BELDROEGA

31/12/2019 00:06

Portulaca oleraceae  L.

Portulacaceae 


SinonímiasPortulaca oleracea var. sylvestris (L.) DC., Portulaca parvifolia Haw., Portulaca sativa Haw.

Nomes populares: beldroega-pequena, beldroega-verdadeira, beldroega-vermelha, beldroega-da-horta, caaponga, ora-pro-nobis, bredo-de-porco, onze-horas, ma chi xian shu (China), etc.

Origem ou Habitat: Portulacaceae são cosmopolitas, com 25-30 gêneros e 450-500 espécies. A maioria dos gêneros e espécies ocorrem no oeste da América do Norte, América do Sul e África, com alguns representantes na Europa e Ásia. Na América tropical e nas regiões limítrofes, existem cerca de 11 gêneros e 170 espécies provavelmente.

Características botânicas: Herbácea prostrada, anual, suculenta, ramificada, glabra, ramos rosados de 20-40cm de comprimento. Flores solitárias, axilares, amarelas, que abrem-se apenas de manhã.

Partes usadas: Planta toda, folhas, caules e sementes.

Uso popular: beldroega é considerada uma planta refrescante.

É empregada internamente contra disenteria (principalmente infantil), enterite aguda, mastite e hemorróidas.

Afecções do fígado, dos rins e da bexiga, cálculos biliares, escorbuto (Planta toda).

Azia, erisipela, inflamação dos olhos, afecções das vias urinárias (folhas e caules).

Externamente é usada em queimaduras, úlceras, feridas e nevralgias. O suco é efetivo, no tratamento de doenças de pele.

Distúrbios menstruais, afecções das vias urinárias, verminose (sementes).

É uma planta comestível, podendo ser consumidos talos e folhas quando tenros e verdes, crus ou refogados.

As raízes são amargas e duras.

Indígenas das Guianas usam-na contra diabetes, para problemas digestivos e como emoliente e, externamente, como ungüento para problemas musculares.

No Vietnan é usada a associação do suco de beldroega (P. oleracea) juntamente com Centella asiatica para tratamento de resfriados, gripe, cefaléia, anorexia e constipação. (Alonso, 2004).

Composição química: Ácidos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico); Flavonóides (rutina, miricetina, canferol, apigenina, quercetina, luteolina e hesperidina); Noradrenalina e Dopamina; Ácido ascórbico; b-caroteno; Ácido graxo a-linolênico; Alcalóides fenólicos (oleraceins A, B, C, D e E).

Análise alimentícia em g/100g: proteínas (1,60g), lipídeos (0,40g), carboidratos (2,50g), cálcio (140,00g), fósforo (493,00mg), ferro (3,25mg), retinol (250,00mg), vitamina B1 (20,00mg), vitamina B2 (100,00mg), niacina (0,50mg), vitamina C (26,80mg). (Franco, G., 1992).

Ações farmacológicas: Estudos concluiram que o chá tem efeito hipertensivo em ratos (devido a presença de catecolaminas) e atividade relaxante da musculatura esquelética.(Lorenzi, 2008)

Atividade antioxidante, anti-hemorrágica, relaxante muscular, broncodilatadora.

Contra-indicações: Não deve ser usada na gravidez e em pessoas com problemas digestivos e de pressão alta.

Posologia e modo de uso: Decocção: 40g da planta toda para um litro de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia.

Suco fresco (folhas e caules): tomar uma colher (sopa) 1 a 2 vezes ao dia.

Uso externo: folhas e caules amassados, para aplicação tópica, sob a forma de emplastros e chá por decocção das folhas sob a forma de compressas.

Observações: Os ácidos fenólicos e flavonóides foram em estudos com beldroegas tailandesas; os alcalóides fenólicos, a noradrenalina e dopamina foram em estudos com ervas chinesas e o ácido a-linolênico e b-caroteno foram em estudos com beldroegas australianas.

Os alcalóides fenólicos são uma nova classe de antioxidantes descobertos em P. oleracea.

A hesperidina e ácido caféico foram isolados pela 1ª vez em amostras chinesas em 2007.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

CARIBÉ, J.; CAMPOS, J.M. Plantas que ajudam o Homem: Guia prático para a Época Atual. São Paulo: Pensamento,1991.

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http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Portulacaceae.htm – Acesso em: 14 junho 2011.

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