PARIPAROBA

17/02/2020 22:34

Piper umbellatum L.

Piperaceae


SinonímiasPothomorphe sidaefolia (Link & Otto) Miq., Peperomia umbellata Miq., Peperomia umbellata (L.) Kunth, Lepianthes umbellata (L.) Raf. ex Ramamoorthy.

Nomes populares: Pariparoba, caapeba, aguaxima, capeva, catajé.

Origem ou Habitat: Típica da Mata Atlântica, pode ser encontrada nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e sul da Bahia.

Partes usadas: Folhas, hastes e raízes.

Uso popular: O potencial medicinal desta espécie está na cura de feridas e inflamações em geral. Os usos etnofarmacológicos descritos para a espécie são diversos, dentre os quais estão tratamento de epilepsia (Coimbra, 1958), disfunção hepática, bronquite asmática, cicatrizante e anti-inflamatório, febrífugo, sedativa e analgésica, repelente de insetos, anti-malária e a atividade antioxidante comprovada cientificamente, atribuída ao fenilpropanóide 4-nerolidilcatecol (MATTANA & MING et all, 2015).

Segundo Irmã Eva Michalak (1997), é indicada para resfriados, baço, fígado, gastralgias, azia, úlceras, hemorroidas, asma, pressão alta e dor de dente.

Lorenzi & Matos (2008) assinalam que é considerada diurética, antiepilética, contra febre, usada contra doenças do fígado, inchaços e inflamações das pernas. A decocção das raízes é indicada para doenças do fígado e da vesícula.

Composição química: Segundo LORENZI & MATOS: Os compostos citados são: óleo essencial, esteróides, mucilagens, substâncias fenólicas e pigmentos.

Principais constituintes do óleo essencial de folhas de Pothomorphe umbellata: D-germacreno, a-selineno, trans-cariofileno, espatulenol, δ-cadineno, δ-elemeno, g-cadineno, óxido de cariofileno, b-elemeno, epi-a-cadinol, a-copaeno, a-cubebeno, b-bourboneno, b-gurjuneno, g-muuroleno, trans-nerolidol, cubenol, trans-anetol e a-muuroleno (MATTANA & MING et all, 2015). Em um artigo de 2003: O estudo fitoquímico das folhas de Potomorphe umbellata resultou no isolamento de onze substâncias, entre as quais duas amidas (arboreumina e arboreumina glicosilada), cinco flavonas (vitexina-glucopiranosídeo, apigenina-D-glucopiranosídeo, orientina-D-glucopiranosídeo, 5-hidroxi-7,3′,4′-trimetoxi-flavona e velutina), duas lignanas (sesamina e diidrocubebina), um fenilpropanóide (ácido p-cumárico), além do 4-nerolidilcatecol

Ações farmacológicas: Estudos farmacológicos (em animais) permitiu a descrição de ações biológicas diversas como antitumoral (Sacoman et al., 2008) antiinflamatória, analgésica (Perazzo et al., 2005) e fotoprotetora (Röpke et al., 2005; da Silva et al., 2009).

O metabólito secundário melhor caracterizado de Pothomorphe umbellata é o fenilpropanóide 4-nerolidilcatecol (4-NC) (Kijjoa et al., 1980), que possui comprovada atividade antioxidante (Soares et al., 2007), antiinflamatória (Perazzo et al., 2005; Soares et al., 2007), antibacteriana (Kashima et al., 1998), antimicrobiana (Soares et al., 2007), fotoprotetora (Röpke et al., 2005) e indutora de apoptose (Brohem et al., 2009)(apud VALLE & MING, 2013).

o extrato etanólico de Pothomorphe umbellata mostrou atividade fungicida contra cepas resistentes de Trichophytum rubrum.

Posologia e modo de uso: Como diurética e estimulantes das funções estomacais, hepáticas, pancreáticas e do baço: decocção de 1 colher (chá) de raízes picadas para 1 xícara de água, na dose de 1 xícara pela manhã em jejum e outra antes do almoço.

Para febres e afecções das vias respiratórias (tosse e bronquite) é indicado o xarope das folhas e hastes.

Suas folhas são empregadas externamente, na forma de cataplasma, para queimaduras leves, furúnculos, dor de cabeça e reumatismo.

Observações: No caso de Pothomorphe umbellata, os óleos essenciais se concentram nos idioblastos localizados nas células parenquimáticas (Marinho, 2008 apud MATTANA & MING et all, 2015).

As atividades farmacológicas despertaram o interesse da indústria cosmética e de manipulação por P. umbellata, principalmente devido ao sucesso como agente tópico fotoprotetor.

Referências:

BERGAMO, Debora Cristina Baldoqui “Avaliação química dos componentes não voláteis e voláteis e estudo biossintético do 4-nerolidilcatecol em Potomorphe umbellata (Piperaceae).” Tese de doutorado. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Araraquara. Instituto de Química, abr. 2003. Acesso 17 Agosto 2015.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

MATTANA, R.S.; MAIA E ALMEIDA, C.I.; OLIVEIRA, P.F.C.; LIMA, L.P.; HABER, L.L.; MING, L.C.; MARQUES, M.O.M. “Efeitos de diferentes tempos de extração no teor e composição química do óleo essencial de folhas de pariparoba [Pothomorphe umbellata (L.) Miq.]. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, SP. v.17, n.1, p.150-156, 2015. Acesso 14 Agosto 2015.

SANTANA, HT. et all. “Essential oils of leaves of Piper species display larvicidal activity against the dengue vector, Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)”. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, SP. v.17, n.1, p.105-111, 2015. Acesso 14 Agosto 2015.

VALLE, J.S.; Fonseca, B.K.D.; Nakamura, S.S.; Linde, G.A.; Mattana, R.S.; Ming, L.C.; Colauto, N.B.: “Diversidade genética de populações naturais de pariparoba [Pothomorphe umbellata (L.) Miq.] por RAPD”. Rev. bras. plantas med. vol.15 no.1 Botucatu, SP,2013. Acesso 17 Agosto 2015.

SPONCHIADO Jr. E.C. et all.; “Potomorphe umbellata(L.)Miq. – uma revisão de literatura sobre a espécie, bem como seus aspectos químicos e farmacológicos mais importantes.” -Revista Fitos Vol.3 Nº01 março 2007,Centro de Apoio Multidisciplinar – CAM, Biotecnologia, Universidade Federal do Amazonas, UFAM, Manaus, AM, Brasil.

http://www.tropicos.org/Name/25002115?tab=synonyms. Acesso 14 Agosto 2015.

2012 Sep;22(3):265-9. doi: 10.1016/j.mycmed.2012.05.005. Epub 2012 Aug 10. Pothomorphe umbellata: antifungal activity against strains of Trichophyton rubrum. Rodrigues ER1, Nogueira NG, Zocolo GJ, Leite FS, Januario AH, Fusco-Almeida AM, Fachin AL, de Marchi MR, dos Santos AG, Pietro RC.entrada em 03/07/16.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-oxidanteBronquiteCicatrizanteFebrífugaFeridasRepelenteResfriadoSedativo

FENO-GREGO

20/01/2020 22:20

Trigonella foenum-graecum  L..

Fabaceae 


Sinonímias: Trigonella tibetana (Alef.) Vassilcz.

Nomes populares:  Feno-grego, fenacho, alforvas, fenogreco, trigonela, fenugreek, entre outros.

Origem ou Habitat: É originário da Europa e Ásia meridional.

Características botânicas:  É uma planta herbácea, ereta, que mede até 60 cm de altura. Folhas pecioladas trifoliadas com bordos dentados. Flores papilionáceas branco-amareladas, solitárias ou dispostas aos pares nas axilas das folhas. O fruto é uma vagem longa, fina, pubescente, medindo de 5 a 7,5 cm de comprimento, em formato de espada, com uma ponta longa e curvada, contendo de 10 a 20 sementes quadrangulares e amareladas em seu interior.

Partes usadas: Sementes secas (principalmente) e folhas.

Uso popular:  As informações disponíveis na literatura sobre os benefícios para a saúde e efeitos farmacêuticos de Trigonella foenum-graecum, responsável por suas propriedades medicinais conhecidas como carminativo, estimulante gástrico, antidiabético e galactagogo (indutor da lactação) e adiciona novos efeitos terapêuticos em pesquisas mais recentes como hipocolesterolêmico, antilipidemia, antioxidante, hepatoprotetor, anti-inflamatória, antibacteriana, antifúngica, anti-úlcera, antimutagênico, anticarcinogênico e diversos outros efeitos medicinais do feno-grego. (A maioria desses estudos usaram pó de semente)(YADAV UC1, Baquer NZ., 2014).

Usos culinários: as folhas secas são empregadas para aromatizar diferentes pratos orientais. As folhas frescas são cozidas como curry na Índia. Com as sementes germinadas são elaboradas saladas enquanto que no Egito e Etiópia são usadas para aromatizar pães e queijos.

Convém tostar as sementes para diminuir seu amargor. Seu aroma é parecido com o aipo ou salsão ((Apium graveolens)(ALONSO, J. 2004).

Composição química:  Estudo mostrou a presença de hidratos de carbono, de alcalóides, saponinas, taninos, compostos fenólicos e flavonóides em fração de metanol de sementes de Trigonella foenum-graecum. (SELVARAJ, R., 2015)

Segundo ALONSO, J.(2004)- Saponinas (do tipo esteroidal): fenugrekina, diosgenina, yamogenina, gitogenina, tigogenina, neotigogenina e fenugrina. Saponinas (do tipo não esteroidal): trigonelosídeos A, B e C. Nas folhas e talos foram identificados graecuninas. Lipídios insaturados (8-10%): ácidos linoleico, linolênico, oleico e palmítico. Glicídios (40-58%): estaquiose, trigofenosídeos A-G e mucilagem (20-30%) em sua maioria formados por galactomananos e encontrados nas paredes celulares do endosperma. Alcalóides: traços de trigonelina, gencianina, colina e carpina. Flavonóides: apigenina, luteolina, kaempferol, quercetina, vitexina, isovitexina, tricina, naringenina, saponaretina, orientina, homoorientina. Entre outros. O feno-grego (Trigonella foenum-graecum) pode ser uma fonte industrial de diosgenina para a produção de hormônios esteróides.

Composição nutritiva das sementes: proteínas, lipídios, fibras, carboidratos, cinzas, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio, magnésio, provitamina A, tiamina (vit. B1), riboflavina (vit. B2), ácido ascórbico (vit. C), niacina (vitamina B3), vitamina PP ou ácido nicotínico

Ações farmacológicas: A grande quantidade de compostos ativos contidos nesta planta conferem-lhe uma ampla versatilidade de ações farmacológicas. As mais investigadas são as atividades hipoglicemiantes e hipocolesterolemiantes, que vem se confirmando tanto em estudos com animais não-humanos como em humanos (ALONSO,J., 2004).

Atividade antimicrobiana: extratos aquoso, metanólico e cetônico de sementes de Trigonella foenum-graecum mostrou atividade antimicrobiana frente a bactérias causadoras de diarréia: Escherichia coliSalmonella spp., Vibrio spp., Shigella spp.(SELVARAJ, R., 2015)

Foram evidenciados, em animais de laboratório, atividades analgésica, antipirética e anti-inflamatória.(ALONSO,J., 2004)

O chá de ervas contendo feno-grego, dado a mulheres no pós-parto, que participaram de uma pesquisa para saber efeito sobre a produção de leite materno e ganho de peso dos bebes foi aceito como positivo para estes dois parâmetros.(Turkyılmaz C1 et all., 2011).

Interações medicamentosas: Devido a atividade hipoglicemiante demonstrada pelas sementes de feno-grego, pacientes diabéticos tipo 1 devem ajustar as doses de insulina, no caso de se administrar simultaneamente.

Pacientes com transtorno da tireoide devem ajustar as doses de hormônios tireoidianos, caso consumam simultaneamente com chá de feno-grego, porque pode diminuir a concentração sérica do hormônio tri-iodotironina (T3) e aumentar os níveis de tiroxina (T4). (ALONSO, J.(2004).

Contra-indicações:  O feno-grego é contraindicado em grávidas.

Observações: Curiosidades: “Foram os antigos gregos que acharam por acaso uma semente curativa no monte de feno. Conta a história que os agricultores gregos, na esperança de tornar seu feno, embolorado e rançoso, mais palatável para seus cavalos, temperavam a coisa com punhados de uma plantinha verde que tinha cheiro de aipo. Os animais doentes, principalmente aqueles com estômagos inflamados e intestinos irritados, logo mostravam sinais de estarem melhores e passavam a ter bom apetite. Espalhou-se que aquela mistura de plantas era a melhor maneira de levar uma vaca ou cavalo ao feno e fazer com que comessem”.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

SELVARAJ, R.; Rani, S. Jansi; Saravanan, D.: “Antimicrobial and phytochemical study of Trigonella foenum-graecum against diarrhoeal pathogens.” From Journal of Chemical and Pharmaceutical Research (2015), 7(7), 994-998. (SCIFINDER) Acesso 01 Abril 2016.

TURKYILMAZ C1, Onal E, Hirfanoglu IM, Turan O, Koç E, Ergenekon E, Atalay Y. – “The effect of galactagogue herbal tea on breast milk production and short-term catch-up of birth weight in the first week of life.” – J Altern Complement Med. 2011 Feb;17(2):139-42. (PuBMED) Acesso 05 Abril 2016.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

YADAV UC1, Baquer NZ. “Pharmacological effects of Trigonella foenum-graecum L. in health and disease.” – Pharm Biol. 2014 Feb;52(2):243-54. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24102093 – Acesso 04 Abril 2016.

http://temperante.blogspot.com.br/2011/08 – Acesso 30 Março 2016.

http://www.tropicos.org/Name/13057051 – Acesso 30 Março 2016.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-oxidanteAntibacterianaAntidiabéticoAntilipemianteAromáticaCarminativaGalactagogoHepatoprotetoraHipocolesterolemiante

CURRY

08/01/2020 16:20

Murraya koenigii  (L.) Spreng.

Rutaceae   


 Sinonímias: Bergera koenigii L., Chalcas koenigii (L.) Kurz. 

Nomes populares:  Árvore-de-curry, curry, caril, Meetha neem, Kari patha, tiao liao jiu li xiang. 

Origem ou Habitat: É distribuída entre China, Índia, Paquistão, Nepal, Sri Lanka, Tailândia, Vietnam. 

Partes usadas:Folhas. 

Uso popular:  Digestiva, antioxidante, antidiarreica, fungicida, anticâncer, revigorante. 

É planta usada tradicionalmente na culinária indiana, além de fazer parte de muitas misturas de ervas e especiarias. 

 

Tags: Anti-oxidanteAntidiarreicoCondimentoDigestiva

CHÍA

08/01/2020 15:22

Salvia hispanicL.
Lamiaceae (antiga Labiatae) 


Sinonímias: Salvia hispanica var. chionocalyx Fernald, Salvia hispanica var. intonsa Fernald, Salvia prismatica Cav., Salvia schiedeana Stapf, entre outras. 

Nomes populares:  Chía, chaaú (Guatemala), Chan (El Salvador), Chía (Guatemala, Honduras, Mexico, Chiapas). 

Origem ou Habitat: Nativa das áreas montanhosas que se entendem desde o oeste central do México até ao norte da Guatemala. As maiores plantações encontram-se ao norte da Argentina e em Bolívia.(dados de 1996). 

Características botânicas:  Planta herbácea, anual, medindo até 1 m de altura, apresentando folhas opostas de 4 a 8 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. As flores são hermafroditas, púrpuras a brancas e aparecem em espigas terminais. A floração ocorre nos meses de verão, logo aparecendo os frutos em forma de aquênios indeiscentes. As sementes são pequenas, ovaladas, planas e lustrosas, medindo 2 mm de comprimento por 1,5 mm de largura, sendo de cor variada, preta, marron-escura, branca ou cinza, com manchas irregulares em sua superfície. (ALONSO, J., 2010). 

Partes usadas:Sementes. 

Uso popular:  A chía era cultivada pelos Astecas pré-colombianos e era tão importante quanto o cultivo do milho, como alimento. 

Usada popularmente para controle da diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, como anti-inflamatória, antioxidante, anti-coagulação do sangue, laxante, antidepressivo, ansiolítico, analgésico, visão e melhorador imunológico. 

Composição química:  Contém ácidos graxos (o ácido alfa-linolênico constitui 60% dos ácidos graxos totais da chia), proteínas, vitaminas, minerais e compostos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico, miricetina, quercetina e kaempferol). 

Valor nutricional de 100 g: 486 kcal; Carbohydrates 42.12 g; Dietary fiber 34.4 g; Gordura 30.74 g, Saturated 3.330, monounsaturated 2.309, Polyunsaturated omega 3 (17.8 g), omega 6 (5.8 g); Protein 16.54 g; Vitamins: Vitamin A equiv. 54 ug (7%), Thiamine (B1) 0.62 mg (54%), Riboflavin (B2) 0.17 mg (14%), Niacin (B3) 8.83 mg (59%), Folate (B9) 49 ug (12%), Vitamin C 1.6 mg (2%), Vitamin E 0.5 mg (3%); Minerals: Calcium 631 mg (63%), Iron 7.72 mg (59%), Magnesium 335 mg (94%), Manganese 2.723 mg (130%), Phosphorus 860 mg (123%), Potassium 407 mg (9%), Sodium 16 mg (1%), Zinc 4.58 mg (48%). 

Ações farmacológicas: As sementes de chia, por serem ricas em ácidos graxos poiisaturados Õmega-3 possuem efeitos cardio-protetores (redução de arritmias ventriculares, efeito anti-trombótico, diminuição dos níveis de lipídeos, efeito inibitório sobre aterosclerose e inflamação, redução da síntese de citoquinas inflamatórias, etc.)(Infochia, 2010 apud Alonso, 2010). 

A chia contém uma quantidade de compostos com atividade antioxidante bem constatada (miricetina, quercetina, kaempferol e o ácido caféico). Estes compostos são antioxidantes primários e sinérgicos entre si, contribuindo para a neutralização de radicais livres no organismo. (Nestel P. et al, 1997 apud Alonso, 2010) 

As sementes de chia possuem atividade hipotrigliceridemiante, isto é, reduzem os níveis de triglicerídeos no sangue (Chicco A. et al., 2009 apud Alonso, 2010). 

Interações medicamentosas: Observar pacientes em uso de anticoagulantes como aspirina ou derivados da cumarina, pela possível ação dos ácidos graxos Ômega-3 que reduzem a adesão plaquetária.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: No geral o óleo de chia e seus extratos são bem tolerados.

Posologia e modo de uso: O consumo mínimo diário é de 500 mg de óleo de Ômega-3 e se obtém com uma ingesta de 0,8 g de óleo de chia ou uma colher de café. 

Observações: Reza a lenda que os guerreiros Maias consumiam apenas um punhado de semente de chia e guerreavam por dois dias – por essa razão o nome chia, que significa força. Eles valorizavam tanto essas sementes que a utilizavam também como moeda. 

A chia, o milho e os feijões foram os alimentos fundamentais da dieta de muitas populações pré-colombianas da América. O desenvolvimento do cultivo de chia teve seu auge no México pré-hispânico, até ser interrompido no século XVI, quando os “conquistadores” invadiram a América. A chia foi perseguida até quase sua extinção por considerá-la sacrílega, porque ela constituía o principal elemento das cerimônias dedicadas aos deuses aztecas. (ALONSO, 2010) 

As folhas de chia contém um alto nível de óleos essenciais, que servem a planta como repelente de insetos, e pelo qual evita-se utilizar agrotóxicos para proteger os cultivos (ALONSO, 2010).
 

 

Referências:
ALONSO, J. “Alimentos funcionais e nutracêuticos”, Argentina, 2010. 

ULLAH, Rahman; Nadeem, M.; Khalique, A.; Imran, M.; Mehmood, S.; Javid, A.; Hussain, J. “Nutritional and therapeutic perspectives of Chia (Salvia hispanica L.)​: a review”. From Journal of Food Science and Technology (New Delhi, India) (2015), Ahead of Print. | (Scifinder) Acesso 02 FEV 2016. 

http://www.falecomanutricionista.com.br/para-que-serve-a-chia/ 

http://www.tropicos.org/Name/17600586 – Acesso 02 FEV 2016. 

https://en.wikipedia.org/wiki/Salvia_hispanica – Acesso 02 FEV 2016.

Tags: AnalgésicoAnsiolíticoAnti-coagulanteAnti-inflamatórioAnti-oxidanteAntidepressivoComestívelDiabetesDislipidemiaHipertensãoLaxanteNutritiva

CAPIM-CIDREIRA-FINO

05/01/2020 17:04

Elionurus muticus (Spreng.)Kuntze.
Poaceae 


Sinonímias: Elionurus latiflorus (Nees ex Steud.)Hack. 

Nomes populares:  Capim-cidreira, capinzinho-cidreira, capim-cidreira-fino, capim-limão-fino, capim-carona, etc. 

Origem ou Habitat: Sul do Brasil. O gênero Elionurus compreende cerca de 15 espécies comuns nas regiões tropicais e subtropicais da América do Sul, África, Austrália e Ásia temperada. 

Características botânicas:  É uma gramínea cespitosa de folhas filiformes. 

Partes usadas:Folhas e raízes. 

Uso popular:  Esta planta é usada popularmente como medicinal e aromática, tendo sido considerada as propriedades sudoríficas e de baixar a febre, além das atividades antioxidante e antibacteriana. Em Fraiburgo(SC), o chá do capim-cidreira-fino é usado como digestivo, para gripes e resfriados. 

Composição química:  Composição química do óleo essencial de espécies de Elionurus muticus coletadas no Pantanal brasileiro: (E)​-​CaryophylleneMyrceneLimonene, alfa-gurjuneneViridiflorol, α-​PatchouleneLedolCaryophyllene oxide, AcorenoneSpathulenol, α-​HumuleneBicyclogermacreneepi-​β-​Santalene, β-​Elemene, 9-​epi-​trans-​Caryophyllenetrans-​β-​Guaiene, d-​Cadinene 

Outro grupo de estudos, Hess et al. (2007), também coletou espécies no Pantanal brasileiro, nas quatro estações do ano e identificaram, nas partes aéreas: sesquiterpenóides, (E) – cariofilenobiciclogermacrenoespatulenol e óxido de cariofileno, e suas concentrações variaram de acordo com a época de coleta da planta.  

Em outro estudo, Scramim (2000), identifica no óleo essencial de folhas o B-cariofileno, canfeno, spatulenol 

Na Argentina, um trabalho mostrou a composição do óleo essencial que foi classificada em 5 tipos químicos de acordo com o principal composto presente no óleo essencial: neral + geranial (citral), acorenoneiso-acorenone e 1,8-cineol. 

Em um trabalho feito em Zimbabwe, na África, Chagonda(2012), com espécies cultivadas, foram identificados 44 componentes no óleo essencial das raízes, sendo o composto majoritário um sesquiterpeno oxigenado 1(10)-aristoleno-2-one com 72,1%. 

Ações farmacológicas: Segundo o trabalho de Hess et al.(2007), os óleos essenciais e os extratos etanólicos bruto foram ativos contra Bacillus cereusPseudomonas aeruginosa Staphylococcus aureus e não foram ativos contra Escherichia coli. As atividades antibacterianas variaram de acordo com o período de coleta das plantas. 

Outras atividades reportadas: Sudorífico, estomáquico e antioxidante. 

Observações: composto do óleo essencial Citral é uma mistura dos dois isômeros geométricos, geranial e neral. Este composto tem um forte odor cítrico e que desencadeia o maior interesse em relação a Elionurus muticus , devido à sua ampla utilização como aromático, na indústria alimentícia e cosmética. 

O Citral foi utilizado como matéria-prima na indústria farmacêutica para sintetizar uma série de ionona. Beta-ionona foi especificamente usado para sintetizar a vitamina A.  

A alta demanda por óleo essencial com alto teor de citral, atualmente fornecido pelo capim-limão (Cymbopogon citratus), incentiva o uso de Elionurus muticus como uma alternativa para a extração de óleo.  

A presença de neral e geranial (Citral) em Elionurus muticus só foi detectado para as populações do sul do Brasil, enquanto que nas restantes regiões brasileiras só canfeno (11,5%), E-cariofileno (17,9%) e espatulenol (18,6%) foram relatados como os principais componentes do óleo (Scramim & Saito, 2000). 

O óleo essencial de outra espécie, o Elionurus candidus é usado como aromatizante em cosméticos e produtos de limpeza doméstica. 

Elionurus muticus não é adequado para a alimentação do gado uma vez que o seu sabor amargo é transmitido para o leite; no entanto, as plantas jovens podem ser comidos. 

Citral foi relatado para Elionurus por outros autores, mas estes compostos foram mais freqüentes na Argentina e no Uruguai (Mevy et al, 2002;. Cacciabua et al, 2005;. Kolb et al, 2006;. Sabini et al, 2006.). Estudos realizados no Brasil têm se concentrado na Região Centro-Oeste e até o momento não há relatos sobre a presença de Citral nas plantas estudadas nestas regiões (Scramim et al, 2000; Hess et al, 2007). No estudo de Fuller et al.(2010), as plantas foram coletadas no estado do Rio Grande do Sul, onde as condições climáticas são semelhantes aos de Argentina e Uruguai por causa da localização geográfica. Estas condições (regiões mais frias) provavelmente favorecem a produção destes compostos. 

Alguns autores concluíram que a variabilidade nas concentrações dos compostos fenólicos é dependente do meio ambiente e do genótipo da planta.  

Outros autores concluíram que essa variação na quantidade de Citral é devida a fatores genéticos e não ambientais (Martins, 2004).
 

 

Referências:
ChagondaLameck S.; Chalchat, Jean-Claude; Bessiere, Jean-Marie – “Constituents of the root essential oil of cultivated Elionurus muticus (Spreng.) Kunth from Zimbabwe”- From Analytical Chemistry Letters (2012), 2(3), 177-181. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 8 Jul 2014. 

Fuller, T. N.; Tessele, C.; Barros, I. B. I.; Barbosa Neto, J. F. “Phenotypical, phytochemical and molecular characterization of “capim-​carona” [Elionurus muticus (Spreng.) Kuntzepopulations” – From Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2010), 12(3), 261-268. | LanguageEnglishDatabase: CAPLUS- Acesso 8 Jul 2014. 

Hess, Sonia C.; Peres, Marize T. L. P.; Batista, Ana L.; Rodrigues, Janaina P.; Tiviroli, Soraia C.; Oliveira, Luis G. L.; Santos, Cicero W. C.; Fedel, Lis E. S.; Crispim, Sandra M. A.; Smania, Artur, Jr.; et al. -” Evaluation of seasonal changes in chemical composition and antibacterial activity of Elyonurus muticus (Sprengel) O. Kuntze (Gramineae)”. Quimica Nova (2007), 30(2), 370-373. | Language: Portuguese, Database: CAPLUS – Acesso 8 Jul 2014. 

ScraminShirlei; Saito, Maria LuciaPottArnildo; Marques, Marcia Ortiz Mayo – Essential oil of Elyonurus muticus (SprengelO.Kuntze (Gramineae)- From Journal of Essential Oil Research (2000), 12(3), 298-300. | LanguageEnglishDatabase: CAPLUS – Acesso 8 Jul 2014.  

SILVA JUNIOR, A.A.; MICHALAK, E. O ÉDEN DE EVA. Florianópolis: Epagri, 2014. 

MARTINS, M. B. G. et al. Caracterização anatômica da folha de Cymbopogon citratus (DC.)Stapf (Poaceae) e perfil químico do óleo essencial. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. v.6, n.3, p.20-29, Botucatu, 2004. 

http://www.tropicos.org/Name/25528049?tab=acceptednames – Acesso 8 Jul 2014.

Tags: Anti-oxidanteAntibacterianaAromáticaDigestivoFebre

AVEIA

28/12/2019 02:11

Avena sativa  L.

Familia botânica:Poaceae 

SinonímiasAvena byzantina K. Koch, Avena fatua subsp. sativa (L.) Thell., Avena fuscoflora Schur, e outras 166 sinonímias.

Nomes populares: Aveia, aveia-comum, aveia-branca(BRA), avena (Spanish), cultivated oat (English, United States), Oat (English), yan mai, etc.

Partes usadas: Farinha ou flocos.

Características botânicas: A Avena sativa é uma planta anual, bem adaptada ao clima subtropical do sul do Brasil, sendo cultivada nos três estados. Seus flocos são facilmente adquiridos no comércio de alimentos. Os grãos da aveia possuem casa forte e fibrosa, que não é comestível, sendo necessário sua remoção. Os grãos descascados são submetidos ao vapor para inativação de enzimas, tostados e então flocados. O método deflocagem produz flocos grandes ou inteiros, flocos médios e finos, que quando submetidos à moagem fornecem a farinha e o farelo de aveia.

Uso popular:  A aveia tem sido muito utilizada ao longo dos anos na alimentação humana e animal. Na medicina caseira tem seu emprego no equilíbrio do ciclo menstrual, alívio da dismenorreia, osteoporose e infecção do trato urinário. É considerada estimulante, antiespasmódica, diurética e neurotônica. O leite de aveia é utilizado para aliviar afecções da pele.

Informações científicas:

👥(HU): A literatura reporta que o uso tópico da aveia é eficaz como coadjuvante no tratamento de dermatites e assaduras.N ão há evidência clara do benefício de dietas contendo grãos integrais sobre os fatores de risco de doenças cardiovasculares como pressão arterial e dislipidemia.

Observação do uso clínico em Florianópolis: A aveia pode ser utilizada na alimentação de pessoas convalescentes (em processo de recuperação após doenças) ou em casos de dislipidemia (colesterol elevado). Utiliza-se a água de aveia com boa resposta em casos de dermatoses pruriginosas (que causam coceiras), em banhos para dermatites de fraldas e em compressas para aliviar queimaduras de sol.

Modo de Usar

Acrescentar na dieta alimentar o mingau da farinha de aveia ou dos flocos de aveia para pessoas convalescentes ou com dislipidemia.

Preparo de água de aveia: Colocar duas colheres de sopa de flocos de aveia orgânico em um pano limpo, enrolar para manter a aveia empacotada e posteriormente emergir em uma bacia contendo meio litro de água; ficar apertando até a água ficar “leitosa”. Utilizar essa água para fazer banhos em compressas para dermatoses pruriginosas (coceiras), dermatites de fraldas e queimaduras do sol.

Cuidados no uso desta espécie: 

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso. Não existem estudos sobre a con-traindicação dessa planta.

Referências: 

KALAAJI, A. N.; WALLO, W., A randomized controlled clinical study to evaluate the effectiveness of an active moisturizing lotion with colloidal oatmeal skin protectant versus its vehicle for the relief of xerosis. Journal Of Drugs In Dermatology. Rochester, p. 1265-1268. 1 out. 2014

REYNERTSON, A. K. et al., Anti-inflammatory activities of colloidal oatmeal (Avena sativa) contribute to the effectiveness of oats in treatment of itch associated with dry, irritated skin. Journal Drugs Dermatology.. Skillman, p. 43-48. jan. 2015

33. Kelly S., et al., Whole grain cereals for the primary or secondary prevention of cardiovascular disease. Cochrane Data-base of Systematic Reviews 2017, Issue 8. Art.34.

Brown L, Rosner B, Willett W W, Sacks F M. Cholesterol-lowering effects of dietary fiber: a meta-analysis. American Journal of Clinical Nutrition 1999; 69(1): 30-42.

WORTHINGTON, H. V., et al. Interventions for preventing oral mucositis for patients with cancer receiving treatment. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011.

SINGH, Rajinder; De, Subrata; Belkheir, Asma Avena sativa (Oat)​, A Potential Neutraceutical and Therapeutic Agent: An Overview – Critical Reviews in Food Science and Nutrition (2013), 53(2), 126-144. (Scifinder art. 8) Acesso 8 SET 2015.

ZHANG, Wei-Ku; Xu, Jie-Kun; Zhang, Li; Du, Guan-Hua “Flavonoids from the bran of Avena sativa” – Zhongguo Tianran Yaowu (2012), 10(2), 110-114. (Scifinder art.9) Acesso 8 SET 2015.

http://www.tropicos.org/Name/25509314?tab=synonyms – Acesso 9 SET 2015.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Aveia-comum – Acesso 9 SET 2015.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-oxidanteAnticolesterolêmicoAntidiabéticoCicatrizante

ACEROLA

26/12/2019 01:19

Malpighia emarginata  DC.

Malpighiaceae 


SinonímiasMalpighia punicifolia var. lancifolia Nied., Malpighia punicifolia var. vulgaris Nied., Malpighia retusa Benth., Malpighia umbellata Rose, etc.

Nomes populares: Acerola, aceroleira, cereja-das-antilhas.

Origem ou Habitat: Nativo da América Central e muito cultivado no Brasil.
Características botânicas: Arbusto de 3-6 m de altura. Tronco que se ramifica desde a base. Copa densa com folhas pequenas de coloração verde-escura e brilhante. Flores dispostas em cachos de coloração rósea a violeta esbranquiçada. Floração durante o ano todo. Fruto carnoso de superfície lisa ou dividido em 3 gomos, de coloração vermelho-alaranjada quando madura. Contém 3 sementes. A frutificação ocorre 3 a 4 semanas após o aparecimento das flores.

Partes usadas: Frutos.

Uso popular: Os frutos são consumidos ao natural ou na forma de suco, refresco e sorvete, como fonte excepcional de vitamina C (uma xícara de suco puro contém de 1 a 5 g desta vitamina). É usada na convalescença, gripes e resfriados ou de outras doenças infecciosas.

Composição química: Segundo Alonso (2004), a constituição química apresenta os seguintes compostos:

Ácido Ascórbico: é a forma ácida da vitamina C, com um ph de 2,3. Oxida-se facilmente a ácido dehidroascórbico. Cada 100 ml do suco puro possui de 1,5 a 4,0 g de ácido ascórbico. Sua concentração varia segundo a época do ano, o clima, as condições de conservação e o local onde se cultiva.

Sais Minerais: cálcio(12mg/%), fósforo(11mg/%), ferro, magnésio e potássio.

Outros: carboidratos (8,7g%) composto principalmente por glicose, frutose e sacarose, proteínas (4g%), flavonóides (rutina, hesperidina), niacina, caroteno ou pró-vitamina A (4.300-12.500 UI/100g), ácido pantotênico, ácido málico, tiamina, riboflavina, mucilagem. Os constituintes voláteis, que dão o aroma do fruto, são ao redor de 115 compostos, destacam-se os seguintes: furfural, ácido hexadecanóico, 3-metil-3-butenol e limoneno. A acerola possui um teor de sólidos solúveis totais (TSS ou Brix) de 7,50%.

Em revisão literária da composição química também foram encontrados: carotenóides: neoxantina e isomero, neocromo e isomero, violaxantina, isómero de violaxantina, luteoxantina, auroxantina, anteraxantina, mutatoxantina, luteína, cis-luteína, β-criptoxantina 5-8-epóxido e 5-6-epóxido, β-criptoxantina, β-caroteno e cis-β-caroteno. Antocianinas: Cianidin-3-α-O-ramnósido (C3R) e pelargonidin-3-α-O-ramnósido (P3R), malvidina 3,5-diglicosilada. Compostos fenólicos: quercitrina, ácido ρ-cumárico, ácido ferúlico, ácido cafeico, ácido clorogénico, kaempferol, dentre outros. Compostos voláteis: 3-metil-3-butenol, 3-metil-1-butanol, 2-metil-1-butanol. Outros: vitamina C (Hakansson, 2018).

Ações farmacológicas: São registrados as propriedades da vitamina C como antioxidante e antiinfecciosa, por aumentar a resistência e neutralizar os radicais livres.(LORENZI; MATOS,2008).

Interações medicamentosas: Não há relatos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Há relatos de queimaduras em pessoas que fazem a poda da árvore e se expõe ao sol. (CIT-SC, 2005). Pessoas com sensibilidade à planta podem apresentar irritação e coceira em contato com as folhas, devendo ter cuidado ao manuseá-la, fazendo uso de luvas.

Contra-indicações: Não há relatos.

Posologia e modo de uso: Os frutos in natura ou na forma de sucos , sem restrições.

Observações: Brix equivale a aproximadamente 1 grama de sólidos dissolvido em 100 gramas de suco da fruta. Assim, por exemplo, uma uva com 14°Brix tem 14 gramas de sólidos diluídos em 100 gramas do suco.

“A unidade Brix ficou tão popular que virou, erroneamente, sinónimo de teor de sólidos solúveis totais. SST, ou Brix, é uma medida direta da qualidade: teor baixo de SST indica fruto azedo e/ou aguado, sem sabor, colhido imaturo ou com excesso de irrigação/chuva. Utiliza-se esse índice para aferir a qualidade em grande número de frutas e hortaliças – quanto mais alto, maior a doçura e a qualidade. “

A denominação botânica da acerola tem sido controversa entre os especialistas, porém Lorenzi e Matos(2008), esclarecem que a nossa “aceroleira” está definida como Malpighia emarginata e que Malpighia glabra L., usada na edição anterior(2002)do seu livro “Plantas Medicinais no Brasil”, refere-se a outra espécie, diferente da nossa.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

FREITAS, C.A.S. Acerola: Produção, Composição, Aspéctos nutricionais e Produtos. Rev. Bras. Agrociência, Pelotas, v.12, n.4, p.395-400, out-dez, 2006. Disponível em: http://www.ufpel.tche.br/faem/agrociencia/v12n4/artigo02.pdf

HAKANSSON, R. B. Revisão literária da composição química das plantas constantes no site do Horto Didático de Plantas Medicinais da UFSC (parte I). Orientadora: Maique Weber Biavatti, TCC (Graduação) – Curso de Farmácia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.tropicos.org/Name/19500010>. Acesso em: 07 de março de 2012.

Tags: Anti-oxidanteAntiinfecciosaVitamina C

AÇAFRÃO DA ÍNDIA

26/12/2019 01:12

Curcuma longa  L.

Zingiberaceae 


Sinonímias:

Curcuma domestica Valeton, Amomum curcuma Jacq., Stissera curcuma Raeusch.

Nomes populares: cúrcuma, açafrão-da-índia, açafrão-da-terra, açafroa, turmeric, gengibre-dourada, mangarataia.

Origem ou Habitat: Índia.

Características botânicas: Segundo a descrição de LORENZI & MATOS(2008): planta herbácea, perene, caducifólia, aromática, possui folhas grandes, longamente pecioladas, invaginantes e oblongo-lanceoladas. Flores amareladas, pequenas, dispostas em espigas compridas. As raízes terminam em um rizoma elíptico, de onde partem vários rizomas menores, todos marcados em anéis de brácteas secas. Cada rizoma mede até 10 cm de comprimento e quando cortados mostram uma superfície de cor alaranjada, exalando cheiro forte e agradável e com sabor aromático e picante.

É cultivada em todo o mundo tropical.

Partes usadas: rizomas.
Uso popular: É utilizada como condimento na culinária de quase todo o mundo. A Comissão “E” de Fitoterapia (1997) e o Instituto Federal Alemão de Medicamentos confirmam as seguintes indicações para a Curcuma longa: tônico estomacal que estimula as secreções digestivas gástricas e facilita a digestão, combate a flatulência e atonia estomacal, além de ser um tônico biliar e protetora do fígado.

Composição química: Curcuminóides ou corantes (2-9%): curcumina ou diferuloilmetano (60%), curcumina I,II,III; dihidrocurcumina, ciclocurcumina. As curcuminas por oxidação convertem-se em vanilina.

Óleo essencial (1,5-5,5%): composto aproximadamente 60% pela lactona sesquiterpênica turmerona, além de zingibereno, alfa e gama-atlantona, bisaboleno, guayano, germacreno, 1,8-cineol, borneol, delta-sabineno, ácido caprílico, deshidroturmerona, 1-fenil-HO-N-pentano, limoneno, linalol, eugenol, curcumenol, ukonan A, B e C , curcumenona e felandreno.

Outros: polissacarídeos A,B,C e D, arabino-galactano, sais de potássio, resina , glicídeos (amido) ao redor de 40-50%.

Ações farmacológicas: De acordo com a grande quantidade de trabalhos realizados, especialmente com os curcuminóides, que são os corantes amarelos abundantes no rizoma, a cúrcuma possui atividade hepatoprotetora, colerética, digestiva, hipolipemiante, hipoglicemiante, antimicrobiana, anti-inflamatória, anti-oxidante, imunoestimulante, anti-agregante plaquetário, entre outras.

A substância zingibereno possui propriedades anti-ulcerosas, o 1-fenil-hidroxi-N-pentano estimula as secreções de secretina, gastrina e sucos pancreáticos além de contribuir para a manutenção do ph gástrico. O eugenol e o zingibereno são os responsáveis pelas propriedades carminativas. As substâncias que estão envolvidas com as propriedades hepatoprotetoras são as curcuminas, coadjuvantes são borneol, turmenona, eugenol e ácido cafeico. Alguns estudos apontam que a curcumina poderia ter ação colecistocinética e um efeito antiinflamatório. O rizoma da cúrcuma contém alguns compostos anticancerígenos: curcumina e curcuminóides, betacarotenos, curcumenol, curdiona, turmenona, terpineol e limoneno. Possuem efeito protetor frente ao câncer de pele, de duodeno, de mama e câncer de cólon.

Interações medicamentosas: A presença de substâncias com atividade anticoagulante pode interferir com aqueles pacientes que estão recebendo tratamento anticoagulante.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Vários estudos demonstraram a ausência de toxicidade da cúrcuma, inclusive com doses muito elevadas (8 g). Relato de um usuário atribuiu ao açafrão da Índia a alteração no ritmo cardíaco que percebeu após o uso.

Contra-indicações: A cúrcuma possui efeito emenagogo e não se recomenda na gravidez. Não há informação suficiente para determinar a sua segurança durante a lactância. É contra-indicada para crianças menores de 4 anos, pessoas com oclusão das vias biliares e úlceras gástricas.

Posologia e modo de uso: A dose terapêutica está em torno de 300 mg de curcumina, 3 x ao dia. Os rizomas da cúrcuma possuem entre 4 e 5% de curcumina e a dose terapêutica corresponde a 6 gr de raiz fresca ao dia .

Uso na alimentação: a cúrcuma é empregada como corante culinário e constitui um dos principais condimentos na mistura que compõe o curry, integrado juntamente com pimenta, coentro, canela, gengibre, cravo da índia, cardamomo, cominho e noz moscada.

É muito utilizado na arte culinária goiana e mineira.

 

Observações: O rizoma de Curcuma longa encontra-se aprovado pelas Farmacopéias da Alemanha, Brasil, Chile, China, Korea, Espanha, EEUU, França, Holanda, Índia, Indonésia, Japão, ex-URSS e Vietnam.

Faz parte do 1º fascículo das monografias selecionadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2000).

Faz parte da lista de drogas vegetais aprovadas para uso humano pela Comissão “E” de Monografias da Alemanha (Blumenthal, M., 2000).

Na indústria têxtil oriental é empregada para tingir seda, lã e algodão, inclusive a vestimenta dos monges budistas.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BLUMENTHAL, M. et al. German Federal Institute for Drugs and Medical Devices. Commission “E” – The complete German Commission E monographs: therapeutic guide to herbal medicine. Austin, Texas: Ed. American Botanical Council, 2000.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.botanical-online.com/curcuma_longa_propiedades_medicinales.htm – acesso em: 12 de setembro de 2012.

http://www.tropicos.org/Name/34500029?tab=synonyms – acesso em: 12 de setembro de 2012

Tags: Anti-agregante plaquetárioAnti-inflamatórioAnti-oxidanteAntimicrobianoHepatoprotetoraHipoglicemianteHipolipemianteImunoestimulante