ERVA-DOCE

10/01/2020 15:41

Pimpinella anisum   L.

Apiaceae  


Sinonímias: Anisum graveolens (L.) Crantz , Carum anisum (L.) Baill., Selinum anisum (L.) EHL Krause, Sison anisum (L.) Spreng., Tragium anisum (L.) Link.

Nomes populares:  Anis, anis-verde, erva-doce, pimpinela-branca.

Origem ou Habitat: É natural da Ásia e cultivada no Brasil, especialmente no Sul.

Características botânicas:  Erva aromática anual, ereta, de até 50 cm de altura. Folhas compostas de várias formas, fendidas. Flores brancas, dispostas em umbelas. Os frutos são aquênios, de sabor adocicado e cheiro forte.

Partes usadas: Frutos e sementes.

Uso popular:  Muito utilizada contra resfriado, tosse, bronquite, febre, cólicas, inflamações orofaríngeas, má digestão, flatulência, dispepsia, eructação, dor decorrente de transtornos digestivos funcionais, perda do apetite, para combater cólicas e dores de cabeça e como repelente de insetos, além de ser aromática e condimentar. Também pode ser utilizada em parasitoses intestinais leves, e menos frequentemente para promover a lactação, a menstruação, facilitar o parto, incrementar a libido e atenuar os sintomas do climatério. Uso pediátrico por via inalatória para hipersecreção brônquica. Externamente na pediculose, escabiose e em micoses cutâneas como pitiríase, candidíase e pé de atleta.

Composição química:  Óleo essencial (anetol 90-95%), álcoois, cetonas, hidrocarbonetos terpênicos, proteínas, carboidratos, glicosídeos, ácidos málico, cafeico e clorogênico, cumarinas, flavonóides, esteróides , acetilcolina (e seu precursor, colina),6 eugenol, pseudoisoeugenol, metilchavicol, anisaldeídos, scopoletin, umbelliferon, polienos e poliacetilenos.5 À exposição do óleo à luz solar ocorre a formação de dianetol (que possui ação estrogênica) e isoanetol (com ação tóxica).

Ações farmacológicas: Digestiva, carminativa, espasmolítica, expectorante, galactogoga, antifúngica, antiséptica, antiviral,6 antioxidante,5 estrogênica,³ mucolítica4 e sedativa, além de favorecer a absorção de ferro.¹ Tem uma moderada ação anti-helmíntica.7 Os componentes químicos eugenol e estragol têm ação anestésica, hipotérmica, relaxante muscular e anticonvulsivante.

Interações medicamentosas: Altas doses podem interferir com drogas anticoagulantes ou com inibidores da MAO (monoaminooxidase).¹ Os efeitos estrogênicos podem interferir com hormonioterapia de reposição e pílulas anticoncepcionais (apenas evidenciado em altas doses).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Altas doses ( de oleo essencial?))podem causar quadro alucinógeno ou neurotóxico (confusão mental, sonolência), podendo em casos extremos levar a paralisia muscular, transtornos respiratórios, convulsões e coma.¹ Reação alérgica ocasional da pele, trato respiratório ou trato gastrointestinal.

Contra-indicações:  O óleo essencial é contra-indicado para uso interno durante a gravidez e o aleitamento, em crianças menores de 6 anos e na presença de problemas crônicos gastrointestinais ou doenças neurológicas,4 em casos de alergia ao anis ou ao anetol² e na presença de tumores hormônio-dependentes.¹ Não se recomenda o uso tópico em pessoas hispersensíveis ou com história de alergias cutâneas.

Posologia e modo de uso: Uso interno – Infusão de uma colher de café dos frutos (vulgarmente conhecidos como sementes) em uma xícara de água fervente. Pode-se beber até 2 xícaras/dia. Nos casos de problemas digestivos ou cólicas, tomar o chá meia hora antes das refeições.6 Uso externo – óleo essencial dilúido a 10% em óleo de amêndoas.

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 162-166.

BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission E Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. p. 82-83.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 507-510.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 124-125.

GULCIN, I.; OKTAY, M.; KIRECCI, E.; KUFREVIOGLU, O.I. Screening of antioxidant and antimicrobial activities of anise (Pimpinella anisum L.) seed extracts. Food Chemistry, [S. I.], v. 83, n. 3, p. 371-382, 2003.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 484.

ÖZCAN, M. M.; CHALCHAT, J. C. Chemical composition and antifungal effect of anise (Pimpinella anisum L.) fruit oil at ripening stage. Annals of Microbiology, v. 56, n. 4, p. 353-358, Dez. 2006.

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