grávidas ou amamentando devem evitar o uso do café. O uso prolongado pode causar habituação (cafeinismo) e reduzir a vitalidade. 

Posologia e modo de uso: 8 g do pó de café para 750 ml de água dá para 6 xícaras (150 ml) contendo 85 mg de cafeína cada xícara. Como estimulante do sistema nervoso central, rins, músculos e coração é bastante tomar uma xícara e meia por dia. Para obter um efeito estimulante das secreções do estômago favorável à digestão tomar 3 xícaras. Nos casos de hipotonia e sonolência ou de resfriado e enxaqueca, associado a analgésicos. Com a dose de 5 xícaras por dia pode aparecer tensão nervosa e ansiedade; e acima destas doses aparecem os sintomas de intoxicação pela cafeína, que pode ser fatal com a ingestão de 10 ou mais xícaras. 

Observações: Em 1730, Johann Sebastian Bach, compôs a “Cantata do café”. Em 1650, os estudantes com aspirações literárias e outros intelectuais, encontravam-se em cafeterias que eram a sensação da época, para degustar a bebida sedutora. 

 

 

Referências:
CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R.; Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. LisboaFundação Calouste Gulbenkian, 2003. Pp. 184-185. 

ROSS, I. A., Medicinal Plants of the World, Volume 3: Chemical Constituents, Traditional and Modern Medicinal Uses. New Jersey: Humana Press Inc., 2005. Pp. 155-195. 

DRECHER, L. (Coord.) Herbanário da Terra: Plantas e receitas. Laranja da Terra-ES: Gráfica Aymorés, 2001. Pp. 206, 235. 

BRUNETON, J.; Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas MedicinalesTrad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. Pp. 1067-1069. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A.; Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 457-458. 

MATOS, F. J. A.; O formulário terapêutico do Professor Dias da Rocha. 2ª ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. Pp. 87. 

FERRO, D.; Fitoterapia: Conceitos clínicos. São Paulo: Ed. Ateneu, 2008. Pp. 267. 

http://www.tropicos.org/Name/27900016 – Acesso Abril 2014.  

LAWS, Bill 50 plantas que mudaram o rumo da História (tradução de Ivo Korytowski). Rio de Janeiro: Sextante, 2013.

Tags: BradicardiaDiarreiasDiuréticoEstimulanteHipoglicemianteHipotensão

BARDANA-MENOR

30/12/2019 23:50

Arctium minus (Hill) Bernh.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasArctium pubens Bab., Lappa minor Hill.

Nomes populares: Bardana, bardana-ordinária, pagamasso-menor (Cunha, 2003), carrapicho-grande, pega-pega (Cavalli, et al., 2007).

Origem ou Habitat: Originária da Europa e Ásia (Alonso, 2004), ocorre de maneira acidental no Sul do Brasil e na Argentina e está perfeitamente adaptada a estes climas (Vivot & Cruañes, 2008).

Características botânicas: Possui praticamente as mesmas características da Arctium lappa L., porém com porte menor (Alonso, 2004). Mais comum em Portugal do que a A. lappa.

Partes usadas: Sementes, folhas e raízes.

Uso popular: Os mesmos usos da Arctium lappa L. (Cunha, 2003; Vivot & Cruañes, 2008).

De acordo com Alonso (2004), a raiz é indicada como diurética, laxante, febrífuga e antigotosa, sendo considerada, na Ásia, uma planta com propriedades antiasmática, emenagogo e béquica.

Utilizada popularmente no tratamento de diabetes como hipoglicemiante (Cavalli, et al., 2007).

Na medicina popular turca, as folhas são utilizadas externamente contra dores reumáticas, febre e insolação (Erdemoglu, et al., 2008).

Composição química: Há poucos estudos sobre a composição química da Arctium minus. Entre os flavonoides, foram isolados do extrato etanólico: isoquercetrina, rutina, astragalina, canferol 3-O-rhamnoglucosideo, quercetina 7-0-glucosideo, um isômero da quercetina e quercetina 3-O-arabinosideo. Em outro estudo, foi isolado um derivado de lactona terpênica, a arctiopicrina. As espécies do gênero Arctium são conhecidas por serem fontes ricas de lignanas. A arctina, uma lignana encontrada em sementes da Arctium lappa, também foi isolada da Arctium minus (Erdemoglu, et al., 2008

Ações farmacológicas: Especificamente, a espécie Arctium minus foi estudada por Cavalli, et al., (2007). Foram utilizados os extratos brutos da raiz e das folhas em ratos diabéticos induzidos por aloxano, e notou-se diminuição dos níveis de glicose destes, confirmando a atividade hipoglicemiante. Em estudos com modelos animais, Arctium minus demonstou atividade anti-inflamatória e antioxidante (Erdemoglu, et al., 2008), e atividade antimicrobiana contra M. luteus e S. aureus (Vivot & Cruañes, 2008.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Idem a Arctium lappa.

Posologia e modo de uso: Idem a Arctium lappa.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004 p. 204.

CAVALLI, V. L. L. O. et al. Avaliação in vivo do efeito hipoglicemiante de extratos obtidos da raiz e folha de bardana Arctium minus (Hill.) Bernh. Revista Brasileira de Farmacognosia, João Pessoa, v.17, n.1, p. 64-70, jan./mar. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-695X2007000100014&script=sci_abstract&tlng=pt – Acesso em: 21 junho 2011.

CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 162-163

ERDEMOGLU, N. et al. Estimation of anti-inflammatory, antinociceptive and antioxidant activities on Arctium minus (Hill) Bernh. ssp. minus. Journal of Ethnopharmacology, [S. I.], Jan., 2009, v. 121, n. 2, p. 318-323, . Acesso em: 21 de junho de 2011

VIVOT, E. P., CRUAÑES, M. J. Actividades antimicrobiana y antiviral de extractos vegetales de algunas especies de la flora de Entre Ríos. Ciencia, docencia y tecnologia, Concepción del Uruguay, n.37, nov. 2008. Disponível em: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1851-17162008000200008 – Acesso em: 21 de junho de 2011.

http://www.xidservices.com – Photo by Richard Old – Acesso em: 21 junho 2011

http://www.tropicos.org/Name/2701732 Acesso em: 21 Junho 2011.

Tags: AntiasmáticaDiuréticoDores reumáticasEmenagogoFebrífugaHipoglicemianteLaxante

AMORA-BRANCA

27/12/2019 16:48

Morus alba  L.

Moraceae 


Sinonímias:Morus atropurpurea Roxb., Morus alba var. tatarica (L.) Ser., Morus australis Poir., Morus indica L., Morus intermedia Perr., Morus multicaulis Perr., Morus tatarica L.

Nomes populares: Amora, amora-branca, white mulberry, sang, sang ye (folium mori), sang bai pi (cortex mori), tut / tutri / tut kishmishmi (Pakistan), etc.

Origem ou Habitat: China. Naturalizada e amplamente cultivada em áreas de clima temperado quente, tropical, subtropical e mediterrânico, desde o nível do mar até aos 2000m de altitude.

Características botânicas: Árvore média a pequena, com 10 a 20 m de altura, crescimento médio a rápido, longevidade média. Tronco castanho alaranjado quando novo, cinzento e cada vez mais gretado com a idade. A casca é doce, quando mastigada.

Folha: Caduca (exceto em clima tropical), alterna, verdemédio, com 5 a 30 cm. FLOR: Em amentilhos com 1 a 3,5 cm, esverdeados com sexos separados na mesma árvore.

Fruto: Conjunto de frutos carnudos de 1 a 2,5 cm, branco a vermelho, comestível.

Época da floração: Primavera. Época da frutificação: Verão. Propagação: Por semente, garfo ou estaca. Dispersão: Por aves, através da ingestão do fruto e excreção das sementes.

Partes usadas: Folhas, ramos, casca das raízes, frutos.

Uso popular: Morus alba (mulberry) é cultivada no leste dos Países asiáticos, como a China, Japão e Coréia. A sua folha é principalmente utilizada na alimentação de bichos da seda (Bombyx mori L.), também é usada na medicina tradicional chinesa há séculos, contêm substâncias que são benéficas na prevenção e para aliviar “Xiao Ke” (diabetes).

Folha (constipações, gripes, inflamações dos olhos, elefantíase);

Fruto (incontinência urinária, hipertensão, embranquecimento prematuro do cabelo, diabetes);

Casca da raiz (asma, bronquite, diabetes, tosse);

Raminhos(hipertensão, reumatismo, dores de dentes).

Para prevenir e aliviar os sintomas da menopausa ou climatério.

Composição química: Estilbenos, cis-mulberroside A, antocianidinas (resveratrol) e Flavonóides (quercetina, rutina, moracetina e artocarpina, mulberrin (I), mulberrochromene (II), cyclomulberrin (III), e cyclomulberrochromene (IV)) , pectinas, açúcares.

Num artigo científico chinês de 2012, em extratos de culturas de células de Morus alba, Oito compostos foram isolados: isobavachalcone (1), genisteína (2), norartocarpetin (3), albanin A (4), guangsangon E (5), mulberrofuran F (6), chalcomoracin (7), kuwanon J (8). Os compostos 3-6 foram isolados a partir das culturas celulares de M. alba, pela primeira vez.

Ações farmacológicas: Analgésica, anti-inflamatória, anti-artrítica, hipo-lipidêmica, diurética. Há algumas evidências de sua ação estrogênica e antidiabética.

Interações medicamentosas: Não encontrado.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: As amoras verdes e a seiva podem apresentar toxidade, embora de baixo grau, se comidas.

Contra-indicações: Não encontrado.

Observações: Nos países tropicais as Amoreiras podem ter folhas o ano inteiro. As folhas novas ou das árvores novas são lobuladas, podendo chegar aos 30 cm, enquanto as das árvores velhas não ultrapassam, geralmente, os 15 cm e são serradas. Os conjuntos de flores masculinas são cerca de 1 cm maiores que o conjunto de flores femininas. O conjunto dos frutos das Amoreiras brancas chama-se Sorose e inclui as brácteas, os pedicelos, as peças florais e o eixo, que se tornam também carnudos. As flores disparam o pólen para o ar, através da libertação da energia elástica acumulada nos estames. O movimento resultante excede em mais de metade a velocidade do som, o que o torna o movimento mais rápido conhecido no mundo das plantas.

CURIOSIDADES HISTÓRICAS:

O cultivo da Amoreira branca começou há 4 000 anos, na China, para o fabrico da seda;

Só no século VI é que a Amoreira Branca foi introduzida na Europa, quando o Imperador Romano e Bizantino Justiniano promoveu a cultura dos Bichos-da-Seda;

Segundo Plínio, os gomos das Amoreiras são os últimos a rebentar, quando todo o frio já passou, pelo que esta espécie, com este mecanismo de sobrevivência sensato que possui, foi dedicada, pelos Antigos, a Minerva, Deusa da Sabedoria;

Carlos Magno, Rei dos Francos, dado o seu gosto por esta árvore, plantou-a nos seus jardins em 812 D.C.;

Ovídeo (43 A.C.-17 D.C.), no seu livro Metamorfoses, conta a história de dois amantes, Piramus e Thisbe, cujo romance era proibido pelos pais, se suicidaram debaixo de uma Amoreira e pediram a Deus que os frutos fossem vermelhos para lembrar aos homens o sangue que derramaram

 

 

Referências: 
DESHPANDE, V. H.; Parthasarathy, P. C.; Venkataraman, K. “Four analogs of artocarpin and cycloartocarpin from Morus alba”. From Tetrahedron Letters (1968), (14), 1715-19. – Acesso 9 OUT 2015.

EUN-MI CHOI, Jae-Kwan Hwang – “Effects of Morus alba leaf extract on the production of nitric oxide, prostaglandin E2 and cytokines in RAW264.7 macrophages” – Department of Biotechnology and Bioproducts Research Center, Yonsei University, Seoul, 120-749, Korea, 2005. – Acesso 9 OUT 2015.

KIM, Jae-Soo; Kwak, Bo-Yeon; Yi, Kwontaek; Lee, Jaekyoung “Phytoestrogen composition for preventing and relieving climacteric or menopausal symptoms”. From PCT Int. Appl. (2010), WO 2010120133 A2 20101021, Korea. (Scifinder) Acesso 13 OUT 2015.

http://www.cm-leiria.pt/uploads/writer_file/document/788/20120817154954657958.pdf – Acesso 9 OUT 2015.

http://www.tropicos.org/Name/21300010?tab=synonyms – Acesso 9 OUT 2015.

XIAO MAA, N. I. et all. – “Morus alba leaf extract stimulates 5-AMP-activated protein kinase in isolated rat skeletal muscle” – Kyoto University Graduate School of Human and Environmental Studies, Yoshida-Nihonmatsu-Cho, Sakyo-ku, Kyoto 606-8501, Japan / Journal of Ethnopharmacology 122 (2009) 54–59. Acesso 9 OUT 2015.

Pharmacophore 2014, Vol. 5 (1), 160-182 USA CODEN: PHARM7 ISSN 2229-5402 – Review Article A REVIEW ON PHYTOCONSTITUENTS FOR NEPHROPROTECTIVE ACTIVITY – Raja Sundararajan*, Akhil Bharampuram and Ravindranadh Koduru GITAM Institute of Pharmacy, GITAM University, Visakhapatnam, Andhra Pradesh, Pincode-530 045, India. Acesso 9 OUT 2015.

Zhongguo Zhong Yao Za Zhi. 2012 Dec;37(24):3738-42. [Chemical constituents from cell cultures of Morus alba]. [Article in Chinese] Tao XY1, Zhang DW, Chen RD, Yin YZ, Zou JH, Xie D, Yang L, Wang CM, Dai JG. – Acesso 13 OUT 2015.

Tags: AntigripaisAsmaBronquiteConstipaçãoElefantíaseHipertensãoHipoglicemianteReumatismoTosse

ALCACHOFRA

27/12/2019 00:31

Cynara scolymus  L.

Asteraceae (antiga Compositae) 


Sinonímias: Cynara cardunculus L., Cynara cardunculus subsp. cardunculus L.

Nomes populares: Alcachofra, alcachofra-comum, alcachofra-cultivada, alcachofra-da-horta, alcachofra-rosa, carciofo, artichaut etc.

Origem ou Habitat: Originária do Mediterrâneo.

Características botânicas: É uma planta perene que pertence a família da asteraceae. Apresenta folhas grandes, talo longo pouco ramificado e um capítulo floral grande, composto por um receptáculo carnoso e numerosas flores de cor azul violeta ou púrpuras, implantadas sobre cálices provido de brácteas, que aparecem durante a segunda metade do verão. As folhas são simples e apresentam sabor amargo. Quando jovens, são sésseis e, quando maduras, apresentam um pecíolo curto. Quando totalmente desenvolvida varia de aproximadamente 70 cm a 120 cm de comprimento e 30cm a 55cm de largura.

Partes usadas: Brácteas e folhas.

Uso popular: Por terem uma concentração maior dos componentes da planta as folhas são a principal parte da planta quando se trata do uso medicinal, mas as brácteas tem um importante valor nutricional.
São utilizadas para fins medicinais envolvendo principalmente queixas no sistema digestivo, dispepsia, melhora no metabolismo lipídico, colagogo, náuseas, flatulência, diurético, urticária, asma e eczema além de melhorar o sistema urinário também.
Tem uma grande capacidade de diminuir a glicose pós prandial, diminuir os níveis de colesterol, triglicerídeos e LDL além de aumentar os níveis HDL, o que está associado ao seu uso para emagrecimento e controle de peso, auxiliando consequentemente no controle de comorbidades associadas com os níveis lipídicos como problemas cardiovasculares. É também muito usada pela sua capacidade hepato protetora, sendo inclusive responsável pela normalização de marcadores de danos hepáticos em estudos com ratos em uso de altas doses de paracetamol.

Composição química: Extensivos estudos têm se debruçado sobre a composição química das partes da alcachofra haja visto a sua importância na medicina cultural. Todos os estudos relatam uma quantidade grande de compostos fenólicos, flavonoide e taninos na composição de todas as partes desta planta mas principalmente nas folhas, substâncias que são responsáveis pelos efeitos fitoterápicos da planta. Em um estudo realizado com plantas cultivadas na Mongólia foram avaliadas a composição de flores, folhas e raízes em relação a quantidade de proteínas, carboidratos, lipídios e vitamina C; além de realizar uma análise fitoquímica comprovando a presença de compostos fenólicos, flavonoides e saponinas em todas as partes da planta, quantidade dos compostos foi avaliada também, sendo evidenciado diferentes concentrações nas partes, sendo as folhas da planta onde se encontravam em maior concentração.

Outro estudo, mais focado na caracterização dos compostos fenólicos presentes no extrato metanólico de folhas de Cynara scolymus compradas na região de Granada na Espanha, conseguiu identificar cerca de 61 compostos fenólicos, dentre os quais 34 foram identificados pela primeira vez. Dentre os compostos fenólicos caracterizados no estudo estão classificados em hidroxibenzóicos; hidroxicinâmicos (Ácido clorogênico, Ácido monocaffeoilquinico, Ácido dicafeoilquínico e derivados); flavonol (Rutin I e II); flavona (Luteolina, Apigenina, Cinaroside, Veronicastroside e derivados) e lignana.

Ações farmacológicas: As ações farmacológicas derivadas da Cynara scolymus são provenientes dos seus compostos majoritários ou de possíveis sinergias que aconteça com os compostos presentes no extrato. Estudos tentam elucidar como os componentes majoritários já identificados possam atuar nas células a fim de proporcionar os efeitos obtidos, alguns desses modelos atribuem a os efeitos redutores de peso a capacidade do extrato de inibir enzimas digestivas como a 𝛂-amilase, bloquear enzimas digestivas é uma maneira eficiente de diminuir a absorção de açúcares e proporciona uma sensação de saciedade.
A modulação do perfil lipídico pelo extrato das folhas acontece principalmente pela ação do ácido clorogênico e luteolin nas células hepáticas. Luteolin consegue diminuir a expressão de HNF4α (fator nuclear de hepatócito 4α) que consequentemente diminui a síntese de colesterol pela inibição da SREBP-2 (Proteínas de Ligação a Elemento Regulador de Esterol) e HMG-CoA Redutase. A redução na expressão de HNF4α também diminui a síntese de apolipoproteína B, diminuindo os níveis de LDL e VLDL. O ácido clorogênico consegue também diminuir a síntese de de colesterol por estimular AMPK e consequentemente diminuir a SREBP-2, é possível que o ácido clorogênico ainda tenha a capacidade de diminuir os níveis de triglicerídeos através da estimulação de Carnitina Palmitoil Transferase (CPT) que aumenta a β-oxidação e inibe a malonil-CoA.
A alcachofra ainda tem uma capacidade de modulação do sistema antioxidante nos hepatócitos, visto principalmente pelos resultados positivos no níveis de transaminases e ROS encontrados em experimentos com administração de extrato de folhas, os compostos mais prováveis de serem os responsáveis por esse efeito sendo o ácido cafeoilquínico e luteolin, estas têm potencial de diminuir a cascata de sinais da TLR4, que ativa a NF-κB. A NF-κB no núcleo consegue estimular várias citocinas pró-inflamatórias que vão danificar a célula e sua membrana consequentemente levando ao aumento dos níveis de transaminases no sangue.
Outra substância encontrada em abundância na alcachofra é o Inulin, este tem capacidade de modular o perfil lipídico através do ciclo entero hepático, quando ingerida em quantidade suficiente a inulina no intestino aumenta a demanda de sais biliares in situ, e diminui o retorno ao fígado fazendo assim com que o fígado aumente a bioconversão de colesterol em sais biliares e a sua excreção, levando a uma diminuição nos níveis de VLDL e LDL.

Interações medicamentosas: Não há estudos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A alcachofra está na cultura alimentar e medicinal de várias populações pelos séculos, a evidência da sua segurança é clara pela falta de relatos de intoxicações, apesar de reações alérgicas já terem sido reportadas em doses recomendadas. Apesar disso, a sua dose letal (LD50) foi identificada como sendo cerca de 2000 mg/Kg em ratos wistar.

Contra-indicações: A alcachofra é contra indicada na gravidez pelo seu efeito emenagogo e na lactação pela possibilidade de o leite materno ficar amargo. Além disso, para casos de cálculo biliar. Igualmente, em caso de fermentação intestinal ou alergias à alcachofra ou a outras plantas da mesma família, a utilização é igualmente contra indicada.

Posologia e modo de uso: Chás (infusão ou decocção): 10g de folhas em um litro de água, uma xícara após as refeições principais. Pode ser adicionado menta, ou outro corretor organoléptico para amenizar o gosto amargo da planta. Após o preparo, este deve ser consumido de imediato, uma vez que, com o tempo, podem surgir substâncias tóxicas derivadas das reações provenientes do preparo. O chá de alcachofra pode ser ingerido por períodos prolongados.
Folhas secas e trituradas: 5 a 10 g/dia misturadas em água morna;
Extrato seco (5:1): 1 a 2 g/dia, 3x ao dia, preferencialmente após as refeições;
Extrato fluído (1 g= 50 gotas): 6 a 15 g/dia, 3x ao dia, após as refeições;
Tintura alcoólica a 30%: 35 gotas após as principais refeições;
Alimentação: As inflorescências imaturas (cabeças) são alimentos de baixo valor calórico, ricos em fibras, minerais, compostos bioativos e ferro, pequeno teor de gorduras e rico em inulina (tipo de carboidrato), especialmente indicados para pacientes diabéticos, obesos, obstipados e anêmicos.

Observações: Aspectos nutricionais: O alto conteúdo de ferro encontrado na planta a torna indicada para pessoas com anemia. Em razão de ser um vegetal com baixo valor calórico, rico em fibras e baixo teor de gorduras, e com um conteúdo hidrocarbonado na sua maioria formado pela inulina (não gera glicose ao ser degradada), é indicada especialmente na dieta de pessoas com diabetes, constipação e obesidade

Referências: 

ABU-REIDAH, I. M. et al. Extensive characterisation of bioactive phenolic constituents from globe artichoke (Cynara scolymus L.) by HPLC–DAD-ESI-QTOF-MS. Food Chemistry, v. 141, n. 3, p. 2269–2277, dez. 2013.

BEN SALEM, M. et al. Protective effects of Cynara scolymus leaves extract on metabolic disorders and oxidative stress in alloxan-diabetic rats. BMC Complementary and Alternative Medicine, v. 17, n. 1, p. 328, dez. 2017.

EL MORSY, E. M.; KAMEL, R. Protective effect of artichoke leaf extract against paracetamol-induced hepatotoxicity in rats. Pharmaceutical Biology, v. 53, n. 2, p. 167–173, fev. 2015.

MAHBOUBI, M. Cynara scolymus (artichoke) and its efficacy in management of obesity. Bulletin of Faculty of Pharmacy, Cairo University, v. 56, n. 2, p. 115–120, dez. 2018a.

MAHBOUBI, M. Cynara scolymus (artichoke) and its efficacy in management of obesity. Bulletin of Faculty of Pharmacy, Cairo University, v. 56, n. 2, p. 115–120, dez. 2018b.

SAFAT, A. A. et al. Evaluation of lipid-lowering effect of Cynara scolymus extract-loaded mesoporous silica nanoparticles on ultra-lipid-fed mice. Comparative Clinical Pathology, v. 27, n. 2, p. 513–518, mar. 2018.

SANTOS, H. O.; BUENO, A. A.; MOTA, J. F. The effect of artichoke on lipid profile: A review of possible mechanisms of action. Pharmacological Research, v. 137, p. 170–178, nov. 2018.

SCHÜTZ, K. et al. Characterization and quantification of anthocyanins in selected artichoke (Cynara scolymus L.) cultivars by HPLC–DAD–ESI–MS n. Analytical and Bioanalytical Chemistry, v. 384, n. 7–8, p. 1511–1517, 30 mar. 2006.

TSEVEGSUREN, N.; DAVAAKHUU, G.; UDVAL, T. Phytochemical analysis of Cynara scolymus L. cultivated in Mongolia. Mongolian Journal of Chemistry, v. 15, p. 40–42, 12 dez. 2014.

ZURLO, B. D. C. et al. GUIA DE PLANTAS MEDICINAIS XAMÂNICAS E INDÍGENAS. Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça, 2016.

Tags: AsmaConstipaçãoDiuréticoHepatoprotetoraHipoglicemianteHipolipemianteIcterícia

AÇAFRÃO DA ÍNDIA

26/12/2019 01:12

Curcuma longa  L.

Zingiberaceae 


Sinonímias:

Curcuma domestica Valeton, Amomum curcuma Jacq., Stissera curcuma Raeusch.

Nomes populares: cúrcuma, açafrão-da-índia, açafrão-da-terra, açafroa, turmeric, gengibre-dourada, mangarataia.

Origem ou Habitat: Índia.

 

Características botânicas: Segundo a descrição de LORENZI & MATOS(2008): planta herbácea, perene, caducifólia, aromática, possui folhas grandes, longamente pecioladas, invaginantes e oblongo-lanceoladas. Flores amareladas, pequenas, dispostas em espigas compridas. As raízes terminam em um rizoma elíptico, de onde partem vários rizomas menores, todos marcados em anéis de brácteas secas. Cada rizoma mede até 10 cm de comprimento e quando cortados mostram uma superfície de cor alaranjada, exalando cheiro forte e agradável e com sabor aromático e picante.

É cultivada em todo o mundo tropical.

Partes usadas: rizomas.
Uso popular: É utilizada como condimento na culinária de quase todo o mundo. A Comissão “E” de Fitoterapia (1997) e o Instituto Federal Alemão de Medicamentos confirmam as seguintes indicações para a Curcuma longa: tônico estomacal que estimula as secreções digestivas gástricas e facilita a digestão, combate a flatulência e atonia estomacal, além de ser um tônico biliar e protetora do fígado.

 

Composição química: Curcuminóides ou corantes (2-9%): curcumina ou diferuloilmetano (60%), curcumina I,II,III; dihidrocurcumina, ciclocurcumina. As curcuminas por oxidação convertem-se em vanilina.

Óleo essencial (1,5-5,5%): composto aproximadamente 60% pela lactona sesquiterpênica turmerona, além de zingibereno, alfa e gama-atlantona, bisaboleno, guayano, germacreno, 1,8-cineol, borneol, delta-sabineno, ácido caprílico, deshidroturmerona, 1-fenil-HO-N-pentano, limoneno, linalol, eugenol, curcumenol, ukonan A, B e C , curcumenona e felandreno.

Outros: polissacarídeos A,B,C e D, arabino-galactano, sais de potássio, resina , glicídeos (amido) ao redor de 40-50%.

 

Ações farmacológicas: De acordo com a grande quantidade de trabalhos realizados, especialmente com os curcuminóides, que são os corantes amarelos abundantes no rizoma, a cúrcuma possui atividade hepatoprotetora, colerética, digestiva, hipolipemiante, hipoglicemiante, antimicrobiana, anti-inflamatória, anti-oxidante, imunoestimulante, anti-agregante plaquetário, entre outras.

A substância zingibereno possui propriedades anti-ulcerosas, o 1-fenil-hidroxi-N-pentano estimula as secreções de secretina, gastrina e sucos pancreáticos além de contribuir para a manutenção do ph gástrico. O eugenol e o zingibereno são os responsáveis pelas propriedades carminativas. As substâncias que estão envolvidas com as propriedades hepatoprotetoras são as curcuminas, coadjuvantes são borneol, turmenona, eugenol e ácido cafeico. Alguns estudos apontam que a curcumina poderia ter ação colecistocinética e um efeito antiinflamatório. O rizoma da cúrcuma contém alguns compostos anticancerígenos: curcumina e curcuminóides, betacarotenos, curcumenol, curdiona, turmenona, terpineol e limoneno. Possuem efeito protetor frente ao câncer de pele, de duodeno, de mama e câncer de cólon.

 

Interações medicamentosas: A presença de substâncias com atividade anticoagulante pode interferir com aqueles pacientes que estão recebendo tratamento anticoagulante.

 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Vários estudos demonstraram a ausência de toxicidade da cúrcuma, inclusive com doses muito elevadas (8 g). Relato de um usuário atribuiu ao açafrão da Índia a alteração no ritmo cardíaco que percebeu após o uso.

 

Contra-indicações: A cúrcuma possui efeito emenagogo e não se recomenda na gravidez. Não há informação suficiente para determinar a sua segurança durante a lactância. É contra-indicada para crianças menores de 4 anos, pessoas com oclusão das vias biliares e úlceras gástricas.

 

Posologia e modo de uso: A dose terapêutica está em torno de 300 mg de curcumina, 3 x ao dia. Os rizomas da cúrcuma possuem entre 4 e 5% de curcumina e a dose terapêutica corresponde a 6 gr de raiz fresca ao dia .

Uso na alimentação: a cúrcuma é empregada como corante culinário e constitui um dos principais condimentos na mistura que compõe o curry, integrado juntamente com pimenta, coentro, canela, gengibre, cravo da índia, cardamomo, cominho e noz moscada.

É muito utilizado na arte culinária goiana e mineira.

 

Observações: O rizoma de Curcuma longa encontra-se aprovado pelas Farmacopéias da Alemanha, Brasil, Chile, China, Korea, Espanha, EEUU, França, Holanda, Índia, Indonésia, Japão, ex-URSS e Vietnam.

Faz parte do 1º fascículo das monografias selecionadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2000).

Faz parte da lista de drogas vegetais aprovadas para uso humano pela Comissão “E” de Monografias da Alemanha (Blumenthal, M., 2000).

Na indústria têxtil oriental é empregada para tingir seda, lã e algodão, inclusive a vestimenta dos monges budistas.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BLUMENTHAL, M. et al. German Federal Institute for Drugs and Medical Devices. Commission “E” – The complete German Commission E monographs: therapeutic guide to herbal medicine. Austin, Texas: Ed. American Botanical Council, 2000.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.botanical-online.com/curcuma_longa_propiedades_medicinales.htm – acesso em: 12 de setembro de 2012.

http://www.tropicos.org/Name/34500029?tab=synonyms – acesso em: 12 de setembro de 2012

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