CHICÓRIA

08/01/2020 15:29

Cichorium intybus   L.
Asteraceae (Compositae) 


Sinonímias: Cichorium byzantinum Clementi , Cichorium rigidum Salisb., Cichorium perenne Stokes, Cichorium glaucum Hoffmanns. & Link , etc. 

Nomes populares:  Almeirão-selvagem, radice selvagem (RG), achicoria (Spanish, El Salvador), blue daisy (English, United States), chicoria (Spanish, Guatemala), chicória-brava. 

Origem ou Habitat: Nativo da Europa e cultivado no Sul e Sudeste do Brasil. 

Características botânicas:  Subarbusto anual ou bianual, ereto, latescente, ramificado, de caule rígido e anguloso, medindo entre 30-110 cm de altura. Folhas simples, as folhas basais em roseta com margens dentadas e as folhas superiores muito pequenas com dentes menores, membranáceas, curto-pecioladas ou quase amplexicaules, medindo de 5-18 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos axilares, de cor azul céu, com flores laterais de longas pétalas, que se abrem pela manhã e fecham-se à tarde. Multiplica-se por sementes. 

Partes usadas:Folhas e raízes. 

Uso popular:  Esta planta é consumida como hortaliça na forma de saladas e refogados em todo o mundo, havendo vários cultivares atualmente. Suas folhas e raízes são empregadas na medicina tradicional há cerca de 4 mil anos antes de Cristo, sendo considerada um remédio seguro e inofensivo, empregada para tratar males do fígado e vesícula, reumatismo, gota e hemorroidas. O infuso de suas folhas e raízes é considerado diurético, levemente laxante, estomacal e anti-inflamatório do fígado e intestinos. 

Estômago – a chicória age como um tônico estomacal estimulando a produção dos sucos gástricos, favorecendo a digestão, abre o apetite sendo adequado em casos de inapetência ou anorexia. 

Fígado e vesícula biliar – a chicória possui propriedades hepatoprotetoras, coleréticas e colagogas e estimula a produção de bílis. 

Os preparados com chicória constitui-se um bom remédio para icterícia. 

Pelo seu conteúdo em ferro é um bom auxiliar nos casos de anemia. 

Externamente é usada pelas suas propriedades adstringente e vulnerária para afecções de pele. 

Composição química:  Inulina, chicorina; intibina; proteínas (aminoácidos: treonina, arginina, triptofano, lisina, valina); ácidos: ascórbico, chicorésico, clorogênico, isoclorogênico, linoléico, alfa-linoléico, esteárico, mirístico, palmítico; fibras; minerais (potássio, ferro, fósforo, cálcio e magnésio); mucilagem; taninos. 

  • Lactonas sesquiterpênicas de guaianolida:  Lactucina, 11,13-di-hidrolactucina, 8-desoxilactucina, 11,13-di-hidro-8-desoxilactucina, lactucopicrina, 11,13-di-hidrolactucopicrina, cichoriolide A, B e C, cichoriosides A, B e C, crepidiaside B, chicoralexina, 8-deoxilactucina, 11B,13dihidrolactucina, lactucopicrina, jacquilenin, 11,13-dihidrolactucopicrina, 3,4-Dihidro-15-dehidrolactucopicrina e artesina.  
  • Lactonas sesquiterpenicas: Magnolialide, cichopumilide, picrisideo B, sonchusideo A, sonchusideo C, Ixerisoside D.  
  • Flavonóides: Quercetina malonil glucosídeo, apigenina glucuronida, glucuronido de canferol, isoramnetina-3-glicuronideo, canferol-7-O- (6 “-O-malonil) –glicosídeo, espicosideo, esculetina-7-glicosideo, ácido cis-caftarico e ácido trans-caftarico.  
  • Antocianinas: Cianidina 3-O-glucosideo, cianidina 3-O- (6-malonil) –glicosídeo, cianidina-3-O-galactosideo, dentre outros. -Cumarinas: Cichorina A –C e umbeliferona  
  • Óleo essencial: 1,8-Cineole, canfora, geranil acetona, dentre outros. -Triterpenos: α –amirina, taraxerone e Baurenil acetato 
  • Iridoides: Loliolide 
  • Esteroides: β -sitosterol, campesterol, estigmasterol, dentre outros. 
  • Ácidos fenólicos: Ácido 3,5-dicafeoilquinico, ácido 4,5-dicafeoilquinico, ácido 3-cafeoilquinico, ácido 4-cafeoilquinico, ácido 5-cafeoilquinico. ácido cafártaro, ácido chicorico, ácido clorogênico, ácido cafeico, ácido Chicórico, ácido p-acâmico, ácido cafeoilmalico, ácido ferúlico, ácido protocatecuico, ácido p-hidroxibenzoico, ácido p-cumarico, dentre outros. 

Ações farmacológicas: Destacam-se as propriedades diurética, anti-inflamatória, hepatoprotetora, antioxidante, adstringente e vulnerária. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão da flor com o pólen pode causar reações alérgicas. Em contato com a pele o látex pode produzir dermatites. 

Contra-indicações:  Devido à presença de oxalatos é contra-indicada para pessoas que tenham tendência a produzir pedras nos rins, indivíduos artríticos e os gotosos. A chicória é um diurético potente e pessoas com pressão baixa devem evitar os preparados a base desta planta. Tampouco devem usá-los em casos de úlceras gastroduodenais. 

Observações: Existe a espécie semelhante Cichorium endivia L., popularmente conhecida como endívia, que possui folhas brancas, crocantes, levemente amargas e cultivada como verdura.
 

 

Referências:
LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008. 

PEÑA-ESPINOZA, Miguel et al. Antiparasitic activity of chicory (Cichorium intybus) and its natural bioactive compounds in livestock: a review. Parasites & Vectors, [s.l.], v. 11, n. 1, p.475-489, 22 ago. 2018. 

NWAFOR, Ifeoma Chinyelu; SHALE, Karabo; ACHILONU, Matthew Chilaka. Chemical Composition and Nutritive Benefits of Chicory (Cichorium intybus) as an Ideal Complementary and/or Alternative Livestock Feed Supplement. The Scientific World Journal, [s.l.], v. 2017, p.1-11, 2017. 

MATHUR, Neha; MATHUR, Manish. Phyto-Pharmacology of Cichorium intybus as Hepatoprotective Agent. International Journal Of Pharmaceutical Sciences Review And Research, [s.l.], v. 39, n. 22, p.116-124, ago. 2016. 

STREET, Renée A.; SIDANA, Jasmeen; PRINSLOO, Gerhard. Cichorium intybus: Traditional Uses, Phytochemistry, Pharmacology, and Toxicology. Evidence-based Complementary And Alternative Medicine, [s.l.], v. 2013, p.1-13, 2013. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 13 de março de 2012. 

http://www.botanical-online.com/medicinalsachicoria.htm – acesso em 19 de março de 2013. 

http://olhares.uol.com.br/chicoria-brava-foto1969662.html – Acesso em: 13 de março de 2012. 

http://www.ceunossasenhoradaconceicao.com.br/artigos/plantas-medicinais?plan=Almeir%C3%A3o%20selvagem desenho – Acesso em: 13 de março de 2012.

Tags: AnemiaAnti-inflamatórioColagogoColeréticaComestívelDiuréticoHemorróidaHepatoprotetoraLaxanteReumatismo

CHÍA

08/01/2020 15:22

Salvia hispanicL.
Lamiaceae (antiga Labiatae) 


Sinonímias: Salvia hispanica var. chionocalyx Fernald, Salvia hispanica var. intonsa Fernald, Salvia prismatica Cav., Salvia schiedeana Stapf, entre outras. 

Nomes populares:  Chía, chaaú (Guatemala), Chan (El Salvador), Chía (Guatemala, Honduras, Mexico, Chiapas). 

Origem ou Habitat: Nativa das áreas montanhosas que se entendem desde o oeste central do México até ao norte da Guatemala. As maiores plantações encontram-se ao norte da Argentina e em Bolívia.(dados de 1996). 

Características botânicas:  Planta herbácea, anual, medindo até 1 m de altura, apresentando folhas opostas de 4 a 8 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. As flores são hermafroditas, púrpuras a brancas e aparecem em espigas terminais. A floração ocorre nos meses de verão, logo aparecendo os frutos em forma de aquênios indeiscentes. As sementes são pequenas, ovaladas, planas e lustrosas, medindo 2 mm de comprimento por 1,5 mm de largura, sendo de cor variada, preta, marron-escura, branca ou cinza, com manchas irregulares em sua superfície. (ALONSO, J., 2010). 

Partes usadas:Sementes. 

Uso popular:  A chía era cultivada pelos Astecas pré-colombianos e era tão importante quanto o cultivo do milho, como alimento. 

Usada popularmente para controle da diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, como anti-inflamatória, antioxidante, anti-coagulação do sangue, laxante, antidepressivo, ansiolítico, analgésico, visão e melhorador imunológico. 

Composição química:  Contém ácidos graxos (o ácido alfa-linolênico constitui 60% dos ácidos graxos totais da chia), proteínas, vitaminas, minerais e compostos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico, miricetina, quercetina e kaempferol). 

Valor nutricional de 100 g: 486 kcal; Carbohydrates 42.12 g; Dietary fiber 34.4 g; Gordura 30.74 g, Saturated 3.330, monounsaturated 2.309, Polyunsaturated omega 3 (17.8 g), omega 6 (5.8 g); Protein 16.54 g; Vitamins: Vitamin A equiv. 54 ug (7%), Thiamine (B1) 0.62 mg (54%), Riboflavin (B2) 0.17 mg (14%), Niacin (B3) 8.83 mg (59%), Folate (B9) 49 ug (12%), Vitamin C 1.6 mg (2%), Vitamin E 0.5 mg (3%); Minerals: Calcium 631 mg (63%), Iron 7.72 mg (59%), Magnesium 335 mg (94%), Manganese 2.723 mg (130%), Phosphorus 860 mg (123%), Potassium 407 mg (9%), Sodium 16 mg (1%), Zinc 4.58 mg (48%). 

Ações farmacológicas: As sementes de chia, por serem ricas em ácidos graxos poiisaturados Õmega-3 possuem efeitos cardio-protetores (redução de arritmias ventriculares, efeito anti-trombótico, diminuição dos níveis de lipídeos, efeito inibitório sobre aterosclerose e inflamação, redução da síntese de citoquinas inflamatórias, etc.)(Infochia, 2010 apud Alonso, 2010). 

A chia contém uma quantidade de compostos com atividade antioxidante bem constatada (miricetina, quercetina, kaempferol e o ácido caféico). Estes compostos são antioxidantes primários e sinérgicos entre si, contribuindo para a neutralização de radicais livres no organismo. (Nestel P. et al, 1997 apud Alonso, 2010) 

As sementes de chia possuem atividade hipotrigliceridemiante, isto é, reduzem os níveis de triglicerídeos no sangue (Chicco A. et al., 2009 apud Alonso, 2010). 

Interações medicamentosas: Observar pacientes em uso de anticoagulantes como aspirina ou derivados da cumarina, pela possível ação dos ácidos graxos Ômega-3 que reduzem a adesão plaquetária.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: No geral o óleo de chia e seus extratos são bem tolerados.

Posologia e modo de uso: O consumo mínimo diário é de 500 mg de óleo de Ômega-3 e se obtém com uma ingesta de 0,8 g de óleo de chia ou uma colher de café. 

Observações: Reza a lenda que os guerreiros Maias consumiam apenas um punhado de semente de chia e guerreavam por dois dias – por essa razão o nome chia, que significa força. Eles valorizavam tanto essas sementes que a utilizavam também como moeda. 

A chia, o milho e os feijões foram os alimentos fundamentais da dieta de muitas populações pré-colombianas da América. O desenvolvimento do cultivo de chia teve seu auge no México pré-hispânico, até ser interrompido no século XVI, quando os “conquistadores” invadiram a América. A chia foi perseguida até quase sua extinção por considerá-la sacrílega, porque ela constituía o principal elemento das cerimônias dedicadas aos deuses aztecas. (ALONSO, 2010) 

As folhas de chia contém um alto nível de óleos essenciais, que servem a planta como repelente de insetos, e pelo qual evita-se utilizar agrotóxicos para proteger os cultivos (ALONSO, 2010).
 

 

Referências:
ALONSO, J. “Alimentos funcionais e nutracêuticos”, Argentina, 2010. 

ULLAH, Rahman; Nadeem, M.; Khalique, A.; Imran, M.; Mehmood, S.; Javid, A.; Hussain, J. “Nutritional and therapeutic perspectives of Chia (Salvia hispanica L.)​: a review”. From Journal of Food Science and Technology (New Delhi, India) (2015), Ahead of Print. | (Scifinder) Acesso 02 FEV 2016. 

http://www.falecomanutricionista.com.br/para-que-serve-a-chia/ 

http://www.tropicos.org/Name/17600586 – Acesso 02 FEV 2016. 

https://en.wikipedia.org/wiki/Salvia_hispanica – Acesso 02 FEV 2016.

Tags: AnalgésicoAnsiolíticoAnti-coagulanteAnti-inflamatórioAnti-oxidanteAntidepressivoComestívelDiabetesDislipidemiaHipertensãoLaxanteNutritiva

CHAYA

08/01/2020 15:15

Cnidoscolus aconitifolius  (Mill.) I.M.Johnst.
Euphorbiaceae 


Sinonímias: Cnidoscolus chayamansa McVaugh, Cnidoscolus chaya Lundeli, Jatropha aconitifolia Mill. 

Nomes populares:  Chaya, chaya-mansa, espinafre-arbóreo, espinafre-selvagem, e outros. 

Origem ou Habitat: Nativa do México. Bem adaptada no Brasil. 

Características botânicas:  Arvoreta perenifólia,ramificada, latescente, medindo de 2-5 m de altura; ramos lisos e engrossados, de cor verde. Folhas simples, longo-pecioladas, membranáceas, profundamente tri-lobada meio arredondada, de superfície superior lisa, brilhante, marcadas por nervuras e a superfície inferior, sem pêlos urticantes na variedade cultivada como verdura, medindo de 12-23 cm de comprimento. Flores brancas, pequenas, longo-pecioladas,reunidas em racemo corimbiforme axilar. Frutos não vistos no Brasil (Kinupp & Lorenzi, 2014). 

Partes usadas:Folhas. 

Uso popular:  Esta planta não é muito conhecida popularmente, sendo considerada como medicinal (panacéia) em Santa Catarina. Muito cultivada como hortaliça na América Central e América do Sul, segundo os mesmos autores citados acima. Pode ser consumido das mesmas formas que os espinafres ou como as couves. As folhas jovens, retirando os longos pecíolos, podem ser refogadas ou salteadas. 

Esta planta deve ser cozida ou aferventada antes de preparo para alimentação, para eliminar o ácido hidrocianídrico que contém. 

Composição química:  Esta planta como hortaliça é boa fonte de proteína, Fe, Ca, e vitaminas A e C. 

  • Flavonoides: Sulfato de hispidulina, eucaliptina, (epi)galocatequina di-O-galato, (epi)catequina di-O-galato, acutifolina d, canferol 3-O-galactosideo, canferol 3-O-glicosideo, canferol 3-O-ramnosideo, quercetina 3-O-ramnosideo, quercetina 3-O-ramnosilglicosideo, dentre outros. 
  • Xantonas: Polianxantonas c, cadensina g, parvixantona d e ácido moreolico. 
  • Cumarinas: Fraxetina 
  • Cromona: Hamaudol 
  • Sesquiterpenos: Triptofordina d 
  • Lignanas: Tiegusanina f 

 

 

Referências:
AJIBOYE, Basiru Olaitan et al. Ethyl acetate leaf fraction of Cnidoscolus aconitifolius (Mill.) I. M. Johnst: antioxidant potential, inhibitory activities of key enzymes on carbohydrate metabolism, cholinergic, monoaminergic, purinergic, and chemical fingerprinting. International Journal Of Food Properties, [s.l.], v. 21, n. 1, p.1697-1715, jan. 2018. 

NUMA, S et al. Susceptibility of Tetranychus urticae Koch to an ethanol extract of Cnidoscolus aconitifolius leaves under laboratory conditions. Springerplus, [s.l.], v. 4, n. 1, p.338-348, 11 jul. 2015. 

Kinupp,V.F., Lorenzi, H. Plantas Alimetícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, São Paulo, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014. 

KUTI, Joseph O.; KONURU, Hima B.. Antioxidant Capacity and Phenolic Content in Leaf Extracts of Tree Spinach (Cnidoscolusspp.). Journal Of Agricultural And Food Chemistry, [s.l.], v. 52, n. 1, p.117-121, jan. 2004. 

http://www.tropicos.org/Name/12802542 Acesso 19 Dezembro 2014 

Tags: Comestível

CHAPÉU-DE-COURO

07/01/2020 22:58

Echinodorus grandiflorus

Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltr.) Micheli

Alismataceae


Sinonímias: Echinodorus argentinensis Rataj; Echinodorus floridanus R. R. Raynes & Burkhalter; Echinodorus pellucidus Rataj; Alisma grandiflorum Cham. & Schltdl.;

Nomes populares:  Chapéu-de-couro, aguapé, chá-do-brejo, chá-mineiro, chá-de-campanha, erva-do-brejo, congonha-do-brejo, erva-do-pântano, cucharero, cucharón (ESP).

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica).

Características botânicas:  Erva ou subarbusto de área alagada ou brejo, perene, acaule, rizomatoso, medindo de 1-2 m de altura; folhas simples, coriáceas, ovadas, grandes e eretas, com nervuras proeminentes, com pecíolos rígidos e longos de até 1,3 metros de comprimento; flores brancas, numerosas, dispostas em amplas panículas que se dispõem no ápice de longos pedúnculos que se originam diretamente do rizoma e sobressaem acima da folhagem.

Partes usadas: Folhas e raízes.

Uso popular:  O chá de suas folhas é um dos mais populares como diurético e depurativo do organismo. É usado como anti-reumático, em problemas do trato urinário. Externamente, no tratamento de problemas cutâneos, inclusive para tirar manchas da pele. Na forma de bochechos e gargarejos para afecções da garganta, estomatite e gengivite. Também pode ser usado em banhos de assento, duas ou três vezes ao dia, para tratamento de prostatite.

No Paraguai é utilizado como anti-hipertensivo.

No Vale do Ribeira (SP) é referido o uso da infusão das folhas para o tratamento de problemas renais e hepáticos, como sedativo, em dores de cabeça, de barriga, nas costas, além de gripes e resfriados e como anti-helmíntico (Ascaris lumbricoides). A decocção das folhas é usada como analgésica especialmente contra dores de cabeça.

As raízes maceradas são usadas externamente como cataplasma no tratamento de hérnias e como emplasto em casos de furúnculos, eczemas e dermatites.

Composição química:  Diterpenos (equinofilinas, equinodolideos, chapecoderinas); óleo essencial (fitol, E-cariofileno, a-humuleno e E-nerolidol); flavonóides; heterosídeos cardiotônicos; saponinas; taninos; alcalóides; sais minerais; derivados cumarínicos; iodo e resinas.

Ações farmacológicas: Alguns trabalhos de pesquisa com os extratos das folhas demonstraram efeitos anti-inflamatório, vasodilatador e anti-hipertensivos.

O extrato hidro-etanólico inibiu germes Gram negativos.

Os equinodorosídeos exercem efeito inotrópico positivo em corações de cobaias.

A planta possui atividade laxante não irritativa presumivelmente por sua ação colagoga e colerética.

Os alcalóides neutralizam enzimas presentes em venenos de algumas serpentes.

Os flavonóides seriam os responsáveis por seu efeito diurético e os taninos demonstraram efeitos protetores e antissépticos sobre mucosas inflamadas.

O conteúdo em iodo pode ser útil em zonas endêmicas de bócio.

Um estudo indicou que o extrato metanólico dos rizomas possui propriedades analgésicas sobre o sistema nervoso periférico e central, apresentando componentes com ação antinociceptiva e anti-inflamatória.(Dutra et al, 2006 apud Lídio Coradin et al. Brasília, MMA, 2011).

Interações medicamentosas: Evitar tomar o chá concomitante com outra medicação.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Estudos toxicológicos em animais com a espécie em questão não demonstraram evidências nocivas.

Por precaução, não deve ser usado cronicamente.

Foram observados efeitos tóxicos com o uso crônico na espécie Echinodorus macrophyllus (Kunth.) Micheli (Costa Lopes et al., 2000 apud Di Stasi, 2002).

Contra-indicações:  Nas doses adequadas é segura para uso em humanos. Por falta de maiores estudos evitar o uso em grávidas.

Posologia e modo de uso: Infusão: uma colher (sobremesa) do pó das folhas para cada xícara (chá) de água fervente. Tomar 1 xícara 2x ao dia.

Decocção: uma colher (sopa) folhas picadas para 1 xícara de água fria. Ferver por 3 minutos e abafar. Coar e tomar 1 xícara 2x ao dia.

Com o infuso mais concentrado pode ser feito uso externo, na forma de cataplasma e/ou emplasto. Com as raízes e rizomas faz-se um macerado para usar externamente.

Observações: Nas regiões Sudeste e Nordeste ocorre outra espécie Echinodorus macrophyllus (Kunth.) Micheli, com características e nomes populares muito semelhantes, inclusive utilizada para os mesmos usos medicinais do Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli.

Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli. é confundido com Sagitaria sp, suas flores são muito parecidas, porém as folhas são sagitadas enquanto no Echinodorus grandiflorus são ovadas.

O chapéu-de-couro (E. grandiflorus, juntamente com a erva-mate (Ilex paraguariensis) e o guaraná (Paullinia cupana), é utilizado pela indústria Mate Couro S/A desde 1948, como ingrediente de bebidas não alcoólicas..

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

DI STASI, L.C. et al., PLANTAS MEDICINAIS NA AMAZÔNIA E MATA ATLÂNTICA – ed. UNESP, SP,2002

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008

Espécies nativas da flora brasileira – plantas para o futuro,Região Sul,/ Lídio Coradin et al. Brasília, MMA, 2011.

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

PIMENTA, Daniel S.; FIGUEIREDO, Maria Raquel e KAPLAN, Maria Auxiliadora C.. Essential oil from two populations of Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli (Chapéu de couro). An. Acad. Bras. Ciênc. [online]. 2006, vol.78, n.4, pp. 623-628. ISSN 0001-3765. http://dx.doi.org/10.1590/S0001-37652006000400002.

Matias, L.Q., Sakuragui, C.M., Lopes, R.C. 2012. Alismataceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB015382) acesso em 23 de outubro de 2012.

http://apps.kew.org/wcsp/namedetail.do?name_id=305257 – acesso em 23 de outubro de 2012.

http://www.tropicos.org/Name/900075 – acesso em 23 de outubro de 2012.

Tags: AnalgésicoAnti-helmínticaanti-hipertisivoAnti-reumáticoDepurativoDermatiteDiuréticoEczemaEstomatiteFurúnculoGengiviteGripeResfriadoSedativo

CHAMBÁ

07/01/2020 22:49

Justicia pectoralis  Jacq.

Acanthaceae  


 Sinonímias: Dianthera pectoralis (Jacq.) J.F. Gmel., Dianthera pectoralis (Jacq.) Murray, Ecbolium pectorale (Jacq.) Kuntze, Justicia pectoralis var. latifolia Bremek., Justicia stuebelii Lindau, Psacadocalymma pectorale (Jacq.) Bremek., Rhytiglossa pectoralis (Jacq.) Nees, Stethoma pectoralis (Jacq.) Raf., etc. 

Nomes populares:  Chambá, chachambá, anador, trevo-do-pará, trevo-cumaru; tilo, carpintero, té criollo (Cuba). 

Origem ou Habitat: Nativa da região tropical da América (Alonso, 2004; Gupta, 1995). 

Características botânicas:  Herbácea perene, suberecta, ascendente, com até 60 cm de altura, com ramos delgados, caule com pêlos curtos e engrossamento na região dos nós. Folhas inteiras, simples, opostas, lanceoladas ou ovado-lanceoladas, de 3 a 10 cm de comprimento, sem pêlos, acuminadas, com a base estreita e obtusa, com 0,7 a 2 cm de largura. Flores irregulares, com corola violácea, disposta em panículas terminais. Possui cápsula comprimida e estipitada. Multiplica-se por estaquia ou replantando-se pequenos ramos já enraizados (Matos, 2000).  

Obs.: Lorenzi & Matos (2002) e Matos (2000) descrevem em seus livros uma variedade botânica desta espécie, a Justicia pectoralis var. stenophylla Leon., enquanto Alonso (2004) e Gupta (1995) descrevem monografias mais completas sobre Justicia pectoralis Jacq. Ambas possuem os mesmos fins, sendo esta última também nativa da região tropical e conhecida por “chambá-falso” (Lorenzi & Matos, 2002). Alonso (2004) coloca que a incorporação da variedade stenophylla deve-se a suas qualidades aromáticas

Partes usadas:Folhas e flores. 

Uso popular:  Planta muito utilizada para problemas respiratórios como inflamações pulmonares, tosse, como expectorante, sudorífica (Lorenzi & Matos, 2002) e útil em crises de asma, bronquite e chiado no peito (Matos, 2000). Usada, principalmente em Cuba, como sedante (sendo seu uso mais comum neste país). No ano de 1990 a planta foi incluída em uma Resolução Oficial do Ministério da Saúde Pública de Cuba que autoriza seu uso como sedante do sistema nervoso nas Unidades de Saúde. No Haiti, as folhas são usadas para dores no estômago, e na Costa Rica é utilizada para tirar o catarro do pulmão (Gupta, 1995), enquanto em outras regiões do Caribe a planta inteira, macerada, é aplicada sobre ferimentos e torsões (Alonso, 2004). Na região Amazônica, as folhas do chambá são utilizadas em rituais pelos indígenas como um aditivo e aromatizante de misturas alucinógenas usadas em rapés. Empregada também como medicação contra reumatismo, cefaléia, febre, cólicas abdominais, como afrodisíaca (Lorenzi & Matos, 2002) e contra coqueluche (Drescher, 2001). 

Composição química:  Possui flavonóides como swertisina, swertiajaponina, ramnosil-2-swertisina e ramnosil-2-swertiajaponina. Contém traços de alcaloides indólicos, cumarina, dihidrocumarina, umbeliferona, beta-sitosterol, lignanas (justicina B, justicidina), betaína, ácidos palmítico e esteárico, ácido dihidroxifenilpropionico, beta-escopoletina e os seguintes aminoácidos: ácidos alfa e gama-aminobutírico, alanina, fenilalanina, glicina, hidroxiprolina, isoleucina, leucina, lisina, ornitina, prolina, serina, treonina, valina (Alonso, 2004), fosfoserina, asparagina (Gupta, 1995). Possui ainda N-metiltriptamina, N,N-dimetiltriptamina e vascina (Gupta, 1995). 

Em Cuba, a análise fitoquímica das partes aéreas registrou cumarinas (dihidrocumarina e umbeliferona); flavonóides (flavonas glicosiladas); saponinas; taninos; antraquinonas; betaína; aminoácidos; B-sitosterol e compostos fenólicos. 

Análise proximal de 100 g de folhas: calorias (44), água (85 g), proteína (3,9 g), gorduras (0,6 g), carboidratos (8,2 g), fibras (2,8 g), cinzas (2,3 g), cálcio (663 mg), ferro (7,4 mg), potássio (35 mg), caroteno (2.670 microg), tiamina (0,04 mg), riboflavina (0,2 mg), niacina (2,5 mg), ácido ascórbico (28 mg). Também foram reportados os seguintes oligoelementos: manganês, níquel, escândio e vanádio (Alonso, 2004). 

Ações farmacológicas: Em um estudo clínico duplo cego, que utilizou cápsulas do extrato aquoso liofilizado da planta em um grupo de pacientes e cápsulas de diazepam no grupo controle, comprovou-se o efeito sedante da planta e não se observou efeitos secundários nos pacientes tratados. Foram também reportadas atividades antibacteriana, relaxante da musculatura lisa, antagonista de serotonina e redutora de atividade espontânea (Gupta, 1995). Tanto a decocção das partes aéreas da planta em estado fresco como a infusão das partes aéreas em estado seco demonstraram atividade sedante em humanos adultos. Tendo em conta o emprego popular como alucinógeno, constatou-se em 10 pessoas normais, tratadas com a decocção das partes aéreas, modificações eletroencefalográficas significativas e sugestivas de atividade neurotrópica (Alonso, 2004). O extrato da planta possui ação broncodilatadora, analgésica e anti-inflamatória comprovada experimentalmente, justificando seu uso popular nos tratamentos de crises de asma, tosse, bronquite e chiado no peito (Matos, 2000). A cumarina extraída da planta tem atividade anti-inflamatória e cicatrizante comprovada (Gupta, 1995). A planta possui ação inseticida sobre o mosquito Aedes aegypti (Chariandy, et al., 1999). 

Interações medicamentosas: Não deve ser usada conjuntamente com anticoagulantes ou em pacientes com transtornos circulatórios.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Doses altas testadas em modelos animais não demonstraram sinais de toxicidade. Pode causar sonolência, dor de cabeça e enjoos. 

O emprego medicamentoso desta planta deve ser feito com cuidado de evitar o uso das folhas secas quando mal conservadas pelo risco de haver modificação química da cumarina, promovida por fungos, que podem transformá-la em dicumarol, substância que causa grave hemorragia por impedir a coagulação do sangue, usada inclusive em veneno para ratos (Lorenzi & Matos, 2002). 

Contra-indicações:  Pela falta de informações sobre a inocuidade da planta em situações como gravidez e lactação, não se recomenda o uso desta planta nestas situações (Alonso, 2004). 

Não consumir por mais de 30 dias consecutivos. 

Posologia e modo de uso: Utiliza-se a infusão das folhas frescas ou secas, 1 xícara (150ml) de 1 a 3 vezes por dia (Alonso, 2004; Drescher, 2001) ou na forma de xarope, feito só com o chambá ou em associação com malvariço (Plectranthus amboinicus) (Matos, 2000). 

Externamente, as folhas são maceradas e aplicadas localmente (Alonso, 2004). Pode ser utilizado o seu extrato hidroalcoólico, mediante percolação em uma solução água-etanol (7:3) (Alonso, 2004). 

 

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 1016-1018 

CHARIANDY, C. M., et al. Screening of medicinal plants from Trinidad and Tobago for antimicrobial and insecticidal properties. Journal of Ethnopharmacology, v. 64, n. 3, p. 265-270, March 1999. 

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 51/148/157/160/188/326/354. 

Formulario Nacional, Fitofármacos e Apifármacos. Ministerio de Salud Pública, Dirección Nacional de Farmacias. Ed.Ciencias Médicas, La Habana, Cuba, 2010. 

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia:. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995. p. 3-6. 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 37-38. 

MATOS, F. J. A . Plantas Medicinais: 

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. http://www.tropicos.org – Acesso em: 13 Junho de 2011.

Tags: AlucinógenaAsmaBronquiteCefaléiaCólicaExpectoranteFebreFeridasReumatismoRituaisSedativoSudoríficaTosse

CENTELA

07/01/2020 22:41

Centella asiatica  (L.) Urban.
Apiaceae  


Sinonímias: Hydrocotyle asiatica L. 

Nomes populares:  Centela, centela-da-ásia, centela-asiática, hidrocótila, bevuláqua, cairu-su, pé-de-cavalo, dinheiro-em-penca, pata de elefante, pata-de-cavalo, corcel, pata-de-mula, pata-de-burro, cairuçu-asiático, erva-de-tigre, codagem. 

Origem ou Habitat: Nativa da Ásia. 

Características botânicas:  Erva perene, rasteira, acaule, estolinífera, rizomatosa, com estolões de até 30 cm de comprimento e confundido com ramos, que formam sobre o solo um tapete semelhante a um gramado. Folhas simples, longo-pecioladas, surgidas diretamente dos nós dos rizomas, de 4-6cm de diâmetro. Flores pequenas, de cor esbranquiçada, reunidas em pequenas umbelas curto-pedunculadas que surgem na base da folha. Multiplica-se em nossas condições principalmente por rizomas e estolões. 

Partes usadas:Folhas. 

Uso popular:  Ativação da circulação sanguínea como coadjuvante no tratamento das doenças vasculares (insuficiência venosa), auxiliar na digestão estomacal e intestinal, anti depressiva. Uso externo como cicatrizante para eczemas, úlceras, pruridos e feridas pós-cirúrgicas, para eliminação da celulite, como estimulante cutâneo e da irrigação sanguínea, em úlceras venosas e para irritação vaginal. Prevenção de rugas e flacidez, para hemorróidas, úlceras cutâneas, queimaduras, erisipela e infecção cutânea, tosse e catarro amarelo, febres em infecções bacterianas. Indicada como complemento na massagem de cicatrizes fibrosas e hipertróficas. 

Composição química:  Saponosídeo triterpênico (asiaticosídeo), saponinas, flavonóides, quercetina, aminoácidos, sais minerais, açúcares, ácidos graxos, ácidos triterpênicos (ácido indocentóico e ácido madecásico), resinas, taninos, óleo essencial (cineol, alcanfor, farnesol, felandreno, germacreno D, n-dodecano, α-pineno, p-cimol, β-cariofileno), β-caroteno , vitamina C (13,8mg/100g), fitosteróis, alcalóide (hidrocotilina). 

  • Triterpenos pentacíclicos: Ácido asiático, ácido madecássico, ácido madasiático, ásiaticosideo A-F, braminosideo, madasiaticosideo, dentre outros. 
  • Óleo essencial: β-Cariofileno, α‐humuleno, terpineno-pineno, dentre outros. 
  • Flavonóides: Canferol, astragalina, catequina, rutina, naringina, glicosídeo de quercetina, dentre outros. 
  • Sesquiterpenos: Bicicloelemeno, trans- farneseno, ermacreno, dentre outros. 
  • Esteroides: Campesterol, estigmasterol, sitosterol, dentre outros. 

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, cicatrizante, depurativa, digestiva, tônica, lipolítica (anticelulítica), diurética, reconstituinte, expectorante, resolutiva, venotrópica (estimulante circulatória), febrífuga, antibacteriana, psicotrópica. 

Interações medicamentosas: Fenilbutazona e dexametasona interferem na velocidade de reparação em feridas experimentais em ratas. Doses altas podem interferir com terapias hipoglicemiantes ou aumentar a concentração de colesterol sérico.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em altas doses por via oral pode causar fotossensibilidade, sonolência, fraqueza, cefaléia, vertigem, gastrite, hipotensão arterial e estado narcótico leve a moderado. Em alguns pacientes observou-se elevação do colesterol total. A aplicação do pó sobre feridas dérmicas pode causar sensação ardente. Pode originar dermatite de contato. 

Contra-indicações:  Contra-indicada em crianças, em casos de epilepsia, hiperlipidemia e durante a gravidez. Não se recomenda seu uso oral por mais de seis semanas consecutivas, principalmente em casos de gastrite ou úlcera duodenal. 

Posologia e modo de uso: 

  • Uso interno – infusão de uma colher (sobremesa) de folhas secas moídas em uma xícara de chá de água, 2x/dia.  
  • Uso externo – 3 colheres (sopa) de folhas picadas em ½ litro de água, para aplicação local ou banhos de assento. Pasta feita com a planta recente ou o pó da planta sobre a região a tratar. 

OBS.: Existe confusão entre esta espécie e a Hydrocotyle bonariensis Lam.(acariçoba).
 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 316-322. 

BOTSARIS, A. S. As fórmulas mágicas das plantas. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2002. p. 332-334. 

BYLKA, Wiesława et al. Centella asiatica in cosmetology. Advances In Dermatology And Allergology, [s.l.], v. 1, p.46-49, 2013. 

BYLKA, Wiesława et al. Centella asiaticain Dermatology: An Overview. Phytotherapy Research, [s.l.], v. 28, n. 8, p.1117-1124, 7 jan. 2014. 

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Traduzido por Del Fresno Á. V.; Accame, E. C.; Lizabe, M. R. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 696-697. 

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 218. 

GRAY, Nora E. et al. Centella asiatica: phytochemistry and mechanisms of neuroprotection and cognitive enhancement. Phytochemistry Reviews, [s.l.], v. 17, n. 1, p.161-194, 20 set. 2017. 

SABARAGAMUWA, Rasangani; PERERA, Conrad O.; FEDRIZZI, Bruno. Centella asiatica (Gotu kola) as a neuroprotectant and its potential role in healthy ageing. Trends In Food Science & Technology, [s.l.], v. 79, p.88-97, set. 2018. 

SEEVARATNAM, Vasantharuba et al. FUNCTIONAL PROPERTIES OF CENTELLA ASIATICA (L.): A REVIEW. Int J Pharm Pharm Sci., Madurai, v. 4, n. 5, p.8-14, 2012 

HASHIM, P. Centella asiatica in food and beverage applications and its potential antioxidant and neuroprotective effect. International Food Research Journal, Selangor, v. 18, n. 4, p.1215-1222, 2011. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 475

Tags: Anti-depressivaCicatrizanteCirculaçãoEczemaFebreHemorróidaPruridoQueimaduraTosseÚlceras

CAVALINHA

07/01/2020 22:32

Equisetum giganteum  L.
Equisetaceae 


Sinonímias: Equisetum pyramidale Goldm.; Equisetum martii Milde; Equisetum ramosissimum Kunth; Equisetum xylochaetum Mett. 

Nomes populares:  Cavalinha, cavalinha-gigante, cauda-de-cavalo, rabo-de-cavalo, erva-canudo, rabo-de-raposa, lixa-vegetal, cana-de-jacaré, etc. 

Na América do Norte é conhecida como horsetail (rabo-de-cavalo), pine top (cabeça de pinha), meadow pine (pinha dos prados), scouring rush (junco de diarréia), bottle brush (escova de garrafa), snaks pipe (cachimbo de cobra), jointed rush (junco de nós) e cornfield horsetail (rabo de cavalo da roça). 

Na Europa, a Equisetum palustre é conhecida como cavalinha do pântano e jubarte. 

Origem ou Habitat: Equisetum giganteum é nativa de áreas pantanosas do Brasil. 

Características botânicas:  Equisetum giganteum é um subarbusto ereto, perene, rizomatoso, com hastes de cor verde, oca e monopodial, com numerosos ramos que partem dos nós dos verticilos, de textura áspera ao tato pela presença de silício em sua epiderme, podendo chegar a mais de seis metros de altura. Folhas muito pequenas, reduzidas a escamas, inseridas lateralmente nas hastes formando uma bainha curta. Possuem espigas esporíferas roliças nas extremidades dos ramos férteis. Multiplica-se por rizomas e por esporos. 

Partes usadas:Hastes estéreis. 

Uso popular:  Como diurético, antidiarreico, para tratamento de infecção dos rins e bexiga, para a consolidação de fraturas ósseas, para eliminar o ácido úrico, contra anemia, etc. 

Composição química:  Alcalóides piridínicos, nicotina e palustrina, flavonóides glicosilados da apigenina, quercetina e do campferol, derivados dos ácidos clorogênico, caféico e tartárico. 

Também foi constatada a presença da tiaminase, uma enzima que acelera a destruição da tiamina (Vitamina B1). Compostos tóxicos: são citadas como sendo o glicosídio flavônico articulatina e sua aglicona articulatidina ou gossipitrina e sua aglicona gossipetina. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Os efeitos tóxicos estão relacionados com a ação da tiaminase , ou seja, destruição da tiamina ou Vitamina B1, 

A ingestão por tempo prolongado pode levar ao beribéri. 

Contra-indicações: É contra-indicada durante a gravidez e em mulheres que estão amamentando e para crianças. 

Observações: Não usar quantidades maiores que 1 colher de café de hastes picadas; 

Não usar por mais de duas semanas 

Com o nome “cavalinha” e os outros nomes populares citados, são reportadas na literatura as seguintes espécies: Equisetum arvense L. (Canadá); Equisetum palustre L. (Inglaterra); Equisetum hyemale L. (EUA) e Equisetum giganteum L. (Brasil). 

Das espécies exóticas, somente a Equisetum hyemale tem registro de ocorrência no Brasil, principalmente nas regiões Sudeste e Sul. 

 


 

Referências:
HOEHNE, F. C. Plantas e substâncias vegetais tóxicas e medicinais, 1939. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. 

Plantas tóxicas: estudos de fitotoxicologia química de plantas brasileiras. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2011. vários autores. 

http://www.tropicos.org/Name/26605511 – acesso em 07 de outubro de 2013

Tags: AnemiaAntidiarreicoDiurético

CATINGA-DE-MULATA

07/01/2020 22:28

Tanacetum vulgare  L.
Asteraceae 


Observações: Ver atanásia.

CASTANHA-DO-MARANHÃO

07/01/2020 22:27

Bombacopsis glabra (Pasq.) Robyns. 

Malvaceae 


Sinonímias: Pachira glabra Pasq. 

Nomes populares:  Castanha-do-maranhão, castanha-da-praia, cacau-do-maranhão, mamorana, amendoim-de-árvore, cacau selvagem. 

Origem ou Habitat: Espécie perenifolia, que ocorre de Pernambuco até o Rio de Janeiro, nas formações florestais do complexo atlântico. 

Características botânicas:  Árvores pequenas de 4 a 6 metros de altura, muito ornamental. Tronco verde liso, com lenticelas brancas. Folhas compostas, digitadas, de 5 a 8 folíolos esparsamente pubescentes, de 10 a 27 cm de comprimento, com estípulas caducas, margem inteira. Flores solitárias ou geminadas. Fruto cápsula lenhosa, ovóide, vermelha. Sementes grandes sub-globosas, estriadas, envolvidas por densa e longa pilosidade. 

Partes usadas:Sementes. 

Uso popular:  As sementes são comestíveis, com sabor semelhante ao do cacau e a planta é largamente usada como ornamental e para cercas vivas. 

A madeira é utilizada na confecção de utensílios leves. 

Observações: Existem duas espécies semelhantes: 

Pachira aquatica Aubl, cujos nomes populares são: cacau-selvagem, monguba, mamorana, castanheira-d’-água; 

Pachira insignis (Sw.) Savigny, nomes populares: monguba-preta, carolina, cacau-selvagem, mamorana, castanheiro-das-guianas. Ambas as espécies são comestíveis.
 

Referências:
KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014 

http://www.esalq.usp.br/trilhas/fruti/fr04.htm. Acesso 9 Dezembro 2016. 

http://www.tropicos.org/Name/3900490. Acesso 9 Dezembro 2016Iberoamericano de Ciencia y Tecnologia para el Desarrollo (CYTED), 1995. 617p.

Tags: Comestível

CASCA-D’ANTA

07/01/2020 22:24

Drimys winteri J.R. Forst. & G. Forst. 

Winteraceae 


Sinonímias: Drimys brasiliensis Miers., Drimys chilensis DC., Drimys winteri foandina (ReicheHaumanDrimys winteri fogranadensis (L. f.) Eichler, Drimys winteri var. morenonis Kuntze, Drimys winteri var. punctata (Lam.) DC., entre outros. 

Nomes populares:  Casca-d’anta, cataia, canela-amarga, capororoca-picante, casca-de-anta, pau-pra-tudo. 

Origem ou Habitat: É nativa do Chile. No Brasil ocorre nos domínios fitogeográficos: Caatinga, Central Brazilian Savanna, Atlantic Rainforest. Alguns autores assinalam que é nativa do Brasil. 

Características botânicas:  Arvoreta de até 5 m de altura. Folhas alternas, oblanceoladas a oblongas, obtusas, coriáceas, medindo aproximadamente 6 a 7 cm de comprimento por 6 cm de largura, com a face inferior branco-prateada. Inflorescências em corimbos axilares. Flores hermafroditas, de 2 a 3 cm de diâmetros, com 2 ou 3 sépalas e 10 pétalas brancas, com muitos estames. Fruto carnoso, com 4 a 12 partes, separadas na maturação. 

Partes usadas:Folhas e cascas. 

Uso popular:  Problemas gástricos e estomacais (dispepsia, disenteria, náuseas, dores intestinais e cólicas), febres, anemia, expectorante na bronquite crônica, considerado um tônico na convalescença. 

Composição química:  Taninos, sesquiterpenóides. Cascas: sesquiterpenos, terpenóides e lignanas. Folhas: terpenóides e flavonóides (com ação antitumoral), Folhas jovens: substâncias cardioativas (SIMÕES, 1995). 

Ações farmacológicas: Anteriores experimentos pré-clínicos realizados revelou que o extrato hidroalcoólico da planta mostrou propriedades anti-alérgicas, anti-inflamatória e antinociceptiva.(CECHINEL FILHO, V. et all., 1998). 

 

 

Referências:
CECHINEL FILHO, V. et all. “Isolation and identification of active compounds from Drimys winteri barks”. Journal of Ethnopharmacology, Volume 62, Issue 3, October 1998, Pages 223–227. Acesso Julho 2016. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 

Mello-Silva, R. 2015. Winteraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: .Acesso Julho 2016. 

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986. 

http://www.tropicos.org/Name/50081423 – Acesso 25 Julho 2016 

Tags: AnemiaCólicaDisenteriaDispepsiaExpectoranteFebreNáuseaTônico
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