CHÍA

08/01/2020 15:22

Salvia hispanicL.
Lamiaceae (antiga Labiatae) 


Sinonímias: Salvia hispanica var. chionocalyx Fernald, Salvia hispanica var. intonsa Fernald, Salvia prismatica Cav., Salvia schiedeana Stapf, entre outras. 

Nomes populares:  Chía, chaaú (Guatemala), Chan (El Salvador), Chía (Guatemala, Honduras, Mexico, Chiapas). 

Origem ou Habitat: Nativa das áreas montanhosas que se entendem desde o oeste central do México até ao norte da Guatemala. As maiores plantações encontram-se ao norte da Argentina e em Bolívia.(dados de 1996). 

Características botânicas:  Planta herbácea, anual, medindo até 1 m de altura, apresentando folhas opostas de 4 a 8 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. As flores são hermafroditas, púrpuras a brancas e aparecem em espigas terminais. A floração ocorre nos meses de verão, logo aparecendo os frutos em forma de aquênios indeiscentes. As sementes são pequenas, ovaladas, planas e lustrosas, medindo 2 mm de comprimento por 1,5 mm de largura, sendo de cor variada, preta, marron-escura, branca ou cinza, com manchas irregulares em sua superfície. (ALONSO, J., 2010). 

Partes usadas:Sementes. 

Uso popular:  A chía era cultivada pelos Astecas pré-colombianos e era tão importante quanto o cultivo do milho, como alimento. 

Usada popularmente para controle da diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, como anti-inflamatória, antioxidante, anti-coagulação do sangue, laxante, antidepressivo, ansiolítico, analgésico, visão e melhorador imunológico. 

Composição química:  Contém ácidos graxos (o ácido alfa-linolênico constitui 60% dos ácidos graxos totais da chia), proteínas, vitaminas, minerais e compostos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico, miricetina, quercetina e kaempferol). 

Valor nutricional de 100 g: 486 kcal; Carbohydrates 42.12 g; Dietary fiber 34.4 g; Gordura 30.74 g, Saturated 3.330, monounsaturated 2.309, Polyunsaturated omega 3 (17.8 g), omega 6 (5.8 g); Protein 16.54 g; Vitamins: Vitamin A equiv. 54 ug (7%), Thiamine (B1) 0.62 mg (54%), Riboflavin (B2) 0.17 mg (14%), Niacin (B3) 8.83 mg (59%), Folate (B9) 49 ug (12%), Vitamin C 1.6 mg (2%), Vitamin E 0.5 mg (3%); Minerals: Calcium 631 mg (63%), Iron 7.72 mg (59%), Magnesium 335 mg (94%), Manganese 2.723 mg (130%), Phosphorus 860 mg (123%), Potassium 407 mg (9%), Sodium 16 mg (1%), Zinc 4.58 mg (48%). 

Ações farmacológicas: As sementes de chia, por serem ricas em ácidos graxos poiisaturados Õmega-3 possuem efeitos cardio-protetores (redução de arritmias ventriculares, efeito anti-trombótico, diminuição dos níveis de lipídeos, efeito inibitório sobre aterosclerose e inflamação, redução da síntese de citoquinas inflamatórias, etc.)(Infochia, 2010 apud Alonso, 2010). 

A chia contém uma quantidade de compostos com atividade antioxidante bem constatada (miricetina, quercetina, kaempferol e o ácido caféico). Estes compostos são antioxidantes primários e sinérgicos entre si, contribuindo para a neutralização de radicais livres no organismo. (Nestel P. et al, 1997 apud Alonso, 2010) 

As sementes de chia possuem atividade hipotrigliceridemiante, isto é, reduzem os níveis de triglicerídeos no sangue (Chicco A. et al., 2009 apud Alonso, 2010). 

Interações medicamentosas: Observar pacientes em uso de anticoagulantes como aspirina ou derivados da cumarina, pela possível ação dos ácidos graxos Ômega-3 que reduzem a adesão plaquetária.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: No geral o óleo de chia e seus extratos são bem tolerados.

Posologia e modo de uso: O consumo mínimo diário é de 500 mg de óleo de Ômega-3 e se obtém com uma ingesta de 0,8 g de óleo de chia ou uma colher de café. 

Observações: Reza a lenda que os guerreiros Maias consumiam apenas um punhado de semente de chia e guerreavam por dois dias – por essa razão o nome chia, que significa força. Eles valorizavam tanto essas sementes que a utilizavam também como moeda. 

A chia, o milho e os feijões foram os alimentos fundamentais da dieta de muitas populações pré-colombianas da América. O desenvolvimento do cultivo de chia teve seu auge no México pré-hispânico, até ser interrompido no século XVI, quando os “conquistadores” invadiram a América. A chia foi perseguida até quase sua extinção por considerá-la sacrílega, porque ela constituía o principal elemento das cerimônias dedicadas aos deuses aztecas. (ALONSO, 2010) 

As folhas de chia contém um alto nível de óleos essenciais, que servem a planta como repelente de insetos, e pelo qual evita-se utilizar agrotóxicos para proteger os cultivos (ALONSO, 2010).
 

 

Referências:
ALONSO, J. “Alimentos funcionais e nutracêuticos”, Argentina, 2010. 

ULLAH, Rahman; Nadeem, M.; Khalique, A.; Imran, M.; Mehmood, S.; Javid, A.; Hussain, J. “Nutritional and therapeutic perspectives of Chia (Salvia hispanica L.)​: a review”. From Journal of Food Science and Technology (New Delhi, India) (2015), Ahead of Print. | (Scifinder) Acesso 02 FEV 2016. 

http://www.falecomanutricionista.com.br/para-que-serve-a-chia/ 

http://www.tropicos.org/Name/17600586 – Acesso 02 FEV 2016. 

https://en.wikipedia.org/wiki/Salvia_hispanica – Acesso 02 FEV 2016.

Tags: AnalgésicoAnsiolíticoAnti-coagulanteAnti-inflamatórioAnti-oxidanteAntidepressivoComestívelDiabetesDislipidemiaHipertensãoLaxanteNutritiva

CAMAPÚ

05/01/2020 16:40

Physalis angulata   L. 
Solanaceae 


Sinonímias: Physalis angulata var. capsicifolia (Dunal) Griseb., Physalis capsicifolia Dunal, Physalis esquirolii H. Lév. & Vaniot, Physalis lanceifolia Nees, Physalis linkiana Nees, Physalis ramosissima Mill.

Nomes populares:  Bucho-de-rã, camapú, camapum, joá, joá-de-capote, juá-de-capote, mata-fome, balão, balãozinho, camaru,(SIMAS, 2005) mulaca, bolsa-mulaca, tomate-silvestre, cereja-de-inverno(STASI; HIRUMA-LIMA, 2002) cut-leaf ground-cherry (English, United States), ku zhi (Pinyin, China), lance-leaf ground-cherry (English, United States), Popa o Chimbonba (Spanish, Nicarágua, Manágua).

Origem ou Habitat: É nativa do Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal)(STEHMANN et al, 2012).

Características botânicas:  Herbácea ereta, anual, ramificada, de 40-70 cm de altura, com folhas simples, membranáceas, de margens denteadas, de 3 a 5 cm de comprimento. Flores de cor creme, geralmente solitárias, de cerca de 1 cm de diâmetro. Os frutos são bagas globosas, envolvidos pelas sépalas concrescentes, conferindo ao conjunto a forma de um pequeno balão inflado.

Ocorrem no Brasil outras espécies deste gênero com propriedades mais ou menos semelhantes, das quais as mais comuns são Physalis pubescens L. e Physalis neesiana Sendt.

A espécie Physalis alkekenji L. é muito encontrada na Europa Central e Meridional, China e Indochina, e também possui propriedades e usos semelhantes.

O nome do gênero Physalis vem do grego physa = “bexiga, bolha”, referindo-se à forma do fruto.

Partes usadas: Folhas, frutos maduros e raízes.

Uso popular:  Planta usada pelos índios Amazônicos há muito tempo, e seus frutos (maduros) comestíveis são muito apreciados pelos habitantes da região e pelos animais em geral. A infusão das folhas é empregada pelos índios como diurético, anti-inflamatório e desinfetante para doenças da pele. Na medicina popular é empregada no tratamento caseiro do reumatismo crônico, problemas renais, da bexiga e do fígado, febre, vômitos, sedativo, anti-inflamatório, doenças da pele, afecções do baço e icterícia(MATOS, 1997), prevenção do aborto, infecções pós-parto(TAYLOR, 2004), hemorragia, cólica, náusea, diarréia, dispepsia, congestão, edema, nefrose, asma, hepatite, dor em geral, abcessos, acaríase, micoses, vermes, malaria, hemorróidas, gonorréia, infertilidade. Utilizada também em inflamações do tipo purulentas e problemas do reto, inflamações da garganta e do trato gastrointestinal, cervicite, tratamento da doença do sono (tripanossomíase), síncope, hemostasia (externamente), para facilitar o parto e para tratar febre oriunda da dengue(SIMAS, 2005).

Composição química:  Planta inteira: flavonóides, alcalóides, fitosteróis (estigmasterol, sitosterol), ácidos graxos (entre eles ácido nonacosanóico, octadecanóico, 14-metilpentadecanóico)(TOMASSINI, et al, 1996) aianina, ácido clorogênico, colina, ixocarpanolídeo, miricetina, figrina, fisagulinas de A a G, fisalinas de A a K, fisangulídeo, vamanolídeo, vitaminimina, vitangulatina A, vitanolídeo D, vitanolídeo T, vitafisanolídeo,10 β-felandreno, β-damascenona, hidrocarbonetos, terpenóides, ácidos carboxílicos, ácido oleanólico(SIMAS, 2005).

Ações farmacológicas: Estudos em laboratório: imunomoduladora (ROSAS, et al.,1998), tripanossomicida (RIBEIRO, et al, 1998), antineoplásica(SOARES, et al., 1998), antiespasmódica, bactericida, antiviral, moluscicida, miocontractora, hipotensor, anticoagulante(TAYLOR, 2004)

Estudos farmacológicos recentes ainda em andamento mostraram, em animais de laboratório, atividade imunoestimulante, ação citotóxica para diversos tipos de células cancerosas e atividade antiviral (inclusive contra o HIV e o HSV-1 causador do herpes labial). Porém esses estudos ainda não são suficientes para justificar seu uso terapêutico, a não ser quanto ao tratamento local das crises de herpes labial. Um estudo in vitro e um estudo em animais indicaram que esta planta ou princípios ativos isolados desta planta têm ação hipotensora e anticoagulante(TAYLOR, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Perturbações digestivas quando ingeridos os frutos verdes (CUNHA et al., 2003 ; DUKE, 2009).

Doses elevadas podem provocar diarreia (STUART, 1981).

Contra-indicações:  Os frutos verdes são tóxicos e não devem ser ingeridos (DUKE, 2009). Pessoas com distúrbios de coagulação, com problemas cardíacos ou com hipotensão não devem utilizar esta planta sem supervisão e conselho de um profissional de saúde qualificado (TAYLOR, 2004; AMARAL, 2005).

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (chá) de folhas para 1 xícara de água fervente. Tomar de 1 a 3 xícaras ao dia. O fruto maduro pode ser ingerido cru ou cozido (DUKE, 2009). Cozimento da raiz para afecções do fígado, do baço e icterícia(MATOS, 1997).
 

 

Referências:

AMARAL, Ana Cláudia F., SIMÕES, Elaine V., FERREIRA, José Luiz P (Coordenadores). Coletânea científica de plantas de uso medicinal. 20. ed. Rio de Janeiro. FIOCRUZ, 2005. Pp. 147-164

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p.120.

DUKE, J. A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S. I.]: CRC Press, 2009. p. 535-537.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 455

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. p. 91.

RIBEIRO, I. M. et al. Avaliação da atividade tripanossomicida “in vitro” de Physalis angulata L. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 15, 1998, Águas de Lindóia, SP. [Águas de Lindóia], 1998. p. 56.

ROSAS, E. C. et al. Avaliação imunofarmacológica de frações da raiz de Physalis angulata L. (Solanaceae). In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 15, 1998, Águas de Lindóia, SP. [Águas de Lindóia], 1998. p. 73.

SIMAS, N. K. Physalis angulata L. – Coletânea Científica de Plantas de Uso Medicinal. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005. p. 147-160.

SOARES, R. O. A. et al. Avaliação da atividade antineoplásica, in vitro, de extratos de Physalis angulata L. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 15, 1998, Águas de Lindóia-SP. [Águas de Lindóia], 1998.

STASI, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: UNESP, 2002. p. 399-400.

TAYLOR, L. The Healing Power of Rainforest Herbs: A Guide to Understanding and Using Herbal Medicinals. [S. I.]: [s. i.], 2004.

TOMASSINI, T. C. B. et al. Investigação dos constituintes químicos presentes em Physalis angulata L. – Raízes – Parte II. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 14, 1996, Florianópolis-SC.

STEHMANN, J. R. et al. Solanaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014697 – Acesso em: 17 de maio de2012.

http://www.tropicos.org/Name/29600086 – Acesso em: 24 de novembro de 2011

Tags: Anti-inflamatórioCólicaCongestãoDiuréticoFebrehemorragiasNáuseaNutritivaReumatismoSedativoVômitos

BARDANA

30/12/2019 23:46

Arctium lappa  L.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasLappa lappa (L.) H. Karst., Arctium chaorum Klokov, Arctium lappa subsp. majus Arènes, Arctium majus (Gaertn.) Bernh., Lappa vulgaris Hill, Lappa major Gaertn.

Nomes populares: Baldrana, erva-dos-tinhosos, pegamassa, carrapicho-de-carneiro e carrapicho-grande(Brasil), beggar’s-button, cockle-button, edible burdock, harlock, gobo (English, United States), great burdock (English, Canada).

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e Ásia , cresce em regiões temperadas.

Características botânicas: Planta bianual, com caule robusto, pode alcançar até 2 m de altura, folhas muito grandes, ás vezes dentadas, podendo chegar até 50 cm de comprimento. Flores lilases, pequenas, em capítulos de 3-5cm de diâmetro. Os frutos são pequenos aquênios de cor escura e espinhosos que no conjunto formam carrapichos. Raízes carnosas, compridas, medindo de 25 a 70 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas, frutos, sementes e raízes.

Uso popular: Raízes e folhas são usadas como depurativo, diurético, anti-reumático (gota) e desintoxicante do fígado; também como analgésico local (folhas aquecidas em cólicas infantis, dor de ouvidos) e antiinflamatório. É muito usada em doenças da pele como alergias, seborréias, caspa e queda de cabelo, furúnculos, eczemas, picadas de insetos e de animais peçonhentos; em úlceras varicosas, psoríase, cobreiro e zipra (erisipela). Os frutos são usados como anti-diabéticos.

Composição química: Nas raízes: inulina (30-50%); compostos poliacetilênicos, acetilênicos sulfurados; ácidos fenólicos; ácidos voláteis e ácidos hidroxilados; mucilagens; flavonóides; fitosteróis, .

  • As folhas contém lactonas sesquiterpênicas (arctiopicrina) e outros.
  • As sementes contém ácidos fixos (linoléico, oléico, clorogênico).

Do ponto de vista nutricional a raiz de bardana fornece: proteínas, glicídios, fibras, cálcio, fósforo, ferro, vitamina A, B1, riboflavina, niacina e vitamina C.

Ações farmacológicas: Diversas pesquisas ao longo do século passado têm comprovado sua ação antimicrobiana contra germens Gram (+) , Gram (-) e fungos oportunistas, principalmente pela ação da arctiopicrina.

Esta planta teve ação inibitória (in vitro) sobre o vírus HIV.

  • Atividade sobre fígado e vesícula – Foi demonstrada ação colerética e colagoga devido principalmente aos ácidos fenólicos. Também foi comprovada importante ação antioxidante do extrato sobre os hepatócitos.
  • Ação hipoglicemiante – Estudos pré-clínicos comprovaram efeitos hipoglicemiantes da bardana. Os mesmos estudos com as sementes, determinaram que a arctigenina seria o componente responsável por essa ação.
  • Antitumoral – Foi demonstrado em estudos pré-clínicos que a arctiína exerce ação quimiopreventiva sobre substâncias indutoras de câncer de mama, cólon, fígado e pâncreas. A raiz de bardana teve efeito inibitório sobre cultivo de células tumorais.
  • Dermatologia – foi demonstrado que a raiz fresca, ou seu decocto concentrado tem ação sobre seborréia facial, impetigo e acne . Também teve efeito sobre eczema descamante, onde há inflamação e deficiência imunológica.

Foi observado, “in vitro”, ação antiagregante plaquetária.

Melhorou a resposta imune humoral em ratos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A bardana é uma espécie vegetal considerada muito segura para o emprego em humanos, tendo sido descrito um caso de toxicidade com o emprego de um preparado comercial em forma de chá, o qual continha quantidades importantes de alcalóides da família Solanaceae tais como a atropina (Bryson P. et al., 1978, apud Alonso, 2004). Pode aumentar o efeito hipoglicêmico dos agentes associados à hipoglicemia (DRUGS, 2022).

Pode causar irritação ocular. Há casos descritos de hipersensibilização cutânea (dermatite de contato) no uso prolongado (Rodriguez e cols., 1995). A presença de onopordopicrina se mostrou tóxica em alguns trabalhos experimentais, in vitro (Souza Brito A. e cols., 1995). Altas doses de arctiina podem causar convulsões, hiperpnéia, piloereção, cianose.

Contra-indicações: Contra-indicações ainda não foram identificadas, porém evitar o uso em gestantes e lactantes. Houve efeitos adversos documentados, incluindo indução da contração musculatura uterina (DRUGS, 2022).

Posologia e modo de uso: As doses relatadas incluem 6g/dia de chá de raiz de bardana. Em estudos realizados em pacientes com câncer de pâncreas refratário avançado, recomendou-se 12g/dia de extrato da fruta de Bardana. As folhas também foram usadas e estudadas como ataduras antiaderentes no tratamento de feridas (DRUGS, 2022).

Observações: As espécies do gênero Arctium são conhecidas por serem fontes ricas de lignanas. A arctina, uma lignana encontrada em sementes da Arctium lappa, também foi isolada da Arctium minus (Erdemoglu, et al., 2008).

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

ERDEMOGLU, N. et al. Estimation of anti-inflammatory, antinociceptive and antioxidant activities on Arctium minus (Hill) Bernh. ssp. minus. Journal of Ethnopharmacology, [S. I.], Jan., 2009, v. 121, n. 2, p. 318-323, . Acesso em: 21 de junho de 2011

FERRO, D. Fitoterapia: Conceitos Clínicos. São Paulo: Atheneu, 2008.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

RODRIGUEZ, P.; BLANCO, J.; JUSTE, S. Allergic contact dermatitis due to burdock. Contact Dermatitis, [S. I.: s. i.], 1995. v.33, p. 5-134.

http://www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/A15bardana.htm – Acesso em: 08 junho 2011.

http://www.tropicos.org – Acesso em: 08 junho 2011.

Diabetologia. 2012 May;55(5):1244-6. Epub 2012 Feb 23.New expectations from the well-known medicinal properties of Arctium lappa.

Miele C, Beguinot F.Source- Dipartimento di Biologia e Patologia Cellulare e Molecolare, Università di Napoli Federico II, Via S Pansini 5, 80131 Naples, Italy.

Chevallier ,Andrew – Encyclopedia of herbal medicine ; D K publishing 2000

Bull Exp Biol Med. 2011 Jun;151(2):194-6. Effects of drugs of plant origin on the development of the immune response. Borsuk OS, Masnaya NV, Sherstoboev EY, Isaykina NV, Kalinkina GI, Reihart DV. Source Institute of Pharmacology, Siberian Division of Russian Academy of Medical Sciences, Tomsk, Russia

Bull Exp Biol Med. 2011 Jun;151(2):194-6.

Tumor specific cytotoxicity of arctigenin isolated from herbal plant Arctium lappa L. Susanti S, Iwasaki H, Itokazu Y, Nago M, Taira N, Saitoh S, Oku H. Source United Graduate School of Agricultural Sciences, Kagoshima University, 1-21-24 Korimoto, Kagoshima, 890-0065, Japan.

Burdock. Drugs. 2022. Disponível em: www.drugs.com/npp/burdock.html. Acesso em: 10 maio de 2023.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-reumáticoDepurativoDesintoxicanteDiuréticoSeborreia

AVEIA

28/12/2019 02:11

Avena sativa  L.

Familia botânica:Poaceae 

SinonímiasAvena byzantina K. Koch, Avena fatua subsp. sativa (L.) Thell., Avena fuscoflora Schur, e outras 166 sinonímias.

Nomes populares: Aveia, aveia-comum, aveia-branca(BRA), avena (Spanish), cultivated oat (English, United States), Oat (English), yan mai, etc.

Partes usadas: Farinha ou flocos.

Características botânicas: A Avena sativa é uma planta anual, bem adaptada ao clima subtropical do sul do Brasil, sendo cultivada nos três estados. Seus flocos são facilmente adquiridos no comércio de alimentos. Os grãos da aveia possuem casa forte e fibrosa, que não é comestível, sendo necessário sua remoção. Os grãos descascados são submetidos ao vapor para inativação de enzimas, tostados e então flocados. O método deflocagem produz flocos grandes ou inteiros, flocos médios e finos, que quando submetidos à moagem fornecem a farinha e o farelo de aveia.

Uso popular:  A aveia tem sido muito utilizada ao longo dos anos na alimentação humana e animal. Na medicina caseira tem seu emprego no equilíbrio do ciclo menstrual, alívio da dismenorreia, osteoporose e infecção do trato urinário. É considerada estimulante, antiespasmódica, diurética e neurotônica. O leite de aveia é utilizado para aliviar afecções da pele.

Informações científicas:

👥(HU): A literatura reporta que o uso tópico da aveia é eficaz como coadjuvante no tratamento de dermatites e assaduras.N ão há evidência clara do benefício de dietas contendo grãos integrais sobre os fatores de risco de doenças cardiovasculares como pressão arterial e dislipidemia.

Observação do uso clínico em Florianópolis: A aveia pode ser utilizada na alimentação de pessoas convalescentes (em processo de recuperação após doenças) ou em casos de dislipidemia (colesterol elevado). Utiliza-se a água de aveia com boa resposta em casos de dermatoses pruriginosas (que causam coceiras), em banhos para dermatites de fraldas e em compressas para aliviar queimaduras de sol.

Modo de Usar

Acrescentar na dieta alimentar o mingau da farinha de aveia ou dos flocos de aveia para pessoas convalescentes ou com dislipidemia.

Preparo de água de aveia: Colocar duas colheres de sopa de flocos de aveia orgânico em um pano limpo, enrolar para manter a aveia empacotada e posteriormente emergir em uma bacia contendo meio litro de água; ficar apertando até a água ficar “leitosa”. Utilizar essa água para fazer banhos em compressas para dermatoses pruriginosas (coceiras), dermatites de fraldas e queimaduras do sol.

Cuidados no uso desta espécie: 

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso. Não existem estudos sobre a con-traindicação dessa planta.

Referências: 

KALAAJI, A. N.; WALLO, W., A randomized controlled clinical study to evaluate the effectiveness of an active moisturizing lotion with colloidal oatmeal skin protectant versus its vehicle for the relief of xerosis. Journal Of Drugs In Dermatology. Rochester, p. 1265-1268. 1 out. 2014

REYNERTSON, A. K. et al., Anti-inflammatory activities of colloidal oatmeal (Avena sativa) contribute to the effectiveness of oats in treatment of itch associated with dry, irritated skin. Journal Drugs Dermatology.. Skillman, p. 43-48. jan. 2015

33. Kelly S., et al., Whole grain cereals for the primary or secondary prevention of cardiovascular disease. Cochrane Data-base of Systematic Reviews 2017, Issue 8. Art.34.

Brown L, Rosner B, Willett W W, Sacks F M. Cholesterol-lowering effects of dietary fiber: a meta-analysis. American Journal of Clinical Nutrition 1999; 69(1): 30-42.

WORTHINGTON, H. V., et al. Interventions for preventing oral mucositis for patients with cancer receiving treatment. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011.

SINGH, Rajinder; De, Subrata; Belkheir, Asma Avena sativa (Oat)​, A Potential Neutraceutical and Therapeutic Agent: An Overview – Critical Reviews in Food Science and Nutrition (2013), 53(2), 126-144. (Scifinder art. 8) Acesso 8 SET 2015.

ZHANG, Wei-Ku; Xu, Jie-Kun; Zhang, Li; Du, Guan-Hua “Flavonoids from the bran of Avena sativa” – Zhongguo Tianran Yaowu (2012), 10(2), 110-114. (Scifinder art.9) Acesso 8 SET 2015.

http://www.tropicos.org/Name/25509314?tab=synonyms – Acesso 9 SET 2015.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Aveia-comum – Acesso 9 SET 2015.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-oxidanteAnticolesterolêmicoAntidiabéticoCicatrizante

AROEIRA

28/12/2019 00:37

Schinus terebinthifolia  Raddi.

Anacardiaceae 


SinonímiasSacortheca bahiensis Turcz., Schinus mellisii Engl., Schinus mucronulata Mart., Schinus terebinthifolia var. damaziana Beauverd, Schinus terebinthifolia var. raddiana Engl.

Nomes populares: Aroeira, aroeira-branca, aroeira-da-praia, aroeira-do-brejo, aroeira-do-campo, aroeira-do-paraná, aroeira-mansa, aroeira-negra, aroeira-pimenteira, aroeira-precoce, aroeira-vermelha, aguaraíba, bãlsamo, cabuí, Cambuí, coração-de-bugre, corneíba, fruto-de-raposa, fruto-de-sabiá, coração-de-bugre.

Características botânicas: Árvore mediana com 5-10 m de altura, perenifólia, dióica, de copa larga e tronco com 30-60 cm de diâmetro, revestido de casca grossa. Folhas compostas imparipinadas, com 3 a 10 pares de folíolos aromáticos, medindo de 3 a 5 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura. Flores masculinas e femininas muito pequenas, dispostas em panículas piramidais. Fruto do tipo drupa, globóide, com cerca de 5 cm de diâmetro, aromático e adocicado, brilhante e de cor vermelha, conferindo às plantas, na época da frutificação, um aspecto festivo. Ocorre ao longo da Mata Atlântica desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Pode ser cultivada a partir de sementes ou por estaquia.

Uso popular: As cascas em decocção em banhos de assento são usadas principalmente por mulheres por vários dias após o parto como antiinflamatório e cicatrizante, além de serem indicados para reumatismos, artrite, distensões, dores e fraquezas musculares, ciática e inflamações em geral. As preparações feitas com suas cascas podem ser usadas no tratamento tópico de ferimentos na pele e das mucosas em geral, infectados ou não, nos casos de cervicite e hemorróidas inflamadas, e inflamações das gengivas e da gargantas na forma de gargarejos, bochechos e compressas feitas com o cozimento. A casca é também utilizada no tratamento de doenças dos sistemas urinário e respiratório, hemoptise, hemorragia uterina, azia, gastrite como depurativa, febrífuga, no tratamento de afecções uterinas e para uso local em menorragia e leucorréia. A decocção da entrecasca é utilizada em uso interno para tosse, diarréia e reumatismo. As folhas e frutos são adicionados à água de lavagem de feridas e úlceras. Na região do Vale do Ribeira(SP), o macerado das folhas em aguardente é usado externamente como cicatrizante, analgésico e contra coceiras. A infusão das folhas é usada internamente contra reumatismo e a mastigação das folhas frescas é indicada como cicatrizante e para gengivites. Ferver a aroeira com folha de batata é indicado para gargarejos em problemas de afecções das cordas vocais. Outras indicações medicinais incluem seu uso como tônica, diurética, estimulante, analgésica, adstringente, hemorragia/sangramento, calafrios, gripes, resfriados, conjuntivite, hemoptise, Os frutos são usados como substitutos de pimenta, vendidos como “pimenta-rosa”.¹ Além dos usos medicinais, fornece madeira para mourões, lenha e carvão, e é amplamente cultivada na arborização de ruas e praças.

Composição química: Alto teor de tanino, biflavonóides e ácidos triterpênicos nas cascas e de até 5% de óleo essencial formado por mono e sesquiterpenos nos frutos e nas folhas. Em todas as partes da planta foi identificada a presença de pequena quantidade de alquil-fenóis, substâncias causadoras de dermatite alérgica em pessoas sensíveis. Os principais componentes do óleo essencial das folhas foram α-pineno, β-mirceno, ∆-2-careno, p-cimeno e limoneno, e dos frutos trans-carveol, carvacrol, limoneno glicol, elemol, óxido de cariofileno, 10-epi-γ-eudesmol, β-eudesmol e α-eudesmol(6). Nas folhas da planta foram encontrados os seguintes minerais: cálcio (2020 mg/100 g), cobre (1,11 mg/100 g), ferro (6,70 mg/100 g), magnésio (97,9 mg/100 g), manganês (3,04 mg/100 g), zinco (2,26 mg/100 g) e sílica (0,2%).

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, cicatrizante, antimicrobiana para fungos e bactérias, tônica, adstringente, anti-reumática, anticancerígena, antidepressiva, antihepatotóxica, antiviral, afrodisíaca, digestiva, diurética.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Podem aparecer fenômenos alérgicos na pele e mucosas; caso isso aconteça, suspenda o tratamento e procure o médico o mais cedo possível(4). Os frutos podem causar irritação do trato gastrointestinal.

Contra-indicações: Sugere-se o uso com moderação, evitando-se o uso prolongado, por tratar-se de espécie com vários efeitos tóxicos. Não deve ser usada em gestantes, pois foi observado em laboratório efeito de contração uterina.

Observações: A aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Allemão) possui as mesmas propriedades e pode ser usada da mesma maneira, para as mesmas indicações, em sua região de ocorrência mais para o interior do país, enquanto a espécie descrita é mais acessível às populações do litoral. Aroeira salso (Schinus molle L.) também é utilizada como medicinal e na culinária.

 

 

Referências: 
DUKE, James A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, Mary Jo; OTTESEN, Andrea R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [s. l.]: CRC Press, [2009?]. Pp. 610-612.

FRANCO, Ivacir João; FONTANA, Vilson Luiz. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim-RS: Livraria Vida, 2004. Pp. 124.

LOPES, Maria de Fátima Gomes et al. Estudo mineral de plantas medicinais. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE. MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife, 2000?]. Pp. 125.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 63-64.

MATOS, F. J. Abreu. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1997. Pp. 70-71.

SANTOS, Wellington Oliveira et al. Estudo comparativo dos constituintes químicos do óleo essencial das folhas e frutos da aroeira da praia. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE. MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife, 2000?]. Pp. 144.

STASI, Luiz Claudio di; HIRUMA-LIMA, Clélia Akiko. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: UNESP, 2002. Pp. 344-350.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioArtriteCicatrizanteDiarreiasGengivitehemorragiasHemorróidaReumatismoTosse

ARNICA-DO-CERRADO

28/12/2019 00:30

Lychnophora ericoides   Mart.

Asteraceae (antiga Compositae) 


SinonímiasLychnophora brunioides var. affinis (Gardner) Sch. Bip, Lychnophora pinaster Mart., Vernonia pinaster (Mart.) Less., Lychnophora rosmarinus var. eurosmarinus Sch. Bip., entre outras.

Nomes populares: arnica-do-cerrado, arnica-mineira, arnica-brasileira, arnica-do-campo, candeia, pau-de-candeia e pinheirinho-do-campo.

Origem ou Habitat: gênero Lychnophora é endêmico dos campos rupestres dos estados da Bahia, Goiás e Minas Gerais (SEMIR, 1991). Situam-se em altitudes superiores a 800 m de altitude e localizam-se, em sua maior extensão, na cadeia do Espinhaço (MG), na chapada Diamantina (BA) e em suas disjunções, sobretudo em Goiás e Mato Grosso (MENEZES; GIULIETTI, 1986).

Os campos rupestres representam uma das áreas mais críticas e ameaçadas (LARA; FERNANDES, 1996; MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 1999.

Características botânicas: É uma espécie arbustiva de até 3 m de altura, com folhas lineares e estreitas (1-3 mm de largura) e inflorescências formadas por glomérulos contendo capítulos com flores violáceas; o fruto é do tipo cipsela e está localizado em diferentes regiões do capítulo floral (SEMIR, 1991).

Cipsela: nome dado aos aquénios (frutos) procedentes de um ovário ínfero e de mais de um carpelo. Ex: fruto das Asteraceae.

Partes usadas: Ramos, folhas e flores.

Uso popular: Contusão, inchaço, inflamação, hematomas, traumatismos e varizes.

Composição química: flavonóides, friedelina, quercetina, ácido lienofóico (derivado do cariofileno), 15-desoxigoiazenolídeo (lactona sesquiterpênica), glicosídeo.

Ações farmacológicas: Anti-inflamatório, anestésico e cicatrizante(CERQUEIRA et al., 1987; OLIVEIRA et al., 1996; BORSATO et al., 2000 Apud LOPES, S.W.,2008).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não usar internamente. É hepatóxico.

Contra-indicações: Não usar internamente.

Posologia e modo de uso: Infusão, extrato, cataplasma, pomada.

Cataplasma: infusão de uma xícara de chá dos ramos com folhas para 2 xícaras de água fervente. Aplicar nos locais afetados após esfriar;

Compressas: infusão de 2 xícaras de ramos cortados para meio litro de água. Esfriar e aplicar 3 vezes ao dia por 15 minutos.

Observações: Existe a espécie Lychnophora granmogolense (Duarte)Semir & Leitão Filho, com distribuição concentrada nos estados da Bahia e Minas Gerais, chamada de “arnica-da-serra”.
 

 

Referências: 
FERREIRA, Leandro de Santis – “Análise de variação populacional e caracterização dos metabólitos secundários presentes nas folhas de Lychnophora granmongolense (Duarte) Semir & Leitão Filho”. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, 2010. Acesso 16 Julho 2015.

GRAEL CF1, Vichnewski W, Souza GE, Lopes JL, Albuquerque S, Cunha WR. “A study of the trypanocidal and analgesic properties from Lychnophora granmongolense (Duarte) Semir & Leitão Filho.” Phytother Res. 2000 May;14(3):203-6.Acesso 16 Julho 2015

LOPES, S.W. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS DE AQUÊNIOS DE Lychnophora ericoides Mart. (arnica-do-campo) DE UMA POPULAÇÃO OCORRENTE NA SERRA DA BOCAINA, REGIÃO DO ALTO PARANAÍBA, MINAS GERAIS, 2008.

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies Lychnophora_pinaster.htm

http://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/1709/1/CaracteristicasFisicasFisiologicas.pdf- Acesso 14 Julho 2015.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-33062009000100027&script=sci_arttext

Acesso 14 Julho 2015. http://www.tropicos.org/Name/2701007?tab=synonyms – Acesso 14 Julho 2015.

Tags: Anti-inflamatórioContusõesInchaçoTraumatismosVarizes

ARNICA WEDÉLIA

28/12/2019 00:15

Sphagneticola trilobata (L.) Pruski

Familia botânica; Asteraceae.


SinonímiasSphagneticola ulei O. Hoffm.; Wedelia brasiliensis (Spreng.) S.F.Blake; Wedelia paludosa DC.; Complaya trilobata (L.) Strother; Thelechitonia trilobata (L.) H.Rob. & Cuatrec.; Wedelia trilobata A.St.-Hil.;

Nomes populares: Arnica-do-mato, arnica-do-brejo, pseudo-arnica, vedelia, vadelia, malmequer, mal-me-quer do brejo, margaridão, pingo-de-ouro (SILVA, 2001), insulina vegetal (no Rio Grande do Sul).

Observação: Diversas espécies da família botânica Asteraceae são conhecidas pelo nome popular “arnica”, sendo amplamente utilizadas na medicina popular em todo o Brasil. A origem etimológica da palavra arnica deriva do grego “arnakis”, que significa “pelos de carneiro” e provavelmente refere-se às sépalas cobertas de pelos macios que cercam a flor.

Saiba mais sobre as as diferentes plantas conhecidas como “arnica aqui.

Origem ou Habitat: Planta nativa do Brasil, ocorre naturalmente ao longo da costa brasileira e de outros países do conesul.

Características botânicas: .Sphagneticola trilobata é uma planta herbácea, espontânea, perene com folhas trilobatas e capítulos florais amarelos. A espécie apresenta caules castanho-avermelhados e pode ser propagada por estaquia, sendo um planta espontânea e muito comum em todo o sul do Brasil. Tolera sombreamento, porém floresce com mais intensidade ao sol. É também usada como planta ornamental.

Partes usadas: Flores e folhas.

Uso popular: A população utiliza a alcoolatura da planta para uso externo em casos de dores, afecções do trato respiratório e infecções bacterianas. Na forma de tinturas é indicada para contusões, machucados, ferimentos, nevralgias, anemia e coqueluche. No Rio Grande do Sul, onde a planta é conhecida pelo nome popular de “insulina vegetal”, usa-se a infusão das folhas para casos de diabetes.

Observação do uso clínico em Florianópolis:  O uso externo na forma de compressas, da alcoolatura, tintura ou infusão preparada com as partes aéreas desta planta tem bons resultados em dores musculares, articulares, contusões e machucados.

Informações científicas: 👥(HU): Estudo acompanhou o uso da infusão das folhas de S. trilobata por cinco agricultoras (mulheres com idade entre 48 e 74 anos) como coadjuvante no tratamento da diabetes mellitus, sem informar se foi eficaz para o controle da glicemia. 🐁(AN): Estudo in vivo realizado em camundongos mostrou redução da hepatotoxicidade induzida por paracetamol devido à provável ação dos terpenos presentes no extrato bruto da S. trilobata administrados por via oral levando a uma redução significativa no tamanho das lesões. 🧫🦠(IV): Estudo in vitro realizado com extrato etanólico do caule e flor mostrou atividade antimicrobiana, antioxidante e anti-inflamatória. Os resultados mostram ação antimicrobiana do extrato alcoólico frente a cepas Gram-positivas e Gram-negativas.

Modo de usar:

Uso interno: A segurança do uso interno desta planta ainda não está bem estabelecida, devendo o seu uso ser realizado somente acompanhado por profissional especialista.

Uso externo: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das partes aéreas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, realizar o uso tópico na forma de compressa local com auxílio de um algodão ou pano limpo, até 3 vezes ao dia, por no máximo duas semanas, para alívio de dores reumáticas, artralgias e contusões.

Tintura: preparada com as partes aéreas na proporção de 1:10 em álcool 70% e 1:5 em álcool 90%. Deixar armazenado em garrafa de vidro e em local escuro por 15 dias e utilizar para uso tópico na forma de compressas com auxílio de um algodão ou pano limpo para alívio de dores reumáticas, artralgias e contusões.

Cuidados no uso desta espécie: 

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Deve-se evitar o uso durante a gestação e a lactação.

Devido à falta de informações sobre seus efeitos colaterais deve-se realizar o uso interno desta planta somente com acompanhamento profissional.

Em casos isolados pode provocar reações alérgicas com formação de vesículas e necrose.

Atentar para possíveis reações em pessoas com sensibilidade a plantas da família Asteraceae.
Não aplicar em lesões abertas.

Composição química: Luteolina (flores e caules), ácido caurenóico (em maior concentração nas raízes), chalcona coreopsina (flores), esteróides e terpenóides (raízes),³ friedelan-3β-ol, ácido ent-16β-hidroxi-cauran-19-óico,¹ wedelactona(8) paludolactona,² ácido grandiflorênico(RONAN,2009) estigmasterol, glicosídeos de estigmasterol e sitosterol, ésteres derivados do ácido oleanóico(CARVALHO, et al., 2001).

Óleo essencial: (E)- cariofileno, α- pineno, canfeno, dentre outros.

Diterpenos: Ácido caurenoico

Flavonoides: Luteolina, Coreopsin

Lactonas sesquiterpenicas: Paludolactona

Esteroides: Estigmasterol

Ácidos fenólicos: Ácido clorogênico, ácido -5-O-cafeoilquinico, ácido -3-O-cafeoilquinico, dentre outros.

 

Referências: 

LEMÕES,M.A.M, et al.  The Use Of the Plant Sphagneticola trilobata Farmers Affected By Diabetes Mellitus. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental (Universidade estadual do Rio de Janeiro), Rio de Janeiro, v. 1, n. 4, p.2733-2739, 2012. Trimestral.

ROSA, J. M., et al., Protective effect of crude extract from Wedelia paludosa (Asteraceae) on the hepatotoxicity induced by paracetamol in mice. Journal of Pharmacy and Pharmacology, 58: 137–142. (2006).

GOVINDAPPA M., et al., Antimicrobial antioxidant and in vitro antiinflammatory activity of ethanol extract and activep hytochemical screening of Wedelia trilobata (L.) Hitchc. Journal of Pharmacognosy and Phytotherapy, Karnataka, v. 3, n.3, p.43-51, 2011.

MICHALAK, I. E. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis: EPAGRI, 1997. 60p.

SILVA, R. C. Plantas Medicinais na Saúde Bucal. Vitória: [s. i.], 2001. p. 113.

 

http://www.tropicos.org/- Acesso em: 03 de agosto de 2023.

 

Tags: Anti-inflamatórioAntibacterianaAnticonvulsivaCandidíaseTosse

ARNICA DA PRAIA I I

27/12/2019 17:50

Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass.

Asteraceae 


SinonímiasCacalia porophyllum L., Cacalia ruderalis (Jacq.) Sw., Kleinia porophyllum (L.) Willd., Kleinia ruderalis Jacq., Porophyllum ellipticum Cass. , Porophyllum ellipticum var. ruderale (Jacq.) Urb., Porophyllum macrolepidium Malme, Porophyllum obscurum (Spreng.) DC, etc.

Nomes populares: Arnica, arnica-do-campo, couvinha, couve-cravinho, cravo-de-urubu, cravinho, couve-de-galinha, erva-couvinha(DRESCHER, 2001), herva-fresca(HOEHNE, 1978), couve-de-veado, arruda-de-galinha(GALINA, 1998), arnica-do-mato, picão-branco, arnica-da-praia, Pápaloquelite (México), etc.

Observação: Diversas espécies são conhecidas popularmente como “arnicas” saiba mais no link: Arnicas

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (LORENZI & MATOS, 2002).

Características botânicas: Planta herbácea, ereta, de caule ramificado na parte superior. Chega a medir 60 a 120 cm de altura. Suas folhas são verde-escuras, apresentando tom mais claro na face inferior. Flores brancas e fruto do tipo aquênio. Toda a planta exala cheiro característico, intenso (MATOS, 1997).

Partes usadas: Folhas, raízes.

Uso popular:  Planta utilizada pela população no combate a hipertensão, aterosclerose, varizes, hemorróidas, relatada no tratamento da pressão baixa e fadiga mental. Utilizada contra vertigens e hemorragias. Em forma de decocto é usada como diaforética e nas afecções do útero. O uso tópico da tintura na forma de compressa é utilizada para amenizar dores provocadas por batidas e contusões. Esta espécie é ainda utilizada na culinária como tempero.

Informações científicas: Não foram encontrados estudos clínicos e pré-clínicos referentes a esta espécie.

Observação do uso clínico em Florianópolis: Planta pouco citada na prática clínica. Utilizada pela população como planta alimentícia.

Modo de usar: A segurança do uso interno desta planta ainda não está bem estabelecida.

Cuidados no uso desta espécie:

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas e seus efeitos colaterais, o seu uso interno e/ou concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Deve-se evitar o uso durante a gestação e a lactação.

Em casos isolados pode provocar reações alérgicas com formação de vesículas e necrose (atentar para possíveis reações em pessoas com sensibilidade a plantas da família Asteraceae)

Composição química: A análise fitoquímica da planta Porophyllum ruderale demonstrou a presença dos seguintes constituintes: óleos essenciais(principalmente limoneno, α-pineno, mirceno e trans-ocimeno)(DEVINCENZI, et al., 1996), carotenóides, ácidos graxos, alcalóides, agliconas flavônicas, cumarinas, taninos catéquicos, aminas quatenárias, flavonóides, antocianinas, polissacarídeos, saponinas, mucilagens, compostos acetilênicos derivados do tiofeno, triterpenóides e derivados do timol, além de nitrato de potássio(DEVINCENZI, et al., 1996).

Composição do óleo essencial das partes aéreas de Porophyllum ruderale coletadas na Venezuela: foram identificados 23 compostos, os principais constituintes foram uma mistura de limoneno e B-felandreno (50,3%), sabineno (20,2%), undeceno (4,7%), 4-terpineol (3,8%), alfa-pineno (2,9%); Outros: germacreno-D (com atividade antibacteriana), undeceno, trideceno, cis-p-2-menthen-1-ol, linalol, mirceno, p-cimeno, alfa-terpineno, gama-terpineno, beta-cariofileno, p-mentha-1(7),8-dieno, etc.

  • Óleo essencial: α-copaeno, fitol, mirceno, dentre outros.
  • Derivados de Tiofeno: 5-metil-2,2 ′: 5 ′, 2 ″ -tertiofeno e 5′-metil- [5–4(4-acetoxi-1-butinil)] – 2,2 ′ bi-tiofeno.

 

Referências: 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p.170-171.

MARONI, B. C.; STASI, L. C.; MACHADO, S. R. Plantas Medicinais do Cerrado de Botucatu. São Paulo: UNESP, 2006. 56p.

SILVA, J. R. et al. Identificação da droga e do extrato fluido de Porophyllum ruderale Cass. – Compositae. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 13, 1994. Fortaleza-CE. Programas e Resumos. [Fortaleza-CE: Expressão, 1994]. N. 042.

SILVA, S. A. R. et al. Estudo das atividades farmacológicas [antiinflamatória e antiulcerogênica] e determinação da toxicidade aguda do extrato bruto hidroalcoólico da Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 14, 1996. Florianópolis,SC. Programa e Resumos. [Florianópolis, 1996?]. 88p

http://www.backyardnature.net/n/07/thumbs/070615pg.htm – Acesso em: 29 de março de 2012.

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000115053 – Acesso em: 29 de março de 2012.

http://people.ufpr.br/~marcia/artigos/arnica.pdf – acesso em 29 de março de 2012.

http://www.medicinatradicionalmexicana.unam.mx/monografia.php?l=3&t=P%C3%A1palo_o_papaloquelite&id=7743 – Acesso em: 29 de março de 2012.

Takahashi, Helena Teru; Novello, Claudio Roberto; Ueda-Nakamura, Tania; Dias Filho, Benedito Prado; Palazzo de Mello, Joao Carlos; Nakamura, Celso Vataru – Thiophene derivatives with antileishmanial activity isolated from aerial parts of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass- From Molecules (2011), 16, 3469-3478. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 7 Jul 2014.

RAGGI, Ludmila et al. Differentiation of twoPorophyllum ruderale(Jacq.) Cass. subspecies by the essential oil composition. Journal Of Essential Oil Research, [s.l.], v. 27, n. 1, p.30-33, out. 2014.

Rondon, Maria E.; Delgado, Jonathan; Velasco, Judith; Rojas, Janne; Rojas, Luis B.; Morales, Antonio; Carmona, Juan – Chemical composition and antibacterial activity of the essential oil from aerial parts of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. collected in Venezuela, From Ciencia (Maracaibo, Venezuela) (2008), 16(1), 5-9. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 7 Jul 2014.

TAKAHASHI, Helena Teru et al. Thiophene Derivatives with Antileishmanial Activity Isolated from Aerial Parts of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. Molecules, [s.l.], v. 16, n. 5, p.3469-3478, 26 abr. 2011.

Fonsceca, Maira C. M.; Barbosa, Luiz C. A.; Nascimento, Evandro A.; Casali, Vicente W. D.- Essential oil from leaves and flowers of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cassini (Asteraceae)-By – From Journal of Essential Oil Research (2006), 18(3), 345-347. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 7 Jul 2014.

http://www.postgradoeinvestigacion.uadec.mx/AQM/No.%204/AQM4fitoquimicos.html – Acesso em: 29 de março de 2012.

POROPHYLLUM ruderale (Jacq.) Cass. Disponível em: https://www.tropicos.org/name/2701154. Acesso em: 01 ago. 2020.

Tags: Anti-inflamatórioContusõesEdemaEscarashemorragiasHipotensãoLaxantePicada de CobraTraumatismos

ANDIROBA

27/12/2019 17:08

Carapa guianensis  Aubl.

Meliaceae 


Sinonímias:Carapa nicaraguensis C.DC., Granatum guianense (Aubl.)Kuntze, entre outros.

Nomes populares: Andiroba, andiroba-saruba, carapá, carape, nandiroba, yani, tibiru, aboridan, cedro-macho, e outros.

Origem ou Habitat: Esta árvore é própria de climas tropicais úmidos (América do Sul na Região Amazônica, em várzeas secas e alagadiças; América Central e África).

Características botânicas: Árvore de grande porte, atingindo 30 m de altura. Casca grossa e amarga, facilmente destacável em grandes lascas ou placas. Folhas compostas, longo-pecioladas, pinadas, de 80-120 cm de comprimento com 12 a 18 folíolos opostos, de cor verde-escuro. Inflorescência axilar em panículas, de 30 cm de comprimento, com flores pequenas, perfumadas, de cor creme. O fruto é uma cápsula lenhosa e subglobosa, deiscente de quatro valvas que se separam e liberam de 4 a 12 sementes de 4-5 cm de comprimento.

Partes usadas: Sementes, folhas, flores e cascas.

Uso popular: O óleo extraído das sementes de andiroba é usado como repelente de insetos e problemas da pele, como cicatrizante e anti-inflamatório. Infusões e decocções com suas folhas, flores e córtex são recomendadas popularmente como anti-inflamatória, analgésica, antibacteriana, anti-parasitária, antifebril, anti-tumoral. O óleo é usado em cosmética como emoliente e hidratante. A casca amarga é considerada um bom coadjuvante como parasiticida e febrífugo.

Composição química: Óleo das sementes:(30-60%) estearina, oleína, palmitina, glicerina, ácidos palmítico, linolênico, mirístico, linolêico, esteárico, araquidônico e palmitoleico. (Alonso, 2004; Lorenzi & Matos, 2002; Revilla, 2000).

A fração não saponificável(2-5%) do óleo das sementes de andiroba é composto por diferentes tetranortriterpenóides chamados de limonóides: 6alfa-acetoxygedunin (C30H36O8), 7-deacetoxy-7-oxogedunin (C26H30O6), andirobin (C27H32O7), gedunin (C28H34O7), methyl-angolensate (C27H34O7) (art.2, scifinder), entre outros.

Na composição do óleo essencial das folhas foram identificados 23 compostos, dos quais os mais abundantes são: biciclogermacreno, alfa-humuleno, B-germacreno e trans-b-cariofileno.

No óleo das flores foram encontrados limonóides chamados de andirolides Q,R,S,T,L,V; gedunin, andirobin, mexicanolides.

  • Limonoides: Carapanolidos A – X, guianolídeos A e B, andirolideos A – Y, 6α-acetoxigedunina, 7-desacetoxi-7-oxogedunina, 7-desacetilgedunina, 6α-acetoxi-7-desacetilgedunina, 7-desacetoxi-7α-hidroxidunidina, 6α-hidroxidunidina, dentre outros.
  • Geduninas: Guianensis, gedunina, 6α-acetoxigedunina e 7-desacetoxi-7-oxogedunina.
  • Óleo essencial: β-cariofileno, α –humuleno, germacreno, dentre outros.

Ações farmacológicas: Antifebril, anti-inflamatório, cicatrizante, antimicrobiano,

Os andirolides S e T apresentaram atividade citotóxica contra linhas de células de leucemia.(art.17 scifinder).

Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura pesquisada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não encontrado na literatura pesquisada.

Contra-indicações: Não encontrado na literatura pesquisada. Por precaução, as gestantes e lactantes devem evitar o uso interno.

Posologia e modo de uso: Uso externo: O óleo das sementes: como repelente de insetos, inclusive o “mucuim”, ácaro microscópico que ataca a pele de pessoas que andam na mata; para tratar feridas, artrite, distensões musculares; afecções da pele, inclusive psoríase; como cicatrizante e anti-inflamatório,

Decocção das cascas e folhas a 20% para afecções da pele;

Fitocosmético: xampus, cremes, loções.

Uso interno: Decocção das cascas a 10% para combater febres e vermes intestinais.

Sementes são purgativas.

Observações: O óleo de andiroba é muito usado na região amazônica para iluminação das malocas e para lustrar móveis.

Fórmula dermatológica patenteada nos EEUU: composição tópica contendo óleo de andiroba, calêndula, camomila, lavanda e óleo de sementes de uva para psoríase e outras desordens dermatológicas como eczema e celulite.

Outras espécies:Carapa procera DC., Carapa touloucouna Guillem. ex Perr. e Carapa grandiflora Sprague.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

ITF: Índice terapêutico fitoterápico, 1.ed. Petrópolis,RJ:EPUB, 2008.

REVILLA, J. Plantas da Amazônia: 1a. ed. SEBRAE/Manaus/AM,2000

https://scifinder.cas.org/scifinder/view/scifinder/scifinderExplore.jsf (artigos 02,12,14,17,18) Acesso 08 Jan 2015.

Pereira, Tiago B.; Rocha e Silva, Luiz F.; Amorim, Rodrigo C. N.; Melo, Marcia R. S.; Zacardi de Souza, Rita C.; Eberlin, Marcos N.; Lima, Emerson S.; Vasconcellos, Marne C.; Pohlit, Adrian M.“In vitro and in vivo anti-malarial activity of limonoids isolated from the residual seed biomass from Carapa guianensis (andiroba) oil production” – Malaria Journal (2014), 13, 317/1-317/8, 8 pp.. (art.2)

das Gracas Henriques, Maria; Penido, Carmen – “The Therapeutic Properties of Carapa guianensis”. Current Pharmaceutical Design (2014), 20(6), 850-856. (art.12) Acesso 8 Jan 2015

Meccia, Gina; Quintero, Patricia; Rojas, Luis B.; Usubillaga, Alfredo; Velasco, Judith; Diaz, Tulia; Diaz, Clara; Velasquez, Jesus; Toro, Maria – Chemical composition of the essential oil from the leaves of Carapa guianensis collected from Venezuelan Guayana and the antimicrobial activity of the oil and crude extracts, Natural OLIVEIRA, Iara dos Santos da Silva et al. Carapa guianensis Aublet (Andiroba) Seed Oil: Chemical Composition and Antileishmanial Activity of Limonoid-Rich Fractions. Biomed Research International, [s.l.], v. 2018, p.1-10, 6 set. 2018.Product Communications (2013). 8(11), 1641-1642.(art.14) Acesso 8 Jan 2015

HIGUCHI, Keiichiro et al. Guianolactones A and B, Two Rearranged Pentacyclic Limonoids from the Seeds of Carapa guianensis. Chemistry – An Asian Journal, [s.l.], v. 12, n. 23, p.3000-3004, 2 nov. 2017.

MARQUES, Jéssica Araújo; MARTINS, Daiane; RAMOS, Cleverson Agner. Pharmacological activity and isolated substances from Carapa guianensis Aubl. Journal Of Chemical And Pharmaceutical Research, Manaus, v. 8, n. 3, p.75-91, 2016.

NINOMIYA, Kiyofumi et al. Hepatoprotective Limonoids from Andiroba (Carapa guianensis). International Journal Of Molecular Sciences, [s.l.], v. 17, n. 4, p.591-602, 19 abr. 2016.

Sakamoto, Asami; Tanaka, Yuji; Inoue, Takanobu; Kikuchi, Takashi; Kajimoto, Tetsuya; Muraoka, Osamu; Yamada, Takeshi; Tanaka, Reiko – Andirolides Q-V from the flower of andiroba (Carapa guianensis, Meliaceae), Fitoterapia (2013), 90, 20-29. (art.17) Acesso 8 Jan 2015

Morse, Tammy Jeanette; Selmont, Thomas Anthony –“Topical composition containing carapa (andiroba) oil for psoriasis and other related dermatological disorders”. From U.S. (2013), US 8545904 B1 20131001. Acesso 8 Jan 2015

TESKE & TRENTINI – Compêndio de Fitoterapia-Herbarium,2a. ed. Curitiba/PR, 1995

http://www.florflores.com/carapa-guianensis/- Acesso 9 Jan 2015.

https://origin-scifinder.cas.org/scifinder- Acesso 1 Jan 2015.

http://www.tropicos.org/Name/20400362 – Acesso 1 Jan 2015.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-parasitáriaAntibacterianaAntifebrilCicatrizanteRepelente

AÇAFRÃO DA ÍNDIA

26/12/2019 01:12

Curcuma longa  L.

Zingiberaceae 


Sinonímias:

Curcuma domestica Valeton, Amomum curcuma Jacq., Stissera curcuma Raeusch.

Nomes populares: cúrcuma, açafrão-da-índia, açafrão-da-terra, açafroa, turmeric, gengibre-dourada, mangarataia.

Origem ou Habitat: Índia.

 

Características botânicas: Segundo a descrição de LORENZI & MATOS(2008): planta herbácea, perene, caducifólia, aromática, possui folhas grandes, longamente pecioladas, invaginantes e oblongo-lanceoladas. Flores amareladas, pequenas, dispostas em espigas compridas. As raízes terminam em um rizoma elíptico, de onde partem vários rizomas menores, todos marcados em anéis de brácteas secas. Cada rizoma mede até 10 cm de comprimento e quando cortados mostram uma superfície de cor alaranjada, exalando cheiro forte e agradável e com sabor aromático e picante.

É cultivada em todo o mundo tropical.

Partes usadas: rizomas.
Uso popular: É utilizada como condimento na culinária de quase todo o mundo. A Comissão “E” de Fitoterapia (1997) e o Instituto Federal Alemão de Medicamentos confirmam as seguintes indicações para a Curcuma longa: tônico estomacal que estimula as secreções digestivas gástricas e facilita a digestão, combate a flatulência e atonia estomacal, além de ser um tônico biliar e protetora do fígado.

 

Composição química: Curcuminóides ou corantes (2-9%): curcumina ou diferuloilmetano (60%), curcumina I,II,III; dihidrocurcumina, ciclocurcumina. As curcuminas por oxidação convertem-se em vanilina.

Óleo essencial (1,5-5,5%): composto aproximadamente 60% pela lactona sesquiterpênica turmerona, além de zingibereno, alfa e gama-atlantona, bisaboleno, guayano, germacreno, 1,8-cineol, borneol, delta-sabineno, ácido caprílico, deshidroturmerona, 1-fenil-HO-N-pentano, limoneno, linalol, eugenol, curcumenol, ukonan A, B e C , curcumenona e felandreno.

Outros: polissacarídeos A,B,C e D, arabino-galactano, sais de potássio, resina , glicídeos (amido) ao redor de 40-50%.

 

Ações farmacológicas: De acordo com a grande quantidade de trabalhos realizados, especialmente com os curcuminóides, que são os corantes amarelos abundantes no rizoma, a cúrcuma possui atividade hepatoprotetora, colerética, digestiva, hipolipemiante, hipoglicemiante, antimicrobiana, anti-inflamatória, anti-oxidante, imunoestimulante, anti-agregante plaquetário, entre outras.

A substância zingibereno possui propriedades anti-ulcerosas, o 1-fenil-hidroxi-N-pentano estimula as secreções de secretina, gastrina e sucos pancreáticos além de contribuir para a manutenção do ph gástrico. O eugenol e o zingibereno são os responsáveis pelas propriedades carminativas. As substâncias que estão envolvidas com as propriedades hepatoprotetoras são as curcuminas, coadjuvantes são borneol, turmenona, eugenol e ácido cafeico. Alguns estudos apontam que a curcumina poderia ter ação colecistocinética e um efeito antiinflamatório. O rizoma da cúrcuma contém alguns compostos anticancerígenos: curcumina e curcuminóides, betacarotenos, curcumenol, curdiona, turmenona, terpineol e limoneno. Possuem efeito protetor frente ao câncer de pele, de duodeno, de mama e câncer de cólon.

 

Interações medicamentosas: A presença de substâncias com atividade anticoagulante pode interferir com aqueles pacientes que estão recebendo tratamento anticoagulante.

 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Vários estudos demonstraram a ausência de toxicidade da cúrcuma, inclusive com doses muito elevadas (8 g). Relato de um usuário atribuiu ao açafrão da Índia a alteração no ritmo cardíaco que percebeu após o uso.

 

Contra-indicações: A cúrcuma possui efeito emenagogo e não se recomenda na gravidez. Não há informação suficiente para determinar a sua segurança durante a lactância. É contra-indicada para crianças menores de 4 anos, pessoas com oclusão das vias biliares e úlceras gástricas.

 

Posologia e modo de uso: A dose terapêutica está em torno de 300 mg de curcumina, 3 x ao dia. Os rizomas da cúrcuma possuem entre 4 e 5% de curcumina e a dose terapêutica corresponde a 6 gr de raiz fresca ao dia .

Uso na alimentação: a cúrcuma é empregada como corante culinário e constitui um dos principais condimentos na mistura que compõe o curry, integrado juntamente com pimenta, coentro, canela, gengibre, cravo da índia, cardamomo, cominho e noz moscada.

É muito utilizado na arte culinária goiana e mineira.

 

Observações: O rizoma de Curcuma longa encontra-se aprovado pelas Farmacopéias da Alemanha, Brasil, Chile, China, Korea, Espanha, EEUU, França, Holanda, Índia, Indonésia, Japão, ex-URSS e Vietnam.

Faz parte do 1º fascículo das monografias selecionadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2000).

Faz parte da lista de drogas vegetais aprovadas para uso humano pela Comissão “E” de Monografias da Alemanha (Blumenthal, M., 2000).

Na indústria têxtil oriental é empregada para tingir seda, lã e algodão, inclusive a vestimenta dos monges budistas.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BLUMENTHAL, M. et al. German Federal Institute for Drugs and Medical Devices. Commission “E” – The complete German Commission E monographs: therapeutic guide to herbal medicine. Austin, Texas: Ed. American Botanical Council, 2000.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.botanical-online.com/curcuma_longa_propiedades_medicinales.htm – acesso em: 12 de setembro de 2012.

http://www.tropicos.org/Name/34500029?tab=synonyms – acesso em: 12 de setembro de 2012

Tags: Anti-agregante plaquetárioAnti-inflamatórioAnti-oxidanteAntimicrobianoHepatoprotetoraHipoglicemianteHipolipemianteImunoestimulante