ERVA-BALEEIRA

10/01/2020 15:30

Varronia curassavica Jacq.

Boraginaceae


Sinonímias: Cordia curassavica (Jacq.) Roem. & Schult.; Cordia salicina DC.; Cordia verbenacea DC.; Cordia intonsa I.M.Johnst.; Varronia intonsa (I.M.Johnst.) J.S.Mill.;

Nomes populares:  Erva-balieira, erva-baleeira, erva-preta, maria-preta, maria-milagrosa, catinga-de-barão, caramona, mijo-de-grilo, milho-de-grilo, salicina, cheiro-de-tempêro.

Origem ou Habitat: Regiões litorâneas do Sudeste e Leste brasileiro.

Características botânicas:  Arbusto ereto, muito ramificado, aromático, com a extremidade dos ramos um pouco pendente e hastes revestidas por casca fibrosa, medindo de 1,5 a 2,5m de altura. Folhas simples, alternas, serrilhadas, coriáceas, verrugosas e aromáticas, de 5-9 cm de comprimento. Inflorescências racemosas terminais com pequenas flores brancas, de 10-15 cm de comprimento. Os frutos são cariopses esféricas e vermelhas.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular:  É amplamente utilizada na medicina caseira nas regiões litorâneas do Sudeste e Leste brasileiro, onde é considerada antiinflamatória, cicatrizante, diurética, antiartrítica, analgésica, tônica e antiulcerogênica. É usada para as seguintes afecções: reumatismo, artrite reumatóide, gota, dores musculares e da coluna, prostatites, nevralgias e contusões e também para feridas externas e úlceras. É comum seu uso entre os pescadores da região litorânea. Usuários que ingerem o chá abafado (infusão) relatam melhora de sintomas dispépticos e aumento da diurese, além da melhora dos sintomas dolorosos para o qual foi indicada.

Informações científicas:🐁(AN): Estudos pré-clínicos contribuíram para o desenvolvimento do primeiro fitomedicamento anti-inflamatório de uso tópico desenvolvido no Brasil com o óleo essencial extraído da V. curassavica (Sertié, 1991, 2005). Para o extrato etanólico das folhas foi demonstrada atividade analgésica, efeito protetivo contra úlcera gástrica e baixa toxicidade (Roldão, 2008). Estudo com compostos extraídos das folhas da planta apresentaram atividade anti-inflamatória, sendo considerados importantes marcadores para a elucidação das propriedades farmacológicas da espécie (Medeiros, 2007). O extrato etanólico das folhas da planta mostrou atividade anti-alergênica, reduzindo in vitro a secreção de histamina em mastócitos de rato, porquinho-da-índia e hamster (Oliveira, 2011).

Observações do uso clínico em Florianópolis: O uso interno da infusão das folhas da erva-baleeira tem bom resultado para alívio das dores em geral, assim como a utilização da tintura ou da infusão das folhas para uso tópico, na forma de compressa, em dores musculares e das articulações.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso. Estudos in vivo não mostraram toxicidade e não há relatos de efeitos adversos. Por falta de maiores estudos, deve ser evitado o uso interno em gestantes e lactantes e crianças menores de 6 anos.

Modo de uso:

🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: Tintura na proporção de 1:10 em álcool 70% e 1:5 em álcool 90%. Deixar armazenado em garrafa de vidro e em local escuro por no mínimo 15 dias e utilizar para uso tópico na forma de compressas com auxílio de um algodão ou pano limpo para alívio de dores reumáticas, artralgias e contusões.

Observações: Os frutos são apreciados pelos pássaros. Existe uma espécie assemelhada, chamada de Trinca-Trinca (Cordia monosperma), usada popularmente como antiinflamatória para combater hemorróidas, na forma de banho de assento.

Composição química:  Os princípios ativos básicos são o óleo essencial e os flavonóides. Principais componentes do óleo essencial: α-tuyeno (12%), α-pineno (5%), trans-cariofileno, tuya-2,4(10)-dieno (0,4%), sabineno (2,5%), β-cariofileno (6,8%), α-humuleno (1,3%), allomadendreno (1,8%), germacreno D (6,6%), biciclogermacreno (5,3%), α-muuroleno (0,7%), α-cadineno (traços), δ-cadineno (16,8%), elemol (3,3%), germacreno D-4-ol (5,0%), neo-5-cedranol (14,8%); Principais flavonóides: sitosterol (Lins et al.); 5-hidroxi-3,6,7,3´,4´-pentametoxiflavona (artemetina) (Sertieé et al., 1990) (Lins et al.); 5,6´-diidroxi-3,3´,4´,6,7-pentametoxiflavona (Lins et al.); 7,4´- diidroxi-5´-carboximetóxi isoflavona e 7,4´- diidroxi-5´- metil isoflavona (Ameira, et al. 2006).

 

Referências:
1. AMEIRA, O.A. et al. Estabelecimento de cultura de células em suspensão e identificação de flavonóides em Cordia verbenacea DC. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 11, n. 1, p. 7-11, 2009.

2. FERRAZ, E. O. Cordia verbenacea: um caso de sucesso na fitoterapia brasileira. Lavras, MG: UFLA, 2010.

3. LINS,A.P.; ALVARENGA, M. A. Flavonóides de Cordia verbenacea. Supl. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 32, p. 457, 1980.

4. LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

5. LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

6. QUISPE-CONDORI, S. et al. Global yield of the Supercritical CO2 extraction from Cordia verbenacea DC – Anticancer and antimycobacterial activities. Pharmacognosy Magazine, v. 3, p. 39-46, 2007.

7. SERTIEÉ, J. A. A. Pharmacological assay of Cordia verbenacea. Part 1. Anti-inflammatory activity and toxicity of the crude extract of leaves. Planta Médica, v. 54, p. 7-11, 1988.

8. SERTIÉ, J.A., et al., Pharmacological assay of Cordia verbenacea III: Oral and topical anti-inflammatory activity and gastrotoxicity of a crude leaf extract. Journal of Ethnopharmacology. 31, 239-247. 1991. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/0378874191900082?via%3Dihub

9. SERTIÉ, J.A., et al., 2005. Pharmacological assay of Cordia verbenacea V: oral and topical anti-inflammatory activity, analgesic effect and fetus toxicity of a crude leaf extract. Phytomedicine, 12, 338-344. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0944711304001448?via%3Dihub

10. ROLDÃO, E. F., et al., Evaluation of the antiulcerogenic and analgesic activities of Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae). Journal of Ethnopharmacology. Volume 119, Issue 1, 2008, Pages 94-98. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874108003000?via%3Dihub

11. MEDEIROS, R., Effect of two active compounds obtained from the essential oil of Cordia verbenacea on the acute inflammatory responses elicited by LPS in the rat paw. Br J Pharmacol. 2007 Jul;151(5):618-27. Epub 2007 Apr 30. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2013990/

12. OLIVEIRA, D. M. et al., Cordia verbenacea and secretion of mast cells in different animal species. Journal of Ethnopharmacology, vol. 135, n. 2, 2011, pg. 463-468. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0378-8741(11)00197-8

 

 

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioCicatrizanteDispepsiaDiuréticoReumatismoTônico

DENTE-DE-LEÃO

09/01/2020 15:30

Taraxacum officinale   F.H.Wigg.

Asteraceae 


Sinonímias: Leontodon taraxacum L., Leontodon vulgare Lam., Taraxacum dens-leonis Desf., Taraxacum vulgare Schrank. 

Nomes populares:  Dente-de-leão, dente-de-leão-dos-jardins, serralha, taraxaco, chicória-silvestre, alface-de-cão, alface-de-coco, soprão, salada-de-toupeira, amargosa, amor-dos-homens, chicória-louca, pára-quedas, radite-bravo. 

Origem ou Habitat: Originária da Europa e Ásia. 

Características botânicas: Planta herbácea, perene, leitosa, acaule, com raiz tuberosa e pivotante. Folhas em roseta, simples, sem pecíolos, curto-pilosas ou glabras, inteiras ou pinatipartidas, de 15 a 25 cm de comprimento, de sabor amargo. Inflorescências em capítulos solitários, situados no ápice de caules florais ocos, pubescentes, de 20 a 30 cm de altura, cada capítulo medindo de 5 a 15 cm de diâmetro. As flores são amarelas e hermafroditas, e os frutos são aquênios escuros e finos, contendo em uma das extremidades um chumaço branco de pelos que facilitam a sua flutuação no vento. Multiplica-se por sementes.  

Uso popular:  Considerada popularmente como uma das melhores plantas diuréticas, com efeitos laxativo, colagogos e coleréticos. A infusão da raiz fresca é utilizada em casos de cálculos biliares, estágios inicias de cirrose e hepatite. Indicada para dispepsias como tônico amargo e utilizada em tratamento coadjuvante em processos reumáticos e obesidade e também para tratar o excesso de ácido úrico, gota e hipertensão. Indicada para dores reumáticas, prisão de ventre, astenia, diabetes e para afecções de pele, além das enfermidades do fígado, icterícia, afecções do baço e diarreia crônica. Em algumas regiões, suas folhas são consumidas como saladas (Lorenzi & Matos, 2002; Drescher, 2001; Stuart, 1981). 

Composição química:  Raiz: inulina (25-38%), derivados triterpênicos pentacíclicos provenientes do látex (isolactucerol, taraxerol, taraxasterol, acetatos e seus 16-HO-derivados), lactonas sesquiterpênicas (taraxicina, derivados do ácido taraxínico, 11-b-13-dihidrolactucina, ixerina D, ainslioside), uma resina ácida (taraxerina), goma, mucilagem (1%), fitoesterois (beta-sitosterol, estigmasterol), tiamina, ácidos graxos (ácido mirístico, palmítico, linoleico, linolenico), ácidos fenilcarboxílicos (ácido cafeico, clorogênico e p-hidrofenilacético), água (10-14%), frutose (até 18% na primavera), saponinas, glucosídeos benzílicos, beta-frutofuranosidase (enzima que despolimeriza a inulina), dihidroconiferina, siringina, dihidrosiringina, carotenóides, vitaminas (A, B, C, D, ácido nicotínico, nicotinamida) e sais minerais (8-10%): manganês, magnésio, ferro, silício, cromo e potássio, principalmente. 

Folhas: flavonoides (apigenina, luteolina), vitaminas B, C e D, provitamina A (em concentração maior que a da cenoura), potássio, germanólidos, carotenoides (luteína, violoxantina), taraxacina (princípio amargo do grupo das lactonas sesquiterpênicas), aminoácidos (asparagina, glutamina) e cumarinas. 

Flores: lecitina, carotenoides (criptoxantina, crisantomaxantina, violaxantina, flaxantina, luteína, luteína-epóxido, criptoxantina-epóxido), taraxacina, beta-amirina, beta-sitosterol, vitamina B2, arnidiol, farnidiol, lipídeos (acilglicerídeos e ácidos graxos). Látex: de cor branca e amargo, contém álcool cerílico, glicerol, ácido tartárico, lactucerol alfa e beta, derivados triterpênicos pentacíclicos descritos na raiz. 

Pólen: cicloartenol, cicloartanol, 31-norcicloartanol, pollinastanol. 

Análise proximal para cada 100 g de folhas: calorias 45; água 85,6%; proteínas 2,7g; gorduras 0,7g; carboidratos 9,2g; fibras 1,6g; cálcio 187mg; fósforo 66mg; ferro 3,1mg; sódio 76mg; potássio 297mg; ácido ascórbico 35mg; riboflavina 0.26mg; tiamina 0.19mg; beta-caroteno 8.400 microg. (Alonso, 2004). 

Ações farmacológicas: Planta com efeito diurético importante, confirmado em estudos com seres humanos (Clare, et al., 2009). O taraxaco, um composto do dente-de-leão, aumenta a secreção dos sucos gástrico e salivar, estimula a liberação de bile da vesícula biliar e do fígado, e atua como laxativo leve. Os resultados obtidos de estudos em animais e em seres humanos mostraram melhora na icterícia, hepatite e inflamação do ducto biliar. Num pequeno grupo de paciente, a raiz do dente-de-leão foi utilizada com sucesso no tratamento da colite inespecífica crônica, produzindo alívio da dor abdominal, constipação e diarreia (Fetrow & Avila, 1999). A planta possui atividade anti-inflamatória e anti-nociceptiva através da inibição da produção de óxido nítrico e expressão de COX-2 e atividade antioxidante (Jeon, et al., 2008). 

Interações medicamentosas: Agentes antidiabéticos: podem potencializar os efeitos desses agentes, causando hipoglicemia. Evitar uso concomitante. 

Agentes anti-hipertensivos: possível efeito hipotensor aditivo ou sinérgico. Evitar uso concomitante. 

Diuréticos: podem potencializar as perdas de líquido e eletrólitos. Evitar o uso concomitante (Fetrow & Avila, 1999). 

O dente-de-leão pode diminuir a absorção de alguns antibióticos pelo corpo, diminuindo a eficácia destes: ciprofloxacino, enoxacino, norfloxacino, sparfloxacino, trovafloxacino, gatifloxacino, levofloxacino, lomefloxacino, moxifloxacino, norfloxacino, ofloxacino, e grepafloxacino. 

Tomar dente-de-leão junto com medicações que são metabolizadas pelo fígado pode levar a aumento de efeitos adversos destas medicações, a exemplo de amitriptilina, haloperidol, ondansetron, propranolol, teofilina, verapamil, e outros. 

A planta também pode diminuir a eficácia de algumas medicações como: acetaminophen, atorvastatina, diazepam, digoxina, entacapone, estrogênio, irinotecano, lamotrigina, lorazepam, lovastatina, meprobamato, morfina, oxazepam, e outros (Natural Medicines Comprehensive Database, 2011). 

A planta também pode diminuir a excreção de lítio, levando a aumento do nível sérico, podendo resultar em efeitos colaterais desta medicação (Natural Medicines Comprehensive Database, 2011). O aumento da toxicidade do lítio durante tratamentos antidepressivos pode ocorrer pela depleção do sódio devido ao efeito diurético da planta (Alonso, 2004).  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A planta tem sido usada em alimentos por vários anos, sem quaisquer efeitos colaterais. Entretanto, não deve ser ingerida em quantidades maiores do que aquelas normalmente presentes em alimentos ou bebidas alcoólicas. (Fetrow & Avila, 1999). Doses elevadas podem provocar hiperacidez e, consequentemente, vômitos (Drescher, 2001). 

O dente-de-leão pode causar reações alérgicas quando tomado via oral ou colocado sobre a pele em pessoas sensíveis ou que tenham história de alergia com outras plantas como crisântemos e margaridas (Natural Medicines Comprehensive Database, 2011. 

Contra-indicações:  Evitar o uso da planta por gestantes ou lactantes, pois os efeitos não são conhecidos. Pessoas com cálculos biliares, inflamações na vesícula ou obstrução do trato gastrointestinal também não devem utilizá-la (Fetrow & Avila, 1999). Contra-indicado para menores de 2 anos (Alonso, 2004). 

Pessoas que utilizam medicamentos como anti-hipertensivos, antidiabéticos e diuréticos devem ter atenção ao início de sintomas de hipoglicemia, hipotensão e desidratação com o uso concomitante da planta com as medicações. (Fetrow & Avila, 1999). 

Posologia e modo de uso:  Para distúrbios da função digestiva (estomacal, hepática, biliar, intestinal e prisão de ventre) e como diurético, é recomendado seu extrato alcoólico, preparado amassando-se em pilão 2 colheres de sopa de raízes e folhas picadas e deixando em repouso por 3 dias em 1 xícara de chá de álcool de cereais a 75% administrando 1 colher de chá diluída em um pouco de água antes das principais refeições. 

Pode-se também empregar na forma de decocção, fervendo por 5 minutos, e tomando de 2 a 3 xícaras diárias (Alonso, 2004). 

Para afecções de pele do rosto (pruridos, eczemas, escamações e vermelhidão) e irritação nos olhos, é recomendado o uso externo do seu chá, preparado com 1 colher de sopa de raízes picadas em 1 xícara de chá de água em fervura por 5 minutos e adicionando-se 1 colher de sobremesa de mel após esfriar e coar. Aplicar no rosto e inclusive nas pálpebras, com um chumaço de algodão, 2 vezes por dia, de preferência antes de deitar (Lorenzi & Matos, 2002; Panizza, 1997). 

Para casos de cálculos biliares, e processos iniciais de cirrose e hepatite, recomenda-se a infusão da raíz fresca, na proporção de 1 colher da raíz para uma xícara de água. 

Observações: A farmacopeia alemã recomenda o emprego da planta em casos de anorexia, meteorismo, dispepsias e como diurético (Alonso, 2004). 

A raíz seca, moída e tostada é utilizada como substituta ao café (Alonso, 2004).
 

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 406-411 

CLARE, B. A.; CONROY, R. S.; SPELMAN, K. The diuretic effect in human subjects of an extract of Taraxacum officinale folium over a single day. Journal of Alternative and Complementary Medicine, [S. I], v. 15, n. 8, p. 929-34, ago 2009. 

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 602-603. 

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 61 

FETROW, C. W.; AVILA, J. R. Manual de Medicina Alternativa para o Profissional. Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara Koogan S.A., 2000. p. 251-253. 

JEON H. J. et al. Anti-inflammatory activity of Taraxacum officinaleJournal of Ethnopharmacology, [S. I], v. 115, n. 1, p. 8-82, 4 jan 2008. 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 177. 

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p. 91-92. 

STUART, M. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Barcelona: Ediciones Omega S. A., 1981. p. 270-271. 

http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/druginfo/natural/706.html – Acesso em: 06 de junho de 2011. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 06 de junho de 2011. 

http://srtaohara.blogspot.com/2010/10/velha-infancia.html – fotos – Acesso em: 06 de dezembro de 2011. 

http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=51682 – fotos – Acesso em: 06 de dezembro de 2011. 

http://blogdomoquenco.blogspot.com/2011/07/dente-de-leao-como-fonte-de-borracha.html – fotos – Acesso em: 06 de dezembro de 2011.

Tags: AsteniaColagogoColeréticaDispepsiaDiuréticoDores reumáticasHipertensãoLaxante

CORDÃO-DE-FRADE

08/01/2020 16:15

Leonotis nepetifolia (L.) R.Br.

Lamiaceae 


Sinonímias: Leonurus globosus Moench; Leonurus nepetifolius (L.) Mill.; Phlomis nepetifolia L.;

Nomes populares:  Cordão-de-frade, cordão-de-são-francisco, emenda-nervos, pau-de-praga, corindiba, etc.

Origem ou Habitat: Nativa da África tropical e naturalizada em todo o Brasil.

Características botânicas:  Herbácea anual, ereta, pouco ramificada, aromática, caule quadrangular, medindo de 80 a 160 cm de altura. Folhas membranáceas, simples, opostas, longo-pecioladas, com a face inferior de cor verde-esbranquiçada, medindo de 5-12 cm de comprimento. Flores labiadas, alaranjadas, com sépalas de pontas agudas e ásperas, reunidas em inflorescências globosas axilares, distribuídas ao longo do caule, à semelhança de um cordão com nós que os frades usavam na cintura, daí a razão de seu nome popular.

Partes usadas: Folhas, inflorescências, raízes e hastes.

Uso popular:  Esta planta é empregada na medicina popular para tratar casos de bronquite crônica, tosses, asma brônquica, dores de origem reumática, inflamação urinária e nos casos de dispepsia e astenia. É registrado o uso como anti-hemorrágico uterino. Os nativos das Guianas empregam as inflorescências para estimular a secreção da bile e melhorar a digestão. O decocto das folhas é usado como antidisentérico e para calculose renal.

Na Índia, é empregado como analgésico, tratamento da febre, diarréia, asma bronquial, malária, influenza, etc.

Composição química:  Alguns compostos encontrados: terpenos, flavonóides, taninos, iridóides, esteróis e gorduras.

Os componentes principais do óleo essencial foram D-germacreno (40,7%), β-cariofileno (16,0%), e α-humuleno (10,9%).

Dez novos diterpenos bis-spirolabdane, leonepetaefolins AE (1, 3, 5, 7, 9) e 15-epi-leonepetaefolins AE (2, 4, 6, 8, 10), juntamente com oito diterpenos labdano conhecidos (11-18) bem como dois flavonóides conhecidos, apigenina e cirsiliol, foram isolados a partir das folhas de Leonotis nepetaefolia.

Ações farmacológicas: Um estudo mostrou que a planta Leonotis nepetifolia possui as seguintes propriedades biológicas: antibacteriana, antioxidante, larvicida e pesticida.

 

 

Referências:
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

Li J 1 , Fronczek FR , Ferreira D , Burandt CL Jr , Setola V , Roth BL , Zjawiony JK -. Bis-diterpenóides spirolabdane de Leonotis nepetaefolia. J Nat Prod. 2012 Apr 27;75(4):728-34.Acesso 15 Ago 2014.

Rojas, Luis B.; Cordero de Rojas, Yndra; Arzola, Juan Carmona; Usubillaga, Alfredo – Volatile components of the leaves of Leonotis nepetifolia (L.) R. Br. growing in the Merida State, Venezuela – Ciencia (Maracaibo, Venezuela) (2007), 15(3), 357-360. Language: Spanish, Database: CAPLUS – Acesso 14 Ago 2014.

Sobolewska, D. et al.- Preliminary phytochemical and biological screening of methanolic and acetone extracts from Leonotis nepetifolia (L.) R. Br – From Journal of Medicinal Plants Research (2012), 6(30), 4582-4585. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 14 Ago 2014

http://www.tropicos.org/Name/17600109 – Acesso 14 Ago 2014.

Udaya Prakash, N. K. et al.- Studies on antibacterial, antioxidant, larvicidal, pesticidal activities and phytochemistry of Leonotis nepetifolia (Linn) R. Br. International Journal of Research in Pharmaceutical Sciences (Madurai, India) (2013), 4(2), 303-309. Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 14 Agosto 2014.

Tags: AsmaAsteniaBronquiteDiarreiasDispepsiaTosse

CASCA-D’ANTA

07/01/2020 22:24

Drimys winteri J.R. Forst. & G. Forst. 

Winteraceae 


Sinonímias: Drimys brasiliensis Miers., Drimys chilensis DC., Drimys winteri foandina (ReicheHaumanDrimys winteri fogranadensis (L. f.) Eichler, Drimys winteri var. morenonis Kuntze, Drimys winteri var. punctata (Lam.) DC., entre outros. 

Nomes populares:  Casca-d’anta, cataia, canela-amarga, capororoca-picante, casca-de-anta, pau-pra-tudo. 

Origem ou Habitat: É nativa do Chile. No Brasil ocorre nos domínios fitogeográficos: Caatinga, Central Brazilian Savanna, Atlantic Rainforest. Alguns autores assinalam que é nativa do Brasil. 

Características botânicas:  Arvoreta de até 5 m de altura. Folhas alternas, oblanceoladas a oblongas, obtusas, coriáceas, medindo aproximadamente 6 a 7 cm de comprimento por 6 cm de largura, com a face inferior branco-prateada. Inflorescências em corimbos axilares. Flores hermafroditas, de 2 a 3 cm de diâmetros, com 2 ou 3 sépalas e 10 pétalas brancas, com muitos estames. Fruto carnoso, com 4 a 12 partes, separadas na maturação. 

Partes usadas:Folhas e cascas. 

Uso popular:  Problemas gástricos e estomacais (dispepsia, disenteria, náuseas, dores intestinais e cólicas), febres, anemia, expectorante na bronquite crônica, considerado um tônico na convalescença. 

Composição química:  Taninos, sesquiterpenóides. Cascas: sesquiterpenos, terpenóides e lignanas. Folhas: terpenóides e flavonóides (com ação antitumoral), Folhas jovens: substâncias cardioativas (SIMÕES, 1995). 

Ações farmacológicas: Anteriores experimentos pré-clínicos realizados revelou que o extrato hidroalcoólico da planta mostrou propriedades anti-alérgicas, anti-inflamatória e antinociceptiva.(CECHINEL FILHO, V. et all., 1998). 

 

 

Referências:
CECHINEL FILHO, V. et all. “Isolation and identification of active compounds from Drimys winteri barks”. Journal of Ethnopharmacology, Volume 62, Issue 3, October 1998, Pages 223–227. Acesso Julho 2016. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 

Mello-Silva, R. 2015. Winteraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: .Acesso Julho 2016. 

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986. 

http://www.tropicos.org/Name/50081423 – Acesso 25 Julho 2016 

Tags: AnemiaCólicaDisenteriaDispepsiaExpectoranteFebreNáuseaTônico

BOLDO-ALUMÃ

04/01/2020 23:10

Gymnanthemum amygdalinum (Delile)Sch.Bip.ex Walp.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasVernonanthura condensata (Baker) H. Rob., Vernonia bahiensis Toledo., Vernonia condensata Baker.

Nomes popularesAlumã, aloma, aluman, luman, boldo, boldo-baiano, boldo-goiano, boldo-de-Goiás, boldo-japonês, boldo-chinês, boldo-de-folha-larga, fel-de-índio, árvore-do-pinguço, alcachofra, cachofra, figatil, necroton, heparém, macelão, estanca-sangue, entre outros

Observação: O nome popular “Boldo” deriva da espécie  Peumus boldus, uma árvore da família Monimiaceae, conhecida e comercializada em lojas especializadas e farmácias como Boldo-do-Chile devido as suas propriedades colagoga e colerética nas dispepsias funcionais. Esta árvore é nativa da região ocidental dos Andes e não está aclimatada ao Brasil, onde comumente as espécies Plectranthus barbatus Plectranthus ornatus , são conhecidas popularmente como “boldos” e utilizadas por terem o sabor amargo semelhante ao Boldo-do-Chile. Outra planta também conhecida pelo nome popular de “boldo” no Brasil é a espécie   Gymnanthemum amygdalinum (Boldo Alumã) pertencente a família Asteraceae e que também apresenta o sabor amargo.

Origem ou HabitatÁfrica tropical, trazida para o Brasil nos tempos coloniais.

Características botânicasArbusto grande ou arvoreta, pouco ramificada, de ramos quebradiços, de 2-4 m de altura. Folhas simples, inteiras, membranáceas, glabras, de 5-12 cm de comprimento, com sabor amargo. Flores discretas, de coloração esbranquiçada, reunidas em pequenas panículas terminais e axilares de capítulos alongados. O florescimento é discreto e ocorre no verão. Multiplica-se por estacas.     A  espécie é uma planta de fácil cultivo em local com bastante incidência de sol ou na sombra e pode ser propagada por estacas produzida a partir dos seus caules, sendo uma planta ampla-mente cultivada e utilizada na medicina popular em todo o Brasil.

Partes usadas: Folhas.

Uso popularA infusão preparada com as folhas é utilizada para problemas de vesícula, diarréias, dispepsias, distúrbios digestivos, como “protetor” hepático, para dores de cabeça relacionadas a problemas digestivos e para reduzir os níveis de colesterol. A mistura com vinho é utilizada para inapetência.

Informações científicas: 🐁(AN): Estudo in vivo utilizando fração do extrato etanólico das folhas demonstrou a atividade hepatoprotetora para esta planta. Outro trabalho apontou para o extrato etanólico das folhas a ação protetora em quadros de úlcera gástrica.

Observação do uso clínico em Florianópolis:   O extrato preparado por maceração de ½ folha desta planta com água fria tem boas resposta para uso em casos de má digestão e azia.

Modo de usar:

Uso interno: A infusão é preparada com a maceração de ½ folha e uma xícara (200 ml) de água fria para extrair seu líquidoq ue deve ser ingerido até duas vezes ao dia, por no máximo três dias seguidos.

Cuidados no uso desta espécie:

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Deve ser evitado o uso em gestantes, lactantes e crianças menores de 6 anos.

Evitar o uso em pessoas que tenham alergia a plantas da família Asteraceae.

Deve-se evitar o uso de doses elevadas e o uso prolongado desta planta.

Composição químicaPresença de saponinas, glicosídeo cardiotônico “vernonina”, flavonóides, óleos essenciais e substâncias amargas (lactonas sesquiterpênicas) ¹.

  • Glicosídeos esteroidais: vernoniosídeo B2, vernoniosídeo D, vernoniosídeo D1, vernoniosídeo D2 e vernosídeo ³.
  • Lactonas sesquiterpênicas: 19-hidroxivernolido, vernolido, vernodalina, 11β,13-diidro-hidroxivernolido, 11β13-diidro-19-hidroxivernolido.
  • Triterpenóides: lupeol e lupenol.

Apresenta um teor de cinarina maior que a alcachofra (Cynara scolymusL.)(MATOS, 2000)

Observações: É uma planta de sabor amargo.

 

 

Referências: 

SILVA, J. B., da et al. New aspects on the hepatoprotective potential associated with the antioxidant, hypocholesterolemic and anti-inflammatory activities of Vernonia condensata Baker. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 198, p.399-406, fev.2017. Elsevier BV.

BOEING, T., et al. Antiulcer mechanisms of Vernonia condensata Baker: A medicinal plant used in the treatment of gastritis and gastric ulcer. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 184,p.196-207, maio 2016. Elsevier BV

AMARAL, A.C.F.; SIMÕES, E.V.; FERREIRA, J.L.P. Coletânea científica de plantas de uso medicinal. Organizado por FIOCRUZ. Rio de Janeiro, Brasil: Abifito, 2005. p. 186-197.

ANVISA. RDC N° 10/2010. Diário Oficial da União (Imprensa Nacional), 2010. Ano CXLVII, N° 46, Seção 1. p. 52-59

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. 165p.

MATOS,F. J. A. Plantas Medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 2. ed. Fortaleza: IU, 2000.

PANIZZA, S. Plantas que curam (Cheiro de mato). 3ª. ed. São Paulo. IBRASA. 1998. p.

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