UNHA DE GATO

24/02/2020 18:04

Uncaria tomentosa  (Willd.) DC.

Rubiaceae


SinonímiasUncaria tomentosa var. dioica Bremek., Uncaria surinamensis Miq., Ourouparia tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) K. Schum., Nauclea tomentosa Willd. ex Roem. & Schult.

Nomes populares: Unha de gato, garra de gavião, casha, garabato, bejuco de água, unganangi, uncucha(Peru).

Origem ou Habitat: América do sul e central, em beira de rios e igarapés bem como em terras baixas e de má drenagem, em regiões de clima tropical úmido e subtropical.

Características botânicas: Arbustos trepadores que crescem até 30 metros.

Partes usadas: Casca , folhas e raízes.

Uso popular: Planta utilizada pelos Incas e pelos peruanos nativos, como antiinflamatório, para dores, afecções virais, em gastrites, úlcera gástrica, artrite, distúrbios menstruais, artrose, mioma.

Indígenas da Amazônia empregam esta planta para o tratamento de várias moléstias como asma, artrite, como anti-inflamatório do trato urinário, para a cura de ferimentos profundos, úlceras gástricas, dores nos ossos e câncer.

A espécie Uncaria guianensis é usada pelos indígenas do noroeste do Amazonas na forma de infuso dos ramos finos para combater a disenteria.

Composição química: Para a espécie U. tomentosa são relatados dois quimiotipos, um com alcalóides indólicos e oxindólicos tetracíclicos e outro com alcalóides indólicos e oxindólicos pentacíclicos. Outros compostos descritos são os polifenóis (epicatequina), procianidinas (A, B1, B2, B4, cinchonina), glicosídeos e triterpenos do ácido quinóvico, triterpenos polioxigenados, fitoesteróis (b-sitosterol, estigmasterol, campesterol). Seis alcalóides oxindólicos pentacíclicos, considerados seus marcadores: especiofilina, mitrafilina, uncarina F, isomitrafilina, pteropodina e isopteropodina, são usados na padronização do material vegetal e fitoterápicos derivados

Ações farmacológicas: A atividade farmacológica da U. tomentosa é provavelmente devido ao efeito sinérgico de seus diversos compostos; mostrou ação imunoestimulante, antiinflamatória por inibição da fosfolipase A², inibidor de afecções virais e atividade anti oxidativa.(Carvalho,J C T).

Interações medicamentosas: 

Pode potencializar antagonistas histamínicos H². Reduz dano intestinal causado por indometacina(Rakel), pode interferir com imunoestimulante, pode inibir CYP 3A4.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Episódios de febre, constipação ou diarréia (que podem aparecer na primeira semana de tratamento). O excesso de cocção dos taninos pode resultar tóxico. Em altas doses tem dois casos descritos de sintomas pancreáticos e alterações do nervo ótico (Alonso apud Gotuzzo E. et al, 1992).

Contra-indicações: Em gravidez e lactação. Evitar o uso em transplantados e enxertos de pele.

Posologia e modo de uso: A dose estandartizada deve conter 1,3% ou mais de alcalóides oxindólicos pentacíclicos e menos de 0,06% alcalóides oxindólicos tetracíclicos, outro autor refere que produtos eficazes devem conter não mais de 0,02% de alcalóides tetracíclicos de oxindole. (Fitoterapia Racional).

Observações: Existe outra espécie utilizada como medicinal na América do Sul, a Uncaria guaianense. Existem outras espécies na Ásia e na África e na medicina chinesa é relatado o uso da espécie Uncaria rynchophylla Jacks.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 1055-1062.

VALENTE, L. M. M. et al Desenvolvimento e aplicação de metodologia por cromatografia em camada delgada para determinação do perfil de alcalóides oxindólicos pentacíclicos nas espécies sul-americanas do gênero Uncaria. Revista Brasileira de Farmacognosia. v. 16; n. 2, p. 216-223, Abr./Jun., 2006.

Schulz, V. R., Hänsel, R., Tyler, V, E. FitoterapiaRacional. 4.ed. [S.I.]: Malone-

CARVALHO, T. C. T. Fitoterápicos anti-inflamatório: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2004.

RAKEL, R. E. (ed.) Textbook of Family Medice,

http://www.tropicos.org/Name/27903494?tab=synonyms – acesso em 25 de novembro de 2011.

Tags: Anti-inflamatórioArtriteAsmaDoresGastriteÚlceras

SANGUE DE DRAGO

22/02/2020 16:44

Croton lechleri  Müll. Arg.

Euphorbiaceae


SinonímiasCroton draco var. cordatus Müll. Arg.

Nomes populares: Sangue-de-drago, sangue de grado, sangue-de-dragão, jata akui, sangregrado (Colômbia, México), sangrito (Venezuela), telandilla, entre outros.

Origem ou Habitat: América do Sul.

Características botânicas: Árvore de copa ampla, que tem normalmente 5-6 metros podendo chegar até a 20 m de altura e apresenta um diâmetro de 40 cm. Córtex esbranquiçado que, quando cortado exsuda uma seiva de cor avermelhada, daí a razão de alguns nomes populares como “sangue de dragão” ou “sangue de drago”. Folhas largas, ovais, em formato de coração, longo-pecioladas, glandulares na base e plurinervadas, de 12-20 cm de comprimento e 5-14 cm de largura. Flores pequenas dispostas em inflorescências racimosas terminais, unisexuais, de cor branca (as masculinas no ápice e as femininas na base). Fruto capsular globoso e pubescente de 5 mm de diâmetro. Semente lisa com carúncula (anexo do tegumento) e endosperma oleaginoso. (Alonso, 2004; Revilla, 2001).

Partes usadas: Resina ou látex , cascas e folhas.

Uso popular: A resina ou látex é recomendado para o tratamento de úlceras, gastrites, infecções em geral, anemia e como cicatrizante.

No Peru, a resina é utilizada fresca como adstringente em feridas e queimaduras, em hemorragias e cólicas uterinas e em úlceras digestivas. É ingerida internamente em casos de diarreia, leucemia, diabetes, tumores gástricos, pulmonares e cerebrais (até 30 gotas diárias em doses progressivas). Outras indicações são o uso como ducha vaginal (leucorréias) e como antisséptico e anti-hemorrágico posterior ao parto. (Alonso, 2004).

Na área veterinária o sangue de dragão também é muito eficiente, tratando de infecções de pele, verrugas, feridas, abscessos, otites.

Composição química: Os principais componentes encontrados na resina são: alcalóides (taspina); taninos (dimetilcedrusina, etc); polifenóis (ácido gálico etc); proantocianinas; esteróides (sitosteróis, catequinas); saponinas e lignanas.

Ações farmacológicas: Possui propriedades anti-inflamatória, cicatrizante, antioxidante e anti-tumoral.

Em 1999 foi comprovado o potencial de ação do sangue de dragão frente a Helicobacter pylori, bactéria causadora da gastrite e úlceras do estômago. Também foi observado que ele é mais potente que a penicilina e o clorafenicol frente ao B. subtilis, S. aureus e a E. coli (bactérias causadores de infecções), além de combater a candidíase e fungos micóticos.(Laszo, 2012)

No campo odontológico, a resina tem sido pesquisada com êxito para aplicação tópica em casos de alveolites, sendo o efeito cicatrizante superior aos produtos convencionais (Alonso, 2004.

Interações medicamentosas: O sangue de drago pode ser associado em creme ou gel (em porcentagens de 3 – 5% total) a óleos essenciais anti-inflamatórios como a copaíba, orégano, gengibre ou wintergreen que também são analgésicos e podem potencializar seu efeito.(Fabian Laszo, 2012).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Na maioria das referências não se encontram contraindicações. Contudo, existe a citação de estudos realizados no Peru e Alemanha onde se notou que tomar sangue de dragão em doses muito elevadas (vários mL) e por muito tempo pode ocasionar anemia.(Fabian Laszo, 2012).

Posologia e modo de uso: Interno:

Como antioxidante: 3 gts por dia, antes do café da manhã.

Em caso de inflamações: 5 gts 3 X ao dia, antes das refeições. Tempo: 15 – 30 dias de uso contínuo, pausar 1 semana e retomar se necessário.

Externo:

Para passar sobre o ferimento e queimaduras, spray: 10 gotas diluídas em 100mL de soro fisiológico borrifar na área 2-3 X ao dia.

Em ferimentos pequenos e aftas pode também aplicar puro.

Para higiene íntima feminina: colocar 8 gotas em meia xícara com água e aplicar com algodão, ou fazer lavagens com 15 gotas em uma vasilha de assento.

Em cosméticos 25-45 gotas para cada 100g de creme.

Em géis ou cremes para alívio de dores e inflamações: 1-3% (22-66 gotas em 100g). (Fonte: Fabian Laszo, 2012.

Observações: nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Sul do Brasil, assim como Argentina e Uruguay encontramos a Croton urucurana Baill., ambas parentes e com uma seiva muito similar em atividade farmacológica.

Em Minas Gerais, o sangue de dragão costuma ser chamado de “sangrad’água”, por nascer próximo de rios e charcos.

A Shaman Pharmaceuticals, uma firma norteamericana, desenvolveu duas drogas que contém elementos antivirais isolados e extraídos da casca e resina do sangue de dragão (Croton lechleri), o Provir, um produto oral para tratamento de infecções virais respiratórias e o Virend, para o tratamento do herpes. (Laszo, 2012)

No Sul do Brasil existe a espécie Croton celtidifolius, nativa da Mata Atlântica, chamada de pau-sangue, sangue-de-adave, sangue-de-dalva, sangue de dragão, entre outros, documentado no livro do Ministério do Meio Ambiente pela pesquisadora profa. Maique W. Biavatti, 2011. “A casca é utilizada como anti-inflamatório, analgésico, anti-úlcera. O látex aplicado topicamente forma uma camada protetora mecânica como uma segunda pele. As proantocianidinas são predominantes tanto no látex vermelho como no extrato de cor vermelha das cascas, sendo substâncias antioxidantes, agindo na prevenção e controle do envelhecimento, antimutagênico, anti-inflamatório.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

http://laszlo.ind.br/campanhas/SANGUE_DE_DRAGAO_LASZLO.pdf Acesso 12 Jan 2015

GUIA PARA A EXTRAÇÃO DE SANGUE DE GRADO (Croton lechleri Müll. Arg.), IPAM,Rio Branco/AC, 2008.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

Revilla, J.- Plantas da Amazônia. 1.ed. Manaus/AM, 2000.

http://www.tropicos.org/Name/12802350 – Acesso 2 Jan 2015.

Tags: CicatrizanteCólicaDiarreiasGastritehemorragiasLeucorreiaQueimaduraÚlceras

ONDA-DO-MAR

17/02/2020 22:14

Tradescantia zebrina   Heynh. ex Bosse.

Commelinaceae 


SinonímiasZebrina pendula Schnizl., Tradescantia pendula (Schnizl.) D.R. Hunt, Zebrina purpusii G. Brückn., Commelina zebrina C.B.Clarke, Cyanotis zebrina (Bosse) Nees.

Nomes populares: Onda-do-mar, manto-de-viúva, trapoeraba, trapoeraba-roxa, trapoeraba-zebra, lambari, lambari-roxo, judeu-errante.

Origem ou Habitat: Planta de origem Mexicana, foi introduzida no Brasil com fins ornamentais e acabou por se adaptar muito bem ao clima, tornando-se invasora. É bastante competitiva em ambientes sombreados, impedindo as plântulas de se desenvolverem adequadamente, pois forma densos tapetes no sub-bosque de matas degradadas. Suas flores são polinizadas por abelhas, os frutos secos dispersos por fatores abióticos. (Fonte: Flora de Santa Catarina).

Características botânicas: Erva rastejante e/ou pendula, suculenta, enraizando nos nós; caules, folhas e brácteas florais tintos de roxo-avermelhado. Folhas espaçadas ao longo do caule; pecíolo medindo 2mm comprimento, passando na bainha basal ciliada; lâmina foliar ovada, 2,5-5 cm de comprimento, verde tinta com roxo-avermelhado, especialmente na face abaxial, geralmente com cerca de 3 estrias escuras, largas e longitudinais. Inflorescência terminal, composta por 2 cincinos (Cimeira na qual os eixos são perpendiculares ao eixo principal, de modo que seu arranjo só pode ser visto em um plano, e estão dispostos alternadamente à direita e à esquerda) curtos subentendidos próximo por 2 brácteas foliosas. Pétalas ovadas, 10-12 mm comprimento, delicadas, conatas na metade inferior em um estreito tubo branco, púrpura-magenta. (Orchard, 1994 apud Flora de Santa Catarina).

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Na medicina popular é usada para aliviar cistites, dor na bexiga, tratar infecção urinária, problemas vasculares, afecções do útero, baixar a pressão arterial, amenorreia, coadjuvante nas tuberculoses.

O chá das folhas é usado para tratamento do vitiligo (doença caracterizada pela perda da coloração da pele).

Na medicina popular mexicana é usada contra males ginecológicos, disenteria, indigestão, dor de dente, dor de cabeça, males do intestino, junto com limão para tratar erisipela, gastrite, infecção urinária, inflamação da bexiga. Também é usada para aumentar a produção de leite e contra picada de escorpião. É muito popular uma bebida feita com a Tradescantia zebrina e limão, tomada fria e usada como tônico.

Devido a quantidade de antocianidinas pode ser usada como corantes de medicamentos, alimentos e cosméticos.

Composição química: Foram isoladas 5 antocianidinas das flores de Zebrina pendula, entre elas: zebrinina (C74H73O37.Cl), monodecaffeoylzebrinin (C65H64O34.Cl).

Observações: A Tradescantia zebrina faz parte de uma formulação chinesa, que contém 12 plantas medicinais, usada para enxaqueca.

No Brasil ocorre a espécie Tradescantia fluminensis Vell., chamada popularmente de trapoeraba, marianinha e olho-de-santa-luzia; apresentando folhas verdes e flores brancas. Os seus ramos e folhas são comestíveis, sendo muito tenros, e podem ser preparados cozidos, refogados ou sob a forma de patês e possuem proteínas, sais minerais (Mg,Fe, Zn,Ca,P,etc.), e também flavonóides.

Referências: 

https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense/plantae/magnoliophyta/commelinaceae/tradescantia-zebrina-lambari – Acesso 25 Março 2015.

Aona, L.Y.S. 2010. Commelinaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB034821) – Acesso 25 Março 2015

Itaka, Eiichi “Isolation and structure elucidation of acylated anthocyanins as coloring materials for foods, drugs, and cosmetics” – From Jpn. Kokai Tokkyo Koho (1988), JP 63168464 A 19880712. https://scifinder.cas.org/scifinder – Acesso 26 Março 2015.

KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: .

KINUPP, V. F.; BARROS, I. B. I. Teores de Proteína e Minerais de Espécies Nativas, Potenciais Hortaliças e Frutas. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 28(4): 846-857, out.-dez. 2008. Disponível em: .

Liu, Yanju “Traditional chinese medicine composition for treating migraine” From Faming Zhuanli Shenqing (2011), https://scifinder.cas.org/scifinder – Acesso 25 Março 2015.

Tatsuzawa, Fumi; Saito, Norio; Maeyama, Kazushi; Yokoi, Masato; Shigihara, Atsushi; Honda, Toshio “Triacylated anthocyanidin 3-​arabinosylglucoside-​7,​3′-​diglucosides isolated from the bluish flowers of Tradescantia virginiana cultivars and their distribution in the tradescantieae”. From Heterocycles (2010), 81(10), 2257-2267.https://scifinder.cas.org/scifinder – Acesso 26 Março 2015.

https://sites.google.com/site/florasbs/ – Acesso 25 Março 2015.

http://www.tropicos.org/Name/8300647 – Acesso 25 Março 2015.

 

Tags: AmenorréiaCefaléiaCistiteDisenteriaGastriteIndigestãoVitiligo

MALVA-DE-DENTE

14/02/2020 22:44

Malva parviflora  L.

Malvaceae


Nomes populares: Malva-de-dente, malva, small-flowered mallow (Ingles, Canada), little mallow (Ingles, Estados Unidos).

Origem ou Habitat: Europa, Ásia e África.

Características botânicas: Herbácea anual, medindo entre 0,5 – 1,0 m de altura, glabra ou pubescente. Folhas com 2,5 – 6 cm de comprimento, 3 – 7,5 cm de largura, alternas, 5 – 7 lobadas, margens crenadas longamente pecioladas. Inflorescência fasciculada na axila das folhas, 3 – 6 flores. Flores rosadas pediceladas, cerca de 0,6 cm de comprimento, hermafroditas, 5 pétalas estreitas na base e bilobadas no ápice, estames numerosos soldados pelos filetes, ovário súpero 10 estigmas.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Muito empregada em inflamações das gengivas (periodontias), em inflamações do aparelho genital feminino, dos rins e intestino, tem bom efeito sobre hemorróidas e cistites, tem ação laxante, a mucilagem possui atividade anti-inflamatória e protetora das mucosas digestiva, respiratória e cutânea, tem bom efeito em gripes, faringites , enfisema e asma, possui ação expectorante, auxilia o tratamento de gastrites e úlceras gástricas, é ótimo para furúnculos, como cicatrizante de feridas e picadas de insetos. Externamente, em inflamações e corrimentos vaginais. Tanto os árabes como os romanos usavam as folhas de malva na alimentação.

Composição química: Mucilagem.

Informações científicas: 👥 (HU): Estudo mostrou que o extrato aquoso das flores de malva apresenta potencial para o tratamento da constipação (Elsagh et al., 2015), e efeito protetor urinário em pacientes com câncer de próstata submetidos à radioterapia (Mofid et al., 2015). 🐁 (AN): Estudo demonstrou potencial hipolipemiante e hipoglicemiante para ácidos graxos extraídos das partes aéreas da M.parviflora (Gutiérrez, 2016). 🧪(VI): As evidências encontradas são acerca do potencial antibacteriano de frações extraídas das raízes da espécie contra bactérias Grampositivas (B.subtilis, S. aureus) e Gram-negativas (E. coli) (Shale; Stirk; Van Staden, 2005; Tadeg, 2005).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso da infusão preparada com as folhas da M. parviflora tem boa resposta para casos de infecções de boca (gengivites e aftas), vulvo vaginites e dermatoses.

Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas o uso concomitante desta espécie vegetal com outros medicamentos deve ser cauteloso. Deve-se evitar o uso interno na gestação e lactação e em crianças menores de 02 anos.

Posologia e modo de uso: 

🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: Utilizar a infusão preparada com as folhas secas e frescas para uso tópico na forma de bochechos e gargarejos para gengivites, aftas e na forma de banho de assento em casos de vulvo vaginites

Observações: As espécies de Malva podem ser parasitadas pelo fungo Puccinia malvacearun, tornando-se manchadas, cheias de pústulas pardas e, portanto, inadequadas ao uso (BISSET, 1994). Uma usuário referiu o fato de sentir “dor nos ossos” quando usa mais de três dias seguidos.

Referências: 

1. VEIGA LOPES, A.M. Vinte e quatro plantas usadas na medicina popular do Rio Grande do Sul, apostila, 2002.

2. Avaliação da actividade hipoglicemiante das folhas de Malva parviflora em ratos com diabetes induzida por estreptozotocina. Perez Gutierrez RM . Fonte Laboratorio de Investigación de Productos Naturales, Escuela Superior de Ingeniería Química e Industrias Extractivas IPN, Av. Instituto Politecnico S / N, Col Zacatenco, CP 07758, México DF. rmpg@prodigy.net.mx

3. http://www.tropicos.org/Name/19600174.

4. ELSAGH, M., et al., Efficacy of the Malva sylvestris L. flowers aqueous extract for functional constipation: A placebo-controlled trial.”. Complementary therapies in clinical practice 21.2 (2015): 105-111. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1744388115000122?via%3Dihub

5. MOFID, B., et al., Preventive effect of Malva on urinary toxicity after radiation therapy in prostate cancer patients: A multicentric double-blind randomizedclinical trial.” Electronic physician 7.5 (2015): 1220. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4590556/

6. GUTIÉRREZ,R.M.P.,Hypolipidemic andhypoglycemic activities of a oleanolic acid derivative from Malva parviflora on streptozotocin-induced diabetic mice. Archives Of Pharmacal Research, [s.l.], v. 40, n. 5, p.550-562, 10 dez. 2016. SpringerNature. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s12272-016-0873-y

7. TADEG, H et al. Antimicrobial activities of some selected traditional Ethiopian medicinal plants used in the treatment of skin disorders. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 100, n. 1-2, p.168-175, ago. 2005. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874105002084?via%3Dihub

8. SHALE, T.l.; STIRK, W.a.; VAN STADEN, J. Variation in antibacterial and anti-inflammatory activity of different growth forms of Malva parviflora and evidence for synergism of the anti-inflammatory compounds. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 96, n. 1-2, p.325-330, jan. 2005. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874104004726?via%3Dihub

Tags: Anti-inflamatórioCicatrizanteCistiteExpectoranteGastriteGripeHemorróidaLaxante

GUAÇATONGA

11/02/2020 21:28

Casearia sylvestris Sw.

Salicaceae (antiga Flacourtiaceae)


SinonímiasAnavinga samyda Gaertn., Casearia parviflora Willd., Casearia puntacta Spreng., Samyda parviflora L., Samyda sylvestris (Sw.) Poir., Guidonia sylvestris (Sw.) Maza.

Nomes populares: Erva-de-lagarto, chá-de-bugre, cafezeiro-do-mato, língua-de-tiú, apiá-acanoçu, bugre-branco, guaçatunga, petumba, vassitonga, verre-forno.

Origem ou Habitat: Nativa de quase todo o Brasil, principalmente no Planalto Central. Existem no Brasil outras espécies de Casearia, com mesmos nomes populares e usos semelhantes.

Características botânicas: Árvore de 4-6 m de altura, folhas simples, alternas e pecioladas, persistentes, lanceoladas, com as bordas serrilhadas, com 6-12cm de comprimento. Vistas contra a luz, as folhas mostram minúsculos pontos translúcidos, que correspondem às glândulas de óleo essencial. As flores são pequenas e esverdeadas e exalam forte aroma. Fruto é uma cápsula que contém sementes envoltas por uma massa avermelhada.

Partes usadas: Folhas, ramos e cascas.

Uso popular: As folhas são usadas para o tratamento de queimaduras, ferimentos, herpes e pequenas injúrias cutâneas. Suas folhas e cascas são consideradas tônicas, depurativas, anti-reumáticas e anti-inflamatórias. É usada também contra mordidas de cobra, como analgésico e hemostático em mucosas e lesões cutâneas. É recomendada contra gastrite, úlceras internas e mau hálito na forma de chá por infusão. Em uso externo contra herpes labial e genital, gengivites, estomatite, aftas e feridas da boca e limpeza bucal.

Informações científicas: 🐁(AN): Estudos pré-clínicos mostraram que compostos extraídos das folhas da C. sylvestris apresentaram potencial antitumoral em camundongos (Ferreira et al., 2016). Estudos demonstraram atividade anti-inflamatória para o extrato alcoólico das folhas (Albano et al., 2013), e uma potencial redução de sintomas de úlcera gástrica com o uso do óleo essencial (Esteves et al., 2005).

Observação do uso clínico em Florianópolis: Planta ainda pouco utilizada na prática clínica, porém amplamente utilizada pela população na medicina popular.

Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno em gestantes, lactantes, crianças menores de 06 anos e durante a menstruação. Deve-se evitar o emprego prolongado devido a sua ação antagônica com a vitamina K, para evitar acidentes hemorrágicos.

Posologia e modo de uso:

🍵 Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 3 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas. A associação da C. sylvestris (guaçatonga) com a espécie Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) é empregada no tratamento de gastrite com a presença da bactéria Helicobacter pylori. Recomenda-se o uso da infusão de guaçatonga 3x ao dia, por 15 dias, alternando-se com a infusão da espinheira-santa, 3x ao dia, pelo mesmo período, durante 3 meses.

Composição química: Em suas folhas e casca são encontrados flavonas, óleos essenciais, saponinas, taninos, resinas e antocianosídeos que conferem a esta planta a sua fama como febrífuga, depurativa, anti-diarreica, cardiotônica, diurética e cicatrizante entre outros (Basile et al.,1990; Carvalho et al., 1999; Itokawa et al., 1990; Borges et al., 2000; UNESC, 2005). Outros princípios ativos tem sido detectados na Casearia sylvestris, denominados diterpenos clerodanos ou carofilenos.

Referências: 

1. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y Nutracéuticos. Argentina: Hábeas Libros, 2004.

2. BASILE, A. C.; et al. Pharmacological assey of Casearia sylvestris. I. Preventive anti-ulsur activity and toxicity of the leaf crude extract. Journal of Ethnopharmacology, v. 30, n. 2, p. 185-197, 1990.

3. BORGES, M.H., JAMAL, C.M., dos SANTOS, D.C.M., RASLAN, D.S. and de LIMA, M.E. Partial Purification of Casearia sylvestris Sw. Extract and its anti-PLA2 action. Comp. Biochem. Physiol. B. Biochem. Mol. Biol., v.127, n. 1, p. 21-30, Sep., 2000.

4. CARVALHO, T. C. T. Fitoterápicos anti-inflamatório: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2004.

5. ITOKAWA,H. et al New antitumor principles, casearines A-F, for Casearia sylvestris Sw. (Flacourtiaceae). Chemical and Pharmaceutical Bulletin, v. 38, n. 12, p. 3-384, 1990.

6. LOPES, A. M. V. Plantas Usadas na Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Santa Maria: Infograph, 1995.

7. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

8. PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. , Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura/IBDF, Imprensa Nacional, 1984. 6 v.

9. SILVA, A. A. Essentia Herba: plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2006. 2 v.

10. UNIVERSIDADE do EXTREMO SUL CATARINENSE. Jornada Catarinense de plantas medicinais: Guaçatonga. Disponível em:http://www.unesc.rctsc.br/plantas_medicinais/guaca.htm. 4 p. Acesso em: 21 nov. 2005.

11. FERREIRA, P. M. P. et al. Preclinical anticancer effectiveness of a fraction from Casearia sylvestris and its component Casearin X: in vivo and ex vivo methods and microscopy examinations. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 186, p.270- 279, jun. 2016. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874116302021?via%3Dihub

12. ALBANO, Micheline N. et al. Anti-inflammatory and antioxidant properties of hydroalcoholic crude extract from Casearia sylvestris Sw. (Salicaceae). Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 147, n. 3, p.612-617, jun. 2013. Elsevier BV Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874113002055?via%3Dihub

13. ESTEVES, I., et al. Gastric antiulcer and anti-inflammatory activities of the essential oil from Casearia sylvestris Sw. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 101, n. 1-3, p.191-196, out. 2005. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874105003041?via%3Dihub

 

Tags: AftasAnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-reumáticoCicatrizanteDepurativoEstomatiteGastriteGengiviteQueimaduraTônico

FRUTO-DRAGÃO

20/01/2020 23:00

Cereus undatus  Haw.

Cactaceae 


Sinonímias: Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose.

Nomes populares:  Fruto do dragão, pitaya, pitaia, pitajaja (Cuba), flor de cáliz (Colômbia), dragon fruit, Honolulu-queen, night-blooming cereus, queen-of-the-night (English, United States).

Origem ou Habitat: América Central (Nativa de florestas úmidas). É disseminada na América Latina e cultivada nos quatro continentes, e pode ser encontrada desde Israel até a China.

Características botânicas:  A pitaya mantém hábito escandente ou trepador, pode ser encontrada subindo em árvores ou rochas, no seu habitat natural, utilizando raízes aéreas para se fixar. Planta epífita, rupícula ou terrestre ramificada, com ramos trialados, com pouco mais de 20 cm em média de comprimento e 5 a 7 cm de diâmetro, com asas de 2,3 cm de altura, de cor verde, ou grisácea, com o envelhecer, devido à cera que a recobre, com bordos agudos, crenados e córneos. Nos talos, há aréolas, de 2 a 3 cm de diâmetro, distantes de 3 a 5 cm entre si, com espinhos de 3 a 6 cada uma, com 1 a 4 mm, subaladas com base dilatada em um bulbo. As flores são laterais, noturnas, com 20 a 35 cm de comprimento, brancas, completas, perfumadas ao abrir a noite, quando são polinizadas por insetos. Contêm numerosos estames, tendo sido contados acima de 800 em uma só flor, arranjados em duas fileiras, ao redor do pistilo formado por 14 a 28 estiletes de cor creme. As sépalas são de cor verde-clara. O pólen é abundante e de cor amarela. Os frutos são globosos ou alongados, com 10 a 12 centímetros de comprimento, e, quando maduros, a casca pode apresentar cores roxas, amarelas ou rosadas. A polpa tem sabor suave e muito agradável. A sua cor é branca ou rosada. É cultivada por sementes ou estaquia.

Partes usadas: Polpa dos frutos e sementes.

Uso popular:  A polpa do fruto é consumida ao natural e no preparo de refresco, sorvetes, saladas, aperitivos, iogurte, mousses, geléias e doces. A pitaia-amarela contém a captina, um tônico cardíaco e suas sementes têm efeito laxativo. A pitaia-roxa é usada para combater a anemia. Por ser muito aquosa, era consumida pelos astecas para prevenir a desidratação. Indicada no controle de gastrite e infecções dos rins. Serve também para preparo de xampu e tem efeito contra dor de cabeça.

Composição química:  As sementes da pitaia contém uma alta quantidade de óleos (18,33-28,37%). Os três principais ácidos graxos encontrados são os ácidos linoleico, oleico e palmítico. O total de tocopherol foi de 36,70 mg/100g. Contém compostos fitosteróis como colesterol, campesterol, stigmasterol, and β-sitosterol. Foram identificados sete ácidos fenólicos: gálico, vanílico, siríngico, protocatechuic, p-hidroxibenzoico, p-cumárico a cafeico. Estudos revelam que a semente da pitaia tem uma alta quantidade de lipídios funcionais e pode ser usada como uma nova fonte de óleo essencial. A maior parte dos carboidratos encontrados nas pitaias de polpa branca e vermelha foi glicose, frutose, alguns oligossacarídeos (com uma concentração total de 86,2 e 89,6 g/kg, respectivamente.).

  • Betacianínas: Betanidina 5- O – β -soporosídeo, betanina, isobetanina, filocactina, isofilotocina, hilocerenina, isohilocerenina, indicaxantina, dentre outros.
  • Flavonóides: Dihidroquercetina, dihidroempempol, canferol, quercetina, isoramnetina, dentre outros.
  • Ácidos fenólicos:  Ácido p- hidroxibenzóico, ácido protocatecuico, ácido vanílico, Undatusideos A – C, dentre outros.
  • Esteroides:  Campesterol, estigmasterol, Sitosterol, dentre outros.
  • Triterpenos:  α-amirina, β ‐ amirina, Ácido 3β, 16α, 23-trihidroxi-urs-12-en-28-oico, taraxast-20-en-3a-ol e taraxast ‐ 12,20 (30) ‐dien ‐ 3α ‐ ol, dentre outros
  •  Ácidos graxos e compostos alifáticos:  Ácido mirístico, ácido palmítico, ácido margarico, dentre outros.

Posologia e modo de uso: A Pitaia pode ser consumida fresca. A polpa fresca ou congelada pode ser usada para fazer sorvete iogurte, geléia, compotas, suco e doces. Os botões fechados da flor podem ser cozidos e comidos.

Observações: As pitaias são conhecidas na cultura Asteca a um longo tempo, este nome significa fruto de escamas.

As pitaias pertencem à família Cactaceae e as espécies comerciais são três: a de casca vermelha e polpa branca Hylocereus undatus (Haw) Briton & Rose; a de casca amarela e polpa branco translúcida e sementes maiores Selenicereus megalanthus (Schum ex. Vaupel) Moran e a de casca vermelha e polpa vermelha Hylocereus lemairei (Hook.) Britton & Rose.

 

Referências:
MARQUES, V.B. PROPAGAÇÃO SEMINÍFERA E VEGETATIVA DE PITAIA (Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose). 2008. Dissertação. Universidade Federal de Lavras, MG.

Donadio, Luiz Carlos. Pitaya. Revista Brasileira Fruticultura vol.31 no.3 Jaboticabal Sept. 2009

Informações preliminares sobre uma espécie de pitaya do Cerrado / Keize Pereira Junqueira… [et al.]. – Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2002. 18p.— (Documentos / Embrapa Cerrados, ISSN 1517-5111; 62)

Hong Kwong, Chin Ping, Roselina, Abdul Azis and Jamilah. Chemical composition and DSC thermal properties of two species of Hylocereus cacti seed oil: Hylocereus undatus and Hylocereus polyrhizus. Food Chemistry, Volume 119, Issue 4, 15 April 2010, Pages 1326-1331

Wichienchot, M.Jaturpornpipat and R.A. Rastall. Oligosaccharides of pitaya (dragon fruit) flesh and their prebiotic properties. Food Chemistry, Volume 120, Issue 3, 1 June 2010, Pages 850-857

http://www.tropicos.org/Name/5101084 – acesso 02 Abril 2014.

Tags: AnemiaCefaléiaGastriteLaxativasTônico

FOLHA-DA-FORTUNA

20/01/2020 22:30

Bryophyllum pinnatum  (Lam.) Oken.

Crassulaceae 


Sinonímias: Bryophyllum calycinum Salisb, Cotyledon pinnata Lam., Bryophyllum pinnatum (Lam.)Kurz., Kalanchoe pinnata (Lam.)Pers., Crassula pinnata L.

Nomes populares:  Folha-gorda, erva-da-costa, sempre-viva, planta-do-amor, coirama, courama, courama-vermelha, folha-da-fortuna, fortuna, folha-grossa, folha-de-pirarucu, diabinho, folha-da-vida, fortuna-milagre-de-são-joaquim, folha-do-ar, saião(BR), leaf of life (Jamaica, Madagascar), cathedral bells, air-plant, curtain-plant, floppers, good-luck-leaf, life-plant, mexican love-plant, miracle-leaf (INGLÊS, EEUU).

Origem ou Habitat: África Tropical (Ilha de Madagascar), e amplamente distribuída em América Tropical, Índia, China e Austrália.

Características botânicas:  Herbácea perene, pouco ramificada que mede de 1 a 1,5 metros de altura e a haste é oca e tubular. As folhas são opostas, pinado-compostas, suculentas, margem crenada, medindo de 10-30 cm de comprimento. Os folíolos são oblongos, ovalados ou elípticos; panículas de 10-40 cm; cálice inchado de 3,0 a 3,5 cm e corola rósea ou arroxeada de até 7 cm. O fruto tem 4 folículos.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular:  Na medicina caseira é usado no tratamento local de furúnculos e por via oral, na preparação de xaropes para a tosse.

Usos etno-medicinais: na região do Caribe, onde é conhecida por folha-da-vida, é usada para tratar edemas, abcessos, picadas de insetos e contusões, problemas pulmonares, dor de cabeça, resfriado, tosse, hipertensão, falta de ar, asma e problemas menstruais.

Em um trabalho de pesquisa bibliográfica da 3a. fase do curso de medicina da UFSC, foram apresentadas as seguintes indicações de uso popular: Infecção pulmonar, erisipela, queimaduras, feridas, úlceras de pele, verrugas, azia, gastrite, úlceras, dores de cabeça, disenteria e diarreia, cólicas e distúrbios menstruais;

Equilibrar o diabetes; eliminar ou reduzir cálculos renais; inflamações em geral; febre; hematomas internos e ossos quebrados; epilepsia; dores de dente e de ouvido; infecções oculares e conjuntivite; flatulência e gases; distúrbios linfáticos;

Artrite; linfomas; uretrites; insuficiência renal ou pedra nos rins; prisão de ventre; pé de atleta; tosses intermitentes; tuberculose, gripes e resfriados;

Nervosismo, ansiedade e depressão; nefrites; náuseas e muitas outras indicações.

Composição química:  Compostos fenólicos, flavonóides, ácidos orgânicos, mucilagem, cálcio e cloro, bufadienólidos (briofilinas A,B e C), N-triacontano, patuletina, ácidos graxos.

  • Bufadienolideos: Briofilina A (briotoxina C), briofilina B, briofilina C, briofilol, bersaldegenina-1,3,5-ortoacetato, dentre outros.
  • Flavonóides: Glicosídeos de quercetina e canferol, quercitrina, afzelina, acacetina, rutina, luteolina, dentre outros.
  • Ácidos fenólicos: Ácido gálico, ácido cafeico e ácido ferúlico.
  • Triterpenos: α –amirina, briofolona, briofinol, dentre outros.
  • Lignanas: Briofilusideo
  • Ácidos simples: Ácido málico, ácido oxálico, ácido cítrico, dentre outros.
  • Ácidos graxos: Ácido palmítico, ácido esteárico, ácido araquídico e ácido bekênico.
  • Esteroides: β-sitosterol, briofilol, estigmast-24-enol, dentre outros.

Ações farmacológicas: Foram observadas as atividades anti-inflamatória, cicatrizante, antialérgica, antiúlcera e imunossupressiva.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em vários testes com animais não foi demonstrado toxicidade. A dose letal aplicada aos animais foi muito alta e por via intra-peritonial.

Contra-indicações:  Grávidas e lactantes deverão abster-se de seu uso até melhores esclarecimentos de sua inocuidade.

Posologia e modo de uso: Para tratar edemas, abcessos, picada de insetos e contusões: por aquecimento da folha e aplicar na área afetada.

O sumo extraído da folha pode ser misturado com mel e consumido como remédio para problemas pulmonares e para dor de cabeça.

O suco é usado para tratar resfriado, tosse, hipertensão.

O chá por infusão é usado para falta de ar, asma e problemas menstruais.

Dose: 30-40 g/l (não ultrapassar a 5%).

Observações: Recomenda-se não empregar extratos desta planta por mais de 15 dias consecutivos.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

Braz, D.C.; Oliveira, L.R.S.; Viana, A.F.S.C.- Atividade antiulcerogênica do extrato aquoso da Bryophyllum pinnatum (Lam.) Kurz – Rev. bras. plantas med. vol.15 no.1 Botucatu, SP, 2013.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

Kamboj A, Saluja AK Bryophyllum pinnatum (Lam.) Kurz :. perfil fitoquímico e farmacológico: uma revisão. Phcog Rev [periódico online] 2009 [citado em 07 março 2014]; 3:364-74. Disponível em: http://www.phcogrev.com/text.asp?2009/3/6/364/59536

KHOOSHBU, Pasha; ANSARI, Imtiyaz. A pharmacognostical and pharmacological review on bryophyllum pinnatum (panphuti). Asian Journal Of Pharmaceutical And Clinical Research, [s.l.], v. 12, n. 1, p.34-39, 7 jan. 2019.

THORAT, Sheela S et al. A REVIEW ON BRYOPHYLLUM PINNATUM. International Research Journal Of Pharmacy, [s.l.], v. 8, n. 12, p.1-3, 22 jan. 2018.

FURER, Karin et al. Bryophyllum pinnatum and Related Species Used in Anthroposophic Medicine: Constituents, Pharmacological Activities, and Clinical Efficacy. Planta Medica, [s.l.], v. 82, n. 11/12, p.930-941, 24 maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/8902864?tab=synonyms – acesso 06 março 2014.

Tags: AbcessoAnti-inflamatórioAsmaAziaCefaléiaCólicaDiarreiasDisenteriaEdemaErisipelaFeridasGastriteHipertensãoQueimaduraResfriadoTosse

ERVA-CIDREIRA

10/01/2020 15:38

Melissa officinalis  L.

Lamiaceae (Labiatae)


Sinonímias: Melissa bicornis Klokov.

Nomes populares:  Erva-cidreira, cidreira, erva-cidreira-verdadeira, melissa, chá-da-frança, limonete, melissa-romana, balm or lemon balm (English), bee balm, sweet balm (English, United States), xiang feng hua (Pinyin, China), etc.

Origem ou Habitat: Europa, norte da África e oeste da Ásia.

Características botânicas:  Erva perene, ereta, de até 80 cm de altura, ramificada desde a base, com ramos quadrangulares, folhas opostas, simples, ovadas, com até 7 cm de comprimento, pilosas, de margem crenada, curto pecioladas, com nervuras salientes na face inferior. Flores brancas e rosadas, dispostas em verticilos axilares, em número de 6 – 12.

OBS.:A Melissa officinalis cultivada no Brasil não floresce, exceto a chamada M. officinalis var. limonete.

Partes usadas: Folhas e ramos.

Uso popular:  As folhas ou ramos de melissa são usadas como sedativo, em dores de cabeça e de dente, em estados gripais (como diaforético e tônico), em palpitações, em distúrbios gastrointestinais e menstruais, bem como em reumatismo.

– Tem ação sobre o sistema nervoso central, agindo como calmante. – Usada contra dor de cabeça causada por nervosismo ou má digestão. – É um ótimo digestivo, pois aumenta a produção de bile e auxilia a eliminação de gases. Tem boa ação em gastrites e diarréias. – Tem ação sobre o vírus do herpes simples, vírus da gripe e da caxumba. – Exerce bons efeitos sobre o hipertireoidismo. – Baixa a pressão arterial, mas não é diurético. – Tem bom efeito em cólicas menstruais.

– Usar o chá externamente para rachaduras das mamas e em picadas de insetos. Outros usos:

– Usada na cozinha européia como tempero ou como aromatizante de doces e licores. – Também usado em perfumaria.

Composição química:  Entre os principais constituintes da melissa encontra-se o óleo essencial composto majoritariamente por monoterpenos, sendo os principais o citronelal e o citral a e b, e sesquiterpenos, dentro os quais o β-cariofileno e germacreno-D. A composição do óleo essencial depende fortemente de diversos fatores, inclusive da procedência e do clima . Além do óleo essencial, a planta contém taninos típicos de Labiatae (derivados do ácido rosmarínico), glicosídeos, flavônicos e ácidos triterpênicos, bem como substâncias amargas.

Óleo essencial:

  • Monoterpenos: Citral, Citronelal, Geraniol, dentre outros.
  • Sesquiterpenos: β-Cubebeno, β-cariofileno, óxido de β-cariofileno, dentre outros.
  • Triterpenos: Ácido ursólico, ácido oleanólico 3β, 16β, 23-trihidroxi-13,28-epoxiurs-11-eno-3- o -β-d-glucopiranósido, dentre outros.
  • Ácidos fenólicos: Ácido rosmarínico, ácido cafeico, ácido protocatecuico, ácido 3-(3,4-di-hidroxifenil)-láctico, dentre outros.
  • Flavonoides: Luteolina, apigenina 7- o -β-D-glucopiranosideo, luteolina 3′- o -β-d-glicuronopiranosideo, hesperidina, luteolina 3′- o -β-D-glicuronídeo, luteolin7- o –glicosídeo, apigenin7- o- glicosídeo, isoquercitrina, naringenina, quercitrina, ramnocitrina, catequina, epi-catequina, rutina, dentre outros.

Ações farmacológicas: Tanto o óleo essencial quanto a planta possuem ações sedativa, espasmolítica e antibacteriana os polifenóis são atribuídas ações colerética e, provavelmente, virustática (vírus Herpes simplex), evidente em extratos aquosos de Melissa officinalis. Ensaios preliminares com extrato aquoso indicaram uma possível ação antiúlcera gástrica.

Interações medicamentosas: Pode potencializar substâncias hipnóticas sedativas.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo essencial de melissa é tóxico podendo causar entorpecimento e diminuição da pulsação.

A absorção de mais de 2g de óleo essencial provoca entorpecimento e sono com diminuição da freqüência respiratória, do ritmo cardíaco e da pressão arterial.

Por sua ação hipnosedante é necessário cuidado ao dirigir, manusear máquinas e exercer funções que exijam atenção.

Contra-indicações:  O óleo essencial não deve ser usado por grávidas e lactantes, e o extrato seco é contraindicado em hipotireoidismo.

Posologia e modo de uso: Para uso interno: Infusão – Uma colher das de sobremesa de folhas (2-3g) para uma xícara de água. Tomar de 3 a 4 xícaras ao dia.

Segundo Agência Européia de Medicina (http://www.ema.europa.eu/ema/):

Na França usa-se cápsula (275 mg de pulverizado de ervas) – Adultos: Dose: 0,275 g 3 vezes por dia – (Dose diária: 0,825 g); adolescentes com mais de 12 anos de idade: dose única: 0,275 mg 2 vezes por dia – (Dose diária: 0,55 g). Tradicionalmente usado em tratamento sintomático de patologias digestivas, tais como: distensão epigástrica, digestão lenta, eructação, flatulência.

Na Alemanha, Chá da erva: Para uma xícara, 1 saquinho de erva (= 1,6 g Melissae Folium) 1-3 vezes por dia. a) para melhora geral de condição mental de estresse, b) para ajudar ao sono c) tratamento sintomático de dispepsias leves, queixas como sensação de plenitude e flatulência.

Na Holanda, recomenda-se ingerir 2 cápsulas contendo 171 mg de extrato seco, três vezes ao dia.

Na Polônia, uso oral; adolescentes com mais de 12 anos de idade e adultos: infusão com 2-3 g em 150 ml de água, até 3 vezes diárias.

Na Espanha, erva em pó, cápsula contendo 275 mg de pulverizado de ervas, adolescentes e adultos: Dose: 0,55 g 3-2 vezes ao dia; (dose diária: 1,1-1,65 g).

No Reino Unido, extrato seco – cápsula contendo 171 mg de extrato seco equivalente a 684-1026 mg de folhas de lemon balm (Melissa officinalis). Adultos e idosos: 2 cápsulas 3 vezes diariamente. O uso em crianças ou adolescentes menores 18 anos não é recomendado.

Referências:
BISSET, N. G. (ed.). Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart: Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

CAMARGO, N. M. C. L.; JORGE, N. J. Melissa officinalis L.: Atividade Antiulcera Gástrica. In: IX REUNIÃO ANUAL DA FEDERAÇÃO DE SOCIEDADES DE BIOLOGIA EXPERIMENTAL, 1994, [S. I.]. Resumos. [S. I.], 1994. p.208.

DELAVEAU,P. et al. Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Lisboa: Lisgrafica, 1983.

http://www.ema.europa.eu/ Acesso 19 Abril 2016.

GIRRE, L. La santé par lês plenes. Rennes: Ed. Quest France, 1992.

HANSEL, R.; HAAS, H. Therapie mit Phytopharma ka. Berlin: Springer, 1984.

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

SHAKERI, Abolfazl; SAHEBKAR, Amirhossein; JAVADI, Behjat. Melissa officinalis L. – A review of its traditional uses, phytochemistry and pharmacology. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 188, p.204-228, jul. 2016.

VAN HELLEMONT, J. Compendium de phytothérapie. Bruxelles: Association Pharmaceutique Belge, 1986.

POUYANFAR, Elahe et al. Analysis of phytochemical and morphological variability in different wild-and agro-ecotypic populations of Melissa officinalis L. growing in northern habitats of Iran. Industrial Crops And Products, [s.l.], v. 112, p.262-273, fev. 2018.

MORADKHANI, Hojat et al. Melissa officinalis L., a valuable medicine plant: A review. Journal Of Medicinal Plants Research, [s.l.], v. 4, n. 25, p.2753-2759, dez. 2010.

WAGNER, H. Pharmazeutische Biologie 2: Drogen und ihre Inhaltsstoffe. 4.ed. Stuttgart: Gustav Fischer, 1988.

http://www.tropicos.org/Name/17600147 – Acesso em: 27 de março de 2012.

Tags: CefaléiaCólicaCondimentoDiarreiasGastritePalpitaçõesReumatismoSedativo

CARAPIÁ ou CONTRA-ERVA

07/01/2020 22:00

Dorstenia brasiliensis  Lam.
Moraceae  


Sinonímias: Dorstenia brasiliensis var. guaranitica Chodat & Vischer, Dorstenia brasiliensis var. major Chodat & Hassl., Dorstenia brasiliensis var. palustris Hassl., Dorstenia brasiliensis var. tomentosa (Fisch. & C.A. Mey.) Hassl., Dorstenia brasiliensis var. tubicina (Ruiz & Pav.) Chodat & Vischer, Dorstenia montevidensis Miq., entre outras.  

Nomes populares:  Contra-erva, carapiá, carapá, cayapiá, conta-de-serpente, eiga-eiga, figueirilha. 

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil. Segundo ALONSO (2004), é encontrada desde o México até Argentina, sendo muito comum em Montevidéo (Uruguay), Sul do Brasil, Paraguay, Noroeste e Nordeste da Argentina. 

Características botânicas:  Segundo ALONSO (2004): Erva perene, rosetada, medindo de 60-70 cm de altura, talo pequeno, raiz tuberosa simples ou ramificada, nodosa, medindo até 10 cm de extensão. Folhas inteiras ovado-cordadas com margens dentadas, medindo 8 cm de comprimento e 6 cm de largura, com a face superior áspera e a inferior pilosa, dispostas em espiral, formando uma roseta basal. Flores monóicas, diminutas, agrupadas sobre um receptáculo comum pedunculado plano, carnoso, medindo mais de 2 cm de espessura, comumente orbicular ou elíptico. 

Partes usadas:Rizomas (principalmente), e folhas. 

Uso popular:  No Brasil é usada para tratamento de febres, dismenorréia, atonia do aparelho digestivo, gastrite, disenteria, reumatismo, dermatite, como expectorante, tônico-estimulante, contra picadas de serpentes (emplastro com raiz fresca) e em diarreias crônicas. Na Argentina as folhas são usadas como febrífugo, diurético, emenagogo e abortivo. No Paraguai é empregada para controle de fertilidade. Na Guatemala como tônico-estimulante, febrífugo, emenagogo, antigripal e antidiarreico. No México contra sarampo, febre e tétano. 

Usada em cigarros de palha para acrescentar um sabor especial ao fumo. 

Composição química:  Triterpenóides (ácidos dorstênicos A e B) e furanocumarinas (bergapteno, bergaptol), cardenolídeo esteroidal (sinogenina), catequina, epicatequina e os ácidos benzóico, málico, cítrico e tartárico. 

Ações farmacológicas: Até o momento não foram realizados ensaios clínicos com esta planta, somente em animais de laboratório e testes in vitro. Algumas ações farmacológicas estudadas foram: atividade analgésica e anti-inflamatória.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Pode ocorrer foto-toxicidade devido as furanocumarinas através do contato com a pele.(Gruenwald J., 1998 apud Alonso, J., 2004). 

Contra-indicações:  Em vista de seu uso como abortivo é contraindicado para mulheres grávidas. 

Posologia e modo de uso: Decocção: 2g do rizoma em 150 ml de água. Tomar 2 a 3 xícaras ao dia.. 

Observações: autor do binômio é Jean Baptiste Antoine Pierre de Monnet de Lamarck (1786).  

Existe outra espécie chamada de Dorstenia contrajerva L. nativa do México “toman el cocimiento de la raíz y hojas, junto con otras plantas, como contraveneno para la mordedura de víbora, de perro rabioso o cualquier intoxicación alimenticia.” Fonte: Biblioteca Digital de la Medicina Tradicional Mexicana.  

As frações solúveis em hexano dos rizomas ou das folhas de cinco espécies do gênero Dorstenia (Moraceae) (D. bahiensis Kl., D. bryoniifolia Mart ex. Miq., D. carautae C.C.Berg., D. cayapiaa Vell. e D. heringerii Car. & Val.) foram analisadas por GC-MS (cromatografia gasosa de alta resolução acoplada a espectrometria de massas). Foram identificados triterpenos pentacíclicos, esteróides e furocumarinas. GC-MS mostrou ser uma ferramenta valiosa para a análise dos terpenóides de Dorstenia spp. 

Estas substâncias podem estar ligadas à utilização tradicional de Dorstenia spp. como plantas anti-ofídicas.(JANETE et all.,1997)..
 

 

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. 

JANETE H. Y. Vilegas a , Fernando M. Lanças ª*, Wagner Vilegas b , and Gilberto L. Pozetti b “Further Triterpenes, Steroids and Furocoumarins from Brazilian Medicinal Plants of Dorstenia genus (Moraceae)” – J. Braz. Chem. Soc. vol.8 no.5 São Paulo, 1997. Acesso 28 Março 2016. 

http://www.bihrmann.com/caudiciforms/subs/dor-bra-sub.asp – Acesso 22 MARÇO 2016. 

http://www.medicinatradicionalmexicana.unam.mx/monografia.php?l=3&t=Contrayerba&id=7352 – Acesso 28 Março 2016.  

http://www.flordocamponatural.com.br/chas/carapia.htm – Acesso 29 Março 2016.  http://www.tropicos.org/Name/21301596?tab=synonyms

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ANIS ESTRELADO

27/12/2019 17:14

Illicium verum  Hook.

Schisandraceae 


SinonímiasIllicium san-ki Perr.

Nomes populares: Anis-da-china, anis-estrelado, badiana.

Origem ou Habitat: É oriundo do sul da China e norte do Vietnam, cultivado nos trópicos (China, Indonésia, Japão, Filipinas) etc.

Características botânicas: Caracterizada por apresentar uma casca branca; grande folhagem composta por folhas pontiagudas, coriáceas e glabras; flores solitárias amarelas ou amarelo-rosadas, com 15-20 pétalas, perfumadas, similares a magnólias; e um fruto cor castanho-avermelhado, lenhoso, pedunculado, composto por 8 folículos que em sua abertura deixam ver uma semente aplanada brilhante em seu interior.

Partes usadas: Fruto composto (constituído por folículos) seco.

Uso popular: Segundo a Comissão E, os preparados da droga estão indicados no tratamento de transtornos dispépticos e catarros das vias respiratórias, de forma análoga ao anis verde (Pimpinella anisum).

Outros usos: falta de apetite, gastrites, enterites, flatulência, espasmos gastrointestinais, tosse, bronquite, repelente de insetos, e topicamente em micoses. Com menos freqüência como diurética, coadjuvante em diarréias e para aumentar o leite materno.

Tanto o anis estrelado como sua essência se empregam como corretores de sabor e odor na indústria farmacêutica, alimentícia e de bebidas.

Composição química: fruto contém 5-8% de óleo essencial, constituído em sua maior parte por trans-anetol (80-90%), metilchavicol, anisaldeído, limoneno, linalol, 4-terpineol, α-pineno,4-alilanisol; além de óleo fixo e taninos.

Ações farmacológicas: Tem ações semelhantes a erva-doce Pimpinella anisum) e ao funcho (Foeniculum vulgare).

Interações medicamentosas: Em doses elevadas, o óleo essencial pode ser tóxico, com efeitos narcóticos, delírio, anestesia e convulsões.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Efeitos negativos potenciais com o uso da planta.

Contra-indicações: Sensibilidade conhecida ao anis, ao anetol ou a outros compostos do óleo essencial.

Não se recomenda o óleo essencial de anis por via interna durante a gestação, lactância, crianças menores de seis anos ou a pacientes com gastrite, úlceras gastroduodenais, síndrome do intestino irritável, colite ulcerosa, enfermidade de Crohn, hepatopatias, epilepsia, Parkinson ou outras enfermidades neurológicas.

Posologia e modo de uso: Infusão ou decocção de 0,5-1g de frutos por xícara de água por dia, depois das refeições. Em geral se utilizam duas estrelas por litro d’água.

Observações: Existe um grave perigo de intoxicação com a falsificação do anis estrelado (Illicium verum) pelo fruto de outra espécie Illicium religiosum Sieb. et Zucc. (Illicium anisatum L.), denominado de badiana-do-japão ou anis-estrelado-japonês, o qual não contém anetol, mas contém compostos tóxicos como a anisatina e isoanisatina.

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 159-162.

BLUMENTHAL, M (ed.). The Complete German Comission E Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. p. 215-216.

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LIMA, R. K. et al. Composição dos Óleos Essenciais de Anis-estrelado (Illicium verum L.) e de Capim-limão (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf): Avaliação do Efeito Repelente sobre Brevicoryne brassicae (L.) (Hemiptera: Aphididae). BioAssay, 3,8, 2008. Disponível em: http://www.bioassay.org.br/articles/3.8/. Acesso em: 07 julho 2010.

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http://www.tropicos.org/Name/50079582?tab=synonyms – acesso em 11 de julho de 2012

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