SÁLVIA-REAL

22/02/2020 16:21

Salvia officinalis  L.

Lamiaceae (antiga Labiatae)


SinonímiasNão encontrado sinonímia. Existem muitas variedades desta espécie.

Nomes populares: Sálvia-real, sálvia-das-boticas, sálvia, chá-da-Grécia, erva-sagrada, sálvia-dos-jardins, sálvia-comum.

Origem ou Habitat: Região Sul da Europa ou Região Mediterrânea.

Características botânicas: Herbácea perene, aromática, ereta ou decumbente, ramificada na base formando touceira. Mede de 30 a 60 cm de altura. Folhas simples, opostas, glandulares ou rugosas, finamente dentadas, de cor esbranquiçada na face inferior e verde-grisácea na face superior, medindo de 3-6 cm de comprimento. Flores azul-violáceas agrupadas em longas espigas terminais, porém, pouco frequente em nossas condições.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Segundo Lorenzi & Matos (2002), “suas folhas são empregadas como condimento na culinária de vários países desde tempos medievais, sendo cultivada no Hemisfério Norte como planta ornamental.”

Na medicina caseira suas folhas e inflorescências são empregadas para indigestão, problemas de fígado, contra a sudorese excessiva, lactação e salivação. É usada como auxiliar no tratamento da gota, dispepsia, astenia (fraqueza), diabetes, bronquite, intestino preso e menopausa.

Externamente é empregada contra mordidas de insetos, infecções de pele, gengiva, garganta e boca, inclusive aftas e mau-hálito.

Composição química: Óleo essencial: A e B-tujonas (35-60%), A-terpineol, linalol, óxido de cariofileno, 1,8 cineol, A-pineno, mirceno, canfeno, limoneno, ocimeno, cânfora (15%), timol, acetato de bornilo, sabinol e linalol.

Princípios amargos: diterpenos fenólicos (carnosol ou picrosalvina, ácido carnosílico, rosmanol, manool, etc.)

Flavonóides: luteolina, apigenina, vicenina, hispidulina, genkwanina, etc.

Taninos: saponinas.

Ações farmacológicas: Em animais de laboratório destacaram-se as seguintes atividades: digestiva e antiespasmódica, antimicrobiana e antiviral e anti-secretora.

A neurotoxicidade do óleo essencial é atribuída à tujona.

Interações medicamentosas: A Sálvia pode interferir, se tomada simultaneamente com agentes hipoglicemiantes e anticonvulsivantes. Também pode potencializar os efeitos sedativos de barbitúricos e benzodiazepínicos. (Newall. et al., 1996 apud Alonso, J. 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo essencial na forma isolada, provoca quadros convulsivantes, em especial por uso prolongado, tanto em animais como em humanos, devido à presença de tujonas e alcanfor. (Blumenthal, M., 1998 apud Alonso, J., 2004).

Contra-indicações: Evitar o uso do óleo essencial desta planta.

Evitar usar esta planta em mulheres grávidas e lactantes e em pacientes epiléticos.

Evitar usar em crianças.

Evitar o consumo excessivo e por longos períodos.

O dr. Jorge Alonso não aconselha o uso oral do óleo essencial da Salvia officinalis em aromaterapia, por ser muito estreita a margem terapêutica.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 954-959.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 263.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.tropicos.org/Name/17600600 – Acesso 16 OUT 2015.

Tags: AsteniaBronquiteCondimentoDispepsiaIndigestão

SALVA/MELISSA

20/02/2020 00:11

Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson

Verbenaceae



SinonímiasCamara alba (Mill.) Kuntze; Lantana alba Mill.; Lantana cuneatifolia Klotzsch ex Walp.; Lantana geminata Spreng.; Lantana lippioides Hook. & Arn.; Lantana malabarica Hayek; Lantana molissima Desf.; Lippia citrata Willd. ex Cham.; Lippia lantanoides (Lam.) Herter; Verbena globiflora L’Hér.; Verbena globulifera Spreng.; Verbena lantanoides Willd. ex Spreng.; Zappania odorata Pers.

Nomes populares: melissa, erva-cidreira, erva-cidreira-de-arbusto, cidrila, falsa-melissa, chá-de-tabuleiro, salva-do-rio-grande, salva-limão, salva-braba, salva-da-gripe, cidreira carmelitana, alecrim-do-campo, alecrim-selvagem, quioiô (Bahia).

Origem ou Habitat: Planta oriunda da América, desde o México, até Argentina, Brasil e Uruguai. Cresce até os 1.800m de altitude.

Características botânicas: Erva arbustiva, perene, de até 3 m de altura, de caule e ramos primários alongados, ascendentes, quadrangulares e pubescentes, quando novos, e glabros, quando velhos, emitindo raízes quando tocam o solo. As folhas são elípticas, com a haste arrredondado-ovadas, inteiras, simples, peninérveas, serreadas na margem e ligeiramente escabrosas na superfície, opostas, de cor verde-acizentada, de 5 a 10 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. Flores reunidas na periferia da inflorescência, fortemente zigomorfas, hermafroditas, corola lilás e branca, com fundo amarelo. Os frutos são drupas globosas de cor róseo-arroxeada. Raiz axial, fasciculada, com mais ou menos 25 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas e inflorescências.

Uso popular: Utilizada pela medicina popular como antiespasmódica, digestiva, cólicas, diarreia, dispepsia, estomatite, indigestão, flatulência, náuseas e vômitos, carminativa, calmante e ansiolítica, emenagoga, antiasmática, sudorífera, hipotensora, estimulante e aperitiva. Indicada para enxaqueca e como cicatrizante, além de gripes e resfriados.

Composição química: Existem vários quimiotipos. Dr. Alonso (2002) coloca as composições encontradas no centro e norte do Brasil e também no Paraná. Neste estado, os componentes maijoritários são y-terpineno (47,71%), cimeno (8,65%), B-cariofileno (7,23%), mirceno (1,32%), geraniol (0,69%), nerol (0,39%). Lorenzi e Matos (2002) separam as cidreiras encontradas no Ceará em três quimiotipos fundamentais: o primeiro, caracterizado por teores elevados de citral e mirceno; o segundo com teores elevados de citral e limoneno; e o terceiro com teores elevados de carvona e limoneno.

INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS:

👥(HU): Estudo prospectivo não controlado com grupo amostral de 21 mulheres demonstrou alívio nos sintomas de enxaqueca com o uso do extrato hidroetanólico das folhas.                             🧫🦠(IV): Estudos demonstram potencial antimicrobiano do óleo essencial.

Interações medicamentosas: Em um estudo com coelhos, foi relacionado uma possível hepatoxicidade com a associação de e Lippia alba e paracetamol (Alonso, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A decocção fresca (12-20 g/L), por via oral, em doses de 120-240 mL por um tempo maximo de 720 mL/dia durante 15 dias, não prodduz efeitos adversos significativos, clinicamente evidenciado, em 1000 pacientes com tratamento terpeutico. (CARBALLO A, 1994) Uma usuaria, ao ser sujerida melissa para insonia relatou que lhe causava sonhos ruins.

Contra-indicações: Visto que na Argentina, a planta é indicada como abortiva, e ante a falta de dados confiáveis de inocuidade, não se recomenda seu emprego durante a gestação e lactação.

Posologia e modo de uso: Infusão das folhas: 1 colher (sopa) de folhas picadas para 1 xícara de água, jogar a água quente sobre as folhas picadas, tampar, repousar por 10 minutos. coar e servir . Pode ser utilizada como condimento na preparação de comidas.

Pode ser feita a inalação do vapor para desobstruir as narinas.

Observações: Em Florianópolis, há dois quimiotipos comuns, sendo o primeiro denominado popularmente de melissa(folhas e flores menores), mais indicado em casos de ansiedade e insônia, e o segundo, denominado popularmente de salva (folhas e flores maiores ), ou salva-da-gripe, indicado para problemas respiratórios ; as duas tem cheiros diferentes.

Referências: 

AGUIAR, J. S. Atividade antimicrobiana de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 3, p. 436-440, Jul./Set. 2008.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 952-54.

CARBALLO, A. Plantas medicinales del Escambray Cubano. In: TRAMIL, VII, 1994. Isla San Andrés, Colombia. Apuntes científicos. [S.I: s.i.].

CONDE, R. et al. Chemical composition and therapeutic effects of Lippia alba (Mill.) N. E. Brown leaves hydro-alcoholic extract in patients with migraine. Phytomedicine, [S.I.], v. 18, n. 14, p. 201-1197, jul. 2011.

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 63.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Satafé de Bogotá, D.C., Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo, CYTED. 1995. p. 557-560.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 89-488.

REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: Programa de desenvolvimento social e tecnológico, 2000. p. 33-34

www.tropicos.org – acesso em: 28 de maio de 2011.

Tags: AnsiolíticoAntiasmáticaAntiespasmódicoCalmanteCarminativaCicatrizanteCólicaDiarreiasDigestivoDispepsiaEmenagogoEstomatiteFlatulênciaHipotensoraSudorífica

POEJO MENTA-PULÉGIO

18/02/2020 22:30

Mentha pulegium  L.

Lamiaceae (antiga Labiatae)


SinonímiasMentha daghestanica Boriss., Pulegium vulgare Mill., Minthe pulegia (L.) St.-Lag.

Nomes populares: Poejo, poejo menta-pulégio, poejo-das-hortas, erva-de-são-lourenço, hortelã-dos-pulmões, menta-selvagem, poejo-real, pennyroyal.

Origem ou Habitat: É originária da Europa, Ásia e Arábia. É aclimatada em quase todos os países de clima temperado. (LORENZI & MATOS (2002).

Características botânicas: Erva prostrada, perene, cespitosa, de raízes rizomatosas que cresce bem em locais úmidos ou junto de cursos fluviais, medindo cerca de 10 cm de altura, talos quadrangulares, muito ramificados, podem chegar a medir entre 30 a 40 cm. As folhas aromáticas são lanceoladas e ligeiramente dentadas, de cor entre os verdes médio e escuro, de margem inteira e limbo pontilhado de glândulas translúcidas, medindo menos de 1 cm de comprimento. Dispõem-se opostamente ao longo dos talos. As diminutas flores rosadas ou violetas nascem agrupadas em densas inflorescências globosas, nas axilas das folhas.

Partes usadas: Folhas, talos e flores.

Uso popular: Tradicionalmente, o chá (infusão) de poejo menta-pulégio é usado para dispepsia flatulenta, cólica menstrual, resfriado, menstruação atrasada. Topicamente é usado em erupções cutâneas, formigamento e gota.

Composição química: Óleos essenciais: a pulegona é o constituinte principal (60 a 90%); seguidos de mentona, isomentona, 3-octanol, piperitenona e trans-isopulegona.

Flavonóides: diosmina e hesperidina. E ácido rosmarínico.

Ações farmacológicas: Apresenta propriedades carminativa, antiespasmódica, diaforética e emenagoga. O óleo essencial tem ações antimicrobiana, inseticida e repelente.

Interações medicamentosas: Interações descritas com a utilização da planta e outros farmacos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A toxicidade do óleo do poejo menta-pulégio está bem reconhecida e foram relatadas fatalidades humanas após sua ingestão como abortivo. Os sintomas relatados após ingestão do óleo incluem dor abdominal, náusea, vômito, diarréia, letargia e agitação, pirexia, hipertensão e bradicardia, urticária generalizada. Comprovou-se que doses de 28,35 g e 30 ml do óleo são fatais, mas houve casos de indivíduos que se recuperaram após tentativas malsucedidas de aborto após a ingestão de 7,5 ml de óleo.

Uma ação hepatóxica direta foi sugerida com o constituinte cetônico, pulegona. Propôs-se a conversão metabólica de pulegona em um intermediário reativo, um furano ou epóxido.

Contra-indicações: O chá de poejo menta-pulégio é contraindicado na gravidez.

O óleo de poejo menta-pulégio é irritante, e foram documentadas ocorrências de hepatoxicidade e nefrotoxicidade após a sua ingestão.

Posologia e modo de uso: Uso para adulto: 1-4 g da erva (folhas, talos e flores), na forma de infusão, 3x ao dia.

A administração em doses elevadas, equivalentes a 5 g do óleo essencial, tem ação abortiva e hepatóxica.

Na Europa e Estados Unidos não é recomendável o uso oral do óleo essencial.

Observações: O termo pulegium, que deriva da palavra latina pulex (pulga), deve-se ao antigo costume de queimar poejo no interior das casas para repelir estes insetos. Na Nova Inglaterra, é conhecido como folha da bíblia. A banda Nirvana possui uma música chamada Pennyroyal Tea, que em uma tradução livre significa “chá de poejo”.

Referências: 

BARNES, Joanne. Fitoterápicos / Joanne Barnes, Linda A. Anderson, J.David Phillipson; tradução: Beatriz Araújo Rosário, Régis Pizzato; revisão técnica: Pedro Ros Petrovick…(et al.) – 3ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2012.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

http://www.tropicos.org/Name/17601507 – Acesso 15 Junho 2016.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Poejo – Acesso 15 Junho 2016.

Tags: CólicaDispepsiaFlatulênciaResfriado

MIL FOLHAS

17/02/2020 21:50

Achillea millefolium  L.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasChamaemelum millefolium (L.) E.H.L. Krause.

Nomes populares: Mil-folhas, aquiléia, atroveran, erva-de-carpinteiro, erva-de-cortaduras, erva-dos-carreteiros, milefólio, mil-em-rama, mil-folhada, nariz-sangrento, novalgina, pronto-alívio, erva-dos-militares,erva-dos-golpes, erva-dos-soldados, erva-de-cortaduras, erva-do-bom-deus, prazer-das-damas.

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e amplamente cultivada em hortas domésticas em quase todo o Brasil.

Características botânicas: Herbácea perene, rizomatosa, ereta, aromática, entouceirada, de 30-50 cm de altura. Folhas compostas finamente pinadas, de 5-8 cm de comprimento. Flores brancas, em capítulos reunidos em uma panícula terminal. Existem variedades cultivadas com fins ornamentais com capítulos de cores variadas. Multiplica-se por estacas e por divisão de touceira.

Partes usadas: Folhas e flores.

Uso popular: Uso interno: infecção das vias respiratórias superiores, indisposição, astenia, flatulência, dispepsia, estimulante das funções digestivas, cálculos renais, dores reumáticas, como auxiliar no tratamento de gota, cólicas menstruais e renais, falta de apetite, náuseas, vômitos, discinesia hepatobiliar , colecistite, flebites, ajuda a regular o ciclo menstrual, reduz sangramento menstrual excessivo, diarréia, disenteria, febres, hipertensão, amenorréia, enurese noturna de criança, hemorragias internas e externas (uterina, pulmonar, hemorróidas, feridas, úlceras, queimaduras e varizes), dores de estômago e de dente, como antiinflamatória para bexiga, incontinência urinária, rins e intestinos, é benéfica na febre do feno, melhora a circulação venosa e tonifica veias varicosas, e associada a outras ervas ajuda na recuperação de gripes e resfriados. Desde muito tempo é utilizada na fabricação de bebidas amargas.

Uso externo: hemorróidas, prostatite, fissuras anais, contusões, dores musculares, doenças de pele, feridas, úlceras dérmicas, queimaduras, inflamações ginecológicas, eczemas, cãibras, como auxiliar no tratamento da psoríase, como suavizante e antipruriginoso em afecções dermatológicas, em condições espasmódicas dolorosas do baixo ventre(na forma de banhos de assento). É utilizada há séculos na cura de feridas.

Informações científicas: 👥 (HU*): Estudos sobre a eficácia de preparações com as partes aéreas da A. millefolium demonstraram redução dos efeitos colaterais provocados pela quimioterapia, como: náusea e vômito, estomatite e mucosite (Miranzadeh et al., 2014, 2015; Sheikhi et al., 2015).

🐁 (AN*): Preparações com as folhas e flores da planta, em animais, demonstraram efeito gastroprotetor, principalmente na redução de úlceras gástricas (Cavalcanti et al., 2006; Potrich et al., 2010). Também em animais foi reconhecido que seu uso provoca alívio em sintomas relacionados à dispepsia (Ali; Gopalakrishnan; Venkatesalu, 2017; Baggio et al., 2008; Borreli et al., 2012).

*HU: Estudos clínicos realizados em humanos; AN: estudos pré-clínicos realizados em animais.

Observação do uso clínico em Florianópolis: : A utilização da infusão preparada com as folhas da mil-folhas tem boa resposta em sintomas de gripes e resfriados. A espécie também pode ser utilizada em distúrbios menstruais e sintomas da TPM, associada à erva-cidreira (Melissa officinalis) e à alfavaca-anisada (Ocimum selloi).

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas, o seu uso concomitantemente a outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno na gestação, lactação e em crianças menores de 12 anos. Não deve ser utilizada por indivíduos portadores de úlceras gastroduodenais ou oclusão das vias biliares. O uso acima das doses recomendadas pode causar cefaleia, tontura e inflamação. O uso prolongado pode provocar reações alérgicas (ANVISA, 2011, 2018). A tintura da planta não deve ser usada em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação.

Posologia e modo de uso

Uso interno: 1 colher de sobremesa das folhas secas ou 10 cm de 1 folha fresca rasurada para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Para aliviar sintomas da TPM: infusão com 1 xícara de água fervente com 5 folhas de Ocimum selloi + 10cm de uma folha de Achillea millefolium + 5 folhas frescas de Melissa officinalis. Ter cautela no uso deste composto concomitantemente a ansiolíticos e medicamentos para tireoide.

Tintura: Utilizar 20 gramas das partes aéreas secas para 100 ml de álcool etílico 45% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 5 ml da tintura, três vezes ao dia, entre as refeições ou tomar 2 a 4 ml, diluídos em meio copo com água, três a quatro vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no alívio dos sintomas dispépticos, flatulência, inflamação, como colerético e antiespasmódico (ANVISA, 2018).

Observações: Planta de sabor amargo.

Composição química: Óleo essencial: borneol, acetato de bornila (oligoelemento), cânfora, 1,8-cineol, cineol, limoneno, sabineno, termineno-4-ol, terpineol e α-tujona (monoterpenos), cariofileno (sesquiterpeno), aquilicina, aquilina, milefina e milefolídeo (lactonas sesquiterpênicas), azuleno e camazuleno (derivados de lactonas sesquiterpênicas) e isoartemísia cetônica; taninos: condensados e hidrolisáveis, sendo que a glicose é o componente de carboidrato destes últimos; flavonóides: predominantemente glicosídeos de flavona apigenina- e luteolina-7-glicosídeos, além de artemetina, casticina, 5-hidroxi-3,6,7,4’-tetrametoxiflavona,, isoramnetina, rutina (glicosídeo de flavonol); alcalóides/bases: betonicina e estaquidrina (pirrolidínica), trigonelina (piridínica), betaína e colina (bases), e entre os alcalóides não caracterizados estão aquiceína, aquileína (possível sinônimo para L-betonicina), que produz aquiletina sob hidrólise alcalina, e moscatina/mosquatina, um glicoalcalóide mal definido; ácidos: aminoácidos (como alanina, ácido aspártico, ácido glutâmico, histidina, leucina, lisina, prolina e valina), ácidos graxos (como linoléico, mirístico, oléico, palmítico e esteárico), ácidos ascórbico, caféico, fólico, salicílico e succínico; outros componentes: composto cianogênico desconhecido, açúcares (como arabinose, galactose, dextrose, dulcitol, glicose, inositol, maltose e sacarose),resinas, cumarinas, saponinas, esteróides, ácido tânico.

  • Fenólicos: Luteolina 7-O-glicosídeo, apigenina 7-O-glicosídeo e ácido cafeico glicosídeo1; ácido 1,3-dicafeoilquínico, ácido 1,4-dicafeoilquínico, ácido cafeico, etc. (17 compostos)2; ácido salicílico e coniferina3;
  • Flavonoides: 5-Hidroxi-3,6,7,4′-tetrametoxiflavona, artemetina e casticina1, resveratrol, morina, miricetina, etc (54 compostos)2, apigenina, artemetina e luteolina-7-O-β-D-glicuronídeo3;
  • Guaianolídeos: Leucodina, 8α-angeloxi-leucodina, aquilina, 8α-angeloxi-aquilina e desacetilmatricarina1;
  • Monoterpenoides: Monoterpenos hidrocarbonetos [cis-crisantenol, α-pineno, β-pineno, etc (11 compostos)]2 e monoterpenos oxigenados [cânfora, borneol, acetato de bornila, etc (19 compostos)]2;
  • Sesquiterpenoides: Lactonas sesquiterpênicas (aquilinina A2, aquilinina B e aquilinina C1); sesquiterpeno oxigenado (viridiflorol)2; sesquiterpenos hidrocarbonetos (E)-β-cariofileno, β-cubebeno, germacreno-D)2; proazulenos (camazuleno2,3 e azuleno3), etc (mais de 30 compostos)2;
  • Triterpenos e esteróis: α-Amirina, β-amirina, taraxasterol, etc (8 compostos)2.

Referências: 

1. BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission E Monographs. Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. Pp. 233-234.

2. BRUNETON, Jean. Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. Pp. 333-336.

3. CHEVALLIER, Andrew. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. Pp. 54.

4. CORRÊA, Anderson Domingues; SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; QUINTAS, Luiz Eduardo M. 2 ed. Plantas Medicinais: do cultivo à terapêutica. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999. Pp. 164.

5. CUNHA, A. Proença da; SILVA, Alda Pereira da; ROQUE, Odete Rodrigues. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. Pp. 474-475.

6. CUNHA, A. Proença da et al. Plantas e Produtos Vegetais em Cosmética e Dermatologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. Pp. 203-204.

7. DRESCHER, Lírio (coord.). Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. Laranja da Terra-ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. Pp. 92.

8. FERRO, Degmar. Fitoterapia: Conceitos Clínicos. São Paulo: Atheneu, 2008. Pp. 201.

9. FRANCO, Ivacir João; FONTANA, Vilson Luiz. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim-RS: Livraria Vida, 2004. Pp. 156.

10. LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 109-110.

11. NEWALL, Carol A.; ANDERSON, Linda A.; PHILLIPSON, J. David. Plantas Medicinais. Guia Para Profissional de Saúde [Herbal Medicines]. Trad. De Mirtes F. de Oliveira Pinheiro. São Paulo: Premier, 2002. Pp. 194-196.

12. www.tropicos.org – acesso em 18 de maio de 2011.

13. SHEIKHI, M. A., et al., Alternative Methods to Treat Nausea and Vomiting from Cancer Chemotherapy. Chemotherapy Research and Practice v.1, p. 1-6. 2015. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4655029/>.

14. MIRANZADEH S., et al., A New mouthwash for Chemotherapy Induced Stomatitis. Nursing and Midwifery Studies journal v. 3 p. 1-7, 2014. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4332993/>.

15. MIRANZADEH S., et al., Effect of adding the herb Achillea millefolium on mouthwash on chemotherapy induced oral mucositis in cancer patients: A double-blind randomized controlled trial. European Journal of Oncology Nursingl 19 (2015) 207-213. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1462388914001999?via%3Dihub>.

16. POTRICH et al. Antiulcerogenic activity of hydroalcoholic extract of Achillea millefolium L.: Involvement of the antioxidant system. Journal of Ethnopharmacology, v. 130, p.85–92, 2010; 157. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S037887411000245X?via%3Dihub>.

17. CAVALCANTI A.M. et al., Safety and antiulcer efficacy studies of Achillea millefolium L. after chronic treatment in Wistar rats. Journal of Ethnopharmacology v. 107, p. 277–284. 2006. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874106001565?via%3Dihub>.

18. BORRELLI F., et al. Prokinetic effect of a standardized yarrow (Achillea millefolium) extract and its constituent choline: studies in the mouse and human stomach. Neurogastroenterol Motil v. 24, p. 164–171, 2012. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2982.2011.01827.x>.

19. ALI S. I., GOPALAKRISHNAN B. e VENKATESALU V. Pharmacognosy, Phytochemistry and Pharmacological Properties of Achillea millefolium L.: A Review. Phytotherapy research, 2017. 160. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ptr.5840>.

20. BAGGIO H, C. et al. Botanical medicine in clinical practice: Brazilian medicinal plants in gastrointestinal therapy. Botanical Medicine in Clinical Practice. Ed. CABI: Oxon, 1ª edição, United Kingdom; p. 46–51. 2008.

21. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília.ANVISA, 2018. Página 9

22. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011, pag.19.

 

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LOURO

13/02/2020 21:35


Laurus nobilis  L.

Lauraceae


Nomes populares: Louro, loureiro-ordinário, loureiro-dos-poetas, louro-comum, laurel (Ingles).

Origem ou Habitat: Ásia Menor. É amplamente distribuída nas áreas do Mediterrâneo e Europa e cultivada no Sul e Sudeste do Brasil.

Características botânicas: Árvore perene que mede de 2-10 m de altura, porém, nas regiões de origem pode chegar de 14-25 m. É ramificada e aromática. Folhas simples, alternas, pecioladas, coriáceas, brilhantes, ligeiramente onduladas nas bordas, de cor verde-escuro, de 4-8 cm de comprimento. Flores amareladas ou brancas, aromáticas, reunidas em fascículos axilares, em grupo de 3 a 4. Os frutos são bagas globosas de cor preta quando maduros. (Lorenzi & Matos, 2002).

Partes usadas: Folhas e frutos.

Uso popular: As folhas secas são amplamente empregadas na culinária de vários países como condimento (Alonso, 2004; Lorenzi & Matos, 2002; Stuart, 1981). Utilizada na medicina tradicional, como estimulante do apetite e da digestão, é indicada em casos de dispepsias, flatulência, cólicas, astenias e dores reumáticas e também em casos de estados gripais (acompanhados de mal estar e cansaço) (Lorenzi & Matos, 2002; Alonso, 2004). Externamente, é usada como antisséptica para a pele e antiparasitária (contra caspa e piolhos), reduzindo o mau cheiro dos pés e no combate aos fungos (Lorenzi & Matos, 2002; Drescher, 2001). É usada externamente na Turquia a decocção das folhas frescas em casos de hemorróidas e a decocção dos frutos macerados para mialgias (Alonso, 2004). No Irã, utiliza-se o óleo essencial das folhas como anticonvulsivante, enquanto na Amazônia brasileira prepara-se a decocção das folhas como antihipertensivo. Nas zonas de Mata Atlântica, a infusão das folhas é empregada em doenças do fígado, dores de cabeça, como emética e abortiva (Alonso, 2004; Di Stasi & Hiruma-Lima, 2002) Tem outros usos, como o empego na fabricação de cremes, loções, perfumes, sabonetes e detergentes (Alonso, 2004).

Composição química: As folhas possuem óleo essencial (1-3%) ricos em compostos terpênicos como cineol (40-44%), eugenol e metileugenol (17%), sabineno (6,2%), terpineol (5,7%), pineno (4,7%), linalol, lactonas sesquiterpênicas, fenilhidrazina, piperidina, geraniol, flavonoides, taninos e alcaloides isoquinolínicos (pricipalmente reticulina e em menor medida boldina, launobina, isodomesticina, neolitsina e nandigerina) (Alonso, 2004; Sayyah, et al., 2002). Os frutos possuem óleo essencial (2-4%) rico em derivados terpênicos como cineol (30-50%), alfa e beta-pineno (10%), citral, felandreno, limoneno, p-cimeno, eugenol (livre e esterificado), geraniol, sabineno e metilcinamato. Contém ainda lipídeos (25-55%, sendo muito abundante também nas sementes) compostos por glicerídeos dos ácidos láurico, oleico, palmítico e linoleico. Possui alcaloides isoquinolínicos e princípios amargos (lactonas sesquiterpênicas) como costunolídeo, dehidrocostuslactona, eremantina e laurenbiolídeo.

Ações farmacológicas: As folhas e alguns dos seus compostos presentes no óleo essencial demonstraram atividade inseticida contra baratas, enquanto o extrato aquoso das folhas evidenciou efeito inibitório sobre Biomphalaria glabrata, caramujo hospedeiro do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose (Ré, 1987; Alonso, 2004). O óleo essencial obtido das folhas demonstrou efeitos antiparasitários in vitro, principalmente contra piolhos e ácaros na medicina veterinária (Alonso, 2004). Estudos em ratos com úlceras gástricas induzidas por etanol evidenciaram atividade protetora da mucosa gástrica quando tratados tanto com o extrato aquoso e metanólico quanto o óleo essencial das sementes (Alonso, 2004). Em um estudo sobre absorção alcoólica com cobaias, Yoshikawa (2000) concluiu que sete sesquiterpenos ativos da planta apresentaram atividade inibitória da absorção do álcool pelo organismo, atribuindo potente ação preventiva sobre intoxicação alcoólica aguda. A planta possui atividade anticonvulsivante comprovada em estudos com ratos, prevenindo convulsões tônicas induzidas por eletrochoque e por pentilenetetrazol, atribuída a compostos como metileugenol, eugenol e pineno. Em doses anticonvulsivantes, produziu sedação e comprometimento motor, corroborando seu uso na medicina popular iraniana como antiepilética. Os autores colocam, no entanto, a necessidade de mais estudos antes de conclusões absolutas (Sayyah, et al., 2002).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: É uma espécie com potencial alergênico na pele devido a presença de lactonas sesquiterpênicas, monoterpenos monocíclicos (limoneno, felandreno) e bicíclicos (pineno), os quais podem provocar desde dermatite de contato (Adisen & Onder, 2007; Ozden, et al., 2001) até fotossensibilização. Em altas doses ou com uso muito frequente, pode causar gastrite e úlceras na mucosa digestiva, devido às lactonas e taninos. No entanto, é considerada uma planta segura para uso medicinal em humanos nos EUA e Espanha (Alonso, 2004).

Contra-indicações: Contra-indicada na gravidez (abortiva), lactação, em crianças menores de 6 anos, gastrite, úlceras gástrica ou duodenal, colite ulcerativa, doença de Chron, hepatopatias, epilepsia e doença de Parkinson (Alonso, 2004, citando Arteche Garcia A. et al., 1998).

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (sobremesa) de folhas picadas para 1 xícara de água fervente. Tomar 1 xícara antes das refeições.
Decocção para uso externo: 5 colheres (sopa) de folhas picadas em 1 litro de água. Ferver por 10 minutos; é indicado banho de imersão por 15 minutos como antisséptico para a pele, como relaxante muscular contra mau cheiro dos pés e no combate a fungos, parasitos e suor.

Observações: Na antiguidade, os gregos consideravam esta planta muito nobre, de tal forma que coroavam seus heróis com suas folhas e ramos. As expressões “laureado” = premiado e “os louros da vitória” são usadas em alusão a esta planta: Laurus nobilis.

Referências: 

Chen, Hongqiang; Xie, Chunfeng; Wang, Hao; Jin, Da-Qing; Li, Shen; Wang, Meicheng; Ren, Quanhui; Xu, Jing; Ohizumi, Yasushi; Guo, Yuanqiang – Sesquiterpenes Inhibiting the Microglial Activation from Laurus nobilis. Journal of Agricultural and Food Chemistry (2014), 62(20), 4784-4788. | – Acesso 14 Jul 2014.

ADISEN, E. e ONDER, M. Allergic contact dermatitis from Laurus nobilis oil induced by massage. Contact Dermatitis. 2007 Jun;56(6):360-1.

ALONSO, Jorge. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos – 1. ed.; Argentina, Rosario. Corpus Libros, 2004. Pp. 665-667.

DI STASI, Luiz Claudio., HIRUMA-LIMA, Clélia Akiko; colaboradores Alba Regina Monteiro Souza-Brito, Alexandre Mariot, Claudenice Moreira dos Santos. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Editora UNESP, 2002. Pp. 107-108.

DRESCHER, Lírio (coordenador). Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. – 1. ed. 2001. Pp. 86.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. – 1. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 267.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa/SP: Instituto Plantarum, 2008.

OZDEN, MG., OZTAS, P., OZTAS, MO., ONDER, M. Allergic contact dermatitis from Laurus nobilis (laurel) oil. Contact Dermatitis. 2001 Sep;45(3):178.

RE, Liliane and KAWANO, Toshie. Effects of Laurus nobilis (Lauraceae) on Biomphalaria glabrata (Say, 1818). Mem. Inst. Oswaldo Cruz [online]. 1987, vol.82, suppl.4, pp. 315-320. Acessado em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0074-02761987000800060&script=sci_arttext

SAYYAH, M., VALIZADEH, J. And KAMALINEJAD, M. Anticonvulsant activity of the leaf essential oil of Laurus nobilis against pentylenetetrazole- and maximal electroshock-induced seizures. Phytomedicine Volume 9, Issue 3, 2002, Pages 212-216. Acessado em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S094471130470104X

STUART, Malcolm. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Ediciones Omega, S. A., Barcelona, 1981. Pp. 211.

YOSHIKAWA, M., SHIMODA, H., UEMURA, T., MORIKAWA, T., KAWAHARA, Y., MATSUDA, H. Alcohol absorption inhibitors from bay leaf (Laurus nobilis): structure-requirements of sesquiterpenes for the activity. Bioorganic & Medicinal Chemistry Volume 8, Issue 8, August 2000, Pages 2071-2077. Acessado em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0968089600001279 Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 04 Jul 2011

http://www.tropicos.org/Name/17804359 – Acesso 14 Jul 2014.

Tags: Abortivoanti-hipertisivoAnti-parasitáriaAnticonvulsivaAntissépticaAsteniaCólicaCondimentoDispepsiaDores reumáticasEméticaFlatulênciaGripeHemorróidaMialgias

GERVÃ0-ROXO

09/02/2020 22:09

Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl.

Verbenaceae


SinonímiasVerbena cayennensis Rich., Abena cayennensis (Rich.) Hitchc., Lippia cylindrica Scheele, Stachytarpheta australis Moldenke, Zappania cayennensis (Rich.) Mirb.

Nomes populares: Gervão-roxo, gervão-azul, gervão-do-campo, gervão-legítimo, erva-gervão, chá-do-brasil, aguarapondá, ewé ìgbolé.

Origem ou Habitat: É nativa do Brasil.

Características botânicas: Subarbusto anual ou perene, ereto, muito ramificado, medindo de 70 a 100 cm de altura. Folhas opostas, membranáceas, elípticas ou ovais, medindo de 4-8 cm de comprimento e 2-4,5 de largura, superfície superior rugosa e ambas as superfícies glabra ou ocasionalmente alguns pelos na superfície inferior e ao longo das nervuras e margens, essas acentuadamente e grosseiramente serrilhadas, os dentes visivelmente divergentes, ápice agudo, base cuneiforme. Inflorescências terminais espigadas, com poucas flores de cor azul, encontradas de 4 a 6 de cada vez, espigões delgados e flexíveis, medindo de 14-40 cm de comprimento. Brácteas lanceoladas, corola azul com o centro mais pálido e medindo de 7-8 mm de comprimento.

Partes usadas: Folhas e partes aéreas.

Uso popular: É usado na forma de infusão como tônico estomacal e estimulante das funções gastrointestinais, contra febres, dispepsias, como diurético e emoliente, contra problemas hepáticos e para combater vermes intestinais. É também usada para gripes e resfriados.

Externamente na forma de cataplasma, é usado no tratamento de lesões cutâneas causadas por Leishmania spp., contusões e afecções da pele (eczema e erisipela).

A irmã Eva Michalak (1912-2007) recomenda o infuso para o fígado, estômago, cálculos renais, prisão de ventre, febre e hepatite.

Composição química: Um estudo fitoquímico de 2011, revelou a presença de taninos, flavonóides, saponinas e glicosídios cardioativos. Outro autor assinala a presença de esteróides, quinonas, compostos fenólicos, ácido caféico, ácido clorogênico, um iridóide (ipolamida) com atividade anti-secretora de ácido gástrico. E ainda segundo o Herbanário da Terra os seguintes compostos: estarquitafina, citral, geranial, verbenalina, dextrina, ácido salicílico, óleo essencial, taninos, pigmentos flavonóides, alcalóides (substâncias amargas) e saponinas.

Ações farmacológicas: Possui atividades anti-inflamatória, antimicrobiana principalmente contra Staphylococcus aureus e inibidor das secreções gástricas.

Interações medicamentosas: Sem informações.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Sem informações.

Contra-indicações: Por falta de estudos clínicos, é desaconselhável para gestantes.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (sobremesa) de folhas picadas para 1 xícara de água fervente. Tomar 1 xícara 2x ao dia, antes das refeições.

Uso externo: emplasto, pomada, creme ou o infuso para lavar feridas..

Observações: Esta planta já constava como medicinal na Farmacopeia Brasileira de 1929. A espécie Bouchea agrestis, cujo nome popular é erva-da-pressão, gervão ou falso-gervão, muitas vezes é confundida com a Stachytarpheta cayennensis (gervão-roxo).

Referências: 
DRESCHER, L. (coord.) Herbanário da Terra – Plantas e receitas. 1ª ed. Laranja da Terra/ES, 2001.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MICHALAK, E. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis/SC. Epagri, 1997.

Salimena, F.R.G. Stachytarpheta in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 27 Jan. 2014

http://www.hear.org/Pier/species/Stachytarpheta_cayennensis.htm. Acesso em 29 de Jan. 2014 http://www.utp.br/Revista-Eletronica-Biociencias-Biotecnologia-e-Saude/n_2_maio-ago_2011/pdf’s_2/triagem_fitoquimica.pdf. Acesso: 29 de Jan. 2014

http://www.tropicos.org/Name/33700808. Acesso em: 27 de Jan. 2014

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gervão. Acesso em 29 de Jan. 2014.

Tags: DispepsiaDiuréticoEmolientesFebreGripeHepatoprotetoraResfriadoTônicoVerminoses

GENGIBRE

09/02/2020 21:57

Zingiber officinale   Roscoe.

Zingiberaceae 


SinonímiasAmomum zingiber L., Zingiber aromaticum Noronha, Zingiber majus Rumph., Curcuma longifolia Wall.

Nomes populares: Gengibre, jengibre(Espanha), mangarataia.

Origem ou Habitat: Ásia.

Características botânicas: Segundo a descrição de LORENZI & MATOS, é uma erva rizomatosa, perene, ereta, com cerca de 60-120 cm de altura. Folhas simples, lanceoladas, invaginantes, de 15-30 cm de comprimento. Flores estéreis, verdosas ou branco-amareladas com manchas púrpuras dispostas em espigas radicais de até 7 cm de largura. Rizoma ramificado, de cheiro e sabor picante, agradável.

Partes usadas: Rizomas.

Uso popular: Tradicionalmente o gengibre é utilizado para tratar afecções intestinais, especialmente os problemas digestivos, com indicação nos casos de dispepsias e como carminativo nas cólicas flatulentas. Possui ação antimicrobiana local, combatendo a rouquidão e a inflamação da garganta, além de gripes, resfriados e sinusite. O gengibre é um dos melhores remédios para combater as náuseas (enjoos de viagem, enjoos produzidos pelo tratamento com quimioterapia, enjoos de gravidez, enjoos pós-operatório, etc.). É usado em casos de úlceras e diarreia. Tem ainda ação anti-inflamatória, anti-reumática, antiviral, antitussígena, anti-trombose, cardiotônica, colagogo, antialérgica e protetora do estômago. É amplamente usado na cozinha, em suas diferentes formas: gengibre fresco, gengibre caramelizado, gengibre em conserva em xarope de açúcar, gengibre curtido no vinagre, em pó e seco.

Informações científicas: 👥(HU): O gengibre pode ser útil no enjoo da gravidez (Matthews, 2015), e pós operatório (Chanaiyakunapruk, 2006). Há limitada evidência de melhora no quadro de diabetes tipo II (Mahluji et al., 2013; Shidfar et al., 2015), bem como sobre seu efeito na obesidade.

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso interno da infusão preparada com os rizomas do gengibre apresenta boa resposta em sintomas de gripes, resfriados, casos de cinetose, enjoos e vômito devido à quimioterapia. O uso externo da decocção é usado em compressas locais no pescoço em casos de afonia, rouquidão e dores musculares e articulares.

Cuidados no uso desta espécie: O uso do gengibre pode provocar interações com várias classes de medicamentos (anticoagulante, antidiabética e anti-hipertensão arterial). Devido a atividade cardiotônica e anti-agregante plaquetária (in vitro) e hipoglicemiante (in vivo) do gengibre, é recomendado não administrar altas doses porque pode interferir com a medicação de base em pacientes com insuficiência cardíaca, coagulopatias e diabetes (Newall C. et al., 1996 apud Alonso, J., 2004). Em ensaios feitos em animais, os extratos de gengibre aumentaram a absorção de sulfaguanidina ao redor de 150% comparado a grupos controle (Sakai K. et al., 1987 apud Alonso, J., 2004).

Durante a gravidez e lactação utilizar no máximo 1 (um) grama por dia. Não usar gengibre fresco em casos de aftas. Não utilizar gengibre em caso de cálculos biliares, gastrite e hipertensão arterial. Em relação à tintura, não usar em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação. Não usar em caso de tratamento com anticoagulantes, pois pode exacerbar seu efeito (Anvisa, 2018).

O gengibre é inócuo nas doses recomendadas. Não tomar doses diárias de extratos do pó superiores a 2g. Doses superiores a 6g diárias podem produzir úlceras ou gastrites.

Posologia e modo de uso: 

🍵 Uso interno: Chá preparado por decocção de até 50g dos rizomas em 2 litros de água. Após esfriar, ingerir uma xícara até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: Compressa da decocção preparada com os rizomas, em casos de dores musculares e contusões.

Tintura: Utilizar 20 gramas dos rizomas para 100 ml de álcool etílico 70% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 2,5 mL da tintura, diluídos em 50 mL de água, uma a três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como antiemético e nos casos de cinetose (Shidfar et al., 2015)

OBS: Não usar a tintura em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação.

Composição química: Óleo essencial (0,5-3%): composto por monoterpenos: canfeno (8%), alfa-pineno (2,5%), cineol, citral, borneol, mirceno, limoneno, felandreno; composto por sesquiterpenos: A-anforfeno, B-cariofileno, B-elemeno, B-ilangeno, calemeneno, capaeno, ciclo-copacanfeno, ciclosafireno, cis-G-bisaboleno, selina-zonareno, germacraneno B, sesquifelandreno, trans-B-farneseno, zingibereno, bisaboleno; álcoois sesquiterpênicos: necrolidol, elemol, bisabolol, sesquisabineno, trans-B-sesquifelandrol, zingiberenol, B-eudesmol; Outros: hidrocarbonetos (undecano, hexadecano, dodecano, folueno, p-cimeno, etc.), álcoois alifáticos: (2-butanol, 2-heptanol, 2-nonanol), aldeídos alifáticos (butanal, 2-metil-butanal, 3-metil-butanal, pentanal), cetonas (acetona, 2-hexanona, 2-novanona, heptanona, criptona, carvatanacetona, metil-heptanona), aldeídos monoterpênicos (citronelal, mistenal, felandral, neral, geranial).

Compostos picantes presentes na fração resinosa (5-8%): gingerdióis e gingeróis: 6-8-10- gingerol (raiz fresca) e por dessecação: zingerona, zingibereno, 6-8-10- sogaol, fenilfalcanonas, gingerenonas A,C, isogingerenona B, gingerdiona e 1-dihidrogingerdiona. Outros: amido (60%), ácido fosfatídico, lecitina, proteínas, vitaminas e minerais.

-Óleo essencial:

  • Monoterpenos: Canfeno, cineol, citral, felandreno, dentre outros.
  • Sesquiterpenos: Sesquifelandreno, trans-B-farneseno, bisaboleno, zingibereno, dentre outros.
  • Gingeróis: 6-8-10- gingerol (raiz fresca), 6-8-10- Shogaol, zingerona, gingerdiona(dessecação), dentre outros.
  • Diarileptanóides: Gingerenonas A, B e C (dessecação)
  • Monoacil digalactosil gliceróis:Gingerglicolipideos A, B e C.
  • Aldeídos monoterpênicos: Citronelal, neral, geraniale, dentre outros.

Observações: O rizoma de gengibre encontra-se registrado pelo FDA norte-americana e o Council of Europe como suplemento dietético e droga anti-nauseosa. O gengibre cru, em forma de extrato fluido ou como óleo-resina é considerado oficinal pela United States Pharmacopeia (USP) e pelo National Formulary, tendo indicações como carminativo, aromático e estimulante. A Comissão “E” de Monografias da Alemanha inclui o uso do gengibre em casos de dispepsias e na profilaxia de enjoos e náuseas de viagem. A ESCOP da Europa indica o uso preventivo do gengibre em casos de náuseas, vômitos e como medicação antiemética pós-cirúrgica. Os Ministérios da Saúde de Bolívia, Brasil, Colômbia e Cuba reconhecem o rizoma de gengibre para uso medicinal humano. O rizoma do gengibre encontra-se incorporado nas seguintes Farmacopeias: Argentina, Áustria, Austrália, Bélgica, Brasil, China, Korea, Egito, Filipinas, França, Gran Bretanha, Holanda, Índia, Japão, Suíça e Vietnam.

Referências: 
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

2. ALSHERBINY, Muhammad A. et al. Ameliorative and protective effects of ginger and its main constituents against natural, chemical and radiation-induced toxicities: A comprehensive review. Food And Chemical Toxicology, [s.l.], v. 123, p.72-97, jan. 2019.

3. GHOSH, A.k. et al. ZINGIBER OFFICINALE: A NATURAL GOLD. International Journal Of Pharma & Bio Sciences, East Sikkim, v. 2, n. 1, p.283-294, jan. 2011.

4. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

5. MAHBOUBI, Mohaddese. Zingiber officinale Rosc. essential oil, a review on its composition and bioactivity. Clinical Phytoscience, [s.l.], v. 5, n. 1, p.1-12, 15 jan. 2019.

6. http://www.botanical-online.com/medicinalsgengibre.htm – acesso em 16 de setembro de 2012.

7. http://www.sabetudo.net/ch-de-gengibre.html – foto2- acesso em 16 de setembro de 2012.

8. http://sinuhesilvavieira.blogspot.com.br/2012/05/gengibre-para-que-serve.html – foto3 – acesso em 16 de setembro de 2012.

9. http://www.tropicos.org/Name/34500018?tab=synonyms – foto1- – acesso em 16 de setembro de 2012.

10. MATTHEWS A., Interventions for nausea and vomiting in early pregnancy. CochraneDatabas e of Systematic Reviews 2015, Issue 9. Disponível em: https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD007575.pub4/full

11. CHANAIYAKUNAPRUK N., The efficacy of ginger for the prevention of post-operative nausea and vomiting: a meta-analysis. American Journal of Obstetrics and Gynecology 2006; 194(1): 95-99. Disponível em: https://www.ajog.org/article/S0002-9378(05)00891-4/fulltext

12. MAHLUJI, S., et al., Effects of ginger (Zingiber officinale) on plasma glucose level, HbA1c and insulin sensitivity in type 2 diabeticpatients.International JournalOf FoodSciencesAndNutrition,[s.l.], v. 64, n. 6, p.682-686, 18 mar. 2013. InformaUKLimited. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.3109/09637486.2013.775223?journalCode=iijf20

13. SHIDFAR, F. et al., The effect of ginger (Zingiber officinale) on glycemic markers in patients with type 2 diabetes. Journal of Complementary and Integrative Medicine, [s.l.], v. 12, n. 2, p.165-170, 1 jan. 2015. Walter de Gruyter GmbH. Disponível em: https://www.degruyter.com/document/doi/10.1515/jcim-2014-0021/html

14. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2018. Página 95.

Tags: AfecçõesAnti-inflamatórioAnti-reumáticoAntialérgicaAntimicrobianoCardiotônicaCarminativaColagogoCólicaDiarreiasDispepsiaGripeNáuseaResfriadoÚlceras

FUNCHO

20/01/2020 23:06

Foeniculum vulgare   Mill.

Apiaceae 


Sinonímias: Anethum foeniculum L., Foeniculum officinale All., Meum foeniculum (L.) Spreng.

Nomes populares:  Funcho, erva-doce, erva-doce-de-cabeça, falsa-erva-doce, falso-anís, funcho-bastardo, funcho-comum, funcho-doce, funcho-italiano, funho-vulgar, fiolho, anís, cilantrillo, hinojo (Esp.) finocchio (Engl., EUA).

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e amplamente cultivada em todo o Brasil..

Características botânicas:  Erva perene ou bianual, entouceirada, aromática, de 40-60 cm de altura. Folhas inferiores alargadas de até 30 cm de comprimento e superiores mais estreitas, com pecíolo alargado como bainha que envolve o caule, compostas pinadas, com folíolos reduzidos a filamentos. Flores pequenas, hermafroditas, de cor amarela, dispostas em umbelas compostas por 10-20 umbelas menores. Os frutos são oblongos, compostos por dois aquênios de cerca de 4 mm de comprimento.

Partes usadas: Frutos (vulgarmente chamados de sementes), folhas e raízes. A base da haste é empregada na culinária.

Uso popular:  Desconfortos gastrointestinais, como dispepsia, flatulência, eructação e dores decorrentes de transtornos digestivos funcionais. Também utilizada para auxiliar a eliminação de catarro das vias respiratórias superiores. Suas raízes são utilizadas para facilitar as funções de eliminação urinária e digestiva e de eliminação renal de água, como em situação de edemas, hipertensão arterial, afecções genitourinárias e certos reumatismos. Situações de amenorréia, dismenorréia e perturbações associadas ao climatério, e ainda para aumentar o leite materno. Externamente os frutos e folhas são utilizados em inflamações das mucosas ocular e da orofaringe e para perfumar o hálito. É também aromática e comestível.

Composição química:  Óleo essencial composto por anetol 90-95%, metilchavicol, anisaldeído, linalol e outros derivados terpênicos oxigenados; óleo fixo; proteínas; carboidratos; ácidos málico, caféico e clorogênico; cumarinas; flavonóides; esteróides e miristicina. Minerais como potássio (K), vitaminas A,B,C,E , ácido fólico.

Ações farmacológicas: Carminativa, antiespasmódica, galactogoga, estrogênica, aperiente, eupética, relaxamento dos esfíncteres do trato gastrointestinal, anti-séptica, inseticida, antifúngica, antimicrobiana, antiinflamatória, expectorante. Suas raízes têm ação diurética, e suas folhas têm propriedades cicatrizantes e anti-sépticas.

Interações medicamentosas: Pode interagir com o antibiótico ciprofloxacina (estudos em ratos).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em casos específicos, pode ocorrer reação alérgica da pele e do trato respiratório. O anetol e a miristicina presentes no óleo essencial podem, em altas doses, originar efeitos convulsivantes e/ou alucinatórios. As cumarinas podem ser fototóxicas, provocando, à exposição solar, o aparecimento de vesículas, edema ou hiperpigmentação cutânea.

Contra-indicações:  Na farmacopéia alemã não se recomenda o óleo essencial de funcho em grávidas, lactentes e crianças pequenas, nem em pessoas com antecedentes de epilepsia ou convulsões. Para as infusões não haveria contra-indicações.

Posologia e modo de uso: Uso interno – Infusão de uma colher (sopa) de folhas 3x ao dia, ou uma colher de chá de frutos esmagados para uma xícara (150ml) de água fervente 3x ao dia. Como expectorante em crianças, utilizar na forma de xarope.

Uso externo: cataplasma de folhas recentes.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 608-611.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 510-511.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 336-337.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 480.

SILVA, R. C. Plantas Medicinais na Saúde Bucal. Vitória, [s. i.], 2001. p. 58.

http://www.tropicos.org/Name/50277946 – Acesso em: 13 de março de 2012.

KINUPP, V. F.;LORENZI, H.(b)Plantas Alimentícias Não Convencionais ( PANC ) no Brasil. Nova Odessa , SP. Instituto Plantarum de estudos da flora, 2014.

Tags: AfecçõesAmenorréiaAnti-inflamatórioAromáticaClimatérioComestívelDismenorreiaDispepsiaEdemaEructaçãoFlatulênciaHipertensãoReumatismo

ERVA-TOSTÃO

19/01/2020 23:15

Boerhavia diffusa  L.

Nyctaginaceae 


Sinonímias: Boerhavia diffusa var. hirsuta (Jacq.) Kuntze, Boerhavia diffusa var. mutabilis R. Br., Boerhavia erecta L., Boerhavia coccinea Mill., Boerhavia caribaea Jacq., etc.

Obs.:Boerhavia hirsuta Willd.(ilegítimo), Boerhavia hirsuta Jacq.(legítimo).

Nomes populares:  Pega-pinto, agarra-pinto, bredo-de-porco, erva-de-porco, batata-de-porco, tangaracá, erva-tostão (Brasil), yerba tostada, yerba tutón (Argentina).

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal).

Características botânicas:  O gênero Boerhavia descrito por Carl von Linnaeus, em 1753, inclui aproximadamente 50 espécies vegetais, e o nome do gênero foi em homenagem ao médico, químico e botânico holandês Hermann Boerhraave.

Trata-se de uma herbácea bienal ou perene, suculenta, medindo de 50 cm a 1,0 m de altura, com muitos ramos vegetativos rasteiros e poucos ramos eretos, pilosos, de onde partem folhas pequenas, simples, opostas, ovadoblongas de margens onduladas, pilosas e pecioladas, de cor verde claro na face inferior, medindo de 4-8 cm de comprimento. Flores pequenas, pediceladas, reunidas em panículas isoladas, de coloração esbranquiçadas ou vermelhas, dispostas bem acima da folhagem. Raiz tuberosa. Os frutos são pequenas cápsulas com pêlos glandulares que se aderem à roupa e à pele. Sua propagação é por sementes.

Partes usadas: A planta inteira, principalmente a raiz.

Uso popular:  Segundo a Irmã Eva Michalak, esta planta é indicada para dispepsia, congestão do fígado, hepatite, nefrite, hidropisia, cálculos da vesícula biliar, retenção da urina e nervosismo.

Di Stasi assinala que na Região da Mata Atlântica o uso principal é na forma de infusão das folhas para expulsão de vermes (lombrigas) ou na infusão da planta toda contra hepatite e diarréia.

Pio Corrêa (1984) refere o uso da raiz para problemas do fígado, icterícia, excelente diurético e contra picadas de cobras.

Na forma de cataplasma feito com as raízes moídas e fervidas é usada contra mordedura de cobras e bicho-de-pé.

Na Índia, as raízes são usadas para tratar males do fígado, vesícula, rins e problemas urinários. Tem uso veterinário para abcessos de pele, onde é feito um emplasto com uma pasta misturada com vinagre(ALONSO, 2004).

Na Argentina a raiz é usada como colagogo, diurético (como diurético também os talos foliáceos), refrescante e purgante. A raiz é empregada como alimento.

No Paraguai costuma-se incorporar as raízes machucadas ao mate tererê como bebida refrescante e energizante.

Na Martinica empregam-se as folhas na forma de decocção para fazer gargarejos em casos de faringite e angina. A decocção ou o suco das folhas são recomendadas como analgésicas e anti-inflamatórias.

Na Guatemala é empregada para tratar erisipela e como antiparasitário.

Composição química:  Alcalóides (concanvalina A, boerhavina), aminoácidos, ácido boerhávico, lignanas (liriodendrina, siringaresinol-B-glicosídeo), lipo-polissacarídeos, esteróis (beta-sitosterol, campesterol), ácido ursólico, liriodendrina, ácido esteárico, flavonóides, etc.

Ações farmacológicas: Foram demostradas as seguintes ações farmacológicas com extratos das raízes: hepatoprotetora, diurética, colerética, hipotensiva, antiparasitária, antimicrobiana, anti-inflamatória, anti-hemorrágica, antiespasmódica e imunomoduladora.

Interações medicamentosas: Não encontrada na literatura consultada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos:Muitos testes foram feitos em animais para estudos sobre a toxicidade desta planta e nenhum detectou toxicidade nem teratogenicidade.

Contra-indicações:  Não há referências sobre contra-indicações, porém, pelo princípio da precaução, não é recomendado extratos desta planta na gravidez e lactação.

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

DI STASI, L.C. & HIRUMA-LIMA, C.A., Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica – São Paulo: editora Unesp, 2002.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

MICHALAK, E., irmã. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis: Epagri, 1997.

PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: IBDF, Ministério da Agricultura, Imprensa Nacional, 1984.

Sá, C.F.C. 2010. Nyctaginaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB010903)- acesso em 06 de fevereiro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/22500356?tab=synonyms – acesso em 06 de fevereiro de 2013.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioColagogoCongestãoDispepsiaDiuréticoNervosismoVermífuga

ERVA-DOCE

10/01/2020 15:41

Pimpinella anisum   L.

Apiaceae  


Sinonímias: Anisum graveolens (L.) Crantz , Carum anisum (L.) Baill., Selinum anisum (L.) EHL Krause, Sison anisum (L.) Spreng., Tragium anisum (L.) Link.

Nomes populares:  Anis, anis-verde, erva-doce, pimpinela-branca.

Origem ou Habitat: É natural da Ásia e cultivada no Brasil, especialmente no Sul.

Características botânicas:  Erva aromática anual, ereta, de até 50 cm de altura. Folhas compostas de várias formas, fendidas. Flores brancas, dispostas em umbelas. Os frutos são aquênios, de sabor adocicado e cheiro forte.

Partes usadas: Frutos e sementes.

Uso popular:  Muito utilizada contra resfriado, tosse, bronquite, febre, cólicas, inflamações orofaríngeas, má digestão, flatulência, dispepsia, eructação, dor decorrente de transtornos digestivos funcionais, perda do apetite, para combater cólicas e dores de cabeça e como repelente de insetos, além de ser aromática e condimentar. Também pode ser utilizada em parasitoses intestinais leves, e menos frequentemente para promover a lactação, a menstruação, facilitar o parto, incrementar a libido e atenuar os sintomas do climatério. Uso pediátrico por via inalatória para hipersecreção brônquica. Externamente na pediculose, escabiose e em micoses cutâneas como pitiríase, candidíase e pé de atleta.

Composição química:  Óleo essencial (anetol 90-95%), álcoois, cetonas, hidrocarbonetos terpênicos, proteínas, carboidratos, glicosídeos, ácidos málico, cafeico e clorogênico, cumarinas, flavonóides, esteróides , acetilcolina (e seu precursor, colina),6 eugenol, pseudoisoeugenol, metilchavicol, anisaldeídos, scopoletin, umbelliferon, polienos e poliacetilenos.5 À exposição do óleo à luz solar ocorre a formação de dianetol (que possui ação estrogênica) e isoanetol (com ação tóxica).

Ações farmacológicas: Digestiva, carminativa, espasmolítica, expectorante, galactogoga, antifúngica, antiséptica, antiviral,6 antioxidante,5 estrogênica,³ mucolítica4 e sedativa, além de favorecer a absorção de ferro.¹ Tem uma moderada ação anti-helmíntica.7 Os componentes químicos eugenol e estragol têm ação anestésica, hipotérmica, relaxante muscular e anticonvulsivante.

Interações medicamentosas: Altas doses podem interferir com drogas anticoagulantes ou com inibidores da MAO (monoaminooxidase).¹ Os efeitos estrogênicos podem interferir com hormonioterapia de reposição e pílulas anticoncepcionais (apenas evidenciado em altas doses).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Altas doses ( de oleo essencial?))podem causar quadro alucinógeno ou neurotóxico (confusão mental, sonolência), podendo em casos extremos levar a paralisia muscular, transtornos respiratórios, convulsões e coma.¹ Reação alérgica ocasional da pele, trato respiratório ou trato gastrointestinal.

Contra-indicações:  O óleo essencial é contra-indicado para uso interno durante a gravidez e o aleitamento, em crianças menores de 6 anos e na presença de problemas crônicos gastrointestinais ou doenças neurológicas,4 em casos de alergia ao anis ou ao anetol² e na presença de tumores hormônio-dependentes.¹ Não se recomenda o uso tópico em pessoas hispersensíveis ou com história de alergias cutâneas.

Posologia e modo de uso: Uso interno – Infusão de uma colher de café dos frutos (vulgarmente conhecidos como sementes) em uma xícara de água fervente. Pode-se beber até 2 xícaras/dia. Nos casos de problemas digestivos ou cólicas, tomar o chá meia hora antes das refeições.6 Uso externo – óleo essencial dilúido a 10% em óleo de amêndoas.

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 162-166.

BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission E Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. p. 82-83.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 507-510.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 124-125.

GULCIN, I.; OKTAY, M.; KIRECCI, E.; KUFREVIOGLU, O.I. Screening of antioxidant and antimicrobial activities of anise (Pimpinella anisum L.) seed extracts. Food Chemistry, [S. I.], v. 83, n. 3, p. 371-382, 2003.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 484.

ÖZCAN, M. M.; CHALCHAT, J. C. Chemical composition and antifungal effect of anise (Pimpinella anisum L.) fruit oil at ripening stage. Annals of Microbiology, v. 56, n. 4, p. 353-358, Dez. 2006.

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