CHÍA

08/01/2020 15:22

Salvia hispanicL.
Lamiaceae (antiga Labiatae) 


Sinonímias: Salvia hispanica var. chionocalyx Fernald, Salvia hispanica var. intonsa Fernald, Salvia prismatica Cav., Salvia schiedeana Stapf, entre outras. 

Nomes populares:  Chía, chaaú (Guatemala), Chan (El Salvador), Chía (Guatemala, Honduras, Mexico, Chiapas). 

Origem ou Habitat: Nativa das áreas montanhosas que se entendem desde o oeste central do México até ao norte da Guatemala. As maiores plantações encontram-se ao norte da Argentina e em Bolívia.(dados de 1996). 

Características botânicas:  Planta herbácea, anual, medindo até 1 m de altura, apresentando folhas opostas de 4 a 8 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. As flores são hermafroditas, púrpuras a brancas e aparecem em espigas terminais. A floração ocorre nos meses de verão, logo aparecendo os frutos em forma de aquênios indeiscentes. As sementes são pequenas, ovaladas, planas e lustrosas, medindo 2 mm de comprimento por 1,5 mm de largura, sendo de cor variada, preta, marron-escura, branca ou cinza, com manchas irregulares em sua superfície. (ALONSO, J., 2010). 

Partes usadas:Sementes. 

Uso popular:  A chía era cultivada pelos Astecas pré-colombianos e era tão importante quanto o cultivo do milho, como alimento. 

Usada popularmente para controle da diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, como anti-inflamatória, antioxidante, anti-coagulação do sangue, laxante, antidepressivo, ansiolítico, analgésico, visão e melhorador imunológico. 

Composição química:  Contém ácidos graxos (o ácido alfa-linolênico constitui 60% dos ácidos graxos totais da chia), proteínas, vitaminas, minerais e compostos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico, miricetina, quercetina e kaempferol). 

Valor nutricional de 100 g: 486 kcal; Carbohydrates 42.12 g; Dietary fiber 34.4 g; Gordura 30.74 g, Saturated 3.330, monounsaturated 2.309, Polyunsaturated omega 3 (17.8 g), omega 6 (5.8 g); Protein 16.54 g; Vitamins: Vitamin A equiv. 54 ug (7%), Thiamine (B1) 0.62 mg (54%), Riboflavin (B2) 0.17 mg (14%), Niacin (B3) 8.83 mg (59%), Folate (B9) 49 ug (12%), Vitamin C 1.6 mg (2%), Vitamin E 0.5 mg (3%); Minerals: Calcium 631 mg (63%), Iron 7.72 mg (59%), Magnesium 335 mg (94%), Manganese 2.723 mg (130%), Phosphorus 860 mg (123%), Potassium 407 mg (9%), Sodium 16 mg (1%), Zinc 4.58 mg (48%). 

Ações farmacológicas: As sementes de chia, por serem ricas em ácidos graxos poiisaturados Õmega-3 possuem efeitos cardio-protetores (redução de arritmias ventriculares, efeito anti-trombótico, diminuição dos níveis de lipídeos, efeito inibitório sobre aterosclerose e inflamação, redução da síntese de citoquinas inflamatórias, etc.)(Infochia, 2010 apud Alonso, 2010). 

A chia contém uma quantidade de compostos com atividade antioxidante bem constatada (miricetina, quercetina, kaempferol e o ácido caféico). Estes compostos são antioxidantes primários e sinérgicos entre si, contribuindo para a neutralização de radicais livres no organismo. (Nestel P. et al, 1997 apud Alonso, 2010) 

As sementes de chia possuem atividade hipotrigliceridemiante, isto é, reduzem os níveis de triglicerídeos no sangue (Chicco A. et al., 2009 apud Alonso, 2010). 

Interações medicamentosas: Observar pacientes em uso de anticoagulantes como aspirina ou derivados da cumarina, pela possível ação dos ácidos graxos Ômega-3 que reduzem a adesão plaquetária.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: No geral o óleo de chia e seus extratos são bem tolerados.

Posologia e modo de uso: O consumo mínimo diário é de 500 mg de óleo de Ômega-3 e se obtém com uma ingesta de 0,8 g de óleo de chia ou uma colher de café. 

Observações: Reza a lenda que os guerreiros Maias consumiam apenas um punhado de semente de chia e guerreavam por dois dias – por essa razão o nome chia, que significa força. Eles valorizavam tanto essas sementes que a utilizavam também como moeda. 

A chia, o milho e os feijões foram os alimentos fundamentais da dieta de muitas populações pré-colombianas da América. O desenvolvimento do cultivo de chia teve seu auge no México pré-hispânico, até ser interrompido no século XVI, quando os “conquistadores” invadiram a América. A chia foi perseguida até quase sua extinção por considerá-la sacrílega, porque ela constituía o principal elemento das cerimônias dedicadas aos deuses aztecas. (ALONSO, 2010) 

As folhas de chia contém um alto nível de óleos essenciais, que servem a planta como repelente de insetos, e pelo qual evita-se utilizar agrotóxicos para proteger os cultivos (ALONSO, 2010).
 

 

Referências:
ALONSO, J. “Alimentos funcionais e nutracêuticos”, Argentina, 2010. 

ULLAH, Rahman; Nadeem, M.; Khalique, A.; Imran, M.; Mehmood, S.; Javid, A.; Hussain, J. “Nutritional and therapeutic perspectives of Chia (Salvia hispanica L.)​: a review”. From Journal of Food Science and Technology (New Delhi, India) (2015), Ahead of Print. | (Scifinder) Acesso 02 FEV 2016. 

http://www.falecomanutricionista.com.br/para-que-serve-a-chia/ 

http://www.tropicos.org/Name/17600586 – Acesso 02 FEV 2016. 

https://en.wikipedia.org/wiki/Salvia_hispanica – Acesso 02 FEV 2016.

Tags: AnalgésicoAnsiolíticoAnti-coagulanteAnti-inflamatórioAnti-oxidanteAntidepressivoComestívelDiabetesDislipidemiaHipertensãoLaxanteNutritiva

CHAYA

08/01/2020 15:15

Cnidoscolus aconitifolius  (Mill.) I.M.Johnst.
Euphorbiaceae 


Sinonímias: Cnidoscolus chayamansa McVaugh, Cnidoscolus chaya Lundeli, Jatropha aconitifolia Mill. 

Nomes populares:  Chaya, chaya-mansa, espinafre-arbóreo, espinafre-selvagem, e outros. 

Origem ou Habitat: Nativa do México. Bem adaptada no Brasil. 

Características botânicas:  Arvoreta perenifólia,ramificada, latescente, medindo de 2-5 m de altura; ramos lisos e engrossados, de cor verde. Folhas simples, longo-pecioladas, membranáceas, profundamente tri-lobada meio arredondada, de superfície superior lisa, brilhante, marcadas por nervuras e a superfície inferior, sem pêlos urticantes na variedade cultivada como verdura, medindo de 12-23 cm de comprimento. Flores brancas, pequenas, longo-pecioladas,reunidas em racemo corimbiforme axilar. Frutos não vistos no Brasil (Kinupp & Lorenzi, 2014). 

Partes usadas:Folhas. 

Uso popular:  Esta planta não é muito conhecida popularmente, sendo considerada como medicinal (panacéia) em Santa Catarina. Muito cultivada como hortaliça na América Central e América do Sul, segundo os mesmos autores citados acima. Pode ser consumido das mesmas formas que os espinafres ou como as couves. As folhas jovens, retirando os longos pecíolos, podem ser refogadas ou salteadas. 

Esta planta deve ser cozida ou aferventada antes de preparo para alimentação, para eliminar o ácido hidrocianídrico que contém. 

Composição química:  Esta planta como hortaliça é boa fonte de proteína, Fe, Ca, e vitaminas A e C. 

  • Flavonoides: Sulfato de hispidulina, eucaliptina, (epi)galocatequina di-O-galato, (epi)catequina di-O-galato, acutifolina d, canferol 3-O-galactosideo, canferol 3-O-glicosideo, canferol 3-O-ramnosideo, quercetina 3-O-ramnosideo, quercetina 3-O-ramnosilglicosideo, dentre outros. 
  • Xantonas: Polianxantonas c, cadensina g, parvixantona d e ácido moreolico. 
  • Cumarinas: Fraxetina 
  • Cromona: Hamaudol 
  • Sesquiterpenos: Triptofordina d 
  • Lignanas: Tiegusanina f 

 

 

Referências:
AJIBOYE, Basiru Olaitan et al. Ethyl acetate leaf fraction of Cnidoscolus aconitifolius (Mill.) I. M. Johnst: antioxidant potential, inhibitory activities of key enzymes on carbohydrate metabolism, cholinergic, monoaminergic, purinergic, and chemical fingerprinting. International Journal Of Food Properties, [s.l.], v. 21, n. 1, p.1697-1715, jan. 2018. 

NUMA, S et al. Susceptibility of Tetranychus urticae Koch to an ethanol extract of Cnidoscolus aconitifolius leaves under laboratory conditions. Springerplus, [s.l.], v. 4, n. 1, p.338-348, 11 jul. 2015. 

Kinupp,V.F., Lorenzi, H. Plantas Alimetícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, São Paulo, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014. 

KUTI, Joseph O.; KONURU, Hima B.. Antioxidant Capacity and Phenolic Content in Leaf Extracts of Tree Spinach (Cnidoscolusspp.). Journal Of Agricultural And Food Chemistry, [s.l.], v. 52, n. 1, p.117-121, jan. 2004. 

http://www.tropicos.org/Name/12802542 Acesso 19 Dezembro 2014 

Tags: Comestível

CASTANHA-DO-MARANHÃO

07/01/2020 22:27

Bombacopsis glabra (Pasq.) Robyns. 

Malvaceae 


Sinonímias: Pachira glabra Pasq. 

Nomes populares:  Castanha-do-maranhão, castanha-da-praia, cacau-do-maranhão, mamorana, amendoim-de-árvore, cacau selvagem. 

Origem ou Habitat: Espécie perenifolia, que ocorre de Pernambuco até o Rio de Janeiro, nas formações florestais do complexo atlântico. 

Características botânicas:  Árvores pequenas de 4 a 6 metros de altura, muito ornamental. Tronco verde liso, com lenticelas brancas. Folhas compostas, digitadas, de 5 a 8 folíolos esparsamente pubescentes, de 10 a 27 cm de comprimento, com estípulas caducas, margem inteira. Flores solitárias ou geminadas. Fruto cápsula lenhosa, ovóide, vermelha. Sementes grandes sub-globosas, estriadas, envolvidas por densa e longa pilosidade. 

Partes usadas:Sementes. 

Uso popular:  As sementes são comestíveis, com sabor semelhante ao do cacau e a planta é largamente usada como ornamental e para cercas vivas. 

A madeira é utilizada na confecção de utensílios leves. 

Observações: Existem duas espécies semelhantes: 

Pachira aquatica Aubl, cujos nomes populares são: cacau-selvagem, monguba, mamorana, castanheira-d’-água; 

Pachira insignis (Sw.) Savigny, nomes populares: monguba-preta, carolina, cacau-selvagem, mamorana, castanheiro-das-guianas. Ambas as espécies são comestíveis.
 

Referências:
KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014 

http://www.esalq.usp.br/trilhas/fruti/fr04.htm. Acesso 9 Dezembro 2016. 

http://www.tropicos.org/Name/3900490. Acesso 9 Dezembro 2016Iberoamericano de Ciencia y Tecnologia para el Desarrollo (CYTED), 1995. 617p.

Tags: Comestível
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