CIDREIRA-DE-ÁRVORE

08/01/2020 15:34

Hedyosmum brasiliense   Mart. ex Miq.

Chloranthaceae 


 Sinonímias: Hedyosmum grandifolium Occhioni ,Hedyosmum acutifolium C. Cordem., Tafalla brasiliensis (Miq.) Kuntze, etc. 

Nomes populares:  Chá-de-bugre, cidreira, cidrão, cidreira-de-árvore. 

Origem ou Habitat: É o único representante da família Chloranthaceae no Brasil. É encontrada na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. 

Partes usadas:Folhas. 

Uso popular:  Planta que tem poucos estudos, é utilizada em dor de cabeça e febre. 

Composição química:  Os compostos fenólicos isolados são: escopoletina, vanilina, ácido vanílico, aldeído protocatéquico e Et cafeato. No óleo essencial foram isolados: α-​terpineol (10.2​%)​, curzerene (8.9​%)​, pinocarvone (8.4​%) and (β-​thujene (7.1​%). 

Ações farmacológicas: Há referências de ação do extrato bruto sobre dor (GUEDES , A. et al XVI SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL 1996), sobre fungos e efeito antiedematogênico (VANDERLINDE –IV JORNADA CATAR. DE PL. MED. 2003). 

Estudo em ratos mostrou ação sobre dor do extrato hidroalcóolico (EH) quando usado intraperitonial, no uso oral não foi eficaz; Uma lactona sesquiterpênica isolada de H. brasiliense também mostrou ação (Trentin) . 

Em animais de laboratório mostrou atividade antidepressiva.
 

 

Referências:
GONÇALVES, Ana Elisa; Buerger, Cristiani; Amoah, Solomon K. S.; TolardoRogerioBiavattiMaique W.; de Souza, Marcia M. “The antidepressant-like effect of Hedyosmum brasiliense and its sesquiterpene lactone, podoandin in mice: Evidence for the involvement of adrenergic, dopaminergic and serotonergic systems.” From European Journal of Pharmacology (2012), 674(2-3), 307-314 (Scifinder)- Acesso 11 SET 2015. 

KIRCHNER, Karoline; Wisniewski, Alberto, Jr; Cruz, Alexandre Bella; BiavattiMaique W.; Netz, Daisy J. A. “Chemical composition and antimicrobial activity of Hedyosmum brasiliense Miq., Chloranthaceae, essential oil.” From Revista Brasileira de Farmacognosia (2010), 20(5), 692-699. (Scifinder) Acesso 11 SET 2015. 

LEITTMAN, P. Chloranthaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB006808 – Acesso em: 28 de março de 2012.,br> GUEDES , A. et al XVI SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL 1996. 

TRENTIN A. , Guedes A, Pizzolatti MG, Yunes RA, Calixto JB – “Antinociception caused by teh extract of Hedyosmum brasiliense and its active principle, the sesquiterpene lactone 13- hydroxy – 8 ,9 dehydroshizukanolide.” in Planta medica 1999 Aug ;65 : 517 21 

http://www.tropicos.org/Name/7300006?tab=synonyms – Acesso 11 SET 2015.

Tags: CefaléiaFebre

CHAMBÁ

07/01/2020 22:49

Justicia pectoralis  Jacq.

Acanthaceae  


 Sinonímias: Dianthera pectoralis (Jacq.) J.F. Gmel., Dianthera pectoralis (Jacq.) Murray, Ecbolium pectorale (Jacq.) Kuntze, Justicia pectoralis var. latifolia Bremek., Justicia stuebelii Lindau, Psacadocalymma pectorale (Jacq.) Bremek., Rhytiglossa pectoralis (Jacq.) Nees, Stethoma pectoralis (Jacq.) Raf., etc. 

Nomes populares:  Chambá, chachambá, anador, trevo-do-pará, trevo-cumaru; tilo, carpintero, té criollo (Cuba). 

Origem ou Habitat: Nativa da região tropical da América (Alonso, 2004; Gupta, 1995). 

Características botânicas:  Herbácea perene, suberecta, ascendente, com até 60 cm de altura, com ramos delgados, caule com pêlos curtos e engrossamento na região dos nós. Folhas inteiras, simples, opostas, lanceoladas ou ovado-lanceoladas, de 3 a 10 cm de comprimento, sem pêlos, acuminadas, com a base estreita e obtusa, com 0,7 a 2 cm de largura. Flores irregulares, com corola violácea, disposta em panículas terminais. Possui cápsula comprimida e estipitada. Multiplica-se por estaquia ou replantando-se pequenos ramos já enraizados (Matos, 2000).  

Obs.: Lorenzi & Matos (2002) e Matos (2000) descrevem em seus livros uma variedade botânica desta espécie, a Justicia pectoralis var. stenophylla Leon., enquanto Alonso (2004) e Gupta (1995) descrevem monografias mais completas sobre Justicia pectoralis Jacq. Ambas possuem os mesmos fins, sendo esta última também nativa da região tropical e conhecida por “chambá-falso” (Lorenzi & Matos, 2002). Alonso (2004) coloca que a incorporação da variedade stenophylla deve-se a suas qualidades aromáticas

Partes usadas:Folhas e flores. 

Uso popular:  Planta muito utilizada para problemas respiratórios como inflamações pulmonares, tosse, como expectorante, sudorífica (Lorenzi & Matos, 2002) e útil em crises de asma, bronquite e chiado no peito (Matos, 2000). Usada, principalmente em Cuba, como sedante (sendo seu uso mais comum neste país). No ano de 1990 a planta foi incluída em uma Resolução Oficial do Ministério da Saúde Pública de Cuba que autoriza seu uso como sedante do sistema nervoso nas Unidades de Saúde. No Haiti, as folhas são usadas para dores no estômago, e na Costa Rica é utilizada para tirar o catarro do pulmão (Gupta, 1995), enquanto em outras regiões do Caribe a planta inteira, macerada, é aplicada sobre ferimentos e torsões (Alonso, 2004). Na região Amazônica, as folhas do chambá são utilizadas em rituais pelos indígenas como um aditivo e aromatizante de misturas alucinógenas usadas em rapés. Empregada também como medicação contra reumatismo, cefaléia, febre, cólicas abdominais, como afrodisíaca (Lorenzi & Matos, 2002) e contra coqueluche (Drescher, 2001). 

Composição química:  Possui flavonóides como swertisina, swertiajaponina, ramnosil-2-swertisina e ramnosil-2-swertiajaponina. Contém traços de alcaloides indólicos, cumarina, dihidrocumarina, umbeliferona, beta-sitosterol, lignanas (justicina B, justicidina), betaína, ácidos palmítico e esteárico, ácido dihidroxifenilpropionico, beta-escopoletina e os seguintes aminoácidos: ácidos alfa e gama-aminobutírico, alanina, fenilalanina, glicina, hidroxiprolina, isoleucina, leucina, lisina, ornitina, prolina, serina, treonina, valina (Alonso, 2004), fosfoserina, asparagina (Gupta, 1995). Possui ainda N-metiltriptamina, N,N-dimetiltriptamina e vascina (Gupta, 1995). 

Em Cuba, a análise fitoquímica das partes aéreas registrou cumarinas (dihidrocumarina e umbeliferona); flavonóides (flavonas glicosiladas); saponinas; taninos; antraquinonas; betaína; aminoácidos; B-sitosterol e compostos fenólicos. 

Análise proximal de 100 g de folhas: calorias (44), água (85 g), proteína (3,9 g), gorduras (0,6 g), carboidratos (8,2 g), fibras (2,8 g), cinzas (2,3 g), cálcio (663 mg), ferro (7,4 mg), potássio (35 mg), caroteno (2.670 microg), tiamina (0,04 mg), riboflavina (0,2 mg), niacina (2,5 mg), ácido ascórbico (28 mg). Também foram reportados os seguintes oligoelementos: manganês, níquel, escândio e vanádio (Alonso, 2004). 

Ações farmacológicas: Em um estudo clínico duplo cego, que utilizou cápsulas do extrato aquoso liofilizado da planta em um grupo de pacientes e cápsulas de diazepam no grupo controle, comprovou-se o efeito sedante da planta e não se observou efeitos secundários nos pacientes tratados. Foram também reportadas atividades antibacteriana, relaxante da musculatura lisa, antagonista de serotonina e redutora de atividade espontânea (Gupta, 1995). Tanto a decocção das partes aéreas da planta em estado fresco como a infusão das partes aéreas em estado seco demonstraram atividade sedante em humanos adultos. Tendo em conta o emprego popular como alucinógeno, constatou-se em 10 pessoas normais, tratadas com a decocção das partes aéreas, modificações eletroencefalográficas significativas e sugestivas de atividade neurotrópica (Alonso, 2004). O extrato da planta possui ação broncodilatadora, analgésica e anti-inflamatória comprovada experimentalmente, justificando seu uso popular nos tratamentos de crises de asma, tosse, bronquite e chiado no peito (Matos, 2000). A cumarina extraída da planta tem atividade anti-inflamatória e cicatrizante comprovada (Gupta, 1995). A planta possui ação inseticida sobre o mosquito Aedes aegypti (Chariandy, et al., 1999). 

Interações medicamentosas: Não deve ser usada conjuntamente com anticoagulantes ou em pacientes com transtornos circulatórios.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Doses altas testadas em modelos animais não demonstraram sinais de toxicidade. Pode causar sonolência, dor de cabeça e enjoos. 

O emprego medicamentoso desta planta deve ser feito com cuidado de evitar o uso das folhas secas quando mal conservadas pelo risco de haver modificação química da cumarina, promovida por fungos, que podem transformá-la em dicumarol, substância que causa grave hemorragia por impedir a coagulação do sangue, usada inclusive em veneno para ratos (Lorenzi & Matos, 2002). 

Contra-indicações:  Pela falta de informações sobre a inocuidade da planta em situações como gravidez e lactação, não se recomenda o uso desta planta nestas situações (Alonso, 2004). 

Não consumir por mais de 30 dias consecutivos. 

Posologia e modo de uso: Utiliza-se a infusão das folhas frescas ou secas, 1 xícara (150ml) de 1 a 3 vezes por dia (Alonso, 2004; Drescher, 2001) ou na forma de xarope, feito só com o chambá ou em associação com malvariço (Plectranthus amboinicus) (Matos, 2000). 

Externamente, as folhas são maceradas e aplicadas localmente (Alonso, 2004). Pode ser utilizado o seu extrato hidroalcoólico, mediante percolação em uma solução água-etanol (7:3) (Alonso, 2004). 

 

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 1016-1018 

CHARIANDY, C. M., et al. Screening of medicinal plants from Trinidad and Tobago for antimicrobial and insecticidal properties. Journal of Ethnopharmacology, v. 64, n. 3, p. 265-270, March 1999. 

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 51/148/157/160/188/326/354. 

Formulario Nacional, Fitofármacos e Apifármacos. Ministerio de Salud Pública, Dirección Nacional de Farmacias. Ed.Ciencias Médicas, La Habana, Cuba, 2010. 

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia:. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995. p. 3-6. 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 37-38. 

MATOS, F. J. A . Plantas Medicinais: 

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. http://www.tropicos.org – Acesso em: 13 Junho de 2011.

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