ERVA-SANTA

19/01/2020 23:07

Aloysia gratissima  (Gillies & Hook.) Tronc.

Verbenacea 


Sinonímias: Verbena gratissima Gillies & Hook. , Lippia gratissima (Gillies & Hook.)LD Benson.

Nomes populares:  Erva-santa, alfazema-do-brasil, erva-cheirosa, erva-da-graça, erva-da-colônia, mimo-do-brasil,garupá, erva de nossa senhora.

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (Sul e Sudeste).

Características botânicas:  Arbusto perene medindo de 2 a 2,5 m de altura. Folhas lisas, ovaladas, opostas, aromáticas; as folhas menores reúnem-se em fascículos axilares. Inflorescência racemosa formada por numerosas flores brancas. Fruto tipo aquênio.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular:  É utilizado na medicina caseira como excitante, aromática e condimentar; para hipertensão, colesterol, dores de cabeça, estômago, gripe, nervos e fígado. É comum mascar a folha para aliviar mal estar gástrico e azia. Além do uso como chá, as folhas são misturadas à erva-mate para consumo no chimarrão. Ocasionalmente é utilizada como cerca-viva, pois aceita podas drásticas e suas inflorescências são muito ornamentais.

Informações científicas: 🐁(AN): Foram citadas atividades neuroprotetoras, antioxidantes e antidepressivas para o extrato aquoso das folhas, sugerindo-se que esta espécie tem potencial para tratar transtornos neurológicos e depressivos (Zeni, 2011). Outro trabalho demonstrou interações do extrato aquoso das folhas da A. gratissima com os sistemas serotoninérgico, noradrenérgico e dopaminérgico (Zeni, 2013) . Foi relatada ainda a atividade antiedematogênica (Vandresen, 2010). 🧪(VI): Estudo mostrou atividade antimicrobiana, em modelos de biofilmes de Streptococcus mutans, em diferentes frações purificadas do extrato alcoólico das folhas de A. gratissima (Freires, 2015). O óleo essencial e frações de sesquiterpenos apresentaram atividade antiesquistossomótica para Leishmania amazonenses (Garcia, 2018).

Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas da A. gratissima tem boa resposta em sintomas de gripes e resfriados. Também pode ser usada para dores epigástricas, azia e má digestão, tanto com o uso interno da infusão ou mascando-se as folhas. Os usuários do infuso desta planta referem ter melhora do humor.

Posologia e modo de usar: 

🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia, por no máximo duas semanas. Aloysia gratissima pode ser associada à espécie Maytenus ilicifolia (espinheira-santa), para tratamento de úlceras gástricas, através do uso interno da infusão preparada em 1 xícara (200mL) de água fervente com até 4 folhas frescas de cada planta até 3 vezes ao dia, por no máximo 15 dias.

Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso, assim como deve-se evitar seu emprego na gestação, lactação e em crianças menores de 06 anos. Não há relatos de efeitos adversos e/ou tóxicos.

Composição química:  No óleo essencial de flores de espécimes coletadas no Uruguai foram isolados e identificados os seguintes elementos: Globulol, sabineno, cariofileno e epoxi-cariofileno.

 

Referências:
1. Ethnopharmacol. 2013 Jul 30;148(3):914-20. Evidence of the involvement of the monoaminergic systems in the antidepressant-like effect of Aloysia gratissimaZeni AL1, Zomkowski AD, Maraschin M, Tasca CI, Rodrigues AL..

2. https://sites.google.com/site/florasbs/verb-e/aloysia-gratissima – Acesso 28 Março 2014.

3. http://www.tropicos.org/Name/33700918 -Acesso 28 Março 2014.

4. ZENI, A. L., et al., Antidepressant-like and neuroprotective effects of Aloysia gratissima: Investigation of involvement of larginine-nitric oxide-cyclic guanosine monophosphate pathway. Journalof ethynopharmacology, 2011 (137)pags. 864-874. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874111004843?via%3Dihub

5. ZENI, A. L., Evidence of the involvement of the monoaminergic systems in the antidepressant-like effect of Aloysia gratissima. Journal of Ethnopharmacology. 2013 Jul 30; 148(3):914-20. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874113003930?via%3Dihub

6. VANDRESEN, F. et al., Constituintes químicos e avaliação das atividades antibacteriana e antiedematogênica de Aloysia gratissima (Gillies & Hook.) Tronc. e Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Pers.,Verbenaceae. Rev. bras. farmacogn. [Online]. 2010, vol.20, n.3, pp.317-321. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbfar/a/qKVZVbXSJSJ5SSVCjXYN6vm/?lang=pt#

7. FREIRES, I., et al., The Effect of Essential Oils and Bioactive Fractions on Streptococcus mutans and Candida albicans Biofilms: A Confocal Analysis, Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, vol. 2015. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4363662/

8. GARCIA, M., et al., The in vitro antileishmanial activity of essential oil from Aloysia gratissima and guaiol, its major sesquiterpene against Leishmania amazonensis. Parasitology,1-9. (2018). Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29352826/

 

Tags: AnticolesterolêmicoAromáticaAziaCefaléiaCondimentoExcitanteGripeHipertensãoOrnamental

AVEIA

28/12/2019 02:11

Avena sativa  L.

Familia botânica:Poaceae 

SinonímiasAvena byzantina K. Koch, Avena fatua subsp. sativa (L.) Thell., Avena fuscoflora Schur, e outras 166 sinonímias.

Nomes populares: Aveia, aveia-comum, aveia-branca(BRA), avena (Spanish), cultivated oat (English, United States), Oat (English), yan mai, etc.

Partes usadas: Farinha ou flocos.

Características botânicas: A Avena sativa é uma planta anual, bem adaptada ao clima subtropical do sul do Brasil, sendo cultivada nos três estados. Seus flocos são facilmente adquiridos no comércio de alimentos. Os grãos da aveia possuem casa forte e fibrosa, que não é comestível, sendo necessário sua remoção. Os grãos descascados são submetidos ao vapor para inativação de enzimas, tostados e então flocados. O método deflocagem produz flocos grandes ou inteiros, flocos médios e finos, que quando submetidos à moagem fornecem a farinha e o farelo de aveia.

Uso popular:  A aveia tem sido muito utilizada ao longo dos anos na alimentação humana e animal. Na medicina caseira tem seu emprego no equilíbrio do ciclo menstrual, alívio da dismenorreia, osteoporose e infecção do trato urinário. É considerada estimulante, antiespasmódica, diurética e neurotônica. O leite de aveia é utilizado para aliviar afecções da pele.

Informações científicas:

👥(HU): A literatura reporta que o uso tópico da aveia é eficaz como coadjuvante no tratamento de dermatites e assaduras.N ão há evidência clara do benefício de dietas contendo grãos integrais sobre os fatores de risco de doenças cardiovasculares como pressão arterial e dislipidemia.

Observação do uso clínico em Florianópolis: A aveia pode ser utilizada na alimentação de pessoas convalescentes (em processo de recuperação após doenças) ou em casos de dislipidemia (colesterol elevado). Utiliza-se a água de aveia com boa resposta em casos de dermatoses pruriginosas (que causam coceiras), em banhos para dermatites de fraldas e em compressas para aliviar queimaduras de sol.

Modo de Usar

Acrescentar na dieta alimentar o mingau da farinha de aveia ou dos flocos de aveia para pessoas convalescentes ou com dislipidemia.

Preparo de água de aveia: Colocar duas colheres de sopa de flocos de aveia orgânico em um pano limpo, enrolar para manter a aveia empacotada e posteriormente emergir em uma bacia contendo meio litro de água; ficar apertando até a água ficar “leitosa”. Utilizar essa água para fazer banhos em compressas para dermatoses pruriginosas (coceiras), dermatites de fraldas e queimaduras do sol.

Cuidados no uso desta espécie: 

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso. Não existem estudos sobre a con-traindicação dessa planta.

Referências: 

KALAAJI, A. N.; WALLO, W., A randomized controlled clinical study to evaluate the effectiveness of an active moisturizing lotion with colloidal oatmeal skin protectant versus its vehicle for the relief of xerosis. Journal Of Drugs In Dermatology. Rochester, p. 1265-1268. 1 out. 2014

REYNERTSON, A. K. et al., Anti-inflammatory activities of colloidal oatmeal (Avena sativa) contribute to the effectiveness of oats in treatment of itch associated with dry, irritated skin. Journal Drugs Dermatology.. Skillman, p. 43-48. jan. 2015

33. Kelly S., et al., Whole grain cereals for the primary or secondary prevention of cardiovascular disease. Cochrane Data-base of Systematic Reviews 2017, Issue 8. Art.34.

Brown L, Rosner B, Willett W W, Sacks F M. Cholesterol-lowering effects of dietary fiber: a meta-analysis. American Journal of Clinical Nutrition 1999; 69(1): 30-42.

WORTHINGTON, H. V., et al. Interventions for preventing oral mucositis for patients with cancer receiving treatment. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011.

SINGH, Rajinder; De, Subrata; Belkheir, Asma Avena sativa (Oat)​, A Potential Neutraceutical and Therapeutic Agent: An Overview – Critical Reviews in Food Science and Nutrition (2013), 53(2), 126-144. (Scifinder art. 8) Acesso 8 SET 2015.

ZHANG, Wei-Ku; Xu, Jie-Kun; Zhang, Li; Du, Guan-Hua “Flavonoids from the bran of Avena sativa” – Zhongguo Tianran Yaowu (2012), 10(2), 110-114. (Scifinder art.9) Acesso 8 SET 2015.

http://www.tropicos.org/Name/25509314?tab=synonyms – Acesso 9 SET 2015.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Aveia-comum – Acesso 9 SET 2015.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-oxidanteAnticolesterolêmicoAntidiabéticoCicatrizante