MALVA-DE-DENTE

14/02/2020 22:44

Malva parviflora  L.

Malvaceae


Nomes populares: Malva-de-dente, malva, small-flowered mallow (Ingles, Canada), little mallow (Ingles, Estados Unidos).

Origem ou Habitat: Europa, Ásia e África.

Características botânicas: Herbácea anual, medindo entre 0,5 – 1,0 m de altura, glabra ou pubescente. Folhas com 2,5 – 6 cm de comprimento, 3 – 7,5 cm de largura, alternas, 5 – 7 lobadas, margens crenadas longamente pecioladas. Inflorescência fasciculada na axila das folhas, 3 – 6 flores. Flores rosadas pediceladas, cerca de 0,6 cm de comprimento, hermafroditas, 5 pétalas estreitas na base e bilobadas no ápice, estames numerosos soldados pelos filetes, ovário súpero 10 estigmas.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Muito empregada em inflamações das gengivas (periodontias), em inflamações do aparelho genital feminino, dos rins e intestino, tem bom efeito sobre hemorróidas e cistites, tem ação laxante, a mucilagem possui atividade anti-inflamatória e protetora das mucosas digestiva, respiratória e cutânea, tem bom efeito em gripes, faringites , enfisema e asma, possui ação expectorante, auxilia o tratamento de gastrites e úlceras gástricas, é ótimo para furúnculos, como cicatrizante de feridas e picadas de insetos. Externamente, em inflamações e corrimentos vaginais. Tanto os árabes como os romanos usavam as folhas de malva na alimentação.

Composição química: Mucilagem.

Informações científicas: 👥 (HU): Estudo mostrou que o extrato aquoso das flores de malva apresenta potencial para o tratamento da constipação (Elsagh et al., 2015), e efeito protetor urinário em pacientes com câncer de próstata submetidos à radioterapia (Mofid et al., 2015). 🐁 (AN): Estudo demonstrou potencial hipolipemiante e hipoglicemiante para ácidos graxos extraídos das partes aéreas da M.parviflora (Gutiérrez, 2016). 🧪(VI): As evidências encontradas são acerca do potencial antibacteriano de frações extraídas das raízes da espécie contra bactérias Grampositivas (B.subtilis, S. aureus) e Gram-negativas (E. coli) (Shale; Stirk; Van Staden, 2005; Tadeg, 2005).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso da infusão preparada com as folhas da M. parviflora tem boa resposta para casos de infecções de boca (gengivites e aftas), vulvo vaginites e dermatoses.

Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas o uso concomitante desta espécie vegetal com outros medicamentos deve ser cauteloso. Deve-se evitar o uso interno na gestação e lactação e em crianças menores de 02 anos.

Posologia e modo de uso: 

🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: Utilizar a infusão preparada com as folhas secas e frescas para uso tópico na forma de bochechos e gargarejos para gengivites, aftas e na forma de banho de assento em casos de vulvo vaginites

Observações: As espécies de Malva podem ser parasitadas pelo fungo Puccinia malvacearun, tornando-se manchadas, cheias de pústulas pardas e, portanto, inadequadas ao uso (BISSET, 1994). Uma usuário referiu o fato de sentir “dor nos ossos” quando usa mais de três dias seguidos.

Referências: 

1. VEIGA LOPES, A.M. Vinte e quatro plantas usadas na medicina popular do Rio Grande do Sul, apostila, 2002.

2. Avaliação da actividade hipoglicemiante das folhas de Malva parviflora em ratos com diabetes induzida por estreptozotocina. Perez Gutierrez RM . Fonte Laboratorio de Investigación de Productos Naturales, Escuela Superior de Ingeniería Química e Industrias Extractivas IPN, Av. Instituto Politecnico S / N, Col Zacatenco, CP 07758, México DF. rmpg@prodigy.net.mx

3. http://www.tropicos.org/Name/19600174.

4. ELSAGH, M., et al., Efficacy of the Malva sylvestris L. flowers aqueous extract for functional constipation: A placebo-controlled trial.”. Complementary therapies in clinical practice 21.2 (2015): 105-111. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1744388115000122?via%3Dihub

5. MOFID, B., et al., Preventive effect of Malva on urinary toxicity after radiation therapy in prostate cancer patients: A multicentric double-blind randomizedclinical trial.” Electronic physician 7.5 (2015): 1220. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4590556/

6. GUTIÉRREZ,R.M.P.,Hypolipidemic andhypoglycemic activities of a oleanolic acid derivative from Malva parviflora on streptozotocin-induced diabetic mice. Archives Of Pharmacal Research, [s.l.], v. 40, n. 5, p.550-562, 10 dez. 2016. SpringerNature. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s12272-016-0873-y

7. TADEG, H et al. Antimicrobial activities of some selected traditional Ethiopian medicinal plants used in the treatment of skin disorders. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 100, n. 1-2, p.168-175, ago. 2005. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874105002084?via%3Dihub

8. SHALE, T.l.; STIRK, W.a.; VAN STADEN, J. Variation in antibacterial and anti-inflammatory activity of different growth forms of Malva parviflora and evidence for synergism of the anti-inflammatory compounds. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 96, n. 1-2, p.325-330, jan. 2005. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874104004726?via%3Dihub

Tags: Anti-inflamatórioCicatrizanteCistiteExpectoranteGastriteGripeHemorróidaLaxante

MALVA

13/02/2020 21:47

Malva sylvestris  L.

Malvaceae


Sinonímias: M. glabra Desrouss., M. hirsuta Vir., M. mauritiana L., M. obtusa Moench., M. sinensis Cav, M. vulgaris Ten.

Nomes populares: Malva selvagem, malva-maior.

Origem ou Habitat: Europa, oeste da Ásia e norte da África.

Características botânicas: A espécie M. sylvestris é glabra ou pilosa, com até 1 m de altura. Possui folhas alternas simples, 3 – 7 lobadas, de 6 – 12 cm de diâmetro, longo pecioladas, com poucos pelos, palminérvea, com margem irregularmente serrada.

Flores hermafroditas, diclamídeas, pentâmeras, lilás a violáceas reunidas em inflorescência axilares do tipo fascículo; cálice com 5 pétalas estreitas na base e bilobadas no ápice e linhas longitudinais escuras, muitos estames soldados pelos filetes, formando um tubo proeminente na flor, anteras lilases.

Partes usadas: Folhas, flores e frutos.

Uso popular: Suas folhas, flores e frutos são empregados na forma de infusão no tratamento de bronquite crônica, tosse, asma, enfisema pulmonar e coqueluche, bem como nos casos de colite e constipação intestinal. Em dose excessiva é laxativo. Externamente, na forma de banho localizado, é empregada contra afecções da pele, contusões, furúnculos, abscessos e picadas de insetos e, na forma de bochechos e gargarejos, contra inflamações e afecções da boca e garganta

Composição química: As folhas e flores contém mucilagem (10% e 20%), menores quantidades de caroteno, vitamina C e do complexo B. As sementes contém 18 a 25% de proteínas e 35% de gordura. As flores ainda possuem antocianinas (malvidin 3,5-diglicosídeo (malvidina), malvidin 3-glicosídeo e cyanidin 3-glicosídeo), cuja concentração usual em infusões é suficiente para a ação terapêutica em tratamentos da tosse. Também estão presentes pequena quantidade de taninos (ácido rosmarínico) e proantocianidinas.

Segundo estudos recentes, são considerados nutracêuticos e antioxidantes: flavonóides, fenóis, carotenóides, tocoferóis, ácidos graxos insaturados (ácido a- linolênico), e minerais. (BARROS, 2010).

Ações farmacológicas: A ação demulcente das mucilagens, bem como de outros polissacarídeos, está descrita na literatura e justificaria o emprego deste vegetal em inflamação gastrointestinal.

Foram realizados ensaios clínicos com 120 pacientes com diversas afecções do trato respiratório, principalmente bronquite crônica, classificados como excelentes ou bons, abrangeram 77% dos casos, validando o seu uso nestas indicações.

Posologia e modo de uso: As flores (uma colher de chá-em média 2g)e as folhas (uma colher de sobremesa– em média 5g) podem ser empregadas sob a forma de infuso em uma xícara de chá..

Observações: Esta espécie Malva sylvestris não é encontrada em hortas caseiras no Brasil.

A espécie encontrada nas hortas caseiras é a Malva parviflora, conhecida popularmente como malva-de-dente.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BARROS, Lillian; Carvalho, Ana Maria; Ferreira, Isabel C. F. R. – ” Leaves, flowers, immature fruits and leafy flowered stems of Malva sylvestris: A comparative study of the nutraceutical potential and composition.” – From Food and Chemical Toxicology (2010), 48(6), 1466-1472. (Scifinder) Acesso 23 NOV 2015.

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

GILMAN. A.G.; GOODMAN, L.S.; GILMAN. A. (Eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1983, v.2.

WAGNER, H.; WIESENAUER, M. Phytotherapie: Phytopharmaka und pflanzliche Homöopathika. Stuttgart: Gustav Fischer, 1995.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

Tags: Anti-inflamatórioAsmaBronquiteColiteContusõesLaxativasTosse

LOSNA

13/02/2020 21:27

Artemisia absinthium   L.

Asteraceae (Compositae)


Nomes populares: Losna, losna-maior, losma, absinto, acinto, acintro, ajenjo, alenjo, Artemísia, grande-absinto, erva-santa, alvina, aluína, flor-de-diana, gotas-amargas, erva-dos-vermes, erva-dos-velhos, sintro, alvina, erva-de-santa-margarida, erva-do-fel (LORENZI; MATOS, 2005.

Características botânicas: Planta subarbustiva, de caule piloso, com pouco mais de 1m de altura. Folhas multifendidas de lóbulos finos, canescentes, de margem inteira, de 7 a 12 cm de comprimento. Flores em capítulos subglobosos, amarelos, agrupados em panículas. Todas as partes da planta tem sabor muito amargo. Cresce espontaneamente em locais pedregosos da Europa, Ásia e Norte da África. É cultivada na América do Norte e em alguns países da Europa para preparação de vinhos e licores, bem como no Brasil, onde é mantida em hortas e jardins para atender a seu emprego na medicina caseira, geralmente nas regiões de clima ameno (LORENZI; MATOS, 2005).

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Anti-pirética (DRESCHER, 2001), hipnótica, espasmolítica (CUNHA; SILVA; ROQUE, 2003), antiinflamatória, antidepressiva moderada (CHEVALLIER, 1996). carminativa, diurética, colagoga, emenagoga, abortiva, anti-helmíntica, aumenta a secreção estomáquica, aumenta o volume biliar, do suco pancreático, o fluxo salivar e o peristaltismo intestinal,(LORENZI; MATOS, 2005) tônica, aperitiva, expectorante, estimulante, vermífuga.

Composição química: Constituintes amargos: lactonas sesquiterpênicas (absintina ou artemisina, anabsintina, matricina, artabsina, cetopenelónidos A e B, hidroxipenelónido, artabina, arabsina. Óleo essencial: tujona, cis-epoxi-ocimeno, trans-acetato de sabinilo, flavonas, ácidos fenólicos, taninos, sais de potássio,³ azuleno, camazulenos, isotujona, tujol livre e esterificado, monoterpenos (mirceno, limoneno, cineol, 1,8-cineol, p-cimeno), sesquiterpenos (α-bisabolol, cardineno, cariofileno).

Outros: flavonóides (rutina), flavonóis (artemetina), vitaminas C e B6, ácido palmítico, ácido caféico, ácido glutâmico, ácido esteárico, ácido gálico, ácido ferúlico, santonina, lignanos, betaína, poliacetilenos, cumarinas (escopoletina e umbeliferona), ácido nicotínico, carotenóides, quebrachitol, fitosterol(ALONSO, 2004).

Ações farmacológicas: Anti-pirética (DRESCHER, 2001), hipnótica, espasmolítica (CUNHA; SILVA; ROQUE, 2003) antiinflamatória, antidepressiva moderada (CHEVALLIER, 1996). carminativa, diurética, colagoga, emenagoga, abortiva, anti-helmíntica, aumenta a secreção estomáquica, aumenta o volume biliar, do suco pancreático, o fluxo salivar e o peristaltismo intestinal (LORENZI; MATOS, 2005), tônica, aperitiva, expectorante, estimulante, vermífuga.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Os quadros tóxicos correspondem principalmente à ação da tujona(ALONSO, 2004). Em altas doses causa vômitos, cólicas no estômago e nos intestinos, dor de cabeça, zumbido nos ouvidos (LORENZI; MATOS, 2005), convulsões, distúrbios da consciência (DRESCHER, 2001). O uso prolongado de extratos desta planta (em especial como licor alcoólico) origina o chamado absintismo, podendo ocasionar danos neurológicos (torpor, delírio, agressividade, perda da consciência, vertigem e convulsões), transtornos digestivos (espasmos e irritações gastrointestinais) e renais (retenção de urina), entre outros sintomas. Seu uso tópico é normalmente bem aceito, tendo-se relatado apenas alguns casos de alergia ao contato com pólen da planta. Na ingestão de altas doses de extratos da planta, a santonina também pode produzir quadro tóxico, com alucinações, convulsões epileptiformes, delírio, midríase, vômitos, icterícia, salivação excessiva, dispnéia, contrações dos músculos faciais e irritação das mucosas(ALONSO, 2004).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 89-94.
CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. p. 63.
CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 70-71.
DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 85.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 138-139.
http://www.tropicos.org/Name/2701751 – Acessado em: 23 de julho de 2012.

Tags: AbortivoAnti-helmínticaAnti-inflamatórioAnti-piréticaCarminativaColagogoDiuréticoEmenagogoEspasmolíticaExpectoranteHipnótica

LARANJEIRA E LIMOEIRO

13/02/2020 21:21

Citrus aurantium & Citrus limon  L.

Rutaceae


Sinonímias:

Citrus aurantium L. subsp. aurantium (= subsp. amara (L.) Engl.) – laranja amarga

Citrus sinensis (L.) Osbeck. – laranja doce.

Origem ou Habitat: Oriente.

Características botânicas: O gênero Citrus é composto de diversas espécies, variedades e híbridos. São muitos apreciados pelos frutos comestíveis (laranja, limão, lima, etc) e como fonte de óleos essenciais, pectinas e flavonóides. Na Ilha, espécies de laranja e limão são empregadas com fins medicinais.

A espécie Citrus aurantium é uma árvore pequena (até 5m), com folhas elípticas, verdes, pecíolo alado articulado na inserção do limbo. As flores, de odor suave, são brancas ou amareladas. A espécie Citrus sinensis cresce até 10m de altura.

A espécie Citrus limon é uma árvore que se diferencia da laranjeira por apresentar folhas com pecíolo rara ou estreitamente alado. As flores são brancas na parte interna das pétalas e vermelho-violáceo na parte exterior.

Partes usadas: Flores, folhas, cascas, suco.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha

As folhas da laranjeira e do limoeiro, bem como o suco do limão, são empregados na forma de decocto ou xarope com mel para gripes, tosses e resfriados. A folha e flor da laranjeira e do limão são empregados em dores de cabeça e ansiedade.

Segundo a literatura

As cascas da laranja são empregadas como estimulante do apetite (SCHILCHER, 1992) e no tratamento sintomático dos problemas funcionais da fragilidade capilar cutânea. As flores e folhas da laranjeira amarga e doce são empregadas como sedativo suave, em problemas do sono. A casca do limão é usada como estomáquico. O suco é empregado, internamente, contra flatulências, afecções hepáticas e biliares, dores de cabeça, febres e resfriados. Externamente como anti-inflamatório para feridas e como calmante de dores de gengivas e dos dentes.

O suco fraco, sem açucar e morno pela manhã, em jejum, favorece a evacuação.

Composição química: Os dados químicos comuns às espécies de Citrus serão apresentados conjuntamente.

A folha da laranjeira possui flavonóides, compostos amargos e 0,3% de óleo essencial contendo 70-75% de linalol, 10-15% de geraniol, semelhante ao óleo das flores . A flor da laranjeira possui 0,2-0,5% de óleos essenciais, constituídos basicamente por monoterpenos, além de citroflavonóides e substâncias amargas . O pericarpo tanto da laranja doce quanto da amarga contém 1 – 2,5% de óleo essencial, constituído de aproximadamente 98% de limoneno. Também contém citroflavonóides, pectinas e furanocumarinas. O pericarpo do limão possui composição semelhante, diferindo apenas quantitativamente . Os citroflavonóides encontram-se no pericarpo e polpa das frutas.

Das folhas e cascas dos frutos de algumas espécies de Citrus foi isolada sinefrina.

A polpa dos frutos cítricos é rica em vitamina C.

Ações farmacológicas: Os dados farmacológicos comuns às espécies de Citrus serão apresentados conjuntamente.

São indicados no tratamento das manifestações de insuficiência venosa crônica, funcional e orgânica, dos membros inferiores. Alguns desses flavonóides apresentam forte ação hipotensora em ratos, após a administração intravenosa.

A sinefrina é um alcalóide simpatomimético.

A pectina age como um laxante suave, por promover o aumento do bolo fecal e, conseqüentemente, estimular o peristaltismo do cólon.

Experimentos com o suco dos frutos de Citrus sinensis e, principalmente, de Citrus limon, demonstraram que os mesmos aumentam significativamente os níveis plasmáticos de lipoproteína de alta densidade (HDL) e reduzem os níveis de colesterol, de lipoproteína de baixa densidade (LDL) e de triglicerídeos em ratos.

O óleo das flores apresentou atividade antimicrobiana(HOPPE, 1981).

estudo em ratos mostrou ação sobre ansiedade , com provável ação sobre receptores tipo benzodiazepínicos , e sobre depressão.

A vitamina C possui propriedades antiescorbúticas.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: As furanocumarinas presentes nas cascas de laranja e, principalmente, do limão, podem provocar reações de fotossensibilização cutânea, especialmente em pessoas de pele clara.

Reações alérgicas ao suco ou ao óleo essencial já foram relatadas. Neste último, os terpenos presentes seriam os responsáveis pela sensibilização.

Contra-indicações: Pessoas com sensibilidade ao limão e a laranja.

Observações: Para o tratamento da constipação habitual, recomendamos tomar em jejum, meio copo de água morna com 1 limão espremido, e introduzir as modificações necessárias na dieta e nos hábitos.

Referências: 

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

BRUNETON, J. Pharmacognosie Phytochimie Plante Médicinales. 2.ed. Londres: Technique et Documentation Lavoiser, 1993.

FARIAS, M.R. et al. Plantas medicinais na ilha de Santa Catarina: Grupo de Estudos em Fitoterapia, Florianópolis: UFSC/P.M.F., 1996, 111p. (inédito)

GIRRE, L. La Santé Par Les Plantes. Rennes: Edilarge S.A., 1992.

HARDMAN, J.G.; UMBIRD, L.E. (Eds.) Goodman & Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics. 9.ed. New York: McGraw-Hill, 1995.

HOPPE, H. A. Taschenbuch der Drogenkunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1981.

REYNOLDS, J.E.F. (Ed.) Martindale The Extra Pharmacopoeia. 30.ed. London: The Pharmaceutical Press, 1993.

ROTH, L; DAUNDERER, M.; KORMANN, K. Giftpflanzen Pflanzengifte. 3.ed. Lech: Ecomed, 1987.

SCHILCHER, H. Phytoterapie in der Kinderheilkunde: Handbuch für Arzte und Apotheker. Sttutgart: Wissenschaftliche, 1992.

TANG, W.; EISENBRAND, G. Chinese Drugs of Plant Origin. Berlin: Springer, 1992.

TROVATO, Α. Effects of fruit juices of Citrus sinensis L. and Citrus limon L. on experimental hypercholesterolemia in the rat. Phytomedicine, v.2, n.3, p.221-7, 1996.

ZIN, J.; WEISS, C. La Salud Por Medio de las Plantas Medicinales. 6. ed. Santiago: Editoral Salesiana, 1980.

Pharmazie, v. 66, n. 8, p.7-623, Aug., 2011.

Sedative, anxiolytic and antidepressant activities of Citrus limon (Burn) essential oil in mice. L M Lopes C, Gonçalves e Sá C, de Almeida AA, da Costa JP, Marques TH, Feitosa CM, Saldanha GB, de Freitas RM. Source Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Laboratório de Pesquisa em Neuroquímica Experimental da Universidade Federal do Piauí, Brazil.

 

Tags: AnsiedadeAnti-inflamatórioCefaléiaFebreFlatulênciaGripeResfriadoSedativoTosse

LÁGRIMA-DE-NOSSA-SENHORA

13/02/2020 21:15

Coix lacryma-jobi  L.

Poaceae (antiga Gramineae) 


Sinonímias:

Coix lacryma L., Coix agrestis Lour. , Coix arundinacea Lam., Coix exaltata Jacq., Coix pendula Salisb., Lithagrostis lacryma-jobi (L.) Gaertn. , Sphaerium lacryma (L.) Kuntze.

Nomes populares: Capim-de-contas, contas-de-rosário, conta-de-lágrimas, lágrima-de-nossa-senhora, lágrima-de-jó, capim-rosário, capim-missanga, capiá, biurá, biuri.

Origem ou Habitat: Originária da Ásia tropical e naturalizada em quase todo o Brasil.

Características botânicas: Segundo LORENZI (2008), é uma herbácea cespitosa, anual, ereta, de colmos cheios e glabros, com enraizamento nos nós inferiores, medindo de 1,0-1,8 m de altura. Folhas cartáceas, glabras, com margens serrado-espinescentes, de 10-20 cm de comprimento. Inflorescências terminais, em racemos curtos e inclinados. Fruto globoso, liso-vernicoso, duro, perolado, de cor esbranquiçada com matizes cinzentas ou pretas. Propaga-se apenas por sementes.

Partes usadas: Sementes, folhas e colmos.

Uso popular: Usada há muito tempo pelos chineses como diurética e para combater a rigidez das articulações em doenças reumáticas.

Sua utilização nos dias de hoje está baseado na tradição popular, seus frutos (grãos) são usados como anti-inflamatório, analgésico, anti-espasmódico, antitérmico, antimicrobiano, contra pedras nos rins e em doses mais elevadas, contra a diabetes. Segundo Irmã Eva Michalak (1997), a tintura das sementes é diurética, anti-reumática, emoliente e útil nas afecções catarrais.

Externamente é indicada a tintura em fricções e o decocto em banhos contra o reumatismo.

As sementes são empregadas por indígenas para a confecção de adornos e utilizados pela população rural e artistas para trabalhos artesanais, como contas de rosário, colares, pulseiras e utensílios.

No interior dos grãos existe uma reserva amilácea rica em proteínas, vitaminas e sais minerais, que pode ser transformada numa farinha de alto valor nutritivo.

Folhas e colmos, (uso externo:) anti-reumático, excitante; (uso interno:) antiasmático, diurético.

Composição química: Ácidos graxos, ácido mirístico, alpha e beta sitosterol, arginina, beta-caroteno, coixans A e B, coixenólido, coixol, histidina, leucina, lisina, proteínas, sais minerais (cálcio, fósforo, ferro), tirosina, riboflavina, niacina.

Ações farmacológicas: Em experimentos com animais constatou-se atividade antitérmica, diurética e relaxante muscular, sendo que o relaxamento da musculatura é atribuído ao coixol, um dos componentes químicos encontrados nos grãos.

Contra-indicações: Não deve ser usada por gestantes e nutrizes. Não fazer uso prolongado.

Posologia e modo de uso:  Decocção de 10 a 30 g de sementes tostadas em uma xícara de água.

– folhas e colmos em decocção: banhos no tratamento do reumatismo e excitante. Internamente: diurético, antiasmático, artrite, cistite, edemas.

Referências: 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MICHALAK, E.,Irmã. “Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak.” Florianópolis: Epagri, 1997.

PHUNG, T. H.; Nguyen, H. A.; Nguyen, Q. C.; Nguyen, T. D.; Nguyen, T. H. “Chemical composition and effects on carbohydrate metabolism of chloroform fraction of Coix lachryma-​jobi (L) stem extract”. From Mahidol University Journal of Pharmaceutical Sciences (2012), 39(1), 19-24. (Art. Scifinder) Acesso 26 Junho 2015.

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Coix_lacryma-jobi.htm – Acesso 03 Julho 2015.

http://www.tropicos.org/Name/25515612?tab=synonyms – Acesso 26 Junho 2015.

Tags: AnalgésicoAnti-espasmódicoAnti-inflamatórioAntimicrobianoAntitérmicoDiuréticoReumatismo

IVATINGI / AÇOITA-CAVALO

12/02/2020 21:51

Luehea divaricata  Mart.

Malvaceae (Tiliaceae)


SinonímiasExistem duas variedades: Luehea divaricata var. divaricata ; Luehea divaricata var. megacarpa Meijer.

Nomes populares: Pau-de-canga, pau-de-estribo, açoita-cavalo, ibatin-gui, ivatinga, ivatingi (guarany), ka’a oveti. Existem várias espécies chamadas de açoita-cavalo, que, por terem galhos muito flexíveis recebem este nome popular, são as seguintes: Luehea divaricata Mart.; Luehea grandiflora Mart.; Luehea ochrophylla Mart.; Luehea paniculata Mart.; Luehea rufescens St.Hil

Origem ou Habitat: O gênero Luehea é exclusivamente americano e compreende umas 25 espécies nativas de América Tropical e, no Brasil, forma parte da flora da Mata Atlântica, abrangendo desde Goiás até o Rio Grande do Sul.

Características botânicas: Árvore ou arbusto caducifolio, de 5 a 15 metros de altura, com copa arredondada, ramagem flexível e tronco grosso de até 1 metro de diâmetro. Folhas alternas, curto-pecioladas, simples, geralmente dentadas na metade superior. Flores grandes, brancas ou rosadas, solitárias, dispostas em racimos ou em panículas axilares ou terminais, com longas brácteas. Fruto em cápsula lenhosa ovoidal, contendo numerosas sementes aladas. Floresce no verão e frutifica no outono (Alonso Paz et al., 1992; Cabrera, 1965; López et al., 1987).

Partes usadas: Folhas, flores, córtex e raízes.

Uso popular: A infusão das flores é citada como sedante, das folhas como anti-inflamatório e a decocção da córtex como tônica, anti-diarréica e digestiva (Alonso Paz et al., 1992; Toursarkissian, 1980). No Brasil as folhas são usadas como diurético e os talos como anti-inflamatório. A córtex e as partes aéreas são empregadas externamente na forma de banhos vaginais e como hemostático em feridas de pele. A córtex, por via interna, em casos de reumatismo e disenteria (Buttura, 2003; Tanaka et al., 2003). Mors et al., também mencionam o uso da córtex e das folhas em tratamento da laringite e bronquite.

Na Argentina (Missiones), as folhas são empregadas para o tratamento de resfriados e catarros, e a córtex como adstringente, em afecções da garganta (faringite e anginas) e febre. (Amat e Yajía, 1998). Segundo Pio Correa, 1984, possui as seguintes propriedades: a casca e as folhas são adstringentes. As folhas são reputadas como anti-disentéricas e anti-leucorreicas, úteis na blenorragia, hemorragia, tumores artríticos e diarreias crônicas; a raiz é reputada como depurativa. Suas flores atraem as abelhas na fabricação de mel

Composição química: Destaca-se o alto conteúdo de manganês nas folhas. Nos talos foliáceos foi detectado a presença de mucilagens enquanto que da córtex foram isolados polifenóis (Hegnauer, 1973). Foram identificados ainda taninos, saponinas e flavonóides (Alice e Silva, 1985). Do extrato metanólico das folhas foram isolados um derivado do ácido tormêntico (ácido 3-b-p-hidroxibenzoil-tormêntico) e uma mescla contendo ácido maslínico (Tanaka et al., 2003). O estudo químico do extrato bruto metanólico das folhas resultou, em um primeiro momento, no isolamento do ácido 3β-p-hidroxibenzoil tormêntico, triterpeno com esqueleto básico dos ursenos, e de uma mistura cuja substância majoritária foi o ácido maslínico, triterpeno derivado dos oleanenos. Posteriormente, foram isolados do mesmo extrato a vitexina, uma flavona C-glicosilada e o esteróide glicopiranosilsitosterol.

Do extrato bruto metanólico das cascas do caule, foi isolado o flavonóide (-)-epicatequina, um flavan-3-ol. (Tanaka et al., 2005).

Ações farmacológicas: Os estudos farmacológicos para esta espécie são escassos. Possui atividade adstringente, anti-microbiana, (em especial a sua ação sobre dermatófitos) e inseticida.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O extrato aquoso de partes aéreas de Luehea divaricata demonstrou atividade mutagênica no teste de Ames (Vargas et al., 1991).

De acordo com estudos realizados em animais de laboratório, sugerem que o uso continuado de extratos desta espécie pode produzir danos hepáticos, renais ou pulmonares (Bianchi et al.,1992).

Contra-indicações: Não são conhecidas até o momento e, por precaução, deve ser evitado seu uso em grávidas, crianças abaixo de 2 anos e não deve ter uso contínuo.

Posologia e modo de uso: Uma receita popular é feita fervendo as folhas até ficar rosado e depois acrescentar mel.

Observações: Fatos e curiosidades da planta.

Referências: 

ALONSO, J. R. Plantas Medicinales autóctonas de Argentina: bases científicas para su aplicación en atención primaria de la salud. Buenos Aires, 2005. p. 67-69

PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: IBDF, Ministério da Agricultura, Imprensa Nacional, 1984. Vol.I pgs 26-28

Quim. Nova, Vol.28, No.5, 834-837, 2005.

Artigo *e-mail: ccsilva@uem.br CONSTITUINTES QUÍMICOS DE Luehea divaricata MART. (TILIACEAE) Júlio Cesar Akio Tanaka e Cleuza Conceição da Silva* Departamento de Química, Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, 87020-900 Maringá – PR Benedito Prado Dias Filho e Celso Vataru Nakamura Departamento de Análises Clínicas, Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, 87020-900 Maringá – PR João Ernesto de Carvalho e Mary Ann Foglio Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas, Universidade Estadual de Campinas, CP 6171, 13083-970 Campinas – SP

MULLER , J. de B. Avaliação de atividade antimicrobiana , antioxidante e antinociceptiva das folhas de Luehea divaricata Martius – dissertação de mestrado-Santa Maria RS,2006.

Tags: Anti-diarreicoAnti-inflamatórioDigestivoDiuréticoHemostáticoResfriadoSedativoTônico

GUAÇATONGA

11/02/2020 21:28

Casearia sylvestris Sw.

Salicaceae (antiga Flacourtiaceae)


SinonímiasAnavinga samyda Gaertn., Casearia parviflora Willd., Casearia puntacta Spreng., Samyda parviflora L., Samyda sylvestris (Sw.) Poir., Guidonia sylvestris (Sw.) Maza.

Nomes populares: Erva-de-lagarto, chá-de-bugre, cafezeiro-do-mato, língua-de-tiú, apiá-acanoçu, bugre-branco, guaçatunga, petumba, vassitonga, verre-forno.

Origem ou Habitat: Nativa de quase todo o Brasil, principalmente no Planalto Central. Existem no Brasil outras espécies de Casearia, com mesmos nomes populares e usos semelhantes.

Características botânicas: Árvore de 4-6 m de altura, folhas simples, alternas e pecioladas, persistentes, lanceoladas, com as bordas serrilhadas, com 6-12cm de comprimento. Vistas contra a luz, as folhas mostram minúsculos pontos translúcidos, que correspondem às glândulas de óleo essencial. As flores são pequenas e esverdeadas e exalam forte aroma. Fruto é uma cápsula que contém sementes envoltas por uma massa avermelhada.

Partes usadas: Folhas, ramos e cascas.

Uso popular: As folhas são usadas para o tratamento de queimaduras, ferimentos, herpes e pequenas injúrias cutâneas. Suas folhas e cascas são consideradas tônicas, depurativas, anti-reumáticas e anti-inflamatórias. É usada também contra mordidas de cobra, como analgésico e hemostático em mucosas e lesões cutâneas. É recomendada contra gastrite, úlceras internas e mau hálito na forma de chá por infusão. Em uso externo contra herpes labial e genital, gengivites, estomatite, aftas e feridas da boca e limpeza bucal.

Informações científicas: 🐁(AN): Estudos pré-clínicos mostraram que compostos extraídos das folhas da C. sylvestris apresentaram potencial antitumoral em camundongos (Ferreira et al., 2016). Estudos demonstraram atividade anti-inflamatória para o extrato alcoólico das folhas (Albano et al., 2013), e uma potencial redução de sintomas de úlcera gástrica com o uso do óleo essencial (Esteves et al., 2005).

Observação do uso clínico em Florianópolis: Planta ainda pouco utilizada na prática clínica, porém amplamente utilizada pela população na medicina popular.

Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno em gestantes, lactantes, crianças menores de 06 anos e durante a menstruação. Deve-se evitar o emprego prolongado devido a sua ação antagônica com a vitamina K, para evitar acidentes hemorrágicos.

Posologia e modo de uso:

🍵 Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 3 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas. A associação da C. sylvestris (guaçatonga) com a espécie Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) é empregada no tratamento de gastrite com a presença da bactéria Helicobacter pylori. Recomenda-se o uso da infusão de guaçatonga 3x ao dia, por 15 dias, alternando-se com a infusão da espinheira-santa, 3x ao dia, pelo mesmo período, durante 3 meses.

Composição química: Em suas folhas e casca são encontrados flavonas, óleos essenciais, saponinas, taninos, resinas e antocianosídeos que conferem a esta planta a sua fama como febrífuga, depurativa, anti-diarreica, cardiotônica, diurética e cicatrizante entre outros (Basile et al.,1990; Carvalho et al., 1999; Itokawa et al., 1990; Borges et al., 2000; UNESC, 2005). Outros princípios ativos tem sido detectados na Casearia sylvestris, denominados diterpenos clerodanos ou carofilenos.

Referências: 

1. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y Nutracéuticos. Argentina: Hábeas Libros, 2004.

2. BASILE, A. C.; et al. Pharmacological assey of Casearia sylvestris. I. Preventive anti-ulsur activity and toxicity of the leaf crude extract. Journal of Ethnopharmacology, v. 30, n. 2, p. 185-197, 1990.

3. BORGES, M.H., JAMAL, C.M., dos SANTOS, D.C.M., RASLAN, D.S. and de LIMA, M.E. Partial Purification of Casearia sylvestris Sw. Extract and its anti-PLA2 action. Comp. Biochem. Physiol. B. Biochem. Mol. Biol., v.127, n. 1, p. 21-30, Sep., 2000.

4. CARVALHO, T. C. T. Fitoterápicos anti-inflamatório: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2004.

5. ITOKAWA,H. et al New antitumor principles, casearines A-F, for Casearia sylvestris Sw. (Flacourtiaceae). Chemical and Pharmaceutical Bulletin, v. 38, n. 12, p. 3-384, 1990.

6. LOPES, A. M. V. Plantas Usadas na Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Santa Maria: Infograph, 1995.

7. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

8. PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. , Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura/IBDF, Imprensa Nacional, 1984. 6 v.

9. SILVA, A. A. Essentia Herba: plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2006. 2 v.

10. UNIVERSIDADE do EXTREMO SUL CATARINENSE. Jornada Catarinense de plantas medicinais: Guaçatonga. Disponível em:http://www.unesc.rctsc.br/plantas_medicinais/guaca.htm. 4 p. Acesso em: 21 nov. 2005.

11. FERREIRA, P. M. P. et al. Preclinical anticancer effectiveness of a fraction from Casearia sylvestris and its component Casearin X: in vivo and ex vivo methods and microscopy examinations. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 186, p.270- 279, jun. 2016. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874116302021?via%3Dihub

12. ALBANO, Micheline N. et al. Anti-inflammatory and antioxidant properties of hydroalcoholic crude extract from Casearia sylvestris Sw. (Salicaceae). Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 147, n. 3, p.612-617, jun. 2013. Elsevier BV Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874113002055?via%3Dihub

13. ESTEVES, I., et al. Gastric antiulcer and anti-inflammatory activities of the essential oil from Casearia sylvestris Sw. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 101, n. 1-3, p.191-196, out. 2005. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874105003041?via%3Dihub

 

Tags: AftasAnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-reumáticoCicatrizanteDepurativoEstomatiteGastriteGengiviteQueimaduraTônico

GENGIBRE

09/02/2020 21:57

Zingiber officinale   Roscoe.

Zingiberaceae 


SinonímiasAmomum zingiber L., Zingiber aromaticum Noronha, Zingiber majus Rumph., Curcuma longifolia Wall.

Nomes populares: Gengibre, jengibre(Espanha), mangarataia.

Origem ou Habitat: Ásia.

Características botânicas: Segundo a descrição de LORENZI & MATOS, é uma erva rizomatosa, perene, ereta, com cerca de 60-120 cm de altura. Folhas simples, lanceoladas, invaginantes, de 15-30 cm de comprimento. Flores estéreis, verdosas ou branco-amareladas com manchas púrpuras dispostas em espigas radicais de até 7 cm de largura. Rizoma ramificado, de cheiro e sabor picante, agradável.

Partes usadas: Rizomas.

Uso popular: Tradicionalmente o gengibre é utilizado para tratar afecções intestinais, especialmente os problemas digestivos, com indicação nos casos de dispepsias e como carminativo nas cólicas flatulentas. Possui ação antimicrobiana local, combatendo a rouquidão e a inflamação da garganta, além de gripes, resfriados e sinusite. O gengibre é um dos melhores remédios para combater as náuseas (enjoos de viagem, enjoos produzidos pelo tratamento com quimioterapia, enjoos de gravidez, enjoos pós-operatório, etc.). É usado em casos de úlceras e diarreia. Tem ainda ação anti-inflamatória, anti-reumática, antiviral, antitussígena, anti-trombose, cardiotônica, colagogo, antialérgica e protetora do estômago. É amplamente usado na cozinha, em suas diferentes formas: gengibre fresco, gengibre caramelizado, gengibre em conserva em xarope de açúcar, gengibre curtido no vinagre, em pó e seco.

Informações científicas: 👥(HU): O gengibre pode ser útil no enjoo da gravidez (Matthews, 2015), e pós operatório (Chanaiyakunapruk, 2006). Há limitada evidência de melhora no quadro de diabetes tipo II (Mahluji et al., 2013; Shidfar et al., 2015), bem como sobre seu efeito na obesidade.

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso interno da infusão preparada com os rizomas do gengibre apresenta boa resposta em sintomas de gripes, resfriados, casos de cinetose, enjoos e vômito devido à quimioterapia. O uso externo da decocção é usado em compressas locais no pescoço em casos de afonia, rouquidão e dores musculares e articulares.

Cuidados no uso desta espécie: O uso do gengibre pode provocar interações com várias classes de medicamentos (anticoagulante, antidiabética e anti-hipertensão arterial). Devido a atividade cardiotônica e anti-agregante plaquetária (in vitro) e hipoglicemiante (in vivo) do gengibre, é recomendado não administrar altas doses porque pode interferir com a medicação de base em pacientes com insuficiência cardíaca, coagulopatias e diabetes (Newall C. et al., 1996 apud Alonso, J., 2004). Em ensaios feitos em animais, os extratos de gengibre aumentaram a absorção de sulfaguanidina ao redor de 150% comparado a grupos controle (Sakai K. et al., 1987 apud Alonso, J., 2004).

Durante a gravidez e lactação utilizar no máximo 1 (um) grama por dia. Não usar gengibre fresco em casos de aftas. Não utilizar gengibre em caso de cálculos biliares, gastrite e hipertensão arterial. Em relação à tintura, não usar em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação. Não usar em caso de tratamento com anticoagulantes, pois pode exacerbar seu efeito (Anvisa, 2018).

O gengibre é inócuo nas doses recomendadas. Não tomar doses diárias de extratos do pó superiores a 2g. Doses superiores a 6g diárias podem produzir úlceras ou gastrites.

Posologia e modo de uso: 

🍵 Uso interno: Chá preparado por decocção de até 50g dos rizomas em 2 litros de água. Após esfriar, ingerir uma xícara até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: Compressa da decocção preparada com os rizomas, em casos de dores musculares e contusões.

Tintura: Utilizar 20 gramas dos rizomas para 100 ml de álcool etílico 70% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 2,5 mL da tintura, diluídos em 50 mL de água, uma a três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como antiemético e nos casos de cinetose (Shidfar et al., 2015)

OBS: Não usar a tintura em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação.

Composição química: Óleo essencial (0,5-3%): composto por monoterpenos: canfeno (8%), alfa-pineno (2,5%), cineol, citral, borneol, mirceno, limoneno, felandreno; composto por sesquiterpenos: A-anforfeno, B-cariofileno, B-elemeno, B-ilangeno, calemeneno, capaeno, ciclo-copacanfeno, ciclosafireno, cis-G-bisaboleno, selina-zonareno, germacraneno B, sesquifelandreno, trans-B-farneseno, zingibereno, bisaboleno; álcoois sesquiterpênicos: necrolidol, elemol, bisabolol, sesquisabineno, trans-B-sesquifelandrol, zingiberenol, B-eudesmol; Outros: hidrocarbonetos (undecano, hexadecano, dodecano, folueno, p-cimeno, etc.), álcoois alifáticos: (2-butanol, 2-heptanol, 2-nonanol), aldeídos alifáticos (butanal, 2-metil-butanal, 3-metil-butanal, pentanal), cetonas (acetona, 2-hexanona, 2-novanona, heptanona, criptona, carvatanacetona, metil-heptanona), aldeídos monoterpênicos (citronelal, mistenal, felandral, neral, geranial).

Compostos picantes presentes na fração resinosa (5-8%): gingerdióis e gingeróis: 6-8-10- gingerol (raiz fresca) e por dessecação: zingerona, zingibereno, 6-8-10- sogaol, fenilfalcanonas, gingerenonas A,C, isogingerenona B, gingerdiona e 1-dihidrogingerdiona. Outros: amido (60%), ácido fosfatídico, lecitina, proteínas, vitaminas e minerais.

-Óleo essencial:

  • Monoterpenos: Canfeno, cineol, citral, felandreno, dentre outros.
  • Sesquiterpenos: Sesquifelandreno, trans-B-farneseno, bisaboleno, zingibereno, dentre outros.
  • Gingeróis: 6-8-10- gingerol (raiz fresca), 6-8-10- Shogaol, zingerona, gingerdiona(dessecação), dentre outros.
  • Diarileptanóides: Gingerenonas A, B e C (dessecação)
  • Monoacil digalactosil gliceróis:Gingerglicolipideos A, B e C.
  • Aldeídos monoterpênicos: Citronelal, neral, geraniale, dentre outros.

Observações: O rizoma de gengibre encontra-se registrado pelo FDA norte-americana e o Council of Europe como suplemento dietético e droga anti-nauseosa. O gengibre cru, em forma de extrato fluido ou como óleo-resina é considerado oficinal pela United States Pharmacopeia (USP) e pelo National Formulary, tendo indicações como carminativo, aromático e estimulante. A Comissão “E” de Monografias da Alemanha inclui o uso do gengibre em casos de dispepsias e na profilaxia de enjoos e náuseas de viagem. A ESCOP da Europa indica o uso preventivo do gengibre em casos de náuseas, vômitos e como medicação antiemética pós-cirúrgica. Os Ministérios da Saúde de Bolívia, Brasil, Colômbia e Cuba reconhecem o rizoma de gengibre para uso medicinal humano. O rizoma do gengibre encontra-se incorporado nas seguintes Farmacopeias: Argentina, Áustria, Austrália, Bélgica, Brasil, China, Korea, Egito, Filipinas, França, Gran Bretanha, Holanda, Índia, Japão, Suíça e Vietnam.

Referências: 
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

2. ALSHERBINY, Muhammad A. et al. Ameliorative and protective effects of ginger and its main constituents against natural, chemical and radiation-induced toxicities: A comprehensive review. Food And Chemical Toxicology, [s.l.], v. 123, p.72-97, jan. 2019.

3. GHOSH, A.k. et al. ZINGIBER OFFICINALE: A NATURAL GOLD. International Journal Of Pharma & Bio Sciences, East Sikkim, v. 2, n. 1, p.283-294, jan. 2011.

4. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

5. MAHBOUBI, Mohaddese. Zingiber officinale Rosc. essential oil, a review on its composition and bioactivity. Clinical Phytoscience, [s.l.], v. 5, n. 1, p.1-12, 15 jan. 2019.

6. http://www.botanical-online.com/medicinalsgengibre.htm – acesso em 16 de setembro de 2012.

7. http://www.sabetudo.net/ch-de-gengibre.html – foto2- acesso em 16 de setembro de 2012.

8. http://sinuhesilvavieira.blogspot.com.br/2012/05/gengibre-para-que-serve.html – foto3 – acesso em 16 de setembro de 2012.

9. http://www.tropicos.org/Name/34500018?tab=synonyms – foto1- – acesso em 16 de setembro de 2012.

10. MATTHEWS A., Interventions for nausea and vomiting in early pregnancy. CochraneDatabas e of Systematic Reviews 2015, Issue 9. Disponível em: https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD007575.pub4/full

11. CHANAIYAKUNAPRUK N., The efficacy of ginger for the prevention of post-operative nausea and vomiting: a meta-analysis. American Journal of Obstetrics and Gynecology 2006; 194(1): 95-99. Disponível em: https://www.ajog.org/article/S0002-9378(05)00891-4/fulltext

12. MAHLUJI, S., et al., Effects of ginger (Zingiber officinale) on plasma glucose level, HbA1c and insulin sensitivity in type 2 diabeticpatients.International JournalOf FoodSciencesAndNutrition,[s.l.], v. 64, n. 6, p.682-686, 18 mar. 2013. InformaUKLimited. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.3109/09637486.2013.775223?journalCode=iijf20

13. SHIDFAR, F. et al., The effect of ginger (Zingiber officinale) on glycemic markers in patients with type 2 diabetes. Journal of Complementary and Integrative Medicine, [s.l.], v. 12, n. 2, p.165-170, 1 jan. 2015. Walter de Gruyter GmbH. Disponível em: https://www.degruyter.com/document/doi/10.1515/jcim-2014-0021/html

14. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2018. Página 95.

Tags: AfecçõesAnti-inflamatórioAnti-reumáticoAntialérgicaAntimicrobianoCardiotônicaCarminativaColagogoCólicaDiarreiasDispepsiaGripeNáuseaResfriadoÚlceras

FUNCHO

20/01/2020 23:06

Foeniculum vulgare   Mill.

Apiaceae 


Sinonímias: Anethum foeniculum L., Foeniculum officinale All., Meum foeniculum (L.) Spreng.

Nomes populares:  Funcho, erva-doce, erva-doce-de-cabeça, falsa-erva-doce, falso-anís, funcho-bastardo, funcho-comum, funcho-doce, funcho-italiano, funho-vulgar, fiolho, anís, cilantrillo, hinojo (Esp.) finocchio (Engl., EUA).

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e amplamente cultivada em todo o Brasil..

Características botânicas:  Erva perene ou bianual, entouceirada, aromática, de 40-60 cm de altura. Folhas inferiores alargadas de até 30 cm de comprimento e superiores mais estreitas, com pecíolo alargado como bainha que envolve o caule, compostas pinadas, com folíolos reduzidos a filamentos. Flores pequenas, hermafroditas, de cor amarela, dispostas em umbelas compostas por 10-20 umbelas menores. Os frutos são oblongos, compostos por dois aquênios de cerca de 4 mm de comprimento.

Partes usadas: Frutos (vulgarmente chamados de sementes), folhas e raízes. A base da haste é empregada na culinária.

Uso popular:  Desconfortos gastrointestinais, como dispepsia, flatulência, eructação e dores decorrentes de transtornos digestivos funcionais. Também utilizada para auxiliar a eliminação de catarro das vias respiratórias superiores. Suas raízes são utilizadas para facilitar as funções de eliminação urinária e digestiva e de eliminação renal de água, como em situação de edemas, hipertensão arterial, afecções genitourinárias e certos reumatismos. Situações de amenorréia, dismenorréia e perturbações associadas ao climatério, e ainda para aumentar o leite materno. Externamente os frutos e folhas são utilizados em inflamações das mucosas ocular e da orofaringe e para perfumar o hálito. É também aromática e comestível.

Composição química:  Óleo essencial composto por anetol 90-95%, metilchavicol, anisaldeído, linalol e outros derivados terpênicos oxigenados; óleo fixo; proteínas; carboidratos; ácidos málico, caféico e clorogênico; cumarinas; flavonóides; esteróides e miristicina. Minerais como potássio (K), vitaminas A,B,C,E , ácido fólico.

Ações farmacológicas: Carminativa, antiespasmódica, galactogoga, estrogênica, aperiente, eupética, relaxamento dos esfíncteres do trato gastrointestinal, anti-séptica, inseticida, antifúngica, antimicrobiana, antiinflamatória, expectorante. Suas raízes têm ação diurética, e suas folhas têm propriedades cicatrizantes e anti-sépticas.

Interações medicamentosas: Pode interagir com o antibiótico ciprofloxacina (estudos em ratos).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em casos específicos, pode ocorrer reação alérgica da pele e do trato respiratório. O anetol e a miristicina presentes no óleo essencial podem, em altas doses, originar efeitos convulsivantes e/ou alucinatórios. As cumarinas podem ser fototóxicas, provocando, à exposição solar, o aparecimento de vesículas, edema ou hiperpigmentação cutânea.

Contra-indicações:  Na farmacopéia alemã não se recomenda o óleo essencial de funcho em grávidas, lactentes e crianças pequenas, nem em pessoas com antecedentes de epilepsia ou convulsões. Para as infusões não haveria contra-indicações.

Posologia e modo de uso: Uso interno – Infusão de uma colher (sopa) de folhas 3x ao dia, ou uma colher de chá de frutos esmagados para uma xícara (150ml) de água fervente 3x ao dia. Como expectorante em crianças, utilizar na forma de xarope.

Uso externo: cataplasma de folhas recentes.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 608-611.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 510-511.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 336-337.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 480.

SILVA, R. C. Plantas Medicinais na Saúde Bucal. Vitória, [s. i.], 2001. p. 58.

http://www.tropicos.org/Name/50277946 – Acesso em: 13 de março de 2012.

KINUPP, V. F.;LORENZI, H.(b)Plantas Alimentícias Não Convencionais ( PANC ) no Brasil. Nova Odessa , SP. Instituto Plantarum de estudos da flora, 2014.

Tags: AfecçõesAmenorréiaAnti-inflamatórioAromáticaClimatérioComestívelDismenorreiaDispepsiaEdemaEructaçãoFlatulênciaHipertensãoReumatismo

FOLHA-DA-FORTUNA

20/01/2020 22:30

Bryophyllum pinnatum  (Lam.) Oken.

Crassulaceae 


Sinonímias: Bryophyllum calycinum Salisb, Cotyledon pinnata Lam., Bryophyllum pinnatum (Lam.)Kurz., Kalanchoe pinnata (Lam.)Pers., Crassula pinnata L.

Nomes populares:  Folha-gorda, erva-da-costa, sempre-viva, planta-do-amor, coirama, courama, courama-vermelha, folha-da-fortuna, fortuna, folha-grossa, folha-de-pirarucu, diabinho, folha-da-vida, fortuna-milagre-de-são-joaquim, folha-do-ar, saião(BR), leaf of life (Jamaica, Madagascar), cathedral bells, air-plant, curtain-plant, floppers, good-luck-leaf, life-plant, mexican love-plant, miracle-leaf (INGLÊS, EEUU).

Origem ou Habitat: África Tropical (Ilha de Madagascar), e amplamente distribuída em América Tropical, Índia, China e Austrália.

Características botânicas:  Herbácea perene, pouco ramificada que mede de 1 a 1,5 metros de altura e a haste é oca e tubular. As folhas são opostas, pinado-compostas, suculentas, margem crenada, medindo de 10-30 cm de comprimento. Os folíolos são oblongos, ovalados ou elípticos; panículas de 10-40 cm; cálice inchado de 3,0 a 3,5 cm e corola rósea ou arroxeada de até 7 cm. O fruto tem 4 folículos.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular:  Na medicina caseira é usado no tratamento local de furúnculos e por via oral, na preparação de xaropes para a tosse.

Usos etno-medicinais: na região do Caribe, onde é conhecida por folha-da-vida, é usada para tratar edemas, abcessos, picadas de insetos e contusões, problemas pulmonares, dor de cabeça, resfriado, tosse, hipertensão, falta de ar, asma e problemas menstruais.

Em um trabalho de pesquisa bibliográfica da 3a. fase do curso de medicina da UFSC, foram apresentadas as seguintes indicações de uso popular: Infecção pulmonar, erisipela, queimaduras, feridas, úlceras de pele, verrugas, azia, gastrite, úlceras, dores de cabeça, disenteria e diarreia, cólicas e distúrbios menstruais;

Equilibrar o diabetes; eliminar ou reduzir cálculos renais; inflamações em geral; febre; hematomas internos e ossos quebrados; epilepsia; dores de dente e de ouvido; infecções oculares e conjuntivite; flatulência e gases; distúrbios linfáticos;

Artrite; linfomas; uretrites; insuficiência renal ou pedra nos rins; prisão de ventre; pé de atleta; tosses intermitentes; tuberculose, gripes e resfriados;

Nervosismo, ansiedade e depressão; nefrites; náuseas e muitas outras indicações.

Composição química:  Compostos fenólicos, flavonóides, ácidos orgânicos, mucilagem, cálcio e cloro, bufadienólidos (briofilinas A,B e C), N-triacontano, patuletina, ácidos graxos.

  • Bufadienolideos: Briofilina A (briotoxina C), briofilina B, briofilina C, briofilol, bersaldegenina-1,3,5-ortoacetato, dentre outros.
  • Flavonóides: Glicosídeos de quercetina e canferol, quercitrina, afzelina, acacetina, rutina, luteolina, dentre outros.
  • Ácidos fenólicos: Ácido gálico, ácido cafeico e ácido ferúlico.
  • Triterpenos: α –amirina, briofolona, briofinol, dentre outros.
  • Lignanas: Briofilusideo
  • Ácidos simples: Ácido málico, ácido oxálico, ácido cítrico, dentre outros.
  • Ácidos graxos: Ácido palmítico, ácido esteárico, ácido araquídico e ácido bekênico.
  • Esteroides: β-sitosterol, briofilol, estigmast-24-enol, dentre outros.

Ações farmacológicas: Foram observadas as atividades anti-inflamatória, cicatrizante, antialérgica, antiúlcera e imunossupressiva.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em vários testes com animais não foi demonstrado toxicidade. A dose letal aplicada aos animais foi muito alta e por via intra-peritonial.

Contra-indicações:  Grávidas e lactantes deverão abster-se de seu uso até melhores esclarecimentos de sua inocuidade.

Posologia e modo de uso: Para tratar edemas, abcessos, picada de insetos e contusões: por aquecimento da folha e aplicar na área afetada.

O sumo extraído da folha pode ser misturado com mel e consumido como remédio para problemas pulmonares e para dor de cabeça.

O suco é usado para tratar resfriado, tosse, hipertensão.

O chá por infusão é usado para falta de ar, asma e problemas menstruais.

Dose: 30-40 g/l (não ultrapassar a 5%).

Observações: Recomenda-se não empregar extratos desta planta por mais de 15 dias consecutivos.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

Braz, D.C.; Oliveira, L.R.S.; Viana, A.F.S.C.- Atividade antiulcerogênica do extrato aquoso da Bryophyllum pinnatum (Lam.) Kurz – Rev. bras. plantas med. vol.15 no.1 Botucatu, SP, 2013.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

Kamboj A, Saluja AK Bryophyllum pinnatum (Lam.) Kurz :. perfil fitoquímico e farmacológico: uma revisão. Phcog Rev [periódico online] 2009 [citado em 07 março 2014]; 3:364-74. Disponível em: http://www.phcogrev.com/text.asp?2009/3/6/364/59536

KHOOSHBU, Pasha; ANSARI, Imtiyaz. A pharmacognostical and pharmacological review on bryophyllum pinnatum (panphuti). Asian Journal Of Pharmaceutical And Clinical Research, [s.l.], v. 12, n. 1, p.34-39, 7 jan. 2019.

THORAT, Sheela S et al. A REVIEW ON BRYOPHYLLUM PINNATUM. International Research Journal Of Pharmacy, [s.l.], v. 8, n. 12, p.1-3, 22 jan. 2018.

FURER, Karin et al. Bryophyllum pinnatum and Related Species Used in Anthroposophic Medicine: Constituents, Pharmacological Activities, and Clinical Efficacy. Planta Medica, [s.l.], v. 82, n. 11/12, p.930-941, 24 maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/8902864?tab=synonyms – acesso 06 março 2014.

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