JASMIN DO IMPERADOR

12/02/2020 22:13

Osmanthus fragrans (Thunb.) Lour.

Oleaceae


SinonímiasOsmanthus fragrans (Thunb.) Siebold.

Nomes populares: Flor do imperador, tea olive, fragant olive.

Origem ou Habitat: Regiões quentes da Ásia, do leste do himalaia ao sul da China, Taiwan até sul do Japão.

Características botânicas: Árvore pequena, flores com corola tetra lobulada com várias cores.

Partes usadas: Flores e sementes.

Uso popular: na medicina tradicional chinesa é usada para menstruação irregular, sintomas do ciclo menstrual e menopausa; também tem uso popular para dor de estomago

utilizado na na indústria de perfumaria, como corante natural e na alimentação.

Composição química: No óleo essencial: óxido linalool,2-butanona, ocimeno.

Ações farmacológicas: Ação antioxidante, anti-inflamatória.

Interações medicamentosas: não há registro de interações.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: não há registro.

Contra-indicações: não há registro.

Referências: 

Hu,B.F.; Guo, X.L.; Luo,L.P. chemical composition comparision of the essential oil from four groups ofOsmanthus fragans Lour. in Flowers J. essential oil bear plants.15(5),832-8, 2012.

Hung, C.Y.;Tsai, Y.C.; Li, K.Y. Phenolic antioxidants isolated from flowers of Osmanthus fragans. Moleculles.17(9), 10724-37,2012.

Tags: CoranteMenstruaçãoPerfumaria

JANAÚBA

12/02/2020 22:10

Synadenium grantii Hook F.

Euphorbiaceae


SinonímiasEuphorbia pereskiifolia houllet et Baill.

Nomes populares: Janaúba, cancerosa, cancerola, leiteiro-africano, leite-de-arbusto-africano (African Milkbush), mariamole.

Origem ou Habitat: África. Euphorbiaceae é uma família complexa e heterogênea consistindo de aproximadamente 322 gêneros e 8900 espécies em todo o mundo. É uma família essencialmente tropical que ocorre em diferentes habitats desde regiões áridas até regiões úmidas dos trópicos. Como resultado, as plantas desta família desenvolveram várias formas adaptativas (Balakrishnan & Chakraborty, 2007 apud Giardini, 2012).

Características botânicas: Arbusto suculento ou árvore pequena espessa de 5-10 m de altura, caule cilíndrico, hastes mais velhas tornam-se cinza pálido, com cicatrizes foliares proeminentes em hastes verdes e látex abundante. Folhas dispostas em espiral, simples e completas; estípulas modificadas em pequenas glândulas marrons; pecíolo até 8 mm de comprimento; lâmina elíptica a oblanceolada, até 15 cm x 6-8 cm, base longa cuneada obtusa, ápice curto-acuminado, carnuda, a margem enrolada para baixo, quase glabras, nervura central proeminente abaixo, arredondada, verde ou vermelho, por vezes, tingidas por baixo. Inflorescência em cimeira frouxa axilares, consistindo de cachos de flores; pedúnculo até 5 cm de comprimento, ramos curto-peludos, 1-3 cm de comprimento, vermelho, cada um contendo uma flor feminina rodeada por flores masculinas. Flores unissexuais, sésseis, com flores masculinas bractéolas lineares, com franjas, com as pontas vermelhas, perianto ausente, estame 4 mm de comprimento; flores femininas com pedicelo de até 5 (-9) mm em frutas, ovário superior, estilos densamente curto-peludos (Nicholson, 2008 apud Giardini, 2012).

Partes usadas: Látex das folhas.

Uso popular: O látex da folha Synadenium grantii Hook. f. é aplicado localmente sobre verrugas. É usado popularmente para alguns tipos de câncer.

Composição química: Nas folhas: Antocianidinas (cianidina 3,5-diglucosídeo, cianidina 3-glicosídeo; cianidina 3-O-(2”-(5”’-(E-p-coumaroil)-b-apiofuranosil)-b-xilopiranosida)-5-O-b-glucopiranosida; cianidina 3-O-(2”-(5”’-(Ecafeoil)-b-apiofuranosil)-b-xilopiranosida); cianidina 3-O-(2”-(5”’-(E-p-coumaroil)-b-apiofuranosil)-b-xilopiranosida); cianidina 3-O-(2”-(5”’-(E-feroil)-b-apiofuranosil)-b-xilopiranosida).

No Látex: Látex glicoproteína; Ingenol 3-angelato; Duas serinas proteases; 12,13-diester do tipo tigliane quimicamente similar ao álcool 4-deoxiforbol; 4,20-dideoxi-5α-hidroxiforbol; 20-deoxi-5α-hidroxiforbol; ácido isobutírico; ácido tíglico; 4-deoxiforbol-13-(fenilacetato)-12-tiglato; Múltiplas formas de enzimas carboxilesterases e colinesterases; Triterpenóides tetracíclicos: eufol (59%), tirucalol (33%), euforbol (8%); Ácidos aromáticos: ácido benzóico (1,7%), ácido fenilacético (36,1%), Ionol- 1,3-ditertiobutil-2-hidroxi-5-metil-benzeno; Compostos 3 e 4: 12-0-2Z-4E-Octadienoil 4-deoxiforbol-13-acetato e 12-0-tigloil-4-deoxiforbol-13-isobutirato; Isômeros do lanosterol.

Ações farmacológicas: Atividades antibacteriana, moluscicida (frente ao caramujo Biomphalaria glabrata, transmissor da esquistossomose), antioxidante e atividade antiproliferativa in vitro.

Interações medicamentosas: Não encontrado.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A toxicidade das espécies de Euphorbiaceae se deve aos ésteres diterpênicos (tiglianos, dafnanos, ingenanos), responsáveis por lesões nas mucosas (Bruneton, 2001) e pele (Stata, 1996).

O Synadenium grantii produz um látex, cujo principal princípio tóxico é o éster de 4-deoxiforbol (Bruneton, 2001). Este éster produz, ao ser esfregado na pele ou ingerido, intensas reações locais, tais como: erupção eczematosa que agride os queratinócitos e provoca inflamação, sem desenvolver mecanismos alérgicos (Mássimo, 1999). Progride com formação de bolhas, angioedema, disfagia que podem persistir por até 24-48 horas (Spoerke et al., 1985). Por contato ocular produz irritação, conjuntivite, irite e já descreveram úlcera de córnea e cegueira temporal. Os primeiros sintomas, eritema e edema, podem ocorrer em 2-8 horas, com formação de vesículas e bolhas com um pico entre 4-12 horas. A gravidade depende da quantidade de látex da planta e duração do contato. Reações da pele, geralmente desaparecem em 3-4 dias sem cicatriz, mas as bolhas podem demorar vários dias para curar (Klasco, 2010; Apud Giardini, 2012).

Observações: O nome Euphorbiaceae vem da homenagem feita pelo rei mouro Juba II, em 30 a.C., ao seu médico Euphorbus, o qual descobriu as propriedades medicinais da Euphorbia resinifera O. Berg., planta que ainda ocorre naturalmente no norte africano.

As Euphorbiaceae podem se apresentar como arbóreas, arbustivas, subarbustos e ervas. As espécies mais conhecidas são: a seringueira (Hevea sp.), a mamona (Ricinus communis L.) e mandioca (Manihot esculenta Crantz).

A espécie botânica Synadenium umbellatum conhecida como “avelós-de-folha”, “cancerola”, “gota milagrosa”, etc., encontrada no centro-oeste brasileiro, tem sido utilizada pela população como analgésico, anti-inflamatório e antineoplásico, dentre outras utilizações.

Existem duas espécies pertencentes ao gênero Euphorbia muito estudadas contra o câncer, Euphorbia peplus L. e Euphorbia tirucalli L., que segundo literatura, possuem princípios ativos em comum com a espécie aqui estudada, o Synadenium grantii, sendo eles: Ingenol 3-angelato; Eufol e Tirucalol e isômeros de Lanosterol.

Referências: 

Giardini, Ines Juliana Martorano, “Atividade antiproliferativa in vitro do látex, de extratos brutos e de frações obtidas a partir do Synadenium grantii Hook. f. “– Piracicaba, SP : Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba. 2012. – Acesso 30 NOV 2015.

http://www.tropicos.org/Name/12804781 – Acesso 30 NOV 2015.

 

Tags: Verrugas

JAMBU ou AGRIÃO-BRAVO

12/02/2020 22:07

Acmella uliginosa  (Sw.) Cass.

Asteraceae 


SinonímiasSpilanthes acmella var. uliginosa (Sw.) Baker, Spilanthes acmella (L.) L., Spilanthes uliginosa Sw.

Nomes populares: Agrião-do-pará, agrião-bravo, jambu, jambu-pequeno.

Origem ou Habitat: Nativa da região Amazônica, principalmente do Pará.

Características botânicas: Herbácea perene, semi-ereta de ramos decumbentes, ramificada e aromática. Folhas embranáceas. Flores amarelas, reunidas em capítulos cônicos amarelos chamadas de cabecinhas, que medem 1 cm x 1 cm. Multiplica-se por sementes ou hastes enraizadas.

Partes usadas: Folhas e inflorescências.

Uso popular: Planta utilizada na região Norte e Nordeste do país como condimento e empregada na medicina caseira para tratar males da boca e garganta. As folhas e flores quando mastigadas dão uma sensação de formigamento nos lábios e na língua devido a sua ação anestésica local, por isso é empregado como anestésico local em ferimentos da boca e para dor de dente. A espécie Acmella oleracea (Sw.) Cass. conhecida como jambu-grande, também é usada como anestésico local além de estimulante do apetite, o chá das folhas e inflorescências é empregado contra anemia, dispepsia e como estomáquico.

Composição química: Óleos essenciais, espilantol (isobutilamida), espilantina, afinina, colina e fitosterina. O espilantol é a principal substância com ação anestésica. Além do espilantol, foi isolado desta planta outra alcamida similar, a N-isobutil-4,5-decadienamida, também com propriedades analgésicas (Alonso & Desmarchelier, 2005).

Ações farmacológicas: As alcamidas da planta, principalmente o espilantol, possuem reconhecidas atividades analgésicas (Alonso & Desmarchelier, 2005).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O dr. Francisco José de Abreu Matos alerta para evitar o contato com a laringe por que pode provocar paralisia da glote que, embora transitória, pode ser perigosa.

Observações: Existe uma espécie semelhante chamada popularmente de “jambu-grande” Acmella oleracea (Sw.)Cass., muito usado como tempêro no tacacá, prato típico da cozinha paraense.
As duas espécies chamadas de jambu são usadas na culinária da região Norte e Nordeste do país.

Referências: 

LORENZI, H.; MATOS, F.J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ªed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MATOS, F.J.A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no Nordeste brasileiro. Fortaleza: EUFC, 1989.

Mondin, C.A.; Magenta, M.; Nakajima, J.; Silva, G.A.R. 2013. Acmella in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB15915)- acesso em 16 de setembro de 2013.

ONG, HM., MOHAMAD, AS., MAKHTAR, NA., KHALID, MH., KHALID, S., PERIMAL, EK., MASTUKI, SN., ZAKARIA, ZA., LAJIS, N., ISRAF, DA., SULAIMAN, MR. Antinociceptive activity of methanolic extract of Acmella uliginosa (Sw.) Cass. Journal of Ethnopharmacology Volume 133, Issue 1, 7 January 2011, Pages 227-233. Acessado em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874110006719

SILVA, Rozeli Coelho. Plantas Medicinais na Saúde Bucal. Vitória, ES, 2001. Pp. 22

http://www.tropicos.org/Name/2738307 – acesso em 16 de setembro de 2013

Tags: AnestésicaCondimento

JAMBOLÃO

12/02/2020 22:03

Syzygium cumini  (L.) Skeels.

Myrtaceae 


SinonímiasMyrtus cumini L., Eugenia cumini (L.) Druce, Eugenia jambolana Lam., Syzygium jambolanum (Lam.) DC.

Nomes populares: Jambolão, ameixa-roxa, azeitona-do-nordeste, cereja, jamelão.

Origem ou Habitat: Segundo Lorenzi & Matos, é originária da Indomalásia, China e Antilhas, e cultivada em vários países, inclusive no Brasil.

Características botânicas: Árvore de até 10 metros de altura, com folhas simples e frutos de cor roxo-escura, com única semente coberta de polpa comestível, mucilaginosa, doce e adstringente.

Partes usadas: Frutos, folhas, sementes e casca.

Uso popular: Os frutos são consumidos in natura e na fabricação de sucos. As cascas e sementes são usadas como medicação hipoglicemiante.

Composição química: Nos extratos metanólico e etil-acetato de sementes de Syzygium cumini foram encontrados alcalóides, flavonóides, glicosídeos, fitoesteróis, saponinas, esteróides, taninos e triterpenóides.

Nas folhas foi identificado o diterpeno Vulgarol A, com atividade antibacteriana contra Salmonella typhimurium, Pseudomonas aeruginosa e S. aureus.

Outros compostos encontrados: lupeol, 12-​oleanen-​3-​ol-​3β-​acetate, Stigmasterol, β-​sitosterol.

Ações farmacológicas: A administração oral de 2,5 e 5,0 g / kg de peso corporal do extracto aquoso da semente durante 6 semanas, resultou numa redução significativa da glucose no sangue e um aumento na hemoglobina total, mas no caso de 7,5 g / kg de peso corporal, o efeito não foi significativo.

Também é mencionada as seguintes atividades: antibacteriana, antiinflamatória, analgésica.

Observações: Em um ensaio clínico utilizando o chá das folhas de jambolão, por infusão, durante 28 dias, não mostrou efeito hipoglicemiante.

Os compostos lupeol, 12-​oleanen-​3-​ol-​3β-​acetate, Stigmasterol, β-​sitosterol têm potenciais atividades anti-diabéticas.

Referências: 

Hypoglycaemic activity of Syzigium cumini seeds: effect on lipid peroxidation in alloxan diabetic rats. P.Stanely Mainzen Príncipe,Venugopal P MenonCorrespondente informações de contato autor, L Pari. Disponível em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874198000026 em 30 abril 2014.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

Teixeira C C; Fuchs F D; Weinert L S; Esteves J- The efficacy of folk medicines in the management of type 2 diabetes mellitus: results of a randomized controlled trial of Syzygium cumini (L.) Skeels – From Journal of clinical pharmacy and therapeutics (2006), 31(1), 1-5. Acesso 09 set 2014.

Hosmat, Prasad B.; Sonawane, Kailas D.; Waghmare, Shailesh R. – Antibacterial activity of Vulgarol A extracted from the leaves of Syzygium cumini – From Asian Journal of Pharmaceutical and Clinical Research (2013), 6(4), 100-102, 3 pp.. | Acesso 09 Set 2014.

Alam, Md. Rashedul; Bin Rahman, Akib; Moniruzzaman, Md.; Kadir, Mohammad Fahim; Haque, Md. Ahsanul; Razi-Ul-Hasan Alvi, Mohammad; Ratan, Md.” Evaluation of antidiabetic phytochemicals in Syzygium cumini (L.) Skeels (family: Myrtaceae)”. Journal of Applied Pharmaceutical Science (2012), 2(10), 094-098, 5 pp.. | Acesso 09 Set 2014.

http://www.tropicos.org/Name/22102113.

Tags: ComestívelHipoglicemiante

JABUTICABA

12/02/2020 22:00

Plinia spp.

Myrtaceae 


SinonímiasSão conhecidas em torno de nove espécies de jabuticabeira (Mattos, 1978). Dentre estas espécies, destacam-se a Plinia trunciflora (O.Berg) Kausel (jabuticaba de cabinho) de ocorrência natural na região Sudoeste do Paraná, tem como sinonímia Myrciaria trunciflora O. Berg. Plinia cauliflora (Mart.) Kausel (jabuticaba paulista ou jabuticaba Açu)

e a Plinia jaboticaba (Vell) (jabuticaba sabará) que produzem frutos apropriados tanto para a indústria como para consumo in natura (Mattos, 1983; Donadio, 1983).

A alteração nomenclatural do gênero Myrciaria (Berg, 1857) para o gênero Plinia foi proposta por Sobral (1985).

Nomes populares: Jabuticaba, jabuticaba-de-cabinho, jabuticaba-açu, jabuticaba-sabará, jabuticaba-tuba.

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil, desde o Pará até o Rio Grande do Sul.

Características botânicas: Árvore frondosa, de tronco liso e castanho, folhas opostas, lanceoladas, glabras, vermelhas quando novas; flores brancas, dispostas sobre o caule e galhos, exalando leve perfume; fruto baga globosa, violáceo avermelhada ou roxa, com polpa branca aquosa de sabor agridoce e agradável. As sementes são dois caroços arroxeados e chatos.

Partes usadas: Frutos, folhas e entrecasca do caule.

Uso popular: O decocto da entrecasca é indicado contra asma, hemoptise, diarreias e disenterias. E, externamente, em banhos, para erisipela. O decocto das cascas dos frutos é indicado para amigdalites crônicas.

Os frutos são muito apreciados para consumo natural ou são utilizados na produção de diversos produtos como vinhos, sucos, geleias, licores e vinagres.

Seus pigmentos podem ser utilizados como corantes de alimentos.

Composição química: A jabuticaba é composta de pigmentos, taninos, vitaminas, fibras e sais minerais. A polpa contém ferro, fósforo, cálcio, vitamina C e niacina (vitamina do complexo B). A casca escura contém excelentes teores de pectina e altos teores de antocianinas. As folhas contém taninos.

Ações farmacológicas: Antioxidante, adstringente, nutritiva..

Observações: A fruta oxida-se logo depois de apanhada do pé, por isso, consumi-la em seguida. Pode ser guardada em sacos plásticos na geladeira.

Referências: 

DONADIO, L. C. Cuidados com a Jabuticabeira. O Estado de São Paulo, São Paulo, 23 de novembro de 1983. Suplemento Agrícola, p.16.

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001.

MATTOS, J. L. R. Frutos indígenas comestíveis do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da Agricultura, s.d., 1978. 31 p.

MATTOS, J. L. R. Frutíferas nativas do Brasil. São Paulo: Nobel, 1983. 92p

MIELKE, M. S.; FACHINELLO, J. C.; RASEIRA, A. Fruteiras nativas: Características de 5 mirtáceas com potencial para exploração comercial. HortiSul, Pelotas, v.1, n.2, p.32-36, 1990.

SOBRAL, M. Alterações Nomeclaturais em Plinia (Myrtaceae). Boletim do Museu Botânico de Curitiba, Curitiba, n. 63, p.1-4, 1985.

SOBRAL, M. et al Myrtaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB010852 – Acesso em: 07 de outubro de 2012.

Tags: AmigdaliteAsmaDiarreiasdisenteErisipela

JABOTICAÁ ou MASTRUÇO-DO-BREJO

12/02/2020 21:55

Drymaria cordata  (L.) Willd. ex Schult.

Caryophyllaceae


SinonímiasDrymaria adenophora Urb., Drymaria cordata var. diandra (Sw.) Griseb., Drymaria cordata var. pacifica Mizush., Drymaria diandra Blume, Drymaria procumbens Rose, Holosteum cordatum L., Holosteum diandrum Sw., Stellaria adenophora (Urb.) León.

Nomes populares: Cordão-de-sapo, jaboticaá, jaraquicaá, mastruço-do-brejo, agrião-selvagem, erva-tostão, he lian dou cao (China), heart-leaf drymary (English, United States).

Origem ou Habitat: Nativa da América Tropical e encontrada em abundância na Índia nas regiões de Siquim, sub-Himalaia e Meghalaya.

Características botânicas: Planta anual, herbácea, tenra, glabra ou levemente pubescente, com ramos prostrados ou ascendentes que enraízam nos nós, com até 30 cm de altura. Propaga-se por sementes, mas pode ser multiplicada por estacas. Planta daninha muito comum durante o inverno, está presente em quase todo o país infestando beiras de canais, córregos, jardins, pastagens, hortas e terrenos baldios.

Partes usadas: Planta toda.

Uso popular: Para alívio da tosse, da sinusite e resfriado. Também utilizada para picada de cobra e topicamente em queimaduras e outras doenças dermatológicas, como em infecções de pele.

Suas folhas podem ser consumidas cruas, em saladas, ou cozidas e preparadas de várias formas.

Composição química: Os estudos fitoquímicos preliminares foram com as folhas. No extrato hidroetanólico foram encontrados taninos, diterpenos, triterpenos, esteróides enquanto que no extrato aquoso foram encontrados alcalóides, flavonóides, saponinas.

Ações farmacológicas: Analgésica, anti-nociceptiva, antitussígena, antibacteriana.

Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura consultada.

Contra-indicações: Por falta de estudos melhor evitar uso em grávida.

Posologia e modo de uso: Para uso externo, a planta é esmagada e seu suco utilizado topicamente. Tribos locais de Garohills e Khasia no estado de Meghalaya envolvem a planta em folhas grandes (espécie ignorada), amarram e colocam sobre o fogo; a planta é então aquecida e o vapor é inalado.

Referências: 

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

LORENZI, Harri. Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas e Tóxicas. 4 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008, p. 672.

MUKHERJEE, Pulok K. et al. Antibacterial evaluation of Drymaria cordata Willd (Fam. Caryophyllaceae) extract. Phytotherapy Research 11(3): 249-250, 1996. MUKHERJEE, Pulok K. et al. Studies on antitussive activity of Drymaria cordata Willd. (Caryophyllaceae). Journal of Ethnopharmacology 56: 77-80, 1997.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21572643 – acesso em 27 de março de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/6301172 – acesso em 25 de março de 2013.

Tags: queimaResfriadoSinusiteTosse

IVATINGI / AÇOITA-CAVALO

12/02/2020 21:51

Luehea divaricata  Mart.

Malvaceae (Tiliaceae)


SinonímiasExistem duas variedades: Luehea divaricata var. divaricata ; Luehea divaricata var. megacarpa Meijer.

Nomes populares: Pau-de-canga, pau-de-estribo, açoita-cavalo, ibatin-gui, ivatinga, ivatingi (guarany), ka’a oveti. Existem várias espécies chamadas de açoita-cavalo, que, por terem galhos muito flexíveis recebem este nome popular, são as seguintes: Luehea divaricata Mart.; Luehea grandiflora Mart.; Luehea ochrophylla Mart.; Luehea paniculata Mart.; Luehea rufescens St.Hil

Origem ou Habitat: O gênero Luehea é exclusivamente americano e compreende umas 25 espécies nativas de América Tropical e, no Brasil, forma parte da flora da Mata Atlântica, abrangendo desde Goiás até o Rio Grande do Sul.

Características botânicas: Árvore ou arbusto caducifolio, de 5 a 15 metros de altura, com copa arredondada, ramagem flexível e tronco grosso de até 1 metro de diâmetro. Folhas alternas, curto-pecioladas, simples, geralmente dentadas na metade superior. Flores grandes, brancas ou rosadas, solitárias, dispostas em racimos ou em panículas axilares ou terminais, com longas brácteas. Fruto em cápsula lenhosa ovoidal, contendo numerosas sementes aladas. Floresce no verão e frutifica no outono (Alonso Paz et al., 1992; Cabrera, 1965; López et al., 1987).

Partes usadas: Folhas, flores, córtex e raízes.

Uso popular: A infusão das flores é citada como sedante, das folhas como anti-inflamatório e a decocção da córtex como tônica, anti-diarréica e digestiva (Alonso Paz et al., 1992; Toursarkissian, 1980). No Brasil as folhas são usadas como diurético e os talos como anti-inflamatório. A córtex e as partes aéreas são empregadas externamente na forma de banhos vaginais e como hemostático em feridas de pele. A córtex, por via interna, em casos de reumatismo e disenteria (Buttura, 2003; Tanaka et al., 2003). Mors et al., também mencionam o uso da córtex e das folhas em tratamento da laringite e bronquite.

Na Argentina (Missiones), as folhas são empregadas para o tratamento de resfriados e catarros, e a córtex como adstringente, em afecções da garganta (faringite e anginas) e febre. (Amat e Yajía, 1998). Segundo Pio Correa, 1984, possui as seguintes propriedades: a casca e as folhas são adstringentes. As folhas são reputadas como anti-disentéricas e anti-leucorreicas, úteis na blenorragia, hemorragia, tumores artríticos e diarreias crônicas; a raiz é reputada como depurativa. Suas flores atraem as abelhas na fabricação de mel

Composição química: Destaca-se o alto conteúdo de manganês nas folhas. Nos talos foliáceos foi detectado a presença de mucilagens enquanto que da córtex foram isolados polifenóis (Hegnauer, 1973). Foram identificados ainda taninos, saponinas e flavonóides (Alice e Silva, 1985). Do extrato metanólico das folhas foram isolados um derivado do ácido tormêntico (ácido 3-b-p-hidroxibenzoil-tormêntico) e uma mescla contendo ácido maslínico (Tanaka et al., 2003). O estudo químico do extrato bruto metanólico das folhas resultou, em um primeiro momento, no isolamento do ácido 3β-p-hidroxibenzoil tormêntico, triterpeno com esqueleto básico dos ursenos, e de uma mistura cuja substância majoritária foi o ácido maslínico, triterpeno derivado dos oleanenos. Posteriormente, foram isolados do mesmo extrato a vitexina, uma flavona C-glicosilada e o esteróide glicopiranosilsitosterol.

Do extrato bruto metanólico das cascas do caule, foi isolado o flavonóide (-)-epicatequina, um flavan-3-ol. (Tanaka et al., 2005).

Ações farmacológicas: Os estudos farmacológicos para esta espécie são escassos. Possui atividade adstringente, anti-microbiana, (em especial a sua ação sobre dermatófitos) e inseticida.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O extrato aquoso de partes aéreas de Luehea divaricata demonstrou atividade mutagênica no teste de Ames (Vargas et al., 1991).

De acordo com estudos realizados em animais de laboratório, sugerem que o uso continuado de extratos desta espécie pode produzir danos hepáticos, renais ou pulmonares (Bianchi et al.,1992).

Contra-indicações: Não são conhecidas até o momento e, por precaução, deve ser evitado seu uso em grávidas, crianças abaixo de 2 anos e não deve ter uso contínuo.

Posologia e modo de uso: Uma receita popular é feita fervendo as folhas até ficar rosado e depois acrescentar mel.

Observações: Fatos e curiosidades da planta.

Referências: 

ALONSO, J. R. Plantas Medicinales autóctonas de Argentina: bases científicas para su aplicación en atención primaria de la salud. Buenos Aires, 2005. p. 67-69

PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: IBDF, Ministério da Agricultura, Imprensa Nacional, 1984. Vol.I pgs 26-28

Quim. Nova, Vol.28, No.5, 834-837, 2005.

Artigo *e-mail: ccsilva@uem.br CONSTITUINTES QUÍMICOS DE Luehea divaricata MART. (TILIACEAE) Júlio Cesar Akio Tanaka e Cleuza Conceição da Silva* Departamento de Química, Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, 87020-900 Maringá – PR Benedito Prado Dias Filho e Celso Vataru Nakamura Departamento de Análises Clínicas, Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, 87020-900 Maringá – PR João Ernesto de Carvalho e Mary Ann Foglio Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas, Universidade Estadual de Campinas, CP 6171, 13083-970 Campinas – SP

MULLER , J. de B. Avaliação de atividade antimicrobiana , antioxidante e antinociceptiva das folhas de Luehea divaricata Martius – dissertação de mestrado-Santa Maria RS,2006.

Tags: Anti-diarreicoAnti-inflamatórioDigestivoDiuréticoHemostáticoResfriadoSedativoTônico

IPÊ-ROXO

12/02/2020 21:45

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos

Bignoniaceae


SinonímiasTabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl., Tabebuia avellanedae   Lorentz ex Griseb, Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos, Handroanthus avellanedae (Lorentz ex Griseb.) Mattos, Tabebuia ipe var. integra (Sprague) Sandwith.

Nomes populares: Ipê, ipê roxo, Ipê cavatan, Ipê Comum, Ipê de São Paulo, Ipeuva, Aipe, Cavatan, Guiraiba, Lapacho, Pau d’Arco Roxo, Pau d’Arco Vermelho, Peuva, Peuva Roxa, Piúva , Queraiba ou Upeuva no Brasil; Lapacho ou Lapacho negro na Argentina; Lapacho no Paraguai; Tayihú no Guarani; e Taheebo na antiga Inca (Hashimoto 1962;. da Silva et al, 1977; Accorsi 1988). Em uma antiga língua dos incas, quíchua, que ainda é mantida pelos habitantes das serras, a espécie Tabebuia é chamada tahuari (Williams 1936).

Origem ou Habitat: É nativa da América do Sul, do Brasil até o norte da Argentina (Williams 1936; Hashimoto 1962; da Silva et al 1977).

Características botânicas: Árvore de porte mediano com 20 a 35 m de altura, de tronco grosso. Folhas compostas digitadas de 5 folíolos. Flores vistosas rosadas ou roxas cobrindo quase toda a planta que fica completamente sem folhas durante a floração. As plantas dão vagens longa suspensas contendo numerosas sementes de setembro para outubro. As sementes são aladas. A madeira é valiosa para a construção geral e marcenaria.

Partes usadas: Cascas.

Uso popular: Diurético, adstringente, anti-infeccioso, antifúngico. É usado no tratamento caseiro de impetigo, câncer de pele, lupus, doença de Parkinson, psoríase e alergias.

Composição química: As naftoquinonas lapachol, B-lapachona e xiloidona são consideradas importantíssimas. O Ipê-roxo também contém quercetinas, lapachenol, carnosol, indol, coenzyma Q, alcalóides como tecomina, ácidos hidroxibenzóicos, e saponinas. Naftoquinonas (lapachol, lapachona e derivados), lapachenol, quercetina e o ácido hidroxibenzóico.

Ações farmacológicas: O lapachol e outras substâncias isoladas,apresentaram, em ensaios biológicos, atividade antineoplásica, antimicrobiana, anti-inflamatória e anticoagulante.

O Ipê-roxo também demonstra atividades anti-parasitária e anti-virais, e tem se mostrado efetivo como fungicida no tratamento de infestações por Candida albicans e micoses.

Posologia e modo de uso: Decocção: 3 colheres (sopa) de entrecasca quebrada em pequenos pedaços para 1 copo d´água.

Observações: A recente redescoberta de drogas vegetais de Tabebuia como eficazes para o câncer, fez de T. avellanedae um recurso medicinal importante (Hartwell 1968; Gottlieb e Mors 1980; MM Rao e Kingston 1982; Accorsi 1988; Ueda e Tokuda 1990; Zani et al 1991;. Saizarbitoria et al., 1992).

A primeira substância pesquisadas extensivamente foi descoberta em 1956, no Brasil: o lapachol, bactericida. No ano seguinte, a mesma equipe isolou o a- e b-lapachona, e a xyloidona. Esses constituintes são comprovadamente fungicidas e bactericidas.

Referências: 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A.; Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

Medicinal and Aromatic Plants VII Volume 28 of the series Biotechnology in Agriculture and Forestry pp 445-456; acesso em http://link.springer.com/chapter/10.1007%2F978-3-662-30369-6_27#page-1, em 29 Junho 2016

https://portalverde.wordpress.com/tag/lapachenol/- Acesso em 29 Junho 2016

http://www.tropicos.org/Name/3700873 – Acesso em 29 Junho 2016.

Tags: AdstringenteAnti-infecciosoAntifúngicoDiuréticoPsoríase

HORTELÃ

11/02/2020 21:46

Mentha piperita  L.

Lamiaceae (Labiatae)


Nomes populares: Hortelã-pimenta, hortelã roxa, menta.

Origem ou Habitat: A Mentha piperita é um híbrido cultivado pela primeira vez na Inglaterra do sec. XVII.

Características botânicas: Erva perene de 0,3 – 0,6m de altura, pubescente, caule quadrangular, avermelhado. Folhas com 1 – 5cm de comprimento, 0,5 – 3cm de largura, opostas, simples, curtamente pecioladas, elípticas e lanceoladas, acuminadas, margens serradas, pilosas. Possui inflorescência do tipo glomérulo, separados uns dos outros, formando espigas no ápice dos ramos. Flores brancas e violáceas.

Partes usadas: Folhas e inflorescência.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha o infuso, preparado com as partes aéreas, é empregado internamente para anemia, cólica menstrual, diarréia, como calmante e para combater vermes, sendo que neste último caso, é preparado com leite. Segundo a literatura a hortelã é empregada internamente no tratamento de sintomas de problemas digestivos, tais como meteorismo epigástrico, digestão lenta, eructação e flatulência. Emprega-se também em resfriados e para dores de cabeça e musculares. Externamente, em ferimentos e contusões na pele, bem como em bochechos nas dores de dente, garganta, em inflamações da boca, gengiva e dor de dente.

Informações científicas: 👥(HU):  Uma revisão sistemática indica o uso de M. piperita na dispepsia não-ulcerosa (Thompson Coon, 2002) , enquanto outra revisão sistemática recomenda o uso do óleo essencial de Mentha para a síndrome do colon irritável (Ruepert, 2011).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso da infusão preparada com as folhas da espécie M. piperita tem boa resposta para aliviar sintomas de gripes e resfriados, dores de garganta e dores abdominais. É utilizada na forma de inalação (da infusão ou de seu óleo essencial), assim como é feito uso tópico da infusão nas têmporas para dores de cabeça. Já a espécie M. crispa pode ser indicada em casos de infestação por Ameba e Giárdia.

Cuidados no uso desta espécie: Esta espécie pode apresentar interações com medicamentos para anemia, felodipino, sinvastatina, ciclosporina. Evitar o uso interno em gestantes, lactantes e em crianças menores de 04 anos. O uso da tintura ou do óleo essencial das espécies de Mentha é contraindicado para pessoas com cálculos biliares e obstrução dos ductos biliares, danos hepáticos severos e durante a lactação (ANVISA, 2018). Não se recomenda o uso tópico nasal de formulações contendo mentol em crianças, devido ao risco de espasmos da glote após sua aplicação e até mesmo colapso instantâneo seguido de aplicação local de mentol.

Posologia e modo de uso: 

🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Tintura: Utilizar 20 gramas das folhas rasuradas para 100 ml de álcool etílico 70% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 2 a 3 ml da tintura, diluídos em 50 ml de água, duas a três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no alívio dos sintomas dispépticos e como antiflatulento (ANVISA, 2018).

Observações: Existem outras espécies de mentha utilazadas como remédio, a hortelã de “cabo” branco – Mentha rotundifolia e a hortelã de “cabo” roxo Mentha sp. são comuns na ilha de Santa Catarina. A hortelã referida nos usos populares pode ser outra espécie que não a Mentha piperita.

Composição química: As hortelãs possuem um teor variável de óleo essencial 0,5 – 4%), em função da idade do vegetal, época do ano, tipo de solo, luminosidade, umidade, etc., sendo que um teor mínimo de 1,2% é exigido para fins medicinais . Todas contém um óleo essencial rico em mentol.

  • Óleo essencial: Mentol, mentona, pulegona (a partir desse se obtem no processo de extração o mentofurano que é toxico), dentre outros.
  • Flavonóides: Narirutina, hesperidina, luteolina-7-O-rutinosideo, isorgoifolina, diosmina, 5,7-di-hidroxicromona-7 O-rutinosideo e eriocitrina.
  • Ácidos fenólicos: Ácido rosmarinico, ácido cinâmico, dentre outros.

Referências: 

1. FARIAS, M.R., et al. Plantas medicinais na ilha de Santa Catarina: Grupo de Estudos em Fitoterapia, Florianópolis: UFSC/P.M.F., 1996, 111p. (inédito)

2. HOPPE, H. A. Taschenbuch der Drogenkunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1981.

3. MATOS, F.J.A. Farmácias Vivas: Sistemas de Utilização de Plantas Medicinais Projetado para Pequenas Comunidades. Fortaleza: EUFC, 1994.

4. REYNOLDS, J.E.F. (Ed.) Martindale The Extra Pharmacopoeia. 30.ed. London: The Pharmaceutical Press, 1993.

5. RITA, Paul & Datta, Animesh. An updated overview on peppermint (Mentha piperita L.). Int. Res. J. Pharm. Ago. 2011. cap2.pg. 1-10.

6. SIMÕES, C.M.O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

7. SHRIVASTAVA, Alankar. A review on peppermint oil. Asian Journal of Pharmaceutical and Clinical Research.Volume 2, Issue 2, April- June, 2009 pg.27-33.

8. VERMA. Ram & Rahman et al. Essential Oil Composition of Menthol Mint (Mentha arvensis L.) and Peppermint (Mentha piperita L.) Cultivars at Different Stages of Plant Growth from Kumaon Region of Western Himalaya. Open Access Journal of Medicinal and Aromatic Plants. Jan. 2010; Vol. 1, pg: 13-18.

9. Rachitha P, Krupashree K, Jayashree G V, Gopalan N, Khanum F. Growth inhibition and morphological alteration of Fusarium sporotrichioides by Mentha piperita essential oil. Phcog Res. Fev. 2017; vol.9, pg:74-79.

10. Thompson Coon J, Ernst E. Systematic review: herbal medicinal products for non-ulcerdyspepsia. Alimentary. Pharmacology and Therapeutics 2002; 16(10): 1689-1699. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1046/j.1365-2036.2002.01339.x?sid=nlm%3Apubmed

11. Ruepert L., et al., Bulking agents, antispasmodics and antidepressants for the treatment of irritable bowel syndrome. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011, Issue 8. Art. No.: CD003460. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8745618/

12. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2018. Página 62

Tags: AnemiaCalmanteCefaléiaCólicaDiarreiasFlatulênciaVermífuga

HIPÉRICO

11/02/2020 21:41

Hypericum perforatum  L.

Hypericaceae


SinonímiasHypericum nachitschevanicum Grossh., Hypericum perforatum var. confertiflorum Debeaux, Hypericum perforatum var. microphyllum H. Lév.

Nomes populares: Hipérico, St. John’s-wort (English, United States), erva-de-são-joão, hipericão, mil-furada. O nome popular St. John’s-wort traduzido do inglês “erva-de-são-joão”, pode causar confusão com as ervas-de-são-joão conhecidas no Brasil, Ageratum conyzoides L. (também conhecida como mentrasto) e Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers. (cipó-de-são-joão)

Origem ou Habitat: Europa.

Características botânicas: Herbácea perene, ramificada, prostrada nos países tropicais, hastes avermelhadas, de 30-60 cm de altura. Folhas simples, opostas, sésseis, ovadas, medindo 1-1,5 cm de comprimento, possui glândulas translúcidas ao longo das bordas das folhas, que observadas à luz parecem orifícios, ricas em hipericina. Inflorescências axilares e terminais. Flores amarelas com 5 sépalas e 5 pétalas. Os frutos são cápsulas ovóides estriadas.

Partes usadas: Folhas, flores e raízes.

Uso popular: É empregada como calmante, contra ansiedade e tensão nervosa, distúrbios da menopausa, síndrome pré-menstrual, ciática e fibrose. É indicada também para asma, bronquite crônica, tosses, cefaléias e dores reumáticas. Externamente é empregada em casos de queimaduras, escoriações, ferimentos, dor ciática, neuralgia e cotovelo-de-tenista.

Composição química: Óleo essencial: alfa-pineno, beta-pineno, 1,8-cineol, mirceno, cadineno, cariofileno, alfa-terpineol, aromandreno, limoneno, geraniol, ésteres do ácido isovaleriânico, etc.;

  • Antraquinonas: hipericina (diantroquinona policíclica de coloração avermelhada), pseudo-hipericina, proto-hipericina, iso-hipericina, etc.);
  • Flavonóides: quercitrina, iso-quercitrina, rutina, hiperosídeo, biapigenina, amentoflavona, luteolina, campferol, catequina, iso-catequina, quercetina, proantocianidinas, etc.;
  • Ácidos orgânicos: ácidos caféico, nicotínico, iso-valeriânico, mirístico, palmítico, p-cumárico, clorogênico, esteárico, ferúlico, etc.;
  • Outros: hiperflorina, carotenóides (violaxantina, luteoxantina, cis-trolixantina, luteína e trolicromona), beta-sitosterol, saponinas, pectina, ácido tânico, fenilpropanos, xantonas, aminoácidos, taninos.

Ações farmacológicas: Adstringente, analgésica, antisséptica, calmante do sistema nervoso, anti-inflamatória e cicatrizante.

Interações medicamentosas: O hipérico apresenta muitas incompatibilidades com os barbitúricos, antidepressivos, narcóticos, quimioterápicos, anti-retrovirais, inibidores da acidez.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A hipericina é um agente fotossensibilizante que pode causar reações alérgicas na pele quando exposta à radiação ultravioleta (UV).

Quando estiver em uso de hipérico, evitar exposições solares prolongadas.

Observações: Existem no Brasil duas espécies nativas deste gênero: Hypericum brasiliense Choisy e Hypericum connatum Lam., que são empregadas como vulnerária, antiespasmódica e antiofídica e na forma de gargarejo contra aftas e estomatites.

Referências: 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

SILVA JUNIOR, A.A. Essentia herba – Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003.

http://www.botanical-online.com/medicinalshypericumperforatum.htm – Acesso 14 Julho 2015.

http://www.tropicos.org/Name/7800012 – acesso em 24 de setembro de 2013.

Tags: AnsiedadeAsmaBronquiteCalmanteCefaléiaDores reumáticasEscoriaçoesFeridasQueimaduraTosse