TOMATE

24/02/2020 14:54

Lycopersicon esculentum  Mill.

Solanaceae


SinonímiasSolanum lycopersicum L.

Nomes populares: Tomate (Brasil), tomato, gold-apple, love-apple, (Ingles, Estados Unidos), fan qie (Pinyin, China).

Origem ou Habitat: América do Sul.

Características botânicas: Planta anual, ereta, com ramos subescandentes e muito ramificados, com folhas pinatifídas de formas variadas. Flores amarelas, dispostas em pequenos cachos. Fruto comestível do tipo baga, de forma variada, geralmente globosa, de casca fina, vermelha, com um pequeno cálice persistente na base, contendo inúmeras sementes pequenas. (LORENZI & MATOS, 2002).

Partes usadas: Frutos e folhas.

Uso popular: Os frutos são usados na alimentação como saladas, in natura, sucos, molhos, ou na forma de suco como alimentação suplementar.

A literatura etnobotânica registra o uso de seus frutos na medicina caseira para tratamento da hipertensão, afecções da boca e da garganta, dor de dente, resfriado, queimaduras e reumatismo.

As folhas são citadas como anti-inflamatórias.

Composição química: Nas folhas: glicoalcalóides esteroidais, principalmente a tomatina e suas geninas, a tomatidina e solanidina; além de rutina, ácido clorogênico e uma furocumarina de ação fotossensibilizante.

Nos frutos foram registradas as presenças de esteróides, dos ácidos p-cumárico, málico e ascórbico (Vit.C), vitaminas do complexo B, o licopeno e a glutationa.

Ações farmacológicas: Testes em animais registram atividade antifúngica local, e ação anti-histamínica, anti-inflamatória e inibidora da absorção do colesterol por via oral.

Possui atividade antioxidante.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão de 100g das folhas ou do tomate verde causa severa intoxicação caracterizada por vômitos, diarréia, cólicas, tontura e baixa frequência cardíaca e falta de respiração que pode levar a óbito.

Contra-indicações: Preparações para uso oral com as folhas ou com os frutos verdes são desaconselhadas.

Evitar exposição prolongada ao sol quando estiver usando o suco de tomate.

Posologia e modo de uso: Para tratamento da candidíase bucal usa-se o bochecho feito com o sumo recentemente preparado por trituração do fruto e passado em peneira fina.

Para uso oral contra alergias, inflamações, colesterol alto e problemas urinários devido a inflamação da próstata recomenda-se comer o fruto em saladas ou o suco, na dose de uma xícara de chá por dia.

Observações: No Brasil ocorre a espécie Lycopersicon pipinellifolium Mill., com características e propriedades semelhantes ao tomateiro comum.

Estudos recentes mostram alternativas eficazes para a preservação de tomates, por exemplo, folhas de nim (Azadiractha indica A. Juss), em comparação com o tradicional fungicida pós-colheita tiofanato.

Referências: 

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

MASOOD, Shahid; Randhawa, Muhammad Atif; Butt, Masood Sadiq; Asghar, Muhammad “A Potential of Biopesticides to Enhance the Shelf Life of Tomatoes (Lycopersicon Esculentum Mill.) in the Controlled Atmosphere”. From Journal of Food Processing and Preservation (2016), 40(1), 3-13.

http://decs.bvs.br/cgi-bin/ – Acesso 26 FEV 2016

http://www.tropicos.org/Name/29602513 – Acesso 15 FEV 2016.

Tags: Anti-inflamatórioComestívelHipertensãoNutritivaQueimaduraResfriadoReumatismo

NONI

17/02/2020 22:09

Morinda citrifolia  L.

Rubiaceae 


SinonímiasMorinda asperula Standl., Morinda bracteata Roxb.,Morinda nodosa Buch.-Ham., Morinda tinctoria Noronha.

Nomes populares: Noni, cheesefruit, indian mulberry, yema de huevo.

Origem ou Habitat: O gênero Morinda compreende 50-80 espécies de plantas localizados na faixa tropical da África, Austrália e Ásia. O noni é nativo da Ásia (faixa costeira de Índia, Sri Lanka e sudeste do continente), Ilhas do Oceano Pacífico (Polinésia, Hawaii) e Austrália.

Características botânicas: Trata-se de uma pequena árvore que mede até 8 metros de altura; folhas oblongo-ovadas de 10-30 cm de comprimento, com ápice agudo e a base arredondada; flores brancas perfumadas, dispostas em cabeças globosas ou ovais, corola tubular de aproximadamente 10 mm; fruto tipo sincarpo; isto é, conjunto de frutos soldados entre si e procedentes de flores distintas; branco-cremoso, de forma oval, medindo de 5-7 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas, fruto e raiz.

Uso popular: As folhas, na forma de chá por infusão, é recomendado em casos de náuseas, febre, tosse, diarreia, disenteria, cefaleia, verminose, dismenorreia, arteriosclerose e fadiga em geral.

Na Thailandia, além destas recomendações, é utilizada para tratar hipertensão arterial, alergias e afecções da boca.

Na Malásia é indicada a decocção das folhas para tratar diabetes. Esta mesma decocção é indicada para uso externo em casos de feridas, sarnas, psoríase e úlceras cutâneas.

A decocção da raiz é empregada como anti-hipertensivo, anti-febril e como laxante. Em aplicações externas para dores reumáticas e gota.

O fruto é considerado estomacal, laxante, emenagogo, efetivo em metrorragias (sangramento uterino), leucorreia, diabetes e asma. Quando cozido é indicado para disenteria.

No Hawaii e Tahiti o suco do fruto é recomendado como anticancerígeno. (Alonso, 2004).

Composição química: Alcalóide Proxeronina, (no organismo é convertida em xeronina), lignanos, b-sitosterol, ácido ursólico, iridóides (citrifolinosídeo A, asperulosídeo, ácido asperulosídico, flavonóides (rutina), vitamina C, vitamina B1 (tiamina), vitamina B2 (riboflavina), beta-carotenos, escopoletina, sais minerais (cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio), antraquinonas (damnacanthal, L-asperuloside, alizarina), corante morindina, selênio,(raiz).

Ações farmacológicas: Dentre as amplas propriedades apregoadas ao fruto, destacam-se: propriedade analgésica, antioxidante, anti-inflamatória, hipo-tensora arterial e anticancerígena. O bioquímico Ralph Heinicke dedicou muitos anos de sua vida na investigação da fruta noni, e em 1985, descobriu a proxeronina, a qual contribuiu para explicar as propriedades do fruto, que é tido como um regulador do metabolismo e das funções biológicas

Interações medicamentosas: Recomenda-se não administrar extratos de noni em pacientes que estão em tratamento com drogas anti-hipertensivas ou diuréticas, pela possibilidade de aumentar os efeitos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Foram realizados estudos somente em animais e todos eles indicaram baixa toxicidade dos extratos de noni. (Alonso, 2004)

há relatos de hepatotoxicidade(Simões, 2017.

Contra-indicações: Não administrar suco ou extrato de noni durante a gestação, principalmente no último mês, devido aos efeitos relaxantes do tono muscular uterino.

Não administrar suco de noni em pacientes com insuficiência renal crônica devido ao alto conteúdo de potássio.

Posologia e modo de uso: Decocção: 2 colheres (chá) de raízes picadas para cada xícara de água. Tomar 2-3 xícaras diárias.

Suco do fruto: tomar 100 ml ao dia, divididos em duas partes, antes das refeições.

Observações: Existe uma planta chamada Morinda officinalis F.C. How, conhecida na China como “ba ji tian” e segundo a MTC, possui as propriedades picante, doce e amornante, usada para tonificar o rim e reforçar o yang, além de reforçar ossos e articulações, aquecer o útero e promover a fertilidade. A parte utilizada é a raiz. É contra-indicada em pacientes com dificuldade para urinar. É uma erva adstringente, e pode reter a urina; também é ressecante, e pode ressecar as fezes, agravando os casos de constipação. Muitas vezes é usada em associação com outras plantas.(BOTSARIS, 1995).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BOTSARIS, A. S. FITOTERAPIA CHINESA E PLANTAS BRASILEIRAS. São Paulo, SP, Ícone Editora Ltda, 1995. pgs 440-441

farmacognosia:do produto natural ao medicamento?organizadores,Claúdia Maria Oliveira Simões …(et. al.).-,Porto Alegre : Artmed, 2017.

http://www.botanical-online.com/noni_propiedades_medicinales.htm – acesso em 23 de janeiro de 2013.

http://www.epharmacognosy.com/2012/06/morinda-root-bajitian-morinda.html – acesso em 05 de fevereiro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/27900127 – acesso em 23 de janeiro de 2013.

Tags: AlergiaCefaléiaDiarreiasDisenteriaEmenagogoFebreFeridasHipertensãoLaxanteNáuseaSarnaTosseVerminoses

MIL FOLHAS

17/02/2020 21:50

Achillea millefolium  L.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasChamaemelum millefolium (L.) E.H.L. Krause.

Nomes populares: Mil-folhas, aquiléia, atroveran, erva-de-carpinteiro, erva-de-cortaduras, erva-dos-carreteiros, milefólio, mil-em-rama, mil-folhada, nariz-sangrento, novalgina, pronto-alívio, erva-dos-militares,erva-dos-golpes, erva-dos-soldados, erva-de-cortaduras, erva-do-bom-deus, prazer-das-damas.

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e amplamente cultivada em hortas domésticas em quase todo o Brasil.

Características botânicas: Herbácea perene, rizomatosa, ereta, aromática, entouceirada, de 30-50 cm de altura. Folhas compostas finamente pinadas, de 5-8 cm de comprimento. Flores brancas, em capítulos reunidos em uma panícula terminal. Existem variedades cultivadas com fins ornamentais com capítulos de cores variadas. Multiplica-se por estacas e por divisão de touceira.

Partes usadas: Folhas e flores.

Uso popular: Uso interno: infecção das vias respiratórias superiores, indisposição, astenia, flatulência, dispepsia, estimulante das funções digestivas, cálculos renais, dores reumáticas, como auxiliar no tratamento de gota, cólicas menstruais e renais, falta de apetite, náuseas, vômitos, discinesia hepatobiliar , colecistite, flebites, ajuda a regular o ciclo menstrual, reduz sangramento menstrual excessivo, diarréia, disenteria, febres, hipertensão, amenorréia, enurese noturna de criança, hemorragias internas e externas (uterina, pulmonar, hemorróidas, feridas, úlceras, queimaduras e varizes), dores de estômago e de dente, como antiinflamatória para bexiga, incontinência urinária, rins e intestinos, é benéfica na febre do feno, melhora a circulação venosa e tonifica veias varicosas, e associada a outras ervas ajuda na recuperação de gripes e resfriados. Desde muito tempo é utilizada na fabricação de bebidas amargas.

Uso externo: hemorróidas, prostatite, fissuras anais, contusões, dores musculares, doenças de pele, feridas, úlceras dérmicas, queimaduras, inflamações ginecológicas, eczemas, cãibras, como auxiliar no tratamento da psoríase, como suavizante e antipruriginoso em afecções dermatológicas, em condições espasmódicas dolorosas do baixo ventre(na forma de banhos de assento). É utilizada há séculos na cura de feridas.

Informações científicas: 👥 (HU*): Estudos sobre a eficácia de preparações com as partes aéreas da A. millefolium demonstraram redução dos efeitos colaterais provocados pela quimioterapia, como: náusea e vômito, estomatite e mucosite (Miranzadeh et al., 2014, 2015; Sheikhi et al., 2015).

🐁 (AN*): Preparações com as folhas e flores da planta, em animais, demonstraram efeito gastroprotetor, principalmente na redução de úlceras gástricas (Cavalcanti et al., 2006; Potrich et al., 2010). Também em animais foi reconhecido que seu uso provoca alívio em sintomas relacionados à dispepsia (Ali; Gopalakrishnan; Venkatesalu, 2017; Baggio et al., 2008; Borreli et al., 2012).

*HU: Estudos clínicos realizados em humanos; AN: estudos pré-clínicos realizados em animais.

Observação do uso clínico em Florianópolis: : A utilização da infusão preparada com as folhas da mil-folhas tem boa resposta em sintomas de gripes e resfriados. A espécie também pode ser utilizada em distúrbios menstruais e sintomas da TPM, associada à erva-cidreira (Melissa officinalis) e à alfavaca-anisada (Ocimum selloi).

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas, o seu uso concomitantemente a outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno na gestação, lactação e em crianças menores de 12 anos. Não deve ser utilizada por indivíduos portadores de úlceras gastroduodenais ou oclusão das vias biliares. O uso acima das doses recomendadas pode causar cefaleia, tontura e inflamação. O uso prolongado pode provocar reações alérgicas (ANVISA, 2011, 2018). A tintura da planta não deve ser usada em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação.

Posologia e modo de uso

Uso interno: 1 colher de sobremesa das folhas secas ou 10 cm de 1 folha fresca rasurada para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Para aliviar sintomas da TPM: infusão com 1 xícara de água fervente com 5 folhas de Ocimum selloi + 10cm de uma folha de Achillea millefolium + 5 folhas frescas de Melissa officinalis. Ter cautela no uso deste composto concomitantemente a ansiolíticos e medicamentos para tireoide.

Tintura: Utilizar 20 gramas das partes aéreas secas para 100 ml de álcool etílico 45% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 5 ml da tintura, três vezes ao dia, entre as refeições ou tomar 2 a 4 ml, diluídos em meio copo com água, três a quatro vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no alívio dos sintomas dispépticos, flatulência, inflamação, como colerético e antiespasmódico (ANVISA, 2018).

Observações: Planta de sabor amargo.

Composição química: Óleo essencial: borneol, acetato de bornila (oligoelemento), cânfora, 1,8-cineol, cineol, limoneno, sabineno, termineno-4-ol, terpineol e α-tujona (monoterpenos), cariofileno (sesquiterpeno), aquilicina, aquilina, milefina e milefolídeo (lactonas sesquiterpênicas), azuleno e camazuleno (derivados de lactonas sesquiterpênicas) e isoartemísia cetônica; taninos: condensados e hidrolisáveis, sendo que a glicose é o componente de carboidrato destes últimos; flavonóides: predominantemente glicosídeos de flavona apigenina- e luteolina-7-glicosídeos, além de artemetina, casticina, 5-hidroxi-3,6,7,4’-tetrametoxiflavona,, isoramnetina, rutina (glicosídeo de flavonol); alcalóides/bases: betonicina e estaquidrina (pirrolidínica), trigonelina (piridínica), betaína e colina (bases), e entre os alcalóides não caracterizados estão aquiceína, aquileína (possível sinônimo para L-betonicina), que produz aquiletina sob hidrólise alcalina, e moscatina/mosquatina, um glicoalcalóide mal definido; ácidos: aminoácidos (como alanina, ácido aspártico, ácido glutâmico, histidina, leucina, lisina, prolina e valina), ácidos graxos (como linoléico, mirístico, oléico, palmítico e esteárico), ácidos ascórbico, caféico, fólico, salicílico e succínico; outros componentes: composto cianogênico desconhecido, açúcares (como arabinose, galactose, dextrose, dulcitol, glicose, inositol, maltose e sacarose),resinas, cumarinas, saponinas, esteróides, ácido tânico.

  • Fenólicos: Luteolina 7-O-glicosídeo, apigenina 7-O-glicosídeo e ácido cafeico glicosídeo1; ácido 1,3-dicafeoilquínico, ácido 1,4-dicafeoilquínico, ácido cafeico, etc. (17 compostos)2; ácido salicílico e coniferina3;
  • Flavonoides: 5-Hidroxi-3,6,7,4′-tetrametoxiflavona, artemetina e casticina1, resveratrol, morina, miricetina, etc (54 compostos)2, apigenina, artemetina e luteolina-7-O-β-D-glicuronídeo3;
  • Guaianolídeos: Leucodina, 8α-angeloxi-leucodina, aquilina, 8α-angeloxi-aquilina e desacetilmatricarina1;
  • Monoterpenoides: Monoterpenos hidrocarbonetos [cis-crisantenol, α-pineno, β-pineno, etc (11 compostos)]2 e monoterpenos oxigenados [cânfora, borneol, acetato de bornila, etc (19 compostos)]2;
  • Sesquiterpenoides: Lactonas sesquiterpênicas (aquilinina A2, aquilinina B e aquilinina C1); sesquiterpeno oxigenado (viridiflorol)2; sesquiterpenos hidrocarbonetos (E)-β-cariofileno, β-cubebeno, germacreno-D)2; proazulenos (camazuleno2,3 e azuleno3), etc (mais de 30 compostos)2;
  • Triterpenos e esteróis: α-Amirina, β-amirina, taraxasterol, etc (8 compostos)2.

Referências: 

1. BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission E Monographs. Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. Pp. 233-234.

2. BRUNETON, Jean. Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. Pp. 333-336.

3. CHEVALLIER, Andrew. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. Pp. 54.

4. CORRÊA, Anderson Domingues; SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; QUINTAS, Luiz Eduardo M. 2 ed. Plantas Medicinais: do cultivo à terapêutica. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999. Pp. 164.

5. CUNHA, A. Proença da; SILVA, Alda Pereira da; ROQUE, Odete Rodrigues. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. Pp. 474-475.

6. CUNHA, A. Proença da et al. Plantas e Produtos Vegetais em Cosmética e Dermatologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. Pp. 203-204.

7. DRESCHER, Lírio (coord.). Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. Laranja da Terra-ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. Pp. 92.

8. FERRO, Degmar. Fitoterapia: Conceitos Clínicos. São Paulo: Atheneu, 2008. Pp. 201.

9. FRANCO, Ivacir João; FONTANA, Vilson Luiz. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim-RS: Livraria Vida, 2004. Pp. 156.

10. LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 109-110.

11. NEWALL, Carol A.; ANDERSON, Linda A.; PHILLIPSON, J. David. Plantas Medicinais. Guia Para Profissional de Saúde [Herbal Medicines]. Trad. De Mirtes F. de Oliveira Pinheiro. São Paulo: Premier, 2002. Pp. 194-196.

12. www.tropicos.org – acesso em 18 de maio de 2011.

13. SHEIKHI, M. A., et al., Alternative Methods to Treat Nausea and Vomiting from Cancer Chemotherapy. Chemotherapy Research and Practice v.1, p. 1-6. 2015. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4655029/>.

14. MIRANZADEH S., et al., A New mouthwash for Chemotherapy Induced Stomatitis. Nursing and Midwifery Studies journal v. 3 p. 1-7, 2014. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4332993/>.

15. MIRANZADEH S., et al., Effect of adding the herb Achillea millefolium on mouthwash on chemotherapy induced oral mucositis in cancer patients: A double-blind randomized controlled trial. European Journal of Oncology Nursingl 19 (2015) 207-213. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1462388914001999?via%3Dihub>.

16. POTRICH et al. Antiulcerogenic activity of hydroalcoholic extract of Achillea millefolium L.: Involvement of the antioxidant system. Journal of Ethnopharmacology, v. 130, p.85–92, 2010; 157. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S037887411000245X?via%3Dihub>.

17. CAVALCANTI A.M. et al., Safety and antiulcer efficacy studies of Achillea millefolium L. after chronic treatment in Wistar rats. Journal of Ethnopharmacology v. 107, p. 277–284. 2006. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874106001565?via%3Dihub>.

18. BORRELLI F., et al. Prokinetic effect of a standardized yarrow (Achillea millefolium) extract and its constituent choline: studies in the mouse and human stomach. Neurogastroenterol Motil v. 24, p. 164–171, 2012. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2982.2011.01827.x>.

19. ALI S. I., GOPALAKRISHNAN B. e VENKATESALU V. Pharmacognosy, Phytochemistry and Pharmacological Properties of Achillea millefolium L.: A Review. Phytotherapy research, 2017. 160. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ptr.5840>.

20. BAGGIO H, C. et al. Botanical medicine in clinical practice: Brazilian medicinal plants in gastrointestinal therapy. Botanical Medicine in Clinical Practice. Ed. CABI: Oxon, 1ª edição, United Kingdom; p. 46–51. 2008.

21. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília.ANVISA, 2018. Página 9

22. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011, pag.19.

 

Tags: AmenorréiaAnti-inflamatórioAsteniaColecistiteCólicaDiarreiasDisenteriaDispepsiaDores reumáticasEczemaFebreFlatulênciaFlebitesHipertensãoIndisposiçãoNáuseaQueimaduraVômitos

FUNCHO

20/01/2020 23:06

Foeniculum vulgare   Mill.

Apiaceae 


Sinonímias: Anethum foeniculum L., Foeniculum officinale All., Meum foeniculum (L.) Spreng.

Nomes populares:  Funcho, erva-doce, erva-doce-de-cabeça, falsa-erva-doce, falso-anís, funcho-bastardo, funcho-comum, funcho-doce, funcho-italiano, funho-vulgar, fiolho, anís, cilantrillo, hinojo (Esp.) finocchio (Engl., EUA).

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e amplamente cultivada em todo o Brasil..

Características botânicas:  Erva perene ou bianual, entouceirada, aromática, de 40-60 cm de altura. Folhas inferiores alargadas de até 30 cm de comprimento e superiores mais estreitas, com pecíolo alargado como bainha que envolve o caule, compostas pinadas, com folíolos reduzidos a filamentos. Flores pequenas, hermafroditas, de cor amarela, dispostas em umbelas compostas por 10-20 umbelas menores. Os frutos são oblongos, compostos por dois aquênios de cerca de 4 mm de comprimento.

Partes usadas: Frutos (vulgarmente chamados de sementes), folhas e raízes. A base da haste é empregada na culinária.

Uso popular:  Desconfortos gastrointestinais, como dispepsia, flatulência, eructação e dores decorrentes de transtornos digestivos funcionais. Também utilizada para auxiliar a eliminação de catarro das vias respiratórias superiores. Suas raízes são utilizadas para facilitar as funções de eliminação urinária e digestiva e de eliminação renal de água, como em situação de edemas, hipertensão arterial, afecções genitourinárias e certos reumatismos. Situações de amenorréia, dismenorréia e perturbações associadas ao climatério, e ainda para aumentar o leite materno. Externamente os frutos e folhas são utilizados em inflamações das mucosas ocular e da orofaringe e para perfumar o hálito. É também aromática e comestível.

Composição química:  Óleo essencial composto por anetol 90-95%, metilchavicol, anisaldeído, linalol e outros derivados terpênicos oxigenados; óleo fixo; proteínas; carboidratos; ácidos málico, caféico e clorogênico; cumarinas; flavonóides; esteróides e miristicina. Minerais como potássio (K), vitaminas A,B,C,E , ácido fólico.

Ações farmacológicas: Carminativa, antiespasmódica, galactogoga, estrogênica, aperiente, eupética, relaxamento dos esfíncteres do trato gastrointestinal, anti-séptica, inseticida, antifúngica, antimicrobiana, antiinflamatória, expectorante. Suas raízes têm ação diurética, e suas folhas têm propriedades cicatrizantes e anti-sépticas.

Interações medicamentosas: Pode interagir com o antibiótico ciprofloxacina (estudos em ratos).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em casos específicos, pode ocorrer reação alérgica da pele e do trato respiratório. O anetol e a miristicina presentes no óleo essencial podem, em altas doses, originar efeitos convulsivantes e/ou alucinatórios. As cumarinas podem ser fototóxicas, provocando, à exposição solar, o aparecimento de vesículas, edema ou hiperpigmentação cutânea.

Contra-indicações:  Na farmacopéia alemã não se recomenda o óleo essencial de funcho em grávidas, lactentes e crianças pequenas, nem em pessoas com antecedentes de epilepsia ou convulsões. Para as infusões não haveria contra-indicações.

Posologia e modo de uso: Uso interno – Infusão de uma colher (sopa) de folhas 3x ao dia, ou uma colher de chá de frutos esmagados para uma xícara (150ml) de água fervente 3x ao dia. Como expectorante em crianças, utilizar na forma de xarope.

Uso externo: cataplasma de folhas recentes.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 608-611.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 510-511.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 336-337.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 480.

SILVA, R. C. Plantas Medicinais na Saúde Bucal. Vitória, [s. i.], 2001. p. 58.

http://www.tropicos.org/Name/50277946 – Acesso em: 13 de março de 2012.

KINUPP, V. F.;LORENZI, H.(b)Plantas Alimentícias Não Convencionais ( PANC ) no Brasil. Nova Odessa , SP. Instituto Plantarum de estudos da flora, 2014.

Tags: AfecçõesAmenorréiaAnti-inflamatórioAromáticaClimatérioComestívelDismenorreiaDispepsiaEdemaEructaçãoFlatulênciaHipertensãoReumatismo

FOLHA-DA-FORTUNA

20/01/2020 22:30

Bryophyllum pinnatum  (Lam.) Oken.

Crassulaceae 


Sinonímias: Bryophyllum calycinum Salisb, Cotyledon pinnata Lam., Bryophyllum pinnatum (Lam.)Kurz., Kalanchoe pinnata (Lam.)Pers., Crassula pinnata L.

Nomes populares:  Folha-gorda, erva-da-costa, sempre-viva, planta-do-amor, coirama, courama, courama-vermelha, folha-da-fortuna, fortuna, folha-grossa, folha-de-pirarucu, diabinho, folha-da-vida, fortuna-milagre-de-são-joaquim, folha-do-ar, saião(BR), leaf of life (Jamaica, Madagascar), cathedral bells, air-plant, curtain-plant, floppers, good-luck-leaf, life-plant, mexican love-plant, miracle-leaf (INGLÊS, EEUU).

Origem ou Habitat: África Tropical (Ilha de Madagascar), e amplamente distribuída em América Tropical, Índia, China e Austrália.

Características botânicas:  Herbácea perene, pouco ramificada que mede de 1 a 1,5 metros de altura e a haste é oca e tubular. As folhas são opostas, pinado-compostas, suculentas, margem crenada, medindo de 10-30 cm de comprimento. Os folíolos são oblongos, ovalados ou elípticos; panículas de 10-40 cm; cálice inchado de 3,0 a 3,5 cm e corola rósea ou arroxeada de até 7 cm. O fruto tem 4 folículos.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular:  Na medicina caseira é usado no tratamento local de furúnculos e por via oral, na preparação de xaropes para a tosse.

Usos etno-medicinais: na região do Caribe, onde é conhecida por folha-da-vida, é usada para tratar edemas, abcessos, picadas de insetos e contusões, problemas pulmonares, dor de cabeça, resfriado, tosse, hipertensão, falta de ar, asma e problemas menstruais.

Em um trabalho de pesquisa bibliográfica da 3a. fase do curso de medicina da UFSC, foram apresentadas as seguintes indicações de uso popular: Infecção pulmonar, erisipela, queimaduras, feridas, úlceras de pele, verrugas, azia, gastrite, úlceras, dores de cabeça, disenteria e diarreia, cólicas e distúrbios menstruais;

Equilibrar o diabetes; eliminar ou reduzir cálculos renais; inflamações em geral; febre; hematomas internos e ossos quebrados; epilepsia; dores de dente e de ouvido; infecções oculares e conjuntivite; flatulência e gases; distúrbios linfáticos;

Artrite; linfomas; uretrites; insuficiência renal ou pedra nos rins; prisão de ventre; pé de atleta; tosses intermitentes; tuberculose, gripes e resfriados;

Nervosismo, ansiedade e depressão; nefrites; náuseas e muitas outras indicações.

Composição química:  Compostos fenólicos, flavonóides, ácidos orgânicos, mucilagem, cálcio e cloro, bufadienólidos (briofilinas A,B e C), N-triacontano, patuletina, ácidos graxos.

  • Bufadienolideos: Briofilina A (briotoxina C), briofilina B, briofilina C, briofilol, bersaldegenina-1,3,5-ortoacetato, dentre outros.
  • Flavonóides: Glicosídeos de quercetina e canferol, quercitrina, afzelina, acacetina, rutina, luteolina, dentre outros.
  • Ácidos fenólicos: Ácido gálico, ácido cafeico e ácido ferúlico.
  • Triterpenos: α –amirina, briofolona, briofinol, dentre outros.
  • Lignanas: Briofilusideo
  • Ácidos simples: Ácido málico, ácido oxálico, ácido cítrico, dentre outros.
  • Ácidos graxos: Ácido palmítico, ácido esteárico, ácido araquídico e ácido bekênico.
  • Esteroides: β-sitosterol, briofilol, estigmast-24-enol, dentre outros.

Ações farmacológicas: Foram observadas as atividades anti-inflamatória, cicatrizante, antialérgica, antiúlcera e imunossupressiva.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em vários testes com animais não foi demonstrado toxicidade. A dose letal aplicada aos animais foi muito alta e por via intra-peritonial.

Contra-indicações:  Grávidas e lactantes deverão abster-se de seu uso até melhores esclarecimentos de sua inocuidade.

Posologia e modo de uso: Para tratar edemas, abcessos, picada de insetos e contusões: por aquecimento da folha e aplicar na área afetada.

O sumo extraído da folha pode ser misturado com mel e consumido como remédio para problemas pulmonares e para dor de cabeça.

O suco é usado para tratar resfriado, tosse, hipertensão.

O chá por infusão é usado para falta de ar, asma e problemas menstruais.

Dose: 30-40 g/l (não ultrapassar a 5%).

Observações: Recomenda-se não empregar extratos desta planta por mais de 15 dias consecutivos.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

Braz, D.C.; Oliveira, L.R.S.; Viana, A.F.S.C.- Atividade antiulcerogênica do extrato aquoso da Bryophyllum pinnatum (Lam.) Kurz – Rev. bras. plantas med. vol.15 no.1 Botucatu, SP, 2013.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

Kamboj A, Saluja AK Bryophyllum pinnatum (Lam.) Kurz :. perfil fitoquímico e farmacológico: uma revisão. Phcog Rev [periódico online] 2009 [citado em 07 março 2014]; 3:364-74. Disponível em: http://www.phcogrev.com/text.asp?2009/3/6/364/59536

KHOOSHBU, Pasha; ANSARI, Imtiyaz. A pharmacognostical and pharmacological review on bryophyllum pinnatum (panphuti). Asian Journal Of Pharmaceutical And Clinical Research, [s.l.], v. 12, n. 1, p.34-39, 7 jan. 2019.

THORAT, Sheela S et al. A REVIEW ON BRYOPHYLLUM PINNATUM. International Research Journal Of Pharmacy, [s.l.], v. 8, n. 12, p.1-3, 22 jan. 2018.

FURER, Karin et al. Bryophyllum pinnatum and Related Species Used in Anthroposophic Medicine: Constituents, Pharmacological Activities, and Clinical Efficacy. Planta Medica, [s.l.], v. 82, n. 11/12, p.930-941, 24 maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/8902864?tab=synonyms – acesso 06 março 2014.

Tags: AbcessoAnti-inflamatórioAsmaAziaCefaléiaCólicaDiarreiasDisenteriaEdemaErisipelaFeridasGastriteHipertensãoQueimaduraResfriadoTosse

ESTÉVIA

19/01/2020 23:32

Stevia rebaudiana  (Bertoni) Bertoni.

Compositae (Asteraceae)  


Sinonímias: Eupatorium rebaudianum Bertoni.

Nomes populares:  Etévia, azuca-caá, caá-hé-e, caá-jhe-hê, caá-yupi, capim-doce, eira-caá, erva-adocicada, estévia, folha-doce, planta-doce, hah’e, estévia-de-brasília.

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil, na área de domínio da Floresta Tropical Atlântica.

Características botânicas:  Herbácea perene, semi-ereta, de 40-80cm, podendo chegar até 1 metro de altura, muito ramificada¹; caule pardo, pubescente, ramificado e folioso até o ápice; folhas simples, de pouco mais de 1cm de comprimento, opostas, subsésseis, obtusas e cuneiformes na base; flores esbranquiçadas, reunidos em pequenos capítulos terminais, e sua floração ocorre no verão; a raiz é pivotante. Geralmente perde a parte aérea depois de 1 ano, rebrotando em seguida a partir de sua parte subterrânea. Multiplica-se por sementes e estaquia.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular:  Conhecida durante séculos pelos índios guaranis do Paraguai e Brasil como adoçante, principalmente para adoçar o chá mate muito consumido por esses povos. É empregada com fins medicinais como tônico para o coração, contra obesidade, hipertensão, azia e para fazer baixar os níveis de ácido úrico. É usada como tônico vascular, exerce efeito calmante sobre o sistema nervoso, eliminando a fadiga, a depressão, a insônia e a tensão. Estimula as funções digestivas e cerebrais e age como anti-inflamatória. É refrigerante, diurética, antidiabética. É anticárie e contraceptiva. Usada contra obstipação (intestino preso). Na China, empregam a stévia como estimulante de apetite, enquanto os indígena do Paraguai atribuem a suas folhas propriedades contraceptivas (Alonso, 2004).

Composição química:  Os resultados das análises fitoquímicas mostram a presença de 5 a 10% de steviosídeo (A,B,D e E), 2 a 4% de rebaudiosídio A e dulcosídio (A e B). Apresenta também steviobiosídio, saponinas, taninos e óleo essencial, que contém álcool benzílico, a-bergamoteno, bisaboleno, borneol, b-bouboneno, a e g-cadineno, calacoreno, clameneno, centaureidina, carvacrol, cosmosiina. O esteviosídeo é o principal componente da planta e tem um poder adoçante 300 vezes superior a sacarose e pode representar até 18% da composição total da folha.

  • Ácidos fenólicos: Ácido clorogênico, ácido cafeico, ácido cinâmico, ácido cumarico, ácido gálico, ácido protocatecuico, 4-metilcatecol e sinapico.
  • Flavonóides: Austrinulina, catequina, epicatequina, rutina, quercetina, dentre outros.
  • Diterpenos (esteviolglicosídeos): Esteviosídeo, rebaudiosídeo A-F, esteviolbiosideo, dulcosídeo, óxido de rebaudi, dentre outros.
  • Álcools alifáticos: Ciclodecanol, hexadecanol, iso-heptadecano, dotriacontanol.
  • Alcalóides de polihidroxi-indozilidina: Esteviamina
  • Triterpenos: β-amirina
  • Esteroides: β-sitosterol e estigmasterol.

Ações farmacológicas: A planta possui uma importante atividade hipoglicemiante, e a maior parte dos estudos centraram-se nesta propriedade. Estudos com humanos (diabéticos e obesos) demonstraram que as curvas de tolerancias a sobrecarga de glicose pós-prandial foram melhores naqueles que receberam o extrato da stévia, comparado ao hipoglicemiante oral (glibenclamida). No Paraguai, estudos também realizados em humanos, mostraram resultados satisfatórios como hipoglicemiante, sem efeitos adversos. Tanto o esteviosídio quanto o rebaudiosídio A demonstraram um efeito protetor frente aos germes constituintes da placa bacteriana dental. Também se constatou um efeito bactericida em extratos aquosos da stévia contra uma ampla gama de bactérias infectantes de alimentos, como a E. coli. In vitro, o extrato inibiu a replicação de quatro sorotipos de rotavirus humano. Vários experimentos com animais demonstraram atividade anti-hipertensiva do componente esteviosídio, inibindo o efeito contrátil de vasopressina e fenilefrina no músculo liso de ratas.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Cerca de 1.000 toneladas anuais de extrato de stévia são consumidas no Japão, sem que nenhum efeito tóxico tenha sido denunciado ao Japanese Food and Drug Safety Center. Estudos com animais não mostraram índices de toxicidade.

Contra-indicações:  Alguns usos populares indicam a stévia como contraceptiva. Na literatura consultada, apenas Duke, no Medicinal Plants of Latin America, coloca que o uso da stévia deve ser evitado na gestação e lactação, já que os dados que atestam a segurança do uso nessas condições são insuficientes.

Posologia e modo de uso: Infusão de uma colher de chá de folhas por xícara, 2 vezes ao dia. As folhas secas podem ser trituradas, resultando em um pó fino, de 10 a 15 vezes mais doce que o açúcar. Outra preparação como adoçante recomenda uma colher de sopa das folhas verdes para cada copo de bebida. Outra infusão, com uma colher de chá de folhas por xícara, filtrada e com a adição do suco de um limão e gelo também é recomendada. Toma-se um copo por dia.

 

 

Referências:
ALONSO, J. Fitomedicina: Curso para Profissionais da Área da Saúde. [S. I.], Pharmabooks Editora, 2008. p. 138.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 1102-1105.

CORRÊA, A. D., SIQUEIRA-BATISTA, R.; QUINTAS, L. E. M. Plantas Medicinais: Do Cultivo à Terapêutica. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. p. 190.

CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 9-308.

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 68.

DUKE, J.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S.i.]: CRC Press, 2009. p. 669-670.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 173.

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Stevia_rebaudiana.htm

SIMÕES, C.M.O. et al.(Orgs.) Farmacognosia – da planta ao medicamento. Porto Alegre/Florianópolis: UFRGS/UFSC, 1999. 821p.

KOVACEVIC, Danijela Bursać et al. Innovative technologies for the recovery of phytochemicals from Stevia rebaudiana Bertoni leaves: A review. Food Chemistry, [s.l.], v. 268, p.513-521, dez. 2018.

MOMTAZI-BOROJENI, Amir Abbas et al. A Review on the Pharmacology and Toxicology of Steviol Glycosides Extracted from Stevia rebaudiana. Current Pharmaceutical Design, [s.l.], v. 23, n. 11, p.1616-1622, 12 maio 2017.

FERRAZZANO, Gianmaria et al. Is Stevia rebaudiana Bertoni a Non Cariogenic Sweetener? A Review. Molecules, [s.l.], v. 21, n. 1, p.38-50, 26 dez. 2015.

LEMUS-MONDACA, Roberto et al. Stevia rebaudiana Bertoni, source of a high-potency natural sweetener: A comprehensive review on the biochemical, nutritional and functional aspects. Food Chemistry, [s.l.], v. 132, n. 3, p.1121-1132, jun. 2012.

WOLWER-RIECK, Ursula. The Leaves of Stevia rebaudiana (Bertoni), Their Constituents and the Analyses Thereof: A Review. Journal Of Agricultural And Food Chemistry, [s.l.], v. 60, n. 4, p.886-895, 24 jan. 2012.

http://www.tropicos.org/Name/2716375 – acesso em 30 de setembro de 2013.

Tags: AdoçanteAnti-inflamatórioAziaCalmanteContraceptivaDiuréticoHipertensãoInsôniaObesidadeObstipaçãoTônico

ERVA-SANTA

19/01/2020 23:07

Aloysia gratissima  (Gillies & Hook.) Tronc.

Verbenacea 


Sinonímias: Verbena gratissima Gillies & Hook. , Lippia gratissima (Gillies & Hook.)LD Benson.

Nomes populares:  Erva-santa, alfazema-do-brasil, erva-cheirosa, erva-da-graça, erva-da-colônia, mimo-do-brasil,garupá, erva de nossa senhora.

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (Sul e Sudeste).

Características botânicas:  Arbusto perene medindo de 2 a 2,5 m de altura. Folhas lisas, ovaladas, opostas, aromáticas; as folhas menores reúnem-se em fascículos axilares. Inflorescência racemosa formada por numerosas flores brancas. Fruto tipo aquênio.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular:  É utilizado na medicina caseira como excitante, aromática e condimentar; para hipertensão, colesterol, dores de cabeça, estômago, gripe, nervos e fígado. É comum mascar a folha para aliviar mal estar gástrico e azia. Além do uso como chá, as folhas são misturadas à erva-mate para consumo no chimarrão. Ocasionalmente é utilizada como cerca-viva, pois aceita podas drásticas e suas inflorescências são muito ornamentais.

Informações científicas: 🐁(AN): Foram citadas atividades neuroprotetoras, antioxidantes e antidepressivas para o extrato aquoso das folhas, sugerindo-se que esta espécie tem potencial para tratar transtornos neurológicos e depressivos (Zeni, 2011). Outro trabalho demonstrou interações do extrato aquoso das folhas da A. gratissima com os sistemas serotoninérgico, noradrenérgico e dopaminérgico (Zeni, 2013) . Foi relatada ainda a atividade antiedematogênica (Vandresen, 2010). 🧪(VI): Estudo mostrou atividade antimicrobiana, em modelos de biofilmes de Streptococcus mutans, em diferentes frações purificadas do extrato alcoólico das folhas de A. gratissima (Freires, 2015). O óleo essencial e frações de sesquiterpenos apresentaram atividade antiesquistossomótica para Leishmania amazonenses (Garcia, 2018).

Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas da A. gratissima tem boa resposta em sintomas de gripes e resfriados. Também pode ser usada para dores epigástricas, azia e má digestão, tanto com o uso interno da infusão ou mascando-se as folhas. Os usuários do infuso desta planta referem ter melhora do humor.

Posologia e modo de usar: 

🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia, por no máximo duas semanas. Aloysia gratissima pode ser associada à espécie Maytenus ilicifolia (espinheira-santa), para tratamento de úlceras gástricas, através do uso interno da infusão preparada em 1 xícara (200mL) de água fervente com até 4 folhas frescas de cada planta até 3 vezes ao dia, por no máximo 15 dias.

Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso, assim como deve-se evitar seu emprego na gestação, lactação e em crianças menores de 06 anos. Não há relatos de efeitos adversos e/ou tóxicos.

Composição química:  No óleo essencial de flores de espécimes coletadas no Uruguai foram isolados e identificados os seguintes elementos: Globulol, sabineno, cariofileno e epoxi-cariofileno.

 

Referências:
1. Ethnopharmacol. 2013 Jul 30;148(3):914-20. Evidence of the involvement of the monoaminergic systems in the antidepressant-like effect of Aloysia gratissimaZeni AL1, Zomkowski AD, Maraschin M, Tasca CI, Rodrigues AL..

2. https://sites.google.com/site/florasbs/verb-e/aloysia-gratissima – Acesso 28 Março 2014.

3. http://www.tropicos.org/Name/33700918 -Acesso 28 Março 2014.

4. ZENI, A. L., et al., Antidepressant-like and neuroprotective effects of Aloysia gratissima: Investigation of involvement of larginine-nitric oxide-cyclic guanosine monophosphate pathway. Journalof ethynopharmacology, 2011 (137)pags. 864-874. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874111004843?via%3Dihub

5. ZENI, A. L., Evidence of the involvement of the monoaminergic systems in the antidepressant-like effect of Aloysia gratissima. Journal of Ethnopharmacology. 2013 Jul 30; 148(3):914-20. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874113003930?via%3Dihub

6. VANDRESEN, F. et al., Constituintes químicos e avaliação das atividades antibacteriana e antiedematogênica de Aloysia gratissima (Gillies & Hook.) Tronc. e Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Pers.,Verbenaceae. Rev. bras. farmacogn. [Online]. 2010, vol.20, n.3, pp.317-321. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbfar/a/qKVZVbXSJSJ5SSVCjXYN6vm/?lang=pt#

7. FREIRES, I., et al., The Effect of Essential Oils and Bioactive Fractions on Streptococcus mutans and Candida albicans Biofilms: A Confocal Analysis, Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, vol. 2015. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4363662/

8. GARCIA, M., et al., The in vitro antileishmanial activity of essential oil from Aloysia gratissima and guaiol, its major sesquiterpene against Leishmania amazonensis. Parasitology,1-9. (2018). Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29352826/

 

Tags: AnticolesterolêmicoAromáticaAziaCefaléiaCondimentoExcitanteGripeHipertensãoOrnamental

DENTE-DE-LEÃO

09/01/2020 15:30

Taraxacum officinale   F.H.Wigg.

Asteraceae 


Sinonímias: Leontodon taraxacum L., Leontodon vulgare Lam., Taraxacum dens-leonis Desf., Taraxacum vulgare Schrank. 

Nomes populares:  Dente-de-leão, dente-de-leão-dos-jardins, serralha, taraxaco, chicória-silvestre, alface-de-cão, alface-de-coco, soprão, salada-de-toupeira, amargosa, amor-dos-homens, chicória-louca, pára-quedas, radite-bravo. 

Origem ou Habitat: Originária da Europa e Ásia. 

Características botânicas: Planta herbácea, perene, leitosa, acaule, com raiz tuberosa e pivotante. Folhas em roseta, simples, sem pecíolos, curto-pilosas ou glabras, inteiras ou pinatipartidas, de 15 a 25 cm de comprimento, de sabor amargo. Inflorescências em capítulos solitários, situados no ápice de caules florais ocos, pubescentes, de 20 a 30 cm de altura, cada capítulo medindo de 5 a 15 cm de diâmetro. As flores são amarelas e hermafroditas, e os frutos são aquênios escuros e finos, contendo em uma das extremidades um chumaço branco de pelos que facilitam a sua flutuação no vento. Multiplica-se por sementes.  

Uso popular:  Considerada popularmente como uma das melhores plantas diuréticas, com efeitos laxativo, colagogos e coleréticos. A infusão da raiz fresca é utilizada em casos de cálculos biliares, estágios inicias de cirrose e hepatite. Indicada para dispepsias como tônico amargo e utilizada em tratamento coadjuvante em processos reumáticos e obesidade e também para tratar o excesso de ácido úrico, gota e hipertensão. Indicada para dores reumáticas, prisão de ventre, astenia, diabetes e para afecções de pele, além das enfermidades do fígado, icterícia, afecções do baço e diarreia crônica. Em algumas regiões, suas folhas são consumidas como saladas (Lorenzi & Matos, 2002; Drescher, 2001; Stuart, 1981). 

Composição química:  Raiz: inulina (25-38%), derivados triterpênicos pentacíclicos provenientes do látex (isolactucerol, taraxerol, taraxasterol, acetatos e seus 16-HO-derivados), lactonas sesquiterpênicas (taraxicina, derivados do ácido taraxínico, 11-b-13-dihidrolactucina, ixerina D, ainslioside), uma resina ácida (taraxerina), goma, mucilagem (1%), fitoesterois (beta-sitosterol, estigmasterol), tiamina, ácidos graxos (ácido mirístico, palmítico, linoleico, linolenico), ácidos fenilcarboxílicos (ácido cafeico, clorogênico e p-hidrofenilacético), água (10-14%), frutose (até 18% na primavera), saponinas, glucosídeos benzílicos, beta-frutofuranosidase (enzima que despolimeriza a inulina), dihidroconiferina, siringina, dihidrosiringina, carotenóides, vitaminas (A, B, C, D, ácido nicotínico, nicotinamida) e sais minerais (8-10%): manganês, magnésio, ferro, silício, cromo e potássio, principalmente. 

Folhas: flavonoides (apigenina, luteolina), vitaminas B, C e D, provitamina A (em concentração maior que a da cenoura), potássio, germanólidos, carotenoides (luteína, violoxantina), taraxacina (princípio amargo do grupo das lactonas sesquiterpênicas), aminoácidos (asparagina, glutamina) e cumarinas. 

Flores: lecitina, carotenoides (criptoxantina, crisantomaxantina, violaxantina, flaxantina, luteína, luteína-epóxido, criptoxantina-epóxido), taraxacina, beta-amirina, beta-sitosterol, vitamina B2, arnidiol, farnidiol, lipídeos (acilglicerídeos e ácidos graxos). Látex: de cor branca e amargo, contém álcool cerílico, glicerol, ácido tartárico, lactucerol alfa e beta, derivados triterpênicos pentacíclicos descritos na raiz. 

Pólen: cicloartenol, cicloartanol, 31-norcicloartanol, pollinastanol. 

Análise proximal para cada 100 g de folhas: calorias 45; água 85,6%; proteínas 2,7g; gorduras 0,7g; carboidratos 9,2g; fibras 1,6g; cálcio 187mg; fósforo 66mg; ferro 3,1mg; sódio 76mg; potássio 297mg; ácido ascórbico 35mg; riboflavina 0.26mg; tiamina 0.19mg; beta-caroteno 8.400 microg. (Alonso, 2004). 

Ações farmacológicas: Planta com efeito diurético importante, confirmado em estudos com seres humanos (Clare, et al., 2009). O taraxaco, um composto do dente-de-leão, aumenta a secreção dos sucos gástrico e salivar, estimula a liberação de bile da vesícula biliar e do fígado, e atua como laxativo leve. Os resultados obtidos de estudos em animais e em seres humanos mostraram melhora na icterícia, hepatite e inflamação do ducto biliar. Num pequeno grupo de paciente, a raiz do dente-de-leão foi utilizada com sucesso no tratamento da colite inespecífica crônica, produzindo alívio da dor abdominal, constipação e diarreia (Fetrow & Avila, 1999). A planta possui atividade anti-inflamatória e anti-nociceptiva através da inibição da produção de óxido nítrico e expressão de COX-2 e atividade antioxidante (Jeon, et al., 2008). 

Interações medicamentosas: Agentes antidiabéticos: podem potencializar os efeitos desses agentes, causando hipoglicemia. Evitar uso concomitante. 

Agentes anti-hipertensivos: possível efeito hipotensor aditivo ou sinérgico. Evitar uso concomitante. 

Diuréticos: podem potencializar as perdas de líquido e eletrólitos. Evitar o uso concomitante (Fetrow & Avila, 1999). 

O dente-de-leão pode diminuir a absorção de alguns antibióticos pelo corpo, diminuindo a eficácia destes: ciprofloxacino, enoxacino, norfloxacino, sparfloxacino, trovafloxacino, gatifloxacino, levofloxacino, lomefloxacino, moxifloxacino, norfloxacino, ofloxacino, e grepafloxacino. 

Tomar dente-de-leão junto com medicações que são metabolizadas pelo fígado pode levar a aumento de efeitos adversos destas medicações, a exemplo de amitriptilina, haloperidol, ondansetron, propranolol, teofilina, verapamil, e outros. 

A planta também pode diminuir a eficácia de algumas medicações como: acetaminophen, atorvastatina, diazepam, digoxina, entacapone, estrogênio, irinotecano, lamotrigina, lorazepam, lovastatina, meprobamato, morfina, oxazepam, e outros (Natural Medicines Comprehensive Database, 2011). 

A planta também pode diminuir a excreção de lítio, levando a aumento do nível sérico, podendo resultar em efeitos colaterais desta medicação (Natural Medicines Comprehensive Database, 2011). O aumento da toxicidade do lítio durante tratamentos antidepressivos pode ocorrer pela depleção do sódio devido ao efeito diurético da planta (Alonso, 2004).  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A planta tem sido usada em alimentos por vários anos, sem quaisquer efeitos colaterais. Entretanto, não deve ser ingerida em quantidades maiores do que aquelas normalmente presentes em alimentos ou bebidas alcoólicas. (Fetrow & Avila, 1999). Doses elevadas podem provocar hiperacidez e, consequentemente, vômitos (Drescher, 2001). 

O dente-de-leão pode causar reações alérgicas quando tomado via oral ou colocado sobre a pele em pessoas sensíveis ou que tenham história de alergia com outras plantas como crisântemos e margaridas (Natural Medicines Comprehensive Database, 2011. 

Contra-indicações:  Evitar o uso da planta por gestantes ou lactantes, pois os efeitos não são conhecidos. Pessoas com cálculos biliares, inflamações na vesícula ou obstrução do trato gastrointestinal também não devem utilizá-la (Fetrow & Avila, 1999). Contra-indicado para menores de 2 anos (Alonso, 2004). 

Pessoas que utilizam medicamentos como anti-hipertensivos, antidiabéticos e diuréticos devem ter atenção ao início de sintomas de hipoglicemia, hipotensão e desidratação com o uso concomitante da planta com as medicações. (Fetrow & Avila, 1999). 

Posologia e modo de uso:  Para distúrbios da função digestiva (estomacal, hepática, biliar, intestinal e prisão de ventre) e como diurético, é recomendado seu extrato alcoólico, preparado amassando-se em pilão 2 colheres de sopa de raízes e folhas picadas e deixando em repouso por 3 dias em 1 xícara de chá de álcool de cereais a 75% administrando 1 colher de chá diluída em um pouco de água antes das principais refeições. 

Pode-se também empregar na forma de decocção, fervendo por 5 minutos, e tomando de 2 a 3 xícaras diárias (Alonso, 2004). 

Para afecções de pele do rosto (pruridos, eczemas, escamações e vermelhidão) e irritação nos olhos, é recomendado o uso externo do seu chá, preparado com 1 colher de sopa de raízes picadas em 1 xícara de chá de água em fervura por 5 minutos e adicionando-se 1 colher de sobremesa de mel após esfriar e coar. Aplicar no rosto e inclusive nas pálpebras, com um chumaço de algodão, 2 vezes por dia, de preferência antes de deitar (Lorenzi & Matos, 2002; Panizza, 1997). 

Para casos de cálculos biliares, e processos iniciais de cirrose e hepatite, recomenda-se a infusão da raíz fresca, na proporção de 1 colher da raíz para uma xícara de água. 

Observações: A farmacopeia alemã recomenda o emprego da planta em casos de anorexia, meteorismo, dispepsias e como diurético (Alonso, 2004). 

A raíz seca, moída e tostada é utilizada como substituta ao café (Alonso, 2004).
 

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 406-411 

CLARE, B. A.; CONROY, R. S.; SPELMAN, K. The diuretic effect in human subjects of an extract of Taraxacum officinale folium over a single day. Journal of Alternative and Complementary Medicine, [S. I], v. 15, n. 8, p. 929-34, ago 2009. 

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 602-603. 

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 61 

FETROW, C. W.; AVILA, J. R. Manual de Medicina Alternativa para o Profissional. Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara Koogan S.A., 2000. p. 251-253. 

JEON H. J. et al. Anti-inflammatory activity of Taraxacum officinaleJournal of Ethnopharmacology, [S. I], v. 115, n. 1, p. 8-82, 4 jan 2008. 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 177. 

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p. 91-92. 

STUART, M. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Barcelona: Ediciones Omega S. A., 1981. p. 270-271. 

http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/druginfo/natural/706.html – Acesso em: 06 de junho de 2011. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 06 de junho de 2011. 

http://srtaohara.blogspot.com/2010/10/velha-infancia.html – fotos – Acesso em: 06 de dezembro de 2011. 

http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=51682 – fotos – Acesso em: 06 de dezembro de 2011. 

http://blogdomoquenco.blogspot.com/2011/07/dente-de-leao-como-fonte-de-borracha.html – fotos – Acesso em: 06 de dezembro de 2011.

Tags: AsteniaColagogoColeréticaDispepsiaDiuréticoDores reumáticasHipertensãoLaxante

CHÍA

08/01/2020 15:22

Salvia hispanicL.
Lamiaceae (antiga Labiatae) 


Sinonímias: Salvia hispanica var. chionocalyx Fernald, Salvia hispanica var. intonsa Fernald, Salvia prismatica Cav., Salvia schiedeana Stapf, entre outras. 

Nomes populares:  Chía, chaaú (Guatemala), Chan (El Salvador), Chía (Guatemala, Honduras, Mexico, Chiapas). 

Origem ou Habitat: Nativa das áreas montanhosas que se entendem desde o oeste central do México até ao norte da Guatemala. As maiores plantações encontram-se ao norte da Argentina e em Bolívia.(dados de 1996). 

Características botânicas:  Planta herbácea, anual, medindo até 1 m de altura, apresentando folhas opostas de 4 a 8 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. As flores são hermafroditas, púrpuras a brancas e aparecem em espigas terminais. A floração ocorre nos meses de verão, logo aparecendo os frutos em forma de aquênios indeiscentes. As sementes são pequenas, ovaladas, planas e lustrosas, medindo 2 mm de comprimento por 1,5 mm de largura, sendo de cor variada, preta, marron-escura, branca ou cinza, com manchas irregulares em sua superfície. (ALONSO, J., 2010). 

Partes usadas:Sementes. 

Uso popular:  A chía era cultivada pelos Astecas pré-colombianos e era tão importante quanto o cultivo do milho, como alimento. 

Usada popularmente para controle da diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, como anti-inflamatória, antioxidante, anti-coagulação do sangue, laxante, antidepressivo, ansiolítico, analgésico, visão e melhorador imunológico. 

Composição química:  Contém ácidos graxos (o ácido alfa-linolênico constitui 60% dos ácidos graxos totais da chia), proteínas, vitaminas, minerais e compostos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico, miricetina, quercetina e kaempferol). 

Valor nutricional de 100 g: 486 kcal; Carbohydrates 42.12 g; Dietary fiber 34.4 g; Gordura 30.74 g, Saturated 3.330, monounsaturated 2.309, Polyunsaturated omega 3 (17.8 g), omega 6 (5.8 g); Protein 16.54 g; Vitamins: Vitamin A equiv. 54 ug (7%), Thiamine (B1) 0.62 mg (54%), Riboflavin (B2) 0.17 mg (14%), Niacin (B3) 8.83 mg (59%), Folate (B9) 49 ug (12%), Vitamin C 1.6 mg (2%), Vitamin E 0.5 mg (3%); Minerals: Calcium 631 mg (63%), Iron 7.72 mg (59%), Magnesium 335 mg (94%), Manganese 2.723 mg (130%), Phosphorus 860 mg (123%), Potassium 407 mg (9%), Sodium 16 mg (1%), Zinc 4.58 mg (48%). 

Ações farmacológicas: As sementes de chia, por serem ricas em ácidos graxos poiisaturados Õmega-3 possuem efeitos cardio-protetores (redução de arritmias ventriculares, efeito anti-trombótico, diminuição dos níveis de lipídeos, efeito inibitório sobre aterosclerose e inflamação, redução da síntese de citoquinas inflamatórias, etc.)(Infochia, 2010 apud Alonso, 2010). 

A chia contém uma quantidade de compostos com atividade antioxidante bem constatada (miricetina, quercetina, kaempferol e o ácido caféico). Estes compostos são antioxidantes primários e sinérgicos entre si, contribuindo para a neutralização de radicais livres no organismo. (Nestel P. et al, 1997 apud Alonso, 2010) 

As sementes de chia possuem atividade hipotrigliceridemiante, isto é, reduzem os níveis de triglicerídeos no sangue (Chicco A. et al., 2009 apud Alonso, 2010). 

Interações medicamentosas: Observar pacientes em uso de anticoagulantes como aspirina ou derivados da cumarina, pela possível ação dos ácidos graxos Ômega-3 que reduzem a adesão plaquetária.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: No geral o óleo de chia e seus extratos são bem tolerados.

Posologia e modo de uso: O consumo mínimo diário é de 500 mg de óleo de Ômega-3 e se obtém com uma ingesta de 0,8 g de óleo de chia ou uma colher de café. 

Observações: Reza a lenda que os guerreiros Maias consumiam apenas um punhado de semente de chia e guerreavam por dois dias – por essa razão o nome chia, que significa força. Eles valorizavam tanto essas sementes que a utilizavam também como moeda. 

A chia, o milho e os feijões foram os alimentos fundamentais da dieta de muitas populações pré-colombianas da América. O desenvolvimento do cultivo de chia teve seu auge no México pré-hispânico, até ser interrompido no século XVI, quando os “conquistadores” invadiram a América. A chia foi perseguida até quase sua extinção por considerá-la sacrílega, porque ela constituía o principal elemento das cerimônias dedicadas aos deuses aztecas. (ALONSO, 2010) 

As folhas de chia contém um alto nível de óleos essenciais, que servem a planta como repelente de insetos, e pelo qual evita-se utilizar agrotóxicos para proteger os cultivos (ALONSO, 2010).
 

 

Referências:
ALONSO, J. “Alimentos funcionais e nutracêuticos”, Argentina, 2010. 

ULLAH, Rahman; Nadeem, M.; Khalique, A.; Imran, M.; Mehmood, S.; Javid, A.; Hussain, J. “Nutritional and therapeutic perspectives of Chia (Salvia hispanica L.)​: a review”. From Journal of Food Science and Technology (New Delhi, India) (2015), Ahead of Print. | (Scifinder) Acesso 02 FEV 2016. 

http://www.falecomanutricionista.com.br/para-que-serve-a-chia/ 

http://www.tropicos.org/Name/17600586 – Acesso 02 FEV 2016. 

https://en.wikipedia.org/wiki/Salvia_hispanica – Acesso 02 FEV 2016.

Tags: AnalgésicoAnsiolíticoAnti-coagulanteAnti-inflamatórioAnti-oxidanteAntidepressivoComestívelDiabetesDislipidemiaHipertensãoLaxanteNutritiva

CARQUEJA

07/01/2020 22:11

Baccharis spp.

Asteraceae (Compositae)  


Sinonímias: Várias espécies de Baccharis são conhecidas por “carqueja” e outras por “vassoura”: 

Baccharis articulata (Lam.) Persoon, Baccharis trimera (Less.) DC., Baccharis genistelloides var. trimera (Less.) Baker, Baccharis cylindrica (Less.) DC., Baccharis fastigiata Baker, Baccharis gaudichaudiana DC., Baccharis genistifolia DC., Baccharis genistelloides (Lam.) Pers. Baccharis glaziovii Baker, Baccharis junciformis DC., Baccharis junciformis var. triptera Baker, Baccharis lundii DC., Baccharis microcephala Baker, Baccharis notosergila Griseb., Baccharis opuntioides Mart., Baccharis pauciflosculosa DC., Baccharis pentaptera DC., Baccharis polyptera DC., Baccharis sagittalis (Less.) DC., Baccharis stenocephala Baker, Baccharis dracunculifolia DC. etc. 

Nomes populares:  Carqueja, carqueja-amarga, carqueja-amargosa, carqueja-doce, vassourinha, carquejinha (DEGASPARI, 2011; FACHINETTP; TEDESCO, 2009). [Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Origem ou Habitat:O gênero Baccharis está representado por mais de 500 espécies distribuídas principalmente no Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Paraguai, Bolívia e México. No Brasil, estão descritas 120 espécies de Baccharis, distribuídas em maior concentração na Região Sul do país. (DEGASPARI, 2011; AGOSTINI, F. et al, 2005. 

Características botânicas:  As espécies deste gênero são subarbustos ou arbustos ramificados, com 0,5 a 4 metros de altura, com caule e ramos cilíndricos, folhas alternas e muito variáveis na forma e no tamanho, e com capítulos que podem ser de uni a multiflores. São plantas dióicas com inflorescências masculinas e femininas em plantas separadas.4 As flores são pequenas, brancas ou amareladas, unissexuais, reunidas em inflorescências, apresentadas em capítulos pequenos, sésseis, de 6 a 7 mm de altura, dispostas nas terminações dos ramos, formando espigas interrompidas. O fruto é um aquênio com papilho, com 10 estrias longitudinais, de cor branca ou amarelado. As sementes tem um penacho plumoso que serve para dispersar-se pelo vento. Diversas espécies de Baccharis com ramos trialados são confundidas com Baccharis trimera, como Baccharis crispa, Baccharis cylindrica, Baccharis microcephala e Baccharis usteri. Exceto a última, que apresenta folhas normais nos extremos inferiores, as demais espécies só podem ser identificadas macroscopicamente quando estão floridas. A presença de ramos bialados na Baccharis articulata permite a distinção desta do resto das carquejas.6 

OBS.: Baccharis dracunculifolia DC., popularmente conhecida por alecrim-vassoura, vassourinha, alecrim-do-campo ou vassoura-carqueja, é um arbusto alto, pode atingir até 4 m de altura, muito ramificado. As folhas são simples, alternas, subssésseis, pequenas e possuem forma de lança. Flores bem pequenas, brancas ou amareladas. Os frutos são do tipo aquênio. Floresce entre fevereiro e abril.(MARONI, B., DI STASI, L. C., MACHADO, S. 2006). [Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Partes usadas:hastes aéreas. 

Uso popular:  No Brasil, a carqueja está entre as dez plantas medicinais mais comercializadas, e o Paraná destaca-se como seu maior produtor. A carqueja é indicada como tônico estomáquico, antidiarreico e antirreumático. Sua função principal é regular o funcionamento do fígado e intestinos. Auxilia nos regimes de emagrecimento, sendo usada no tratamento de má digestão, cálculos biliares, doenças do baço e dos rins. É também muito recomendada para combater o diabetes e como vermífugo. Na Região Sul é comum acrescentar um pouco de carqueja na erva mate e como complemento do chimarrão.  

Externamente, é usada no tratamento de feridas e ulcerações (FACHINETTP; TEDESCO, 2009).  

Na Argentina, acredita-se que a Baccharis articulata (carqueja-doce, carquejinha) tenha atividade no tratamento de impotência sexual masculina e de esterilidade feminina.  

No Paraguai, é utilizada como anti-hipertensiva. Os óleos essenciais extraídos de folhas de Baccharis dracunculifolia (óleo-de-vassoura) e Baccharis trimera (óleo-de-carqueja) são produzidos e usados em perfumaria, possuindo alto valor para a indústria de fragrâncias (AGOSTINI, et al, 2005).  

A infusão das hastes da carqueja, usada antes das refeições, é indicada em caso de afecções estomacais, intestinais e hepáticas. O mesmo chá feito com a planta picada tem ação antifebril, anti reumática, colagoga, estomáquica, para cálculos biliares, diabetes, obesidade e obstrução do fígado. Já o decocto da haste, além de ser usado para os mesmo fins, é referido eficaz contra tosse, gripes, resfriados e também usado como diurético, tônico e contra afecções do couro cabeludo. A mistura feita ao amassar a planta fresca ou triturá-la seca com alho e água fervente é indicada como anti-helmíntico (MARONI; DI STASI; MACHADO, 2006). 

Composição química:  Para o gênero Baccharis, existem relatos da presença de flavonóides, diterpenos, taninos, óleo essencial e saponinas.1 Cerca de 120 espécies deste gênero foram estudadas quimicamente e de modo geral, os compostos que mais se destacam são os flavonóides (apigenina, cirsiliol, cirsimantina, eriodictol, eupatrina e genkawaniana) e os terpenóides, como monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos e triterpenos. DEGASPARI, et al, 2011; AGOSTINI, et al, 2005). Outros princípios ativos são lignanos, alfa e beta pinenos, canfeno, carquejol, acetato de carquejila, ledol, calameno, elemol, eudesmol, palustrol, nerotidol, hispidulina, campferol, quercerina e esqualeno (DEGASPARI, et al, 2011). 

Ações farmacológicas: O gênero Baccharis tem uma ampla gama de efeitos microbicidas e reconhecidas propriedades colérico-colagogas (PASSERO, et al, 2011). 

O conjunto de flavonóides, em especial a hispidulina, demonstra ação hepatoprotetora e colagoga. O alto conteúdo de ácidos cafeoilquínicos presentes nas diferentes espécies de carqueja justificam seu emprego como colerética e colagoga, além das sabidas atividades antioxidantes.  

Extratos aquosos e hidroalcoólicos de Baccharis notorsegila e Baccharis crispa em doses de 5mg/ml demonstraram atividade antibacteriana frente a Bacillus subtilisMicrococcus luteus e Staphylococcus aureus, especialmente por parte do flavonóide genkwanina. Um estudo evidenciou que as folhas de Baccharis dracunculifolia, a principal origem botânica da produção do Própolis Brasileiro, tem efeito inibitório dos fatores cariogênicos avaliados do Streptococcus mutans, similar ao do própolis mencionado, o qual é usado para prevenir cáries dentárias por esse patógeno. (ABAD; BERMEJO, 2008). 

As lactonas sesquiterpênicas de Baccharis trimera demonstraram atividade inibitória frente a cercárias do Schistosoma mansoni (agente causador da esquistossomose) e do crescimento do Trypanosoma cruzi (causador da Doença de Chagas). Ensaios evidenciaram também atividade molusquicida de Baccharis trimera sobre Biomphalaria glabrata (molusco hospedeiro intermediário do S. mansoni), as custas de lactonas diterpênicas e flavonas, em especial a eupatorina (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). 

Além disso, mais recentemente vários componentes de Baccharis retusa e Baccharis uncinella têm sido estudados e apresentam atividade contra patógenos causadores da Leishmaniose Tegumentar (PASSERO, et al, 2011). 

Estudos diferentes com extratos de Baccharis articulata e Baccharis genistelloides encontraram atividade antiviral frente ao VSV (vírus da estomatite vesicular) e ao HSV-1 (Herpes simplex vírus). Um estudo em 1996 demonstrou os ácidos cafeoilquínicos como tendo atividade inibitória específica sobre a enzima HIV-1 integrase, o que abre portas para estudos futuros relacionados ao HIV (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). 

Ensaios em animais são controversos em demonstrar a atividade analgésica e antiinflamatória de extratos de B. trimera. Um estudo que investigou o efeito antiartrítico do extrato aquoso de Baccharis genistelloides mostrou uma redução importante da gravidade da artrite colágeno-induzida em animais. Em estudos com ratos com diabetes induzida por streptozotocina, o extrato aquoso de Baccharis trimera induziu uma redução importante, embora parcial, da glicemia, após 7 dias de uso. O efeito, o qual não esteve associado a perda de peso, pode estar associado a presença de flavonóides e ácidos clorogênicos, já que suas atividades hipoglicemiantes já foram previamente demonstradas. Esse potencial justifica maiores investigações (OLIVEIRA, 2005; ABAD; BERMEJO, 2008). 

Os flavonóides de Baccharis genistelloides possuem atividade diurética, o qual pode gerar hipotensão arterial, tal como se observou em estudos com ratas. Estudos in vitro tem determinado também a atividade anti hipertensiva de Baccharis trimera. (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). Diversos estudos em modelos animais com úlcera gástrica induzida de diferentes maneiras demonstraram atividade antiulcerosa de diferentes extratos de carqueja, e efeito gastroprotetor e anti secretório de Baccharis genistelloides em associação com Lavatera asurgentiflora e Psoralea glandulosa. (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). 

Interações medicamentosas: Os pacientes hipertensos podem necessitar ajustar as doses de medicamentos anti-hipertensivos em caso de uso concomitante de Baccharis trimera. Pacientes hipotensos também devem estar alertas devido a possibilidade de redução da pressão arterial (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005).  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Ensaios com sistemas teste vegetais in vivo e teste in vitro com linfócitos de sangue periférico humano demonstraram atividade antiproliferativa e mutagênica dos extratos de Baccharis trimera e Baccharis articulata , espécies nativas do sul do Brasil, indicando que a utilização pela população requer maior cuidado. No entanto, são necessários mais estudos para avaliar com maior precisão os riscos (FACHINETTP; TEDESCO, 2009). 

Apesar de a carqueja se encontrar incorporada à maioria das farmacopéias oficiais e não ter originado sinais de toxicidade durante seu uso histórico, se recomenda precaução e a não utilização por longos períodos até que sejam aprofundados os estudos sobre toxicidade. 

Os pacientes hipertensos podem necessitar ajustar as doses de medicamentos anti-hipertensivos em caso de uso concomitante de Baccharis trimera. Pacientes hipotensos também devem estar alertas devido a possibilidade de redução da pressão arterial (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). 

Contra-indicações:  Eventualidade de uma estimulação do músculo uterino pelo extrato de carqueja contra-indica seu uso na gravidez. O efeito abortivo foi observado na administração em animais por 10 a 15 dias consecutivos (ALONSO; DESMARCHELIER, 2005). 

Posologia e modo de uso: Infusão: em uma xícara (150ml), coloque 1 colher (sopa: 5g) de hastes picadas e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos e coe. Tomar 2 a 3 xícaras por dia.  

Decocção – coloque 1 colher (sopa) de hastes picadas em 1 recipiente com água fria. Deixe ferver por 5 minutos. Desligue o fogo e deixe abafado por 10 minutos coe e tome até 3 xícaras por dia.  

Uso externo – Usa-se a decocção ou infusão aplicando externamente.

 

 

Referências:

ABAD, M. J.; BERMEJO, P. Baccharis (Compositae): a review update. Arkivoc, [S. I], v. 7, p. 76-96, 2007. Disponível em: http://www.arkat-usa.org/get-file/19602/ – Acesso em: 01 de novembro de 2011. 

AGOSTINI, F. et al. Estudo do óleo essencial de algumas espécies do gênero Baccharis (Asteraceae) do sul do Brasil. Revista Brasileira de farmacognosia, João Pessoa, v. 15, n. 3, p. 215-219, Jul/Set 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2005000300010&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2005000300010. Acesso em: 01 de novembro de 2011.  

ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas Medicinales Autóctonas de la Argentina: Bases Científicas para su Aplicación en Atención Primária de la Salud. Buenos Aires: L.O.L.A., 2005. p. 127-35 

BUDEL, J. M.; DUARTE, M. R.; SANTOS, C. A. M. Parâmetros para análise de carqueja: comparação entre quatro espécies de Baccharis spp. (Asteraceae). Revista Brasileira de farmacognosia, Maringá, v. 14, n. 1, 2004 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2004000100006&lng=en&nrm=iso – Accesso em: 01 de Novembro de 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2004000100006. 

CORREA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura/IBDF, v.2, 1984. 

DEGASPARI, C. H. et al. Obtenção de extrato de carqueja (Baccharis articulata (Lam.) Pers.) por diferentes processos de concentração. Disponível em: http://www.utp.br/tuiuticienciaecultura/FACET/FACET%2029/PDF/Art%208.pdf. Acesso em: 01 de novembro de 2011. 

DUKE, J. A., BOGENCHTZ-GODWIN, M. J., OTTESEN. A. R. Duke’s handbook of medicinal plants of Latin America. [S. I.]: CRC Press, 2008.  

FACHINETTP, J. M.; TEDESCO, S. B. Atividade antiproliferativa e mutagênica dos extratos aquosos de Baccharis trimera (Less.) A. P. de Candolle e Baccharis articulata (Lam.) Pers. (Asteraceae) sobre o sistema teste de Allium cepa. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 11, n. 4, p. 360-367, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-05722009000400002&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-05722009000400002 – Acesso em: 01 de novembro de 2011. 

LORENZI, H, MATOS, F. J. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2002. p. 122-123. 

MARONI, B.; DI STASI, L. C.; MACHADO, S. Plantas medicinais do cerrado de Botucatu. São Paulo: FAPESP, BIOTA, UNESP, 2006. p. 46-48. 

OLIVEIRA, A. C. P. Effect of the extract and fraction of Baccharis trimera and Syzygium cumini on glycaemia of diabetic and non-diabetic mice. Journal Etnhopharmacol, [S. I], v. 102, p. 465-469, 2005. 

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p. 66-67 

PASSERO, L. F. et al. Lago, 2010. Anti-leishmanial effects of purified compounds from aerial parts of Baccharis uncinella DC. (Asteraceae). Parasitology Research, [S. I], v. 108, n. 3, p. 36-529, Mar 2011. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20886232 – Acesso em: 01 de novembro de 2011. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 11 de novembro de 2011.

Tags: AfecçõesAnti-helmínticaAnti-reumáticoAntidiarreicoColagogoDiuréticoFeridasGripeHipertensãoPerfumariaResfriadoTônicoTosseÚlceras
  • Página 1 de 2
  • 1
  • 2