CARURU-DE-MANCHA

07/01/2020 22:17

Amaranthus viridis   L.

Amaranthaceae 


Sinonímias: Euxolus viridis (L.) Moq., Glomeraria viridis (L.) Cav., Pyxidium viride (L.) Moq. 

Nomes populares:  Caruru, caruru-de-mancha, caruru-verde, caruru-bravo, caruru-miúdo, caruru-de-porco, caruru-de-soldado, caruru-verdadeiro, amaranto-verde, bredo, bredo-verdadeiro. [Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Origem ou Habitat: Nativa do Caribe e amplamente disseminada em áreas abertas e lavouras de todo o Brasil. 

Características botânicas:  Ácea anual, ereta, pouco ramificada, variavelmente pigmentada, com hastes carnosas, medindo de 40-100 cm de altura. Folhas simples, inteiras, alternas, longo-pecioladas, membranáceas, glabras, de 6-13 cm de comprimento, com uma mancha violácea no centro da folha. Flores muito pequenas, de cor esverdeadas, reunidas em panículas racemosas axilares e terminais. Sementes muito pequenas. Brácteas ovadas a lanceoladas, agudas, não epinescentes. As sementes são castanho avermelhadas ou pretas.  

Obs.: As espécies Amaranthus spinosus L. e Amaranthus retroflexus L. possuem propriedades e características semelhantes, exceto pela presença de espinhos longos nas axilas das folhas de A. spinosus e pelo maior porte de A. retroflexus, tendo inclusive os mesmos nomes populares. [Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Partes usadas: Planta inteira: folhas, raízes e inflorescências. 

Uso popular:  A planta inteira é empregada na medicina caseira em quase todo o Brasil. As folhas e raízes são consideradas emolientes e anti blenorrágicas. As folhas são mucilaginosas, digestivas, diuréticas, resolutivas e laxativas. Acredita-se que sua administração aumente a lactação. É utilizada externamente contra afecções de pele, como eczemas e furúnculos, e também na forma de gargarejos contra úlceras na boca. 

Composição química:  As folhas possuem carotenóides, entre eles 54-61% de luteína mais violaxantina, 24-34% de β-caroteno, 10–14% de neoxantina e traços de zeaxantina e α-cripto-xantina, além de espinasterol e uma saponina derivada do ácido oleanólico . É também uma fonte rica em vitamina A. Em termos quantitativos e qualitativos, o Amaranthus viridis L. constitui-se como uma excelente fonte de proteínas. Possui consideráveis quantidades de dois ácidos graxos essenciais – linoléico e alfa-linoleíco – e minerais, como ferro, magnésio, cálcio e zinco. 

Ações farmacológicas: Diurética, adstringente, mucilaginosa, laxativa, cicatrizante, antiblenorrágica, antiinflamatória. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: As inflorescências não deve ser consumida por gestantes, lactantes e nem por cardíacos. fonte. 

Posologia e modo de uso: Na forma de infusão, vertendo 1 xícara de água fervente em 1 colher de sopa das folhas. 

Externamente, fazer gargarejo com a infusão um pouco mais concentrada (2 colheres de sopa);  

Para uso tópico, triturar toda a planta e aplicar sobre as afecções de pele. Pode-se fazer compressas com a infusão da planta como anti-inflamatório.

 

 

Referências:

CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants., Londres: [s. i.], 1996. p. 163.  

CORRÊA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1926-1978. v. 2, p.102. 

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. [S. I.: s. i.], 2001. p. 48. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 43. 

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2. ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. p. 85. 

MERCADANTE, A. Z., RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Carotenoid composition and vitamin A value of some native Brazilian green leafy vegetables. International Journal of Food Science & Technology, [S. I.], v. 25, n. 2, p. 213–219, Abril 1990. 

SENA, L. P. et al. Analysis of nutritional components of eight famine foods of the Republic of Niger. Plant Foods for Human Nutrition (Formerly Qualitas Plantarum), [S. I], v. 52, n. 1, p. 17-30, 1998. 

STUART, M. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Barcelona: Ediciones Omega, S. A., 1981. p. 151. 

www.tropicos.org – Acesso em: 30 de maio de 2011.

Tags: AfecçõesDigestivoDiuréticoEmolientesLaxativasMucilaginosas

CARQUEJA

07/01/2020 22:11

Baccharis spp.

Asteraceae (Compositae)  


Sinonímias: Várias espécies de Baccharis são conhecidas por “carqueja” e outras por “vassoura”: 

Baccharis articulata (Lam.) Persoon, Baccharis trimera (Less.) DC., Baccharis genistelloides var. trimera (Less.) Baker, Baccharis cylindrica (Less.) DC., Baccharis fastigiata Baker, Baccharis gaudichaudiana DC., Baccharis genistifolia DC., Baccharis genistelloides (Lam.) Pers. Baccharis glaziovii Baker, Baccharis junciformis DC., Baccharis junciformis var. triptera Baker, Baccharis lundii DC., Baccharis microcephala Baker, Baccharis notosergila Griseb., Baccharis opuntioides Mart., Baccharis pauciflosculosa DC., Baccharis pentaptera DC., Baccharis polyptera DC., Baccharis sagittalis (Less.) DC., Baccharis stenocephala Baker, Baccharis dracunculifolia DC. etc. 

Nomes populares:  Carqueja, carqueja-amarga, carqueja-amargosa, carqueja-doce, vassourinha, carquejinha (DEGASPARI, 2011; FACHINETTP; TEDESCO, 2009). [Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Origem ou Habitat:O gênero Baccharis está representado por mais de 500 espécies distribuídas principalmente no Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Paraguai, Bolívia e México. No Brasil, estão descritas 120 espécies de Baccharis, distribuídas em maior concentração na Região Sul do país. (DEGASPARI, 2011; AGOSTINI, F. et al, 2005. 

Características botânicas:  As espécies deste gênero são subarbustos ou arbustos ramificados, com 0,5 a 4 metros de altura, com caule e ramos cilíndricos, folhas alternas e muito variáveis na forma e no tamanho, e com capítulos que podem ser de uni a multiflores. São plantas dióicas com inflorescências masculinas e femininas em plantas separadas.4 As flores são pequenas, brancas ou amareladas, unissexuais, reunidas em inflorescências, apresentadas em capítulos pequenos, sésseis, de 6 a 7 mm de altura, dispostas nas terminações dos ramos, formando espigas interrompidas. O fruto é um aquênio com papilho, com 10 estrias longitudinais, de cor branca ou amarelado. As sementes tem um penacho plumoso que serve para dispersar-se pelo vento. Diversas espécies de Baccharis com ramos trialados são confundidas com Baccharis trimera, como Baccharis crispa, Baccharis cylindrica, Baccharis microcephala e Baccharis usteri. Exceto a última, que apresenta folhas normais nos extremos inferiores, as demais espécies só podem ser identificadas macroscopicamente quando estão floridas. A presença de ramos bialados na Baccharis articulata permite a distinção desta do resto das carquejas.6 

OBS.: Baccharis dracunculifolia DC., popularmente conhecida por alecrim-vassoura, vassourinha, alecrim-do-campo ou vassoura-carqueja, é um arbusto alto, pode atingir até 4 m de altura, muito ramificado. As folhas são simples, alternas, subssésseis, pequenas e possuem forma de lança. Flores bem pequenas, brancas ou amareladas. Os frutos são do tipo aquênio. Floresce entre fevereiro e abril.(MARONI, B., DI STASI, L. C., MACHADO, S. 2006). [Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Partes usadas:hastes aéreas. 

Uso popular:  No Brasil, a carqueja está entre as dez plantas medicinais mais comercializadas, e o Paraná destaca-se como seu maior produtor. A carqueja é indicada como tônico estomáquico, antidiarreico e antirreumático. Sua função principal é regular o funcionamento do fígado e intestinos. Auxilia nos regimes de emagrecimento, sendo usada no tratamento de má digestão, cálculos biliares, doenças do baço e dos rins. É também muito recomendada para combater o diabetes e como vermífugo. Na Região Sul é comum acrescentar um pouco de carqueja na erva mate e como complemento do chimarrão.  

Externamente, é usada no tratamento de feridas e ulcerações (FACHINETTP; TEDESCO, 2009).  

Na Argentina, acredita-se que a Baccharis articulata (carqueja-doce, carquejinha) tenha atividade no tratamento de impotência sexual masculina e de esterilidade feminina.  

No Paraguai, é utilizada como anti-hipertensiva. Os óleos essenciais extraídos de folhas de Baccharis dracunculifolia (óleo-de-vassoura) e Baccharis trimera (óleo-de-carqueja) são produzidos e usados em perfumaria, possuindo alto valor para a indústria de fragrâncias (AGOSTINI, et al, 2005).  

A infusão das hastes da carqueja, usada antes das refeições, é indicada em caso de afecções estomacais, intestinais e hepáticas. O mesmo chá feito com a planta picada tem ação antifebril, anti reumática, colagoga, estomáquica, para cálculos biliares, diabetes, obesidade e obstrução do fígado. Já o decocto da haste, além de ser usado para os mesmo fins, é referido eficaz contra tosse, gripes, resfriados e também usado como diurético, tônico e contra afecções do couro cabeludo. A mistura feita ao amassar a planta fresca ou triturá-la seca com alho e água fervente é indicada como anti-helmíntico (MARONI; DI STASI; MACHADO, 2006). 

Composição química:  Para o gênero Baccharis, existem relatos da presença de flavonóides, diterpenos, taninos, óleo essencial e saponinas.1 Cerca de 120 espécies deste gênero foram estudadas quimicamente e de modo geral, os compostos que mais se destacam são os flavonóides (apigenina, cirsiliol, cirsimantina, eriodictol, eupatrina e genkawaniana) e os terpenóides, como monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos e triterpenos. DEGASPARI, et al, 2011; AGOSTINI, et al, 2005). Outros princípios ativos são lignanos, alfa e beta pinenos, canfeno, carquejol, acetato de carquejila, ledol, calameno, elemol, eudesmol, palustrol, nerotidol, hispidulina, campferol, quercerina e esqualeno (DEGASPARI, et al, 2011). 

Ações farmacológicas: O gênero Baccharis tem uma ampla gama de efeitos microbicidas e reconhecidas propriedades colérico-colagogas (PASSERO, et al, 2011). 

O conjunto de flavonóides, em especial a hispidulina, demonstra ação hepatoprotetora e colagoga. O alto conteúdo de ácidos cafeoilquínicos presentes nas diferentes espécies de carqueja justificam seu emprego como colerética e colagoga, além das sabidas atividades antioxidantes.  

Extratos aquosos e hidroalcoólicos de Baccharis notorsegila e Baccharis crispa em doses de 5mg/ml demonstraram atividade antibacteriana frente a Bacillus subtilisMicrococcus luteus e Staphylococcus aureus, especialmente por parte do flavonóide genkwanina. Um estudo evidenciou que as folhas de Baccharis dracunculifolia, a principal origem botânica da produção do Própolis Brasileiro, tem efeito inibitório dos fatores cariogênicos avaliados do Streptococcus mutans, similar ao do própolis mencionado, o qual é usado para prevenir cáries dentárias por esse patógeno. (ABAD; BERMEJO, 2008). 

As lactonas sesquiterpênicas de Baccharis trimera demonstraram atividade inibitória frente a cercárias do Schistosoma mansoni (agente causador da esquistossomose) e do crescimento do Trypanosoma cruzi (causador da Doença de Chagas). Ensaios evidenciaram também atividade molusquicida de Baccharis trimera sobre Biomphalaria glabrata (molusco hospedeiro intermediário do S. mansoni), as custas de lactonas diterpênicas e flavonas, em especial a eupatorina (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). 

Além disso, mais recentemente vários componentes de Baccharis retusa e Baccharis uncinella têm sido estudados e apresentam atividade contra patógenos causadores da Leishmaniose Tegumentar (PASSERO, et al, 2011). 

Estudos diferentes com extratos de Baccharis articulata e Baccharis genistelloides encontraram atividade antiviral frente ao VSV (vírus da estomatite vesicular) e ao HSV-1 (Herpes simplex vírus). Um estudo em 1996 demonstrou os ácidos cafeoilquínicos como tendo atividade inibitória específica sobre a enzima HIV-1 integrase, o que abre portas para estudos futuros relacionados ao HIV (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). 

Ensaios em animais são controversos em demonstrar a atividade analgésica e antiinflamatória de extratos de B. trimera. Um estudo que investigou o efeito antiartrítico do extrato aquoso de Baccharis genistelloides mostrou uma redução importante da gravidade da artrite colágeno-induzida em animais. Em estudos com ratos com diabetes induzida por streptozotocina, o extrato aquoso de Baccharis trimera induziu uma redução importante, embora parcial, da glicemia, após 7 dias de uso. O efeito, o qual não esteve associado a perda de peso, pode estar associado a presença de flavonóides e ácidos clorogênicos, já que suas atividades hipoglicemiantes já foram previamente demonstradas. Esse potencial justifica maiores investigações (OLIVEIRA, 2005; ABAD; BERMEJO, 2008). 

Os flavonóides de Baccharis genistelloides possuem atividade diurética, o qual pode gerar hipotensão arterial, tal como se observou em estudos com ratas. Estudos in vitro tem determinado também a atividade anti hipertensiva de Baccharis trimera. (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). Diversos estudos em modelos animais com úlcera gástrica induzida de diferentes maneiras demonstraram atividade antiulcerosa de diferentes extratos de carqueja, e efeito gastroprotetor e anti secretório de Baccharis genistelloides em associação com Lavatera asurgentiflora e Psoralea glandulosa. (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). 

Interações medicamentosas: Os pacientes hipertensos podem necessitar ajustar as doses de medicamentos anti-hipertensivos em caso de uso concomitante de Baccharis trimera. Pacientes hipotensos também devem estar alertas devido a possibilidade de redução da pressão arterial (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005).  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Ensaios com sistemas teste vegetais in vivo e teste in vitro com linfócitos de sangue periférico humano demonstraram atividade antiproliferativa e mutagênica dos extratos de Baccharis trimera e Baccharis articulata , espécies nativas do sul do Brasil, indicando que a utilização pela população requer maior cuidado. No entanto, são necessários mais estudos para avaliar com maior precisão os riscos (FACHINETTP; TEDESCO, 2009). 

Apesar de a carqueja se encontrar incorporada à maioria das farmacopéias oficiais e não ter originado sinais de toxicidade durante seu uso histórico, se recomenda precaução e a não utilização por longos períodos até que sejam aprofundados os estudos sobre toxicidade. 

Os pacientes hipertensos podem necessitar ajustar as doses de medicamentos anti-hipertensivos em caso de uso concomitante de Baccharis trimera. Pacientes hipotensos também devem estar alertas devido a possibilidade de redução da pressão arterial (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). 

Contra-indicações:  Eventualidade de uma estimulação do músculo uterino pelo extrato de carqueja contra-indica seu uso na gravidez. O efeito abortivo foi observado na administração em animais por 10 a 15 dias consecutivos (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). 

Posologia e modo de uso: Infusão: em uma xícara (150ml), coloque 1 colher (sopa: 5g) de hastes picadas e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos e coe. Tomar 2 a 3 xícaras por dia.  

Decocção – coloque 1 colher (sopa) de hastes picadas em 1 recipiente com água fria. Deixe ferver por 5 minutos. Desligue o fogo e deixe abafado por 10 minutos coe e tome até 3 xícaras por dia.  

Uso externo – Usa-se a decocção ou infusão aplicando externamente.

 

 

Referências:

ABAD, M. J.; BERMEJO, P. Baccharis (Compositae): a review update. Arkivoc, [S. I], v. 7, p. 76-96, 2007. Disponível em: http://www.arkat-usa.org/get-file/19602/ – Acesso em: 01 de novembro de 2011. 

AGOSTINI, F. et al. Estudo do óleo essencial de algumas espécies do gênero Baccharis (Asteraceae) do sul do Brasil. Revista Brasileira de farmacognosia, João Pessoa, v. 15, n. 3, p. 215-219, Jul/Set 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2005000300010&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2005000300010. Acesso em: 01 de novembro de 2011.  

ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas Medicinales Autóctonas de la Argentina: Bases Científicas para su Aplicación en Atención Primária de la Salud. Buenos Aires: L.O.L.A., 2005. p. 127-35 

BUDEL, J. M.; DUARTE, M. R.; SANTOS, C. A. M. Parâmetros para análise de carqueja: comparação entre quatro espécies de Baccharis spp. (Asteraceae). Revista Brasileira de farmacognosia, Maringá, v. 14, n. 1, 2004 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2004000100006&lng=en&nrm=iso – Accesso em: 01 de Novembro de 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2004000100006. 

CORREA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura/IBDF, v.2, 1984. 

DEGASPARI, C. H. et al. Obtenção de extrato de carqueja (Baccharis articulata (Lam.) Pers.) por diferentes processos de concentração. Disponível em: http://www.utp.br/tuiuticienciaecultura/FACET/FACET%2029/PDF/Art%208.pdf. Acesso em: 01 de novembro de 2011. 

DUKE, J. A., BOGENCHTZ-GODWIN, M. J., OTTESEN. A. R. Duke’s handbook of medicinal plants of Latin America. [S. I.]: CRC Press, 2008.  

FACHINETTP, J. M.; TEDESCO, S. B. Atividade antiproliferativa e mutagênica dos extratos aquosos de Baccharis trimera (Less.) A. P. de Candolle e Baccharis articulata (Lam.) Pers. (Asteraceae) sobre o sistema teste de Allium cepa. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 11, n. 4, p. 360-367, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-05722009000400002&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-05722009000400002 – Acesso em: 01 de novembro de 2011. 

LORENZI, H, MATOS, F. J. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2002. p. 122-123. 

MARONI, B.; DI STASI, L. C.; MACHADO, S. Plantas medicinais do cerrado de Botucatu. São Paulo: FAPESP, BIOTA, UNESP, 2006. p. 46-48. 

OLIVEIRA, A. C. P. Effect of the extract and fraction of Baccharis trimera and Syzygium cumini on glycaemia of diabetic and non-diabetic mice. Journal Etnhopharmacol, [S. I], v. 102, p. 465-469, 2005. 

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p. 66-67 

PASSERO, L. F. et al. Lago, 2010. Anti-leishmanial effects of purified compounds from aerial parts of Baccharis uncinella DC. (Asteraceae). Parasitology Research, [S. I], v. 108, n. 3, p. 36-529, Mar 2011. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20886232 – Acesso em: 01 de novembro de 2011. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 11 de novembro de 2011.

Tags: AfecçõesAnti-helmínticaAnti-reumáticoAntidiarreicoColagogoDiuréticoFeridasGripeHipertensãoPerfumariaResfriadoTônicoTosseÚlceras

CARAPIÁ ou CONTRA-ERVA

07/01/2020 22:00

Dorstenia brasiliensis  Lam.
Moraceae  


Sinonímias: Dorstenia brasiliensis var. guaranitica Chodat & Vischer, Dorstenia brasiliensis var. major Chodat & Hassl., Dorstenia brasiliensis var. palustris Hassl., Dorstenia brasiliensis var. tomentosa (Fisch. & C.A. Mey.) Hassl., Dorstenia brasiliensis var. tubicina (Ruiz & Pav.) Chodat & Vischer, Dorstenia montevidensis Miq., entre outras.  

Nomes populares:  Contra-erva, carapiá, carapá, cayapiá, conta-de-serpente, eiga-eiga, figueirilha. 

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil. Segundo ALONSO (2004), é encontrada desde o México até Argentina, sendo muito comum em Montevidéo (Uruguay), Sul do Brasil, Paraguay, Noroeste e Nordeste da Argentina. 

Características botânicas:  Segundo ALONSO (2004): Erva perene, rosetada, medindo de 60-70 cm de altura, talo pequeno, raiz tuberosa simples ou ramificada, nodosa, medindo até 10 cm de extensão. Folhas inteiras ovado-cordadas com margens dentadas, medindo 8 cm de comprimento e 6 cm de largura, com a face superior áspera e a inferior pilosa, dispostas em espiral, formando uma roseta basal. Flores monóicas, diminutas, agrupadas sobre um receptáculo comum pedunculado plano, carnoso, medindo mais de 2 cm de espessura, comumente orbicular ou elíptico. 

Partes usadas:Rizomas (principalmente), e folhas. 

Uso popular:  No Brasil é usada para tratamento de febres, dismenorréia, atonia do aparelho digestivo, gastrite, disenteria, reumatismo, dermatite, como expectorante, tônico-estimulante, contra picadas de serpentes (emplastro com raiz fresca) e em diarreias crônicas. Na Argentina as folhas são usadas como febrífugo, diurético, emenagogo e abortivo. No Paraguai é empregada para controle de fertilidade. Na Guatemala como tônico-estimulante, febrífugo, emenagogo, antigripal e antidiarreico. No México contra sarampo, febre e tétano. 

Usada em cigarros de palha para acrescentar um sabor especial ao fumo. 

Composição química:  Triterpenóides (ácidos dorstênicos A e B) e furanocumarinas (bergapteno, bergaptol), cardenolídeo esteroidal (sinogenina), catequina, epicatequina e os ácidos benzóico, málico, cítrico e tartárico. 

Ações farmacológicas: Até o momento não foram realizados ensaios clínicos com esta planta, somente em animais de laboratório e testes in vitro. Algumas ações farmacológicas estudadas foram: atividade analgésica e anti-inflamatória.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Pode ocorrer foto-toxicidade devido as furanocumarinas através do contato com a pele.(Gruenwald J., 1998 apud Alonso, J., 2004). 

Contra-indicações:  Em vista de seu uso como abortivo é contraindicado para mulheres grávidas. 

Posologia e modo de uso: Decocção: 2g do rizoma em 150 ml de água. Tomar 2 a 3 xícaras ao dia.. 

Observações: autor do binômio é Jean Baptiste Antoine Pierre de Monnet de Lamarck (1786).  

Existe outra espécie chamada de Dorstenia contrajerva L. nativa do México “toman el cocimiento de la raíz y hojas, junto con otras plantas, como contraveneno para la mordedura de víbora, de perro rabioso o cualquier intoxicación alimenticia.” Fonte: Biblioteca Digital de la Medicina Tradicional Mexicana.  

As frações solúveis em hexano dos rizomas ou das folhas de cinco espécies do gênero Dorstenia (Moraceae) (D. bahiensis Kl., D. bryoniifolia Mart ex. Miq., D. carautae C.C.Berg., D. cayapiaa Vell. e D. heringerii Car. & Val.) foram analisadas por GC-MS (cromatografia gasosa de alta resolução acoplada a espectrometria de massas). Foram identificados triterpenos pentacíclicos, esteróides e furocumarinas. GC-MS mostrou ser uma ferramenta valiosa para a análise dos terpenóides de Dorstenia spp. 

Estas substâncias podem estar ligadas à utilização tradicional de Dorstenia spp. como plantas anti-ofídicas.(JANETE et all.,1997)..
 

 

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. 

JANETE H. Y. Vilegas a , Fernando M. Lanças ª*, Wagner Vilegas b , and Gilberto L. Pozetti b “Further Triterpenes, Steroids and Furocoumarins from Brazilian Medicinal Plants of Dorstenia genus (Moraceae)” – J. Braz. Chem. Soc. vol.8 no.5 São Paulo, 1997. Acesso 28 Março 2016. 

http://www.bihrmann.com/caudiciforms/subs/dor-bra-sub.asp – Acesso 22 MARÇO 2016. 

http://www.medicinatradicionalmexicana.unam.mx/monografia.php?l=3&t=Contrayerba&id=7352 – Acesso 28 Março 2016.  

http://www.flordocamponatural.com.br/chas/carapia.htm – Acesso 29 Março 2016.  http://www.tropicos.org/Name/21301596?tab=synonyms

Tags: AbortivoDermatiteDiarreiasDisenteriaDismenorreiaDiuréticoEmenagogoExpectoranteFebreGastriteReumatismo

CARAPIÁ

05/01/2020 17:27

Dorstenia asaroides Gardner ex Hook.
Moraceae 


Sinonímias: Dorstenia asaroides var. celiae Carauta & C.Valente, Dorstenia cayapia var. asaroides (Hook.) Bureau. 

Nomes populares:  Carapiá, caapiá, caiapiá, apií, conta-de-cobra, contra-veneno, taropé, liga-osso, entre outros. 

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (Caatinga, Cerrado e Savana Amazônica). 

Partes usadas:Rizomas e folhas. 

Uso popular:  Idem a Dorstenia brasiliensis. 

Composição química:  Investigação da fitoquímica dos rizomas e folhas de Dorstenia asaroides foram encontrados “furocoumarins psoralen and bergapten, the triterpenes α-​amyrin, α-​amyrin acetate, β-​amyrin acetate, lupeyl acetate and simiarenol and saccharose. 

Ações farmacológicas: Idem a Dorstenia brasiliensis. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Idem a Dorstenia brasiliensis. 

Contra-indicações:  Idem a Dorstenia brasiliensis. 

Observações: No Sul do Brasil a espécie mais comum é Dorstenia brasiliensis Lam., conhecida pelos nomes populares de contra-erva, cayapiá, conta-de-serpente entre outros. Apresentaremos mais detalhes na página seguinte com o nome carapiá ou contra-erva. 

As frações solúveis em hexano dos rizomas ou das folhas de cinco espécies do gênero Dorstenia (Moraceae) (D. bahiensis Kl., D. bryoniifolia Mart ex. Miq., D. carautae C.C.Berg., D. cayapiaa Vell. e D. heringerii Car. & Val.) foram analisadas por GC-MS (cromatografia gasosa de alta resolução acoplada a espectrometria de massas). Foram identificados triterpenos pentacíclicos, esteróides e furocumarinas. GC-MS mostrou ser uma ferramenta valiosa para a análise dos terpenóides de Dorstenia spp. 

Estas substâncias podem estar ligadas à utilização tradicional de Dorstenia spp. como plantas anti-ofídicas.(JANETE et all.,1997).
 

 

Referências:
Dorstenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 07 Mar. 2016  

Janete H. Y. Vilegas a , Fernando M. Lanças ª*, Wagner Vilegas b , and Gilberto L. Pozetti b “Further Triterpenes, Steroids and Furocoumarins from Brazilian Medicinal Plants of Dorstenia genus (Moraceae)” – J. Braz. Chem. Soc. vol.8 no.5 São Paulo, 1997. Acesso 28 Março 2016. 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. 

http://www.tropicos.org/Name/50061229. Acesso em: 07 Mar. 2016  

VILEGAS, Wagner; Vasconcelos, Eliane de Carvalho; Pozetti, Gilberto Luiz; Vilegas, Janete Harumi Yariwake – ” Coumarins and terpenoids from Dorstenia asaroides Gardn. in Hook”. From Revista de Ciencias Farmaceuticas (Sao Paulo) (1997), 18(1), 145-151. (SCIFINDER) Acesso em: 07 Mar. 2016. 

CARAMBOLA

05/01/2020 17:24

Averrhoa carambola L.
Oxalidaceae 


Sinonímias: Averrhoa acutangula Stokes, Averrhoa pentandra Blanco, Connaropsis philippica Villar, Sarcotheca philippica (Villar) Hallier f. 

Nomes populares:  Carambola, caramboleira, camerunga e outros. 

Origem ou Habitat: Originária da Índia e cultivada em todo o Brasil.

Partes usadas:Frutos e folhas. 

Uso popular:  uma planta cultivada em quase todos os pomares do Brasil para a produção de frutos, que são consumidos ao natural, na forma de doces, geléias, compotas e sucos. É utilizada como estimulante do apetite, antidiarreico e febrífugo.  

ATENÇÃO: Suas folhas são empregadas na medicina caseira para pessoas diabéticas, porém, estudos recentes contra-indicam o uso das folhas e frutos para este fim, é contra-indicado para pacientes portadores de nefropatias ou insuficiência renal e para diabéticos.  

Salientamos que pessoas normais, sem comprometimento renal, podem usufruir desta fruta, porém, com moderação. 

Composição química:  Nas folhas: alcalóides, saponinas, taninos, glicosídeos, ácido oxálico, enxofre, ácido fórmico. Nos frutos: ácidos orgânicos, vitamina C, caramboxina. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em pacientes portadores de nefropatias pode ocorrer convulsões, coma e morte. 

Contra-indicações:  É contra-indicado para pacientes com insuficiência renal, portadores de nefropatias e diabéticos. 

Observações: Quando o fruto e/ou seu suco são consumidos por pacientes acometidos de insuficiência renal ou lesão aguda nos rins, ou por indivíduos diabéticos, a caramboxina pode induzir crises de soluços, vômito, confusão mental, agitação psicomotora, convulsões prolongadas (estado de mal epiléptico) e até a morte. Embora pessoas sem histórico de problemas renais não corram riscos, os pesquisadores recomendam que se evite abuso no consumo da carambola. Isso porque seu teor de ácido oxálico pode eventualmente produzir cálculos renais em indivíduos mais sensíveis. Isto predisporia aos efeitos neurotóxicos da caramboxina, afirma o professor Garcia-Cairasco .
 

 

 

Referências:

GARCIA-CAIRASCO, N. et al. Elucidating the Neurotoxicity of the Star Fruit. Angewandte Chemie, 2013 Acesso 27 Março 2015.  

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 

Marilene Provasi, Carlos Eduardo de Oliveira, Milton Carlos Martino, Lorena Greisieli Pessini, Roberto Barbosa Bazotte e Diógenes Aparício Garcia Cortez -“Avaliação da toxicidade e do potencial antihiperglicemiante da Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae)” Departamento de Farmácia e Farmacologia, Universidade Estadual de Maringá/PR(PDF) Acesso 27 Março 2015 

M.C. de Abreu; Fiaschi, P. Oxalidaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 27 Mar. 2015 

http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/11/25/toxina-da-carambola-e-isolada/- Acesso 27 Março 2015 

http://www.tropicos.org/Name/23700001?tab=synonyms – Acesso 27 Março 2015.  

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carambola. 

Tags: AntidiarreicoFebrífugaNutritiva

CAPUCHINHA

05/01/2020 17:20

Tropaeolum majus L.
Tropaeolaceae 


Sinonímias: Cardamindum majus (L.) Moench; Tropaeolum elatum Salisb.; Trophaeum majus (L.) Kuntze; Nasturtium indicum Garsault;

Nomes populares:  Capuchinho, chaguinha, mastruço-do-peru, flor-de-sangue, agrião-do-méxico, nastúrcio, agrião-da-índia, flor-de-chagas, etc.

Origem ou Habitat: Nativa das regiões montanhosas do México e Perú.

Características botânicas:  Herbácea anual, de ramos rasteiros ou escandentes, carnosos, retorcidos, medindo de 1-2 m de comprimento. Folhas membranáceas, glabras, peltadas, longo-pecioladas, com 5-7 nervuras principais saindo do ponto de inserção do pecíolo, de 4-10 cm de diâmetro, com bordos inteiros ou ligeiramente lobulados. Flores solitárias, grandes, de cor vermelha, alaranjada, amarela ou branca, muito ornamentais. O fruto é um triaqüênio globular e subcarnoso. Multiplica-se por sementes.

Partes usadas: Folhas, flores e frutos.

Uso popular:  Expectorante, antiescorbútica, diurética, tônica, depurativa, aperiente e para infecções do sistema respiratório e urinário. Também é usado como antimicótico, analgésico e contra queda de cabelos. Para dor de garganta costuma-se comer as flores frescas. Toda a planta é considerada comestível. Os frutos verdes são consumidos como substituto da alcaparra, quando maduros são usados como laxantes.

Composição química:  Glicosinolatos (0,1%): estão presentes no óleo essencial, principalmente a glicotropeolina, que por hidrólise gera benzil-isotiocianato (óleo de mostarda). Terpenóides, vitamina C (300mg/100g de planta fresca), carotenóides, ácidos orgânicos (ácidos málico e clorogênico), flavonóides (glicosídeos da quercetina e isoquercetina), sais minerais rico em sulfato de potássio.

Ações farmacológicas: Apresenta propriedades balsâmicas e antimicrobianas in vitro, frente a várias bactérias. Também possui efeito vasodilatador coronário e efeito citotóxico frente a várias linhagens de células tumorais.(principalmente pela presença de benzil-isotiocianato). O óleo aplicado externamente tem propriedades rubefacientes. É preventivo em patologias da árvore respiratória por conter altos teores de vitamina C. A ação conjunta entre flavonóides, vitamina C e componentes sulfurados geram um efeito antioxidante. O conteúdo em enxofre de suas partes aéreas é útil em problemas capilares e dérmicos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em alguns casos pode causar dermatite de contato.

Contra-indicações:  Evitar seu uso em grávidas, lactantes e em pessoas com úlceras gastrointestinais. Não administrar em crianças pequenas nem em pacientes com hipotireoidismo.

Posologia e modo de uso: Infusão (2-3%): 3 folhas grandes para 1 xícara de água. Tomar 2 a 3 vezes ao dia. Infusão (20%) de flores e folhas para uso externo.

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

https://scifinder.cas.org/scifinder/view/scifinder/scifinderExplore.jsf “Comparison of antioxidant, anti-inflammatory, antimicrobial activity and chemical composition of aqueous and hydroethanolic extracts of the herb of Tropaeolum majus L. By: Bazylko, Agnieszka; Granica, Sebastian; Filipek, Agnieszka; Piwowarski, Jakub; Stefanska, Joanna; Osinska, Ewa; Kiss, Anna K. Acesso 26 junho 2014.

htpp://www.tropicos.org – acesso em 11 de abril de 2011.

Tags: AnalgésicoAntiescorbúticaAntimicóticoDepurativoDiuréticoExpectorante

CAPIM-LIMÃO

05/01/2020 17:15

Cymbopogon citratus  (DC.) Stapf.
Poaceae (Gramineae) 


Sinonímias: Andropogon ceriferus Hack., Andropogon citratus DC.

Nomes populares:  Capim-limão, capim-cidró, capim-cidreira, capim-cidrilho, capim-santo, capim-cheiroso, capim-marinho, erva-cidreira, cana-cidreira, chá-de-estrada, fever grass (English, United States), lemongrass (English, United States), sontol (Spanish), té de limón (Spanish), zacate de limón (Spanish), xiang mao (China), belgata e chá-do-gabão (Portugal), surwai (Índia), citronelle (França).

Origem ou Habitat: Nativo da Índia e Sul da Ásia. Cresce em climas tropicais úmidos, ensolarados, até 1200 m do nível do mar. Atualmente é cultivado na Ásia, América Central e Sul da América.

Características botânicas:  Erva perene, com caule tipo colmo, formando touceiras compactas e grandes, cerca de 1 – 2 m de altura. Folhas com 60 – 100 cm de comprimento e, 1,5 – 2 cm de largura, invaginantes, alternas, paralelinérveas, lineares, longo-atenuadas no ápice e com cobertura cerosa, ásperas em ambas as faces, cortantes. Inflorescência formada por espiguetas reunidas em racemos espiciformes, de 30 – 60 cm no ápice dos colmos. Fruto cariopse.

Partes usadas: Folhas e rizomas.

Uso popular:  As folhas são utilizadas na forma de decocto ou infuso como calmante, febrífugo, antiespasmódico, diurético, depurativo do sangue, tratamento de hemorróidas, pressão alta, problemas nervosos, distúrbios de fígado, má digestão, enjôos e diarréia.

Na Argentina as folhas são usadas (decocção ou tintura) em casos de gripe, febre, tosse, espasmos digestivos, diarréia, meteorismo, quadros respiratórios, nervos, insônia, pé-de-atleta, hipertensão arterial, dor de garganta, laxante e como antiemético.

Em Honduras, além dos usos tradicionais, usam como antimalárico, antiasmático e para lavar os olhos.

Em Tobago é indicada a decocção das raízes contra gripe e febre.

Em Malásia elaboram uma pasta feita com as folhas trituradas para aplicar sobre a fronte em casos de dor de cabeça. Topicamente, a decocção das folhas é usada em dores reumáticas, lombalgias, eczemas, neuragias, etc.

A medicina ayurvédica recomenda a decocção das folhas como laxante, antiparasitário, em bronquites, como anticonvulsivante, contra a lepra e como afrodisíaco.

Composição química:  A planta contém um óleo rico em inúmeros alcoóis, ácidos voláteis, aldeídos, cetonas, ésteres, terpenos. O citral, compostos pelos isômeros neral e geranial, é responsável pelo odor de limão e é o composto majoritário, juntamente com geraniol e mirceno. Comercialmente, distinguem-se dois tipos de óleo essencial de Cymbopogon citratus, o East Indian e o West Indian, que diferem por possuírem concentrações diferentes de mirceno. Entre os constituintes fixos da parte aérea, encontram-se substâncias alcaloídicas, hexacosanol, triacontanol, sitosteral, flavonóides, além de dois triterpenóides isolados da cera que recobre as folhas, uma cetona (cimbopogona) e um álcool (cimbopogonol).

Quanto ao teor de Citral, principal componente do óleo essencial, foi verificado por Cicogna Junior et al. (1986-1987) apud Martins et al. (2004), que a maior quantidade encontrada de Citral a e b em espécies brasileiras foi de 43,6%, muito abaixo dos valores registrados na literatura especializada (75 – 85%). Por outro lado, foi descrito por Ekundayo (1984) apud Martins et al. (2004), a ocorrência de 57% de Citral no óleo essencial de Cymbopogon citratus nigeriano, porém, esta porcentagem está abaixo do esperado para as espécies africanas (70%). Ele explica que essa variação na quantidade de Citral é devida a fatores genéticos e não ambientais, já que a porcentagem de Citral em C. citratus nigeriano é a mesma durante as diferentes estações do ano.

O Citral é utilizado como matéria-prima de importantes compostos químicos denominados iononas, utilizados na perfumaria e na síntese da Vitamina A.

INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS:

👥(HU): Estudo randomizado mostrou
potencial atividade para a infusão preparada com as folhas do C. citratus no tratamento de candidíase oral em pacientes com HIV.
Estudos clínicos de fase I e II mostram potencial ação antifúngica na pitiríase versicolor em formulações contendo o óleo essencial da planta (menor que o controle cetoconazol). Seu
benefício no tratamento da ansiedade ainda não está esclarecido.                                                        🐁(AN): Na literatura é reportada a propriedade gastroprotetora para a infusão das folhas em ratos.                                                           🦠🧫 (IV): Estudo com os rizomas mostrou potencial antimicrobiano para micobactérias causadoras da tuberculose.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Trata-se de uma espécie bem tolerada em qualquer forma galênica e nas doses recomendadas.

Doses maiores, por exemplo, 500 – 1000 ml da decocção em dose única, pode ocasionar depressão geral e sedação.

A infusão das folhas, administrada por via oral a ratas, durante dois meses e em doses 20 vezes superiores à estabelecidas para humanos, não evidenciou toxicidade alguma.

Foram feitas provas de toxicidade aguda e subaguda com a infusão das folhas em 11 voluntários humanos e não foram observadas alterações nos principais parâmetros hematológicos nem nos ECG e EEG. Resultados semelhantes observou-se com a decocção das folhas, por via oral, durante dois meses (Alonso, 2004).

O decocto ou o infuso devem ser filtrados para evitar ingerir os microfilamentos, que a longo prazo podem provocar quadros erosivos na mucosa esofágica

Contra-indicações:  McGuffin et al. (1997) apud Der Maderosian (2001) que diz ser contra-indicado na gravidez por ser abortivo.

Contra-indicado em úlcera péptica; pode provocar gastrite e azia em pessoas sensíveis (Botsaris, 2002).

Posologia e modo de uso: Uso interno e/ou externo: infusão ou decocção: 20g de folhas trituradas em 1 litro de água, filtrar e tomar 3 a 4 xícaras ao dia.

Observações: No Brasil, esta espécie ( Cymbopogon citratus (DC.) Stapf) não floresce; porém, existe outra espécie – Cymbopogon flexuosus (Nees ex Steud.)Will.Watson – que tem porte maior, composição química e usos semelhantes e floresce no Brasil (fotos abaixo). As folhas de Cymbopogon citratus (DC.) Stapf são reconhecidas pelas Farmacopéias da França e Vietnam entre outras, pelo Códex Farmacêutico da Índia, pelo Diretório de Drogas do Japão e pelos Ministérios da Saúde de Bolívia, Colômbia, Cuba e Venezuela (Alonso, 2004)

 

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BELÉM L. F. Atividade antifúngica de óleos essenciais obtidos de plantas medicinais contra Malassezia furfur. In: XVI- SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 2000, Refice, PE.

BOTSARIS, A. S. As fórmulas mágicas das plantas. 3. ed., Rio de Janeiro: Nova Era, 2002. p. 300.

DI STASI, L. C. Plantas medicinais na Amazônia. São Paulo: UNESP, 1989.

MARTINS, M. B. G. et al. Caracterização anatômica da folha de Cymbopogon citratus (DC.)Stapf (Poaceae) e perfil químico do óleo essencial. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. v.6, n.3, p.20-29, Botucatu, 2004.

ROBINEAU, L. (Ed.) Towards a Caribbean Pharmacopeia TRAMIL 4: Scientific research and popular use of Medicinal plants in the Caribbean. Honduras: [s. i.] 1989.

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

SOUSA, M. P. Constituintes químicos ativos de plantas medicinais brasileiras. Fortaleza: EUFC, 1991.

WENIGER, Β.; ROBINEAU, L. Seminário TRAMIL 3: Elements pour une Pharmacopée Caribe. Santo Domingo: Editora Compio, 1988.

http://www.ibb.unesp.br/servicos/publicacoes/rbpm/pdf_v6_n3_2004/artigo_5_v6_n3.pdf – Acesso em: 29 de novembro de 2011

http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/academica/article/view/556/464 – Acesso em: 29 de novembro de 2011.

http://www.tropicos.org/Name/25511805 – Acesso em: 25 de novembro de 2011.

Tags: AntiasmáticaAntiespasmódicoBronquiteCalmanteDiuréticoEnjôoFebrífugaHemorróidaHipertensãoInsôniaLaxante

CAPIM-CIDREIRA-FINO

05/01/2020 17:04

Elionurus muticus (Spreng.)Kuntze.
Poaceae 


Sinonímias: Elionurus latiflorus (Nees ex Steud.)Hack. 

Nomes populares:  Capim-cidreira, capinzinho-cidreira, capim-cidreira-fino, capim-limão-fino, capim-carona, etc. 

Origem ou Habitat: Sul do Brasil. O gênero Elionurus compreende cerca de 15 espécies comuns nas regiões tropicais e subtropicais da América do Sul, África, Austrália e Ásia temperada. 

Características botânicas:  É uma gramínea cespitosa de folhas filiformes. 

Partes usadas:Folhas e raízes. 

Uso popular:  Esta planta é usada popularmente como medicinal e aromática, tendo sido considerada as propriedades sudoríficas e de baixar a febre, além das atividades antioxidante e antibacteriana. Em Fraiburgo(SC), o chá do capim-cidreira-fino é usado como digestivo, para gripes e resfriados. 

Composição química:  Composição química do óleo essencial de espécies de Elionurus muticus coletadas no Pantanal brasileiro: (E)​-​CaryophylleneMyrceneLimonene, alfa-gurjuneneViridiflorol, α-​PatchouleneLedolCaryophyllene oxide, AcorenoneSpathulenol, α-​HumuleneBicyclogermacreneepi-​β-​Santalene, β-​Elemene, 9-​epi-​trans-​Caryophyllenetrans-​β-​Guaiene, d-​Cadinene 

Outro grupo de estudos, Hess et al. (2007), também coletou espécies no Pantanal brasileiro, nas quatro estações do ano e identificaram, nas partes aéreas: sesquiterpenóides, (E) – cariofilenobiciclogermacrenoespatulenol e óxido de cariofileno, e suas concentrações variaram de acordo com a época de coleta da planta.  

Em outro estudo, Scramim (2000), identifica no óleo essencial de folhas o B-cariofileno, canfeno, spatulenol 

Na Argentina, um trabalho mostrou a composição do óleo essencial que foi classificada em 5 tipos químicos de acordo com o principal composto presente no óleo essencial: neral + geranial (citral), acorenoneiso-acorenone e 1,8-cineol. 

Em um trabalho feito em Zimbabwe, na África, Chagonda(2012), com espécies cultivadas, foram identificados 44 componentes no óleo essencial das raízes, sendo o composto majoritário um sesquiterpeno oxigenado 1(10)-aristoleno-2-one com 72,1%. 

Ações farmacológicas: Segundo o trabalho de Hess et al.(2007), os óleos essenciais e os extratos etanólicos bruto foram ativos contra Bacillus cereusPseudomonas aeruginosa Staphylococcus aureus e não foram ativos contra Escherichia coli. As atividades antibacterianas variaram de acordo com o período de coleta das plantas. 

Outras atividades reportadas: Sudorífico, estomáquico e antioxidante. 

Observações: composto do óleo essencial Citral é uma mistura dos dois isômeros geométricos, geranial e neral. Este composto tem um forte odor cítrico e que desencadeia o maior interesse em relação a Elionurus muticus , devido à sua ampla utilização como aromático, na indústria alimentícia e cosmética. 

O Citral foi utilizado como matéria-prima na indústria farmacêutica para sintetizar uma série de ionona. Beta-ionona foi especificamente usado para sintetizar a vitamina A.  

A alta demanda por óleo essencial com alto teor de citral, atualmente fornecido pelo capim-limão (Cymbopogon citratus), incentiva o uso de Elionurus muticus como uma alternativa para a extração de óleo.  

A presença de neral e geranial (Citral) em Elionurus muticus só foi detectado para as populações do sul do Brasil, enquanto que nas restantes regiões brasileiras só canfeno (11,5%), E-cariofileno (17,9%) e espatulenol (18,6%) foram relatados como os principais componentes do óleo (Scramim & Saito, 2000). 

O óleo essencial de outra espécie, o Elionurus candidus é usado como aromatizante em cosméticos e produtos de limpeza doméstica. 

Elionurus muticus não é adequado para a alimentação do gado uma vez que o seu sabor amargo é transmitido para o leite; no entanto, as plantas jovens podem ser comidos. 

Citral foi relatado para Elionurus por outros autores, mas estes compostos foram mais freqüentes na Argentina e no Uruguai (Mevy et al, 2002;. Cacciabua et al, 2005;. Kolb et al, 2006;. Sabini et al, 2006.). Estudos realizados no Brasil têm se concentrado na Região Centro-Oeste e até o momento não há relatos sobre a presença de Citral nas plantas estudadas nestas regiões (Scramim et al, 2000; Hess et al, 2007). No estudo de Fuller et al.(2010), as plantas foram coletadas no estado do Rio Grande do Sul, onde as condições climáticas são semelhantes aos de Argentina e Uruguai por causa da localização geográfica. Estas condições (regiões mais frias) provavelmente favorecem a produção destes compostos. 

Alguns autores concluíram que a variabilidade nas concentrações dos compostos fenólicos é dependente do meio ambiente e do genótipo da planta.  

Outros autores concluíram que essa variação na quantidade de Citral é devida a fatores genéticos e não ambientais (Martins, 2004).
 

 

Referências:
ChagondaLameck S.; Chalchat, Jean-Claude; Bessiere, Jean-Marie – “Constituents of the root essential oil of cultivated Elionurus muticus (Spreng.) Kunth from Zimbabwe”- From Analytical Chemistry Letters (2012), 2(3), 177-181. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 8 Jul 2014. 

Fuller, T. N.; Tessele, C.; Barros, I. B. I.; Barbosa Neto, J. F. “Phenotypical, phytochemical and molecular characterization of “capim-​carona” [Elionurus muticus (Spreng.) Kuntzepopulations” – From Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2010), 12(3), 261-268. | LanguageEnglishDatabase: CAPLUS- Acesso 8 Jul 2014. 

Hess, Sonia C.; Peres, Marize T. L. P.; Batista, Ana L.; Rodrigues, Janaina P.; Tiviroli, Soraia C.; Oliveira, Luis G. L.; Santos, Cicero W. C.; Fedel, Lis E. S.; Crispim, Sandra M. A.; Smania, Artur, Jr.; et al. -” Evaluation of seasonal changes in chemical composition and antibacterial activity of Elyonurus muticus (Sprengel) O. Kuntze (Gramineae)”. Quimica Nova (2007), 30(2), 370-373. | Language: Portuguese, Database: CAPLUS – Acesso 8 Jul 2014. 

ScraminShirlei; Saito, Maria LuciaPottArnildo; Marques, Marcia Ortiz Mayo – Essential oil of Elyonurus muticus (SprengelO.Kuntze (Gramineae)- From Journal of Essential Oil Research (2000), 12(3), 298-300. | LanguageEnglishDatabase: CAPLUS – Acesso 8 Jul 2014.  

SILVA JUNIOR, A.A.; MICHALAK, E. O ÉDEN DE EVA. Florianópolis: Epagri, 2014. 

MARTINS, M. B. G. et al. Caracterização anatômica da folha de Cymbopogon citratus (DC.)Stapf (Poaceae) e perfil químico do óleo essencial. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. v.6, n.3, p.20-29, Botucatu, 2004. 

http://www.tropicos.org/Name/25528049?tab=acceptednames – Acesso 8 Jul 2014.

Tags: Anti-oxidanteAntibacterianaAromáticaDigestivoFebre

CANCOROSA-DE-TRÊS-PONTAS

05/01/2020 17:00

Jodina rhombifolia (Hook. & Arn.) Reissek.
Santalaceae  


Sinonímias: Celastrus rhombifolius Hook. & Arn., Iodina rhombifolia Hook. & Arn., Jodina bonariensis (DC.) Kuntze, Jodina cuneifolia (L.) Miers. 

Nomes populares:  Cancorosa-de-três-pontas, espinheira-de-três-pontas, erva-cancorosa, cancorosa, sombra-de-touro. 
Origem ou Habitat: Espécie nativa do Sul do Brasil, principalmente na mata de pinhais de SC e na Depressão Central do Rio Grande do Sul, sendo contudo rara. É mais frequente no Uruguai, Argentina e Paraguai. (LORENZI & MATOS, 2002). 

Características botânicas:  Pequena árvore de até 4 m de altura, perenifolia. Folhas alternas, simples, coriáceas, rombiformes, com os lados e o ápice terminados em espinho, curtamente pecioladas, verde-escuras, glabras, medindo até 7 cm de comprimento e 2,5 cm de largura. Flores hermafroditas, monoclamídeas, pentâmeras, às vezes tetrâmeras, actinomorfas, pequenas, branco-amareladas, dispostas em inflorescências do tipo glomérulo nas axilas das folhas. Fruto carnoso, globoso, amarelo-rosado quando maduro, doce, separando-se em cinco partes iguais. (SIMÕES et al., 1986). 

Partes usadas:Folhas e cascas. 

Uso popular:  As folhas são utilizadas para tratamento de problemas estomacais e resfriados. Externamente são usadas como cicatrizante para tratar úlceras, carcinomas e pólipos nasais. 

As folhas de Jodina rhombifolia (Hook & Arn) Reissek (Santalaceae) são utilizadas na medicina popular da Argentina para o tratamento do alcoolismo. 

Composição química:  Nas folhas foram encontradas gomas, mucilagem, ácidos orgânicos, compostos fenólicos, esteróides e triterpenóides, taninos pirocatéquicos e alcalóides (1983). Algum tempo depois foram detectados os Glicosilflavonóides: orientin, swertisin, vicenin-2 e vitexina. Nas sementes foram encontrados ácidos graxos acetilênicos. 

Ações farmacológicas: Em experimentos com ratos foram observadas atividades anti-úlcera gástrica, antiespasmódica e procinética (modular a motilidade do trato gastrointestinal).  

O extrato aquoso mostrou atividade antibacteriana contra Pseudomonas syringae. 

O extrato aquoso liofilizado de Jodina rhombifolia reduz acentuadamente o consumo voluntário de etanol em ratos Wistar machos. A redução de consumo foi de magnitude notável e estável durante o tratamento de 10 dias (TEVES et al., 2015). 

Observações: O composto vicenin-2 já foi patenteado como medicação antiespasmódica e procinético. 

Esta espécie está ameaçada de extinção pelo desmatamento e comercialização. É confundida com a espinheira-santa (Maytenus ilicifolia).

 


 

Referências:
BUCHWALD-WERNER, Sybille; Fujii, Hajime – ” Vicenin 2 and analogs thereof for use as an antispasmodic and​/or prokinetic agent for preventing or improving digestive disorders“.(Patente) From PCT Int. Appl. (2013), WO 2013079623 A1 20130606. (Scifinder) Acesso 04 JAN 2016. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 

MONTANHA, Jarbas A.; Schenkel, Eloir P.; Cardoso-Taketa, Alexandre T.; Dresch, Ana P.; Langeloh, Augusto; Dallegrave, Eliane – “Chemical and anti-​ulcer evaluation of Jodina rhombifolia (Hook. & Arn.) Reissek extracts” From Revista Brasileira de Farmacognosia (2009), 19(1A), 29-32. (SCIFINDER) Acesso 04 JAN 2016. 

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. 4.ed./Cláudia Maria Oliveira Simões et al. – Porto Alegre: UFRGS, 1986.  

SOBERON, Jose R.; Sgariglia, Melina A.; Dip Maderuelo, Maria R.; Andina, Maria L.; Sampietro, Diego A.; Vattuone, Marta A. ” Antibacterial activities of Ligaria cuneifolia and Jodina rhombifolia leaf extracts against phytopathogenic and clinical bacteria”. From Journal of Bioscience and Bioengineering (2014), 118(5), 599-605. (ScifinderAcesso 04 JAN 2016. 

TEVES Mauricio Roberto; Wendel Graciela Haydee; Pelzer Lilian Eugenia ” Reduction in voluntary ethanol intake following repeated oral administration of Jodina rhombifolia lyophilized aqueous extract in male Wistar rats” From Journal of ethnopharmacology (2015), 161, 170-4. |(Scifinder) Acesso 04 JAN 2016. 

http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/ Acesso 04 JAN 2016. 

http://www.infoescola.com/farmacologia/procineticos/ Acesso 04 JAN 2016. 

http://www.tropicos.org/Name/28500360?tab=synonyms/ Acesso 7 DEZ 2015. 

Tags: AlcoolismoCarcinomaCicatrizanteResfriado

CAMOMILA

05/01/2020 16:53

Matricaria recutita  L. 
Asteraceae (Compositae


Sinonímias: Matricaria chamomilla L., Chamomilla recutita (L.) Rauschert., Chamomilla vulgaris Gray, Chrysanthemum chamomilla (L.) Bernh., Chamomilla chamomilla (L.) Rydb. 

Nomes populares:  Camomila-alemã, maçanilha, matricária, camomila vulgar, camomila comum. 

Origem ou Habitat: Europa. 

Características botânicas:  Erva anual, glabra, ereta, muito ramificada, com até 0,5 m de altura. Folhas de 3 – 7 cm de comprimento, bi a tripinatissectas, alternas. Capítulos com flores de dois tipos, inseridas num receptáculo cônico, oco; flores marginais, brancas, zigomorfas, liguladas, femininas, curvadas para baixo no final da floração, flores centrais amarelas, tubulosas, hermafroditas, 5 estames. Fruto do tipo aquênio, com 3 – 5 costelas, truncado no ápice. 

Partes usadas:inflorescências. 

Uso popular:  O chá da camomila é usado para clareamento capilar. O processo se dá por meio de aplicações diárias do chá, embebido em algodão, diretamente na raiz do cabelo. Repete-se o processo diariamente até chegar à cor desejada. O clareamento ocorre naturalmente e o cabelo fixa nessa cor. 

Segundo as comunidades da Ilha o infuso das flores é usado internamente em cólicas infantis, menstruais e pós-parto. Também usado para distúrbios gastrointestinais e friagens em geral. 

As partes aéreas (folhas, flores e caules) são utilizadas sob a forma de decocto para fazer vir a menstruação e para as cólicas decorrentes dela. Batida com ovo é considerada um bom remédio contra a tosse e ainda contra cólicas abdominais; utilizadas também por mulheres no pós-parto. 

Segundo a literatura, internamente o infuso de camomila é usado nos distúrbios gastrointestinais e cólicas abdominais. Também são descritas ações carminativa , espasmolítica e sedativa . 

Externamente, a camomila é empregada em doenças da pele e mucosas em geral . Os banhos de assento são indicados para hemorróidas , alergias e para assaduras em crianças . Em dermatologia, são utilizadas pomadas e loções a base dos constituintes da camomila, as quais são recomendadas para dermatites de contato, impetigo, exantemas alérgicos, eritemas causados por radioterapia (pomada de azuleno), queimaduras do sol. 

Composição química:  Os capítulos florais de Matricaria recutita possuem de 0,3 – 1,5% de óleo essencial, cujos componentes principais são o chamazuleno, α-bisabolol, α-bisabolóxidos A, B e C, cis e transenin-dicicloeter (spiro-éter). Também é relatada a presença de diversas flavonas e flavonóis como apigenina, quercetina, rutina e luteolina, além das lactonas sesquiterpênicas matricina e matricarina. As cumarinas umbeliferona e herniarina, presentes nos extratos aquosos dos capítulos florais, assim como mucilagens também são relatadas na literatura para Matricaria recutita.  

  • Óleo essencial: α-bisabololcamazulenonerolidol, dentre outros. 
  • Sesquiterpenos:  α-Cubebene, α-copenhaeno, β-Elemene, dentre outros. 
  • Tipo álcool: Nerolidolespatulenolfarnesol, dentre outros. 
  • Tipo óxido: Óxido de bisabolol B, óxido de bisabolona, óxido de bisabolol A 
  • Lactonas sesquiterpenicas: Matricarina e matricína 
  • Flavonóides: Eupatilinaeupatoletinacrosseriolquercetina , luteolína, dentre outros. 
  • Cumarinas: Esculetinaisoscopoletinaherniarinaumbeliferona, dentre outras. 

Ações farmacológicas: As ações farmacológicas da camomila são devidas ao conjunto de diferentes substâncias presentes nesta planta. O efeito antiflogístico do (-)-α-bisabolol, do chamazuleno, bem como do spiro-éter têm ação antibacteriana e fungicida . Em animais de laboratório, o chamazulenio apresentou pronunciada atividade antiasmática e antialérgica. Os flavonóides da camomila-alemã apresentam efeito antiinflamatório local em uso tópico e também apresentam ação espasmolítica. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: São citados casos de reações alérgicas (dermatites) devido às flores de camomila . Segundo HAUSEN (1984), a Matricaria recutita é responsável por reações alérgicas, principalmente em indivíduos já sensibilizados com outras plantas da família das compostas, mil-folhas (Achillea milefolium) e crisântemo (reações cruzadas). Estas pessoas devem evitar o uso de preparações à base de camomila. 

Contra-indicações:  Se estiver usando camomila, evitar trabalhos perigosos ou dirigir; pode potencializar ansiolíticos.  Não usar durante a gravidez. 

Posologia e modo de uso: Para uso interno, é recomendado apenas o infuso, preparado com 1 a 2g (1 colher de sobremesa= ± 1,8g) de flores de camomila adicionadas em água fervente (250 ml) (BISSET, 1994), cobrir e deixar dez minutos em repouso. 

 


 

Referências:

BISSET, N. G. (Ed.). Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart: Medpharm; Boca Raton: CRC Press, 1994.  

DUKE, J. CRC Handbook of Medicinal Herbs. Boca Raton: CRC Press, 1985.  

HANSEL, R.; HAAS, H. Therapie mit Phytopharma ka. Berlin: Springer, 1984.  

HAUSEN, B.M. AllergiepflanzenPflanzenallergene. Landsberg: Ecomed, 1984.  

HOPPE, H. A. Taschenbuch der Drogenkunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1981.  

SCHAFFNER, W.; HÄFELFINGER, B.; ERNST, B. Heilpflanzen und ihre Drogen. Basel: Mosâik, 1992.  

SCHILCHER, H. Die Kamille In: SCHILCHER, H. Handbuch für ArzteApotheker und andere NaturwissenschaftlerSttutgartWissenschaftliche, 1987.  

TESKE, M.; TRENTINI, A. M. M. Compendio de fitoterapia. Curitiba: Herbarium Laboratório Botânico, 1994.  

TOMIC, Maja et al. Antihyperalgesic and Antiedematous Activities of Bisabolol-Oxides-Rich Matricaria Oil in a Rat Model of Inflammation. Phytotherapy Research, [s.l.], v. 28, n. 5, p.759-766, 27 ago. 2013. 

TYLER, V. E.; BRADY, L. R.; ROBBERS, J. E. Pharmacognosy. 9 ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1988. 

SHARIFI-RAD, Mehdi et al. Matricaria genus as a source of antimicrobial agents: From farm to pharmacy and food applications. Microbiological Research, [s.l.], v. 215, p.76-88, out. 2018. 

PETRONILHO, Sílvia et al. Sesquiterpenic composition of the inflorescences of Brazilian chamomile (Matricaria recutita L.): Impact of the agricultural practices. Industrial Crops And Products, [s.l.], v. 34, n. 3, p.1482-1490, nov. 2011. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 31 de março de 2012.

Tags: CarminativaCólicaDermatiteEritemaImpetigoMenstruaçãoSedativo
  • Página 3 de 4
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4