VIOLETA-DE-JARDIM

24/02/2020 18:49

Viola odorata  L.

Violaceae


SinonímiasViola hirta L., Viola wiedemannii Boiss.

Nomes populares: Violeta-de-jardim, violeta-perfumada, violeta-de-cheiro, violeta-européia, viola-roxa.

Origem ou Habitat: Europa. No Brasil é cultivada nas regiões Sul e Sudeste.

Características botânicas: Herbácea perene, sem caule aéreo, estolonífera, medindo cerca de 10-15 cm. Folhas em roseta, simples, longo-pecioladas, cordiforme-arredondada, medindo de 3-6 cm de comprimento. Flores perfumadas, de cor violeta-escuras, solitárias sobre um pedúnculo radical.

Partes usadas: Flores, folhas, raiz, sementes.

Uso popular: Na medicina caseira é usada para afecções bronco-respiratórias, emética e purgativa, emoliente, antiespasmódica, anti-inflamatória, diurética e sudorífica. São usadas para afecções gástricas. Externamente, pode-se usar a decocção das raízes secas sobre as articulações doloridas.

As flores são melíferas e usadas na culinária no preparo de saladas. As folhas mais jovens são utilizadas para sopas e saladas.

Composição química: Possui em sua composição fitoquímica salicilato de metila, saponina, alcalóide (odorantina nas raízes, escopoletina planta toda, violina nas flores e raízes), violaquercitrina, resinas, mucilagens, antocianina, vitamina C, ácidos (ferúlico, sinápico, málico, octenóico, octílico, palmítico, nitropropiônico, salicílico), flavonóides (quercitina, rutina.

Ações farmacológicas: Emética, emoliente, expectorante, depurativa, anti-séptica.

Observações: 

Além da Viola odorata L., outra espécie exótica é também cultivada no Sul e Sudeste como ornamental, conhecida como “amor-perfeito”: Viola tricolor L.

No Sul e Sudeste do Brasil existem 3 espécies endêmicas de Viola que foram consideradas vulneráveis e estão em perigo de extinção: Viola cerasifolia A.St.-Hil., Viola gracillima A.St.-Hil. e Viola subdimidiata A.St.-Hil.

Referências: 

DELAVEAU,P. et al. Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Lisboa: Lisgrafica, 1983.

LORENZI, H.; MATOS, F.J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/listaBrasil – acesso em 17 de setembro de 2013.

http://www.botanical-online.com/medicinalsvioleta.htm/ Acesso 20 Maio 2016.

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br – acesso em 17 de setembro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/33800067 – acesso em 17 de setembro de 2013.

Tags: Anti-inflamatórioAntiespasmódicoDiuréticoEméticaEmolientesPurgativoSudorífica

VALERIANA

24/02/2020 18:31

Valeriana officinalis  L.

Caprifoliaceae


SinonímiasValeriana alternifolia Bunge, Valeriana baltica Pleijel.

Nomes populares: Valeriana, baldriana, erva-de-são-jorge, erva-de-amassar, erva-de-gato, valeriana-menor, valeriana-selvagem, valeriana-silvestre.

Origem ou Habitat: Europa e Ásia. Naturalizada na América do Norte.

Características botânicas: Herbácea perene, ereta, com rizomas rastejantes que exalam mau cheiro, raízes pouco carnudas, caules ocos, folhas compostas e pequenas flores brancas ou rosadas dispostas em conjuntos terminais de topo achatado.

Partes usadas: Rizoma, raiz.

Uso popular: Afirma-se que a valeriana apresenta propriedades sedativas, hipnóticas, antiespasmódicas, carminativas e hipotensoras. Ela é usada tradicionalmente em estados histéricos, excitabilidade, insônia, hipocondria, enxaqueca, cólica, cólica intestinal, dores reumáticas, dismenorreia e, especificamente, para condições que apresentam excitação nervosa (BARNES,J. et al.,2012).

Composição química: Óleos voláteis: monoterpenos (A-pineno, B-pineno, canfeno, borneol, eugenol, isoeugenol); ésteres, sesquiterpenos (B-bisaboleno, cariofileno, valeranona, ledol, pacifigorgiol, álcool de patchouli, valerianol, valerenol, etc.).

Iridóides (valepotriatos) Valtratos (valtrato, valtrato de isovaleroxiidrina, acevaltrato, valeclorina), di-hidrovaltratos e isovaltratos.

Os Valepotriatos são instáveis e se decompõem com armazenamento ou processamento; os principais produtos da degradação são baldrinal e homobaldrina. Os baldrinais podem reagir ainda mais e é pouco provável que estejam presentes em produtos acabados. (BARNES,J. et al.,2012)

Alcalóides piridínicos: (actinidina, chatinina, esquiantina, valerianina e valerina).

Esteróides: (B-sitosterol, clionasterol 3-B-O-glicosídeo, etc.)

Outros constituintes: aminoácidos (arginina, ácido Gama-aminobutírico (GABA), glutamina, tirosina), polifenóis (ácidos cafeico e clorogênico), metil 2-pirrolcetona, colina, taninos, goma e resina.

Ações farmacológicas: As propriedades sedativas e hipnóticas são as mais observadas em estudos pré-clínicos e clínicos, contudo, as evidências científicas disponíveis são fortes e ainda não se determinaram exatamente quais constituintes de valeriana são responsáveis por essas propriedades observadas.

Interações medicamentosas: Recomenda-se evitar a medicação simultânea de barbitúricos e outros sedativos, devido ao potencial de sedação excessiva.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: São poucos dados clínicos sobre aspectos de segurança das formulações de valeriana, e sobre a segurança do uso a longo prazo. Os relatos sobre efeitos adversos em ensaios randomizados e controlados com placebo, eram leves e transitórios.

Um caso individual de sobredose, uma mulher de 18 anos ingeriu 40 a 50 cápsulas de raiz de valeriana em pó, 470 mg, que correspondem a aproximadamente 20 vezes mais que a dose terapêutica, 3 horas após a ingestão, apresentou fadiga, dor abdominal com cólicas, aperto no peito, tremor e sensação de cabeça vazia. A paciente foi tratada com carvão ativado e, os sintomas se resolveram em 24 horas.

Contra-indicações: O uso de valeriana durante a gravidez e lactação deve ser evitado devido a falta de estudos sobre a segurança durante esses períodos.

O consumo de formulações de valeriana não é recomendado (até 2 horas) antes da condução de veículos ou operação de máquinas.

Não ingerir álcool durante o tratamento com valeriana, pois o álcool pode intensificar o efeito.

Posologia e modo de uso: Dosagem para Adultos: Rizoma/raiz secos – 1 a 3 g, na forma de infusão ou decocção, até 3x/dia.

Tintura – 3 a 5 ml (1:5; etanol 70%), até 3x/dia ou 1 a 3 ml, de uma a várias vezes ao dia.

Extrato – Quantidade equivalente a 2 a 3 g de droga vegetal, de uma a várias vezes ao dia.

Referências: 

BARNES, Joanne. Fitoterápicos / Joanne Barnes, Linda A. Anderson, J.David Phillipson; tradução: Beatriz Araújo Rosário, Régis Pizzato; revisão técnica: Pedro Ros Petrovick…(et al.) – 3ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2012.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.tropicos.org/Name/33500011 – Acesso 15 Junho 2016.

Tags: AntiespasmódicoCarminativaCefaléiaCólicaDores reumáticasEnxaquecaHipnóticasHipotensoraInsôniaSedativo

SALVA/MELISSA

20/02/2020 00:11

Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson

Verbenaceae



SinonímiasCamara alba (Mill.) Kuntze; Lantana alba Mill.; Lantana cuneatifolia Klotzsch ex Walp.; Lantana geminata Spreng.; Lantana lippioides Hook. & Arn.; Lantana malabarica Hayek; Lantana molissima Desf.; Lippia citrata Willd. ex Cham.; Lippia lantanoides (Lam.) Herter; Verbena globiflora L’Hér.; Verbena globulifera Spreng.; Verbena lantanoides Willd. ex Spreng.; Zappania odorata Pers.

Nomes populares: melissa, erva-cidreira, erva-cidreira-de-arbusto, cidrila, falsa-melissa, chá-de-tabuleiro, salva-do-rio-grande, salva-limão, salva-braba, salva-da-gripe, cidreira carmelitana, alecrim-do-campo, alecrim-selvagem, quioiô (Bahia).

Origem ou Habitat: Planta oriunda da América, desde o México, até Argentina, Brasil e Uruguai. Cresce até os 1.800m de altitude.

Características botânicas: Erva arbustiva, perene, de até 3 m de altura, de caule e ramos primários alongados, ascendentes, quadrangulares e pubescentes, quando novos, e glabros, quando velhos, emitindo raízes quando tocam o solo. As folhas são elípticas, com a haste arrredondado-ovadas, inteiras, simples, peninérveas, serreadas na margem e ligeiramente escabrosas na superfície, opostas, de cor verde-acizentada, de 5 a 10 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. Flores reunidas na periferia da inflorescência, fortemente zigomorfas, hermafroditas, corola lilás e branca, com fundo amarelo. Os frutos são drupas globosas de cor róseo-arroxeada. Raiz axial, fasciculada, com mais ou menos 25 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas e inflorescências.

Uso popular: Utilizada pela medicina popular como antiespasmódica, digestiva, cólicas, diarreia, dispepsia, estomatite, indigestão, flatulência, náuseas e vômitos, carminativa, calmante e ansiolítica, emenagoga, antiasmática, sudorífera, hipotensora, estimulante e aperitiva. Indicada para enxaqueca e como cicatrizante, além de gripes e resfriados.

Composição química: Existem vários quimiotipos. Dr. Alonso (2002) coloca as composições encontradas no centro e norte do Brasil e também no Paraná. Neste estado, os componentes maijoritários são y-terpineno (47,71%), cimeno (8,65%), B-cariofileno (7,23%), mirceno (1,32%), geraniol (0,69%), nerol (0,39%). Lorenzi e Matos (2002) separam as cidreiras encontradas no Ceará em três quimiotipos fundamentais: o primeiro, caracterizado por teores elevados de citral e mirceno; o segundo com teores elevados de citral e limoneno; e o terceiro com teores elevados de carvona e limoneno.

INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS:

👥(HU): Estudo prospectivo não controlado com grupo amostral de 21 mulheres demonstrou alívio nos sintomas de enxaqueca com o uso do extrato hidroetanólico das folhas.                             🧫🦠(IV): Estudos demonstram potencial antimicrobiano do óleo essencial.

Interações medicamentosas: Em um estudo com coelhos, foi relacionado uma possível hepatoxicidade com a associação de e Lippia alba e paracetamol (Alonso, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A decocção fresca (12-20 g/L), por via oral, em doses de 120-240 mL por um tempo maximo de 720 mL/dia durante 15 dias, não prodduz efeitos adversos significativos, clinicamente evidenciado, em 1000 pacientes com tratamento terpeutico. (CARBALLO A, 1994) Uma usuaria, ao ser sujerida melissa para insonia relatou que lhe causava sonhos ruins.

Contra-indicações: Visto que na Argentina, a planta é indicada como abortiva, e ante a falta de dados confiáveis de inocuidade, não se recomenda seu emprego durante a gestação e lactação.

Posologia e modo de uso: Infusão das folhas: 1 colher (sopa) de folhas picadas para 1 xícara de água, jogar a água quente sobre as folhas picadas, tampar, repousar por 10 minutos. coar e servir . Pode ser utilizada como condimento na preparação de comidas.

Pode ser feita a inalação do vapor para desobstruir as narinas.

Observações: Em Florianópolis, há dois quimiotipos comuns, sendo o primeiro denominado popularmente de melissa(folhas e flores menores), mais indicado em casos de ansiedade e insônia, e o segundo, denominado popularmente de salva (folhas e flores maiores ), ou salva-da-gripe, indicado para problemas respiratórios ; as duas tem cheiros diferentes.

Referências: 

AGUIAR, J. S. Atividade antimicrobiana de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 3, p. 436-440, Jul./Set. 2008.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 952-54.

CARBALLO, A. Plantas medicinales del Escambray Cubano. In: TRAMIL, VII, 1994. Isla San Andrés, Colombia. Apuntes científicos. [S.I: s.i.].

CONDE, R. et al. Chemical composition and therapeutic effects of Lippia alba (Mill.) N. E. Brown leaves hydro-alcoholic extract in patients with migraine. Phytomedicine, [S.I.], v. 18, n. 14, p. 201-1197, jul. 2011.

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 63.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Satafé de Bogotá, D.C., Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo, CYTED. 1995. p. 557-560.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 89-488.

REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: Programa de desenvolvimento social e tecnológico, 2000. p. 33-34

www.tropicos.org – acesso em: 28 de maio de 2011.

Tags: AnsiolíticoAntiasmáticaAntiespasmódicoCalmanteCarminativaCicatrizanteCólicaDiarreiasDigestivoDispepsiaEmenagogoEstomatiteFlatulênciaHipotensoraSudorífica

PRÍMULA

18/02/2020 22:32

Primula officinalis  (L.) Hill.

Primulaceae


SinonímiasPrimula veris var. officinalis L.

Nomes populares: Prímula, primavera.

Origem ou Habitat: Europa.

Partes usadas: Flores, folhas, raiz, rizoma.

Uso popular: Calmante, antiespasmódico, diurético, expectorante, febrífugo.

Composição química: Do extrato metanolico das folhas frescas de Primula officinalis foram isolados os seguintes flavonoides: quercetin, luteolin, kaempferol, isorhamnetin, apigenin; quercetin 3-O-glucoside, -rutinoside, -robinobioside, -gentiobioside, -(glucosyl-(1→2) -glucosyl-(1→6))-glucoside, -(rhamnosyl)-robinobioside; isorhamnetin 3-O-glucoside, -rutinoside, -robinobioside, -(rhamnosyl) -robinobioside; kaempferol 3-O-rutinoside, -robinobioside; limocitrin 3-O-glucoside; 3′, 4′-dihydroxyflavonglucoside. Outros compostos isolados foram: epicatechin, epigallocatechin, and proanthocyanidin B 2.

Outros: heterosídeos, enzimas, vitamina C, saponosídeos.

Referências: 

Chr. Karl, G. Müller, P. A. Pedersen “Flavonoids in the Flowers of Primula officinalis.” Planta Med 1981; 41(1): 96-99. Acesso 9 Dezembro 2016.

Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais – Edição de Reader’s Digest – Lisboa/Portugal, 1983.

http://www.tropicos.org/Name/26401269. Acesso 9 Dezembro 2016.

Tags: AntiespasmódicoCalmanteDiuréticoExpectoranteFebrífuga

POEJO

18/02/2020 22:26

Cunila microcephala  Bentham.

Lamiaceae (Labiatae)


SinonímiasHedyosmos microcephalus (Benth.) Kuntze.

Nomes populares: Poejo, poejinho.

Origem ou Habitat: Sul da América do Sul.

Características botânicas: É herbácea, perene, muito aromática, que cresce em solos úmidos, nas bordas de matas. Floresce e frutifica de setembro a dezembro. Possui talos decumbentes, de aproximadamente 1 m. de comprimento, muito ramificados, com entrenós longos e pubescência retrorsa. Folhas com 0,5-1,5 cm de comprimento por 0,2-0,8 cm de largura, oblanceoladas, espatuladas ou suborbiculares, glabras ou com pubescência no dorso ao longo das nervuras e pecíolo, inteiras na metade superior ou levemente crenadas ou serreadas. Flores subsésseis em pseudocapítulos esféricos de aproximadamente 0,8 cm de diâmetro, axilares nas folhas superiores. Bractéolas lanceoladas ou linear-lanceoladas, de margens hispídulas ou ciliadas. Pedicelos pubescentes. Cálice de 2 a 3 mm de comprimento, tubuloso, levemente infundibiliforme, bilabiado, pouco pubescente nas nervuras e glabro nos bordos, lábio superior de 1 – 1,5 mm de comprimento, dentes deltóides, conatos até a metade de seu comprimento, lábio inferior de 1- 1,5 mm de comprimento. Corola de 3 – 4,5 mm de comprimento, exteriormente pubescente, tubo de aproximadamente 3 mm de comprimento, com pubescência interior mais densa na zona que corresponde ao lábio superior que é levemente emarginado, o inferior tem 1,5 mm, geralmente crenulado, com o lobo médio maior. Filamentos com 2,5 – 3,5 mm de comprimento, anteras divergentes. Estaminódios ausentes. Disco bem desenvolvido, bordos com lobos pequenos. Estiletes de aproximadamente 5,5 mm de comprimento. Ramo superior do estigma mais curto que o inferior. Clusas de 0,5 – 0,6 mm de comprimento, ovóides, suavemente trígonas, pardo-amareladas.

Partes usadas: Partes aéreas.

Uso popular: Antiespasmódico, estimulante, aromático, digestivo, antifebril e em afecções respiratórias (geralmente associado com guaco Mikania laevigata ou Mikania glomerata).

Composição química: Óleo essencial onde predomina: mentofurano (82,3 – 85,1 %), limoneno (2,1 – 3,8 %), beta-cariofileno (3,3 – 3,9 %), 1,8 – cineol (0,7 – 1,3 %), germacreno ( 0,6 – 1,3 %), alfa e beta- pineno (0,4 – 0,5 %), dentre outros. Derivados flavônicos: pentametoxiflavona (desmetilnobiletin) e metoxiflavanona (metileriodictiol). Flavonas e flavanonas e óleos essenciais.

Ações farmacológicas: Planta com poucos estudos de ação farmacológica.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Esta espécie é muito utilizada na medicina popular do Sul do Brasil, não havendo referências sobre intoxicações causadas por ela. No entanto a presença de mentofurano (que tem ação hepatotóxica), sugere cautela no seu emprego, até melhores esclarecimentos.

Posologia e modo de uso: Infusão- uma colher das de chá de planta fresca em uma xícara de água , tomar até 2 xícaras ao dia durante até 2 semanas. Xarope – Na medicina popular é indicado como expectorante, associado com o guaco (Mikania spp), agrião (Nasturtium officinale) e mel.

Observações: Existem outras espécies chamadas de poejo: Cunila spp. e a Mentha pulegium cujo principal componente é a pulegona. Outra espécie de poejo chamada “poejo-da-serra” é a Cunila gallioides , foto abaixo.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus libros, 2004. 1360 p.

BORDIGNON, S. A. L. et al. Flavones and flavanones from South America Cunila species ( Lamiaceae). Biochemical Systematics and Ecology,[S. I.], n. 31, p. 785-788, 2003.

BORDIGNON, S.A.L. The essencial oil composition of Cunila microcephala and Cunila fasciculate. Phytochemistry, [S. I.], v. 44, n. 7, p. 1283-1286, 1997.

BURKART. Flora Ilustrada de Entre Rios (Argentina). Buenos Aires, 1974. Colección INTA. Ministério de Agricultura y Ganadería de la Nación. Parte V- Dicotiledóneas metaclamídeas. 315-316

ECHEVERRYGARAY, S. et al. Essential oil composition of South Brasilian populations of Cunila galioides and its relation with the geographic distribution. Biochemical Systematics and Ecology, [S. I.], v. 31, p. 467- 475, 2003.

FRACARO, F. et al. RAPD based genetic relationships between populations of three chemotypes of Cunila galioides Benth. Biochemical systematics and Ecology, [S. I], v. 33, p. 409-417, 2005.

LOPES, A. M. V.; ALVAREZ FILHO, A. Plantas usadas na medicna popular do Rio Grande do Sul. Santa Maria: Ed. INFOGRAPH, 1997.

MANNS, D. Linalool and cineole type glucosides from Cunila spicata. Phytochemistry, v. 39, n. 5, p. 1115- 1118, 1995.

SIMÕES, C.M. O. et al. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1986. 174 p.

Tags: AntiespasmódicoAntifebrilAromáticaDigestivoEstimulante

ORÉGANO

17/02/2020 22:25

Origanum vulgare  L.

Lamiaceae


SinonímiasMicromeria formosana C. Marquand, Origanum gracile C. Koch, Origanum creticum Lour.

Nomes populares: Orégano, manjerona-silvestre, mejorana (Espanha), marjolaine sauvage (França), origano (Italia).

Origem ou Habitat: É nativo da Europa e Ásia Central (WYK & WINK, 2004) e cultivado no Brasil. O orégano Origanum vulgare faz parte da medicina popular da Grécia e especialmente em Creta, onde é considerada endêmica.

Características botânicas: Herbácea perene, aromática, ereta, de hastes algumas vezes arroxeadas, medindo de 30-50 cm de altura (segundo LORENZI & MATOS, 2002) e de 75-90 cm de altura (segundo ALONSO, 2004). Folhas simples, esparso-pubescentes, de 1-2 cm de comprimento. Flores esbranquiçadas, róseas ou violáceas, dispostas em glomérulos e reunidos em inflorescências paniculadas terminais.

Existem muitos cultivares desta espécie.

É muito semelhante à espécie Origanum majorana (manjerona-verdadeira).

Partes usadas: Partes aéreas.

Uso popular: É uma planta usada como especiaria muito empregada na culinária italiana. Na medicina caseira é utilizada para tratar gripes e resfriados, indigestão, flatulência, distúrbios estomacais, cólicas menstruais, bronquite, asma, artrite e dores musculares (LORENZI & MATOS, 2002).

Na região de origem é considerada estomáquica, expectorante e antiespasmódica. O chá (infuso) ou seu óleo diluído são usados topicamente para higiene bucal, tratar congestão nasal, feridas e pruridos cutâneos (WYK & WINK, 2004).

Composição química: Óleo essencial: carvacrol, timol, terpineol, terpineno, cineol, borneol, limoneno, alfa e beta pineno, p-cimeno, B-cariofileno, bisaboleno, sabineno, eucaliptol.

  • Outros: ácidos fenólicos (cafeico, rosmarínico, ursólico, clorogênico); flavonóides (derivados do kaempferol, luteolina, apigenina, diosmetina, quercetina); taninos; resina.
  • Óleo essencial: Timol, carvacrol, C- terpineno, sabineno, 1,8-cineol, β-ocimeno, β-cariofileno, dentre outros.
  • Flavonoides: Apigenina, luteolina, crosseriol, dentre outros.
  • Compostos Fenólicos: Derivados do ácido rosmarínico, do ácido cafeico e do ácido protocatecuico, dentre outros.

Ações farmacológicas: Antioxidante, digestivo, antimicrobiano, anti-espasmódico, anti-inflamatório, antitussígeno.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Altas doses do óleo essencial pode provocar sonolência e em pessoas sensíveis pode provocar dermatite.

Contra-indicações: O óleo essencial e a infusão é contra indicado para mulheres grávidas e em fase de amamentação.

Posologia e modo de uso: O chá feito com 1-2 g de erva seca pode ser tomado três vezes ao dia.

O óleo essencial nunca deve ser tomado internamente (WYK & WINK, 2004).

Observações: O Origanum vulgare (orégano) é muito similar ao Origanum majorana (manjerona) e as duas espécies são frequentemente confundidas.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

KOLDAS, Serkan; Demirtas, Ibrahim; Ozen, Tevfik; Demirci, Mehmet Ali; Behcet, Luetfi – Phytochemical screening, anticancer and antioxidant activities of Origanum vulgare L. ssp. viride (Boiss.) Hayek, a plant of traditional usage. Journal of the Science of Food and Agriculture (2015), 95(4), 786-798. Acesso 20 Fev 2015

PESAVENTO, G.; Calonico, C.; Bilia, A. R.; Barnabei, M.; Calesini, F.; Addona, R.; Mencarelli, L.; Carmagnini, L.; Di Martino, M. C.; Lo Nostro, A.- Antibacterial activity of Oregano, Rosmarinus and Thymus essential oils against Staphylococcus aureus and Listeria monocytogenes in beef meatballs. From Food Control (2015), Ahead of Print. Acesso 20 Fev 2015.

PARK, J. H.; Kang, S. N.; Shin, D.; Shim, K. S. – Antioxidant enzyme activity and meat quality of meat type ducks fed with dried oregano (Origanum vulgare L.) – Asian-Australasian Journal of Animal Sciences (2015), 28(1), 79-85 – Acesso 20 Fev 2015.

SINGH, Pankaj; KOTHIYAL, Preeti; RATAN, Parminder. PHARMACOLOGICAL AND PHYTOCHEMICAL STUDIES OF ORIGANUM VULGARE: A REVIEW. International Research Journal Of Pharmacy, [s.l.], v. 9, n. 6, p.30-34, 23 jul. 2018.

RAO, Gottumukkalavenkateswara et al. Chemical constituents and biological studies of Origanum vulgare Linn. Pharmacognosy Research, [s.l.], v. 3, n. 2, p.143-145, 2011.

GIULIANI, Claudia et al. Congruence of Phytochemical and Morphological Profiles along an Altitudinal Gradient inOriganum vulgaressp.vulgarefrom Venetian Region (NE Italy). Chemistry & Biodiversity, [s.l.], v. 10, n. 4, p.569-583, abr. 2013.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.tropicos.org/Name/17600223 Acesso 19 Fev 2015.

Tags: AntiespasmódicoAsmaBronquiteCólicaCondimentoEstomáquicoExpectoranteFlatulênciaGripeIndigestãoResfriado

MARCELA-GALEGA

14/02/2020 23:04

Matricaria discoidea  DC.

Asteraceae


SinonímiasMatricaria matricarioides (Less.)Porter ex Britton, Chamomilla suaveolens (Pursh) Ridb., Matricaria suaveolens (Pursh) Buchenau, Tanacetum suaveolens (Pursh) Hook.

Nomes populares: Marcela-galega, macelinha, macela-galega.

Origem ou Habitat: Europa.

Características botânicas: Espécie herbácea, aromática, inicialmente ereta formando uma roseta de folhas, depois rasteira e radicante, ramificada, pouco pilosa, com cerca de 10 a 15 cm de altura. Folhas alternas, sésseis ou curtopecioladas, medindo 1,5 cm de comprimento por 7 mm de largura, profundamente fendidas. Inflorescência formando um capítulo globoso-ovóide, medindo cerca de 8 mm de diâmetro, apétalo, reunindo cerca de 90 flores hermafroditas. O florescimento ocorre na primavera e no verão e a polinização é feita por abelhas e moscas. (Silva Jr. e Michalak, 2014).

Partes usadas: Folhas e inflorescências.

Uso popular: Indicada para “dor de barriga”, carminativa, antiespasmódica, galactagoga, sedativa, vermifuga, anti-inflamatória. Indicada para o tratamento de inflamações da pele, cólica, vômito, colite, náusea, câimbras e tenesmo. Externamente é utilizada como antiartrítica.

Composição química: Óleo essencial: geranil isovalerato, mirceno, B-farneseno, cis-en-in-bycicloether. Cumarinas: umbeliferona, herniarina. Flavonóides: cynaroside, luteolina. A composição química de Matricaria recutita, a camomila, e a Matricaria discoidea, a macelinha, é muito semelhante; de 31 compostos investigados, 19 são comuns a ambas as espécies: 9 flavonóides, 8 ác. fenol carboxílicos e 2 cumarinas

Ações farmacológicas: Anti-inflamatória e antiespasmódica.

Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura consultada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Algumas pessoas são alérgicas à planta.

Contra-indicações: Contraindicada na gravidez e lactação.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 a 2 g(1 colher de sopa) de flores e folhas adicionadas em 250 ml de água fervente, cobrir e deixar 10 minutos em repouso. Coar e tomar 2 xícaras ao dia.

Externamente pode ser feito compressas ou banhos com a infusão.

Observações: É repelente de insetos.

Referências: 

SILVA JUNIOR, A.A.; MICHALAK, E. O ÉDEN DE EVA. Florianópolis: Epagri, 2014.

https://origin-scifinder.cas.org/scifinder/view/scifinder/scifinderExplore – Essential oil composition of pineapple-​weed (Matricaria discoidea DC.) grown in Canada. By Lopes, Daise; Kolodziejczyk, Paul P. From Journal of Essential Oil-Bearing Plants (2005), 8(2), 178-182. | Language: English, Database -: CAPLUS – acesso 01 julho 2014.

Constituents of Matricaria discoidea: geranyl isovalerate, trans-​β-​farnesene, and herniarin By Arak, E.; Raal, A.; Pehk, T.; Maeorg, U. From Khimiya Prirodnykh Soedinenii (1988), (6), 804-6. | Language: Russian, Database: CAPLUS – acesso 01 julho 2014

Comparative study of phenols in inflorescences of two species of Matricaria L By Chetvernya, S. A. From Rastitel’nye Resursy (1986), 22(3), 373-7. | Language: Russian, Database: CAPLUS – Acesso 01 julho 2014.

http://www.tropicos.org/Name/2702888?tab=synonyms.

Tags: Anti-inflamatórioAntiespasmódicoCarminativaCólicaColiteGalactagogoNáuseaSedativoVermífuga

MARCELA

14/02/2020 23:00

Achyrocline satureioides (Lam.) DC.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasAchyrocline flaccida DC.; Gnaphalium satureoides Lam.; Anaphalium flaccidum Welnm.

Nomes populares: Marcela-do-campo, alecrim-de-parede, macela.

Origem ou Habitat: Regiões sudeste subtropical e temperada da América do Sul. É uma planta frequentemente encontrada no sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, sendo muito utilizada na medicina popular destes países.

Características botânicas: Erva anual, monóica, ramificada, de até 1,5 m de altura, coberta de pilosidades brancas. Folhas alternas, inteiras, sésseis, lineares e lanceoladas, de até 12 cm de comprimento por 1,8 cm de largura. Capítulos com dois tipos de flores, reunidos em panícula corimbosa. Flores amarelo-douradas, as centrais hermafroditas, de corola tubulosa, em número de uma a duas e as flores marginais, quatro ou cinco, femininas, de corola filiforme; papus branco. Fruto do tipo aquênio, glabro, pardo.

Partes usadas: Inflorescências.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha as folhas e inflorescências são empregadas como infuso e decocto em casos de congestão, cólica e como emético. Segundo a literatura o infuso das inflorescências de marcela é utilizado internamente como antiespasmódico, digestivo, carminativo, eupéptico, colagogo, anti-inflamatório, emenagogo e hipocolesterêmico. Seu uso externo é indicado em inflamações e como antisséptico. Na literatura também é citado o uso dos talos florais e menos frequentemente a planta inteira. As flores secas de marcela são citadas como úteis na confecção de travesseiros para dor de cabeça e insônia.

Informações científicas: 🐁(AN): Para a espécie A. satureioides, é apontada ação anti-inflamatória (Barione et al., 2013; Da Silva et al. 2016) para o extrato hidroalcoólico de suas inflorescências. O efeito gastroprotetor foi demonstrado frente a diferentes modelos de indução por agentes de lesão gástrica (Santin et al. 2010). Foram relatadas atividades antiparasitárias para o óleo essencial da planta (Do Carmo, 2014; Ritter, 2017).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso da infusão preparada com os capítulos florais da macela apresenta alívio em dores de cabeça e em casos de dermatoses ocasionadas por herpes. A macela pode ser associada com a alfavaca anisada (Ocimum selloi) por infusão, para o tratamento de cólicas e distúrbios digestivos.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas o uso concomitante desta espécie vegetal com outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno em gestantes, lactantes, crianças menores de 02 anos e em pessoas sensíveis a plantas da família Asteraceae. Não usar a tintura em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação. Pode, em casos raros, provocar vertigem, cefaleia, dermatite, alergia ocular e fotodermatite. Pessoas que desenvolvem quadro hipoglicêmico (baixas taxas de glicose no sangue) devem pedir orientação aos prescritores antes do uso. Pode potencializar o efeito de insulina, barbitúricos e outros sedativos (ANVISA, 2018).

Posologia e modo de uso

Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das inflorescências para 1 xícara de água (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: A infusão pode ser utilizada na forma de compressas para o tratamento do herpes.

Tintura: Utilizar 10 gramas das inflorescências rasuradas para 100 ml de álcool etílico 70% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 3 a 9 ml da tintura, diluídos em 50ml de água, três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no tratamento sintomático de processos inflamatórios das vias aéreas superiores e distúrbios gastrintestinais (ANVISA, 2018).

Composição química: Em relação à constituição química da Achyrocline satureioides, vários trabalhos relatam a presença de compostos flavonoídicos, ácidos fenólicos, óleo essencial, polissacarídeos e minerais. Entre os compostos flavonoídicos, podemos citar a isognafalina , quercetina, 3-O-metilquercetina, luteolina, gnafalina, entre outros. Com relação ao óleo essencial, foi constatada a presença de α-pineno como constituinte principal , β-pineno, limoneno, p-cimeno , entre outros. Foi constatada ainda a presença de kawapirona e derivados da fenilpirona.

 

Referências: 

1. AKISSUE, M. K. Análise do óleo essencial da Achyrocline satureoides D.C. Compositae. Rev. Farm. Bioquim., [S. I.], v.9, p.101-6, 1971.

2. BAUER, L. et al Contribuição a Análise dos Óleos essenciais de Eupatoríum ligulifolium H.A. e Achyrocüne satureioides D.C do Rio Grande do Sul. Rev. Bras. Farm., [S. I.], v.60, p. 97-9, 1979.

3. BROUSSALIS, M. A. et al Phenolic Constituents of Four Achyrocline Species. Biochem. Syst. Ecol., [S. I.], v. 16, n. 4, p. 2-401, 1988.

4. FERRARO, G. E.; NORBEDO, C; COUSSIO, J. D. Phenolic Constituents of Achyrocline satureioides. Phytochemistry, [S. I.], v. 20, n. 8, 4-2053, 1981.

5. HANSEL, R.; OHLENDORF, D. Ein neues in Ring B unsubstituiertes Flavon aus Achyrocline satureioides. Arch. der Pharmazie, v. 304, n. 12, p. 6-893, 1971.

6. HIRSCHMANN, G.S. The Constituents of Achyrocline satureioides D.O. b>Rev. Latinoam. Quim., v. 15, n. 3, p. 5-134, 1984.

7. KALOGA. M.; HANSEL. R.; CYBULSKI, E. M. Isolierung eines Kawapirona aus Achyrocfine satureioid. Planta Med.,[S. I.], v.48, p. 103-4. 1983.

8. LAMATY, G. et al The Chemical Composition of Some Achyrocline satureioides and Achyrocline alata Oils From Brazil. J. Ess. Oil. Res., [S. I.], v. 3, p. 21-317, 1991.

9. LIMA, T. C. M.; TAKAHASHI, R. N.; MORATO, G. S. Avaliação da possível atividade antidiabética da Bauhinia forficata Unk. In: IX SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 9, 1986, Rio de Janeiro-RJ. Resumos, Rio de Janeiro, 1986. p. 49.

10. PAZ, E. A.; BASSAGODA, M. J.; FERREIRA, F. YUYOS. Uso Racional de las Plantas Medicinales. Uruguai: Fiorde Siglo, 1992.

11. RICCIARDI, A. L.; YUNES, A. R. Volatile essential oils of the Argentina Coast IV Proof of the natural existence of caryophyllene in the essential oil of Achyrocline satureoides. Rev. Fac. Ing. Quirn., Univ. Nac. Litoral, v.43-49, 1965.

12. SANTOS, C. A. M.; TORRES, K. R.; LEONART, R. Plantas Medicinais: Herbarium et Scientia. Curitiba: Stientia et Labor, 1987.

13. SIMÕES, C. M. O. Antiinflamatory Action of Achyrocline satureioides Extracts Applied Topically. Fitoterapia, [S. I.], v.59, n.5, p. 21-419, 1968.

14. SIMÕES, C. M. O. Investigação Químico-Farmacológica de Achyrodine satumloktes (Lam.) D.C Compositae (Marcela). 1964. 186 f. Dissertação (Mestrado em Farmácia) – Curso de Pós-Graduação em Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1964.

15. SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

16. DA SILVA L.M., et al., Hydroalcoholic Extract from Inflorescences of Achyrocline satureioides (Compositae) Ameliorates Dextran Sulphate Sodium-Induced Colitis in Mice by Attenuation in the Production of Inflammatory Cytokines and Oxidative Mediators. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine: eCAM. 2016;2016:3475356. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5099481/>.

17. BARIONE E. D. et al., Achyrocline satureioides (Lam.) D.C. Hydroalcoholic Extract Inhibits Neutrophil Functions Related to Innate Host Defense. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, 2013. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3582058/>.

18. SANTIN J.R., et al., Antiulcer effects of Achyrocline satureoides (Lam.) DC (Asteraceae) (Marcela), a folk medicine plant, in different experimental models. Journal of ethnopharmacology, 2010, pag334-339. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S037887411000320X?via%3Dihub>.

19. DO CARMO G.M., et al., Effect of the treatment with Achyrocline satureioides (free and nanocapsules essential oil) and diminazene aceturate on hematological and biochemical parameters in rats infected by Trypanosoma evansi. Experimental. Parasitology. 149 (2014), pp. 39-46. <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0014489414002756?via%3Dihub>.

20. RITTER C. S. Achyrocline satureioides essential oil-loaded in nanocapsules reduces cytotoxic damage in liver of rats infected by Trypanosoma evansi. Microbial Pathogenesis, Volume 103, 2017, Pags. 149-154, 148. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0882401016308397?via%3Dihub>.

21. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2018. Página 22.

Tags: Anti-inflamatórioAntiespasmódicoCarminativaCefaléiaColagogoCólicaCongestãoDigestivoEmenagogoEméticaEupépticaInsônia

MALVARIÇO

14/02/2020 22:48

Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng.

Lamiaceae (Labiatae)


SinonímiasColeus amboinicus Lour., Plectranthus aromaticus Roxb., Coleus aromaticus Benth., Majana amboinica (Lour.) Kuntze.

Nomes populares: Malvariço, malvarisco, orégano-francês, hortelã-graúda, hortelã-da-folha-grossa, hortelã-da-bahia, malva-do-reino, malva-de-cheiro, hortelã-grande.

Origem ou Habitat: Originária da Ilha de Amboin na Nova Guiné e cultivada em todos os países tropicais e subtropicais.

Características botânicas: Plectranthus amboinicus é uma planta herbácea, perene, com folhas bastante aromáticas, semicarnosa e com flores azuladas ou róseas. Sua propagação pode ser feita por estacas produzidas a partir dos seus ramos e o seu cultivo pode ser realizado em local com bastante incidência de sol ou à meia sombra. Esta espécie diferencia-se das outras do gênero Plectranthus (P. barbatus e P. ornatus), conhecidas popularmente como “boldos”, por não ter o sabor amargo característico dessas duas outras plantas.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Planta muito utilizada como condimento alimentar e indicada na medicina popular em casos de tosse, rouquidão, bronquite, inflamação da boca, dores de garganta. É realizado também o uso tópico do infuso em afecções de pele. O sumo das folhas como medicação oral é utilizado para problemas ovarianos e uterinos e considerado antirreumático, antifúngico, anti-inflamatório, antitumoral e protetor da mucosa bucal. No Nordeste tradicionalmente é feito um lambedor com as folhas que é usado por crianças para aliviar sintomas de gripes, resfriados e tosses.

Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas do P. amboinicus tem bom resultado em sintomas decorrentes de gripes, resfriados, tosses e infecções respiratórias.

Informações científicas: 🐁 (AN): Estudo in vivo demonstrou para o extrato aquoso das folhas as atividades analgésica e anti-inflamatória.  🧫 (IV): O óleo essencial apresentou atividade antibacteriana in vitro contra Klebsiela pneumoniae e Staphylococcus aureus , bem como mostrou alguma interferência sobre a efetividade anti-Candida de alguns antifúngicos.

Modo de usar

Uso interno: A infusão é preparada com uma a quatro folhas frescas para uma xícara de água (200mL), até 3x ao dia.

Lambedor: Preparar uma calda de açúcar em ponto de bala e no final mergulhe até 5 folhas da planta. Após resfriar, utilizar para sintomas decorrentes de problemas respiratórios.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso (ver no seção “interações medicamentosas”). Evitar o uso interno em gestantes, lactantes e crianças menores de 2 anos No lambedor, em crianças menores de 12 anos, usar no máximo 6 folhas por dia.

Composição química: Cânfora, carvacrol e timol (óleo volátil), limoneno, glicosídeos (beta-sisterol, beta-D, glicosídeo), tanino, oxalato de cálcio, flavonóides (flavonas salvigenina, 6-metoxigenkwanina, quercetina, crisaeriol, lutedeína, apigenina, erioductol e flavonol)e mucilagem.

Ações farmacológicas: Antimicrobiano local, anti-reumático, antiinflamatório, antitumoral, demulcente, balsämico e protetor da mucosa bucal.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Há poucos estudos de avaliação de sua segurança. Apesar de apresentar atividade anti-fúngica sinérgica com alguns anti-fúngicos demonstrado em um estudo, a planta apresentou também atividade antagônica com outros anti-microbianos. Recomenda-se, portanto, precaução na administração da planta conjuntamente com esses medicamentos, podendo interferir nos efeitos terapêuticos desejados.

Posologia e modo de uso: Infusão: picar 2-3 folhas numa xícara e verter água quente. Abafar por 10 min. Coar e tomar 1 xícara 2-3 vezes ao dia.

Xarope: Tomar 1-2 colheres de sopa 3x ao dia.

Balas ou pirulitos: apurar o xarope de maneira convencional.

Lambedor: as folhas inteiras depois de lavadas podem ser sugadas lentamente, uma a uma, com açúcar ou mel, até seis folhas por dia.

Referências: 

CHANG, J. M. et al. Potential Use of Plectranthus amboinicus in the Treatment of Rheumatoid Arthritis. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, [S.I.], v. 7, n. 1, p. 115–120, 2010.

DRESCHER, L.(coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra-ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 78.

GURGEL, A. P. A. D. et al. In vivo study of the anti-inflammatory and antitumor activities of leaves from Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng (Lamiaceae). Journal of Ethnopharmacology, [S.I], v. 125, n. 2, p. 361-363, 7 September 2009.

LORENZI, H; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 259-260

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2. ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. p. 160.

OLIVEIRA, R. A. G. et al. Interferência do óleo essencial de Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng sobre a atividade anti-Candida de alguns antifúngicos utilizados clinicamente. Rev. Bras. Farmacogn., João Pessoa, v. 17, n. 2, Apr./June 2007.

Tags: AnalgésicoAntiespasmódicoBronquiteCatárticoEmenagogoTosse

GRAVIOLA

11/02/2020 21:15

Annona muricata  L.

Annonaceae


SinonímiasAnnona bonplandiana Kunth, Annona cearensis Barb. Rodr., Annona muricata var. borinquensis Morales, Guanabanus muricatus M. Gómez.

Nomes populares: Graviola, araticum, araticum-de-comer, jaca-do-pará, jaqueira-mole, pinha, fruta-do-conde, curaçau, ata-de-lima, ata, coração-da-rainha, guanabana (Peru, Cuba, México), anon (Haiti), sap-sap (África).

Origem ou Habitat: México e América tropical. No Brasil é amplamente cultivada nos estados do Nordeste.

Características botânicas: Árvore de até 8 metros de altura, com folhas obovado-oblongas, brilhantes, medindo 8-15 cm de comprimento. Flores solitárias, cálice de sépalas triangulares e pétalas externas grossas de cor amarela. Os frutos são grandes, tipo baga, tem a superfície espinhosa, grande, medindo 25-35 cm de comprimento, com polpa esbranquiçada mucilaginosa e ácida.

A espécie afim Annona montana Macfad. possui propriedades similares

Partes usadas: Cascas, raízes, folhas, flores, polpa e as sementes da fruta.

Uso popular: O chá das folhas é usado contra problemas do coração, insônia, febre, malária, hepatite, diarreia, mal de sete dias (tétano)( Ming, Lin Chao, 2006); os frutos em estado verde são usados para combater a disenteria e tratar aftas das crianças (sapinho); no Brasil come-se como legume, cozidos, assados ou fritos em fatias. Depois de maduro, a polpa tem sabor agradável e ligeiramente ácido, sendo constituída por quase pura celulose de difícil digestão, por isso o uso é melhor aproveitado com a extração do suco para o preparo de bebidas, sorvetes, geleias. São consideradas peitorais, antiescorbútica, diuréticas e febrífugos. O óleo essencial extraído das folhas e dos frutos verdes, de cheiro desagradável, associado ao óleo de amêndoas, é indicado em fricções nos casos de nevralgias e reumatismo. As folhas amassadas e misturadas com azeite quente servem para resolver os furúnculos e abcessos. No Pará, a graviola foi indicada popularmente para tratamento de diabetes, como calmante e antiespasmódico (BERG, Maria Elisabeth van den:). As folhas são usadas para eliminar vermes (Hoehne, 1919). As folhas da graviola são sudoríficas e peitorais (Dias da Rocha, 1919).

Alguns autores (2008) registram que tem aumentado o uso do chá das folhas da graviola como agente emagrecedor e medicação contra alguns tipos de câncer.

a dose média indicada é uma colher de sobremesa de folhas para uma xícara de água 3 vezes ao dia.

Composição química: Acetogeninas – são tetrahidrofuranos presentes nas sementes e folhas, dentre as que destacam-se: annomuricinas A,B e C, gigantetrocinas A e B, gigantetronenina (cis e trans), annonacinas e isoannonacinas, muricinas, muricatetrocinas, annocatalina, solamina, xilomaticina, etc.

Alcalóides: annomonicina, annomurina, annonaína, annoniína, asimilobina (do tipo isoquinolínico), etc. Outros alcalóides: muricinina, estefarina, coreximina, aterospermina e aterosperminina.

Outros: amida N-p-coumaroil-tiramina, taninos, compostos polifenólicos (ácido caféico, ácido p-cumárico, leucoantocianinas, ácido hidrociânico, ácido ascórbico, sacarose, fitoesteróis (B-sitosterol, estigmasterol, arronol, ipuranol), ácido y-aminobutírico, ácido málico e óleo fixo nas sementes (Alonso, J., 2004).

Ações farmacológicas: Extratos das folhas tem poderoso efeito hipotensor em cobaias. (MILLIKEN, William et all., 1992; CAVALCANTE, Paulo B., 2006 apud CARRARA, D., 2010 ).

Pesquisas recentes na UFC reconhecem o potente efeito hipoglicemiante das folhas da graviola.

Possui atividades antitumorais e antiparasitárias. (Alonso, J., 2004).

Interações medicamentosas: Pode potencializar drogas anti-hipertensivas cardiodepressoras.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Annonacinas estão relacionadas ao risco de neurotoxicidade.

Contra-indicações: Contra indicado na gravidez e para hipotensos.

Posologia e modo de uso: A dose média indicada é uma colher de sobremesa de folhas para uma xícara de água 3 vezes ao dia, evitar o uso crônico.

Observações: As acetogeninas formam uma nova classe de compostos naturais de natureza policetídica de grande interesse para farmacologistas e químicos de produtos naturais em todo o mundo, por serem farmacologicamente muito ativas como antitumoral e inseticida, sendo a mais ativa delas a anonacina; uma outra substância desta classe mostrou intensa atividade contra o adenocarcinoma do cólon (intestino grosso), numa concentração 10.000 vezes menor do que a adriamycina, quimioterápico usado para tratamento deste tipo de tumor. Descobertas como estas tem provocado uma grande procura por folhas de graviola, cuja negociação pelas empresas de cultivo com os laboratórios de pesquisa e de produção de fitoterápicos especialmente do exterior, alcança quantidades da ordem de toneladas. O amplo emprego desta planta nas práticas caseiras da medicina popular e seus resultados positivos, além da grande disponibilidade de material no Brasil, são motivos suficientes para sua escolha como tema de estudos químicos, farmacológicos e clínicos mais aprofundados, visando sua validação como medicamento antitumoral (Prof. Douglas Carrara, 2011).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

CARRARA, D. – Antropólogo, Professor, Pesquisador de medicina popular e fitoterapia no Brasil – www.bchicomendes.com

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

Ming, Lin Chao – Plantas Medicinais na reserva extrativista Chico Mendes: uma visão etnobotânica. São Paulo , editora UNESP, 2006.

MILLIKEN, William; Robert P. Miller; Sharon R. Pollard & Elisa V. WANDELLI: 1992 – The Ethnobotany of the Waimiri Atroari Indians of Brazil – Royal Botanic Gardens – London – pp. 50

CAVALCANTE, Paulo B. (1922-2006):

http://www.tropicos.org/Name/1600001 – acesso em 25 de outubro de 2012.

http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/index.php/plantas-medicinais/drauzio-varella-e-a-graviola-annona-muricata-l-1753/ – acesso em 14 de novembro de 2012.

J Agric Food Chem. 2014 Aug 27;62(34):8696-704. doi: 10.1021/jf501174j. Epub 2014 Aug 18. Identification of the environmental neurotoxins annonaceous acetogenins in an Annona cherimolia Mill. Alcoholic Beverage Using HPLC-ESI-LTQ-Orbitrap. Le Ven J1, Schmitz-Afonso I, Lewin G, Brunelle A, Touboul D, Champy P.

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