BARDANA-MENOR

30/12/2019 23:50

Arctium minus (Hill) Bernh.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasArctium pubens Bab., Lappa minor Hill.

Nomes populares: Bardana, bardana-ordinária, pagamasso-menor (Cunha, 2003), carrapicho-grande, pega-pega (Cavalli, et al., 2007).

Origem ou Habitat: Originária da Europa e Ásia (Alonso, 2004), ocorre de maneira acidental no Sul do Brasil e na Argentina e está perfeitamente adaptada a estes climas (Vivot & Cruañes, 2008).

Características botânicas: Possui praticamente as mesmas características da Arctium lappa L., porém com porte menor (Alonso, 2004). Mais comum em Portugal do que a A. lappa.

Partes usadas: Sementes, folhas e raízes.

Uso popular: Os mesmos usos da Arctium lappa L. (Cunha, 2003; Vivot & Cruañes, 2008).

De acordo com Alonso (2004), a raiz é indicada como diurética, laxante, febrífuga e antigotosa, sendo considerada, na Ásia, uma planta com propriedades antiasmática, emenagogo e béquica.

Utilizada popularmente no tratamento de diabetes como hipoglicemiante (Cavalli, et al., 2007).

Na medicina popular turca, as folhas são utilizadas externamente contra dores reumáticas, febre e insolação (Erdemoglu, et al., 2008).

Composição química: Há poucos estudos sobre a composição química da Arctium minus. Entre os flavonoides, foram isolados do extrato etanólico: isoquercetrina, rutina, astragalina, canferol 3-O-rhamnoglucosideo, quercetina 7-0-glucosideo, um isômero da quercetina e quercetina 3-O-arabinosideo. Em outro estudo, foi isolado um derivado de lactona terpênica, a arctiopicrina. As espécies do gênero Arctium são conhecidas por serem fontes ricas de lignanas. A arctina, uma lignana encontrada em sementes da Arctium lappa, também foi isolada da Arctium minus (Erdemoglu, et al., 2008

Ações farmacológicas: Especificamente, a espécie Arctium minus foi estudada por Cavalli, et al., (2007). Foram utilizados os extratos brutos da raiz e das folhas em ratos diabéticos induzidos por aloxano, e notou-se diminuição dos níveis de glicose destes, confirmando a atividade hipoglicemiante. Em estudos com modelos animais, Arctium minus demonstou atividade anti-inflamatória e antioxidante (Erdemoglu, et al., 2008), e atividade antimicrobiana contra M. luteus e S. aureus (Vivot & Cruañes, 2008.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Idem a Arctium lappa.

Posologia e modo de uso: Idem a Arctium lappa.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004 p. 204.

CAVALLI, V. L. L. O. et al. Avaliação in vivo do efeito hipoglicemiante de extratos obtidos da raiz e folha de bardana Arctium minus (Hill.) Bernh. Revista Brasileira de Farmacognosia, João Pessoa, v.17, n.1, p. 64-70, jan./mar. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-695X2007000100014&script=sci_abstract&tlng=pt – Acesso em: 21 junho 2011.

CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 162-163

ERDEMOGLU, N. et al. Estimation of anti-inflammatory, antinociceptive and antioxidant activities on Arctium minus (Hill) Bernh. ssp. minus. Journal of Ethnopharmacology, [S. I.], Jan., 2009, v. 121, n. 2, p. 318-323, . Acesso em: 21 de junho de 2011

VIVOT, E. P., CRUAÑES, M. J. Actividades antimicrobiana y antiviral de extractos vegetales de algunas especies de la flora de Entre Ríos. Ciencia, docencia y tecnologia, Concepción del Uruguay, n.37, nov. 2008. Disponível em: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1851-17162008000200008 – Acesso em: 21 de junho de 2011.

http://www.xidservices.com – Photo by Richard Old – Acesso em: 21 junho 2011

http://www.tropicos.org/Name/2701732 Acesso em: 21 Junho 2011.

Tags: AntiasmáticaDiuréticoDores reumáticasEmenagogoFebrífugaHipoglicemianteLaxante

BARDANA

30/12/2019 23:46

Arctium lappa  L.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasLappa lappa (L.) H. Karst., Arctium chaorum Klokov, Arctium lappa subsp. majus Arènes, Arctium majus (Gaertn.) Bernh., Lappa vulgaris Hill, Lappa major Gaertn.

Nomes populares: Baldrana, erva-dos-tinhosos, pegamassa, carrapicho-de-carneiro e carrapicho-grande(Brasil), beggar’s-button, cockle-button, edible burdock, harlock, gobo (English, United States), great burdock (English, Canada).

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e Ásia , cresce em regiões temperadas.

Características botânicas: Planta bianual, com caule robusto, pode alcançar até 2 m de altura, folhas muito grandes, ás vezes dentadas, podendo chegar até 50 cm de comprimento. Flores lilases, pequenas, em capítulos de 3-5cm de diâmetro. Os frutos são pequenos aquênios de cor escura e espinhosos que no conjunto formam carrapichos. Raízes carnosas, compridas, medindo de 25 a 70 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas, frutos, sementes e raízes.

Uso popular: Raízes e folhas são usadas como depurativo, diurético, anti-reumático (gota) e desintoxicante do fígado; também como analgésico local (folhas aquecidas em cólicas infantis, dor de ouvidos) e antiinflamatório. É muito usada em doenças da pele como alergias, seborréias, caspa e queda de cabelo, furúnculos, eczemas, picadas de insetos e de animais peçonhentos; em úlceras varicosas, psoríase, cobreiro e zipra (erisipela). Os frutos são usados como anti-diabéticos.

Composição química: Nas raízes: inulina (30-50%); compostos poliacetilênicos, acetilênicos sulfurados; ácidos fenólicos; ácidos voláteis e ácidos hidroxilados; mucilagens; flavonóides; fitosteróis, .

  • As folhas contém lactonas sesquiterpênicas (arctiopicrina) e outros.
  • As sementes contém ácidos fixos (linoléico, oléico, clorogênico).

Do ponto de vista nutricional a raiz de bardana fornece: proteínas, glicídios, fibras, cálcio, fósforo, ferro, vitamina A, B1, riboflavina, niacina e vitamina C.

Ações farmacológicas: Diversas pesquisas ao longo do século passado têm comprovado sua ação antimicrobiana contra germens Gram (+) , Gram (-) e fungos oportunistas, principalmente pela ação da arctiopicrina.

Esta planta teve ação inibitória (in vitro) sobre o vírus HIV.

  • Atividade sobre fígado e vesícula – Foi demonstrada ação colerética e colagoga devido principalmente aos ácidos fenólicos. Também foi comprovada importante ação antioxidante do extrato sobre os hepatócitos.
  • Ação hipoglicemiante – Estudos pré-clínicos comprovaram efeitos hipoglicemiantes da bardana. Os mesmos estudos com as sementes, determinaram que a arctigenina seria o componente responsável por essa ação.
  • Antitumoral – Foi demonstrado em estudos pré-clínicos que a arctiína exerce ação quimiopreventiva sobre substâncias indutoras de câncer de mama, cólon, fígado e pâncreas. A raiz de bardana teve efeito inibitório sobre cultivo de células tumorais.
  • Dermatologia – foi demonstrado que a raiz fresca, ou seu decocto concentrado tem ação sobre seborréia facial, impetigo e acne . Também teve efeito sobre eczema descamante, onde há inflamação e deficiência imunológica.

Foi observado, “in vitro”, ação antiagregante plaquetária.

Melhorou a resposta imune humoral em ratos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A bardana é uma espécie vegetal considerada muito segura para o emprego em humanos, tendo sido descrito um caso de toxicidade com o emprego de um preparado comercial em forma de chá, o qual continha quantidades importantes de alcalóides da família Solanaceae tais como a atropina (Bryson P. et al., 1978, apud Alonso, 2004). Pode aumentar o efeito hipoglicêmico dos agentes associados à hipoglicemia (DRUGS, 2022).

Pode causar irritação ocular. Há casos descritos de hipersensibilização cutânea (dermatite de contato) no uso prolongado (Rodriguez e cols., 1995). A presença de onopordopicrina se mostrou tóxica em alguns trabalhos experimentais, in vitro (Souza Brito A. e cols., 1995). Altas doses de arctiina podem causar convulsões, hiperpnéia, piloereção, cianose.

Contra-indicações: Contra-indicações ainda não foram identificadas, porém evitar o uso em gestantes e lactantes. Houve efeitos adversos documentados, incluindo indução da contração musculatura uterina (DRUGS, 2022).

Posologia e modo de uso: As doses relatadas incluem 6g/dia de chá de raiz de bardana. Em estudos realizados em pacientes com câncer de pâncreas refratário avançado, recomendou-se 12g/dia de extrato da fruta de Bardana. As folhas também foram usadas e estudadas como ataduras antiaderentes no tratamento de feridas (DRUGS, 2022).

Observações: As espécies do gênero Arctium são conhecidas por serem fontes ricas de lignanas. A arctina, uma lignana encontrada em sementes da Arctium lappa, também foi isolada da Arctium minus (Erdemoglu, et al., 2008).

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

ERDEMOGLU, N. et al. Estimation of anti-inflammatory, antinociceptive and antioxidant activities on Arctium minus (Hill) Bernh. ssp. minus. Journal of Ethnopharmacology, [S. I.], Jan., 2009, v. 121, n. 2, p. 318-323, . Acesso em: 21 de junho de 2011

FERRO, D. Fitoterapia: Conceitos Clínicos. São Paulo: Atheneu, 2008.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

RODRIGUEZ, P.; BLANCO, J.; JUSTE, S. Allergic contact dermatitis due to burdock. Contact Dermatitis, [S. I.: s. i.], 1995. v.33, p. 5-134.

http://www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/A15bardana.htm – Acesso em: 08 junho 2011.

http://www.tropicos.org – Acesso em: 08 junho 2011.

Diabetologia. 2012 May;55(5):1244-6. Epub 2012 Feb 23.New expectations from the well-known medicinal properties of Arctium lappa.

Miele C, Beguinot F.Source- Dipartimento di Biologia e Patologia Cellulare e Molecolare, Università di Napoli Federico II, Via S Pansini 5, 80131 Naples, Italy.

Chevallier ,Andrew – Encyclopedia of herbal medicine ; D K publishing 2000

Bull Exp Biol Med. 2011 Jun;151(2):194-6. Effects of drugs of plant origin on the development of the immune response. Borsuk OS, Masnaya NV, Sherstoboev EY, Isaykina NV, Kalinkina GI, Reihart DV. Source Institute of Pharmacology, Siberian Division of Russian Academy of Medical Sciences, Tomsk, Russia

Bull Exp Biol Med. 2011 Jun;151(2):194-6.

Tumor specific cytotoxicity of arctigenin isolated from herbal plant Arctium lappa L. Susanti S, Iwasaki H, Itokazu Y, Nago M, Taira N, Saitoh S, Oku H. Source United Graduate School of Agricultural Sciences, Kagoshima University, 1-21-24 Korimoto, Kagoshima, 890-0065, Japan.

Burdock. Drugs. 2022. Disponível em: www.drugs.com/npp/burdock.html. Acesso em: 10 maio de 2023.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-reumáticoDepurativoDesintoxicanteDiuréticoSeborreia

BARBATIMÃO

30/12/2019 23:41

Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville.

Fabaceae (antiga Leguminosae-Mimosoideae) 


SinonímiasAcacia adstringens Mart. , Stryphnodendron barbatimam Mart., Mimosa virginalis Arruda, Mimosa barbadetimam Vell.

Nomes populares: Barbatimão, barba-de-timão, barbatimão-verdadeiro, abaramotemo, ibatimô, paricarana, uabatimô, casca-da-virgindade, etc.

Origem ou Habitat: Nativo do Brasil, dos cerrados do Sudeste e Centro Oeste (O Cerrado abrange os estados da região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal), além do sul do Pará e Maranhão, interior do Tocantins, oeste da Bahia e Minas Gerais, bem como o norte de São Paulo.

Partes usadas: Cascas.

Uso popular: O cozimento das cascas de barbatimão é indicado para leucorréia, hemorragias, diarreia, hemorroidas, para limpeza de ferimentos, para inflamação da garganta e outros usos.

Composição química: Taninos (20-30%): ácido gálico, elágico, flobafeno, prodelfinidinas (precursores dos taninos condensados),galocatequina, epigalocatequina,etc.

Outros: mucilagens, flavonóides, corante vermelho, sacarose e dextrose, etc.

Ações farmacológicas: Adstringente, cicatrizante, hemostático, antisséptico, analgésico, antimicrobiano.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão de infusões e extratos de barbatimão em alta dosagem e por um longo período podem levar a irritação gástrica.

Contra-indicações: O uso interno deve ser evitado por gestantes e lactantes.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

“Stryphnodendron adstringens” por Eurico Zimbres Zimbres – Licenciado sob CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons – http://commons.wikimedia.org – Acesso 09 Fev 2015

http://www.brasilescola.com/brasil/cerrado.htm – Acesso 09 Fev 2015

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Stryphnodendron_barbatiman.htm – Acesso 09 Fev 2015

http://www.tropicos.org/Name/13001565 Acesso 09 Fev 2015

http://pt.wikipedia.org/wiki/Barbatim%C3%A3o-verdadeiro – Acesso 09 Fev 2015.

Tags: DiarreiashemorragiasHemorróidaLeucorreia

BANANINHA-DO-MATO

30/12/2019 23:37

Bromelia antiacantha  Bertol.

Bromeliaceae 


SinonímiasBromelia commeliniana de Vriese, Bromelia sceptrum Fenzl ex Hügel, Agallostachys antiacantha (Bertol.) Beer, Agallostachys commeliniana (de Vriese) Beer, etc.

Nomes populares: Caraguatá, gravatá-da-praia, gravatá-do-mato, banana-do-mato, banana selvagem, etc. “Caraguatá” do Tupi-guarani, significa erva da folha fibrosa.

Origem ou Habitat: Brasil (Mata Atlântica).

Características botânicas: A Bromelia antiacantha é uma herbácea de hábito terrestre medindo até 2 metros de altura e formando densos agrupamentos chamados de “reboleiras”. Folhas lineares, em forma de rosetas basais, canaliculadas, coriáceas, com espinhos nas margens em forma de ganchos, de cor vermelha na base e verde-avermelhada no ápice, medindo até 1,4 metros de comprimento. Antes do aparecimento da inflorescência, a espécie apresenta no centro da roseta as brácteas vermelhas. As flores são perfeitas, de cor violeta, dispostas num racemo denso com eixo grosso localizado no centro da roseta. Os frutos são bagas ovaladas, de cor amarela e polpa comestível, por esse motivo, segundo Reitz, (1983), é chamada de “banana-do-mato”. Multiplica-se por brotação e por sementes.

Partes usadas: Frutos e as folhas.

Uso popular: É uma planta medicinal, alimentícia e ornamental, além de utilizada na confecção de fibras para tecidos e cordoaria.

A polpa dos frutos é usada para preparar um xarope usado para problemas respiratórios como asma, tosse, bronquite. Também é usado para eliminar pedras nos rins e como tratamento coadjuvante da icterícia e hidropisia (edema).

O chá das folhas (decocção) é recomendado para tratamento de afecções da mucosa bucal na forma de bochechos.

Os frutos são ácidos, purgativos, diuréticos, vermífugos e abortivos.

Composição química: Segundo Lorenzi & Matos, (2008) apresentam saponinas, taninos, mucilagens e a enzima bromelina. Fabri & da Costa (2012)em amostras coletadas em MG, assinalam a presença de alcalóides, triterpenos, esteróides, flavonóides.

  • Na dissertação de mestrado de Camila Martini Zanella, assinala a presença de flavonóides, antocianidinas.
    Enzimas: Antiacantaina A, Bromelina

Ações farmacológicas: Bromelia antiacantha mostra-se como uma promissora fonte de substâncias bioactivas principalmente contra P. aeruginosa e E. coli.

Contra-indicações: Não usar durante a gravidez.

Posologia e modo de uso: Xarope da polpa carnosa: cortar os frutos (1 fruto para cada xícara de água) e ferver durante 5 minutos, após amassar os pedaços e coar, adicionar açúcar cristal ao coado e retornar ao fogo até dissolver o açúcar. Tomar 1 colher (sopa) 2-3 vezes ao dia para adultos; para crianças acima de 6 anos, 1 colher (chá) 2-3 vezes ao dia.

Decocção das folhas: cortar as folhas em pedaços pequenos e ferver durante 3-5 minutos. Acrescentar algumas gotas de própolis e fazer bochechos 3 vezes ao dia, para o tratamento de afecções da mucosa bucal (aftas e feridas).

 

 

Referências: 
http://www.sbpmed.org.br/download/issn_07_3/artigo15_v9_n3.pdf – Acesso 08 junho 2014.

Fabri, R. L. da Costa, J. A. B. M. ” Pharmacognostic profile and evaluation of antibacterial and cytotoxic activities of the Bromelia antiacantha Bertol”. Revista Eletrônica de Farmácia Vol. IX (2), 37 – 48, 2012.

http://www.ufrgs.br/floradigital – Acesso 13 Agosto 2015

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

REITZ, R. Bromeliaceas e a malária – Bromélia endêmica.In: Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1983. 856p

VALLÉS, Diego; CANTERA, Ana M.b.. Antiacanthain A: New proteases isolated from Bromelia antiacantha Bertol. (Bromeliaceae). International Journal Of Biological Macromolecules, [s.l.], v. 113, p.916-923, jul. 2018.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.colecionandofrutas.org/bromeliaantiacantha.htm – acesso em 08 de junho de 2014.

Santos, Vanessa N. C.; de Freitas, Rilton A.; Deschamps, Francisco C.; Biavatti, Maique W. “Ripe fruits of Bromelia antiacantha: investigations on the chemical and bioactivity profile”. Revista Brasileira de Farmacognosia (2009), 19(2A), 358-365.(Scifinder, art.7) – Acesso Agosto 2015.

Zanella, Camila Martini. Caracterização genética, morfológica e fitoquímica de populações de Bromelia antiacantha (Bertol.) do Rio Grande do Sul, dissertação de mestrado, 2009.

http://www.tropicos.org/Name/4300837?tab=synonyms.

Tags: AbortivoAsmaBronquiteDiuréticoHidropsiaNutritivaTosse

BANANEIRA

30/12/2019 23:33

Musa paradisiaca  L.

Musaceae


SinonímiasMusa sapientum L., Musa × paradisiaca L.

Nomes populares: Banana, bananeira (Brasil), pakoa (guarani), da jiao (China), Afontsy (Madagascar), plantain (English, United States), etc.

Origem ou Habitat: É originária da Ásia Meridional de onde se difundiu para a África e América.

Características botânicas: Planta herbáceo-arborescente, heliófita, rizomatosa. Presença de um pseudo-caule cilíndrico, verde-violáceo, formado pelas bainhas dos pecíolos superpostos, medindo de 7-8 m de altura e 25-30 cm de diâmetro. Folhas divergentes, longo-pecioladas, completas, simples, lanceolado-oblongas, verdes com limbo medindo até 120 cm de comprimento, bainha e pecíolo glabros; margem inteira, ápice acuminado. Inflorescência pendente com flores reunidas em espigas cobertas de brácteas, brancas ou rosadas. Fruto cilíndrico-anguloso, recurvado, amarelo, medindo de 16-30 cm de comprimento.

Partes usadas: fruto, flores, seiva do pseudo-caule.

Uso popular: O fruto é muito apreciado como alimento nutritivo, fortificante geral, aperiente, tônico muscular e tônico capilar, usado como laxante, coadjuvante na anemia, emoliente, maturativo e antidiarreico.

As flores são consideradas úteis nas afecções intestinais e peitorais.

A seiva é considerada antiofídica, adstringente, antidiarreica, combate a nefrite, a icterícia, atua como coadjuvante nas tuberculoses, asma, útil no tratamento das gonorreias, leucorreias, disenterias, hemorragias uterinas, laringite, aftas.

Externamente, tanto a casca e a polpa do fruto como a seiva do pseudo-caule tem aplicações como anti-inflamatório e cicatrizante em casos de queimaduras, inchações, hemorroidas, feridas simples, úlceras e neuralgia.

Do cozimento e processamento da banana verde surge a biomassa, um alimento funcional, agindo como espessante natural que pode ser usada na confecção de bolos, biscoitos, pizzas, em sucos, sopas, feijões, purês e vitaminas. Substitui o leite e o leite condensado na preparação de cremes. É uma boa opção para quem tem alergia ao glúten (proteína do trigo); as fibras solúveis presentes na banana verde cozida auxiliam o trânsito intestinal, reduzem problemas de constipação e preservam a integridade da mucosa intestinal; a biomassa da banana verde possui baixo índice glicêmico e ajuda a reduzir o colesterol. A banana verde cozida é uma excelente alternativa na cozinha vegana.

Composição química: Hidratos de carbono (glicose, frutose, sacarose, amido); proteínas; vitaminas (A, B1, B2, B5, B6, C, E, U (fator anti-úlcera)); triptofano; sais minerais (potássio, sódio, fósforo, magnésio, enxofre, cálcio, ferro, silício); taninos, etc.

Contra-indicações: pessoas sensíveis podem ter azia a algumas variedades de banana.

Posologia e modo de uso: Anemia: consumir de 3 a 5 unidades diariamente pode contribuir com até 30% da quantidade de ferro requerida para um dia.

Asma: assar a muda pequena da bananeira-maçã cortada em rodelas, depois espremer, misturar com mel e tomar um cálice diariamente.

Diarreia e disenteria: tomar o caldo do cozimento da banana maçã verde ou a banana prata quase madura amassada, sem misturar com outro alimento .

Afecções do estômago : recomenda-se a banana prata cozida sem misturar com outro alimento.

Afecções do fígado e gota: fazer frequentemente refeições exclusivas de banana, sem misturar com outro alimento.

Feridas, úlceras, hemorróidas: aplicar a seiva da bananeira diretamente nos locais afetados, observando os cuidados de assepsia.

Inflamações, queimaduras, neuralgia: fazer compressas locais com a casca da banana quase madura (parte interna) renovando a cada duas ou três horas.

Doença celíaca: existem relatos de uma dieta a base de bananas (ver detalhes nas referências BALBACH, A. e LIMA, L.C.B.).

Preparo da biomassa de banana verde: tirar a banana verde da penca, cozinhar na água ou no vapor com a casca fechada, bater a casca e polpa juntas ou separadas para formar a biomassa.

 

Observações: São conhecidas mais de 30 variedades de bananas, sendo as mais comuns: banana ouro, banana nanica, banana nanicão, banana prata, banana maçã, banana da terra, banana figo, banana caturra, banana de são tomé, banana d´agua, etc.

Referências: 
BALBACH, A. As Frutas na Medicina Doméstica. Ed. M.V.P., São Paulo, SP.

DRESCHER, Lírio (coord.) Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. Laranja da Terra-ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001.

LIMA, L.C.B. Hortifrutigranjeiros: guia completo – Editora Sagra Luzzatto, Porto Alegre, RS. 2000.

PLANTAMED. Musa Paradisiaca L.: Bananeira. Disponível em: http://www.plantamed.com.br/, Acesso em: 16 de novembro de 2012.

REVISTA DOS VEGETARIANOS, Editora Europa, São Paulo, SP, maio 2011, nº 55.

http://www.tropicos.org/Name/50212976 – acesso em 28 de fevereiro de 2013.

https://sites.google.com/site/florasbs/musaceae/bananeira – acesso em 28 de fevereiro de 2013.

Tags: AsmaLaxanteNutritiva

BAGA-DE-SANGUE

30/12/2019 23:25

Rivina humilis   L.
Petiveriaceae 


SinonímiasSegundo o site de nomenclatura botânica www.tropicos.org existem 51 sinonímias para esta espécie, algumas são: Piercea acuminata Raf., Rivina brasiliensis Nocca, Rivina laevis L., Rivina canescens G. Don ex Steud., Rivina humilis var. glabra L., Rivina humilis var. puberula (Kunth) Moq., Rivina portulaccoides Nutt., Rivina tinctoria Ham. ex G. Don, Solanoides pubescens Moench.

Nomes populares: Mercúrio, sangue-de-boi, pigeon berry, baga-de-pombo, Bloodberry, baga-de-sangue, Rouge Plant, planta-de-baga-vermelha, Baby Pepper, Coral Berry, aña keu keu (Bolivia, aguarati izozog), etc.

Origem ou Habitat: Ela cresce bem no Caribe e na América tropical e agora é amplamente naturalizada na Indo-Malásia e Pacífico (Swarbrick, 1997 e Wealth of India, 2008 apud MOHAMMAD I.K. et all, 2012).

Partes usadas: Frutos.

Uso popular: Esta plantinha chegou ao horto didático com o nome de “mercúrio” e usado como cicatrizante em pequenos cortes.

O extrato dos frutos da Rivina pode ser usado como um corante natural em bebidas e alimentos.

Composição química: Frutos frescos: Betalaínas totais (betaxanthinas + betacianina); hidratos de carbono, açúcares redutores, e celulose; proteínas e fenóis.

Frutos secos: Betalaínas (indicaxantin, dopaxantin, vulgaxantin, Glutamine-Bx, Aspartic acid-Bx, Hydroxynorvaline-Bx (Humilixanthin), Betanin, Betanidin, Tyrosine-Bx, Dopamine-Bx) (MOHAMMAD I.K. et all, 2012). Além de lipídios e fibras.

Ações farmacológicas: Antioxidante.

Observações: Esta planta é atraente para as abelhas, borboletas e aves.

Betalaínas são pigmentos nitrogenados contendo ácido betalâmico como cromóforo. Eles são relatados exclusivamente em 13 famílias da ordem Caryophyllales (excluindo Caryophyllaceae e a Molluginaceae) em resposta da natureza à ausência de antocianinas em si. Dois grupos principais de betalaínas são betacianinas vermelho-violeta e betaxanthinas amarelo-laranja.

Relatório recente sobre a segurança alimentar de Rivina humilis indica que futuramente o suco de seus frutos poderia ser uma fonte de betalaínas (MOHAMMAD I.K. et all, 2012)..

 

Referências: 
MOHAMMAD Imtiyaj Khan, P.S.C. Sri Harsha, P. Giridhar, , G.A. Ravishankar: “Pigment identification, nutritional composition, bioactivity, and in vitro cancer cell cytotoxicity of Rivina humilis L. berries, potential source of betalains.” LWT – Food Science and Technology – Volume 47, Issue 2, July 2012, Pages 315–323. – Acesso 26 Abril 2016.

Khan, Mohammad Imtiyaj; Sri Harsha, P. S. C.; Chauhan, A. S.; Vijayendra, S. V. N.; Asha, M. R.; Giridhar, P. “Betalains rich Rivina humilis L. berry extract as natural colorant in product (fruit spread and RTS beverage) development”. From Journal of Food Science and Technology (New Delhi, India) (2015), 52(3), 1808-1813. Acesso 28 Abril 2016.

http://davesgarden.com/guides/pf/go/58615/Acesso 26 Abril 2016.

http://www.tropicos.org/Name/24800051 – Acesso 26 Abril 2016.

Tags: Cicatrizante

BABOSA

30/12/2019 23:17

Aloe vera  (L.) Burm. f.

Xanthorrhoeaceae (antigamente Liliaceae, recentemente Asphodelaceae) 


SinonímiasAloe barbadensis Mill., Aloe chinensis (Haw.) Baker, Aloe perfoliata var. vera L., etc.

Nomes populares: Aloé, babosa, babosa-grande, babosa-medicinal, erva-babosa, aloé-do-cabo, caraguatá-de-jardim (Brasil) (LORENZI & MATOS, 2002), aloes (Spanish), Barbados aloe (English, United States), bitter aloe (English, United States), lu hui (Pinyin, China), sábila, aloe del Mediterraneo, acíbar, zábila (Espanhol),etc).

Origem ou Habitat: Existem ao redor de 360 espécies de aloes que habitam em zonas tropicais. Alguns autores acreditam que a Aloe vera é originária da Ilha de Socotra (noroeste da África), entre a Somália e Yemen, sendo subespontânea na zona do Mediterrâneo (norte da África e sul da Europa). Pertence ao grupo de plantas xerófitas, isto é, muito adaptadas a ambientes secos (ALONSO, 2004).

Características botânicas: Aloe sp. é uma planta herbácea, xerófita, suculenta e sem caule. A parte central da folha apresenta uma mucilagem (gel) transparente que deve ser observado e separado do látex amarelo que exsuda em canais na epiderme da folha. Esse látex é rico em antraquinonas, substâncias laxativas, nefro e hepatotóxicas. Seu cultivo não exige muita água e sua propagação ocorre por separação de brotos laterais. Existem outras espécies do gênero Aloe que são cultivadas, sendo a espécie Aloe arborescens a mais utilizada em Florianópolis.

Partes usadas: Gel (parte mucilaginosa), látex (suco, exsudato ou acíbar).

Uso popular: Planta muito utilizada na medicina popular em todo o mundo, como cicatrizante em casos de queimaduras,
lesões na pele, como “hidratante” da pele e cabelo, nas hemorróidas e para gastrite.             A espécie Aloe arborescens é usada pela popu-
lação para o tratamento de câncer, sem. evidência científica.

Informações científicas:

👥(HU): Há fraca evidência do benefício de Aloe sp. em mucosite e moderada evidência da diminuição da dor em queimaduras. O gel preparado com 98% da parte interna da folha demonstrou ser mais vantajoso que sulfadiazina de prata no tratamento de queimaduras. O benefício do gel como agente de limpeza em úlceras de pressão foi inconclusivo, e a evidência do seu benefício na psoríase ainda é limitada.

Observação do uso clínico em Florianópolis: Utiliza-se a mucilagem das folhas da babosa externamente em casos de queimaduras, ferimentos, eczemas (psoríase) machucados e picadas de insetos; para afecções do couro cabeludo pode-se utilizar externamente a mucilagem misturando-a com polpa de abacate. Apresenta boa resposta nas hemorróidas.

Modo de usar

Aplicar sobre a área afetada a mucilagem removida da parte interna da folha após remoção dos espinhos com auxílio de uma faca. Para lesões do couro cabeludo a mucilagem pode ser acrescentada à polpa de um abacate para a aplicação direta no local da lesão. Uso do gel ou como supositório (pedaço da mucilagem deixado no congelador) aplicado diretamente na hemorróida.

Cuidados no uso desta espécie 

O uso da babosa concomitantemente com outros medicamentos pode levar a alterações no metabolismo de diversos fármacos (Ver no tópico “interações medicamentosas”).

Evitar uso interno em gestantes, lactantes e crianças menores de 6 anos.

Devido à presença de antraquinonas, que conferem o sabor amargo a planta, o uso interno é contraindicado. A ingestão de pequenas doses deve ser feito apenas quando a mucilagem não apresentar o sabor amargo demonstrando a ausência desses compostos.

O uso da babosa em alimentos ou em bebidas é vedado pela Resolução 5.052/11 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Composição química: Gel: polissacarídeos mucilaginosos, destacando-se os glicomananos e mananos (0,2% a 0,3% do gel fresco). O acemanan é uma mescla de polissacarídeos complexos do tipo B-(1-4)-manano O-acetilados, sendo o principal componente carboidratado. Em menor medida encontram-se polissacarídeos de alto PM aloérido, constituído por glicose, manose e arabinose.

Látex ou exsudato das folhas: derivados antracênicos (15-30%) encontrados sob a forma de heterosídeos (barbaloína, b-barbaloína, e iso-barbaloína) e somente uma pequena parte corresponde a derivados antracênicos livres (< 1%)(aloe-emodina).

NOTA: A maioria dos autores consideram a ALOÍNA e a BARBALOÍNA como sinônimos.

Outros: água (95%), ácidos essenciais, proteínas, glicoproteínas (lectinas), ácidos orgânicos (ácidos hexurônicos, pteroilglutâmico e glicurônico), enzimas (oxidase, catalase, amilase, aliinase), oxalato de cálcio, saponinas, saponinas esteroidais, hidroxicromonas, penta-hidroxiflavonas, etc. Foram identificados amino ácidos essenciais: lisina, treonina, triptofano, leucina, isoleucina, fenilalanina, metionina, valina; e amino ácidos não essenciais: ácido glutâmico, serina, ácido aspártico, glicina, alanina, prolina, erginina, tiramina e histidina.

Observações: A palavra “aloe” do árabe “Alloeh” significa amargo.

 

 

Referências: 

WORTHINGTON, H. V., et al. Interventions for preventing oral mucositis for patients with cancer receiving treatment. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011.

NORMAN, G., et al.; Antiseptics for burns. Cochrane Data-base of Systematic Reviews 2017.

SHAHAZAD, M.N., et al., Effectiveness of Aloe vera gel compared with 1% silver sulphadiazine cream as burn wound dressing in second degree burns. Journal of the Pakistan Medical Association 2013; 63(2): 225-230.

MOORE, Z.E.H., Cowman S. Wound cleansing for pressure ulcers. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013.

FARAHNIK, B., et al., Topical Botanical Agents for the Treatment of Psoriasis: A Systematic Review. American Journal of Clinical Dermatology, 2017, Vol.18 (4), p.451-469.

RESOLUÇÃO 5.052/11 da ANVISA-Agência Nacional de Vig-

ilância Sanitária, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2011

ALONSO, 2004

LORENZI & MATOS, 2002

http://www.tropicos.org/Name/18403421 acesso em 02 de julho de 2012

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