URTIGA

24/02/2020 18:19

Urtica dioica  L.

Urticaceae


SinonímiasUrtica galeopsifolia Wierzb. ex Opiz.

Nomes populares: Urtiga, urtiga-mansa, urtiga-maior, urtiga-européia, bichu booti (Pakistan), ortie, stinging nettle (English, Canada), yi zhu qian ma (China)(LAVALLE, 2000),(SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER, 2002).

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e subspontânea ou cultivada principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil.

Características botânicas: Subarbusto ereto, perene, de 40-120 cm de altura. Folhas inteiras, de 7-15 cm de comprimento. Flores pequenas de cor branca ou amarelada. O pecíolo das folhas e ramos possuem pêlos e cerdas com forte ação urticante, causadas pela presença de ácido fórmico e aminas(LAVALLE, 2000).

Partes usadas: Planta toda (folhas, raízes).

Uso popular: Estancar sangramentos (infusão de folhas e ramos), rinite alérgica crônica (folhas), diurético (raízes), alívio dos sintomas da hiperplasia prostática benigna (raízes), inflamações articulares, reumatismos, diabetes, fortificante capilar, cicatrizante e hemostático de feridas, hemorragias nasais, dores de cabeça, cansaço. É também usada para anemia, hemorragia uterina, erupções cutâneas, eczema infantil , eczema de fundo nervoso, doenças crônicas do cólon, diarréia, disenteria, queimaduras, hipermenorréia, asma, condições dermatológicas pruriginosas, picadas de inseto, febre do feno, aumentar a produção de leite, e externamente em inflamações orofaríngeas (gargarejos). O suco pode ser utilizado para tratar ardência provocada por urtiga. Em casos de lombociatalgias, neuralgias ou artralgias é utilizada fazendo-se a urticação: esfrega-se folhas frescas (principalmente coletadas pouco antes da floração, em seu momento mais urticante) sobre a superfície dolorosa e em seguida faz-se fricção com água fria sobre a superfície.

Composição química: Segundo Alonso (2004): Parte aérea: flavonóides (heterosídeos de quercetina, isoramnetina e kampferol nas flores), vitaminas B, C e K, esteróis (β-sitosterol), sais minerais (sílica, cálcio, potássio, manganês, ferro, enxofre), clorofila (folhas), mucilagem, betaína, colina, carotenóides, prótidos (em especial lisina), polissacarídeos, ésteres do ácido caféico (ácido clorogênico, ácido cafeilmálico), taninos.

Pêlos: histamina, acetilcolina, serotonina, ácido acético, ácido gálico, ácido fórmico, colina.

Raiz: taninos, fenilpropanóides (álcool homovalínico, epoxilignanos), fitoesteróis (principalmente β-sitosterol, campesterol, estigmasterol, etc.), heterosídeos esteroidais, escopoletina, lectinas, flavonoides, cumarinas e polissacarídeos (glucanos, glucogalacturonanos, arabinogalactano).

Semente (óleo): ácido linoleico, ácido oleico, ácido linolênico, ácido palmítico, ácidos saturados, glicerol.

Aporte nutricional para cada 100 g da planta inteira: proteínas, aminoácidos essenciais, lipídeos, b-caroteno, vitamina B1, B5 ou ácido pantotênico, B2 ou riboflavina, ácido ascórbico, vitamina K1, sais minerais, ferro, cálcio, sílica, fósforo, enxofre, sódio, potássio, cloro, magnésio, manganês, traços de cobre e zinco, clorofila alfa e beta (folha seca).

O fruto da urtiga contém principalmente proteínas, lipídeos (muito rico em ácido linoleico), mucilagem, tocoferol e carotenóides

Ações farmacológicas: anti-reumática e anti-inflamatória (estas ações, em parte, são devido a inibição da via da ciclooxigenase e por inibição da 5-lipooxigenase; estudos em ratos mostraram que os polissacarídeos da raiz tem ação anti-inflamatória sobre edema de pata por carragenina)(ALONSO, 2004), anti-séptica, bactericida, adstringente, diurética e hipotensiva (provoca uma diurese natriurética e em anéis isolados de aorta contraídos por KCl ou norepinefrina , o extrato de raiz de urtiga causa vasodilatação)(ALONSO, 2004), expectorante, estimulante circulatória, anti-anêmica, emenagoga, hemostática, hipoglicêmica, antiviral, antidiarréica, cicatrizante, colagoga,¹ antialergênica, galactogoga(CHEVALLIER, 1996) e antioxidante(OZKOL, et al, 2001).

Informações complementares:

Em uma das referências, consta a informação de que a utilização das raízes de Urtica dioica apenas alivia os sintomas da hiperplasia prostática, sem diminuir seu tamanho (causando aumento do volume urinário, aumento do fluxo urinário máximo e redução do volume de urina residual)(BLUMENTHAL, 1998), enquanto em outras referências encontram-se hipóteses de ação baseadas em estudos laboratoriais: inibição da proliferação celular no tecido hiperplásico (MILLS; BONE, 2002), inibição dos metabólitos da testosterona e estrogênio por inibição da 5-α-redutase(LORENZI; MATOS, 2002), modificação da concentração de andrógenos livres ao interagir com as proteínas séricas transportadoras de andrógenos, redução do metabolismo celular da membrana prostática e inibição de seu crescimento ao inibir sua atividade Na-K-ATPásica e inibição da enzima aromatase responsável pela conversão de testosterona em estradiol(ALONSO, 2004).

Uma publicação relata oito estudos observacionais e quatro estudos duplo-cegos com placebos com bons resultados (Fitoterapia racional).

Interações medicamentosas: O uso de extratos pode interferir com terapias antidiabéticas, antihipertensivas e anticoagulantes. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da warfarina (FDA), devido aos seus componentes cumarínicos, e de fármacos com ação depressora sobre o sistema nervoso central(MILLs; BONE, 2000).

Um estudo mostrou que a associação de 50 g de extrato de urtiga com 50 mg diários de diclofenaco produziu os mesmos resultados antiinflamatórios que 200 mg diários de diclofenaco (ALONSO, 2004).

Em um recente trabalho foram comprovados efeitos protetores de extratos de urtiga (Urtica dioica) frente aos efeitos adversos de agentes quimioterápicos utilizados na terapia do câncer. Um destes agentes é o Cisplatino, causador de nefrotoxicidade e hepatoxicidade, comprometendo a sobrevivência futura dos pacientes(OZKOL et al, 2011).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Normalmente é bem tolerada. Ocasionalmente observou-se alergias cutâneas, edema, oligúria e irritação gástrica quando administrada sob a forma de infusão. A ingestão das folhas de forma comestível pode provocar irritação gástrica (ALONSO, 2004). Em um estudo observacional com 4087 pacientes com HPB 35 relataram efeitos colaterais (problemas gastrointestinais, alergias cutaneas e dois casos de hiperhidrose)(SCHULZ; HÄNSEL; TYLER, 2002).

Contra-indicações: A urtiga é considerada abortiva e capaz de afetar o ciclo menstrual (estudos realizados em animais constataram atividade uterina). O uso excessivo durante a amamentação não é recomendado(MILLS; BONE, 2000). É contra-indicado em pessoas com insuficiência ou outra doenças renal (devido à sílica presente em suas folhas). Usar com cautela em indivíduos com gota ou com história de cálculos renais de ácido úrico. Um autor desaconselha o uso em pessoas com edema de origem cardíaca ou renal (pois pode diminuir as funções de ambos os órgãos), e em pessoas com tromboflebite ou que apresentam altos níveis sanguíneos de protrombina (ALONSO, 2004).

Posologia e modo de uso: Infusão: uma colher (de chá)de folhas ou partes aéreas picadas para cada xícara(150 ml) de água fervente, tomar 3 xícaras por dia por 7 dias .

Raízes: dose média diária de 4 a 6 g;

Extrato seco (5:1) 0,5-1 g/dia.

Uso externo: a tintura-mãe a 10% pode ser usada na forma de fricções sobre superfícies dolorosas. A decocção (50-100g/l fervendo 30 minutos) ou a infusão (25g/l) podem ser empregadas para uso externo (fricções em couro cabeludo, compressas, colutório, etc).

Observações: A Urtica dioica é chamada urtiga-maior para diferenciá-la da Urtica urens conhecida como urtiga-menor. A espécie Urtica urens, conhecida como urtiga menor é de uso popular para hemorragias, catarro com sangue, reumatismo, gota, doenças de pele, é diurética, as folhas novas são utilizadas como alimento(FRANCO; FONTANA, 2004).

A espécie nativa (foto abaixo) Urera baccifera ( L.) Gaudich.ex Wedd. da família das Urticaceas, conhecida como urtigão, tem uso popular das folhas para pressão alta e colesterol, o caule para bronquites, reumatismo e manchas da pele, a raiz para pedra nos rins, corrimento vaginal, antiinflamatória e em diabetes .(FRANCO & FONTANA, 2004; GUPTA, 1995

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 831-836.

BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. p. 216-217.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 748-749.

CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. p. 145.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 628-629.

FRANCO, I. J.; FONTANA, V. L. Ervas & Plantas: A medicina dos simples, 9. ed. Erexim-RS, Editora Livraria Vida Ltda., 2004.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995.

LAVALLE, J. B. et al. Natural Therapeutics Pocket Guide. Hudson, OH: Lexi-comp; Cincinnati, OH: Natural Health Resources, 2000. p. 505-506.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 485.

MILLS, S.; BONE, K. Principles and Practice of Phytotherapy. Modern Herbal Medicine. [S. I.]: Churchill Livingstone, 2000. p. 490-498.

NEWALL, C. A.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Plantas Medicinais: Guia Para Profissional de Saúde [Herbal Medicines]. Tradução de Mirtes F. de Oliveira Pinheiro. São Paulo: Premier, 2002. p. 272-273.

YUNES ,R. A. ; CALIXTO J. B. (orgs.) Plantas Medicinais sob a ótica da química medicinal moderna. Chapecó: Argos Ed. Universitária, 2001. p.217

SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER V. E. Fitoterapia Racional: Um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 4. ed. [S. I.]: Editora Manole, 2002

http://www.tropicos.org/Name/33400020?tab=synonyms – Acesso em: 02 de abril de 2012.

OZKOL, H. et al. Ameliorative influence of U. dioica against cisplatin toxicity. Drug Chem Toxicol, [S. I.], 22, Sep., 2011.

Tags: AnemiaAsmaCefaléiaCicatrizanteDiarreiasDisenteriaDiuréticoEczemaHemostáticoQueimaduraReumatismo

TOMATE

24/02/2020 14:54

Lycopersicon esculentum  Mill.

Solanaceae


SinonímiasSolanum lycopersicum L.

Nomes populares: Tomate (Brasil), tomato, gold-apple, love-apple, (Ingles, Estados Unidos), fan qie (Pinyin, China).

Origem ou Habitat: América do Sul.

Características botânicas: Planta anual, ereta, com ramos subescandentes e muito ramificados, com folhas pinatifídas de formas variadas. Flores amarelas, dispostas em pequenos cachos. Fruto comestível do tipo baga, de forma variada, geralmente globosa, de casca fina, vermelha, com um pequeno cálice persistente na base, contendo inúmeras sementes pequenas. (LORENZI & MATOS, 2002).

Partes usadas: Frutos e folhas.

Uso popular: Os frutos são usados na alimentação como saladas, in natura, sucos, molhos, ou na forma de suco como alimentação suplementar.

A literatura etnobotânica registra o uso de seus frutos na medicina caseira para tratamento da hipertensão, afecções da boca e da garganta, dor de dente, resfriado, queimaduras e reumatismo.

As folhas são citadas como anti-inflamatórias.

Composição química: Nas folhas: glicoalcalóides esteroidais, principalmente a tomatina e suas geninas, a tomatidina e solanidina; além de rutina, ácido clorogênico e uma furocumarina de ação fotossensibilizante.

Nos frutos foram registradas as presenças de esteróides, dos ácidos p-cumárico, málico e ascórbico (Vit.C), vitaminas do complexo B, o licopeno e a glutationa.

Ações farmacológicas: Testes em animais registram atividade antifúngica local, e ação anti-histamínica, anti-inflamatória e inibidora da absorção do colesterol por via oral.

Possui atividade antioxidante.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão de 100g das folhas ou do tomate verde causa severa intoxicação caracterizada por vômitos, diarréia, cólicas, tontura e baixa frequência cardíaca e falta de respiração que pode levar a óbito.

Contra-indicações: Preparações para uso oral com as folhas ou com os frutos verdes são desaconselhadas.

Evitar exposição prolongada ao sol quando estiver usando o suco de tomate.

Posologia e modo de uso: Para tratamento da candidíase bucal usa-se o bochecho feito com o sumo recentemente preparado por trituração do fruto e passado em peneira fina.

Para uso oral contra alergias, inflamações, colesterol alto e problemas urinários devido a inflamação da próstata recomenda-se comer o fruto em saladas ou o suco, na dose de uma xícara de chá por dia.

Observações: No Brasil ocorre a espécie Lycopersicon pipinellifolium Mill., com características e propriedades semelhantes ao tomateiro comum.

Estudos recentes mostram alternativas eficazes para a preservação de tomates, por exemplo, folhas de nim (Azadiractha indica A. Juss), em comparação com o tradicional fungicida pós-colheita tiofanato.

Referências: 

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

MASOOD, Shahid; Randhawa, Muhammad Atif; Butt, Masood Sadiq; Asghar, Muhammad “A Potential of Biopesticides to Enhance the Shelf Life of Tomatoes (Lycopersicon Esculentum Mill.) in the Controlled Atmosphere”. From Journal of Food Processing and Preservation (2016), 40(1), 3-13.

http://decs.bvs.br/cgi-bin/ – Acesso 26 FEV 2016

http://www.tropicos.org/Name/29602513 – Acesso 15 FEV 2016.

Tags: Anti-inflamatórioComestívelHipertensãoNutritivaQueimaduraResfriadoReumatismo

TANSAGEM

24/02/2020 14:48

Plantago major  L.

Plantaginaceae


Nomes populares: Tanchagem, tanchagem-maior, tanchás, tachá, tansagem, tranchagem, transagem, sete-nervos, tançagem, tanchagem-média, plantagem.

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e naturalizada em todo o sul do Brasil (Lorenzi & Matos, 2002).

Características botânicas: planta herbácea, perene, ereta, não possui caule, pode chegar até 40 cm de altura. As folhas são dispostas em roseta basal, com pecíolo longo e lâmina membranácea com nervuras bem destacadas, de 15-25 cm de comprimento. Flores muito pequenas, hermafroditas, dispostas em inflorescências espigadas eretas sobre haste floral de 20-30 cm de comprimento, de cor verde-amarelada. Os frutos são cápsulas elipsóides de 2 a 4 mm de largura. As sementes são facilmente colhidas raspando-se entre os dedos a inflorescência. Multiplica-se por sementes. A raiz é fasciculada. Outras espécies, muito semelhantes, são utilizadas no Brasil para os mesmos fins na medicina popular, sendo a Plantago lanceolata Hook. de origem européia e a Plantago australis Lam. nativa do Sul e Sudeste do Brasil. Outra espécie, de origem oriental, Plantago ovata Forssk. é descrita com detalhes pelo dr. Jorge Alonso, no Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos, 2002, e apresenta os mesmo usos medicinais.

Partes usadas: Folhas e sementes.

Uso popular: No Brasil é considerada diurética, antidiarreica, expectorante, hemostática e cicatrizante, sendo empregada contra infecções das vias respiratórias superiores (faringite, amigdalite, estomatite), bronquite crônica e como auxiliar no tratamento de úlceras pépticas. Também são empregadas, tanto as flores como as sementes, contra conjuntivite e irritações oculares devidas a traumatismos. As sementes são utilizadas como laxante(neste caso deve-se beber água e colocar as sementes para inchar em água) e depurativas enquanto as folhas são empregadas internamente no tratamento da diarreia. Utilizada para tratar afecções de pele (acne e cravos), queimaduras e picadas de insetos. Usada como auxiliar no tratamento dos que querem deixar do hábito de fumar.

As folhas jovens são usadas como alimento em saladas e refogados.

Relato popular de uso em tensão pré menstrual (TPM).

Composição química:  Contém mucilagens de ácidos urónicos (3 a 6%), pectinas, glucosídeos iridóides (asperulósido, aucubósido), taninos, ácido cafeico e seus ésteres (clorogênico, neoclorogênico) e derivados do ácido cinâmico (acteósido), ácido silícico livre e combinado, cumarinas (esculetina), vários ésteres osídicos de ácido cafeico (verbascósido, plantamósido).³ Possui sais de potássio (até 0,5%), enzimas (invertina e emulsina), saponinas, vitamina C, flavonoides (plantaginina) e ácidos orgânicos (cítrico e málico). Um estudo sobre as quantidades de proteínas, açúcares, vitaminas e minerais explica o seu uso como alimentos.

Flavonoides: Luteolina, Apigenina, Baicaleína, dentre outros.

Alcalóides: Indicaina e plantagonina

Terpenoides e Esteróides: Ácido ursólico, ácido oleanólico, ácido de sitosterol, 18β-gliciretínico, dentre outros.

Iridóides: Aucubina, loliolide, asperuloside, majorósideo, dentre outros.

Acidos fenólicos: Plantamajosideo, verbacosideo, ácido clorogênico, ácido fumárico, ácido siríngico, ácido vanílico, dentre outros.

Ácidos graxos: Ácido lignocérico, ácido palmítico, ácido esteárico, dentre outros.

Polissacarídeos: Xilose, arabinose, ácido galacturônico, dentre outros.

Ações farmacológicas: As mucilagens têm efeito emoliente, antialérgico, expectorante e reduzem a assimilação intestinal dos glúcidos e lipídeos. Os glucosídeos iridóides têm ação anti-inflamatória, os taninos conferem-lhe atividade adstringente e as sementes possuem ação laxativa. Em um estudo, alguns compostos puros encontrados no extrato da planta demonstraram uma potente atividade antiviral. Entre eles, o ácido cafeico demonstrou forte atividade contra herpes-vírus (HSV-1 e HSV-2) e adenovírus (ADV-3) e o ácido clorogênico demonstrou atividade contra o adenovírus 11 (ADV-11). Em outro estudo, o extrato da planta exibiu atividade imunomodulatória, aumentando a proliferação de linfócitos e secreção de interferon-y em concentrações baixas.

Interações medicamentosas: No seu trajeto pelo intestino, as sementes podem interferir com a absorção de outros fármacos (glucosídeos cardiotônicos, derivados cumarínicos, vitamina B12, carbamazepina, sais de lítio, cálcio, cobre, magnésio e zinco), por este motivo deve-se ter precaução de não administrá-la junto a algum outro tratamento (Alonso, J., 2004).refere-se á P. ovata.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Para as sementes se menciona a possibilidade de gerar flatulência ou sensações de obstrução de esôfago ou intestino, principalmente quando a quantidade de líquido ingerido com a planta é insuficiente.

Contra-indicações: As sementes não devem ser administradas na presença de obstruções do trato gastrointestinal.

Evitar o uso em gestantes.

Posologia e modo de uso: Uso interno: como laxante e depurativo: infusão das sementes, preparado adicionando-se água fervente em um copo contendo uma colher de sopa de sementes deixadas em maceração durante a noite;

contra infecções das vias aéreas, fazer gargarejo de seu chá, 2 a 3 vezes por dia (2 colheres de sopa das folhas picadas para 1 xícara de chá de água fervente).

Para dores de garganta tomar 3 x ao dia a infusão de 1 colher de sopa de folhas picadas para 1 xícara de chá de água fervente.

Uso externo: cataplasma preparado com folhas amassadas, misturado com glicerina e aplicado sobre feridas, queimaduras e picadas de insetos;

para prostatites, é indicado banho de assento, de duração de 20 minutos, 2 vezes por dia, preparado através da fervura de 5 colheres de sopa de folhas picadas em 1 litro de água(Lorenzi & Matos, 2002; Panizza, 1997.

Observações: Existem outras espécies de Plantago usadas como remédio, apesar de informantes relatarem que Plantago major é melhor.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 633-635.

ADOM, Muhammad Bahrain et al. Chemical constituents and medical benefits of Plantago major. Biomedicine & Pharmacotherapy, [s.l.], v. 96, p.348-360, dez. 2017.

CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 600-601.

DRESCHER, L. (coordenador). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 109.

CHIANG, L. C. et al W. In Vitro Cytotoxic, Antiviral and Immunomodulatory Effects of Plantago major and Plantago asiatica. The American Journal of Chinese Medicine (AJCM). 2. ed. v. 31, 2003. p. 225-234.

CHIANG, L. C. et al. Antiviral activity of Plantago major extracts and related compounds in vitro. Antiviral Research, v.55, n. 1, p. 53-62, July 2002.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 382-383.

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p 190-191.

REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: [s. i.], 2000. p. 75-78.

SAMUELSEN, Anne Berit. The traditional uses, chemical constituents and biological activities of Plantago major L. A review. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 71, n. 1-2, p.1-21, jul. 2000.

STUART, M. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Barcelona: Ediciones Omega S. A., 1981. p. 241-242.

Tags: AntidiarreicoBronquiteCicatrizanteDepurativoDiuréticoExpectoranteHemostáticoLaxanteQueimaduraÚlceras

SANGUE DE DRAGO

22/02/2020 16:44

Croton lechleri  Müll. Arg.

Euphorbiaceae


SinonímiasCroton draco var. cordatus Müll. Arg.

Nomes populares: Sangue-de-drago, sangue de grado, sangue-de-dragão, jata akui, sangregrado (Colômbia, México), sangrito (Venezuela), telandilla, entre outros.

Origem ou Habitat: América do Sul.

Características botânicas: Árvore de copa ampla, que tem normalmente 5-6 metros podendo chegar até a 20 m de altura e apresenta um diâmetro de 40 cm. Córtex esbranquiçado que, quando cortado exsuda uma seiva de cor avermelhada, daí a razão de alguns nomes populares como “sangue de dragão” ou “sangue de drago”. Folhas largas, ovais, em formato de coração, longo-pecioladas, glandulares na base e plurinervadas, de 12-20 cm de comprimento e 5-14 cm de largura. Flores pequenas dispostas em inflorescências racimosas terminais, unisexuais, de cor branca (as masculinas no ápice e as femininas na base). Fruto capsular globoso e pubescente de 5 mm de diâmetro. Semente lisa com carúncula (anexo do tegumento) e endosperma oleaginoso. (Alonso, 2004; Revilla, 2001).

Partes usadas: Resina ou látex , cascas e folhas.

Uso popular: A resina ou látex é recomendado para o tratamento de úlceras, gastrites, infecções em geral, anemia e como cicatrizante.

No Peru, a resina é utilizada fresca como adstringente em feridas e queimaduras, em hemorragias e cólicas uterinas e em úlceras digestivas. É ingerida internamente em casos de diarreia, leucemia, diabetes, tumores gástricos, pulmonares e cerebrais (até 30 gotas diárias em doses progressivas). Outras indicações são o uso como ducha vaginal (leucorréias) e como antisséptico e anti-hemorrágico posterior ao parto. (Alonso, 2004).

Na área veterinária o sangue de dragão também é muito eficiente, tratando de infecções de pele, verrugas, feridas, abscessos, otites.

Composição química: Os principais componentes encontrados na resina são: alcalóides (taspina); taninos (dimetilcedrusina, etc); polifenóis (ácido gálico etc); proantocianinas; esteróides (sitosteróis, catequinas); saponinas e lignanas.

Ações farmacológicas: Possui propriedades anti-inflamatória, cicatrizante, antioxidante e anti-tumoral.

Em 1999 foi comprovado o potencial de ação do sangue de dragão frente a Helicobacter pylori, bactéria causadora da gastrite e úlceras do estômago. Também foi observado que ele é mais potente que a penicilina e o clorafenicol frente ao B. subtilis, S. aureus e a E. coli (bactérias causadores de infecções), além de combater a candidíase e fungos micóticos.(Laszo, 2012)

No campo odontológico, a resina tem sido pesquisada com êxito para aplicação tópica em casos de alveolites, sendo o efeito cicatrizante superior aos produtos convencionais (Alonso, 2004.

Interações medicamentosas: O sangue de drago pode ser associado em creme ou gel (em porcentagens de 3 – 5% total) a óleos essenciais anti-inflamatórios como a copaíba, orégano, gengibre ou wintergreen que também são analgésicos e podem potencializar seu efeito.(Fabian Laszo, 2012).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Na maioria das referências não se encontram contraindicações. Contudo, existe a citação de estudos realizados no Peru e Alemanha onde se notou que tomar sangue de dragão em doses muito elevadas (vários mL) e por muito tempo pode ocasionar anemia.(Fabian Laszo, 2012).

Posologia e modo de uso: Interno:

Como antioxidante: 3 gts por dia, antes do café da manhã.

Em caso de inflamações: 5 gts 3 X ao dia, antes das refeições. Tempo: 15 – 30 dias de uso contínuo, pausar 1 semana e retomar se necessário.

Externo:

Para passar sobre o ferimento e queimaduras, spray: 10 gotas diluídas em 100mL de soro fisiológico borrifar na área 2-3 X ao dia.

Em ferimentos pequenos e aftas pode também aplicar puro.

Para higiene íntima feminina: colocar 8 gotas em meia xícara com água e aplicar com algodão, ou fazer lavagens com 15 gotas em uma vasilha de assento.

Em cosméticos 25-45 gotas para cada 100g de creme.

Em géis ou cremes para alívio de dores e inflamações: 1-3% (22-66 gotas em 100g). (Fonte: Fabian Laszo, 2012.

Observações: nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Sul do Brasil, assim como Argentina e Uruguay encontramos a Croton urucurana Baill., ambas parentes e com uma seiva muito similar em atividade farmacológica.

Em Minas Gerais, o sangue de dragão costuma ser chamado de “sangrad’água”, por nascer próximo de rios e charcos.

A Shaman Pharmaceuticals, uma firma norteamericana, desenvolveu duas drogas que contém elementos antivirais isolados e extraídos da casca e resina do sangue de dragão (Croton lechleri), o Provir, um produto oral para tratamento de infecções virais respiratórias e o Virend, para o tratamento do herpes. (Laszo, 2012)

No Sul do Brasil existe a espécie Croton celtidifolius, nativa da Mata Atlântica, chamada de pau-sangue, sangue-de-adave, sangue-de-dalva, sangue de dragão, entre outros, documentado no livro do Ministério do Meio Ambiente pela pesquisadora profa. Maique W. Biavatti, 2011. “A casca é utilizada como anti-inflamatório, analgésico, anti-úlcera. O látex aplicado topicamente forma uma camada protetora mecânica como uma segunda pele. As proantocianidinas são predominantes tanto no látex vermelho como no extrato de cor vermelha das cascas, sendo substâncias antioxidantes, agindo na prevenção e controle do envelhecimento, antimutagênico, anti-inflamatório.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

http://laszlo.ind.br/campanhas/SANGUE_DE_DRAGAO_LASZLO.pdf Acesso 12 Jan 2015

GUIA PARA A EXTRAÇÃO DE SANGUE DE GRADO (Croton lechleri Müll. Arg.), IPAM,Rio Branco/AC, 2008.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

Revilla, J.- Plantas da Amazônia. 1.ed. Manaus/AM, 2000.

http://www.tropicos.org/Name/12802350 – Acesso 2 Jan 2015.

Tags: CicatrizanteCólicaDiarreiasGastritehemorragiasLeucorreiaQueimaduraÚlceras

ORA-PRO-NOBIS

17/02/2020 22:19

Pereskia aculeata  Mill.

Cactaceae 


SinonímiasCactus pereskia L., Pereskia rubescens Houghto, Pereskia aculeata fo. rubescens (Houghton) Krainz.

Nomes populares: Ora-pro-nobis, proteína-vegetal, carne-vegetal, groselha-de-Barbados, groselha-da-América, trepadeira-limão.

Origem ou Habitat: Originária do Caribe, é nativa em toda a América Latina. No Brasil é encontrada deste a Bahia até o Rio Grande do Sul.

Adapta-se em diferentes tipos de solo, porém desenvolve-se melhor em locais onde haja luz plena. É uma planta rústica, resistente a seca, própria de clima tropical e subtropical.

A propagação é feita por estacas ou sementes. Recomenda-se podas leves a cada 3 meses para se ter sempre folhas novas e tenras.

Características botânicas: É uma herbácea de hábito trepador e escandente, caules compridos revestidos de agressivos espinhos, podendo alcançar até 10 m de comprimento. Folhas lanceoladas, suculentas, medindo de 3 a 10 cm de comprimento por 1,5 a 5 cm de largura, pecíolo curto, nervura central proeminente, de cor verde e providas de espinhos nas axilas. As flores são pequenas, 2,5 a 5 cm de diâmetro, coloração branca ou amarela clara ou creme, podendo ter outras variantes. Exalam um perfume forte característico e as anteras e grãos polínicos são dourados. Os frutos são redondos, ovais ou piriformes, de coloração amarelada ou avermelhada, medindo de 1-2 cm de diâmetro. Produzem sementes marrons ou pretas com 4 mm de diâmetro aproximadamente.

Partes usadas: Folhas, flores e frutos.

Uso popular: A Pereskia aculeata tem grande importância ornamental, alimentícia e medicinal, além de ser considerada fonte de néctar e pólen para as abelhas (melissotrófica).

É usada como nutriente, remineralizante, vitamínica, anti-inflamatória, fortalecimento dos ossos e cartilagens, desnutrição, convalescença e para atletas com necessidades minerais e proteicas. Para a pele age como emoliente, alivia queimaduras e auxilia na cicatrização de feridas.É indicada para casos de estresse.

Os frutos são utilizados como expectorante e antitussígeno.

Composição química: Composição nutricional: Folhas de ora-pro-nobis (OPN) mostrou níveis extraordinários de fibra dietética total (39,1% em base seca), minerais (cálcio, magnésio, manganês e zinco) e vitaminas (vitamina A, vitamina C e ácido fólico). Entre os aminoácidos, triptofano foi a mais abundante (20,5% do total de ácidos aminados). Foram encontrados a-carotenos e b-carotenos em níveis elevados.

As folhas de OPN pode ser considerada uma boa fonte de minerais, vitaminas e aminoácidos, e podem servir como um potencial ingrediente funcional.

Ações farmacológicas: Antioxidante, anti-inflamatório, nutracêutico, cicatrizante.

A alta quantidade de fibras insolúveis pode auxiliar na prevenção de diversas doenças como: câncer de cólon, hemorroidas, varizes, tumores intestinais e diabetes.

Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura pesquisada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não encontrado na literatura pesquisada.

Contra-indicações: Não encontrado na literatura pesquisada.

Posologia e modo de uso: Na culinária as folhas podem ser consumidas cruas ou refogadas, adicionadas a farinha para serem feitas massa para pães, tortas, suflês, omeletes, misturadas ao feijão. As flores são utilizadas em preparações de saladas.

Observações: O nome botânico Pereskia aculeata é uma homenagem ao cientista francês Nicolas-Claude Fabri de Peiresc e o termo aculeata vem do latim e significa acúleo, espinho, agulha. O nome popular “ora-pro-nobis”, segundo relatos da época do ciclo do ouro, na Vila de São José (MG), os padres europeus residentes utilizavam a Pereskia aculeata para fazer cercas vivas em volta da igreja e, na hora do sermão, que era longo e em latim, as pessoas saiam para comer as folhas da cerca e saciar a fome, por isso o nome em latim que quer dizer “orai por nós” ou “rogai por nós”.

Em Minas Gerais, na cidade de Sabará, a planta inspira um festival anual, geralmente em maio, que atrai centenas de turistas, é o “Festival da Ora-pro-nobis”, onde é possível encontrar diversas iguarias feitas com suas flores, folhas e frutos.

Esta planta foi muito usada para formar cercas vivas e este uso foi o que mais contribuiu para a sua difusão no Brasil, já que antes de se desenvolver a indústria de arames farpados as cercas mais econômicas e eficientes eram de arbustos espinhentos.

Existem outras espécies de Pereskia e no Horto Didático temos duas espécies: Pereskia aculeata Mill. e Pereskia grandifolia Haw.

Referências: 

AGOSTINI-COSTA, T. S.; Pessoa, G. K. A.; Silva, D. B.; Gomes, I. S.; Silva, J. P. “Carotenoid composition of berries and leaves from a Cactaceae – Pereskia sp.” In Journal of Functional Foods (2014), 11, 178-184.Acesso 19 Março 2015

PINTO, Nicolas de Castro Campos; dos Santos, Raquel Cristina; Machado, Danielle Cunha; Florencio, Jonatas Rodrigues de Souza; Fagundes, Elaine Maria; Antinarelli, Luciana M. R.; Coimbra, Elaine Soares; Ribeiro, Antonia; Scio, Elita “Cytotoxic and antioxidant activity of Pereskia aculeata Miller” Pharmacologyonline (2012), 3, 63-69. Acesso 19 Março 2015

RABCZUK, Rubens “Plant product and its use as a concentrate, food, food supplement, functional food and(or) nutraceutical, cosmetic, antioxidant, antidermatogenic, anti-​anemic, and anti-​infective.” From Braz. Pedido PI (2008), BR 2006000516 A 20080108. Acesso 19 Março 2015

TAKEITI, Cristina Y.; Antonio, Graziella C.; Motta, Eliana M. P.; Collares-Queiroz, Fernanda P.; Park, Kil J. “Nutritive evaluation of a non-​conventional leafy vegetable (Pereskia aculeata Miller)” International Journal of Food Sciences and Nutrition (2009), 60(Suppl. 1), 148-160. Acesso 19 Março 2015

TRABALHOS de pesquisa bibliográfica apresentados por estudantes dos cursos de Medicina (2004) e Nutrição da UFSC (2012).

http://www.tropicos.org/Name/5100447 Acesso 16 Março 2015.

Tags: Anti-inflamatórioAntitérmicoCicatrizanteEmolientesEstresseExpectoranteNutritivaQueimaduraVitamínica

MIL FOLHAS

17/02/2020 21:50

Achillea millefolium  L.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasChamaemelum millefolium (L.) E.H.L. Krause.

Nomes populares: Mil-folhas, aquiléia, atroveran, erva-de-carpinteiro, erva-de-cortaduras, erva-dos-carreteiros, milefólio, mil-em-rama, mil-folhada, nariz-sangrento, novalgina, pronto-alívio, erva-dos-militares,erva-dos-golpes, erva-dos-soldados, erva-de-cortaduras, erva-do-bom-deus, prazer-das-damas.

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e amplamente cultivada em hortas domésticas em quase todo o Brasil.

Características botânicas: Herbácea perene, rizomatosa, ereta, aromática, entouceirada, de 30-50 cm de altura. Folhas compostas finamente pinadas, de 5-8 cm de comprimento. Flores brancas, em capítulos reunidos em uma panícula terminal. Existem variedades cultivadas com fins ornamentais com capítulos de cores variadas. Multiplica-se por estacas e por divisão de touceira.

Partes usadas: Folhas e flores.

Uso popular: Uso interno: infecção das vias respiratórias superiores, indisposição, astenia, flatulência, dispepsia, estimulante das funções digestivas, cálculos renais, dores reumáticas, como auxiliar no tratamento de gota, cólicas menstruais e renais, falta de apetite, náuseas, vômitos, discinesia hepatobiliar , colecistite, flebites, ajuda a regular o ciclo menstrual, reduz sangramento menstrual excessivo, diarréia, disenteria, febres, hipertensão, amenorréia, enurese noturna de criança, hemorragias internas e externas (uterina, pulmonar, hemorróidas, feridas, úlceras, queimaduras e varizes), dores de estômago e de dente, como antiinflamatória para bexiga, incontinência urinária, rins e intestinos, é benéfica na febre do feno, melhora a circulação venosa e tonifica veias varicosas, e associada a outras ervas ajuda na recuperação de gripes e resfriados. Desde muito tempo é utilizada na fabricação de bebidas amargas.

Uso externo: hemorróidas, prostatite, fissuras anais, contusões, dores musculares, doenças de pele, feridas, úlceras dérmicas, queimaduras, inflamações ginecológicas, eczemas, cãibras, como auxiliar no tratamento da psoríase, como suavizante e antipruriginoso em afecções dermatológicas, em condições espasmódicas dolorosas do baixo ventre(na forma de banhos de assento). É utilizada há séculos na cura de feridas.

Informações científicas: 👥 (HU*): Estudos sobre a eficácia de preparações com as partes aéreas da A. millefolium demonstraram redução dos efeitos colaterais provocados pela quimioterapia, como: náusea e vômito, estomatite e mucosite (Miranzadeh et al., 2014, 2015; Sheikhi et al., 2015).

🐁 (AN*): Preparações com as folhas e flores da planta, em animais, demonstraram efeito gastroprotetor, principalmente na redução de úlceras gástricas (Cavalcanti et al., 2006; Potrich et al., 2010). Também em animais foi reconhecido que seu uso provoca alívio em sintomas relacionados à dispepsia (Ali; Gopalakrishnan; Venkatesalu, 2017; Baggio et al., 2008; Borreli et al., 2012).

*HU: Estudos clínicos realizados em humanos; AN: estudos pré-clínicos realizados em animais.

Observação do uso clínico em Florianópolis: : A utilização da infusão preparada com as folhas da mil-folhas tem boa resposta em sintomas de gripes e resfriados. A espécie também pode ser utilizada em distúrbios menstruais e sintomas da TPM, associada à erva-cidreira (Melissa officinalis) e à alfavaca-anisada (Ocimum selloi).

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas, o seu uso concomitantemente a outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno na gestação, lactação e em crianças menores de 12 anos. Não deve ser utilizada por indivíduos portadores de úlceras gastroduodenais ou oclusão das vias biliares. O uso acima das doses recomendadas pode causar cefaleia, tontura e inflamação. O uso prolongado pode provocar reações alérgicas (ANVISA, 2011, 2018). A tintura da planta não deve ser usada em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação.

Posologia e modo de uso

Uso interno: 1 colher de sobremesa das folhas secas ou 10 cm de 1 folha fresca rasurada para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Para aliviar sintomas da TPM: infusão com 1 xícara de água fervente com 5 folhas de Ocimum selloi + 10cm de uma folha de Achillea millefolium + 5 folhas frescas de Melissa officinalis. Ter cautela no uso deste composto concomitantemente a ansiolíticos e medicamentos para tireoide.

Tintura: Utilizar 20 gramas das partes aéreas secas para 100 ml de álcool etílico 45% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 5 ml da tintura, três vezes ao dia, entre as refeições ou tomar 2 a 4 ml, diluídos em meio copo com água, três a quatro vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no alívio dos sintomas dispépticos, flatulência, inflamação, como colerético e antiespasmódico (ANVISA, 2018).

Observações: Planta de sabor amargo.

Composição química: Óleo essencial: borneol, acetato de bornila (oligoelemento), cânfora, 1,8-cineol, cineol, limoneno, sabineno, termineno-4-ol, terpineol e α-tujona (monoterpenos), cariofileno (sesquiterpeno), aquilicina, aquilina, milefina e milefolídeo (lactonas sesquiterpênicas), azuleno e camazuleno (derivados de lactonas sesquiterpênicas) e isoartemísia cetônica; taninos: condensados e hidrolisáveis, sendo que a glicose é o componente de carboidrato destes últimos; flavonóides: predominantemente glicosídeos de flavona apigenina- e luteolina-7-glicosídeos, além de artemetina, casticina, 5-hidroxi-3,6,7,4’-tetrametoxiflavona,, isoramnetina, rutina (glicosídeo de flavonol); alcalóides/bases: betonicina e estaquidrina (pirrolidínica), trigonelina (piridínica), betaína e colina (bases), e entre os alcalóides não caracterizados estão aquiceína, aquileína (possível sinônimo para L-betonicina), que produz aquiletina sob hidrólise alcalina, e moscatina/mosquatina, um glicoalcalóide mal definido; ácidos: aminoácidos (como alanina, ácido aspártico, ácido glutâmico, histidina, leucina, lisina, prolina e valina), ácidos graxos (como linoléico, mirístico, oléico, palmítico e esteárico), ácidos ascórbico, caféico, fólico, salicílico e succínico; outros componentes: composto cianogênico desconhecido, açúcares (como arabinose, galactose, dextrose, dulcitol, glicose, inositol, maltose e sacarose),resinas, cumarinas, saponinas, esteróides, ácido tânico.

  • Fenólicos: Luteolina 7-O-glicosídeo, apigenina 7-O-glicosídeo e ácido cafeico glicosídeo1; ácido 1,3-dicafeoilquínico, ácido 1,4-dicafeoilquínico, ácido cafeico, etc. (17 compostos)2; ácido salicílico e coniferina3;
  • Flavonoides: 5-Hidroxi-3,6,7,4′-tetrametoxiflavona, artemetina e casticina1, resveratrol, morina, miricetina, etc (54 compostos)2, apigenina, artemetina e luteolina-7-O-β-D-glicuronídeo3;
  • Guaianolídeos: Leucodina, 8α-angeloxi-leucodina, aquilina, 8α-angeloxi-aquilina e desacetilmatricarina1;
  • Monoterpenoides: Monoterpenos hidrocarbonetos [cis-crisantenol, α-pineno, β-pineno, etc (11 compostos)]2 e monoterpenos oxigenados [cânfora, borneol, acetato de bornila, etc (19 compostos)]2;
  • Sesquiterpenoides: Lactonas sesquiterpênicas (aquilinina A2, aquilinina B e aquilinina C1); sesquiterpeno oxigenado (viridiflorol)2; sesquiterpenos hidrocarbonetos (E)-β-cariofileno, β-cubebeno, germacreno-D)2; proazulenos (camazuleno2,3 e azuleno3), etc (mais de 30 compostos)2;
  • Triterpenos e esteróis: α-Amirina, β-amirina, taraxasterol, etc (8 compostos)2.

Referências: 

1. BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission E Monographs. Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. Pp. 233-234.

2. BRUNETON, Jean. Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. Pp. 333-336.

3. CHEVALLIER, Andrew. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. Pp. 54.

4. CORRÊA, Anderson Domingues; SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; QUINTAS, Luiz Eduardo M. 2 ed. Plantas Medicinais: do cultivo à terapêutica. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999. Pp. 164.

5. CUNHA, A. Proença da; SILVA, Alda Pereira da; ROQUE, Odete Rodrigues. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. Pp. 474-475.

6. CUNHA, A. Proença da et al. Plantas e Produtos Vegetais em Cosmética e Dermatologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. Pp. 203-204.

7. DRESCHER, Lírio (coord.). Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. Laranja da Terra-ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. Pp. 92.

8. FERRO, Degmar. Fitoterapia: Conceitos Clínicos. São Paulo: Atheneu, 2008. Pp. 201.

9. FRANCO, Ivacir João; FONTANA, Vilson Luiz. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim-RS: Livraria Vida, 2004. Pp. 156.

10. LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 109-110.

11. NEWALL, Carol A.; ANDERSON, Linda A.; PHILLIPSON, J. David. Plantas Medicinais. Guia Para Profissional de Saúde [Herbal Medicines]. Trad. De Mirtes F. de Oliveira Pinheiro. São Paulo: Premier, 2002. Pp. 194-196.

12. www.tropicos.org – acesso em 18 de maio de 2011.

13. SHEIKHI, M. A., et al., Alternative Methods to Treat Nausea and Vomiting from Cancer Chemotherapy. Chemotherapy Research and Practice v.1, p. 1-6. 2015. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4655029/>.

14. MIRANZADEH S., et al., A New mouthwash for Chemotherapy Induced Stomatitis. Nursing and Midwifery Studies journal v. 3 p. 1-7, 2014. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4332993/>.

15. MIRANZADEH S., et al., Effect of adding the herb Achillea millefolium on mouthwash on chemotherapy induced oral mucositis in cancer patients: A double-blind randomized controlled trial. European Journal of Oncology Nursingl 19 (2015) 207-213. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1462388914001999?via%3Dihub>.

16. POTRICH et al. Antiulcerogenic activity of hydroalcoholic extract of Achillea millefolium L.: Involvement of the antioxidant system. Journal of Ethnopharmacology, v. 130, p.85–92, 2010; 157. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S037887411000245X?via%3Dihub>.

17. CAVALCANTI A.M. et al., Safety and antiulcer efficacy studies of Achillea millefolium L. after chronic treatment in Wistar rats. Journal of Ethnopharmacology v. 107, p. 277–284. 2006. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874106001565?via%3Dihub>.

18. BORRELLI F., et al. Prokinetic effect of a standardized yarrow (Achillea millefolium) extract and its constituent choline: studies in the mouse and human stomach. Neurogastroenterol Motil v. 24, p. 164–171, 2012. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2982.2011.01827.x>.

19. ALI S. I., GOPALAKRISHNAN B. e VENKATESALU V. Pharmacognosy, Phytochemistry and Pharmacological Properties of Achillea millefolium L.: A Review. Phytotherapy research, 2017. 160. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ptr.5840>.

20. BAGGIO H, C. et al. Botanical medicine in clinical practice: Brazilian medicinal plants in gastrointestinal therapy. Botanical Medicine in Clinical Practice. Ed. CABI: Oxon, 1ª edição, United Kingdom; p. 46–51. 2008.

21. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília.ANVISA, 2018. Página 9

22. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011, pag.19.

 

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HIPÉRICO

11/02/2020 21:41

Hypericum perforatum  L.

Hypericaceae


SinonímiasHypericum nachitschevanicum Grossh., Hypericum perforatum var. confertiflorum Debeaux, Hypericum perforatum var. microphyllum H. Lév.

Nomes populares: Hipérico, St. John’s-wort (English, United States), erva-de-são-joão, hipericão, mil-furada. O nome popular St. John’s-wort traduzido do inglês “erva-de-são-joão”, pode causar confusão com as ervas-de-são-joão conhecidas no Brasil, Ageratum conyzoides L. (também conhecida como mentrasto) e Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers. (cipó-de-são-joão)

Origem ou Habitat: Europa.

Características botânicas: Herbácea perene, ramificada, prostrada nos países tropicais, hastes avermelhadas, de 30-60 cm de altura. Folhas simples, opostas, sésseis, ovadas, medindo 1-1,5 cm de comprimento, possui glândulas translúcidas ao longo das bordas das folhas, que observadas à luz parecem orifícios, ricas em hipericina. Inflorescências axilares e terminais. Flores amarelas com 5 sépalas e 5 pétalas. Os frutos são cápsulas ovóides estriadas.

Partes usadas: Folhas, flores e raízes.

Uso popular: É empregada como calmante, contra ansiedade e tensão nervosa, distúrbios da menopausa, síndrome pré-menstrual, ciática e fibrose. É indicada também para asma, bronquite crônica, tosses, cefaléias e dores reumáticas. Externamente é empregada em casos de queimaduras, escoriações, ferimentos, dor ciática, neuralgia e cotovelo-de-tenista.

Composição química: Óleo essencial: alfa-pineno, beta-pineno, 1,8-cineol, mirceno, cadineno, cariofileno, alfa-terpineol, aromandreno, limoneno, geraniol, ésteres do ácido isovaleriânico, etc.;

  • Antraquinonas: hipericina (diantroquinona policíclica de coloração avermelhada), pseudo-hipericina, proto-hipericina, iso-hipericina, etc.);
  • Flavonóides: quercitrina, iso-quercitrina, rutina, hiperosídeo, biapigenina, amentoflavona, luteolina, campferol, catequina, iso-catequina, quercetina, proantocianidinas, etc.;
  • Ácidos orgânicos: ácidos caféico, nicotínico, iso-valeriânico, mirístico, palmítico, p-cumárico, clorogênico, esteárico, ferúlico, etc.;
  • Outros: hiperflorina, carotenóides (violaxantina, luteoxantina, cis-trolixantina, luteína e trolicromona), beta-sitosterol, saponinas, pectina, ácido tânico, fenilpropanos, xantonas, aminoácidos, taninos.

Ações farmacológicas: Adstringente, analgésica, antisséptica, calmante do sistema nervoso, anti-inflamatória e cicatrizante.

Interações medicamentosas: O hipérico apresenta muitas incompatibilidades com os barbitúricos, antidepressivos, narcóticos, quimioterápicos, anti-retrovirais, inibidores da acidez.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A hipericina é um agente fotossensibilizante que pode causar reações alérgicas na pele quando exposta à radiação ultravioleta (UV).

Quando estiver em uso de hipérico, evitar exposições solares prolongadas.

Observações: Existem no Brasil duas espécies nativas deste gênero: Hypericum brasiliense Choisy e Hypericum connatum Lam., que são empregadas como vulnerária, antiespasmódica e antiofídica e na forma de gargarejo contra aftas e estomatites.

Referências: 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

SILVA JUNIOR, A.A. Essentia herba – Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003.

http://www.botanical-online.com/medicinalshypericumperforatum.htm – Acesso 14 Julho 2015.

http://www.tropicos.org/Name/7800012 – acesso em 24 de setembro de 2013.

Tags: AnsiedadeAsmaBronquiteCalmanteCefaléiaDores reumáticasEscoriaçoesFeridasQueimaduraTosse

GUAÇATONGA

11/02/2020 21:28

Casearia sylvestris Sw.

Salicaceae (antiga Flacourtiaceae)


SinonímiasAnavinga samyda Gaertn., Casearia parviflora Willd., Casearia puntacta Spreng., Samyda parviflora L., Samyda sylvestris (Sw.) Poir., Guidonia sylvestris (Sw.) Maza.

Nomes populares: Erva-de-lagarto, chá-de-bugre, cafezeiro-do-mato, língua-de-tiú, apiá-acanoçu, bugre-branco, guaçatunga, petumba, vassitonga, verre-forno.

Origem ou Habitat: Nativa de quase todo o Brasil, principalmente no Planalto Central. Existem no Brasil outras espécies de Casearia, com mesmos nomes populares e usos semelhantes.

Características botânicas: Árvore de 4-6 m de altura, folhas simples, alternas e pecioladas, persistentes, lanceoladas, com as bordas serrilhadas, com 6-12cm de comprimento. Vistas contra a luz, as folhas mostram minúsculos pontos translúcidos, que correspondem às glândulas de óleo essencial. As flores são pequenas e esverdeadas e exalam forte aroma. Fruto é uma cápsula que contém sementes envoltas por uma massa avermelhada.

Partes usadas: Folhas, ramos e cascas.

Uso popular: As folhas são usadas para o tratamento de queimaduras, ferimentos, herpes e pequenas injúrias cutâneas. Suas folhas e cascas são consideradas tônicas, depurativas, anti-reumáticas e anti-inflamatórias. É usada também contra mordidas de cobra, como analgésico e hemostático em mucosas e lesões cutâneas. É recomendada contra gastrite, úlceras internas e mau hálito na forma de chá por infusão. Em uso externo contra herpes labial e genital, gengivites, estomatite, aftas e feridas da boca e limpeza bucal.

Informações científicas: 🐁(AN): Estudos pré-clínicos mostraram que compostos extraídos das folhas da C. sylvestris apresentaram potencial antitumoral em camundongos (Ferreira et al., 2016). Estudos demonstraram atividade anti-inflamatória para o extrato alcoólico das folhas (Albano et al., 2013), e uma potencial redução de sintomas de úlcera gástrica com o uso do óleo essencial (Esteves et al., 2005).

Observação do uso clínico em Florianópolis: Planta ainda pouco utilizada na prática clínica, porém amplamente utilizada pela população na medicina popular.

Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno em gestantes, lactantes, crianças menores de 06 anos e durante a menstruação. Deve-se evitar o emprego prolongado devido a sua ação antagônica com a vitamina K, para evitar acidentes hemorrágicos.

Posologia e modo de uso:

🍵 Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 3 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas. A associação da C. sylvestris (guaçatonga) com a espécie Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) é empregada no tratamento de gastrite com a presença da bactéria Helicobacter pylori. Recomenda-se o uso da infusão de guaçatonga 3x ao dia, por 15 dias, alternando-se com a infusão da espinheira-santa, 3x ao dia, pelo mesmo período, durante 3 meses.

Composição química: Em suas folhas e casca são encontrados flavonas, óleos essenciais, saponinas, taninos, resinas e antocianosídeos que conferem a esta planta a sua fama como febrífuga, depurativa, anti-diarreica, cardiotônica, diurética e cicatrizante entre outros (Basile et al.,1990; Carvalho et al., 1999; Itokawa et al., 1990; Borges et al., 2000; UNESC, 2005). Outros princípios ativos tem sido detectados na Casearia sylvestris, denominados diterpenos clerodanos ou carofilenos.

Referências: 

1. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y Nutracéuticos. Argentina: Hábeas Libros, 2004.

2. BASILE, A. C.; et al. Pharmacological assey of Casearia sylvestris. I. Preventive anti-ulsur activity and toxicity of the leaf crude extract. Journal of Ethnopharmacology, v. 30, n. 2, p. 185-197, 1990.

3. BORGES, M.H., JAMAL, C.M., dos SANTOS, D.C.M., RASLAN, D.S. and de LIMA, M.E. Partial Purification of Casearia sylvestris Sw. Extract and its anti-PLA2 action. Comp. Biochem. Physiol. B. Biochem. Mol. Biol., v.127, n. 1, p. 21-30, Sep., 2000.

4. CARVALHO, T. C. T. Fitoterápicos anti-inflamatório: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2004.

5. ITOKAWA,H. et al New antitumor principles, casearines A-F, for Casearia sylvestris Sw. (Flacourtiaceae). Chemical and Pharmaceutical Bulletin, v. 38, n. 12, p. 3-384, 1990.

6. LOPES, A. M. V. Plantas Usadas na Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Santa Maria: Infograph, 1995.

7. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

8. PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. , Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura/IBDF, Imprensa Nacional, 1984. 6 v.

9. SILVA, A. A. Essentia Herba: plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2006. 2 v.

10. UNIVERSIDADE do EXTREMO SUL CATARINENSE. Jornada Catarinense de plantas medicinais: Guaçatonga. Disponível em:http://www.unesc.rctsc.br/plantas_medicinais/guaca.htm. 4 p. Acesso em: 21 nov. 2005.

11. FERREIRA, P. M. P. et al. Preclinical anticancer effectiveness of a fraction from Casearia sylvestris and its component Casearin X: in vivo and ex vivo methods and microscopy examinations. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 186, p.270- 279, jun. 2016. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874116302021?via%3Dihub

12. ALBANO, Micheline N. et al. Anti-inflammatory and antioxidant properties of hydroalcoholic crude extract from Casearia sylvestris Sw. (Salicaceae). Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 147, n. 3, p.612-617, jun. 2013. Elsevier BV Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874113002055?via%3Dihub

13. ESTEVES, I., et al. Gastric antiulcer and anti-inflammatory activities of the essential oil from Casearia sylvestris Sw. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 101, n. 1-3, p.191-196, out. 2005. Elsevier BV. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874105003041?via%3Dihub

 

Tags: AftasAnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-reumáticoCicatrizanteDepurativoEstomatiteGastriteGengiviteQueimaduraTônico

FOLHA-DA-FORTUNA

20/01/2020 22:30

Bryophyllum pinnatum  (Lam.) Oken.

Crassulaceae 


Sinonímias: Bryophyllum calycinum Salisb, Cotyledon pinnata Lam., Bryophyllum pinnatum (Lam.)Kurz., Kalanchoe pinnata (Lam.)Pers., Crassula pinnata L.

Nomes populares:  Folha-gorda, erva-da-costa, sempre-viva, planta-do-amor, coirama, courama, courama-vermelha, folha-da-fortuna, fortuna, folha-grossa, folha-de-pirarucu, diabinho, folha-da-vida, fortuna-milagre-de-são-joaquim, folha-do-ar, saião(BR), leaf of life (Jamaica, Madagascar), cathedral bells, air-plant, curtain-plant, floppers, good-luck-leaf, life-plant, mexican love-plant, miracle-leaf (INGLÊS, EEUU).

Origem ou Habitat: África Tropical (Ilha de Madagascar), e amplamente distribuída em América Tropical, Índia, China e Austrália.

Características botânicas:  Herbácea perene, pouco ramificada que mede de 1 a 1,5 metros de altura e a haste é oca e tubular. As folhas são opostas, pinado-compostas, suculentas, margem crenada, medindo de 10-30 cm de comprimento. Os folíolos são oblongos, ovalados ou elípticos; panículas de 10-40 cm; cálice inchado de 3,0 a 3,5 cm e corola rósea ou arroxeada de até 7 cm. O fruto tem 4 folículos.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular:  Na medicina caseira é usado no tratamento local de furúnculos e por via oral, na preparação de xaropes para a tosse.

Usos etno-medicinais: na região do Caribe, onde é conhecida por folha-da-vida, é usada para tratar edemas, abcessos, picadas de insetos e contusões, problemas pulmonares, dor de cabeça, resfriado, tosse, hipertensão, falta de ar, asma e problemas menstruais.

Em um trabalho de pesquisa bibliográfica da 3a. fase do curso de medicina da UFSC, foram apresentadas as seguintes indicações de uso popular: Infecção pulmonar, erisipela, queimaduras, feridas, úlceras de pele, verrugas, azia, gastrite, úlceras, dores de cabeça, disenteria e diarreia, cólicas e distúrbios menstruais;

Equilibrar o diabetes; eliminar ou reduzir cálculos renais; inflamações em geral; febre; hematomas internos e ossos quebrados; epilepsia; dores de dente e de ouvido; infecções oculares e conjuntivite; flatulência e gases; distúrbios linfáticos;

Artrite; linfomas; uretrites; insuficiência renal ou pedra nos rins; prisão de ventre; pé de atleta; tosses intermitentes; tuberculose, gripes e resfriados;

Nervosismo, ansiedade e depressão; nefrites; náuseas e muitas outras indicações.

Composição química:  Compostos fenólicos, flavonóides, ácidos orgânicos, mucilagem, cálcio e cloro, bufadienólidos (briofilinas A,B e C), N-triacontano, patuletina, ácidos graxos.

  • Bufadienolideos: Briofilina A (briotoxina C), briofilina B, briofilina C, briofilol, bersaldegenina-1,3,5-ortoacetato, dentre outros.
  • Flavonóides: Glicosídeos de quercetina e canferol, quercitrina, afzelina, acacetina, rutina, luteolina, dentre outros.
  • Ácidos fenólicos: Ácido gálico, ácido cafeico e ácido ferúlico.
  • Triterpenos: α –amirina, briofolona, briofinol, dentre outros.
  • Lignanas: Briofilusideo
  • Ácidos simples: Ácido málico, ácido oxálico, ácido cítrico, dentre outros.
  • Ácidos graxos: Ácido palmítico, ácido esteárico, ácido araquídico e ácido bekênico.
  • Esteroides: β-sitosterol, briofilol, estigmast-24-enol, dentre outros.

Ações farmacológicas: Foram observadas as atividades anti-inflamatória, cicatrizante, antialérgica, antiúlcera e imunossupressiva.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em vários testes com animais não foi demonstrado toxicidade. A dose letal aplicada aos animais foi muito alta e por via intra-peritonial.

Contra-indicações:  Grávidas e lactantes deverão abster-se de seu uso até melhores esclarecimentos de sua inocuidade.

Posologia e modo de uso: Para tratar edemas, abcessos, picada de insetos e contusões: por aquecimento da folha e aplicar na área afetada.

O sumo extraído da folha pode ser misturado com mel e consumido como remédio para problemas pulmonares e para dor de cabeça.

O suco é usado para tratar resfriado, tosse, hipertensão.

O chá por infusão é usado para falta de ar, asma e problemas menstruais.

Dose: 30-40 g/l (não ultrapassar a 5%).

Observações: Recomenda-se não empregar extratos desta planta por mais de 15 dias consecutivos.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

Braz, D.C.; Oliveira, L.R.S.; Viana, A.F.S.C.- Atividade antiulcerogênica do extrato aquoso da Bryophyllum pinnatum (Lam.) Kurz – Rev. bras. plantas med. vol.15 no.1 Botucatu, SP, 2013.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

Kamboj A, Saluja AK Bryophyllum pinnatum (Lam.) Kurz :. perfil fitoquímico e farmacológico: uma revisão. Phcog Rev [periódico online] 2009 [citado em 07 março 2014]; 3:364-74. Disponível em: http://www.phcogrev.com/text.asp?2009/3/6/364/59536

KHOOSHBU, Pasha; ANSARI, Imtiyaz. A pharmacognostical and pharmacological review on bryophyllum pinnatum (panphuti). Asian Journal Of Pharmaceutical And Clinical Research, [s.l.], v. 12, n. 1, p.34-39, 7 jan. 2019.

THORAT, Sheela S et al. A REVIEW ON BRYOPHYLLUM PINNATUM. International Research Journal Of Pharmacy, [s.l.], v. 8, n. 12, p.1-3, 22 jan. 2018.

FURER, Karin et al. Bryophyllum pinnatum and Related Species Used in Anthroposophic Medicine: Constituents, Pharmacological Activities, and Clinical Efficacy. Planta Medica, [s.l.], v. 82, n. 11/12, p.930-941, 24 maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/8902864?tab=synonyms – acesso 06 março 2014.

Tags: AbcessoAnti-inflamatórioAsmaAziaCefaléiaCólicaDiarreiasDisenteriaEdemaErisipelaFeridasGastriteHipertensãoQueimaduraResfriadoTosse

EQUINÁCEA

09/01/2020 20:49

Echinacea purpurea  ( L.) Moench.

Asteraceae (Compositae) 


Sinonímias: Rudbeckia purpurea L.; Brauneria purpurea (L.) Britt. 

Nomes populares:  Flor-roxa-cônica, cometa-roxo, equinácea. 

Origem ou Habitat: América do Norte , meio oeste dos EUA. 

Características botânicas:  Planta herbácea perene, ereta, rizomatosa, florífera, pouco ramificada, de 60-90 cm de altura, com folhas opostas, curto-pecioladas, cartáceas, ásperas, com três nervuras salientes, medindo de 4 a 12 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos cônicos, dispostas no ápice dos ramos, compostas por flores centrais diminutas de cor marrom-arroxeadas e de flores externas de corola alongada de cor rosa-arroxeada voltadas levemente para baixo. O conjunto, com 10 a 15 cm de diâmetro, lembra a cabeleira de um cometa, daí a razão de um de seus nomes populares. Possui raízes cilíndrico-afiladas, inteiras, sutilmente espiraladas, longitudinalmente sulcadas, fibrosas, com a casca fina, lenhosa, com poros alternos. O rizoma tem medula com a forma circular. O florescimento ocorre de setembro a novembro.  

Uso popular:  Indicada em síndromes gripais com tosse, bronquite, febre, dores de garganta. Na profilaxia e tratamento da gripe, rinossinusites e infecções do trato urinário. Externamente, sob a forma de pomadas ou em compressas nas queimaduras, feridas purulentas, acne e outras ulcerações na pele, ou na forma de cataplasma contra artrites, hemorróidas e doenças venéreas. Na forma de gargarejo, é indicada para dores de dente, abcessos dentais e ulcerações da mucosa oral. É indicada também para tratamento de infecções crônicas, frieiras, picada de insetos, erisipela, sífilis, impurezas do sangue e febres pútridas. 

Composição química:  Óleo essencial, fitosteróis, rutósido, alcalóides pirrozidínicos (0,006%), possui como compostos ativos os derivados dos ácidos dicafeico e ferúlico, os equinacósidos A e B (0.5 a 1%), compostos alifáticos de cadeia longa e polissacáridos (equinacinas). As folhas e flores contêm ácido chicórico, rutina e metiléster. A parte aérea contém amidas altamente insaturadas, germaceno, vanilina, metil-p-hidroxicinamato e um derivado de labdano. O rizoma contém poliacetilenos, ácido chicórico (0.6 a 2.1%), ácido clorogênico, alcamidas, derivados do ácido cafeico, equinaceína, 4-0-metil-gliconoarabinoxilano, inulina, frutose, pentose, ésteres do ácido cafeico (equinacosídeo – 0.5 a 1% e cinarina), humuleno, equinolona e betaína. Entre os polissacarídeos encontrados, o principal é a arbinogalactana. A planta contém ainda óleo essencial que encerra cariofileno, um sequiterpeno e poliacetilênicos, bem como ácidos graxos, proteínas, taninos e as vitaminas A, C e E. A maior concentração dos componentes mais ativos se encontra nas raízes e rizomas, contudo, frequentemente o suco fresco da planta obtida com folhas, hastes e flores também é utilizado. 

Ações farmacológicas: Os mucopolisacarídeos de alto peso molecular situados na raíz demonstrou um efeito imunoestimulante inespecífico verificado em vários níveis: aumento na produção de leucócitos e linfoquinas, aumento da taxa de properdina, elevação da produção de interferon, inibição de hialuronidase e aumento da capacidade de fagocitose por parte dos macrófagos. A arabinogalactana – obtida em cultura de células de E. purpurea – apresenta ação ativadora de macrófagos citotóxicos ás células tumorais e micro-organismos (Leishmania enrietti). Esta substância também induz macrófagos a produzirem o fator de necrose tumoral (TNF-alfa) interleucina e interferon b-2, bem como incrementa um pouco a proliferação de células T. Experimentalmente, a equinaceína demonstrou propriedades antiparasitárias e antiinflamatórias. Extratos de equinácea incrementaram em 45% a fagocitose de Candida albicans através de granulócitos e monócitos de indivíduos sadios in vitro. Altas doses de extrato da planta interferem nas enzimas do esperma, afetando a motilidade e, consequentemente, a viabilidade do mesmo. Diversos estudos clínicos tem demonstrado benefícios na administração de extratos de equinácea para o alívio e encurtamento de sintomas relacionados com patologias do trato respiratório superior. Em um deles, duplo-cego, com 180 pacientes voluntários, na Alemanha, com sintomas respiratórios como congestão nasal, rinite, resfriados e estados gripais, a amostra foi dividida em três grupos. O primeiro foi tratado com 900 mg diários de extrato de equinácea; o segundo grupo recebeu 450 mg e o terceiro apenas tratado com placebo. Ao fim de quatro dias, o primeiro grupo foi o único que mostrou diminuição estatisticamente significativa dos sintomas. Um produto comercial elaborado à base de equinácea apresenta atividade anti-herpética contra vírus herpes tipo 1 e 2, suscetíveis e resistentes ao aciclovir. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Quando utilizada por mais de oito semanas, a equinácea pode causar hepatotoxicidade e, portanto, não deveria ser utilizada com outras drogas hepatotóxicas (esteróides anabólicos, amiodarona, metotrexato e cetoconazol). Por ser estimulante do sistema imune, não deve ser administrada com imunosupressores ou quando há doenças auto -imunes. Pode produzir um aumento da salivação e o uso parenteral do extrato pode produzir reações alérgicas, náuseas, vômitos e por vezes, febre. Deve-se, portanto, utilizar a planta com precaução, e não exceder o tratamento por via oral em mais de 8 semanas. 4. 

Contra-indicações:  A segurança durante a gravidez e a lactação ainda não foi confirmada, não sendo recomendável o uso nestes casos. 

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 445-451. 

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian 2003. p. 290-91. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 154-55 

SILVA JUNIOR, A. A. Essentia herba: Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003. p. 196-205.

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