CAMAPÚ

05/01/2020 16:40

Physalis angulata   L. 
Solanaceae 


Sinonímias: Physalis angulata var. capsicifolia (Dunal) Griseb., Physalis capsicifolia Dunal, Physalis esquirolii H. Lév. & Vaniot, Physalis lanceifolia Nees, Physalis linkiana Nees, Physalis ramosissima Mill.

Nomes populares:  Bucho-de-rã, camapú, camapum, joá, joá-de-capote, juá-de-capote, mata-fome, balão, balãozinho, camaru,(SIMAS, 2005) mulaca, bolsa-mulaca, tomate-silvestre, cereja-de-inverno(STASI; HIRUMA-LIMA, 2002) cut-leaf ground-cherry (English, United States), ku zhi (Pinyin, China), lance-leaf ground-cherry (English, United States), Popa o Chimbonba (Spanish, Nicarágua, Manágua).

Origem ou Habitat: É nativa do Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal)(STEHMANN et al, 2012).

Características botânicas:  Herbácea ereta, anual, ramificada, de 40-70 cm de altura, com folhas simples, membranáceas, de margens denteadas, de 3 a 5 cm de comprimento. Flores de cor creme, geralmente solitárias, de cerca de 1 cm de diâmetro. Os frutos são bagas globosas, envolvidos pelas sépalas concrescentes, conferindo ao conjunto a forma de um pequeno balão inflado.

Ocorrem no Brasil outras espécies deste gênero com propriedades mais ou menos semelhantes, das quais as mais comuns são Physalis pubescens L. e Physalis neesiana Sendt.

A espécie Physalis alkekenji L. é muito encontrada na Europa Central e Meridional, China e Indochina, e também possui propriedades e usos semelhantes.

O nome do gênero Physalis vem do grego physa = “bexiga, bolha”, referindo-se à forma do fruto.

Partes usadas: Folhas, frutos maduros e raízes.

Uso popular:  Planta usada pelos índios Amazônicos há muito tempo, e seus frutos (maduros) comestíveis são muito apreciados pelos habitantes da região e pelos animais em geral. A infusão das folhas é empregada pelos índios como diurético, anti-inflamatório e desinfetante para doenças da pele. Na medicina popular é empregada no tratamento caseiro do reumatismo crônico, problemas renais, da bexiga e do fígado, febre, vômitos, sedativo, anti-inflamatório, doenças da pele, afecções do baço e icterícia(MATOS, 1997), prevenção do aborto, infecções pós-parto(TAYLOR, 2004), hemorragia, cólica, náusea, diarréia, dispepsia, congestão, edema, nefrose, asma, hepatite, dor em geral, abcessos, acaríase, micoses, vermes, malaria, hemorróidas, gonorréia, infertilidade. Utilizada também em inflamações do tipo purulentas e problemas do reto, inflamações da garganta e do trato gastrointestinal, cervicite, tratamento da doença do sono (tripanossomíase), síncope, hemostasia (externamente), para facilitar o parto e para tratar febre oriunda da dengue(SIMAS, 2005).

Composição química:  Planta inteira: flavonóides, alcalóides, fitosteróis (estigmasterol, sitosterol), ácidos graxos (entre eles ácido nonacosanóico, octadecanóico, 14-metilpentadecanóico)(TOMASSINI, et al, 1996) aianina, ácido clorogênico, colina, ixocarpanolídeo, miricetina, figrina, fisagulinas de A a G, fisalinas de A a K, fisangulídeo, vamanolídeo, vitaminimina, vitangulatina A, vitanolídeo D, vitanolídeo T, vitafisanolídeo,10 β-felandreno, β-damascenona, hidrocarbonetos, terpenóides, ácidos carboxílicos, ácido oleanólico(SIMAS, 2005).

Ações farmacológicas: Estudos em laboratório: imunomoduladora (ROSAS, et al.,1998), tripanossomicida (RIBEIRO, et al, 1998), antineoplásica(SOARES, et al., 1998), antiespasmódica, bactericida, antiviral, moluscicida, miocontractora, hipotensor, anticoagulante(TAYLOR, 2004)

Estudos farmacológicos recentes ainda em andamento mostraram, em animais de laboratório, atividade imunoestimulante, ação citotóxica para diversos tipos de células cancerosas e atividade antiviral (inclusive contra o HIV e o HSV-1 causador do herpes labial). Porém esses estudos ainda não são suficientes para justificar seu uso terapêutico, a não ser quanto ao tratamento local das crises de herpes labial. Um estudo in vitro e um estudo em animais indicaram que esta planta ou princípios ativos isolados desta planta têm ação hipotensora e anticoagulante(TAYLOR, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Perturbações digestivas quando ingeridos os frutos verdes (CUNHA et al., 2003 ; DUKE, 2009).

Doses elevadas podem provocar diarreia (STUART, 1981).

Contra-indicações:  Os frutos verdes são tóxicos e não devem ser ingeridos (DUKE, 2009). Pessoas com distúrbios de coagulação, com problemas cardíacos ou com hipotensão não devem utilizar esta planta sem supervisão e conselho de um profissional de saúde qualificado (TAYLOR, 2004; AMARAL, 2005).

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (chá) de folhas para 1 xícara de água fervente. Tomar de 1 a 3 xícaras ao dia. O fruto maduro pode ser ingerido cru ou cozido (DUKE, 2009). Cozimento da raiz para afecções do fígado, do baço e icterícia(MATOS, 1997).
 

 

Referências:

AMARAL, Ana Cláudia F., SIMÕES, Elaine V., FERREIRA, José Luiz P (Coordenadores). Coletânea científica de plantas de uso medicinal. 20. ed. Rio de Janeiro. FIOCRUZ, 2005. Pp. 147-164

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p.120.

DUKE, J. A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S. I.]: CRC Press, 2009. p. 535-537.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 455

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. p. 91.

RIBEIRO, I. M. et al. Avaliação da atividade tripanossomicida “in vitro” de Physalis angulata L. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 15, 1998, Águas de Lindóia, SP. [Águas de Lindóia], 1998. p. 56.

ROSAS, E. C. et al. Avaliação imunofarmacológica de frações da raiz de Physalis angulata L. (Solanaceae). In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 15, 1998, Águas de Lindóia, SP. [Águas de Lindóia], 1998. p. 73.

SIMAS, N. K. Physalis angulata L. – Coletânea Científica de Plantas de Uso Medicinal. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005. p. 147-160.

SOARES, R. O. A. et al. Avaliação da atividade antineoplásica, in vitro, de extratos de Physalis angulata L. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 15, 1998, Águas de Lindóia-SP. [Águas de Lindóia], 1998.

STASI, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: UNESP, 2002. p. 399-400.

TAYLOR, L. The Healing Power of Rainforest Herbs: A Guide to Understanding and Using Herbal Medicinals. [S. I.]: [s. i.], 2004.

TOMASSINI, T. C. B. et al. Investigação dos constituintes químicos presentes em Physalis angulata L. – Raízes – Parte II. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 14, 1996, Florianópolis-SC.

STEHMANN, J. R. et al. Solanaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014697 – Acesso em: 17 de maio de2012.

http://www.tropicos.org/Name/29600086 – Acesso em: 24 de novembro de 2011

Tags: Anti-inflamatórioCólicaCongestãoDiuréticoFebrehemorragiasNáuseaNutritivaReumatismoSedativoVômitos

CALÊNDULA

05/01/2020 16:31

Calendula officinalis  L. 
Asteraceae (Compositae)  


Nomes populares:  Bem-me-quer, margarida-dourada, maravilhas, maravilhas-dos-jardins, calêndula-hortense (Portugal), pot marigold (Inglês, Estados Unidos), etc.

Origem ou Habitat: Mediterrâneo e Ilhas Canárias.

Características botânicas:  Calendula officinalis é uma planta herbácea, anual, com flores compostas de cor variando do amarelo ao alaranjado. A espécie é amplamente cultivada, como planta ornamental, em hortas domésticas por todo o Brasil. A calêndula pode ser propagada pelo plantio de suas sementes em sementeiras e posterior replantio de suas mudas em local com incidência direta de sol ou a meia sombra

Partes usadas: Flores.

Uso popular:  : A calêndula é usada na medicina popular como cicatrizante para ferimentos, queimaduras, furúnculos, abscessos e irritações, para sintomas de acnes (espinhas), conjuntivites, otites crônicas e periodontais. Utilizada no tratamento de infecções do aparelho genital feminino e no sapinho infantil (candidíase oral). A flor da calêndula é utilizada como alimentícia, ornamental e na preparação de corantes para alimentos e tecidos pela população. É uma planta muito utilizada na preparação de cremes e pomadas caseiras.

Informações científicas: 👥(HU): Demonstrou-se em um estudo clínico randomizado (ECR) potencial atividade no alívio do quadro de gengivite  e em um relato de caso potencial atividade contra queilite. Outros ECR demonstraram potencial uso na prevenção de dermatites em pacientes com exposição a radioterapias, no auxílio à cicatrização após procedimentos cirúrgicos e no tratamento de candidíase  e vaginose bacteriana.

Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as flores da calêndula apresenta boa resposta quando utilizada externamente em infecções de pele, acnes, queimaduras solares e dermatites de fraldas. O infuso das flores também pode ser usado para afecções da boca (aftas e gengivites). Compressas frias do chá ajudam a diminuir a dor e edema da região perineal no período pós-parto.

Modo de usar:

Observação: Não se utilizam as folhas.

Uso externo: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das flores secas ou até 2 flores frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, usar o chá externamente com o auxílio de um pano limpo ou algodão diretamente nos locais das lesões.

Tintura: Utilizar 20 gramas das flores rasuradas para 100 ml de álcool etílico 70% ou 90% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 20 gotas diluídas em água 3x ao dia. Para aplicação na pele: Diluir 1:3 em água e aplicar no local indicado por meio de compressa de duas a quatro vezes ao dia. Remover a compressa após 30 a 60 minutos. Na cavidade bucal, administrar por bochechos e gargarejos 2 ml da tintura em 100 ml de água de duas a quatro vezes ao dia como auxiliar no tratamento de afecções inflamatórias leves da pele, boca e garganta.

Cuidados para o uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Evitar o uso interno desta espécie.

Não utilizar as folhas desta planta.

Não usar a tintura em pessoas com hipersensibilidade aos componentes da formulação ou a plantas da família Asteraceae.

Composição química: 

  • Óleo essencial: apresenta uma concentração variável, até 0,12% em flores liguladas e até 0,4% em receptáculo; mono e sesquiterpenos oxigenados (carvona, geranilacetona, cariofilencetona, mentona, isomentona, y-terpineno, y e α-cadineno, cariofileno, a e b-iononas, etc.
  • Carotenoides: calendulina, b-caroteno, licopeno, neolicocina, rubixantina, violaxantina, citroxantina, zeína, crisantemoxantina, flavoxantina, auroxantina, luteína, etc. Os carotenoides são compostos estáveis, sendo solúveis em gorduras e insolúveis em água.
  • Flavonóides: são constituídos principalmente por derivados do quercetol (quercetin-3-0-glicósido) e do isorramnetol.
  • Álcoois triterpênicos pentacíclicos: arnidiol, faradiol, a e b-amirina, ácido faradiol-3-mirístico, ácido faradiol-3-palmítico, lupol, taraxasterol, calenduladiol, etc.
  • Outros: ácido málico, mucilagens, saponinas, resinas, gomas, taninos, poliacetilenos, esteróis (b-sitosterol, estigmasterol, campesterol, metil-enecholesterol e colesterol), ácido salicílico, princípio amargo (calendina) e inulina (raiz). (Alonso, 2004).

Ações farmacológicas: Possui propriedades antibacterianas e fungicidas, devido principalmente aos terpenos oxigenados. Ação antiviral, antiedematosa e anti-inflamatória verificada na experimentação animal (Proença da Cunha et al., 2003).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Nas doses usuais não é tóxico. Em alguns países é considerada suplemento alimentar.

Contra-indicações:  É contra-indicada para gestantes e a quem amamenta.

Posologia e modo de uso: Infusão – uma colher das de sobremesa das flores secas em uma xícara de água. Tomar até três xícaras ao dia. Para uso externo ou lavagens vaginais, deve ser feito cozimento com 60 ou 80 gramas das flores para um litro d´água. Pode ser usada na forma de pomadas ou cremes.

Observações: Usada como medicinal e como corante pelos árabes e hindus desde a antiguidade.
 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LOPES, A.M.V. Plantas usadas na medicina popular do Rio Grande do Sul. Santa Maria: UFSM, 1996.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5ª ed. São Paulo: Ibrasa, 1997 .

PROENÇA DA CUNHA et al. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

http://www.tropicos.org/ – Acesso em: 16 de maio de 2011.

http://www.henriettesherbal.com/faqs/medi-cont.html – Acesso em 20: de julho de 2011.

Tags: AlergiaAsmaCicatrizanteOtitesQueimadura

CAFÉ

05/01/2020 16:23

Coffea arabica  L. 
Rubiaceae 


Nomes populares:  Cafeeiro-comum, cafezeiro, cafeeiro, café-arábica, coffee (EUA, English), xiao li ka fei (pinyin, China), etc.  

Origem ou Habitat: Etiópia (antiga Abissínia – África). É cultivada em muitos países tropicais da Ásia e da América, particularmente no Brasil e na Colômbia. 

Características botânicas:  Arvoreta ou arbusto grande, perene, com até 4 m de altura, ramificada desde a base, dotada de copa densa e alongada. Folhas simples, opostas, totalmente glabras, de superfície brilhante, medindo de 8-12 cm de comprimento. Flores em glomérulos axilares, brancas e suavemente perfumadas. Fruto do tipo baga, vermelho ou amarelo quando maduro, medindo 10-15 mm, com duas sementes. Semente ovalada (10-15 x 6-8 mm), convexa em sua face dorsal e aplanada na face ventral que é atravessada por um sulco longitudinal, o hilo, dura, esverdeada e sem cheiro.  

É também cultivada no Brasil, mais precisamente no vale do Rio Doce e Norte do Espírito Santo, o café-robusta (Coffea canephora Pierre ex A. Froehner), com propriedades similares ao café-arábica 

Partes usadas:Sementes e folhas. 

Uso popular:  O café é bebida estimulante de amplo uso em todo o mundo; preparado na forma de infuso feito com as sementes tostadas e moídas(5). 

Para melhorar a capacidade física e desempenho intelectual em situação de astenia psicofísica. Como estimulante cárdio-circulatório, na hipotensão arterial e braquicardia. Como diurético e auxiliar digestivo. Nas enxaquecas. No tratamento de diarreias, e de inflamações na boca e faringe. Para diabetes. Para febre intermitente. Para “limpar o sangue”, como hipoglicemiante e para afecções nos olhos, fazer banhos ou compressas locais, diluindo com metade de água o infuso, feito com o café tostado.  

No Haiti é usado o cozimento das folhas em água com sal para “limpar” o sangue. O chá por infusão das sementes cruas é usado como hipoglicemiante. 

Composição química:  Nos grãos: Cafeína, teofilina, teobromina, hemicelulose e outros carboidratos, ácido clorogênicotrigonelina (ácido-metil-nicotínico); ácidos graxos, esteróis, fenóis, ácidos fenólicos, proteínas e taninos.  

A torrefação dos grãos verdes modifica a composição química, resultando substâncias da combustão da hemicelulose, que dão a cor e o odor característico do café torrado.  

Nas folhas: além dos mesmos componentes dos grãos mais os ácidos benzóicocinâmico e ascórbico, quercetina e outros flavonóides 

Outros: ácido cafeico, ácido ferúlicocafestolkahweol e derivados kauránicos, ácido quínico. 

Interações medicamentosas: Não associar a tranquilizantes nem estimulantes como ginseng, fáfia, noz-de-cola, guaraná, efedra, erva-mate.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Insônia, nervosismo, palpitações, sobretudo se associado a outros estimulantes. Grandes concentrações de cafeína podem causar gastrite, úlceras gástricas, hipertensão arterial, arritmia cardíaca, hiperglicemia, dificuldade de absorção de ferro nas anemias, dificuldade de absorção e aumento na excreção de cálcio, irritabilidade, excitação, dispnéia. Agrava quadros de hérnia de hiato com refluxo gastroesofágico. A abstinência de cafeína costuma causar cefaleias (nos primeiros 3-5 dias), irritabilidade e ansiedade. O vício em cafeína aumenta o risco de carcinogenicidade. Altas doses podem gerar dificuldade de engravidar. A intoxicação pela cafeína (ingestão de altas doses, dez xícaras ou mais) pode ser fatal. 

Contra-indicações:  Pessoas com úlcera péptica, hipertensão arterial, taquicardia, hipertireoidismo devem evitar o uso. Evitar nos pacientes diabéticos, renais crônicos, neuróticos, anêmicos, osteoporóticos, pacientes com colites e úlceras gastroduodenais, pacientes com insônia e no tremor essencial.  

Mulheres grávidas ou amamentando devem evitar o uso do café. O uso prolongado pode causar habituação (cafeinismo) e reduzir a vitalidade. 

Posologia e modo de uso: 8 g do pó de café para 750 ml de água dá para 6 xícaras (150 ml) contendo 85 mg de cafeína cada xícara. Como estimulante do sistema nervoso central, rins, músculos e coração é bastante tomar uma xícara e meia por dia. Para obter um efeito estimulante das secreções do estômago favorável à digestão tomar 3 xícaras. Nos casos de hipotonia e sonolência ou de resfriado e enxaqueca, associado a analgésicos. Com a dose de 5 xícaras por dia pode aparecer tensão nervosa e ansiedade; e acima destas doses aparecem os sintomas de intoxicação pela cafeína, que pode ser fatal com a ingestão de 10 ou mais xícaras. 

Observações: Em 1730, Johann Sebastian Bach, compôs a “Cantata do café”. Em 1650, os estudantes com aspirações literárias e outros intelectuais, encontravam-se em cafeterias que eram a sensação da época, para degustar a bebida sedutora. 

 

 

Referências:
CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R.; Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. LisboaFundação Calouste Gulbenkian, 2003. Pp. 184-185. 

ROSS, I. A., Medicinal Plants of the World, Volume 3: Chemical Constituents, Traditional and Modern Medicinal Uses. New Jersey: Humana Press Inc., 2005. Pp. 155-195. 

DRECHER, L. (Coord.) Herbanário da Terra: Plantas e receitas. Laranja da Terra-ES: Gráfica Aymorés, 2001. Pp. 206, 235. 

BRUNETON, J.; Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas MedicinalesTrad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. Pp. 1067-1069. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A.; Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 457-458. 

MATOS, F. J. A.; O formulário terapêutico do Professor Dias da Rocha. 2ª ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. Pp. 87. 

FERRO, D.; Fitoterapia: Conceitos clínicos. São Paulo: Ed. Ateneu, 2008. Pp. 267. 

http://www.tropicos.org/Name/27900016 – Acesso Abril 2014.  

LAWS, Bill 50 plantas que mudaram o rumo da História (tradução de Ivo Korytowski). Rio de Janeiro: Sextante, 2013.

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