YLANG-YLANG

24/02/2020 18:58

Cananga odorata (Lam.) Hook. f. & Thomson.

Annonaceae


SinonímiasCananga odoratum (Lam.)Baill.ex.King, Canangium odoratum (Lam.)King, Unona odorata (Lam.)Baill., Uvaria odorata Lam..

Composição química:

  • Óleo essencial: Trans-nerolidol, viridiflorol, zonareno, (2E,6E)-farnesil acetato, dentre outros.
  • Fenólicos: (E)-Cinamoil acetate, N-trans-feruloiltiramina, ácido trans-cinamico, dentre outros. -Compostos nitrogenados: Fenilacetonitrilo, 2-fenil-1-nitroetano e antranilato de metila. -Alcalóides Liriodenina, sampangina, cananodina e cicloeudesmano.
  • Sesquiterpenos: Criptomeridiol 11-α-L-ramnosideo, corchoionosideo C, γ-eudesmol, dentre outros.
  • Iridoides: Isosifonodina, canangona, canangaionosideo, breiniaionosideo A , citrosideo A, canangafruticosideo A – E, dentre outros.
  • Lignanas: Canangalignana I e II, canangaterpeno I – V, (+)-siringaresinol 4-O-β-D-glicopiranosideo, dentre outros.

Referências: 

TAN, Loh Teng Hern et al. Traditional Uses, Phytochemistry, and Bioactivities ofCananga odorata(Ylang-Ylang). Evidence-based Complementary And Alternative Medicine, [s.l.], v. 2015, p.1-30, 2015.

MATSUMOTO, Takahiro et al. Lignan Dicarboxylates and Terpenoids from the Flower Buds of Cananga odorata and Their Inhibitory Effects on Melanogenesis. Journal Of Natural Products, [s.l.], v. 77, n. 4, p.990-999, 6 mar. 2014.

QIN, Xiao-wei et al. Volatile Organic Compound Emissions from Different Stages of Cananga odorata Flower Development. Molecules, [s.l.], v. 19, n. 7, p.8965-8980, 27 jun. 2014.

HUSAIN, Khairana; JAMAL, Jamia Azdina; JALIL, Juriyati. Phytochemical study of cananga odorata (lam) hook.f. & thomson & thoms (annonaceae). International Journal Of Pharmacy And Pharmaceutical Sciences, Kuala Lumpur, v. 4, n. 4, p.465-467, jun. 2012.

http://www.tropicos.org/Name/1600664?tab=synonyms – Acesso 12 Jul 2014.

YACON

24/02/2020 18:55

Smallanthus sonchifolius   (Poepp.) H. Rob.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasPolymnia edulis Wedd.; Polymnia sonchifolia Poepp.

Nomes populares: Yacón (Peru, Bolívia, Argentina), yacon, batata-diet (Brasil), aricoma (Bolívia), jiquima, yacuma (Equador), arboloco (Colômbia).

Origem ou Habitat: Nativa das regiões montanhosas e altas da Cordilheira dos Andes, desde a Venezuela até o norte da Argentina, sendo o Peru o principal país produtor (Silva Júnior, 2003; Alonso & Desmarchelier, 2005).

Características botânicas: Planta semi-arbustiva, perene, robusta, entre 1,8 e 2,4 m de altura, podendo atingir até 3 m. O caule é cilíndrico ou subangular, ramificando-se com o tempo. Possui folhas membranáceas, verde em cima com a face dorsal mais pálida, tenuamente gríseo-tormentosa e dimórficas. As inferiores são profundamente lobadas, com o pecíolo alado, base auriculada e limbo rubro-pardo, enquanto as folhas superiores são oval-lanceoladas, com 25 a 30 cm de comprimento por 20 cm de largura. Capítulos são laxos, radias, corimboso-paniculados, reunindo cerca de 13 a 15 flores pequenas, de intensa cor alaranjada, com 5 a 6 sépalas oblongas e foliáceas, sendo as mais inferiores lanceoladas e pilosas. As flores medem 3 a 4 mm de comprimento e 16 a 18 mm de diâmetro, são dentadas e pistiladas e funcionalmente femininas (as mais externas), enquanto as flores inferiores são estaminadas, funcionalmente masculinas. O fruto é do tipo aquênio, obovóide, seco, preto e quase sempre estéril. A parte subterrânea é formada por rizomas rígidos, superficialmente, de polpa creme, pouco doce, pouco fibros, de película violácea. Na parte mais profunda, encontra-se uma penca de 5 a 20 túberas de formato fusiforme a globular, irregular, pesando cerca de 150 a 1000 g e medindo cerca de 20 a 25 cm de comprimento e 7 a 10 cm de diâmetro, de tonalidade castanho-acizentada. A polpa é friável, translúcida, sumarenta, doce e de cor creme-amarelada, escurecendo quando em contato com o ar.

Partes usadas: Principalmente a raiz e em menor proporção as folhas e caule (Alonso & Desmarchelier, 2005; Alonso, 2004).

Uso popular: No Brasil, as folhas secas, trituradas e preparadas na forma de infusão, são empregadas popularmente como hipoglicemiantes (Alonso, 2004).

Na Bolívia, utilizam-se as raízes cruas como diurético em afecções do rim e da bexiga, além de tomar a decocção (ou suco) da raiz em casos de cistite, hepatite e nefrose, enquanto que, no Peru, fazem-se cataplasmas quentes com as folhas para mialgias e reumatismo (Duke, et al., 2009).

Nota sobre o uso: O emprego do yacon em casos de diabetes foi aprovado pela Secretaria Municipal de Saúde de Diadema, São Paulo (Alonso & Desmarchelier, 2005).

Composição química: Raíz: Grande parte (90%) do peso seco das raízes está constituído por carboidratos, dos quais 50 a 70% são oligofrutanos e o restante como sacarose, frutose e glicose (Alonso & Desmarchelier, 2005), incluindo inulina (uma forma de oligofrutano), fitoalexinas, ácido clorogênico, triptofano, amidas, asparagina, glutamina, prolina e arginina, potássio, compostos polifenólicos.

Folhas: Contem sesquiterpenos, lactonas, flavonoides, sonchifolina, uvedalina, enhiadrina e fluctuanina, ácido gálico, ácido gentísico e os seguintes compostos polifenólicos: ácidos clorogênico, cafeico e ferúlico.

Ações farmacológicas: O efeito mais conhecido dos oligossacarídeos, sobretudo os oligofrutanos, é a estimulação seletiva do crescimento das bifidobactérias, modificando de forma significativa a composição da flora intestinal. A inulina e os oligofrutanos demonstraram, em estudos com animais, importantes propriedades anti-neoplásicas. (Silva Júnior, 2003).

A inulina também aumenta a absorção de cálcio em humanos. Estudos realizados com mulheres jovens demonstraram que a administração diária de 8g de inulina + oligofrutose durante 3 semanas aumenta a absorção de cálcio, chegando a resultados semelhantes a outros estudos com humanos, porém com grupos menores (Griffin, et al., 2002; Abrams, et al., 2005).

Muitas substâncias contidas na planta possuem, em modelos animais, comprovada atividade hipoglicemiante e hipocolesterolemiante. Dietas à base de inulina reduzem o colesterol plasmático total, reduzindo VLDL e aumentando o percentual de HDL, além de reduzir as concentrações de triacilglicerol e fosfolipídeos séricos e a lipogênese hepática, protegendo os animais da esteatose hepática (Silva Júnior, 2003). Estudos experimentais com ratas diabéticas demonstraram que a administração do extrato aquoso da raiz de yacon produz efeitos hipoglicemiantes significativos (Alonso & Desmarchelier, 2005). A enhiadrina, lactona sesquiterpênica em maior quantidade nas folhas, e os compostos polifenólicos como os ácidos cafeico, clorogênico e 3 ácidos dicafeoilquínicos demonstraram eficácia em reduzir a glicose pós-prandial e utilidade no tratamento de diabetes nos animais (Genta, et al., 2010).

O aminoácido L-triptofano demonstrou efeitos protetores frente ao dano oxidativo causado por radicais livres e isquemia, sobre a mucosa gástrica de ratos. Os compostos fenólicos presentes nas folhas e raízes possuem atividade antioxidante in vitro e atividade hepatoprotetora em ratos expostos a sobrecargas alcoólicas e químicas, assim como sobre outros radicais livres (Alonso & Desmarchelier, 2005).

Interações medicamentosas: Em virtude do efeito hipoglicemiante observado, sugere-se consultar um médico sobre a possibilidade de combinar extratos de yacon com outras drogas hipoglicemiantes (Alonso, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A inulina administrada em altas doses na dieta não causa toxicidade, morbidade ou mortalidade ao organismo. Estudos in vitro demonstraram ausência também de mutagenicidade e genotoxicidade (Silva Júnior, 2003).

Duke, et al., (2009) classifica a planta como segura, enquanto (Alonso, 2004) e (Alonso & Desmarchelier , 2005) colocam que não foram ainda documentados efeitos colaterais.

O chá das folhas pode causar danos renais quando usado por longo tempo.

Contra-indicações: Não foram reportadas contra-indicações ao uso do yacon. No entanto, ante a falta de estudos que indiquem a inocuidade dos extratos, não se recomenda sua administração durante a gestação (Alonso, 2004).

Posologia e modo de uso: Consome-se a raiz in natura ou em saladas de frutas, tendo sabor semelhante ao da pêra, ou seu suco, produzido a partir da prensagem das raízes, “chips”, obtidos a partir de fatias secas da raiz. Outros derivados: extrato fluido a 20%, extrato seco e granulado, encapsulados, balas e pães (Silva Júnior, 2003).

O yacon é utilizado também como edulcorante e aromatizante em alimentos, em especial iogurtes probióticos (Alonso, 2004).

Observações: Um estudo de 2011, com três diferentes extratos das folhas, administrados a ratos, apontou para toxicidade dos extratos que continham lactonas sesquiterpênicas, causando danos renais nos animais, sugerindo fortemente que estes terpenoides são os principais componentes tóxicos das folhas do yacon.

Os autores do estudo, baseados em seus resultados, não recomendam o uso oral de folhas de yacon para o tratamento de diabetes (Oliveira, et al., 2011).

Referências: 

ABRAMS, S.A. et al. A combination of prebiotic short- and long-chain inulin-type fructans enhances calcium absorption and bone mineralization in young adolescents. American Journal of Clinical Nutrition, v. 82, n. 2, p. 471-476, Agosto, 2005. Disponível em: http://www.ajcn.org/content/82/2/471.- Acessado em: 25 de julho de 2011.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 1092-1093.

ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas Medicinales Autóctonas de la Argentina: Bases Científicas para su Aplicación en Atención Primária de la Salud Buenos Aires: L.O.L.A., 2005. p. 567-573.

DUKE, J.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M.J.; OTTESEN, A.R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S.I.]: CRC Press,, 2009. p. 642-643

GENTA, S.B.; et al. Hypoglycemic activity of leaf organic extracts from Smallanthus sonchifolius: Constituents of the most active fractions. Chemico-Biological Interactions, 29 Abril, 2010,v. 185, n. 2, p. 143-52. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20211156 – Acessado em: 25 de julho de 2011.

GRIFFIN, I.J.; DAVILA, P.M.; ABRAMS, S.A. Non-digestible oligosaccharides and calcium absorption in girls with adequate calcium intakes. British Journal of Nutrition, 2002, v.87, s.2, p.187–191 . Disponível em: http://128.232.233.5/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=906332&fulltextType=RA&fileId=S0007114502000946 – Acessado em: 25 de julho de 2011.

SILVA JUNIOR, A.A. Essentia herba: Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003. p. 281-291.

OLIVEIRA, R.B. et al Renal toxicity caused by oral use of medicinal plants: the yacon example. Journal of Ethnopharmacology, 27 Jan, 2011, v.133, n.2, p.41-434. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20951787?dopt=AbstractPlus – Acessado em: 25 de julho de 2011.

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. http://www.tropicos.org/Name/2734075 – Acessado em: 25 de julho de 2011.

http://yacon.wordpress.com/about/ (foto tuberculos) – Acesso em: 28 de maio de 2012.

http://ewainthegarden.blogspot.com.br/2009/09/yacon-in-my-organic-fruits-garden.html (foto flor)- Acesso em: 28 de maio de 2012.

http://dicasdanutricionista.com.br/2008/05/21/propriedades-da-batata-yacon-2/(foto tuberculos)- Acesso em: 28 de maio de 2012.

Tags: CistiteDiuréticoHipoglicemianteReumatismo