ARNICA WEDÉLIA

28/12/2019 00:15

Sphagneticola trilobata (L.) Pruski

Familia botânica; Asteraceae.


SinonímiasSphagneticola ulei O. Hoffm.; Wedelia brasiliensis (Spreng.) S.F.Blake; Wedelia paludosa DC.; Complaya trilobata (L.) Strother; Thelechitonia trilobata (L.) H.Rob. & Cuatrec.; Wedelia trilobata A.St.-Hil.;

Nomes populares: Arnica-do-mato, arnica-do-brejo, pseudo-arnica, vedelia, vadelia, malmequer, mal-me-quer do brejo, margaridão, pingo-de-ouro (SILVA, 2001), insulina vegetal (no Rio Grande do Sul).

Observação: Diversas espécies da família botânica Asteraceae são conhecidas pelo nome popular “arnica”, sendo amplamente utilizadas na medicina popular em todo o Brasil. A origem etimológica da palavra arnica deriva do grego “arnakis”, que significa “pelos de carneiro” e provavelmente refere-se às sépalas cobertas de pelos macios que cercam a flor.

Saiba mais sobre as as diferentes plantas conhecidas como “arnica aqui.

Origem ou Habitat: Planta nativa do Brasil, ocorre naturalmente ao longo da costa brasileira e de outros países do conesul.

Características botânicas: .Sphagneticola trilobata é uma planta herbácea, espontânea, perene com folhas trilobatas e capítulos florais amarelos. A espécie apresenta caules castanho-avermelhados e pode ser propagada por estaquia, sendo um planta espontânea e muito comum em todo o sul do Brasil. Tolera sombreamento, porém floresce com mais intensidade ao sol. É também usada como planta ornamental.

Partes usadas: Flores e folhas.

Uso popular: A população utiliza a alcoolatura da planta para uso externo em casos de dores, afecções do trato respiratório e infecções bacterianas. Na forma de tinturas é indicada para contusões, machucados, ferimentos, nevralgias, anemia e coqueluche. No Rio Grande do Sul, onde a planta é conhecida pelo nome popular de “insulina vegetal”, usa-se a infusão das folhas para casos de diabetes.

Observação do uso clínico em Florianópolis:  O uso externo na forma de compressas, da alcoolatura, tintura ou infusão preparada com as partes aéreas desta planta tem bons resultados em dores musculares, articulares, contusões e machucados.

Informações científicas: 👥(HU): Estudo acompanhou o uso da infusão das folhas de S. trilobata por cinco agricultoras (mulheres com idade entre 48 e 74 anos) como coadjuvante no tratamento da diabetes mellitus, sem informar se foi eficaz para o controle da glicemia. 🐁(AN): Estudo in vivo realizado em camundongos mostrou redução da hepatotoxicidade induzida por paracetamol devido à provável ação dos terpenos presentes no extrato bruto da S. trilobata administrados por via oral levando a uma redução significativa no tamanho das lesões. 🧫🦠(IV): Estudo in vitro realizado com extrato etanólico do caule e flor mostrou atividade antimicrobiana, antioxidante e anti-inflamatória. Os resultados mostram ação antimicrobiana do extrato alcoólico frente a cepas Gram-positivas e Gram-negativas.

Modo de usar:

Uso interno: A segurança do uso interno desta planta ainda não está bem estabelecida, devendo o seu uso ser realizado somente acompanhado por profissional especialista.

Uso externo: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das partes aéreas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, realizar o uso tópico na forma de compressa local com auxílio de um algodão ou pano limpo, até 3 vezes ao dia, por no máximo duas semanas, para alívio de dores reumáticas, artralgias e contusões.

Tintura: preparada com as partes aéreas na proporção de 1:10 em álcool 70% e 1:5 em álcool 90%. Deixar armazenado em garrafa de vidro e em local escuro por 15 dias e utilizar para uso tópico na forma de compressas com auxílio de um algodão ou pano limpo para alívio de dores reumáticas, artralgias e contusões.

Cuidados no uso desta espécie: 

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Deve-se evitar o uso durante a gestação e a lactação.

Devido à falta de informações sobre seus efeitos colaterais deve-se realizar o uso interno desta planta somente com acompanhamento profissional.

Em casos isolados pode provocar reações alérgicas com formação de vesículas e necrose.

Atentar para possíveis reações em pessoas com sensibilidade a plantas da família Asteraceae.
Não aplicar em lesões abertas.

Composição química: Luteolina (flores e caules), ácido caurenóico (em maior concentração nas raízes), chalcona coreopsina (flores), esteróides e terpenóides (raízes),³ friedelan-3β-ol, ácido ent-16β-hidroxi-cauran-19-óico,¹ wedelactona(8) paludolactona,² ácido grandiflorênico(RONAN,2009) estigmasterol, glicosídeos de estigmasterol e sitosterol, ésteres derivados do ácido oleanóico(CARVALHO, et al., 2001).

Óleo essencial: (E)- cariofileno, α- pineno, canfeno, dentre outros.

Diterpenos: Ácido caurenoico

Flavonoides: Luteolina, Coreopsin

Lactonas sesquiterpenicas: Paludolactona

Esteroides: Estigmasterol

Ácidos fenólicos: Ácido clorogênico, ácido -5-O-cafeoilquinico, ácido -3-O-cafeoilquinico, dentre outros.

 

Referências: 

LEMÕES,M.A.M, et al.  The Use Of the Plant Sphagneticola trilobata Farmers Affected By Diabetes Mellitus. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental (Universidade estadual do Rio de Janeiro), Rio de Janeiro, v. 1, n. 4, p.2733-2739, 2012. Trimestral.

ROSA, J. M., et al., Protective effect of crude extract from Wedelia paludosa (Asteraceae) on the hepatotoxicity induced by paracetamol in mice. Journal of Pharmacy and Pharmacology, 58: 137–142. (2006).

GOVINDAPPA M., et al., Antimicrobial antioxidant and in vitro antiinflammatory activity of ethanol extract and activep hytochemical screening of Wedelia trilobata (L.) Hitchc. Journal of Pharmacognosy and Phytotherapy, Karnataka, v. 3, n.3, p.43-51, 2011.

MICHALAK, I. E. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis: EPAGRI, 1997. 60p.

SILVA, R. C. Plantas Medicinais na Saúde Bucal. Vitória: [s. i.], 2001. p. 113.

 

http://www.tropicos.org/- Acesso em: 03 de agosto de 2023.

 

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