GUACO

11/02/2020 21:36

Mikania laevigata   Schultz Bip.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasNão encontrada na literatura pesquisada.

Nomes populares: Guaco, guaco-trepador, guaco-de-cheiro, erva-de-cobra, erva-das-serpentes.

Origem ou Habitat: América do Sul (Brasil).

Características botânicas: Ocorrem diversas espécies na região Sul, por exemplo, Mikania laevigata Schultz Bip, Mikania glomerata Sprengel, Mikania involucrata Hook. & Arn., Mikania hirsutissima, Mikania cordifolia, quase todas com o nome popular de guaco.

Mikania laevigata – é uma trepadeira aromática, com folhas inteiras, semi-coreáceas, com ápice agudo e base trinérvia. Flores esbranquiçadas, em capítulos que formam cachos compostos. As folhas quando secas tem um cheiro característico, devido às cumarinas. Já era usada pelos nativos. É a mais utilizada em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Mikania glomerata – liana sublenhosa, de grande porte, perene, com folhas obtusas na base, de forma quase deltóide, de cor verde escura e semitorcidas, com 3 nervuras destacadas, carnoso–coriáceas presas duas a duas ao longo de ramos volúveis. Flores reunidas em capítulos congestos, resultando em fruto do tipo aquênio.

Partes usadas: Folhas e flores.

Uso popular: É um excelente expectorante, pois fluidifica as secreções brônquicas e relaxa a musculatura lisa das vias aéreas e eliminando desse modo o catarro. É diurético, pois estimula a produção e secreção da urina. Baixa a febre pelo efeito sudorífico. É considerado um digestivo. Tem ação sobre veneno de cobra. Usado externamente protege a pele contra agressões de insetos e germes patogênicos.

O guaco tradicionalmente é associado ao poejo e agrião, para ser usado em asma e bronquite.

OBS.:A Mikania hirsutissima, nativa em quase todo o Brasil e conhecida como cipó-cabeludo, é utilizada popularmente para tratar calculose renal, cistite, uretrite, tem efeito moluscicida em adultos do caramujo hospedeiro da esquistossomose.

A Mikania cordifolia é citada para os mesmos usos dos outros guacos.

Na região da Lagoa da Conceição (Florianópolis/SC) as pessoas se referem à M. involucrata como o “guaco de antigamente” e usado para os mesmos fins dos outros guacos.

Composição química: M. glomerata – óleo essencial composto por diterpenos (ácido grandiflórico, ácido caurenóico), sesquiterpenos (beta-cariofileno, germacreno, biciclogermacreno); friedelina(ramos); guacina; flavonóides; saponinas; taninos; resinas; lupeol; cumarina (guacosídeo), etc.

OBS.:Mikania laevigata apresentou maior teor de cumarina quando cultivada a pleno sol e usada as folhas frescas.

  • Cumarinas:Umbeliferona, 1,2 benzopinona
  • Ácidos Fenólicos: Ácido O-marúnico, ácido O-marínico, ácido omarárico, melilotosideo, ácido clorogênico, dentre outros.
  • Diterpenos: Ácido caurenóico, ácido benzoilgrandiflorico e ácido cinamoilgrandiflorico.

Ações farmacológicas: Demonstrou in vitro atividade broncodilatadora, espasmolítica, antiinflamatória e antiofídica. Foi demonstrada ação antibacteriana especialmente sobre Escherichia coli, Staphylococcus epidermis e Pseudomonas aeruginosa.

Interações medicamentosas: Saponinas de M. glomerata aumentam a absorção de lapachol presente no Ipê (Tabebuia avellanedae).

Devido a presença de cumarinas deve-se evitar o uso concomitante com anticoagulantes, interromper o uso antes de procedimentos cirúrgicos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Recomenda-se não tomar o suco de guaco e sim na forma de chá ou xarope, para diminuir os teores em cumarinas, que podem ser hemorrágicas.

Em altas doses ou uso continuado pode causar taquicardia, vômitos e diarréia. As folhas não devem fermentar, pois pode ocorrer a transformação da cumarina em dicumarol, que tem ação hemorrágica.

Contra-indicações: Gravidez e lactação e em crianças abaixo de dois anos

Posologia e modo de uso: Infusão ou decocção –Uma colher (sopa) de folhas picadas, para uma xícara de água quente.. Tomar 2 a 3 xícaras ao dia.

Xarope: (15 a 20 %)- 3 a 4 colheres (sopa) ao dia.

Referências: 

AGOSTINI-COSTA et al. Effect of Accessions and Environment Conditions on Coumarin, O-Coumaric and Kaurenoic Acids Levels of Mikania laevigata. JO. Planta Med . PY. 2016, vol.82, pg: 1431-1437.

ALONSO. J. Tratado de Fitomedicina y Nutracéuticos. Rosário, Argentina: Corpus Libros, 2004, 1360 p.

BERTOTTO, J. C. Flora Medicinal: plantas medicinales de todas las regiones del mundo. Argentina: Ed. Arenarial, 1964.

CAMPOS – Plantas que ajudam o homem: guia prático para a época atual. São Paulo, Culurix/Pensamento, 1997.

COSTA, Vanessa Cruz de Oliveira et al. Comparison of the Morphology, Anatomy, and Chemical Profile of Mikania glomerata and Mikania laevigata. Planta Med. Set. 2018 vol.84, pg: 191–200.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

MATOS, J. M. Plantas Medicinais Brasileiras: constituintes químicos ativos e propriedades biológicas. Fortaleza: Ed. UFC, 2004.

PAZ. E. A. et al. YUYOS: uso racional de las plantas medicinales. Uruguay. Ed. Fin del Siglo, 1992.

PASQUA.C.S.P. Della. Pharmacological study of anti-inflammatory activity of aqueous extracts of Mikania glomerata (Spreng.) and Mikania laevigata (Sch. Bip. ex Baker). Journal of Ethnopharmacology. Março 2019, vol. 231, pg:50-56.

SIMÕES, C. M. O. et al. Planta da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

REIS, Isabella M A. et al. Characterization of the secondary metabolites from endophytic fungi Nodulisporium sp. isolated from the medicinal plant Mikania laevigata (Asteraceae) by reversed-phase high-performance liquid chromatography coupled with mass spectrometric multistage. Pharmacognosy Magazine, [s.l.], v. 14, n. 59, p.495-498, 2018.

Tags: DigestivoDiuréticoExpectoranteInseticida

ERVA DE SANTA MARIA

10/01/2020 15:24

Chenopodium ambrosioides  L.

Amaranthaceae (antiga Chenopodiaceae)


Sinonímias: Ambrina ambrosioides (L.) Spach,  Ambrina anthelmintica (L.) Spach, Ambrina chilensis Spach, Blitum ambrosioides (L.) Beck, Chenopodium ambrosioides var. anthelminticum (L.) A. Gray, Chenopodium ambrosioides var. dentata Fenzl, Chenopodium santamaria Vell., Orthosporum ambrosioides (L.) Kostel., Roubieva anthelmintica Hook (L.).& Arn., Teloxys ambrosioides (L.) WA Weber, etc.

Nomes populares:  Mastrunço, mestruz, mastruz, lombrigueira, quenopódio, ambrosia-do-méxico, erva-das-cobras, erva-do-formigueiro,caacica.

Obs.: No Norte do Brasil, um dos nomes populares dessa erva é mastruço ou mastruz, aqui no Sul, o nome mastruço refere-se a outra planta, a Coronopus didymus L.

Origem ou Habitat: América Central e do Sul.

Características botânicas:  Planta herbácea, perene, ereta, muito ramificada na base, com até 1 m de altura, apresenta pubescência glandular. Folhas simples, numerosas, alternadas de cor verde escura, as inferiores geralmente ovoides e lanceoladas, pecíolo curto, verde claro, nervuras em forma de pena; as superiores são menores, lanceoladas e de margens inteiras. Flores pequenas, verdes, dispostas em espigas axilares densas, possuem cálice com 5 sépalos. Frutos muito pequenos do tipo aquênio, esféricos, pretos, ricos em óleo e muito numerosos, geralmente confundido com as sementes, que são lenticulares, brancas ou pretas. Toda a planta tem cheiro forte, característico.

Partes usadas: Folhas e frutos.

Uso popular:  Muito utilizada como vermífugo, sendo também utilizada na expulsão de parasitas intestinais de outros animais. A infusão das folhas é usada, internamente, contra reumatismo, sinusite, catarro crônico, tosse, bronquite, febre, inflamação da gargante, dor ciática e parasitoses. A planta triturada é usada como anti-inflamatória e cicatrizante no tratamento de contusões e fraturas, por meio de compressas ou ataduras , como sabonete e shampoo para pediculose e sarna. Outro uso disseminado no Brasil é como inseticida doméstico, extremamente útil para afugentar pulgas, percevejos, baratas e demais insetos. Também utilizada como estomáquica e digestiva.

Informações científicas: 🐁 (AN): Em um estudo realizado em cães infestados por Ancylostoma spp., foi possível avaliar a eficácia do óleo essencial e do extrato etanólico de C. ambrosioides, contidos em biscoitos caninos, demonstrando 100% de atividade inibitória sobre as larvas (Monteiro et al., 2017). Também foram avaliadas as propriedades acaricidas do óleo essencial, sob a forma de sabão em barra, aplicado 2x ao dia em bodes infestados por carrapatos (Kouam et al., 2015). 🧪(VI): O óleo essencial atua como fungicida em dermatófitos como Aspergillus fumigatus e Cladosporum trichoides (Dembitsky et al., 2008). A mesma fração apresenta atividade citotóxica (Degenhardt et al., 2016).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso externo da infusão preparada com as folhas da erva-de-santamaria tem boa resposta no tratamento de infestações por piolhos. A utilização da infusão ou da tintura na forma de compressas é eficaz em machucados e contusões.

Cuidados para o uso desta espécie: Devido à falta de informações sobre segurança, não é indicado o uso interno desta espécie. O uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso. O seu uso é contra indicado para gestantes, lactantes e crianças de até 3 anos, pessoas debilitadas ou com doenças hepáticas, renais e auditivas.

OBS: O óleo essencial não deve ser ingerido.

Posologia e modo de uso:

🍵 Uso interno: O uso interno desta espécie não possui segurança estabelecida, apesar do tradição popular indicar a forma de infusão para uso oral e na culinária.

Uso externo: Como repelente e inseticida através da infusão de 20g da planta para 1 litro d´água fervente. Pode ser utilizada externamente também na forma de tintura.

Observações: Planta utilizada na alimentação.

Composição química:  A composição do óleo essencial pode variar com as condições climáticas, maturação da planta e método de extração. A substância Ascaridol (folhas até 9,2% de óleo essencial de ascaridol e frutos até 20% de óleo com 80 a 90 % de ascaridol) e outros monoterpenos (carenos, limoneno, isolimoneno, timol, P-cimeno, carvacol, cavona, safrol, P-cimol, cineol, aritasona, mirceno, A-pineno, A-terpineno, felandreno, quenopodina, histamina, glicol), alcaloides, ácido butírico, salicitado de metilo, saponinas, sesquiterpenos, triterpenos, lipídeos, flavonoides (campferol-7-ramino-sidio, ambosidio, quercetina), aminoácidos, ácidos orgânicos (cítrico, málico, vanílico, tartárico, oxálico e succínico), alcanfor, pectina, taninos, terpenos, carveno, anethole (ester fenótico) e santonina. Contém ainda proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, cálcio, fósforo, ferro, caroteno, tiamina, riboflavina, niacina e ácido ascórbico.

 

Referências
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 839-842

2. DI STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2.ed. Colaboração de Alba Regina Monteiro Souza-Brito, Alexandre Mariot, Claudenice Moreira dos Santos. São Paulo: Editora UNESP, 2002. p. p. 163-164.

3. DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 64-65.

4. GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas.Santafé de Bogotá, Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995. p. 230-236

5. LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 122-123.

6. MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 2. ed. Fortaleza: IU, 2000. p. 253-255.

7. PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p. 96-98.

8. REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: SEBRAE – INPA, 2000. p. 307-310.

9. http://www.tropicos.org – Acesso em: 17 de junho de 2011.

10. PEREIRA, W S. et al., Evaluation of the subchronic toxicity of oral treatment with Chenopodium ambrosioides in mice. Journal of ethnopharmacology, v. 127, n. 3, p. 602-605, 2010. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874109007739?via%3Dihub

11. MONTEIRO, J. N. et al., Chenopodium ambrosioides L. essential oil and ethanol extract on control of canine Ancylostoma spp. Semina: Ciências Agrárias, 2017. 38, 4, 1947-1954. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/319146429_Chenopodium_ambrosioides_L_essential_oil_and_ethanol_extract_on_control_of_canine_Ancylostoma_spp

12. KOUAM, M. K. et al., Evaluation of in vivo acaricidal effect of soap containing essential oil of Chenopodium ambrosioides leaves on Rhipicephalus unulatus in the western highland of Cameroon, 2015. ID 516869, 1-5. Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/jpath/2015/516869/

13. DEGENHARDT, R. T., et al., Characterization and evaluation of the cytotoxic potencial of the essential oil of Chenopodium ambrosioides. Revista Brasileira de Farmacogonsia, 2016. 26, 56-61. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0102695X15002033

14. DEMBITSKY, V. et al., Ascaridole and related peroxides from the genus Chenopodium. Biomed Pap Med Fac Univ Palacky Olomouc Czech Reppub, 2008. 152 (2): 209-215. Disponível em: http://biomed.papers.upol.cz/artkey/bio-200802-0004_ascaridole_and_related_peroxides_from_the_genus_chenopodium.php

Tags: AbortivoAnti-inflamatórioBronquiteCicatrizanteFebreInseticidaNutritivaParasitoseReumatismoSarnaSinusiteTosseVermífuga

BUVA

04/01/2020 23:39

Erigeron bonariensis L.
Asteraceae (antiga Compositae)  


SinonímiasConyza bonariensis (L.) Cronquist, Conyza ambigua DC., Conyza leucodasys Miq., Erigeron crispus Pourr., Erigeron linifolius Willd., Erigeron spiculosus Hook. & Arn., entre outros.

Nomes popularesBuva, buva-do-campo, rabo-de-raposa, rabo-de-foguete, erva-carniceira, voadeira, catiçoba, rama negra (Colômbia), etc

Origem ou HabitatÉ nativa da América do Sul e ganhou o mundo, cresce em todos os continentes.

Características botânicasHerbácea anual, ereta, pouco ramificada, vigorosa, caule estriado e densamente folioso, medindo até 1 metro de altura. Folhas simples, densamente pubescentes, estreito-lanceoladas, membranáceas e glandulosas, medindo de 10-15 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos pequenos de cor esbranquiçada reunidas em panículas terminais. Frutos secos pequenos.

A espécie Erigeron canadensis difere de Erigeron bonariensis por possuir panícula maior e pela margem foliar denticulada, quase sem ramificação e os ramos muito enfolhados. (LORENZI, 2006) 

Partes usadas: Folhas.

Uso popularA infusão das folhas é empregada para indigestão, como adstringente, antidiarreica, diurética, antirreumática, protetor hepático, doenças venéreas e infecções urinárias. Também é anti-helmíntica, inseticida e parasiticida.

Composição químicaÁcidos fenólicos (clorogênico, cafeico, neoclorogênico, 3,4-dicafeoilquínico, 3,5-dicafeoilquínico, 4,5-dicafeoilquínico); Flavonóides (apigenina, luteolina, escopoletina, quercitrina, pendulina, patuletrina, ); óleo essencial(limoneno) ; esteróides; cinarina; taninos; cumarinas; entre outros.

Ações farmacológicas: Mostrou em animais, atividades anticolinérgica, inotrópica positiva, anti-inflamatória e antibacteriana.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Pode ocorrer dermatite de contato em pessoas sensíveis.

Contra-indicaçõesÉ contra indicada na gravidez e amamentação.

Observações: Existem outras espécies: Erigeron canadensis L., Erigeron sumatrensis Retz. e outras.

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

LORENZI, Harri – Manual de identificação e controle de plantas daninhas. 6ª ed. Nova Odessa, SP / Instituto Plantarum, 2006.

https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense/plantae/magnoliophyta/asteraceae/conyza-lorentzii – Acesso 30 Abril 2015.

ZAHOOR, Aqib; Khan, Afsar; Ahmad, Viqar U.; Ahmed, Amir; Khan, Saleha S.; Ali, Muhammad I.”Two New Octulosonic Acid Derivatives and a New Cyclohexanecarboxylic Acid Derivative from Erigeron bonariensis L.”- From Helvetica Chimica Acta (2012), 95(9), 1613-1622.- https://scifinder.cas.org/ – Acesso 30 Abril 2015.

ZAHOOR, Aqib; Hussain, Hidayat; Khan, Afsar; Ahmed, Ishtiaq; Ahmad, Viqar Uddin; Krohn, Karsten “Chemical constituents from Erigeron bonariensis L. and their chemotaxonomic importance.” From Records of Natural Products (2012), 6(4), 376-380. https://scifinder.cas.org/ – Acesso 30 Abril 2015.

http://www.tropicos.org/Name/2702433?tab=synonyms – Acesso 30 Abril 2015.

Tags: AdstringenteAnti-helmínticaAnti-reumáticoAntidiabéticoDiuréticoIndigestãoInseticida

ARTEMÍSIA-CHINESA

28/12/2019 01:52

Artemisia annua  L.

Asteraceae (antiga Compositae) 


SinonímiasArtemisia annua fo. macrocephala Pamp., Artemisia chamomilla C. Winkl., Artemisia stewartii C.B. Clarke, Artemisia wadei Edgew.

Nomes populares: Artemísia-chinesa, losna-verde, artemísia-doce, sweet wormwood, annual wormwood, sweet annie (ENGLISH), ajenjo dulce (ESP), armoise chinese (FRA), huang hua hao, qing haosu (pinyin, China).

Origem ou Habitat: Ásia, sendo planta tradicional da China e Índia.

Características botânicas: Erva anual, ereta, aromática, de 80-150 cm de altura, nativa na Ásia e cultivada no Brasil. Folhas compostas pinadas, de 10-15 cm de comprimento. Flores em capítulos pequenos de cor amarelada, reunidos em inflorescências paniculadas terminais.

Partes usadas: Folhas secas.

Uso popular: É utilizada há séculos na medicina tradicional da China e da Índia no tratamento do lúpus eritematoso e de crises de febre, como inseticida, herbicida e antiulcerogênica. A infusão das sementes e das folhas é utilizada para malária, enfermidades oculares e transtornos digestivos. Em uso externo é usada em hemorragias nasais, urticária, chagas e lacerações da pele.

No Brasil não foram encontradas informações sobre uso popular.

Composição química: 

  • Óleo essencial: presente nas partes aéreas, tem sua concentração máxima antes da floração e sua composição é variável conforme condições ambientais e quimiotipo; é composto por monoterpenos e sesquiterpenos, destacando-se artemisia-cetona, 1,8-cineol e cânfora.
  • Compostos sesquiterpênicos: artemisinina, desoxiartemisinina, ácido artemisínico, arteanuinas A, B, C, E e F, artemisiteno ou dehidroxiartemisinina, artemisinol, ácido dihidroarteanuico, dihidro-epideoxiarteanuina, ácido epoxiartemisínico.
  • Flavonóides: quercetagetina-3-metiléster, quercetagetina-6-7-4’-trimetiléter, quercetagetina-3’,4’,6’,7-tetrametiléter, dihidroxi-tetrametoxiflavona, trihidroxi-trimetoxiflavona, tetra-O-metildioxiflavona, campferol, 6-metoxicampferol, quercetina, artemetina, casticina, cirsilineol, crisosplenol D, crisoplenetina.
  • Outros compostos: cumarinas (esculetina, escopoletina), derivados poliacetilênicos (anuadiepóxido, ponticaepóxido), lipídeos (nonacosanol, 2-metiltricosan-8-ona-23-ol, hentriacontanil-tricontanoato, dimetiltriacontano).

Ações farmacológicas: Esta planta já foi extensamente estudada na China na década de 80. Há ensaios laboratoriais e clínicos comprovando a ação antimalárica da artemisina (que por ser hidrossolúvel pôde ser utilizada também na forma de infusão), com maior efetividade nos casos de malária cloroquino-resistente e potencializada por flavonóides presentes na planta. A artemisina age especialmente sobre o Plasmodium falciparum (mas também sobre P. vivax e P. ovale) e tem também ação contra células malignas. O óleo essencial apresenta atividade antifúngica e não irrita a pele. O extrato bruto etanólico demonstrou atividade antiulcerogênica em ratas. Possui efeito antibiótico contra várias lesões fúngicas de pele e contra leptospirose.

Interações medicamentosas: Possuem efeitos sinérgicos com outras drogas usada para malária. A artemisina demonstrou efeito sinérgico com mefloquina; os flavonóides crisoplenol D CE crisoplenetina com berberina e norfloxacina; artemisina e artesunato de sódio com os antibióticos tetraciclina e doxiciclina.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: As infusões e outras formas galênicas são em geral bem toleradas.

Contra-indicações: A artemisina atravessa as barreiras hemotoencefálica e placentária, sendo contra-indicada durante a gravidez. Em gestantes com malária a decisão de uso deve avaliar a relação custo-benefício. Sua segurança em durante a amamentação e em crianças menores de 6 anos não foi suficientemente comprovada. A OMS recomenda que não se utilize a artemisinina ou seus derivados para profilaxia, reservando-os para tratamentos curativos de malária por Plasmodium falciparum multirresistente, sob prescrição médica.

 

 

Referências: 
ALONSO, Jorge. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Argentina, Rosario: Corpus Libros, 2004. Pp. 85-88.

BRUNETON, Jean. Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. Pp. 615-619.

CHEVALLIER, Andrew. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. Pp. 64.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 140.

http://www.tropicos.org/Name/2701754?tab=synonyms – Acesso 30 Março 2015.

Tags: hemorragiasHerbicidaInseticidaLúpus eritematosoMaláriaUrticária