CAMOMILA

05/01/2020 16:53

Matricaria recutita  L. 
Asteraceae (Compositae


Sinonímias: Matricaria chamomilla L., Chamomilla recutita (L.) Rauschert., Chamomilla vulgaris Gray, Chrysanthemum chamomilla (L.) Bernh., Chamomilla chamomilla (L.) Rydb. 

Nomes populares:  Camomila-alemã, maçanilha, matricária, camomila vulgar, camomila comum. 

Origem ou Habitat: Europa. 

Características botânicas:  Erva anual, glabra, ereta, muito ramificada, com até 0,5 m de altura. Folhas de 3 – 7 cm de comprimento, bi a tripinatissectas, alternas. Capítulos com flores de dois tipos, inseridas num receptáculo cônico, oco; flores marginais, brancas, zigomorfas, liguladas, femininas, curvadas para baixo no final da floração, flores centrais amarelas, tubulosas, hermafroditas, 5 estames. Fruto do tipo aquênio, com 3 – 5 costelas, truncado no ápice. 

Partes usadas:inflorescências. 

Uso popular:  O chá da camomila é usado para clareamento capilar. O processo se dá por meio de aplicações diárias do chá, embebido em algodão, diretamente na raiz do cabelo. Repete-se o processo diariamente até chegar à cor desejada. O clareamento ocorre naturalmente e o cabelo fixa nessa cor. 

Segundo as comunidades da Ilha o infuso das flores é usado internamente em cólicas infantis, menstruais e pós-parto. Também usado para distúrbios gastrointestinais e friagens em geral. 

As partes aéreas (folhas, flores e caules) são utilizadas sob a forma de decocto para fazer vir a menstruação e para as cólicas decorrentes dela. Batida com ovo é considerada um bom remédio contra a tosse e ainda contra cólicas abdominais; utilizadas também por mulheres no pós-parto. 

Segundo a literatura, internamente o infuso de camomila é usado nos distúrbios gastrointestinais e cólicas abdominais. Também são descritas ações carminativa , espasmolítica e sedativa . 

Externamente, a camomila é empregada em doenças da pele e mucosas em geral . Os banhos de assento são indicados para hemorróidas , alergias e para assaduras em crianças . Em dermatologia, são utilizadas pomadas e loções a base dos constituintes da camomila, as quais são recomendadas para dermatites de contato, impetigo, exantemas alérgicos, eritemas causados por radioterapia (pomada de azuleno), queimaduras do sol. 

Composição química:  Os capítulos florais de Matricaria recutita possuem de 0,3 – 1,5% de óleo essencial, cujos componentes principais são o chamazuleno, α-bisabolol, α-bisabolóxidos A, B e C, cis e transenin-dicicloeter (spiro-éter). Também é relatada a presença de diversas flavonas e flavonóis como apigenina, quercetina, rutina e luteolina, além das lactonas sesquiterpênicas matricina e matricarina. As cumarinas umbeliferona e herniarina, presentes nos extratos aquosos dos capítulos florais, assim como mucilagens também são relatadas na literatura para Matricaria recutita.  

  • Óleo essencial: α-bisabololcamazulenonerolidol, dentre outros. 
  • Sesquiterpenos:  α-Cubebene, α-copenhaeno, β-Elemene, dentre outros. 
  • Tipo álcool: Nerolidolespatulenolfarnesol, dentre outros. 
  • Tipo óxido: Óxido de bisabolol B, óxido de bisabolona, óxido de bisabolol A 
  • Lactonas sesquiterpenicas: Matricarina e matricína 
  • Flavonóides: Eupatilinaeupatoletinacrosseriolquercetina , luteolína, dentre outros. 
  • Cumarinas: Esculetinaisoscopoletinaherniarinaumbeliferona, dentre outras. 

Ações farmacológicas: As ações farmacológicas da camomila são devidas ao conjunto de diferentes substâncias presentes nesta planta. O efeito antiflogístico do (-)-α-bisabolol, do chamazuleno, bem como do spiro-éter têm ação antibacteriana e fungicida . Em animais de laboratório, o chamazulenio apresentou pronunciada atividade antiasmática e antialérgica. Os flavonóides da camomila-alemã apresentam efeito antiinflamatório local em uso tópico e também apresentam ação espasmolítica. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: São citados casos de reações alérgicas (dermatites) devido às flores de camomila . Segundo HAUSEN (1984), a Matricaria recutita é responsável por reações alérgicas, principalmente em indivíduos já sensibilizados com outras plantas da família das compostas, mil-folhas (Achillea milefolium) e crisântemo (reações cruzadas). Estas pessoas devem evitar o uso de preparações à base de camomila. 

Contra-indicações:  Se estiver usando camomila, evitar trabalhos perigosos ou dirigir; pode potencializar ansiolíticos.  Não usar durante a gravidez. 

Posologia e modo de uso: Para uso interno, é recomendado apenas o infuso, preparado com 1 a 2g (1 colher de sobremesa= ± 1,8g) de flores de camomila adicionadas em água fervente (250 ml) (BISSET, 1994), cobrir e deixar dez minutos em repouso. 

 


 

Referências:

BISSET, N. G. (Ed.). Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart: Medpharm; Boca Raton: CRC Press, 1994.  

DUKE, J. CRC Handbook of Medicinal Herbs. Boca Raton: CRC Press, 1985.  

HANSEL, R.; HAAS, H. Therapie mit Phytopharma ka. Berlin: Springer, 1984.  

HAUSEN, B.M. AllergiepflanzenPflanzenallergene. Landsberg: Ecomed, 1984.  

HOPPE, H. A. Taschenbuch der Drogenkunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1981.  

SCHAFFNER, W.; HÄFELFINGER, B.; ERNST, B. Heilpflanzen und ihre Drogen. Basel: Mosâik, 1992.  

SCHILCHER, H. Die Kamille In: SCHILCHER, H. Handbuch für ArzteApotheker und andere NaturwissenschaftlerSttutgartWissenschaftliche, 1987.  

TESKE, M.; TRENTINI, A. M. M. Compendio de fitoterapia. Curitiba: Herbarium Laboratório Botânico, 1994.  

TOMIC, Maja et al. Antihyperalgesic and Antiedematous Activities of Bisabolol-Oxides-Rich Matricaria Oil in a Rat Model of Inflammation. Phytotherapy Research, [s.l.], v. 28, n. 5, p.759-766, 27 ago. 2013. 

TYLER, V. E.; BRADY, L. R.; ROBBERS, J. E. Pharmacognosy. 9 ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1988. 

SHARIFI-RAD, Mehdi et al. Matricaria genus as a source of antimicrobial agents: From farm to pharmacy and food applications. Microbiological Research, [s.l.], v. 215, p.76-88, out. 2018. 

PETRONILHO, Sílvia et al. Sesquiterpenic composition of the inflorescences of Brazilian chamomile (Matricaria recutita L.): Impact of the agricultural practices. Industrial Crops And Products, [s.l.], v. 34, n. 3, p.1482-1490, nov. 2011. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 31 de março de 2012.

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