KALOBA

12/02/2020 22:17

Pelargonium sidoides  DC.

Geraneaceae


Nomes populares: kaloba, umckaloabo.

Origem ou Habitat: África do Sul.

Características botânicas: Erva pequena, perene, com raízes tuberosas. Folhas arredondadas em forma de coração e sedosas. Flores tubulares vermelhas-escuras quase pretas. As flores são cor de rosa na espécie similar Pelargonium reniforme (Andrews) Curtis.

Partes usadas: Raízes carnudas frescas ou secas.

Uso popular: Infecções do trato respiratório (nariz, ouvidos e pulmões). É para ser particularmente eficaz para a bronquite nas crianças e como tratamento de suporte na tuberculose e bronquite crônica.

Composição química: Os compostos principais são cumarinas, principalmente 7-hydroxy-5,6-dimetoxycoumarin, também conhecido como umckalin, e outras sete cumarinas, ácido gálico e derivados, proantocianidinas oligoméricas, flavan-3-ols (catequina) e flavonóides (quercetina).

O óleo essencial de Pelargonium contém vários monoterpenóides (geraniol, (+)-isomentona, citronelol e feniletil álcool.

Ações farmacológicas: Os derivados do ácido gálico e outros compostos fenólicos possuem poderosa atividade antibacteriana e antiviral e estes compostos junto com as cumarinas, fornecem uma base racional para a comprovada atividade imunomoduladora.

O óleo essencial é antibacteriano, o citronelol é conhecido repelente de insetos..

Interações medicamentosas: Em caso de administração concomitante de medicamentos contendo derivados da cumarina, o efeito inibidor da coagulação pode ser aumentado.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em casos raros, podem ocorrer distúrbios gastrintestinais (dor de estômago, náuseas, diarreia), sangramento discreto da gengiva ou do nariz, ou reações de hipersensibilidade (exantema, erupção cutânea, prurido).

Em casos muito raros, reações graves de hipersensibilidade, acompanhadas de sudorese facial, respiração curta e queda da pressão arterial podem ocorrer. Este é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis para comercialização, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer. Neste caso, informe seu médico

Contra-indicações: Não é recomendado durante a gravidez e a lactação, em casos de maior tendência a sangramento e uso de anticoagulantes (ex. heparina, varfarina), em casos de doenças hepáticas e renais graves e em casos de hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

Posologia e modo de uso: O extrato etanólico das raízes de Pelargonium sidoides D.C. EPs 7630 é padronizado para conter 0,08% a 0,32% de fenóis totais (marcadores). Concentração do medicamento/ml: 825 mg de extrato etanólico das raízes de P. sidoides /ml Equivalência de gotas para cada mililitro: 21 gotas são equivalentes a 1 ml.

Tintura: Adultos e crianças maiores de 12 anos: 30 gotas, três vezes ao dia. Crianças com idade entre 6 e 12 anos: 20 gotas, três vezes ao dia. Crianças menores de 6 anos: 10 gotas, três vezes ao dia.

A duração média do tratamento é de 5 a 7 dias e não deve exceder 3 semanas.

Referências: 

http://www.medicinanet.com.br/bula/2902/kaloba.htm – Acesso 17 Julho 2015.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

https://es.wikipedia.org/wiki/Pelargonium_sidoides – Acesso 17 Julho 2015.

http://www.tropicos.org/Name/50009275 – Acesso 17 Julho 2015.

Tags: Bronquite

HIPÉRICO

11/02/2020 21:41

Hypericum perforatum  L.

Hypericaceae


SinonímiasHypericum nachitschevanicum Grossh., Hypericum perforatum var. confertiflorum Debeaux, Hypericum perforatum var. microphyllum H. Lév.

Nomes populares: Hipérico, St. John’s-wort (English, United States), erva-de-são-joão, hipericão, mil-furada. O nome popular St. John’s-wort traduzido do inglês “erva-de-são-joão”, pode causar confusão com as ervas-de-são-joão conhecidas no Brasil, Ageratum conyzoides L. (também conhecida como mentrasto) e Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers. (cipó-de-são-joão)

Origem ou Habitat: Europa.

Características botânicas: Herbácea perene, ramificada, prostrada nos países tropicais, hastes avermelhadas, de 30-60 cm de altura. Folhas simples, opostas, sésseis, ovadas, medindo 1-1,5 cm de comprimento, possui glândulas translúcidas ao longo das bordas das folhas, que observadas à luz parecem orifícios, ricas em hipericina. Inflorescências axilares e terminais. Flores amarelas com 5 sépalas e 5 pétalas. Os frutos são cápsulas ovóides estriadas.

Partes usadas: Folhas, flores e raízes.

Uso popular: É empregada como calmante, contra ansiedade e tensão nervosa, distúrbios da menopausa, síndrome pré-menstrual, ciática e fibrose. É indicada também para asma, bronquite crônica, tosses, cefaléias e dores reumáticas. Externamente é empregada em casos de queimaduras, escoriações, ferimentos, dor ciática, neuralgia e cotovelo-de-tenista.

Composição química: Óleo essencial: alfa-pineno, beta-pineno, 1,8-cineol, mirceno, cadineno, cariofileno, alfa-terpineol, aromandreno, limoneno, geraniol, ésteres do ácido isovaleriânico, etc.;

  • Antraquinonas: hipericina (diantroquinona policíclica de coloração avermelhada), pseudo-hipericina, proto-hipericina, iso-hipericina, etc.);
  • Flavonóides: quercitrina, iso-quercitrina, rutina, hiperosídeo, biapigenina, amentoflavona, luteolina, campferol, catequina, iso-catequina, quercetina, proantocianidinas, etc.;
  • Ácidos orgânicos: ácidos caféico, nicotínico, iso-valeriânico, mirístico, palmítico, p-cumárico, clorogênico, esteárico, ferúlico, etc.;
  • Outros: hiperflorina, carotenóides (violaxantina, luteoxantina, cis-trolixantina, luteína e trolicromona), beta-sitosterol, saponinas, pectina, ácido tânico, fenilpropanos, xantonas, aminoácidos, taninos.

Ações farmacológicas: Adstringente, analgésica, antisséptica, calmante do sistema nervoso, anti-inflamatória e cicatrizante.

Interações medicamentosas: O hipérico apresenta muitas incompatibilidades com os barbitúricos, antidepressivos, narcóticos, quimioterápicos, anti-retrovirais, inibidores da acidez.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A hipericina é um agente fotossensibilizante que pode causar reações alérgicas na pele quando exposta à radiação ultravioleta (UV).

Quando estiver em uso de hipérico, evitar exposições solares prolongadas.

Observações: Existem no Brasil duas espécies nativas deste gênero: Hypericum brasiliense Choisy e Hypericum connatum Lam., que são empregadas como vulnerária, antiespasmódica e antiofídica e na forma de gargarejo contra aftas e estomatites.

Referências: 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

SILVA JUNIOR, A.A. Essentia herba – Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003.

http://www.botanical-online.com/medicinalshypericumperforatum.htm – Acesso 14 Julho 2015.

http://www.tropicos.org/Name/7800012 – acesso em 24 de setembro de 2013.

Tags: AnsiedadeAsmaBronquiteCalmanteCefaléiaDores reumáticasEscoriaçoesFeridasQueimaduraTosse

ERVA-DOS-GATOS

19/01/2020 22:54

Nepeta cataria  L.

Lamiaceae (Labiatae) 


Sinonímias: Calamintha albiflora Vaniot, Nepeta bodinieri Vaniot, Cataria vulgaris (L.) Gaterau, Glechoma cataria (L.) Kuntze.

Nomes populares:  Erva-dos-gatos, erva-gato, erva-gateira, catária, nêveda, nêveda-dos-gatos, erva-cidreira-do-cabo-branco, cat-mint (English, United States), catnip (English, Canada).

Origem ou Habitat: Originária da Europa e Ásia e introduzida em zonas temperadas.

Características botânicas:  Planta herbácea, perene, de odor intenso, ramificada, pubescente, ereta, de 40 cm a 1 m de altura. Folhas de 3-7 cm de comprimento, serradas, de cor verde-cinza e esbranquiçada na parte inferior, ovadas ou oblongas, pecioladas. Flores brancas, com manchas púrpuras, de 6 mm de comprimento, em densos verticilos terminais e em verticilos axilares espiciformes. Propaga-se por estaquia ou dividindo a raiz.

Partes usadas: Partes aéreas.

Uso popular:  Indicada o uso das partes aéreas da planta em casos de ansiedade, insônia, cãibras, cólicas intestinais, problemas respiratórios (tosse e bronquites) e ginecológicos (Cunha, et al., 2003). O chá é particularmente eficaz em cólicas intestinais e diarreias infantis e útil no tratamento de resfriados, irritabilidade e para menstruação atrasada. Externamente, pode ser aplicada sobre cortes e contusões (Stuart, 1981).

Composição química:  Óleo essencial (0,3 a 1%) contendo alfa-nepetalactona e beta-nepetalactona (70 a 90%), cariofileno, cânfora, humuleno, carvacrol, timol, pulegona (Cunha, et al., 2003), nepetol, ácido nepetálico (Stuart, 1981). Possui flavonoides livres e combinados e iridoides não voláteis (actinidina), saponinas, taninos e ácidos fenólicos (Cunha, et al., 2003). Foram também identificados em seu óleo essencial: 1,8-cineol (21,00%), alfa-humuleno (14,44%), alfa-pineno (10,43%) e acetato de geranil (8,21%) (Gilani, et al., 2009). Daucosterol (beta-sitosterol 3-O-beta-D-glucosideo), junto com pequenas quantidades de beta-sitosterol, campesterol, alpha-amirina and beta-amirina também foram isolados (Klimek, et al., 2005).

Ações farmacológicas: Antiespasmódica, antidiarreica, carminativa, estomáquica, emenagoga suave (Stuart, 1981). Possui ação sedativa ligeira atribuída às nepetalactonas e à actinidina e também conta com propriedades antipiréticas, diaforéticas e diuréticas (Cunha, et al., 2003) e broncodilatadora (Gilani, et al., 2009). O óleo essencial possui propriedades repelentes de insetos (contra mosca doméstica e baratas), e em estudos comparativos mostrou-se tão boa quanto ou até melhor que DEET (repelente químico) e citronelal (Schultz, et al., 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não são conhecidos efeitos tóxicos, porém seu uso não é recomendado na gestação (Cunha, et al., 2003). Considerada um alucinógeno suave se fumada (Stuart, 1981), com efeitos semelhantes, porém mais leves, que o da Cannabis sp. (Grognet, 1990).

Contra-indicações:  Seu uso não é recomendado na gestação.

Posologia e modo de uso: Infusão das folhas, de 2 a 3 vezes por dia (Cunha, et al., 2003).

Observações: A planta recebe estes nomes populares devido a atração que gera em gatos e outros felinos. Costuma-se esfregar brinquedos com esta planta para apresentá-los aos gatos..

 

Referências:
CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 5-204.

GILANI, A. H., et al. Chemical composition and mechanisms underlying the spasmolytic and bronchodilatory properties of the essential oil of Nepeta cataria L. Journal of Ethnopharmacology, [S. I.], v. 121, n. 3, p. 11-405, 30 Jan. 2009.

GROGNET, J. Catnip: Its uses and effects, past and present. Canadian Veterinary Journal, v. 31, n. 6, p. 455–456, June 1990. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1480656/pdf/canvetj00079-0049.pdf – Acesso em: 2 julho de 2012.

KLIMEK, B.; MODNICKI, D. Terpenoids and sterols from Nepeta cataria L. var. citriodora (Lamiaceae). Acta Pol Pharm. [S. I], v. 62, n. 3, p.5-231, 2005.

SCHULTZ, G. et al.Nepeta cataria (Lamiales: Lamiaceae)—A Closer Look: Seasonal Occurrence of Nepetalactone Isomers and Comparative Repellency of Three Terpenoids to Insects. Environmental Entomology, [S. I], v. 33, n. 6, December 2004, p. 1562-1569.

STUART, M. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Barcelona: Ediciones Omega, S. A., 1981. p. 228.

www.tropicos.org – Acesso em: 01 de junho de 2011.

Tags: AnsiedadeBronquiteCãibraCólicaInsôniaResfriadoTosse

ERVA-DOCE

10/01/2020 15:41

Pimpinella anisum   L.

Apiaceae  


Sinonímias: Anisum graveolens (L.) Crantz , Carum anisum (L.) Baill., Selinum anisum (L.) EHL Krause, Sison anisum (L.) Spreng., Tragium anisum (L.) Link.

Nomes populares:  Anis, anis-verde, erva-doce, pimpinela-branca.

Origem ou Habitat: É natural da Ásia e cultivada no Brasil, especialmente no Sul.

Características botânicas:  Erva aromática anual, ereta, de até 50 cm de altura. Folhas compostas de várias formas, fendidas. Flores brancas, dispostas em umbelas. Os frutos são aquênios, de sabor adocicado e cheiro forte.

Partes usadas: Frutos e sementes.

Uso popular:  Muito utilizada contra resfriado, tosse, bronquite, febre, cólicas, inflamações orofaríngeas, má digestão, flatulência, dispepsia, eructação, dor decorrente de transtornos digestivos funcionais, perda do apetite, para combater cólicas e dores de cabeça e como repelente de insetos, além de ser aromática e condimentar. Também pode ser utilizada em parasitoses intestinais leves, e menos frequentemente para promover a lactação, a menstruação, facilitar o parto, incrementar a libido e atenuar os sintomas do climatério. Uso pediátrico por via inalatória para hipersecreção brônquica. Externamente na pediculose, escabiose e em micoses cutâneas como pitiríase, candidíase e pé de atleta.

Composição química:  Óleo essencial (anetol 90-95%), álcoois, cetonas, hidrocarbonetos terpênicos, proteínas, carboidratos, glicosídeos, ácidos málico, cafeico e clorogênico, cumarinas, flavonóides, esteróides , acetilcolina (e seu precursor, colina),6 eugenol, pseudoisoeugenol, metilchavicol, anisaldeídos, scopoletin, umbelliferon, polienos e poliacetilenos.5 À exposição do óleo à luz solar ocorre a formação de dianetol (que possui ação estrogênica) e isoanetol (com ação tóxica).

Ações farmacológicas: Digestiva, carminativa, espasmolítica, expectorante, galactogoga, antifúngica, antiséptica, antiviral,6 antioxidante,5 estrogênica,³ mucolítica4 e sedativa, além de favorecer a absorção de ferro.¹ Tem uma moderada ação anti-helmíntica.7 Os componentes químicos eugenol e estragol têm ação anestésica, hipotérmica, relaxante muscular e anticonvulsivante.

Interações medicamentosas: Altas doses podem interferir com drogas anticoagulantes ou com inibidores da MAO (monoaminooxidase).¹ Os efeitos estrogênicos podem interferir com hormonioterapia de reposição e pílulas anticoncepcionais (apenas evidenciado em altas doses).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Altas doses ( de oleo essencial?))podem causar quadro alucinógeno ou neurotóxico (confusão mental, sonolência), podendo em casos extremos levar a paralisia muscular, transtornos respiratórios, convulsões e coma.¹ Reação alérgica ocasional da pele, trato respiratório ou trato gastrointestinal.

Contra-indicações:  O óleo essencial é contra-indicado para uso interno durante a gravidez e o aleitamento, em crianças menores de 6 anos e na presença de problemas crônicos gastrointestinais ou doenças neurológicas,4 em casos de alergia ao anis ou ao anetol² e na presença de tumores hormônio-dependentes.¹ Não se recomenda o uso tópico em pessoas hispersensíveis ou com história de alergias cutâneas.

Posologia e modo de uso: Uso interno – Infusão de uma colher de café dos frutos (vulgarmente conhecidos como sementes) em uma xícara de água fervente. Pode-se beber até 2 xícaras/dia. Nos casos de problemas digestivos ou cólicas, tomar o chá meia hora antes das refeições.6 Uso externo – óleo essencial dilúido a 10% em óleo de amêndoas.

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 162-166.

BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission E Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. p. 82-83.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 507-510.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 124-125.

GULCIN, I.; OKTAY, M.; KIRECCI, E.; KUFREVIOGLU, O.I. Screening of antioxidant and antimicrobial activities of anise (Pimpinella anisum L.) seed extracts. Food Chemistry, [S. I.], v. 83, n. 3, p. 371-382, 2003.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 484.

ÖZCAN, M. M.; CHALCHAT, J. C. Chemical composition and antifungal effect of anise (Pimpinella anisum L.) fruit oil at ripening stage. Annals of Microbiology, v. 56, n. 4, p. 353-358, Dez. 2006.

Tags: AromáticaBronquiteCólicaCondimentoDispepsiaEructaçãoEscabioseFebreMá digestãoParasitosePediculoseRepelenteResfriadoTosse

ERVA DE SANTA MARIA

10/01/2020 15:24

Chenopodium ambrosioides  L.

Amaranthaceae (antiga Chenopodiaceae)


Sinonímias: Ambrina ambrosioides (L.) Spach,  Ambrina anthelmintica (L.) Spach, Ambrina chilensis Spach, Blitum ambrosioides (L.) Beck, Chenopodium ambrosioides var. anthelminticum (L.) A. Gray, Chenopodium ambrosioides var. dentata Fenzl, Chenopodium santamaria Vell., Orthosporum ambrosioides (L.) Kostel., Roubieva anthelmintica Hook (L.).& Arn., Teloxys ambrosioides (L.) WA Weber, etc.

Nomes populares:  Mastrunço, mestruz, mastruz, lombrigueira, quenopódio, ambrosia-do-méxico, erva-das-cobras, erva-do-formigueiro,caacica.

Obs.: No Norte do Brasil, um dos nomes populares dessa erva é mastruço ou mastruz, aqui no Sul, o nome mastruço refere-se a outra planta, a Coronopus didymus L.

Origem ou Habitat: América Central e do Sul.

Características botânicas:  Planta herbácea, perene, ereta, muito ramificada na base, com até 1 m de altura, apresenta pubescência glandular. Folhas simples, numerosas, alternadas de cor verde escura, as inferiores geralmente ovoides e lanceoladas, pecíolo curto, verde claro, nervuras em forma de pena; as superiores são menores, lanceoladas e de margens inteiras. Flores pequenas, verdes, dispostas em espigas axilares densas, possuem cálice com 5 sépalos. Frutos muito pequenos do tipo aquênio, esféricos, pretos, ricos em óleo e muito numerosos, geralmente confundido com as sementes, que são lenticulares, brancas ou pretas. Toda a planta tem cheiro forte, característico.

Partes usadas: Folhas e frutos.

Uso popular:  Muito utilizada como vermífugo, sendo também utilizada na expulsão de parasitas intestinais de outros animais. A infusão das folhas é usada, internamente, contra reumatismo, sinusite, catarro crônico, tosse, bronquite, febre, inflamação da gargante, dor ciática e parasitoses. A planta triturada é usada como anti-inflamatória e cicatrizante no tratamento de contusões e fraturas, por meio de compressas ou ataduras , como sabonete e shampoo para pediculose e sarna. Outro uso disseminado no Brasil é como inseticida doméstico, extremamente útil para afugentar pulgas, percevejos, baratas e demais insetos. Também utilizada como estomáquica e digestiva.

Informações científicas: 🐁 (AN): Em um estudo realizado em cães infestados por Ancylostoma spp., foi possível avaliar a eficácia do óleo essencial e do extrato etanólico de C. ambrosioides, contidos em biscoitos caninos, demonstrando 100% de atividade inibitória sobre as larvas (Monteiro et al., 2017). Também foram avaliadas as propriedades acaricidas do óleo essencial, sob a forma de sabão em barra, aplicado 2x ao dia em bodes infestados por carrapatos (Kouam et al., 2015). 🧪(VI): O óleo essencial atua como fungicida em dermatófitos como Aspergillus fumigatus e Cladosporum trichoides (Dembitsky et al., 2008). A mesma fração apresenta atividade citotóxica (Degenhardt et al., 2016).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso externo da infusão preparada com as folhas da erva-de-santamaria tem boa resposta no tratamento de infestações por piolhos. A utilização da infusão ou da tintura na forma de compressas é eficaz em machucados e contusões.

Cuidados para o uso desta espécie: Devido à falta de informações sobre segurança, não é indicado o uso interno desta espécie. O uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso. O seu uso é contra indicado para gestantes, lactantes e crianças de até 3 anos, pessoas debilitadas ou com doenças hepáticas, renais e auditivas.

OBS: O óleo essencial não deve ser ingerido.

Posologia e modo de uso:

🍵 Uso interno: O uso interno desta espécie não possui segurança estabelecida, apesar do tradição popular indicar a forma de infusão para uso oral e na culinária.

Uso externo: Como repelente e inseticida através da infusão de 20g da planta para 1 litro d´água fervente. Pode ser utilizada externamente também na forma de tintura.

Observações: Planta utilizada na alimentação.

Composição química:  A composição do óleo essencial pode variar com as condições climáticas, maturação da planta e método de extração. A substância Ascaridol (folhas até 9,2% de óleo essencial de ascaridol e frutos até 20% de óleo com 80 a 90 % de ascaridol) e outros monoterpenos (carenos, limoneno, isolimoneno, timol, P-cimeno, carvacol, cavona, safrol, P-cimol, cineol, aritasona, mirceno, A-pineno, A-terpineno, felandreno, quenopodina, histamina, glicol), alcaloides, ácido butírico, salicitado de metilo, saponinas, sesquiterpenos, triterpenos, lipídeos, flavonoides (campferol-7-ramino-sidio, ambosidio, quercetina), aminoácidos, ácidos orgânicos (cítrico, málico, vanílico, tartárico, oxálico e succínico), alcanfor, pectina, taninos, terpenos, carveno, anethole (ester fenótico) e santonina. Contém ainda proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, cálcio, fósforo, ferro, caroteno, tiamina, riboflavina, niacina e ácido ascórbico.

 

Referências
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 839-842

2. DI STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2.ed. Colaboração de Alba Regina Monteiro Souza-Brito, Alexandre Mariot, Claudenice Moreira dos Santos. São Paulo: Editora UNESP, 2002. p. p. 163-164.

3. DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 64-65.

4. GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas.Santafé de Bogotá, Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995. p. 230-236

5. LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 122-123.

6. MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 2. ed. Fortaleza: IU, 2000. p. 253-255.

7. PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p. 96-98.

8. REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: SEBRAE – INPA, 2000. p. 307-310.

9. http://www.tropicos.org – Acesso em: 17 de junho de 2011.

10. PEREIRA, W S. et al., Evaluation of the subchronic toxicity of oral treatment with Chenopodium ambrosioides in mice. Journal of ethnopharmacology, v. 127, n. 3, p. 602-605, 2010. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874109007739?via%3Dihub

11. MONTEIRO, J. N. et al., Chenopodium ambrosioides L. essential oil and ethanol extract on control of canine Ancylostoma spp. Semina: Ciências Agrárias, 2017. 38, 4, 1947-1954. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/319146429_Chenopodium_ambrosioides_L_essential_oil_and_ethanol_extract_on_control_of_canine_Ancylostoma_spp

12. KOUAM, M. K. et al., Evaluation of in vivo acaricidal effect of soap containing essential oil of Chenopodium ambrosioides leaves on Rhipicephalus unulatus in the western highland of Cameroon, 2015. ID 516869, 1-5. Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/jpath/2015/516869/

13. DEGENHARDT, R. T., et al., Characterization and evaluation of the cytotoxic potencial of the essential oil of Chenopodium ambrosioides. Revista Brasileira de Farmacogonsia, 2016. 26, 56-61. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0102695X15002033

14. DEMBITSKY, V. et al., Ascaridole and related peroxides from the genus Chenopodium. Biomed Pap Med Fac Univ Palacky Olomouc Czech Reppub, 2008. 152 (2): 209-215. Disponível em: http://biomed.papers.upol.cz/artkey/bio-200802-0004_ascaridole_and_related_peroxides_from_the_genus_chenopodium.php

Tags: AbortivoAnti-inflamatórioBronquiteCicatrizanteFebreInseticidaNutritivaParasitoseReumatismoSarnaSinusiteTosseVermífuga

EQUINÁCEA

09/01/2020 20:49

Echinacea purpurea  ( L.) Moench.

Asteraceae (Compositae) 


Sinonímias: Rudbeckia purpurea L.; Brauneria purpurea (L.) Britt. 

Nomes populares:  Flor-roxa-cônica, cometa-roxo, equinácea. 

Origem ou Habitat: América do Norte , meio oeste dos EUA. 

Características botânicas:  Planta herbácea perene, ereta, rizomatosa, florífera, pouco ramificada, de 60-90 cm de altura, com folhas opostas, curto-pecioladas, cartáceas, ásperas, com três nervuras salientes, medindo de 4 a 12 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos cônicos, dispostas no ápice dos ramos, compostas por flores centrais diminutas de cor marrom-arroxeadas e de flores externas de corola alongada de cor rosa-arroxeada voltadas levemente para baixo. O conjunto, com 10 a 15 cm de diâmetro, lembra a cabeleira de um cometa, daí a razão de um de seus nomes populares. Possui raízes cilíndrico-afiladas, inteiras, sutilmente espiraladas, longitudinalmente sulcadas, fibrosas, com a casca fina, lenhosa, com poros alternos. O rizoma tem medula com a forma circular. O florescimento ocorre de setembro a novembro.  

Uso popular:  Indicada em síndromes gripais com tosse, bronquite, febre, dores de garganta. Na profilaxia e tratamento da gripe, rinossinusites e infecções do trato urinário. Externamente, sob a forma de pomadas ou em compressas nas queimaduras, feridas purulentas, acne e outras ulcerações na pele, ou na forma de cataplasma contra artrites, hemorróidas e doenças venéreas. Na forma de gargarejo, é indicada para dores de dente, abcessos dentais e ulcerações da mucosa oral. É indicada também para tratamento de infecções crônicas, frieiras, picada de insetos, erisipela, sífilis, impurezas do sangue e febres pútridas. 

Composição química:  Óleo essencial, fitosteróis, rutósido, alcalóides pirrozidínicos (0,006%), possui como compostos ativos os derivados dos ácidos dicafeico e ferúlico, os equinacósidos A e B (0.5 a 1%), compostos alifáticos de cadeia longa e polissacáridos (equinacinas). As folhas e flores contêm ácido chicórico, rutina e metiléster. A parte aérea contém amidas altamente insaturadas, germaceno, vanilina, metil-p-hidroxicinamato e um derivado de labdano. O rizoma contém poliacetilenos, ácido chicórico (0.6 a 2.1%), ácido clorogênico, alcamidas, derivados do ácido cafeico, equinaceína, 4-0-metil-gliconoarabinoxilano, inulina, frutose, pentose, ésteres do ácido cafeico (equinacosídeo – 0.5 a 1% e cinarina), humuleno, equinolona e betaína. Entre os polissacarídeos encontrados, o principal é a arbinogalactana. A planta contém ainda óleo essencial que encerra cariofileno, um sequiterpeno e poliacetilênicos, bem como ácidos graxos, proteínas, taninos e as vitaminas A, C e E. A maior concentração dos componentes mais ativos se encontra nas raízes e rizomas, contudo, frequentemente o suco fresco da planta obtida com folhas, hastes e flores também é utilizado. 

Ações farmacológicas: Os mucopolisacarídeos de alto peso molecular situados na raíz demonstrou um efeito imunoestimulante inespecífico verificado em vários níveis: aumento na produção de leucócitos e linfoquinas, aumento da taxa de properdina, elevação da produção de interferon, inibição de hialuronidase e aumento da capacidade de fagocitose por parte dos macrófagos. A arabinogalactana – obtida em cultura de células de E. purpurea – apresenta ação ativadora de macrófagos citotóxicos ás células tumorais e micro-organismos (Leishmania enrietti). Esta substância também induz macrófagos a produzirem o fator de necrose tumoral (TNF-alfa) interleucina e interferon b-2, bem como incrementa um pouco a proliferação de células T. Experimentalmente, a equinaceína demonstrou propriedades antiparasitárias e antiinflamatórias. Extratos de equinácea incrementaram em 45% a fagocitose de Candida albicans através de granulócitos e monócitos de indivíduos sadios in vitro. Altas doses de extrato da planta interferem nas enzimas do esperma, afetando a motilidade e, consequentemente, a viabilidade do mesmo. Diversos estudos clínicos tem demonstrado benefícios na administração de extratos de equinácea para o alívio e encurtamento de sintomas relacionados com patologias do trato respiratório superior. Em um deles, duplo-cego, com 180 pacientes voluntários, na Alemanha, com sintomas respiratórios como congestão nasal, rinite, resfriados e estados gripais, a amostra foi dividida em três grupos. O primeiro foi tratado com 900 mg diários de extrato de equinácea; o segundo grupo recebeu 450 mg e o terceiro apenas tratado com placebo. Ao fim de quatro dias, o primeiro grupo foi o único que mostrou diminuição estatisticamente significativa dos sintomas. Um produto comercial elaborado à base de equinácea apresenta atividade anti-herpética contra vírus herpes tipo 1 e 2, suscetíveis e resistentes ao aciclovir. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Quando utilizada por mais de oito semanas, a equinácea pode causar hepatotoxicidade e, portanto, não deveria ser utilizada com outras drogas hepatotóxicas (esteróides anabólicos, amiodarona, metotrexato e cetoconazol). Por ser estimulante do sistema imune, não deve ser administrada com imunosupressores ou quando há doenças auto -imunes. Pode produzir um aumento da salivação e o uso parenteral do extrato pode produzir reações alérgicas, náuseas, vômitos e por vezes, febre. Deve-se, portanto, utilizar a planta com precaução, e não exceder o tratamento por via oral em mais de 8 semanas. 4. 

Contra-indicações:  A segurança durante a gravidez e a lactação ainda não foi confirmada, não sendo recomendável o uso nestes casos. 

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 445-451. 

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian 2003. p. 290-91. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 154-55 

SILVA JUNIOR, A. A. Essentia herba: Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003. p. 196-205.

Tags: AcneArtriteBronquiteFebreGripeHemorróidaQueimaduraTosse

CORDÃO-DE-FRADE

08/01/2020 16:15

Leonotis nepetifolia (L.) R.Br.

Lamiaceae 


Sinonímias: Leonurus globosus Moench; Leonurus nepetifolius (L.) Mill.; Phlomis nepetifolia L.;

Nomes populares:  Cordão-de-frade, cordão-de-são-francisco, emenda-nervos, pau-de-praga, corindiba, etc.

Origem ou Habitat: Nativa da África tropical e naturalizada em todo o Brasil.

Características botânicas:  Herbácea anual, ereta, pouco ramificada, aromática, caule quadrangular, medindo de 80 a 160 cm de altura. Folhas membranáceas, simples, opostas, longo-pecioladas, com a face inferior de cor verde-esbranquiçada, medindo de 5-12 cm de comprimento. Flores labiadas, alaranjadas, com sépalas de pontas agudas e ásperas, reunidas em inflorescências globosas axilares, distribuídas ao longo do caule, à semelhança de um cordão com nós que os frades usavam na cintura, daí a razão de seu nome popular.

Partes usadas: Folhas, inflorescências, raízes e hastes.

Uso popular:  Esta planta é empregada na medicina popular para tratar casos de bronquite crônica, tosses, asma brônquica, dores de origem reumática, inflamação urinária e nos casos de dispepsia e astenia. É registrado o uso como anti-hemorrágico uterino. Os nativos das Guianas empregam as inflorescências para estimular a secreção da bile e melhorar a digestão. O decocto das folhas é usado como antidisentérico e para calculose renal.

Na Índia, é empregado como analgésico, tratamento da febre, diarréia, asma bronquial, malária, influenza, etc.

Composição química:  Alguns compostos encontrados: terpenos, flavonóides, taninos, iridóides, esteróis e gorduras.

Os componentes principais do óleo essencial foram D-germacreno (40,7%), β-cariofileno (16,0%), e α-humuleno (10,9%).

Dez novos diterpenos bis-spirolabdane, leonepetaefolins AE (1, 3, 5, 7, 9) e 15-epi-leonepetaefolins AE (2, 4, 6, 8, 10), juntamente com oito diterpenos labdano conhecidos (11-18) bem como dois flavonóides conhecidos, apigenina e cirsiliol, foram isolados a partir das folhas de Leonotis nepetaefolia.

Ações farmacológicas: Um estudo mostrou que a planta Leonotis nepetifolia possui as seguintes propriedades biológicas: antibacteriana, antioxidante, larvicida e pesticida.

 

 

Referências:
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

Li J 1 , Fronczek FR , Ferreira D , Burandt CL Jr , Setola V , Roth BL , Zjawiony JK -. Bis-diterpenóides spirolabdane de Leonotis nepetaefolia. J Nat Prod. 2012 Apr 27;75(4):728-34.Acesso 15 Ago 2014.

Rojas, Luis B.; Cordero de Rojas, Yndra; Arzola, Juan Carmona; Usubillaga, Alfredo – Volatile components of the leaves of Leonotis nepetifolia (L.) R. Br. growing in the Merida State, Venezuela – Ciencia (Maracaibo, Venezuela) (2007), 15(3), 357-360. Language: Spanish, Database: CAPLUS – Acesso 14 Ago 2014.

Sobolewska, D. et al.- Preliminary phytochemical and biological screening of methanolic and acetone extracts from Leonotis nepetifolia (L.) R. Br – From Journal of Medicinal Plants Research (2012), 6(30), 4582-4585. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 14 Ago 2014

http://www.tropicos.org/Name/17600109 – Acesso 14 Ago 2014.

Udaya Prakash, N. K. et al.- Studies on antibacterial, antioxidant, larvicidal, pesticidal activities and phytochemistry of Leonotis nepetifolia (Linn) R. Br. International Journal of Research in Pharmaceutical Sciences (Madurai, India) (2013), 4(2), 303-309. Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 14 Agosto 2014.

Tags: AsmaAsteniaBronquiteDiarreiasDispepsiaTosse

CHAMBÁ

07/01/2020 22:49

Justicia pectoralis  Jacq.

Acanthaceae  


 Sinonímias: Dianthera pectoralis (Jacq.) J.F. Gmel., Dianthera pectoralis (Jacq.) Murray, Ecbolium pectorale (Jacq.) Kuntze, Justicia pectoralis var. latifolia Bremek., Justicia stuebelii Lindau, Psacadocalymma pectorale (Jacq.) Bremek., Rhytiglossa pectoralis (Jacq.) Nees, Stethoma pectoralis (Jacq.) Raf., etc. 

Nomes populares:  Chambá, chachambá, anador, trevo-do-pará, trevo-cumaru; tilo, carpintero, té criollo (Cuba). 

Origem ou Habitat: Nativa da região tropical da América (Alonso, 2004; Gupta, 1995). 

Características botânicas:  Herbácea perene, suberecta, ascendente, com até 60 cm de altura, com ramos delgados, caule com pêlos curtos e engrossamento na região dos nós. Folhas inteiras, simples, opostas, lanceoladas ou ovado-lanceoladas, de 3 a 10 cm de comprimento, sem pêlos, acuminadas, com a base estreita e obtusa, com 0,7 a 2 cm de largura. Flores irregulares, com corola violácea, disposta em panículas terminais. Possui cápsula comprimida e estipitada. Multiplica-se por estaquia ou replantando-se pequenos ramos já enraizados (Matos, 2000).  

Obs.: Lorenzi & Matos (2002) e Matos (2000) descrevem em seus livros uma variedade botânica desta espécie, a Justicia pectoralis var. stenophylla Leon., enquanto Alonso (2004) e Gupta (1995) descrevem monografias mais completas sobre Justicia pectoralis Jacq. Ambas possuem os mesmos fins, sendo esta última também nativa da região tropical e conhecida por “chambá-falso” (Lorenzi & Matos, 2002). Alonso (2004) coloca que a incorporação da variedade stenophylla deve-se a suas qualidades aromáticas

Partes usadas:Folhas e flores. 

Uso popular:  Planta muito utilizada para problemas respiratórios como inflamações pulmonares, tosse, como expectorante, sudorífica (Lorenzi & Matos, 2002) e útil em crises de asma, bronquite e chiado no peito (Matos, 2000). Usada, principalmente em Cuba, como sedante (sendo seu uso mais comum neste país). No ano de 1990 a planta foi incluída em uma Resolução Oficial do Ministério da Saúde Pública de Cuba que autoriza seu uso como sedante do sistema nervoso nas Unidades de Saúde. No Haiti, as folhas são usadas para dores no estômago, e na Costa Rica é utilizada para tirar o catarro do pulmão (Gupta, 1995), enquanto em outras regiões do Caribe a planta inteira, macerada, é aplicada sobre ferimentos e torsões (Alonso, 2004). Na região Amazônica, as folhas do chambá são utilizadas em rituais pelos indígenas como um aditivo e aromatizante de misturas alucinógenas usadas em rapés. Empregada também como medicação contra reumatismo, cefaléia, febre, cólicas abdominais, como afrodisíaca (Lorenzi & Matos, 2002) e contra coqueluche (Drescher, 2001). 

Composição química:  Possui flavonóides como swertisina, swertiajaponina, ramnosil-2-swertisina e ramnosil-2-swertiajaponina. Contém traços de alcaloides indólicos, cumarina, dihidrocumarina, umbeliferona, beta-sitosterol, lignanas (justicina B, justicidina), betaína, ácidos palmítico e esteárico, ácido dihidroxifenilpropionico, beta-escopoletina e os seguintes aminoácidos: ácidos alfa e gama-aminobutírico, alanina, fenilalanina, glicina, hidroxiprolina, isoleucina, leucina, lisina, ornitina, prolina, serina, treonina, valina (Alonso, 2004), fosfoserina, asparagina (Gupta, 1995). Possui ainda N-metiltriptamina, N,N-dimetiltriptamina e vascina (Gupta, 1995). 

Em Cuba, a análise fitoquímica das partes aéreas registrou cumarinas (dihidrocumarina e umbeliferona); flavonóides (flavonas glicosiladas); saponinas; taninos; antraquinonas; betaína; aminoácidos; B-sitosterol e compostos fenólicos. 

Análise proximal de 100 g de folhas: calorias (44), água (85 g), proteína (3,9 g), gorduras (0,6 g), carboidratos (8,2 g), fibras (2,8 g), cinzas (2,3 g), cálcio (663 mg), ferro (7,4 mg), potássio (35 mg), caroteno (2.670 microg), tiamina (0,04 mg), riboflavina (0,2 mg), niacina (2,5 mg), ácido ascórbico (28 mg). Também foram reportados os seguintes oligoelementos: manganês, níquel, escândio e vanádio (Alonso, 2004). 

Ações farmacológicas: Em um estudo clínico duplo cego, que utilizou cápsulas do extrato aquoso liofilizado da planta em um grupo de pacientes e cápsulas de diazepam no grupo controle, comprovou-se o efeito sedante da planta e não se observou efeitos secundários nos pacientes tratados. Foram também reportadas atividades antibacteriana, relaxante da musculatura lisa, antagonista de serotonina e redutora de atividade espontânea (Gupta, 1995). Tanto a decocção das partes aéreas da planta em estado fresco como a infusão das partes aéreas em estado seco demonstraram atividade sedante em humanos adultos. Tendo em conta o emprego popular como alucinógeno, constatou-se em 10 pessoas normais, tratadas com a decocção das partes aéreas, modificações eletroencefalográficas significativas e sugestivas de atividade neurotrópica (Alonso, 2004). O extrato da planta possui ação broncodilatadora, analgésica e anti-inflamatória comprovada experimentalmente, justificando seu uso popular nos tratamentos de crises de asma, tosse, bronquite e chiado no peito (Matos, 2000). A cumarina extraída da planta tem atividade anti-inflamatória e cicatrizante comprovada (Gupta, 1995). A planta possui ação inseticida sobre o mosquito Aedes aegypti (Chariandy, et al., 1999). 

Interações medicamentosas: Não deve ser usada conjuntamente com anticoagulantes ou em pacientes com transtornos circulatórios.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Doses altas testadas em modelos animais não demonstraram sinais de toxicidade. Pode causar sonolência, dor de cabeça e enjoos. 

O emprego medicamentoso desta planta deve ser feito com cuidado de evitar o uso das folhas secas quando mal conservadas pelo risco de haver modificação química da cumarina, promovida por fungos, que podem transformá-la em dicumarol, substância que causa grave hemorragia por impedir a coagulação do sangue, usada inclusive em veneno para ratos (Lorenzi & Matos, 2002). 

Contra-indicações:  Pela falta de informações sobre a inocuidade da planta em situações como gravidez e lactação, não se recomenda o uso desta planta nestas situações (Alonso, 2004). 

Não consumir por mais de 30 dias consecutivos. 

Posologia e modo de uso: Utiliza-se a infusão das folhas frescas ou secas, 1 xícara (150ml) de 1 a 3 vezes por dia (Alonso, 2004; Drescher, 2001) ou na forma de xarope, feito só com o chambá ou em associação com malvariço (Plectranthus amboinicus) (Matos, 2000). 

Externamente, as folhas são maceradas e aplicadas localmente (Alonso, 2004). Pode ser utilizado o seu extrato hidroalcoólico, mediante percolação em uma solução água-etanol (7:3) (Alonso, 2004). 

 

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 1016-1018 

CHARIANDY, C. M., et al. Screening of medicinal plants from Trinidad and Tobago for antimicrobial and insecticidal properties. Journal of Ethnopharmacology, v. 64, n. 3, p. 265-270, March 1999. 

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 51/148/157/160/188/326/354. 

Formulario Nacional, Fitofármacos e Apifármacos. Ministerio de Salud Pública, Dirección Nacional de Farmacias. Ed.Ciencias Médicas, La Habana, Cuba, 2010. 

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia:. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995. p. 3-6. 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 37-38. 

MATOS, F. J. A . Plantas Medicinais: 

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. http://www.tropicos.org – Acesso em: 13 Junho de 2011.

Tags: AlucinógenaAsmaBronquiteCefaléiaCólicaExpectoranteFebreFeridasReumatismoRituaisSedativoSudoríficaTosse

CAPIM-LIMÃO

05/01/2020 17:15

Cymbopogon citratus  (DC.) Stapf.
Poaceae (Gramineae) 


Sinonímias: Andropogon ceriferus Hack., Andropogon citratus DC.

Nomes populares:  Capim-limão, capim-cidró, capim-cidreira, capim-cidrilho, capim-santo, capim-cheiroso, capim-marinho, erva-cidreira, cana-cidreira, chá-de-estrada, fever grass (English, United States), lemongrass (English, United States), sontol (Spanish), té de limón (Spanish), zacate de limón (Spanish), xiang mao (China), belgata e chá-do-gabão (Portugal), surwai (Índia), citronelle (França).

Origem ou Habitat: Nativo da Índia e Sul da Ásia. Cresce em climas tropicais úmidos, ensolarados, até 1200 m do nível do mar. Atualmente é cultivado na Ásia, América Central e Sul da América.

Características botânicas:  Erva perene, com caule tipo colmo, formando touceiras compactas e grandes, cerca de 1 – 2 m de altura. Folhas com 60 – 100 cm de comprimento e, 1,5 – 2 cm de largura, invaginantes, alternas, paralelinérveas, lineares, longo-atenuadas no ápice e com cobertura cerosa, ásperas em ambas as faces, cortantes. Inflorescência formada por espiguetas reunidas em racemos espiciformes, de 30 – 60 cm no ápice dos colmos. Fruto cariopse.

Partes usadas: Folhas e rizomas.

Uso popular:  As folhas são utilizadas na forma de decocto ou infuso como calmante, febrífugo, antiespasmódico, diurético, depurativo do sangue, tratamento de hemorróidas, pressão alta, problemas nervosos, distúrbios de fígado, má digestão, enjôos e diarréia.

Na Argentina as folhas são usadas (decocção ou tintura) em casos de gripe, febre, tosse, espasmos digestivos, diarréia, meteorismo, quadros respiratórios, nervos, insônia, pé-de-atleta, hipertensão arterial, dor de garganta, laxante e como antiemético.

Em Honduras, além dos usos tradicionais, usam como antimalárico, antiasmático e para lavar os olhos.

Em Tobago é indicada a decocção das raízes contra gripe e febre.

Em Malásia elaboram uma pasta feita com as folhas trituradas para aplicar sobre a fronte em casos de dor de cabeça. Topicamente, a decocção das folhas é usada em dores reumáticas, lombalgias, eczemas, neuragias, etc.

A medicina ayurvédica recomenda a decocção das folhas como laxante, antiparasitário, em bronquites, como anticonvulsivante, contra a lepra e como afrodisíaco.

Composição química:  A planta contém um óleo rico em inúmeros alcoóis, ácidos voláteis, aldeídos, cetonas, ésteres, terpenos. O citral, compostos pelos isômeros neral e geranial, é responsável pelo odor de limão e é o composto majoritário, juntamente com geraniol e mirceno. Comercialmente, distinguem-se dois tipos de óleo essencial de Cymbopogon citratus, o East Indian e o West Indian, que diferem por possuírem concentrações diferentes de mirceno. Entre os constituintes fixos da parte aérea, encontram-se substâncias alcaloídicas, hexacosanol, triacontanol, sitosteral, flavonóides, além de dois triterpenóides isolados da cera que recobre as folhas, uma cetona (cimbopogona) e um álcool (cimbopogonol).

Quanto ao teor de Citral, principal componente do óleo essencial, foi verificado por Cicogna Junior et al. (1986-1987) apud Martins et al. (2004), que a maior quantidade encontrada de Citral a e b em espécies brasileiras foi de 43,6%, muito abaixo dos valores registrados na literatura especializada (75 – 85%). Por outro lado, foi descrito por Ekundayo (1984) apud Martins et al. (2004), a ocorrência de 57% de Citral no óleo essencial de Cymbopogon citratus nigeriano, porém, esta porcentagem está abaixo do esperado para as espécies africanas (70%). Ele explica que essa variação na quantidade de Citral é devida a fatores genéticos e não ambientais, já que a porcentagem de Citral em C. citratus nigeriano é a mesma durante as diferentes estações do ano.

O Citral é utilizado como matéria-prima de importantes compostos químicos denominados iononas, utilizados na perfumaria e na síntese da Vitamina A.

INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS:

👥(HU): Estudo randomizado mostrou
potencial atividade para a infusão preparada com as folhas do C. citratus no tratamento de candidíase oral em pacientes com HIV.
Estudos clínicos de fase I e II mostram potencial ação antifúngica na pitiríase versicolor em formulações contendo o óleo essencial da planta (menor que o controle cetoconazol). Seu
benefício no tratamento da ansiedade ainda não está esclarecido.                                                        🐁(AN): Na literatura é reportada a propriedade gastroprotetora para a infusão das folhas em ratos.                                                           🦠🧫 (IV): Estudo com os rizomas mostrou potencial antimicrobiano para micobactérias causadoras da tuberculose.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Trata-se de uma espécie bem tolerada em qualquer forma galênica e nas doses recomendadas.

Doses maiores, por exemplo, 500 – 1000 ml da decocção em dose única, pode ocasionar depressão geral e sedação.

A infusão das folhas, administrada por via oral a ratas, durante dois meses e em doses 20 vezes superiores à estabelecidas para humanos, não evidenciou toxicidade alguma.

Foram feitas provas de toxicidade aguda e subaguda com a infusão das folhas em 11 voluntários humanos e não foram observadas alterações nos principais parâmetros hematológicos nem nos ECG e EEG. Resultados semelhantes observou-se com a decocção das folhas, por via oral, durante dois meses (Alonso, 2004).

O decocto ou o infuso devem ser filtrados para evitar ingerir os microfilamentos, que a longo prazo podem provocar quadros erosivos na mucosa esofágica

Contra-indicações:  McGuffin et al. (1997) apud Der Maderosian (2001) que diz ser contra-indicado na gravidez por ser abortivo.

Contra-indicado em úlcera péptica; pode provocar gastrite e azia em pessoas sensíveis (Botsaris, 2002).

Posologia e modo de uso: Uso interno e/ou externo: infusão ou decocção: 20g de folhas trituradas em 1 litro de água, filtrar e tomar 3 a 4 xícaras ao dia.

Observações: No Brasil, esta espécie ( Cymbopogon citratus (DC.) Stapf) não floresce; porém, existe outra espécie – Cymbopogon flexuosus (Nees ex Steud.)Will.Watson – que tem porte maior, composição química e usos semelhantes e floresce no Brasil (fotos abaixo). As folhas de Cymbopogon citratus (DC.) Stapf são reconhecidas pelas Farmacopéias da França e Vietnam entre outras, pelo Códex Farmacêutico da Índia, pelo Diretório de Drogas do Japão e pelos Ministérios da Saúde de Bolívia, Colômbia, Cuba e Venezuela (Alonso, 2004)

 

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BELÉM L. F. Atividade antifúngica de óleos essenciais obtidos de plantas medicinais contra Malassezia furfur. In: XVI- SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 2000, Refice, PE.

BOTSARIS, A. S. As fórmulas mágicas das plantas. 3. ed., Rio de Janeiro: Nova Era, 2002. p. 300.

DI STASI, L. C. Plantas medicinais na Amazônia. São Paulo: UNESP, 1989.

MARTINS, M. B. G. et al. Caracterização anatômica da folha de Cymbopogon citratus (DC.)Stapf (Poaceae) e perfil químico do óleo essencial. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. v.6, n.3, p.20-29, Botucatu, 2004.

ROBINEAU, L. (Ed.) Towards a Caribbean Pharmacopeia TRAMIL 4: Scientific research and popular use of Medicinal plants in the Caribbean. Honduras: [s. i.] 1989.

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

SOUSA, M. P. Constituintes químicos ativos de plantas medicinais brasileiras. Fortaleza: EUFC, 1991.

WENIGER, Β.; ROBINEAU, L. Seminário TRAMIL 3: Elements pour une Pharmacopée Caribe. Santo Domingo: Editora Compio, 1988.

http://www.ibb.unesp.br/servicos/publicacoes/rbpm/pdf_v6_n3_2004/artigo_5_v6_n3.pdf – Acesso em: 29 de novembro de 2011

http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/academica/article/view/556/464 – Acesso em: 29 de novembro de 2011.

http://www.tropicos.org/Name/25511805 – Acesso em: 25 de novembro de 2011.

Tags: AntiasmáticaAntiespasmódicoBronquiteCalmanteDiuréticoEnjôoFebrífugaHemorróidaHipertensãoInsôniaLaxante

BANANINHA-DO-MATO

30/12/2019 23:37

Bromelia antiacantha  Bertol.

Bromeliaceae 


SinonímiasBromelia commeliniana de Vriese, Bromelia sceptrum Fenzl ex Hügel, Agallostachys antiacantha (Bertol.) Beer, Agallostachys commeliniana (de Vriese) Beer, etc.

Nomes populares: Caraguatá, gravatá-da-praia, gravatá-do-mato, banana-do-mato, banana selvagem, etc. “Caraguatá” do Tupi-guarani, significa erva da folha fibrosa.

Origem ou Habitat: Brasil (Mata Atlântica).

Características botânicas: A Bromelia antiacantha é uma herbácea de hábito terrestre medindo até 2 metros de altura e formando densos agrupamentos chamados de “reboleiras”. Folhas lineares, em forma de rosetas basais, canaliculadas, coriáceas, com espinhos nas margens em forma de ganchos, de cor vermelha na base e verde-avermelhada no ápice, medindo até 1,4 metros de comprimento. Antes do aparecimento da inflorescência, a espécie apresenta no centro da roseta as brácteas vermelhas. As flores são perfeitas, de cor violeta, dispostas num racemo denso com eixo grosso localizado no centro da roseta. Os frutos são bagas ovaladas, de cor amarela e polpa comestível, por esse motivo, segundo Reitz, (1983), é chamada de “banana-do-mato”. Multiplica-se por brotação e por sementes.

Partes usadas: Frutos e as folhas.

Uso popular: É uma planta medicinal, alimentícia e ornamental, além de utilizada na confecção de fibras para tecidos e cordoaria.

A polpa dos frutos é usada para preparar um xarope usado para problemas respiratórios como asma, tosse, bronquite. Também é usado para eliminar pedras nos rins e como tratamento coadjuvante da icterícia e hidropisia (edema).

O chá das folhas (decocção) é recomendado para tratamento de afecções da mucosa bucal na forma de bochechos.

Os frutos são ácidos, purgativos, diuréticos, vermífugos e abortivos.

Composição química: Segundo Lorenzi & Matos, (2008) apresentam saponinas, taninos, mucilagens e a enzima bromelina. Fabri & da Costa (2012)em amostras coletadas em MG, assinalam a presença de alcalóides, triterpenos, esteróides, flavonóides.

  • Na dissertação de mestrado de Camila Martini Zanella, assinala a presença de flavonóides, antocianidinas.
    Enzimas: Antiacantaina A, Bromelina

Ações farmacológicas: Bromelia antiacantha mostra-se como uma promissora fonte de substâncias bioactivas principalmente contra P. aeruginosa e E. coli.

Contra-indicações: Não usar durante a gravidez.

Posologia e modo de uso: Xarope da polpa carnosa: cortar os frutos (1 fruto para cada xícara de água) e ferver durante 5 minutos, após amassar os pedaços e coar, adicionar açúcar cristal ao coado e retornar ao fogo até dissolver o açúcar. Tomar 1 colher (sopa) 2-3 vezes ao dia para adultos; para crianças acima de 6 anos, 1 colher (chá) 2-3 vezes ao dia.

Decocção das folhas: cortar as folhas em pedaços pequenos e ferver durante 3-5 minutos. Acrescentar algumas gotas de própolis e fazer bochechos 3 vezes ao dia, para o tratamento de afecções da mucosa bucal (aftas e feridas).

 

 

Referências: 
http://www.sbpmed.org.br/download/issn_07_3/artigo15_v9_n3.pdf – Acesso 08 junho 2014.

Fabri, R. L. da Costa, J. A. B. M. ” Pharmacognostic profile and evaluation of antibacterial and cytotoxic activities of the Bromelia antiacantha Bertol”. Revista Eletrônica de Farmácia Vol. IX (2), 37 – 48, 2012.

http://www.ufrgs.br/floradigital – Acesso 13 Agosto 2015

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

REITZ, R. Bromeliaceas e a malária – Bromélia endêmica.In: Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1983. 856p

VALLÉS, Diego; CANTERA, Ana M.b.. Antiacanthain A: New proteases isolated from Bromelia antiacantha Bertol. (Bromeliaceae). International Journal Of Biological Macromolecules, [s.l.], v. 113, p.916-923, jul. 2018.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.colecionandofrutas.org/bromeliaantiacantha.htm – acesso em 08 de junho de 2014.

Santos, Vanessa N. C.; de Freitas, Rilton A.; Deschamps, Francisco C.; Biavatti, Maique W. “Ripe fruits of Bromelia antiacantha: investigations on the chemical and bioactivity profile”. Revista Brasileira de Farmacognosia (2009), 19(2A), 358-365.(Scifinder, art.7) – Acesso Agosto 2015.

Zanella, Camila Martini. Caracterização genética, morfológica e fitoquímica de populações de Bromelia antiacantha (Bertol.) do Rio Grande do Sul, dissertação de mestrado, 2009.

http://www.tropicos.org/Name/4300837?tab=synonyms.

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