BUVA

04/01/2020 23:39

Erigeron bonariensis L.
Asteraceae (antiga Compositae)  


SinonímiasConyza bonariensis (L.) Cronquist, Conyza ambigua DC., Conyza leucodasys Miq., Erigeron crispus Pourr., Erigeron linifolius Willd., Erigeron spiculosus Hook. & Arn., entre outros.

Nomes popularesBuva, buva-do-campo, rabo-de-raposa, rabo-de-foguete, erva-carniceira, voadeira, catiçoba, rama negra (Colômbia), etc

Origem ou HabitatÉ nativa da América do Sul e ganhou o mundo, cresce em todos os continentes.

Características botânicasHerbácea anual, ereta, pouco ramificada, vigorosa, caule estriado e densamente folioso, medindo até 1 metro de altura. Folhas simples, densamente pubescentes, estreito-lanceoladas, membranáceas e glandulosas, medindo de 10-15 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos pequenos de cor esbranquiçada reunidas em panículas terminais. Frutos secos pequenos.

A espécie Erigeron canadensis difere de Erigeron bonariensis por possuir panícula maior e pela margem foliar denticulada, quase sem ramificação e os ramos muito enfolhados. (LORENZI, 2006) 

Partes usadas: Folhas.

Uso popularA infusão das folhas é empregada para indigestão, como adstringente, antidiarreica, diurética, antirreumática, protetor hepático, doenças venéreas e infecções urinárias. Também é anti-helmíntica, inseticida e parasiticida.

Composição químicaÁcidos fenólicos (clorogênico, cafeico, neoclorogênico, 3,4-dicafeoilquínico, 3,5-dicafeoilquínico, 4,5-dicafeoilquínico); Flavonóides (apigenina, luteolina, escopoletina, quercitrina, pendulina, patuletrina, ); óleo essencial(limoneno) ; esteróides; cinarina; taninos; cumarinas; entre outros.

Ações farmacológicas: Mostrou em animais, atividades anticolinérgica, inotrópica positiva, anti-inflamatória e antibacteriana.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Pode ocorrer dermatite de contato em pessoas sensíveis.

Contra-indicaçõesÉ contra indicada na gravidez e amamentação.

Observações: Existem outras espécies: Erigeron canadensis L., Erigeron sumatrensis Retz. e outras.

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

LORENZI, Harri – Manual de identificação e controle de plantas daninhas. 6ª ed. Nova Odessa, SP / Instituto Plantarum, 2006.

https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense/plantae/magnoliophyta/asteraceae/conyza-lorentzii – Acesso 30 Abril 2015.

ZAHOOR, Aqib; Khan, Afsar; Ahmad, Viqar U.; Ahmed, Amir; Khan, Saleha S.; Ali, Muhammad I.”Two New Octulosonic Acid Derivatives and a New Cyclohexanecarboxylic Acid Derivative from Erigeron bonariensis L.”- From Helvetica Chimica Acta (2012), 95(9), 1613-1622.- https://scifinder.cas.org/ – Acesso 30 Abril 2015.

ZAHOOR, Aqib; Hussain, Hidayat; Khan, Afsar; Ahmed, Ishtiaq; Ahmad, Viqar Uddin; Krohn, Karsten “Chemical constituents from Erigeron bonariensis L. and their chemotaxonomic importance.” From Records of Natural Products (2012), 6(4), 376-380. https://scifinder.cas.org/ – Acesso 30 Abril 2015.

http://www.tropicos.org/Name/2702433?tab=synonyms – Acesso 30 Abril 2015.

Tags: AdstringenteAnti-helmínticaAnti-reumáticoAntidiabéticoDiuréticoIndigestãoInseticida

BUCHINHA-DO-NORTE

04/01/2020 23:33

Luffa operculata (L.)Cogn.
Cucurbitaceae 


SinonímiasMomordica operculata L., Momordica purgans Mart., Luffa purgans (Mart.)Mart., Luffa astorii Svenson, Luffa operculata var. intermedia Cogn., Luffa operculata var. lobata Cogn., entre outros.

Nomes popularesBuchinha-do-norte, cabacinha, abobrinha-do-norte, buchinha-paulista, buchinha, bucha, purga-de-paulista, purga-dos-frades-da-companhia (Brasil), esponjilla, esponjuelo, pepino de monte, zapallito de monte (Espanha)

Origem ou HabitatÉ nativo da América do Sul, principalmente do Brasil.

Características botânicasTrepadeira herbácea escandente, com gavinha ramificada, anual, caule muito ramificado, volúvel (caule aéreo fino e longo, com pouca rigidez por isso tende a se enrolar em suportes mais rígidos), delgado, medindo até 10 m de comprimento.Folhas simples e cordiformes, tri a pentalobadas, medindo de 2-8 cm de comprimento por 3-15 cm de largura. Flores amarelo-pálidas com 5 pétalas, medindo 2 cm aproximadamente. Os frutos são ovoides ou fusiformes, de superfície rugosa e conteúdo esponjoso, medindo, aproximadamente, 5 cm de comprimento e pesando em torno de um grama, com três cavidades longitudinais contendo numerosas sementes escuras, achatadas e lisas

Partes usadas: Frutos maduros e secos (bucha fibrosa interna).

Uso popularNas práticas caseiras da medicina tradicional do Nordeste é empregada como descongestionante nasal, para tratar sinusite, como emenagogo e como abortivo.

No Brasil, a infusão do fruto seco de Luffa operculata é utilizada para inalação ou instilação nasal, resultando em liberação profusa de muco que alivia os sintomas nasossinusais, mas há relatos freqüentes de irritação nasal, epistaxe e anosmia.

Na Europa e nos EUA, está em medicamentos homeopáticos.

Hoje existe no mercado nacional um preparado para uso nasal à base de Luffa operculata 1% e soro fisiológico, de venda livre nas farmácias.

Composição químicaA análise fitoquímica de Luffa operculata revela a presença de glicosídeos, saponina, esteroides livres, fenóis, ácidos orgânicos e resina. Na resina são encontrados elaterina A, cucurbitacinas B e D e isocucurbitacina B (MATOS, 1979). Também são encontrados em menor quantidade buchinina, buchina e luffanina (alcaloides), citrulina, metacarboxi-fenilalanina e luperosídeos (CACERES, 1996; SOUSA NETO, 2006).

Ações farmacológicas: Vários trabalhos científicos relatam que a Luffa operculata Cong. possui várias atividades farmacológicas, tais como: citotoxicidade, atividade antiinflamatória, antitumoral, antioxidante e antimicrobiana.

Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura pesquisada

Efeitos adversos e/ou tóxicos: É abortiva, irritante das mucosas, sendo que 1g do extrato é letal para 1 homem de 70 Kg. De acordo com alguns usuários, a administração sob a forma de inalação, além de causar irritações severas, provoca hemorragia nasal. Nos casos de intoxicação, através da ingestão de chás preparados com o fruto, foram relatados náuseas, vômitos, diarreia, cólica e dor de cabeça

Em preparações homeopáticas por via nasal e oral não foram evidenciadas sinais de toxicidade ou intolerância.

Contra-indicaçõesNão administrar durante a gravidez e amamentação, nem em casos de úlceras gástricas.

Posologia e modo de uso: Uma receita popular no Nordeste para tratar rinossinusites: extrato aquoso preparado com 1/4 do fruto seco lavado 9 vezes sucessivas com um pouco de água (500 ml) e deixado o material lavado em maceração na nona água durante a noite; para o tratamento coloca-se algumas gotas nas narinas, após o que ocorre intensa eliminação de secreções, deixando uma sensação de queimadura interna que pode ser seguida de hemorragia nasal, se for usado extrato muito concentrado.

Há recomendação na literatura do uso do extrato aquoso a 0,5-1% por instilação de 2 a 3 gotas no nariz, duas vezes ao dia, para tratar sinusite.

Observações: 

A espuma observada no preparo das infusões pode ser atribuída à presença de saponina na Luffa operculata. Como os detergentes, ela não propriamente emulsifica, mas determina uma alteração da tensão superficial da mucosa provocando polarização, que resulta em efeito cáustico no tecido. Assim, a saponina deve ser o componente verdadeiramente irritante. Em doses terapêuticas, as saponinas são princípio ativo de alguns medicamentos mucolíticos.

O gênero Luffa é composto por oito espécies. Conforme MIYAKE (2004) Luffa cylindrica Roem. diferencia-se da Luffa operculata Cogn. , por se tratar de “esponja vegetal”, cujos frutos são maiores, oblongos e cilíndricos com até 35 cm de comprimento. A Luffa cylindrica Roem. é conhecida pelo nome de bucha-dos-paulistas, fruta-dos-paulistas, bucha-dos-pescadores, esfregão, pepino-bravo. Sendo usada para higiene pessoal e limpeza geral.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

MATHEUS Dellaméa Baldissera , Priscila Marquezan Copetti, Pablo Sebastian Britto de Oliveira e Michele Rorato Sagrillo – Eeito genotóxico in vitro do extrato aquoso de Luffa operculata sobre células mononucleares de sangue periférico. Disciplinarum Scientia Série:Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 15, n. 1, p. 1-10, 2014. Acesso 02 Março 2015

MÔNICA Aidar Menon-Miyake; Paulo Hilário Nascimento Saldiva; Geraldo Lorenzi-Filho; Marcelo Alves Ferreira; Ossamu Butugan; Regiani Carvalho de Oliveira – Efeitos da Luffa operculata sobre o epitélio do palato de rã: aspectos histológicos. Rev. Bras. Otorrinolaringol. vol.71 no.2 São Paulo Mar./Apr. 2005 – Acesso 02 Março 2015 –

REBEKA Alves Caribé: Abordagem da atividade biológica do extrato de Luffa operculata Cogn. (CUCURBITACEAE) – Dissertação de mestrado: UFPE, Recife, 2008. – Acesso 02 Março 2015

http://www.brasilescola.com/biologia/caule.htm – Acesso 27 Fev 2015.

http://www.tropicos.org/Name/9200612 – Acesso 25 Fev 2015.

Tags: AbortivoDescongestionanteEmenagogoSinusite

BOLDO-PEQUENO

04/01/2020 23:27

Plectranthus ornatus   Codd.
Lamiaceae (Labiatae)  


SinonímiasColeus comosus Hochst. ex Guerke.

Nomes populares:  Boldinho, boldo-rasteiro, boldo-pequeno, tapete-de-oxalá, boldo-gambá, boldo ornamental, etc

Observação: O nome popular “Boldo” deriva da espécie Peumus boldus, uma árvore da família Monimiaceae, conhecida e comercializada em lojas especializadas e farmácias como Boldo-do-Chile devido as suas propriedades colagoga e colerética nas dispepsias funcionais. Esta árvore é nativa da região ocidental dos Andes e não está aclimatada ao Brasil, onde comumente as espécies Plectranthus barbatus Plectranthus ornatus , são conhecidas popularmente como “boldos” e utilizadas por terem o sabor amargo semelhante ao Boldo-do-Chile. Outra planta também conhecida pelo nome popular de “boldo” no Brasil é a espécie   Gymnanthemum amygdalinum (Boldo Alumã) pertencente a família Asteraceae e que também apresenta o sabor amargo.

Características botânicas: Plectranthus ornatus é uma planta perene, aromática com folhas pequenas que se propaga formando touceiras. A espécie é amplamente cultivada e utilizada medicina popular em todo o país e pode ser propagada por estacas produzidas a partir dos seus caules e por replantio de touceiras, podendo ser cultivada em local com incidência direta de sol ou sombreado, sendo considerada uma espécie aclimatada e espontânea em todo o Brasil.

Uso popular: Planta presente na maioria dos estudos etnobotânicos brasileiros, mostrando o largo uso medicinal feito pela população. Assim com a espécie P. barbatus, a preparação mais comum é a maceração a frio nos casos de azia e excessos alimentares. Também usa-se externamente a infusão das folhas no combate a piolhos.

Informações científicas: São escassos os estudos com esta espécie. Devido ao seu largo uso pela população são necessárias novas pesquisas para garantir a segurança de uso desta espécie.

Observação de uso clínico em Florianópolis: O uso interno da maceração de uma folha da planta com água fria tem boa resposta para aliviar sintomas decorrentes de azia e má digestão. Preferencialmente utiliza-se a espécie P. barbatus.

Cuidados no uso dessa espécie:Devido à falta de estudos completos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso. Não deve ser utilizado por gestantes, lactantes, crianças, hipertensos e portadores de obstrução das vias biliares. Não usar no caso de tratamento com metronidazol ou dissulfiram, medicamentos depressores do SNC e anti-hipertensivos. Doses acima das recomendadas e utilizadas por um período de maior do que os recomendados podem causar irritação gástrica. Preparações muito concentradas ou uso prolongado podem causar irritação gástrica.

Composição químicaAlbuquerque et al. (2003), encontraram um novo diterpeno em folhas de Plectranthus ornatus, além da barbatusina, já descrita anteriormente em Plectranthus barbatus. Estes autores relatam a substituição do uso de boldo miúdo, no lugar do falso boldo, mesmo sem confirmação da atividade hiposecretora gástrica, em Plectranthus ornatus. Rijo et al. (2002) reportam o isolamento de 3 diterpenóides, semelhantes à forskolina, em folhas de Plectranthus ornatus, sendo que dois dos constituintes apresentam atividade antibacteriana.

  • Óleo essencial: O-cimeno, terpinen-4-ol, α-Cadinol, dentre outros.
  • Diterpenos: Ornitina A – E, ácido rinocerotinóico, plectrornatina A – C, dentre outros.

Referências: 
ALVES, Fransérgio Américo Ribeiro et al. Chemical composition, antioxidant and antifungal activities of essential oils and extracts from Plectranthus spp. against dermatophytes fungi. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, [s.l.], v. 19, n. 1, p.105-115, mar. 2018.

ÁVILA, Fábio et al. Miscellaneous Diterpenes from the Aerial Parts of Plectranthus ornatus Codd. Journal Of The Brazilian Chemical Society, [s.l.], p.1014-1028, 2016.

ALBUQUERQUE, R. L. Novo diterpeno isolado das folhas de Plectranthus ornatus. In: 26ª REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, 2003, Poços de Caldas, MG.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 246-247.

MAURO, C. et al. Estudo anatômico comparado de órgãos vegetativos de boldo miúdo, Plectranthus ornatus Codd. e malvariço, Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. – Lamiaceae. Revista Brasileira de Farmacognosia, [S. I.] v. 18, n. 4, p. 608-613, Out./Dez. 2008.

MOTA, Luísa et al. Volatile-Oils Composition, and Bioactivity of the Essential Oils ofPlectranthus barbatus, P. neochilus, andP. ornatusGrown in Portugal. Chemistry & Biodiversity, [s.l.], v. 11, n. 5, p.719-732, maio 2014.

RIJO, P. Neoclerodane and labdane diterpenoids from Plectranthus ornatus. Journal of Natural Products, n. 65, p. 1387- 1390, 2002

http://www.tropicos.org/Name/17602796 acesso em 20 de julho de 2011.

CIT – SC relato de caso – 2011.

Tags: Antimicrobiano

BOLDO-DO-CHILE

04/01/2020 23:23

Peumus boldus Molina.
Monimiaceae 


SinonímiasBoldea boldus (Molina) Looser; Boldu boldus (Molina) Lyons.

Nomes popularesBoldo, Boldo-do-Chile

Origem ou HabitatChile.

Características botânicasArbusto frondoso, aromático, dióico, caracterizado por apresentar altura máxima de 6 metros (na maioria dos casos alcança 2-3 metros). Folhas opostas curtamente pecioladas, de cor verde cinzenta, ligeiramente pubescentes em ambos os lados, com pequenas papilas pelo feixe, ásperas e quebradiças ao toque. Presença de uma fina cortiça marrom acinzentada, rugosa, ramos cilíndricos abundantes e pequenas flores unissexuadas de cor branco-amareladas ou branco-esverdeadas, dispostas em racimos terminais frouxos. A floração ocorre de julho a novembro. O fruto é uma drupa escura, reunida em número de 2 a 5, vovide, de 6 – 8 mm de largura

Partes usadas: Folhas.

Uso popularNo Chile e nos países importadores emprega-se a infusão de suas folhas como regulador digestivo, colagogo, colerético, calmante, anti-helmíntico, e na forma de cataplasma a ser aplicado nas dores reumáticas.

Composição químicaAlguns compostos são: ascaridol, cineol, benzoato de bencilo,fenchona, carvona, canfeno, farnesol, α-terpineol, γ-terpineol, p-cimeno, eugenol, limoneno; boldina, isoboldina, kampferol, boldoglucina, ácido cítrico, taninos, cumarina¹, 6a,7-dehidroboldina , proaporfina, linalol, terpineno-4-ol, α-pineno, β-pineno, alcanfor.

  •  Óleo essencial: Terpinol, p-cimeno, eucaliptol, dióxido de limoneno, canfeno, ascaridol (tóxico), dentre outros.
  • Alcalóides: Boldina, secoboldina, esparteína (toxico), dentre outros.

Ações farmacológicas: Atividade hepatovesicular, hepatoprotetora, eupéptica, colerética, digestiva, atividade antioxidante, atividade antimicrobiana, anti-helmíntica, ação diurética discreta¹, colagoga, anti-séptica, sedativa, antiinflamatória. Mostrou, in vitro contra Malassezia furfur.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Doses maiores que 100mg do extrato seco por vez podem causar alucinações cromáticas e auditivas, vômitos, diarreias, letargia e convulsões. Doses altas da essência podem causar irritação renal, vômitos diarreia, efeitos narcóticos, paralisantes e convulsivantes. Entre os elementos tóxicos em altas doses estão a paquicarpina, o ascaridol e o terpineol. 

Contra-indicaçõesNão deve ser utilizado por pessoas com doença hepática aguda ou severa, colecistite séptica, espasmos do intestino e íleo e câncer hepático. Não deve ser utilizado por pessoas com obstrução das vias biliares, doenças severas no fígado e nos casos de gravidez. A presença de alcaloides desaconselha o uso infantil (até seis anos) e durante a lactação. O óleo essencial, devido ao seu alto conteúdo de ascaridol (tóxico), não deve ser prescrito sem exclusiva vigilância profissional.

Posologia e modo de uso: Uso interno: Infusão de 1 a 2g (1 a 2 colheres de chá) de folhas picadas em 150mL (xícara de chá) de água fervente. Tomar uma xícara de chá, 2x ao dia. Não exceder a dosagem recomendada. Não usar durante muito tempo e de forma contínua.

Referências: 
CASTRO, Débora Silva Borges de et al. Larvicidal activity of essential oil of Peumus boldus Molina and its ascaridole-enriched fraction against Culex quinquefasciatus. Experimental Parasitology, [s.l.], v. 171, p.84-90, dez. 2016.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 226-229.

ANVISA. RDC N° 10/2010. Diário Oficial da União (Imprensa Nacional), 2010. Ano CXLVII, N° 46, Seção 1. p. 52-59.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 900-901.

CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 176-177.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia:. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995.

HERRERA-RODRÍGUEZ, Carmen et al. Bioactivity of Peumus boldus Molina, Laurelia sempervirens (Ruiz & Pav.) Tul. and Laureliopsis philippiana (Looser) Schodde (Monimiacea) essential oils against Sitophilus zeamais Motschulsky. Chilean Journal Of Agricultural Research, [s.l.], v. 75, n. 3, p.334-340, set. 2015.

NEWALL, C. A.; ANDRESON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Plantas medicinais: guia para profissionais de saúde. São Paulo: Premier, 2002. p. 47-48.

SOUZA, Wanderson Fernando Mello de et al. Evaluation of the volatile composition, toxicological and antioxidant potentials of the essential oils and teas of commercial Chilean boldo samples. Food Research International, [s.l.], p.1-7, jan. 2019.

http://www.tropicos.org – Acesso em: 26 de julho de 2010.

Tags: Anti-helmínticaCalmanteColagogoColeréticaDigestivoDores reumáticas

BOLDO SETE-DORES

04/01/2020 23:17

Plectranthus barbatus Andrews.
Lamiaceae (Labiatae) 


SinonímiasColeus barbatus (Andr.) Benth.

Nomes populares: Boldo, boldo-de-jardim, boldo-africano, boldo-silvestre, boldo-nacional, falso-boldo, boldo-do-reino, malva-santa, malva-amarga, sete-sangrias, sete-dores, folha-de-oxalá, tapete-de-oxalá. 
Origem ou Habitat: Originária da Índia (LORENZI; MATOS, 2008).

Observação: O nome popular “Boldo” deriva da espécie Peumus boldus, uma árvore da família Monimiaceae, conhecida e comercializada em lojas especializadas e farmácias como Boldo-do-Chile devido as suas propriedades colagoga e colerética nas dispepsias funcionais. Esta árvore é nativa da região ocidental dos Andes e não está aclimatada ao Brasil, onde comumente as espécies Plectranthus barbatus e Plectranthus ornatus , são conhecidas popularmente como “boldos” e utilizadas por terem o sabor amargo semelhante ao Boldo-do-Chile. Outra planta também conhecida pelo nome popular de “boldo” no Brasil é a espécie   Gymnanthemum amygdalinum (Boldo Alumã) pertencente a família Asteraceae e que também apresenta o sabor amargo.

Características botânicasÉ um arbusto perene, pubescente, com aproximadamente 1,5m de ni altura. Folhas com 4 – 8 cm de comprimento, 2,5 – 6 cm de largura, simples, opostas, ovado-oblongas, com margem dentada, pubescentes em ambas as faces, pecioladas. Inflorescência ereta, do tipo racemo. Flores azul-violáceas , com até 2 cm de comprimento, hermafroditas, fortemente zigomorfas, 5 pétalas e 5 sépalas, corola bilabiada, lábio inferior maior, em forma navicular. Fruto formado por quatro núculas.  Apresenta folhas pilosas (peludas),sendo esta uma importante característica que a diferencia das outras espécies, popularmente conhecidas como “boldo”. A especie é amplamente cultivada e utilizada na medicina popular em todo o país e pode ser propagada por estacas produzidas a partir dos seus cau umles, podendo ser cultivada em local com incidência direta de sol ou sombreado, sendo considerada uma espécie aclimatada e espontânea em todo o Brasil.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Planta presente na maioria dos estudos etnobotânicos brasileiros, mostrando o largo uso medicinal feito pela população. A preparação mais comum é a maceração a frio de meia a uma folha empregado na má digestão, azia e mal-estar gástrico em geral, bem como em libações alcoólicas e alimentares. Também usa-se externamente, a infusão das folhas da planta no combate a piolhos.

Informações científicas: 🐁(AN): Estudo mostrou potencial anti-secretor e anti-úlcera de diterpenos isolados das folhas de P. barbatus. Extratos da decocção das folhas frescas de várias espécies do gênero Plectranthus apresentaram atividade inibitória sobre as enzimas ADH e Acetilcolinesterase.

Observação do uso clínico em Florianópolis:     O uso interno da maceração de meia folha da planta com água fria tem boa resposta para aliviar sintomas decorrentes de azia e má digestão.

Modo de usar

Uso interno: A infusão é preparada com ½ folha e uma xícara (200 ml) de água fria, amassando-se as folhas para extrair seu líquido que deve ser ingerido até duas vezes ao dia, por no máximo três dias seguidos.

Uso externo: O uso tópico local para afastar piolhos pode ser feito aplicando-se a decocção de 6 folhas da planta com 1 litro de água após esfriar e no momento em que a criança estiver tomando banho. Em crianças menores de 4 anos utilizar apenas 1 folha no preparo da decocção.

Tintura: Utilizar 20 gramas das folhas secas e rasuradas para 100 ml de álcool etílico 70% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 50 gotas da tintura, diluídas em 75 ml de água, três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no alívio dos sintomas dispépticos

Cuidados no uso dessa espécie:

Devido à falta de estudos completos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso (ver no tópico “interações medicamentosas”)

Não deve ser utilizado por gestantes, lactantes, crianças,hipertensos e portadores de obstrução das vias biliares. Não usar no caso de tratamento com metronidazol ou dissulfiram, medicamentos depressores do SNC e anti-hipertensivos.

Doses acima das recomendadas e utilizadas por um período maior do que os recomendados podem causar irritação gástrica

Há também casos de sensibilidade alérgica a esta espécie.

Em relação à tintura: não usar em pessoas com hipersensibilidade aos componentes da formulação, bem como em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos – em função do teor alcoólico.

Composição químicaAs folhas fornecem até 0,1% de óleo essencial rico em guaieno e fenchona, responsáveis pelo seu aroma, alguns constituintes fixos de natureza terpênica, como a barbatusina e ciclobarbatusina, e outros compostos correlatos e princípios amargos (MATOS, 2000).

  • Óleo essencial:β-O-cimeno, β-cariofileno, mirceno, dentre outros.
  • Diterpenos: Forscolina, Coleonol, Barbatusina, Forskoditerpeno A, Forskoditerpenosideo A – C, Barbaterpeno, Barbatusterol, dentre outros. -Monoterpenos: Cuminil-O-β-D-glicopiranosil-(1-2)-β-D-galactopiranosídeo, coleosideo B
  • Triterpenos:α-amirina, ácido coleônico, ácido miriântico, dentre outros.
  • Ácido búlulico, Ácido arjúnico e arjungenina
  • Tetraterpenos: Dialdeído de crocetina
  • Sesquiterpenos: α-credol e 4β, 7β , 11-enantioeudesmantriol
  • Flavonóides:Genkwanina, 7-O-metilapigenina, 7-O-glucuronídeo de apigenina e 7-O-glucuronídeo de luteolina.
  • Fenólicos: Ácido cafeico, Guaiacol glicerina éter e olexantona.
  • Glicolipídios: Monogalactosil diacilglicerol, digalactosil diacilglicerol, trigalactosil diacilglicerol, dentre outros.

Observações: É muito utilizado na medicina ayurvédica a espécie denominada C. forskohlii, na Índia(9). Na literatura consultada somente Cunha et al. (2003) considera Coleus forskohlii como uma espécie distinta de Plectranthus barbatus (sin. Coleus barbatus).

 

 

Referências:

ALASBAHI, R. H.; MELZIG, M. F.; Plectranthus barbatus: a review of phytochemistry, ethnobotanical uses and pharmacology – Part 1. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 76, n. 7, p. 61-653, mai. 2010.

ALBUQUERQUE,R. L. et al Diterpenos tipo abietano isolados de Plectranthus barbatus Andrews. Química Nova, v. 30, n. 8, p. 1882-1886, nov. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n8/a16v30n8.pdf – Acesso em: 10 de setembro de 2010.

AMINA, Musarat et al. Barbaterpene and Barbatusterol, New Constituents from Plectranthus barbatus Growing in Saudi Arabia. Letters In Drug Design & Discovery, [s.l.], v. 15, n. 8, p.851-856, 21 jun. 2018.

ANVISA. RDC N° 10/2010. Diário Oficial da União (Imprensa Nacional), 2010. Ano CXLVII, N° 46, Seção 1. p. 52-59.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 645

CARRICONDE, C. et al. Plantas medicinais & plantas alimentícias. Olinda: Centro Nordestino de Medicina Popular, 1996.

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http://www.tropicos.org/Name/17602720?tab=synonyms – acesso em 2010.

PESQUISAR: Matos FJA, Alencar JW, Craveiro AA, Machado MIL 1988. Características distintivas de duas espécies de Coleus usadas em medicina popular. X Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, São Paulo, Brasil.

Amina et al., 2018; Waldia et al., 2011; alasbahi; Melzig, 2010; Santos et al., 2015.

Tags: Aziapiolhos

BOLDO-ALUMÃ

04/01/2020 23:10

Gymnanthemum amygdalinum (Delile)Sch.Bip.ex Walp.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasVernonanthura condensata (Baker) H. Rob., Vernonia bahiensis Toledo., Vernonia condensata Baker.

Nomes popularesAlumã, aloma, aluman, luman, boldo, boldo-baiano, boldo-goiano, boldo-de-Goiás, boldo-japonês, boldo-chinês, boldo-de-folha-larga, fel-de-índio, árvore-do-pinguço, alcachofra, cachofra, figatil, necroton, heparém, macelão, estanca-sangue, entre outros

Observação: O nome popular “Boldo” deriva da espécie  Peumus boldus, uma árvore da família Monimiaceae, conhecida e comercializada em lojas especializadas e farmácias como Boldo-do-Chile devido as suas propriedades colagoga e colerética nas dispepsias funcionais. Esta árvore é nativa da região ocidental dos Andes e não está aclimatada ao Brasil, onde comumente as espécies Plectranthus barbatus Plectranthus ornatus , são conhecidas popularmente como “boldos” e utilizadas por terem o sabor amargo semelhante ao Boldo-do-Chile. Outra planta também conhecida pelo nome popular de “boldo” no Brasil é a espécie   Gymnanthemum amygdalinum (Boldo Alumã) pertencente a família Asteraceae e que também apresenta o sabor amargo.

Origem ou HabitatÁfrica tropical, trazida para o Brasil nos tempos coloniais.

Características botânicasArbusto grande ou arvoreta, pouco ramificada, de ramos quebradiços, de 2-4 m de altura. Folhas simples, inteiras, membranáceas, glabras, de 5-12 cm de comprimento, com sabor amargo. Flores discretas, de coloração esbranquiçada, reunidas em pequenas panículas terminais e axilares de capítulos alongados. O florescimento é discreto e ocorre no verão. Multiplica-se por estacas.     A  espécie é uma planta de fácil cultivo em local com bastante incidência de sol ou na sombra e pode ser propagada por estacas produzida a partir dos seus caules, sendo uma planta ampla-mente cultivada e utilizada na medicina popular em todo o Brasil.

Partes usadas: Folhas.

Uso popularA infusão preparada com as folhas é utilizada para problemas de vesícula, diarréias, dispepsias, distúrbios digestivos, como “protetor” hepático, para dores de cabeça relacionadas a problemas digestivos e para reduzir os níveis de colesterol. A mistura com vinho é utilizada para inapetência.

Informações científicas: 🐁(AN): Estudo in vivo utilizando fração do extrato etanólico das folhas demonstrou a atividade hepatoprotetora para esta planta. Outro trabalho apontou para o extrato etanólico das folhas a ação protetora em quadros de úlcera gástrica.

Observação do uso clínico em Florianópolis:   O extrato preparado por maceração de ½ folha desta planta com água fria tem boas resposta para uso em casos de má digestão e azia.

Modo de usar:

Uso interno: A infusão é preparada com a maceração de ½ folha e uma xícara (200 ml) de água fria para extrair seu líquidoq ue deve ser ingerido até duas vezes ao dia, por no máximo três dias seguidos.

Cuidados no uso desta espécie:

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Deve ser evitado o uso em gestantes, lactantes e crianças menores de 6 anos.

Evitar o uso em pessoas que tenham alergia a plantas da família Asteraceae.

Deve-se evitar o uso de doses elevadas e o uso prolongado desta planta.

Composição químicaPresença de saponinas, glicosídeo cardiotônico “vernonina”, flavonóides, óleos essenciais e substâncias amargas (lactonas sesquiterpênicas) ¹.

  • Glicosídeos esteroidais: vernoniosídeo B2, vernoniosídeo D, vernoniosídeo D1, vernoniosídeo D2 e vernosídeo ³.
  • Lactonas sesquiterpênicas: 19-hidroxivernolido, vernolido, vernodalina, 11β,13-diidro-hidroxivernolido, 11β13-diidro-19-hidroxivernolido.
  • Triterpenóides: lupeol e lupenol.

Apresenta um teor de cinarina maior que a alcachofra (Cynara scolymusL.)(MATOS, 2000)

Observações: É uma planta de sabor amargo.

 

 

Referências: 

SILVA, J. B., da et al. New aspects on the hepatoprotective potential associated with the antioxidant, hypocholesterolemic and anti-inflammatory activities of Vernonia condensata Baker. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 198, p.399-406, fev.2017. Elsevier BV.

BOEING, T., et al. Antiulcer mechanisms of Vernonia condensata Baker: A medicinal plant used in the treatment of gastritis and gastric ulcer. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 184,p.196-207, maio 2016. Elsevier BV

AMARAL, A.C.F.; SIMÕES, E.V.; FERREIRA, J.L.P. Coletânea científica de plantas de uso medicinal. Organizado por FIOCRUZ. Rio de Janeiro, Brasil: Abifito, 2005. p. 186-197.

ANVISA. RDC N° 10/2010. Diário Oficial da União (Imprensa Nacional), 2010. Ano CXLVII, N° 46, Seção 1. p. 52-59

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. 165p.

MATOS,F. J. A. Plantas Medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 2. ed. Fortaleza: IU, 2000.

PANIZZA, S. Plantas que curam (Cheiro de mato). 3ª. ed. São Paulo. IBRASA. 1998. p.

Tags: DiarreiasDispepsiaHipercolesteremia

BETERRABA

04/01/2020 23:02

Beta vulgaris L.

Amaranthaceae (anteriomente Chenopodiaceae) 


SinonímiasBeta orientalis L., Beta vulgaris subsp. orientalis Aellen, Beta vulgaris var. cicla L.

Nomes populares:  Beterraba, beet, remolacha, betabel, beetroot (English, United States), sugar beet (English, United States), etc

Origem ou HabitatBeta vulgaris subsp. maritima, (sea beet) beterraba-do-mar, considerado o ancestral selvagem das variedades cultivadas, é encontrado no Atlântico e ao longo das costas mediterrânicas da Europa e do Oriente Médio e da Índia, e cultivada em todo o mundo com clima temperado.

Atualmente, os EUA, a Rússia e a Alemanha são os principais produtores de beterraba.

Características botânicasBeterraba e acelga são variedades cultivadas de Beta vulgaris. A Beta vulgaris é uma erva anual ou bianual, caracterizada por apresentar uma raiz muito ramificada e na parte superior da raiz principal forma-se um corpo carnoso de forma globular, de cor vermelho escuro comestível. O caule é longo e de crescimento lento durante o primeiro ano. Apresentam folhas simples, pecioladas, ovada-oblongas, que transformam-se em brácteas lineares na inflorescência. As flores são hermafroditas, dispostas em grandes panículas. O fruto é utricular (invólucro saquiforme).

Existem 4 variedades utilizadas para a produção de alimentos. A Beta vulgaris var. altissima (beterraba açucareira) da qual se obtém quase 40% do açúcar mundial (sacarose). A Beta vulgaris var. alba (beterraba forrageira) serve de alimento para o gado. A terceira variedade é conhecida como Beta vulgaris var. flavescens ou var. cicla (acelga) e é cultivada pelo valor nutritivo de suas folhas. Finalmente a quarta variedade é a Beta vulgaris var. conditiva (beterraba-roxa), de coloração vermelho escura (Alonso, J., 2004)

Partes usadas: Folhas e raízes tuberosas.

Uso popularA beterraba foi considerada desde tempo antigo como uma planta alimentícia e para a extração de açúcar, por conter a mesma substância proveniente da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.), a sacarose.

Descição dos compostos quimicos encontrados na planta, com as referencias e locais da planta em que são encontrados caso for necessario.

Usos etnomedicinais: o emprego alimentício da raiz é utilizado como defatigante, digestivo, anti-parasitário e vulnerário. As folhas (infusão) como laxante e em uso externo como antimicótico. O sumo como expectorante, em casos de amenorréa e como anticancerígeno. Os povos árabes recomendam em casos de anemia e convalescença de enfermidades. No México, como anti-anêmico (chá das folhas), o suco é recomendado para eliminar cálculos renais (em caso de intolerância pode ser agregado suco de cenoura) e como preventivo de câncer gástrico e recomendado como remédio antiglaucomatoso (Alonso, J., 2004)

Composição química

  • Açúcares: sacarose (20%), frutose, glicose.
  • Minerais: Sais de: potássio, sódio, cálcio, magnésio, ferro (escassa quantidade).
  • Protídeos pigmentantes: betalaínas (aminoácidos de amônio quaternário) compostas principalmente por betacianinas (roxas), betaxantinas (amarelas) em menor escala. Entre as betacianinas destacam-se: vulgaxantinas I e II, indicaxantina, betanina, isobetanina, prebetamina e neobetanina. E entre as betaxantinas destacam-se as miraxantinas. (Alonso, J., 2004)

Observações: A primeira descrição de Beta vulgaris é devido a Linnaeus, e foi publicado em 1753 na primeira edição de “Species Plantarum”. Ele criou o gênero Beta e separou em 3 diferentes variedades: beterraba, beterraba-marítima e acelga. Porém, na segunda edição de “Species Plantarum”, publicado em 1762, Linnaeus elegeu a forma silvestre como espécie distinta e chamou de Beta marítima e consolidou as formas cultivadas nas espécies Beta vulgaris.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

http://floridata.com/Plants/Chenopodiaceae/Beta%20vulgaris/ Acesso 02 Maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/7200163?tab=synonyms – Acesso 02 Maio 2016.

https://fr.wikipedia.org/wiki/Beta_vulgaris – Acesso 04 Maio 2016.

Tags: Anti-anêmicoAnti-parasitáriaDefatiganteLaxanteNutritiva

BERTALHA-CORAÇÃO

31/12/2019 00:09

Boussingaultia cordifolia   Ten.

Basellaceae 


SinonímiasAnredera cordifolia (Ten.) Steenis, Anredera baselloides (Kunth) Baill., entre outros.

Nomes populares: Bertalha-coração, bertalha, basela, cipó-balão, folha-santa, trepadeira-mimosa, quiabento (Bahia).

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (regiões Sul, Sudeste e Nordeste, especialmente da Bahia).

Partes usadas: Folhas e turbéculos.

Uso popular: Suas partes são usadas para alimentação humana, principalmente cozidas. É considerada um alimento nutracêutico na alimentação de crianças e para tratamento de anemias. As folhas podem ser secas e moídas para se fazer farinha na confecção de pães.

Ocasionalmente é cultivada como ornamental, sendo considerada invasora em algumas regiões.

Composição química: As folhas são ricas em ferro, cálcio e zinco.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Esta espécie não possui toxicidade nem efeitos mutagênicos.

Contra-indicações: Não há contraindicação.

Observações: Existe outra espécie Basella rubra L., cujos nomes populares são: bertalha, espinafre-indiano, malabar, malabar-espinafre, vine-spinach, country-spinach(English, United States), Belega (Kikaguru, Tanzania), cujas folhas são usadas na alimentação, refogadas ou cozidas em sopas e a decocção das raízes como emoliente.

 

 

Referências: 
KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Basella_rubra.htm – Acesso 23 Maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/3200025 – Acesso 23 Maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/3200044?tab=acceptednames – Acesso 18 Maio 2016.

Tags: AnemiaNutritiva

BELDROEGA

31/12/2019 00:06

Portulaca oleraceae  L.

Portulacaceae 


SinonímiasPortulaca oleracea var. sylvestris (L.) DC., Portulaca parvifolia Haw., Portulaca sativa Haw.

Nomes populares: beldroega-pequena, beldroega-verdadeira, beldroega-vermelha, beldroega-da-horta, caaponga, ora-pro-nobis, bredo-de-porco, onze-horas, ma chi xian shu (China), etc.

Origem ou Habitat: Portulacaceae são cosmopolitas, com 25-30 gêneros e 450-500 espécies. A maioria dos gêneros e espécies ocorrem no oeste da América do Norte, América do Sul e África, com alguns representantes na Europa e Ásia. Na América tropical e nas regiões limítrofes, existem cerca de 11 gêneros e 170 espécies provavelmente.

Características botânicas: Herbácea prostrada, anual, suculenta, ramificada, glabra, ramos rosados de 20-40cm de comprimento. Flores solitárias, axilares, amarelas, que abrem-se apenas de manhã.

Partes usadas: Planta toda, folhas, caules e sementes.

Uso popular: beldroega é considerada uma planta refrescante.

É empregada internamente contra disenteria (principalmente infantil), enterite aguda, mastite e hemorróidas.

Afecções do fígado, dos rins e da bexiga, cálculos biliares, escorbuto (Planta toda).

Azia, erisipela, inflamação dos olhos, afecções das vias urinárias (folhas e caules).

Externamente é usada em queimaduras, úlceras, feridas e nevralgias. O suco é efetivo, no tratamento de doenças de pele.

Distúrbios menstruais, afecções das vias urinárias, verminose (sementes).

É uma planta comestível, podendo ser consumidos talos e folhas quando tenros e verdes, crus ou refogados.

As raízes são amargas e duras.

Indígenas das Guianas usam-na contra diabetes, para problemas digestivos e como emoliente e, externamente, como ungüento para problemas musculares.

No Vietnan é usada a associação do suco de beldroega (P. oleracea) juntamente com Centella asiatica para tratamento de resfriados, gripe, cefaléia, anorexia e constipação. (Alonso, 2004).

Composição química: Ácidos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico); Flavonóides (rutina, miricetina, canferol, apigenina, quercetina, luteolina e hesperidina); Noradrenalina e Dopamina; Ácido ascórbico; b-caroteno; Ácido graxo a-linolênico; Alcalóides fenólicos (oleraceins A, B, C, D e E).

Análise alimentícia em g/100g: proteínas (1,60g), lipídeos (0,40g), carboidratos (2,50g), cálcio (140,00g), fósforo (493,00mg), ferro (3,25mg), retinol (250,00mg), vitamina B1 (20,00mg), vitamina B2 (100,00mg), niacina (0,50mg), vitamina C (26,80mg). (Franco, G., 1992).

Ações farmacológicas: Estudos concluiram que o chá tem efeito hipertensivo em ratos (devido a presença de catecolaminas) e atividade relaxante da musculatura esquelética.(Lorenzi, 2008)

Atividade antioxidante, anti-hemorrágica, relaxante muscular, broncodilatadora.

Contra-indicações: Não deve ser usada na gravidez e em pessoas com problemas digestivos e de pressão alta.

Posologia e modo de uso: Decocção: 40g da planta toda para um litro de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia.

Suco fresco (folhas e caules): tomar uma colher (sopa) 1 a 2 vezes ao dia.

Uso externo: folhas e caules amassados, para aplicação tópica, sob a forma de emplastros e chá por decocção das folhas sob a forma de compressas.

Observações: Os ácidos fenólicos e flavonóides foram em estudos com beldroegas tailandesas; os alcalóides fenólicos, a noradrenalina e dopamina foram em estudos com ervas chinesas e o ácido a-linolênico e b-caroteno foram em estudos com beldroegas australianas.

Os alcalóides fenólicos são uma nova classe de antioxidantes descobertos em P. oleracea.

A hesperidina e ácido caféico foram isolados pela 1ª vez em amostras chinesas em 2007.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

CARIBÉ, J.; CAMPOS, J.M. Plantas que ajudam o Homem: Guia prático para a Época Atual. São Paulo: Pensamento,1991.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 9ªed. São Paulo: Atheneu, 1992.

HABTEMARIAM S. , HARVEY A.L. , WATERMAN, P.G. As propriedades relaxantes musculares de Portulaca oleracea estão associados com altas concentrações de íons potássio. J. Ethnopharmacology, [S.I], v. 40, n. 3, p. 195-200, dez. 1993.

JUAN CHEN; SHI YAN-PING; LIU JING-YAN. Determinação de noradrenalina e dopamina em chinês extratos de ervas de Portulaca oleracea L. por cromatografia líquida. Jornal da cromatografia A., [S.I.], v. 1003, n. 1-2, p. 127-132, 2003.

LAN XIANG; DONGMING XING ; WANG WEI. Alcalóides de Portulaca oleracea L. Phytochemistry A. Amsterdam, vol. 66, n. 21 p. 2595-2601, 2005.

LIM, YY; QUAH, EPL :Propriedades antioxidantes de diferentes cultivares de Portulaca oleracea. Química de Alimentos , [S.I.], v.103, n.3, p.734-740, 2007.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MALEK F. et al. Broncodilatory effect of Portulaca oleracea in airways of asthmatic patients. J. Ethnopharmacology, [S.I], v. 93, n. 1, p. 57-62, 2004.

SHOBEIRI S.F. et al. Portulaca oleracea L. no Tratamento de Pacientes com Sangramento Uterino Anormal: um ensaio clínico piloto. Phytother, [S.I.], v. 23, n. 10, p. 4-1411, out. 2009.

SIRIAMORNPUN S.; SUTTAJIT M. Microchemical Components and Antioxidant Activity of Different Morphological Parts of Thai Wild Purslane (Portulaca oleracea). Weed Science. [S.I.], v. 58, n. 3, p. 182-188, jul-sep. 2010.

XUEQIN X.; LISHUANG Y.; GUONAN C. Determination of flavonoids in PortulacaoleraceaL. by capillary electrophoresis with electrochemical detection. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. [S.I.], 3 Mai 2006, v. 41, n. 2, p. 493-499.

ZI-JUAN, Y., YI-NAN, Z., LAN, X. Study on chemical constituents of Portulaca oleracea. Zhong Yao Cai Journal of Chinese, [S.I.], 2007, v. 30, n. 10, p. 1248-1250.

ZHU, H.; WANG, Y.; LIU, Y. Analysis of Flavonoids in Portulaca oleracea L. by UV–Vis Spectrophotometry with Comparative Study on Different Extraction Technologies. Food Analytical Methods,Jun. 2010, v. 3, n. 2, p. 90-97.

http://www.tropicos.org – Acesso em: 26 maio 2011.

http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/index.asp – Acesso em: 20 maio 2011.

http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Portulacaceae.htm – Acesso em: 14 junho 2011.

Tags: AfecçõesAziaDisenteriaErisipelaEscorbutoHemorróidaMastiteÚlcerasVerminoses

BATATA-DOCE

31/12/2019 00:00

Ipomoea batatas  (L.) Lam.

Convolvulaceae 


SinonímiasConvolvulus batatas L., Convolvulus denticulatus Lam., Convolvulus edulis Thunb., Convolvulus esculentus Salisb., Convolvulus tuberosus Vell., Ipomoea batatas fo. trifida Moldenke, Ipomoea batatas var. edulis (Thunb.) Makino, Ipomoea indica var. variabilis (Schltdl. & Cham.) L.O. Williams, Ipomoae triloba L., etc.

Nomes populares: Batata-doce, batata-da-terra, batata-da-ilha, jetica, jatica, ye’tika (tupi), etc.

Origem ou Habitat: México.

Características botânicas: Herbácea de caule rasteiro, folhas simples, membranáceas, 3-6 lobadas, flores campanuladas de cor variável (róseas ou branco-violáceas). Raízes em forma de tubérculos, de sabor doce e rico em fécula que são classificados em variedades de acordo com as cores externa e interna nos tipos “branco”, os que têm casca e polpa brancas; “amarelo”, os que têm casca amarela e polpa amarelo-avermelhada; “vermelho”, os que têm casca vermelha e polpa branca; e “roxos” que têm casca roxa e polpa branco-arroxeada.

Partes usadas: Tubérculo, raiz e folhas.

Uso popular: tubérculo é usado na alimentação como fonte de energia. Os índios mexicanos a consumiam para as grandes caminhadas.

Suas folhas cozidas servem para afecções da boca e garganta e são consideradas adstringentes, bactericidas, fungicidas, laxativas e tônicas. Os brotos e as folhas novas são usadas como cataplasma para tumores. O chá das folhas é indicado para aumentar a lactação.

Composição química: Amido, flavonóides livres e glicosilados, derivados do ácido caféico, glicosídeos do nerol e do borneol, triterpenóides especiais.

Ações farmacológicas: Os extratos aquoso e alcóolico dos tubérculos tem atividade antimicrobiana.

Devido ao conteúdo em b-carotenos são considerados antioxidantes.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A planta é comestível, porém, quando estiver infectada pelo fungo Cerattos-tomella fimbriata sua ingestão pode causar grave intoxicação, produzindo sensação de falta de ar, perda de apetite e vômitos (Robineau, 1995 apud Lorenzi & Matos, 2002).

 

 

Referências: 
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

Nascimento, O.C., et al – “Caracterização química e informação nutricional de fécula de batata-doce (Ipomoea batatas L.) orgânica e biofortificada” . Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável http://revista.gvaa.com.br , 1981 – Acesso 28 Abril 2015.

http://www.tropicos.org/Name/8500721 – Acesso 27 Abril 2015.

Tags: BactericidasFungicidasLaxativasNutritiva
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