ZEDOÁRIA ou AÇAFRÃO-DA-ÍNDIA
Curcuma zedoaria (Christm.) Roscoe.
Sinonímias: Amomum zedoaria Christm., Curcuma pallida Lour.
Nomes populares: Açafroa, açafrão-da-índia, açafroeira, açafrão-da-terra, zedoária, batatinha-amarela, gengibre-de-dourar, gengibre-dourado, gengibre amarelo, mangarataia.
Origem ou Habitat: Índia.
Características botânicas: Segundo a descrição de SILVA JUNIOR, 2003: planta herbácea, perene, medindo de 1,3 a 1,5m de altura. Folhas inteiras, oblongo-lanceoladas, com 50 a 80cm de comprimento, com nervuras secundárias púrpuras ao longo da nervura mediana. A inflorescência é cilíndrica, crescendo a partir do rizoma antes das folhas. As flores são amareladas e as brácteas esverdeadas com as pontas cor-de-rosa. O florescimento ocorre de outubro a novembro. O rizoma principal é cônico, tuberoso, medindo cerca de 5cm de comprimento, emitindo outros rizomas secundários que, por sua vez, originam estruturas de reserva de formato piriforme, que posteriormente dão origem a outras plantas.
Quanto ao clima e solo, cresce espontaneamente em altitudes das regiões tropicais, onde o clima é temperado e úmido. Prefere solos areno-argilosos, bem drenados e soltos. O plantio deve ser em outubro e a colheita dos rizomas após 8 meses do cultivo, em julho ou agosto.
Partes usadas: Rizomas.
Uso popular: Segundo irmã Eva Michalak, 1997, a zedoária é usada para afecções hepáticas, urinárias e resfriados.
Lorenzi & Matos, 2008, relatam seu uso como estomáquico.
No Herbanário da Terra, 2001, ressaltam suas propriedades estimulantes das funções hepáticas, digestivas e intestinais; é muito eficaz no tratamento de mau hálito de origem gástrica, além de ser considerada antifúngica, antisséptica, anti-inflamatória, carminativa e colagogo. Possui efeito contra carcinoma do útero, cérvix e de pele.
Na Índia, o rizoma da zedoária é usado popularmente em perfumaria e como um condimento. Tem usos semelhante ao do gengibre.
Composição química: Óleo essencial (1 a 1,5%) composto principalmente de a-pineno D-canfeno, 1,8-cineol, D-cânfora, D-borneol, álcool sesquiterpênico, zingibereno, dimetoxicurcumina, bisdimetoxicurcumina, curcolonol, guaidiol, elemano, cadinano, eudesmano, guaiano, curcumina, zedoarona, curzerenona, etil-p-metoxicinamato, espirolactonas (curcumanolídeo A e B); sesquiterpenos; pigmento azul; amido, resina, vitaminas B1, B2, B6; sais minerais.
Ações farmacológicas: Digestiva, eupéptica, rubefaciente, antifúngica, anti-inflamatória, analgésica, carminativa, colagogo e antitumoral.
Efeitos adversos e/ou tóxicos: Doses acima de 15g/dia já é considerado superdosagem, podendo causar irritação da mucosa estomacal e úlceras (Teske e Trentini, 1997, apud SILVA JUNIOR, 2003).
Experimentos em ratos, dando-lhe como única fonte de alimentação farinha integral do rizoma de zedoária ou torta feita de rizomas triturados e secos, na dose de 320g/Kg a 400g/Kg, de 4 a 6 dias, causou a morte de 100% dos mesmos.
Contra-indicações: O seu uso é contra-indicado para mulheres nos três primeiros meses de gestação e durante a amamentação.
Posologia e modo de uso: Infusão: colocar 1 colher de chá de rizomas finamente fatiados em uma xícara e adicionar água fervente. Tomar em jejum e antes das principais refeições, como estomáquico.
Para os casos de afecções pulmonares (expectorante, tosse, bronquite) colocar 3 colheres de chá de rizomas fatiados em uma xícara de água fervente, depois de morno adicionar mel e tomar 1 colher de sopa 3 x ao dia.
Observações: Apresenta ações semelhantes a Curcuma longa devido a seus compostos químicos.
O rizoma, ao ser cortado, apresenta uma coloração azulada. Após ser seco e moído, dá origem a uma farinha aromática de cor creme.
Tanto o rizoma como o produto processado são fotossensíveis.
Possui odor agradável que lembra a cânfora e o alecrim, e sabor amargo, pungente, quente e canforáceo.
É cultivada como ornamental.
Referências:
CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. p. 195.
DRESCHER, L. (coordenador). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 114.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.
MICHALAK, E., Irmã. Apontamentos fitoterápicos da irmã Eva Michalak. Florianópolis: Epagri, 1997.
SILVA JUNIOR, A.A.. Essentia herba – Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003.pgs. 292-300.
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/ – acesso em 27 de setembro de 2012.
http://www.tropicos.org/Name/34500778?tab=synonyms – acesso em 21 de setembro de 2012.