ORÉGANO

17/02/2020 22:25

Origanum vulgare  L.

Lamiaceae


SinonímiasMicromeria formosana C. Marquand, Origanum gracile C. Koch, Origanum creticum Lour.

Nomes populares: Orégano, manjerona-silvestre, mejorana (Espanha), marjolaine sauvage (França), origano (Italia).

Origem ou Habitat: É nativo da Europa e Ásia Central (WYK & WINK, 2004) e cultivado no Brasil. O orégano Origanum vulgare faz parte da medicina popular da Grécia e especialmente em Creta, onde é considerada endêmica.

Características botânicas: Herbácea perene, aromática, ereta, de hastes algumas vezes arroxeadas, medindo de 30-50 cm de altura (segundo LORENZI & MATOS, 2002) e de 75-90 cm de altura (segundo ALONSO, 2004). Folhas simples, esparso-pubescentes, de 1-2 cm de comprimento. Flores esbranquiçadas, róseas ou violáceas, dispostas em glomérulos e reunidos em inflorescências paniculadas terminais.

Existem muitos cultivares desta espécie.

É muito semelhante à espécie Origanum majorana (manjerona-verdadeira).

Partes usadas: Partes aéreas.

Uso popular: É uma planta usada como especiaria muito empregada na culinária italiana. Na medicina caseira é utilizada para tratar gripes e resfriados, indigestão, flatulência, distúrbios estomacais, cólicas menstruais, bronquite, asma, artrite e dores musculares (LORENZI & MATOS, 2002).

Na região de origem é considerada estomáquica, expectorante e antiespasmódica. O chá (infuso) ou seu óleo diluído são usados topicamente para higiene bucal, tratar congestão nasal, feridas e pruridos cutâneos (WYK & WINK, 2004).

Composição química: Óleo essencial: carvacrol, timol, terpineol, terpineno, cineol, borneol, limoneno, alfa e beta pineno, p-cimeno, B-cariofileno, bisaboleno, sabineno, eucaliptol.

  • Outros: ácidos fenólicos (cafeico, rosmarínico, ursólico, clorogênico); flavonóides (derivados do kaempferol, luteolina, apigenina, diosmetina, quercetina); taninos; resina.
  • Óleo essencial: Timol, carvacrol, C- terpineno, sabineno, 1,8-cineol, β-ocimeno, β-cariofileno, dentre outros.
  • Flavonoides: Apigenina, luteolina, crosseriol, dentre outros.
  • Compostos Fenólicos: Derivados do ácido rosmarínico, do ácido cafeico e do ácido protocatecuico, dentre outros.

Ações farmacológicas: Antioxidante, digestivo, antimicrobiano, anti-espasmódico, anti-inflamatório, antitussígeno.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Altas doses do óleo essencial pode provocar sonolência e em pessoas sensíveis pode provocar dermatite.

Contra-indicações: O óleo essencial e a infusão é contra indicado para mulheres grávidas e em fase de amamentação.

Posologia e modo de uso: O chá feito com 1-2 g de erva seca pode ser tomado três vezes ao dia.

O óleo essencial nunca deve ser tomado internamente (WYK & WINK, 2004).

Observações: O Origanum vulgare (orégano) é muito similar ao Origanum majorana (manjerona) e as duas espécies são frequentemente confundidas.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

KOLDAS, Serkan; Demirtas, Ibrahim; Ozen, Tevfik; Demirci, Mehmet Ali; Behcet, Luetfi – Phytochemical screening, anticancer and antioxidant activities of Origanum vulgare L. ssp. viride (Boiss.) Hayek, a plant of traditional usage. Journal of the Science of Food and Agriculture (2015), 95(4), 786-798. Acesso 20 Fev 2015

PESAVENTO, G.; Calonico, C.; Bilia, A. R.; Barnabei, M.; Calesini, F.; Addona, R.; Mencarelli, L.; Carmagnini, L.; Di Martino, M. C.; Lo Nostro, A.- Antibacterial activity of Oregano, Rosmarinus and Thymus essential oils against Staphylococcus aureus and Listeria monocytogenes in beef meatballs. From Food Control (2015), Ahead of Print. Acesso 20 Fev 2015.

PARK, J. H.; Kang, S. N.; Shin, D.; Shim, K. S. – Antioxidant enzyme activity and meat quality of meat type ducks fed with dried oregano (Origanum vulgare L.) – Asian-Australasian Journal of Animal Sciences (2015), 28(1), 79-85 – Acesso 20 Fev 2015.

SINGH, Pankaj; KOTHIYAL, Preeti; RATAN, Parminder. PHARMACOLOGICAL AND PHYTOCHEMICAL STUDIES OF ORIGANUM VULGARE: A REVIEW. International Research Journal Of Pharmacy, [s.l.], v. 9, n. 6, p.30-34, 23 jul. 2018.

RAO, Gottumukkalavenkateswara et al. Chemical constituents and biological studies of Origanum vulgare Linn. Pharmacognosy Research, [s.l.], v. 3, n. 2, p.143-145, 2011.

GIULIANI, Claudia et al. Congruence of Phytochemical and Morphological Profiles along an Altitudinal Gradient inOriganum vulgaressp.vulgarefrom Venetian Region (NE Italy). Chemistry & Biodiversity, [s.l.], v. 10, n. 4, p.569-583, abr. 2013.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.tropicos.org/Name/17600223 Acesso 19 Fev 2015.

Tags: AntiespasmódicoAsmaBronquiteCólicaCondimentoEstomáquicoExpectoranteFlatulênciaGripeIndigestãoResfriado

ORA-PRO-NOBIS

17/02/2020 22:19

Pereskia aculeata  Mill.

Cactaceae 


SinonímiasCactus pereskia L., Pereskia rubescens Houghto, Pereskia aculeata fo. rubescens (Houghton) Krainz.

Nomes populares: Ora-pro-nobis, proteína-vegetal, carne-vegetal, groselha-de-Barbados, groselha-da-América, trepadeira-limão.

Origem ou Habitat: Originária do Caribe, é nativa em toda a América Latina. No Brasil é encontrada deste a Bahia até o Rio Grande do Sul.

Adapta-se em diferentes tipos de solo, porém desenvolve-se melhor em locais onde haja luz plena. É uma planta rústica, resistente a seca, própria de clima tropical e subtropical.

A propagação é feita por estacas ou sementes. Recomenda-se podas leves a cada 3 meses para se ter sempre folhas novas e tenras.

Características botânicas: É uma herbácea de hábito trepador e escandente, caules compridos revestidos de agressivos espinhos, podendo alcançar até 10 m de comprimento. Folhas lanceoladas, suculentas, medindo de 3 a 10 cm de comprimento por 1,5 a 5 cm de largura, pecíolo curto, nervura central proeminente, de cor verde e providas de espinhos nas axilas. As flores são pequenas, 2,5 a 5 cm de diâmetro, coloração branca ou amarela clara ou creme, podendo ter outras variantes. Exalam um perfume forte característico e as anteras e grãos polínicos são dourados. Os frutos são redondos, ovais ou piriformes, de coloração amarelada ou avermelhada, medindo de 1-2 cm de diâmetro. Produzem sementes marrons ou pretas com 4 mm de diâmetro aproximadamente.

Partes usadas: Folhas, flores e frutos.

Uso popular: A Pereskia aculeata tem grande importância ornamental, alimentícia e medicinal, além de ser considerada fonte de néctar e pólen para as abelhas (melissotrófica).

É usada como nutriente, remineralizante, vitamínica, anti-inflamatória, fortalecimento dos ossos e cartilagens, desnutrição, convalescença e para atletas com necessidades minerais e proteicas. Para a pele age como emoliente, alivia queimaduras e auxilia na cicatrização de feridas.É indicada para casos de estresse.

Os frutos são utilizados como expectorante e antitussígeno.

Composição química: Composição nutricional: Folhas de ora-pro-nobis (OPN) mostrou níveis extraordinários de fibra dietética total (39,1% em base seca), minerais (cálcio, magnésio, manganês e zinco) e vitaminas (vitamina A, vitamina C e ácido fólico). Entre os aminoácidos, triptofano foi a mais abundante (20,5% do total de ácidos aminados). Foram encontrados a-carotenos e b-carotenos em níveis elevados.

As folhas de OPN pode ser considerada uma boa fonte de minerais, vitaminas e aminoácidos, e podem servir como um potencial ingrediente funcional.

Ações farmacológicas: Antioxidante, anti-inflamatório, nutracêutico, cicatrizante.

A alta quantidade de fibras insolúveis pode auxiliar na prevenção de diversas doenças como: câncer de cólon, hemorroidas, varizes, tumores intestinais e diabetes.

Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura pesquisada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não encontrado na literatura pesquisada.

Contra-indicações: Não encontrado na literatura pesquisada.

Posologia e modo de uso: Na culinária as folhas podem ser consumidas cruas ou refogadas, adicionadas a farinha para serem feitas massa para pães, tortas, suflês, omeletes, misturadas ao feijão. As flores são utilizadas em preparações de saladas.

Observações: O nome botânico Pereskia aculeata é uma homenagem ao cientista francês Nicolas-Claude Fabri de Peiresc e o termo aculeata vem do latim e significa acúleo, espinho, agulha. O nome popular “ora-pro-nobis”, segundo relatos da época do ciclo do ouro, na Vila de São José (MG), os padres europeus residentes utilizavam a Pereskia aculeata para fazer cercas vivas em volta da igreja e, na hora do sermão, que era longo e em latim, as pessoas saiam para comer as folhas da cerca e saciar a fome, por isso o nome em latim que quer dizer “orai por nós” ou “rogai por nós”.

Em Minas Gerais, na cidade de Sabará, a planta inspira um festival anual, geralmente em maio, que atrai centenas de turistas, é o “Festival da Ora-pro-nobis”, onde é possível encontrar diversas iguarias feitas com suas flores, folhas e frutos.

Esta planta foi muito usada para formar cercas vivas e este uso foi o que mais contribuiu para a sua difusão no Brasil, já que antes de se desenvolver a indústria de arames farpados as cercas mais econômicas e eficientes eram de arbustos espinhentos.

Existem outras espécies de Pereskia e no Horto Didático temos duas espécies: Pereskia aculeata Mill. e Pereskia grandifolia Haw.

Referências: 

AGOSTINI-COSTA, T. S.; Pessoa, G. K. A.; Silva, D. B.; Gomes, I. S.; Silva, J. P. “Carotenoid composition of berries and leaves from a Cactaceae – Pereskia sp.” In Journal of Functional Foods (2014), 11, 178-184.Acesso 19 Março 2015

PINTO, Nicolas de Castro Campos; dos Santos, Raquel Cristina; Machado, Danielle Cunha; Florencio, Jonatas Rodrigues de Souza; Fagundes, Elaine Maria; Antinarelli, Luciana M. R.; Coimbra, Elaine Soares; Ribeiro, Antonia; Scio, Elita “Cytotoxic and antioxidant activity of Pereskia aculeata Miller” Pharmacologyonline (2012), 3, 63-69. Acesso 19 Março 2015

RABCZUK, Rubens “Plant product and its use as a concentrate, food, food supplement, functional food and(or) nutraceutical, cosmetic, antioxidant, antidermatogenic, anti-​anemic, and anti-​infective.” From Braz. Pedido PI (2008), BR 2006000516 A 20080108. Acesso 19 Março 2015

TAKEITI, Cristina Y.; Antonio, Graziella C.; Motta, Eliana M. P.; Collares-Queiroz, Fernanda P.; Park, Kil J. “Nutritive evaluation of a non-​conventional leafy vegetable (Pereskia aculeata Miller)” International Journal of Food Sciences and Nutrition (2009), 60(Suppl. 1), 148-160. Acesso 19 Março 2015

TRABALHOS de pesquisa bibliográfica apresentados por estudantes dos cursos de Medicina (2004) e Nutrição da UFSC (2012).

http://www.tropicos.org/Name/5100447 Acesso 16 Março 2015.

Tags: Anti-inflamatórioAntitérmicoCicatrizanteEmolientesEstresseExpectoranteNutritivaQueimaduraVitamínica

ONDA-DO-MAR

17/02/2020 22:14

Tradescantia zebrina   Heynh. ex Bosse.

Commelinaceae 


SinonímiasZebrina pendula Schnizl., Tradescantia pendula (Schnizl.) D.R. Hunt, Zebrina purpusii G. Brückn., Commelina zebrina C.B.Clarke, Cyanotis zebrina (Bosse) Nees.

Nomes populares: Onda-do-mar, manto-de-viúva, trapoeraba, trapoeraba-roxa, trapoeraba-zebra, lambari, lambari-roxo, judeu-errante.

Origem ou Habitat: Planta de origem Mexicana, foi introduzida no Brasil com fins ornamentais e acabou por se adaptar muito bem ao clima, tornando-se invasora. É bastante competitiva em ambientes sombreados, impedindo as plântulas de se desenvolverem adequadamente, pois forma densos tapetes no sub-bosque de matas degradadas. Suas flores são polinizadas por abelhas, os frutos secos dispersos por fatores abióticos. (Fonte: Flora de Santa Catarina).

Características botânicas: Erva rastejante e/ou pendula, suculenta, enraizando nos nós; caules, folhas e brácteas florais tintos de roxo-avermelhado. Folhas espaçadas ao longo do caule; pecíolo medindo 2mm comprimento, passando na bainha basal ciliada; lâmina foliar ovada, 2,5-5 cm de comprimento, verde tinta com roxo-avermelhado, especialmente na face abaxial, geralmente com cerca de 3 estrias escuras, largas e longitudinais. Inflorescência terminal, composta por 2 cincinos (Cimeira na qual os eixos são perpendiculares ao eixo principal, de modo que seu arranjo só pode ser visto em um plano, e estão dispostos alternadamente à direita e à esquerda) curtos subentendidos próximo por 2 brácteas foliosas. Pétalas ovadas, 10-12 mm comprimento, delicadas, conatas na metade inferior em um estreito tubo branco, púrpura-magenta. (Orchard, 1994 apud Flora de Santa Catarina).

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Na medicina popular é usada para aliviar cistites, dor na bexiga, tratar infecção urinária, problemas vasculares, afecções do útero, baixar a pressão arterial, amenorreia, coadjuvante nas tuberculoses.

O chá das folhas é usado para tratamento do vitiligo (doença caracterizada pela perda da coloração da pele).

Na medicina popular mexicana é usada contra males ginecológicos, disenteria, indigestão, dor de dente, dor de cabeça, males do intestino, junto com limão para tratar erisipela, gastrite, infecção urinária, inflamação da bexiga. Também é usada para aumentar a produção de leite e contra picada de escorpião. É muito popular uma bebida feita com a Tradescantia zebrina e limão, tomada fria e usada como tônico.

Devido a quantidade de antocianidinas pode ser usada como corantes de medicamentos, alimentos e cosméticos.

Composição química: Foram isoladas 5 antocianidinas das flores de Zebrina pendula, entre elas: zebrinina (C74H73O37.Cl), monodecaffeoylzebrinin (C65H64O34.Cl).

Observações: A Tradescantia zebrina faz parte de uma formulação chinesa, que contém 12 plantas medicinais, usada para enxaqueca.

No Brasil ocorre a espécie Tradescantia fluminensis Vell., chamada popularmente de trapoeraba, marianinha e olho-de-santa-luzia; apresentando folhas verdes e flores brancas. Os seus ramos e folhas são comestíveis, sendo muito tenros, e podem ser preparados cozidos, refogados ou sob a forma de patês e possuem proteínas, sais minerais (Mg,Fe, Zn,Ca,P,etc.), e também flavonóides.

Referências: 

https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense/plantae/magnoliophyta/commelinaceae/tradescantia-zebrina-lambari – Acesso 25 Março 2015.

Aona, L.Y.S. 2010. Commelinaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB034821) – Acesso 25 Março 2015

Itaka, Eiichi “Isolation and structure elucidation of acylated anthocyanins as coloring materials for foods, drugs, and cosmetics” – From Jpn. Kokai Tokkyo Koho (1988), JP 63168464 A 19880712. https://scifinder.cas.org/scifinder – Acesso 26 Março 2015.

KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: .

KINUPP, V. F.; BARROS, I. B. I. Teores de Proteína e Minerais de Espécies Nativas, Potenciais Hortaliças e Frutas. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 28(4): 846-857, out.-dez. 2008. Disponível em: .

Liu, Yanju “Traditional chinese medicine composition for treating migraine” From Faming Zhuanli Shenqing (2011), https://scifinder.cas.org/scifinder – Acesso 25 Março 2015.

Tatsuzawa, Fumi; Saito, Norio; Maeyama, Kazushi; Yokoi, Masato; Shigihara, Atsushi; Honda, Toshio “Triacylated anthocyanidin 3-​arabinosylglucoside-​7,​3′-​diglucosides isolated from the bluish flowers of Tradescantia virginiana cultivars and their distribution in the tradescantieae”. From Heterocycles (2010), 81(10), 2257-2267.https://scifinder.cas.org/scifinder – Acesso 26 Março 2015.

https://sites.google.com/site/florasbs/ – Acesso 25 Março 2015.

http://www.tropicos.org/Name/8300647 – Acesso 25 Março 2015.

 

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