YACON

24/02/2020 18:55

Smallanthus sonchifolius   (Poepp.) H. Rob.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasPolymnia edulis Wedd.; Polymnia sonchifolia Poepp.

Nomes populares: Yacón (Peru, Bolívia, Argentina), yacon, batata-diet (Brasil), aricoma (Bolívia), jiquima, yacuma (Equador), arboloco (Colômbia).

Origem ou Habitat: Nativa das regiões montanhosas e altas da Cordilheira dos Andes, desde a Venezuela até o norte da Argentina, sendo o Peru o principal país produtor (Silva Júnior, 2003; Alonso & Desmarchelier, 2005).

Características botânicas: Planta semi-arbustiva, perene, robusta, entre 1,8 e 2,4 m de altura, podendo atingir até 3 m. O caule é cilíndrico ou subangular, ramificando-se com o tempo. Possui folhas membranáceas, verde em cima com a face dorsal mais pálida, tenuamente gríseo-tormentosa e dimórficas. As inferiores são profundamente lobadas, com o pecíolo alado, base auriculada e limbo rubro-pardo, enquanto as folhas superiores são oval-lanceoladas, com 25 a 30 cm de comprimento por 20 cm de largura. Capítulos são laxos, radias, corimboso-paniculados, reunindo cerca de 13 a 15 flores pequenas, de intensa cor alaranjada, com 5 a 6 sépalas oblongas e foliáceas, sendo as mais inferiores lanceoladas e pilosas. As flores medem 3 a 4 mm de comprimento e 16 a 18 mm de diâmetro, são dentadas e pistiladas e funcionalmente femininas (as mais externas), enquanto as flores inferiores são estaminadas, funcionalmente masculinas. O fruto é do tipo aquênio, obovóide, seco, preto e quase sempre estéril. A parte subterrânea é formada por rizomas rígidos, superficialmente, de polpa creme, pouco doce, pouco fibros, de película violácea. Na parte mais profunda, encontra-se uma penca de 5 a 20 túberas de formato fusiforme a globular, irregular, pesando cerca de 150 a 1000 g e medindo cerca de 20 a 25 cm de comprimento e 7 a 10 cm de diâmetro, de tonalidade castanho-acizentada. A polpa é friável, translúcida, sumarenta, doce e de cor creme-amarelada, escurecendo quando em contato com o ar.

Partes usadas: Principalmente a raiz e em menor proporção as folhas e caule (Alonso & Desmarchelier, 2005; Alonso, 2004).

Uso popular: No Brasil, as folhas secas, trituradas e preparadas na forma de infusão, são empregadas popularmente como hipoglicemiantes (Alonso, 2004).

Na Bolívia, utilizam-se as raízes cruas como diurético em afecções do rim e da bexiga, além de tomar a decocção (ou suco) da raiz em casos de cistite, hepatite e nefrose, enquanto que, no Peru, fazem-se cataplasmas quentes com as folhas para mialgias e reumatismo (Duke, et al., 2009).

Nota sobre o uso: O emprego do yacon em casos de diabetes foi aprovado pela Secretaria Municipal de Saúde de Diadema, São Paulo (Alonso & Desmarchelier, 2005).

Composição química: Raíz: Grande parte (90%) do peso seco das raízes está constituído por carboidratos, dos quais 50 a 70% são oligofrutanos e o restante como sacarose, frutose e glicose (Alonso & Desmarchelier, 2005), incluindo inulina (uma forma de oligofrutano), fitoalexinas, ácido clorogênico, triptofano, amidas, asparagina, glutamina, prolina e arginina, potássio, compostos polifenólicos.

Folhas: Contem sesquiterpenos, lactonas, flavonoides, sonchifolina, uvedalina, enhiadrina e fluctuanina, ácido gálico, ácido gentísico e os seguintes compostos polifenólicos: ácidos clorogênico, cafeico e ferúlico.

Ações farmacológicas: O efeito mais conhecido dos oligossacarídeos, sobretudo os oligofrutanos, é a estimulação seletiva do crescimento das bifidobactérias, modificando de forma significativa a composição da flora intestinal. A inulina e os oligofrutanos demonstraram, em estudos com animais, importantes propriedades anti-neoplásicas. (Silva Júnior, 2003).

A inulina também aumenta a absorção de cálcio em humanos. Estudos realizados com mulheres jovens demonstraram que a administração diária de 8g de inulina + oligofrutose durante 3 semanas aumenta a absorção de cálcio, chegando a resultados semelhantes a outros estudos com humanos, porém com grupos menores (Griffin, et al., 2002; Abrams, et al., 2005).

Muitas substâncias contidas na planta possuem, em modelos animais, comprovada atividade hipoglicemiante e hipocolesterolemiante. Dietas à base de inulina reduzem o colesterol plasmático total, reduzindo VLDL e aumentando o percentual de HDL, além de reduzir as concentrações de triacilglicerol e fosfolipídeos séricos e a lipogênese hepática, protegendo os animais da esteatose hepática (Silva Júnior, 2003). Estudos experimentais com ratas diabéticas demonstraram que a administração do extrato aquoso da raiz de yacon produz efeitos hipoglicemiantes significativos (Alonso & Desmarchelier, 2005). A enhiadrina, lactona sesquiterpênica em maior quantidade nas folhas, e os compostos polifenólicos como os ácidos cafeico, clorogênico e 3 ácidos dicafeoilquínicos demonstraram eficácia em reduzir a glicose pós-prandial e utilidade no tratamento de diabetes nos animais (Genta, et al., 2010).

O aminoácido L-triptofano demonstrou efeitos protetores frente ao dano oxidativo causado por radicais livres e isquemia, sobre a mucosa gástrica de ratos. Os compostos fenólicos presentes nas folhas e raízes possuem atividade antioxidante in vitro e atividade hepatoprotetora em ratos expostos a sobrecargas alcoólicas e químicas, assim como sobre outros radicais livres (Alonso & Desmarchelier, 2005).

Interações medicamentosas: Em virtude do efeito hipoglicemiante observado, sugere-se consultar um médico sobre a possibilidade de combinar extratos de yacon com outras drogas hipoglicemiantes (Alonso, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A inulina administrada em altas doses na dieta não causa toxicidade, morbidade ou mortalidade ao organismo. Estudos in vitro demonstraram ausência também de mutagenicidade e genotoxicidade (Silva Júnior, 2003).

Duke, et al., (2009) classifica a planta como segura, enquanto (Alonso, 2004) e (Alonso & Desmarchelier , 2005) colocam que não foram ainda documentados efeitos colaterais.

O chá das folhas pode causar danos renais quando usado por longo tempo.

Contra-indicações: Não foram reportadas contra-indicações ao uso do yacon. No entanto, ante a falta de estudos que indiquem a inocuidade dos extratos, não se recomenda sua administração durante a gestação (Alonso, 2004).

Posologia e modo de uso: Consome-se a raiz in natura ou em saladas de frutas, tendo sabor semelhante ao da pêra, ou seu suco, produzido a partir da prensagem das raízes, “chips”, obtidos a partir de fatias secas da raiz. Outros derivados: extrato fluido a 20%, extrato seco e granulado, encapsulados, balas e pães (Silva Júnior, 2003).

O yacon é utilizado também como edulcorante e aromatizante em alimentos, em especial iogurtes probióticos (Alonso, 2004).

Observações: Um estudo de 2011, com três diferentes extratos das folhas, administrados a ratos, apontou para toxicidade dos extratos que continham lactonas sesquiterpênicas, causando danos renais nos animais, sugerindo fortemente que estes terpenoides são os principais componentes tóxicos das folhas do yacon.

Os autores do estudo, baseados em seus resultados, não recomendam o uso oral de folhas de yacon para o tratamento de diabetes (Oliveira, et al., 2011).

Referências: 

ABRAMS, S.A. et al. A combination of prebiotic short- and long-chain inulin-type fructans enhances calcium absorption and bone mineralization in young adolescents. American Journal of Clinical Nutrition, v. 82, n. 2, p. 471-476, Agosto, 2005. Disponível em: http://www.ajcn.org/content/82/2/471.- Acessado em: 25 de julho de 2011.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 1092-1093.

ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas Medicinales Autóctonas de la Argentina: Bases Científicas para su Aplicación en Atención Primária de la Salud Buenos Aires: L.O.L.A., 2005. p. 567-573.

DUKE, J.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M.J.; OTTESEN, A.R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S.I.]: CRC Press,, 2009. p. 642-643

GENTA, S.B.; et al. Hypoglycemic activity of leaf organic extracts from Smallanthus sonchifolius: Constituents of the most active fractions. Chemico-Biological Interactions, 29 Abril, 2010,v. 185, n. 2, p. 143-52. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20211156 – Acessado em: 25 de julho de 2011.

GRIFFIN, I.J.; DAVILA, P.M.; ABRAMS, S.A. Non-digestible oligosaccharides and calcium absorption in girls with adequate calcium intakes. British Journal of Nutrition, 2002, v.87, s.2, p.187–191 . Disponível em: http://128.232.233.5/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=906332&fulltextType=RA&fileId=S0007114502000946 – Acessado em: 25 de julho de 2011.

SILVA JUNIOR, A.A. Essentia herba: Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003. p. 281-291.

OLIVEIRA, R.B. et al Renal toxicity caused by oral use of medicinal plants: the yacon example. Journal of Ethnopharmacology, 27 Jan, 2011, v.133, n.2, p.41-434. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20951787?dopt=AbstractPlus – Acessado em: 25 de julho de 2011.

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. http://www.tropicos.org/Name/2734075 – Acessado em: 25 de julho de 2011.

http://yacon.wordpress.com/about/ (foto tuberculos) – Acesso em: 28 de maio de 2012.

http://ewainthegarden.blogspot.com.br/2009/09/yacon-in-my-organic-fruits-garden.html (foto flor)- Acesso em: 28 de maio de 2012.

http://dicasdanutricionista.com.br/2008/05/21/propriedades-da-batata-yacon-2/(foto tuberculos)- Acesso em: 28 de maio de 2012.

Tags: CistiteDiuréticoHipoglicemianteReumatismo

URTIGA

24/02/2020 18:19

Urtica dioica  L.

Urticaceae


SinonímiasUrtica galeopsifolia Wierzb. ex Opiz.

Nomes populares: Urtiga, urtiga-mansa, urtiga-maior, urtiga-européia, bichu booti (Pakistan), ortie, stinging nettle (English, Canada), yi zhu qian ma (China)(LAVALLE, 2000),(SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER, 2002).

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e subspontânea ou cultivada principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil.

Características botânicas: Subarbusto ereto, perene, de 40-120 cm de altura. Folhas inteiras, de 7-15 cm de comprimento. Flores pequenas de cor branca ou amarelada. O pecíolo das folhas e ramos possuem pêlos e cerdas com forte ação urticante, causadas pela presença de ácido fórmico e aminas(LAVALLE, 2000).

Partes usadas: Planta toda (folhas, raízes).

Uso popular: Estancar sangramentos (infusão de folhas e ramos), rinite alérgica crônica (folhas), diurético (raízes), alívio dos sintomas da hiperplasia prostática benigna (raízes), inflamações articulares, reumatismos, diabetes, fortificante capilar, cicatrizante e hemostático de feridas, hemorragias nasais, dores de cabeça, cansaço. É também usada para anemia, hemorragia uterina, erupções cutâneas, eczema infantil , eczema de fundo nervoso, doenças crônicas do cólon, diarréia, disenteria, queimaduras, hipermenorréia, asma, condições dermatológicas pruriginosas, picadas de inseto, febre do feno, aumentar a produção de leite, e externamente em inflamações orofaríngeas (gargarejos). O suco pode ser utilizado para tratar ardência provocada por urtiga. Em casos de lombociatalgias, neuralgias ou artralgias é utilizada fazendo-se a urticação: esfrega-se folhas frescas (principalmente coletadas pouco antes da floração, em seu momento mais urticante) sobre a superfície dolorosa e em seguida faz-se fricção com água fria sobre a superfície.

Composição química: Segundo Alonso (2004): Parte aérea: flavonóides (heterosídeos de quercetina, isoramnetina e kampferol nas flores), vitaminas B, C e K, esteróis (β-sitosterol), sais minerais (sílica, cálcio, potássio, manganês, ferro, enxofre), clorofila (folhas), mucilagem, betaína, colina, carotenóides, prótidos (em especial lisina), polissacarídeos, ésteres do ácido caféico (ácido clorogênico, ácido cafeilmálico), taninos.

Pêlos: histamina, acetilcolina, serotonina, ácido acético, ácido gálico, ácido fórmico, colina.

Raiz: taninos, fenilpropanóides (álcool homovalínico, epoxilignanos), fitoesteróis (principalmente β-sitosterol, campesterol, estigmasterol, etc.), heterosídeos esteroidais, escopoletina, lectinas, flavonoides, cumarinas e polissacarídeos (glucanos, glucogalacturonanos, arabinogalactano).

Semente (óleo): ácido linoleico, ácido oleico, ácido linolênico, ácido palmítico, ácidos saturados, glicerol.

Aporte nutricional para cada 100 g da planta inteira: proteínas, aminoácidos essenciais, lipídeos, b-caroteno, vitamina B1, B5 ou ácido pantotênico, B2 ou riboflavina, ácido ascórbico, vitamina K1, sais minerais, ferro, cálcio, sílica, fósforo, enxofre, sódio, potássio, cloro, magnésio, manganês, traços de cobre e zinco, clorofila alfa e beta (folha seca).

O fruto da urtiga contém principalmente proteínas, lipídeos (muito rico em ácido linoleico), mucilagem, tocoferol e carotenóides

Ações farmacológicas: anti-reumática e anti-inflamatória (estas ações, em parte, são devido a inibição da via da ciclooxigenase e por inibição da 5-lipooxigenase; estudos em ratos mostraram que os polissacarídeos da raiz tem ação anti-inflamatória sobre edema de pata por carragenina)(ALONSO, 2004), anti-séptica, bactericida, adstringente, diurética e hipotensiva (provoca uma diurese natriurética e em anéis isolados de aorta contraídos por KCl ou norepinefrina , o extrato de raiz de urtiga causa vasodilatação)(ALONSO, 2004), expectorante, estimulante circulatória, anti-anêmica, emenagoga, hemostática, hipoglicêmica, antiviral, antidiarréica, cicatrizante, colagoga,¹ antialergênica, galactogoga(CHEVALLIER, 1996) e antioxidante(OZKOL, et al, 2001).

Informações complementares:

Em uma das referências, consta a informação de que a utilização das raízes de Urtica dioica apenas alivia os sintomas da hiperplasia prostática, sem diminuir seu tamanho (causando aumento do volume urinário, aumento do fluxo urinário máximo e redução do volume de urina residual)(BLUMENTHAL, 1998), enquanto em outras referências encontram-se hipóteses de ação baseadas em estudos laboratoriais: inibição da proliferação celular no tecido hiperplásico (MILLS; BONE, 2002), inibição dos metabólitos da testosterona e estrogênio por inibição da 5-α-redutase(LORENZI; MATOS, 2002), modificação da concentração de andrógenos livres ao interagir com as proteínas séricas transportadoras de andrógenos, redução do metabolismo celular da membrana prostática e inibição de seu crescimento ao inibir sua atividade Na-K-ATPásica e inibição da enzima aromatase responsável pela conversão de testosterona em estradiol(ALONSO, 2004).

Uma publicação relata oito estudos observacionais e quatro estudos duplo-cegos com placebos com bons resultados (Fitoterapia racional).

Interações medicamentosas: O uso de extratos pode interferir com terapias antidiabéticas, antihipertensivas e anticoagulantes. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da warfarina (FDA), devido aos seus componentes cumarínicos, e de fármacos com ação depressora sobre o sistema nervoso central(MILLs; BONE, 2000).

Um estudo mostrou que a associação de 50 g de extrato de urtiga com 50 mg diários de diclofenaco produziu os mesmos resultados antiinflamatórios que 200 mg diários de diclofenaco (ALONSO, 2004).

Em um recente trabalho foram comprovados efeitos protetores de extratos de urtiga (Urtica dioica) frente aos efeitos adversos de agentes quimioterápicos utilizados na terapia do câncer. Um destes agentes é o Cisplatino, causador de nefrotoxicidade e hepatoxicidade, comprometendo a sobrevivência futura dos pacientes(OZKOL et al, 2011).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Normalmente é bem tolerada. Ocasionalmente observou-se alergias cutâneas, edema, oligúria e irritação gástrica quando administrada sob a forma de infusão. A ingestão das folhas de forma comestível pode provocar irritação gástrica (ALONSO, 2004). Em um estudo observacional com 4087 pacientes com HPB 35 relataram efeitos colaterais (problemas gastrointestinais, alergias cutaneas e dois casos de hiperhidrose)(SCHULZ; HÄNSEL; TYLER, 2002).

Contra-indicações: A urtiga é considerada abortiva e capaz de afetar o ciclo menstrual (estudos realizados em animais constataram atividade uterina). O uso excessivo durante a amamentação não é recomendado(MILLS; BONE, 2000). É contra-indicado em pessoas com insuficiência ou outra doenças renal (devido à sílica presente em suas folhas). Usar com cautela em indivíduos com gota ou com história de cálculos renais de ácido úrico. Um autor desaconselha o uso em pessoas com edema de origem cardíaca ou renal (pois pode diminuir as funções de ambos os órgãos), e em pessoas com tromboflebite ou que apresentam altos níveis sanguíneos de protrombina (ALONSO, 2004).

Posologia e modo de uso: Infusão: uma colher (de chá)de folhas ou partes aéreas picadas para cada xícara(150 ml) de água fervente, tomar 3 xícaras por dia por 7 dias .

Raízes: dose média diária de 4 a 6 g;

Extrato seco (5:1) 0,5-1 g/dia.

Uso externo: a tintura-mãe a 10% pode ser usada na forma de fricções sobre superfícies dolorosas. A decocção (50-100g/l fervendo 30 minutos) ou a infusão (25g/l) podem ser empregadas para uso externo (fricções em couro cabeludo, compressas, colutório, etc).

Observações: A Urtica dioica é chamada urtiga-maior para diferenciá-la da Urtica urens conhecida como urtiga-menor. A espécie Urtica urens, conhecida como urtiga menor é de uso popular para hemorragias, catarro com sangue, reumatismo, gota, doenças de pele, é diurética, as folhas novas são utilizadas como alimento(FRANCO; FONTANA, 2004).

A espécie nativa (foto abaixo) Urera baccifera ( L.) Gaudich.ex Wedd. da família das Urticaceas, conhecida como urtigão, tem uso popular das folhas para pressão alta e colesterol, o caule para bronquites, reumatismo e manchas da pele, a raiz para pedra nos rins, corrimento vaginal, antiinflamatória e em diabetes .(FRANCO & FONTANA, 2004; GUPTA, 1995

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 831-836.

BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. p. 216-217.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 748-749.

CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. p. 145.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 628-629.

FRANCO, I. J.; FONTANA, V. L. Ervas & Plantas: A medicina dos simples, 9. ed. Erexim-RS, Editora Livraria Vida Ltda., 2004.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995.

LAVALLE, J. B. et al. Natural Therapeutics Pocket Guide. Hudson, OH: Lexi-comp; Cincinnati, OH: Natural Health Resources, 2000. p. 505-506.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 485.

MILLS, S.; BONE, K. Principles and Practice of Phytotherapy. Modern Herbal Medicine. [S. I.]: Churchill Livingstone, 2000. p. 490-498.

NEWALL, C. A.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Plantas Medicinais: Guia Para Profissional de Saúde [Herbal Medicines]. Tradução de Mirtes F. de Oliveira Pinheiro. São Paulo: Premier, 2002. p. 272-273.

YUNES ,R. A. ; CALIXTO J. B. (orgs.) Plantas Medicinais sob a ótica da química medicinal moderna. Chapecó: Argos Ed. Universitária, 2001. p.217

SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER V. E. Fitoterapia Racional: Um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 4. ed. [S. I.]: Editora Manole, 2002

http://www.tropicos.org/Name/33400020?tab=synonyms – Acesso em: 02 de abril de 2012.

OZKOL, H. et al. Ameliorative influence of U. dioica against cisplatin toxicity. Drug Chem Toxicol, [S. I.], 22, Sep., 2011.

Tags: AnemiaAsmaCefaléiaCicatrizanteDiarreiasDisenteriaDiuréticoEczemaHemostáticoQueimaduraReumatismo

TOMATE

24/02/2020 14:54

Lycopersicon esculentum  Mill.

Solanaceae


SinonímiasSolanum lycopersicum L.

Nomes populares: Tomate (Brasil), tomato, gold-apple, love-apple, (Ingles, Estados Unidos), fan qie (Pinyin, China).

Origem ou Habitat: América do Sul.

Características botânicas: Planta anual, ereta, com ramos subescandentes e muito ramificados, com folhas pinatifídas de formas variadas. Flores amarelas, dispostas em pequenos cachos. Fruto comestível do tipo baga, de forma variada, geralmente globosa, de casca fina, vermelha, com um pequeno cálice persistente na base, contendo inúmeras sementes pequenas. (LORENZI & MATOS, 2002).

Partes usadas: Frutos e folhas.

Uso popular: Os frutos são usados na alimentação como saladas, in natura, sucos, molhos, ou na forma de suco como alimentação suplementar.

A literatura etnobotânica registra o uso de seus frutos na medicina caseira para tratamento da hipertensão, afecções da boca e da garganta, dor de dente, resfriado, queimaduras e reumatismo.

As folhas são citadas como anti-inflamatórias.

Composição química: Nas folhas: glicoalcalóides esteroidais, principalmente a tomatina e suas geninas, a tomatidina e solanidina; além de rutina, ácido clorogênico e uma furocumarina de ação fotossensibilizante.

Nos frutos foram registradas as presenças de esteróides, dos ácidos p-cumárico, málico e ascórbico (Vit.C), vitaminas do complexo B, o licopeno e a glutationa.

Ações farmacológicas: Testes em animais registram atividade antifúngica local, e ação anti-histamínica, anti-inflamatória e inibidora da absorção do colesterol por via oral.

Possui atividade antioxidante.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão de 100g das folhas ou do tomate verde causa severa intoxicação caracterizada por vômitos, diarréia, cólicas, tontura e baixa frequência cardíaca e falta de respiração que pode levar a óbito.

Contra-indicações: Preparações para uso oral com as folhas ou com os frutos verdes são desaconselhadas.

Evitar exposição prolongada ao sol quando estiver usando o suco de tomate.

Posologia e modo de uso: Para tratamento da candidíase bucal usa-se o bochecho feito com o sumo recentemente preparado por trituração do fruto e passado em peneira fina.

Para uso oral contra alergias, inflamações, colesterol alto e problemas urinários devido a inflamação da próstata recomenda-se comer o fruto em saladas ou o suco, na dose de uma xícara de chá por dia.

Observações: No Brasil ocorre a espécie Lycopersicon pipinellifolium Mill., com características e propriedades semelhantes ao tomateiro comum.

Estudos recentes mostram alternativas eficazes para a preservação de tomates, por exemplo, folhas de nim (Azadiractha indica A. Juss), em comparação com o tradicional fungicida pós-colheita tiofanato.

Referências: 

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

MASOOD, Shahid; Randhawa, Muhammad Atif; Butt, Masood Sadiq; Asghar, Muhammad “A Potential of Biopesticides to Enhance the Shelf Life of Tomatoes (Lycopersicon Esculentum Mill.) in the Controlled Atmosphere”. From Journal of Food Processing and Preservation (2016), 40(1), 3-13.

http://decs.bvs.br/cgi-bin/ – Acesso 26 FEV 2016

http://www.tropicos.org/Name/29602513 – Acesso 15 FEV 2016.

Tags: Anti-inflamatórioComestívelHipertensãoNutritivaQueimaduraResfriadoReumatismo

SUCUPIRA-BRANCA

22/02/2020 17:14

Pterodon emarginatus  Vogel.

Fabaceae 


SinonímiasPterodon polygalaeflorus (Benth.) Benth.; Sweetia inornata Mohlenbr.; Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovlev (LIMA).

Nomes populares: Sucupira, sucupira-branca, fava-de-sucupira, fava-de-santo-inácio, faveiro, faveira, sucupira lisa.

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (Caatinga e Cerrado).

Características botânicas: Árvore majestosa, de copa piramidal de 5 a 16 m de altura, 40 a 60 cm de diâmetro do tronco, o qual é revestido por casca lisa branco-amarelada; folhas alternas, compostas (LORENZI; MATOS, 2002), 4 – 10 folíolos (geralmente 6-8), glabros, ovados, folíolos com ápice de truncado a fortemente emarginado; ráquis glabra ou glabrescente, flores roxas e os botões apresentam forma obovada, ápice bem arredondado e mais largo que a base(ROCHA, 2006). As raízes podem formar expansões ou túberas denominadas “batatas-de-sucupira”, órgãos de reserva da planta (LORENZI; MATOS, 2002).

Partes usadas: Cascas, folhas, frutos.

Uso popular: A madeira é muito resistente, sendo usada na construção civil. Da casca é produzido um óleo volátil e aromático, muito eficiente no tratamento dos reumatismos. As “batatas-de-sucupira” são usadas para o diabetes (LORENZI; MATOS, 2002). A sucupira-branca também é usada para dor de garganta, problemas de coluna e até como depurativo e fortificante (LORENZI; MATOS, 2002)(CARVALHO, 2004). Na região Centro-Oeste existem relatos do uso do chá das cascas para infecções ginecológicas  (SANTOS, 2010).

Composição química: Estudos fitoquímicos do gênero Pterodon revelaram a presença de alcalóides na casca, isoflavonas e alguns triterpenos no caule e diterpenos e isoflavonas em óleo das sementes (SANTOS, 2010)(DUTRA, 2009). Um estudo de espectrometria de massa mostrou 8 sesquiterpenos entre eles o E-cariofileno , gama- muruleno e biciclogermacreno. Uma série de furanos diterpenos foi isolada de todas as espécies de Pterodon. Alguns autores mencionam para estes diterpenos do tipo furano, uma relevante capacidade de extinção do oxigênio “singlet” envolvida em vários processos deletérios no organismo (ação antioxidante).

Alguns diterpenos encontrados: metil6a,7b-diacetoxi-12-16-dihidro-12;14-dihidroxi-16-oxovinhaticoato; metil6a,7b-diacetoxi-14-hidroxivinhaticoato;7b-acetoxivouacapânico; 6a,7b-diacetoxivouacapânico; 6a,7b,14b-triol; metil6a,7b-diacetoxi-12-16-dihidro-12;14-dihidroxi-16-oxovinhaticoato;6a,7b-diacetoxivouacapânico-14b-al;6a,7b-diacetoxivouacapânico-14b-oato;ácido 6a,7b-dihidroxivouocapan-17b-óico (composto majoritário em P. emarginatus);6a-hidroxi-7b-acetoxi-vouocapan-17b-oato de metila e 6a-hidroxi-7b-acetoxi-vouocapan-14-eno

Ações farmacológicas: O diterpeno 14,15-epoxigeranilgeraniol e alguns derivados, isolados em P. pubescens (CARVALHO, 2004) têm sido associado com atividade protetora contra a penetração de cercarias do Schistossoma mansoni, parasito responsável pela esquistossomose (LORENZI; MATOS, 2002),(CARVALHO, 2004),(SANTOS, 2010),(DUTRA, 2009),(DUTRA, 2009).

Outro estudo desta espécie mostrou atividade contra dor aguda e crônica em modelos animais  (Nucci, 2012)

Um estudo em 1998 verificou a atividade antiinflamatória do extrato bruto dos frutos de Pterodon emarginatus em diferentes modelos animais, atribuindo esta ação à presença de compostos terpênicos (ROCHA, 2006).

Um estudo que utilizou em camundongos vários modelos de úlcera gástrica, encontrou atividade oral antiulcerogênica e anti-inflamatória pronunciada do óleo essencial de Pterodon emarginatus, justificando os usos da sucupira na medicina tradicional e abrindo caminho para novas terapêuticas em doenças inflamatórias (DUTRA, 2009).

Interações medicamentosas: não há relatos na literatura consultada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Lesões hepáticas discretas e leve toxicidade glomerular encontrados em animais são características do uso subcrônico de compostos terpênicos, portanto o uso do óleo de sucupira não deve ultrapassar quinze dias, retornando o tratamento após sete dias, quando necessário (CARVALHO, 2004).

Contra-indicações: Não foram encontradas na literatura consultada. Como recomendação geral deve-se evitar o uso na gravidez e lactação e aos portadores de doença hepática e /ou renal. O uso do óleo de sucupira não deve ultrapassar quinze dias consecutivos(CARVALHO, 2004).

Posologia e modo de uso: Nas referências não há estudos clínicos sobre o uso de sucupira; uma fonte consultada, baseada na informação popular e em resultados de testes pré-clínicos, sugere a dose de 220mg do óleo de sucupira três vezes ao dia, podendo chegar a até 300mg três vezes ao dia, em quadros inflamatórios e infecciosos, por quinze dias(CARVALHO, 2004).

Temos observado o uso da decocção na dose de um fruto/semente em 1 litro de água, ferver por 10 minutos, coar e tomar 3 xícaras ao dia, por não mais de 2 semanas, com intervalos de 7 dias.

Devido ao uso popular frequente de espécies de Pterodon e da Bowdichia virgilioides, também chamada de sucupira, são necessários estudos de segurança e eficácia que permitam o uso adequado destas espécies.

Observações: Há outra espécie, Bowdichia virgilioides Kunth ,também chamada de sucupira embora tenha morfologia bem diferente principalmente os frutos (LORENZI; MATOS, 2002) – seus frutos são legumes, indeiscentes, achatados, contendo pequenas sementes com 3 a 5 mm de comprimento, apresentando coloração avermelhada (LORENZI, 1992) e é citada na 1ª ed. da farmacopéia brasileira.

Segundo as bases International Plant Names Index, 2005, (POLHILL; RAVEN; ATIRTON, 1981), e W3Trópicos, o gênero Pterodon Vog. (Fabaceae, Papilionoideae, Dipteryxeae) possui seis espécies e pela Lista de Espécies Brasileiras possui quatro espécies(LIMA).

Existe uma confusão muito grande entre diversos autores e bases quanto à sinonímia da espécie Pterodon emarginatus Vogel sensu Lewis, por exemplo:

Lorenzi: Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovle., Pterodon pubescens (Benth.) Benth., Sweetia inornata Mohlenbr.(LORENZI; MATOS, 2002).

Carvalho: Pterodon pubescens (Benth.) Benth.(CARVALHO, 2004)

Tropicos.org: Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovlev, Pterodon polygaliflorus (Benth.) Benth., Pterodon pubescens (Benth.) Benth., Sweetia inornata Mohlenbr.

Lista de Espécies da Flora do Brasil: Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovlev, Pterodon polygalaeflorus Benth., Sweetia inornata Mohlenbr.(LIMA).

Um trabalho de Rocha (2006), inclusive utilizado pela Lista de Espécies da Flora Brasileira como referência (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB029843), através de análises moleculares e morfológicas concluiu que P. polygalaeflorus (Benth.) Benth. é sinônimo de P. emarginatus Vog. (corresponde à morfo roxa) e P. pubescens deve ser mantida como espécie distinta (corresponde à morfo rósea).

Neste caso, considerando-se a prioridade de publicação, o nome válido para a espécie é P. emarginatus Vog. sendo P. polygalaeflorus (Benth.) Benth. um sinônimo desta (ROCHA, 2006), como usamos neste texto.

Referências: 

CARVALHO, J. C. et al. Anti-inflammatory activity of the crude extract from the fruits of Pterodon emarginatus Vog. Journal of Ethnopharmacology, v. 64, n. 2, p.33-127, 1 fev. 1999.

CARVALHO, J. C. T. Fitoterápicos anti-inflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. São Paulo: Tecmedd, 2004.

CORRÊA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas (1926-1978). 6. v. Rio de Janeiro: IBDF, 1984.

DUTRA, R. C. et al Antiulcerogenic and anti‐inflammatory activities of the essential oil from Pterodon emarginatus seeds. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 61, n. 2, p. 50-243, 2009.

DUTRA, R.C. et al. Atividades antimicrobiana e leishmanicida das sementes de Pterodon emarginatus Vogel. Brazilian Journal of Pharmacognosy, v. 19, n. 2A, p.35-429, 2009.

LIMA, H. C. Pterodon In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB029843) – Acesso em: fevereiro de 2012.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 352 p.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

NUCCI, C. et al. Oleaginous extract from the fruits Pterodon pubescens Benth induces antinociception in animal models of acute and chronic pain. J. Ethnopharmacol. 21 Jun 2012.

POLHILL, R. M., RAVEN, P. H., ATIRTON, C. H. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: POLHILL, R. M., RAVEN, P. H. (ed.) Advances in Legume Systematics. Kew, UK:Royal Botanic Gardens, 1981. part 1, p. 1-26 .

REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 58ª, 2006, Florianópolis. Anais. Julho 2006. Disponível em: http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/SENIOR/RESUMOS/resumo_2221.html – Acesso em: 07 fevereiro 2012.

ROCHA, D. M. S. Aspectos taxonômicos, genéticos e reprodutivos de Pterodon pubescens (Benth.)Benth. e Pterodon emarginatus Vog. (Leguminosae, Dipteryxeae). 2006. 117 f. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Campina, SP.

SANTOS, A. P. et al. Composição química, atividade antimicrobiana do óleo essencial e ocorrência de esteróides nas folhas de Pterodon emarginatus Vogel, Fabaceae. Brazilian Journal of Pharmacognosy, v. 20, n. 6, p. 6-891, 2010.

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. http://www.tropicos.org – acesso em 31 Jan 2012.

http://www.asplantas.com.br/fotos/Pterodon_emarginatus.jpg&imgrefurl – acesso 08/fevereiro/2012.

http://www.flickr.com/photos/buzatti/5872994168/in/photostream – acesso 09/fevereiro/2012.

Tags: ConstruçãoDepurativoReumatismo

SALSA

20/02/2020 00:06

Petroselinum crispum  (Mill.) Fuss.

Apiaceae


SinonímiasApium petroselinum L., Apium crispum Mill., Petroselinum vulgare Lag., Wydleria portoricensis DC.

Nomes populares: Salsa, salsinha, salsa-de-cheiro, salsa-das-hortas, cheiro-verde, salsa-cultivada, perejil(Espanha, Argentina), Petersilien (Alemanha).

Origem ou Habitat: A salsa é originária da Grécia e da Ilha de Sardenha, com distribuição pela região mediterrânea, norte da África e sudoeste da Ásia. É muito cultivada nas zonas temperadas de todo o mundo.

Características botânicas: Erva anual ou bianual, ereta, perenifólia, aromática, medindo de 15-90 cm de altura. Raiz carnosa e bem desenvolvida. Folhas pecioladas, compostas pinadas, de formas variadas dependendo da cultivar ou variedade, de 3-10 cm de comprimento. Flores pequenas, amarelo-esverdeada, reunidas em umbelas terminais dispostas acima da folhagem. Os frutos são aquênios, muito pequenos, medindo 2 mm de comprimento por 1-2 mm de largura, circular, de cor verde grisáceo. Multiplica-se por sementes.

Partes usadas: Frutos (confundidos com sementes), folhas e raiz.

Uso popular: Esta planta é considerada a erva condimentar mais usada na culinária em todo o mundo, havendo hoje dezenas de cultivares e variedades das mais diferentes formas e tamanhos de folhas.

Na medicina tradicional é considerada diurética, emenagoga, sedativa, emoliente e antiparasitária.

Usos etno-medicinais: a infusão das folhas ou sementes é usada em casos de tosse, catarro, bronquite, transtornos menstruais, nervosismo, reumatismo, gases, cistite, edemas, cólicas intestinais e como galactagogo. Externamente é empregado para combater lêndeas e piolhos do couro cabeludo.

Em Cuba a decocção ou mastigação das folhas é empregada para tratar disfonia e para fortalecer as cordas vocais, enquanto que a decocção da raiz é usada como abortivo.

Na Europa, empregam-se as folhas e talos frescos cortados e macerados com vinagre, na forma de cataplasma para favorecer a cicatrização de abcessos, feridas, chagas, úlceras e eliminar manchas da pele.

No Marrocos, a decocção de raízes de salsa e malva (Malva sylvestris) é empregada em casos de nefrite, e a infusão das folhas de salsa é usada como agente anti-hipertensivo em cistite.

Na Turquia, a salsa ou perejil, é indicada para diabetes.

Em muitos países é costume mastigar folhas de salsa para eliminar o mal hálito produzido pela ingestão de dentes de alho, cebola.

Composição química: Óleo essencial- sementes (2-7%), folhas (0,05-0,3%), raiz (0,1-0,5%): apiol, miristicina, tetra-metoxi-alilbenzeno, p-mentadienos (aldeídos), p-metil-acetofenona, cetonas, 1,3,8-p-mentatrieno, 1-metil-4-isopropenilbenzeno, alfa-pineno, beta-pineno, beta-mirceno, beta-ocimeno, beta-felandreno, p-terpineno, alfa-terpineol (monoterpenos), cariofileno, alfa-copaeno (sesquiterpenos), linalol, carotol (alcoóis terpênicos), petrósido (glicosídeo monoterpênico).

Flavonóides: nas folhas e sementes: glicosídeos de apigenina e luteolina (apiína, luteolina-7-apiosil-glicosídeo. Na raiz predomina apiína. Exclusivo nas folhas a apigenina-7-glicosídeo e a luteolina-7-diglicosídeo.

Furanocumarinas – sementes, folhas e raiz (traços): bergapteno, xantotoxina, oxi-peucedanina, psoraleno, imperatorina, isoimperatorina, isopimpinelina, 8-MOP(methoxypsoralen).

Outros compostos: ácido petroselínico (óleo fixo), óleo-resina, provitamina A, ácido ascórbico, vitaminas do complexo B (nas partes verdes).(Alonso, 2004).

Composição nutricional por 100 g de folhas: calorias 60; proteínas 4,4 g; carboidratos 9,8 g; fibras 4,3 g; água 81,9 g; sódio 33 mg; potássio 1.000 mg; cálcio 245 mg; fósforo 128 mg; magnésio 41 mg; ferro 8 mg; flúor 0,10 mg; retinol 1,2 mg; vitamina B1 0,14 mg; vitamina B2 0,30 mg; niacina 1,4 mg; vitamina C 166 mg; zinco 900 mg; cobre 520 mg; cromo 7 mg; selênio < 100 mg . (Alonso, 2004

Ações farmacológicas: Além de ser considerado nutritivo pelo seu conteúdo em minerais e vitaminas, possui ação diurética, estrogênica e antioxidante.

Interações medicamentosas: Referências principalmente ao óleo essencial.

A salsa possui alto conteúdo de vitamina K que pode antagonizar drogas anticoagulantes, se tomado mais de 10 gotas do óleo essencial ao dia.

A atividade diurética da salsa pode requerer um ajuste nas doses das drogas anti-hipertensivas.

OBS.: muitas interações e efeitos adversos podem acontecer com o uso abusivo e crônico do óleo essencial da salsa.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo essencial principalmente por sua composição em apiol, miristicina, bergapteno e xantotoxina pode ser tóxico. Quantidades superiores a 10 gotas de óleo essencial ao dia pode resultar em aborto, em doses mais elevadas produz intoxicação do fígado, lesão nos rins, diarreia, vômito, alterações do ritmo cardíaco inclusive paralisação e morte. Outro componente tóxico do óleo essencial, a miristicina, afeta o sistema nervoso central e pode produzir convulsões. A xantotoxina e o bergapteno são fototóxicos que reagem em contato com a luz produzindo lesões na pele.

ATENÇÃO: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa, recomendamos não utilizar este produto, aproveitando as outras preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta.

Contra-indicações: O óleo essencial é contra-indicado na gravidez e lactação, e em pessoas com insuficiência renal. Aplicações externas, como o cataplasma, é contra-indicado em pessoas com histórico de alta sensibilidade cutânea.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (chá) de frutos ou 1 colher (sopa) de folhas para cada copo(250 ml) de água fervente. Tomar dois copos ao dia.

Óleo essencial: duas gotas em 1/2 copo de água, 2x ao dia.

Observações: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa, recomendamos não utilizar este produto na forma de óleo essencial, aproveitando as outras preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.botanical-online.com/toxicidad_del_perejil.htm – acesso em 27 de janeiro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/27900127 – acesso em 26 de janeiro de 2013.

Tags: AbortivoBronquiteCatarroCicatrizanteCistiteCólicaCondimentoDisfoniaEdemaEmenagogoEmolientesFeridasFlatulênciaNervosismoReumatismoSedativoTosse

RAINHA-DAS-ERVAS

19/02/2020 23:36

Tanacetum parthenium   (L.) Sch. Bip.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasChrysanthemum parthenium (L.) Bernh., Matricaria parthenium L. (LORENZI; MATOS, 2008), Leucanthemum parthenium (L.) Gren & Godron, Pyrethrum parthenium (L.) Sm. (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002), Parthenium matricaria Gueld. (SILVA, 2001.)

Nomes populares: Rainha-das-ervas, artemijo, margaridinha, olguinha, margaridinha-branca, camomila-pequena, macela-da-serra (LORENZI; MATOS, 2008), macela-do-reino, atanásia, atanásia-dos-jardins, artemísia, artemísia-dos-ervanários (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002), matricária, erva made, monsenhor-amarelo, piretro-do-cáucaso, altamisa (Espanha, Costa Rica), Santa María (Espanha, México, Chiapas), feverfew (Costa Rica).

Origem ou Habitat: Nativa da região dos Bálcãs, naturalizada na Europa e cultivada na América (ALONSO, 2004). Apresenta comportamento anual no Nordeste do Brasil.

Características botânicas: Erva ereta, comumente perene, com até 50 cm de altura. Folhas pinatipartidas, com folíolos membranáceos. Flores com pequenos capítulos reunidos em corimbos, as externas do capítulo formam um pequeno anel de pétalas brancas em torno das centrais que são amarelas. Toda a planta tem sabor amargo e cheiro característico(LORENZI; MATOS, 2008).

Partes usadas: Folhas e inflorescências.

Uso popular: Uso interno: principalmente para enxaqueca (migrânea) e dores de cabeça, além de neuralgias, febre, dismenorréia, para ajudar na expulsão da placenta após o parto (CHEVALLIER, 1996), mal-estar gástrico, diarréia, reumatismo, câimbra, analgésica, antiinflamatória, vermífuga(LORENZI; MATOS, 2008), problemas de gases, infecções uterinas, calmante (FRANCO; FONTANA, 2004), zumbido, vertigem, odontalgia (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002), para aumentar o apetite e melhorar a digestão (MILLS; BONE, 2000). Em todos os casos recomenda-se a infusão de folhas e flores frescas ou secas ou tinturas (LORENZI; MATOS, 2008). A decocção adoçada com mel ou açúcar é utilizada para resfriados, tosse e respiração difícil. A infusão quente era utilizada para remover o mau-humor e a ira, tratar resfriados e doenças febris e “limpar os rins”, enquanto que a infusão fria era considerada excelente como tônica. Evidências empíricas sugerem que seja benéfica na psoríase (MILLS; BONE, 2000).

Na Colômbia, emprega-se a decocção das folhas por via oral para parasitoses.

Na Guatemala e em Martinica utiliza-se a infusão da planta fresca ou seca como sedativa e contra os resfriados, e recomendam a aplicação na forma de cataplasma para tumores e câncer (ALONSO, 2004).

Uso externo: picadas de insetos, aliviar os incômodos do pós-parto (LORENZI; MATOS, 2008), úlceras, feridas, piolhos, lêndeas, para afugentar insetos (FRANCO; FONTANA, 2004) e após intervenções dentárias (bochechos). O extrato desta planta misturado à essência de tomilho é repelente e sua eficácia se prolonga por até 5 horas (SILVA, 2001).

Na Venezuela, extratos da planta toda são aplicados em gotas em casos de otite (ALONSO, 2004)..

Composição química: Óleo essencial (α-pineno, bornil-acetato, L-borneol, angelato, ácido cóstico, cânfora, β- farnesina, canina, 10-epicanina, artecanina, éteres espiroquetalenólicos), lactonas sesquiterpênicas (formadas principalmente pelo partenolídeo e seus derivados, além da crisantemonina em menor concentração), ácidos fenólicos, flavonóides (santina, apigenina e os metilésteres de 6-HO-campferol tanetina e queratagetina), guaianolídeos (crisantemina A e B), princípios amargos, fitosterina, melatonina (folhas), ácido tânico, ácido antêmico, cosmosiina, derivados acetilênicos (raízes). As sementes secas apresentam 22% de proteínas e 31,2% de gordura (ALONSO, 2004.

Ações farmacológicas: De acordo com vários ensaios clínicos duplo-cego controlados por placebo, conclui-se que seu uso está indicado especialmente como preventivo das intercrises de enxaqueca, reduzindo sua freqüência e sua intensidade, por melhorar os sintomas neurovegetativos associados, como náuseas, vertigens ou vômitos¹. Emenagogo (altas doses), antihelmíntico(MILLS; BONE, 2000). In vitro demonstrou atividades antiinflamatória, antimicrobiana, espasmolítica, antitumoral e inibidora da enzima angiotensina II (e então possivelmente hipotensora arterial).

Interações medicamentosas: Potencializa o efeito de drogas anticoagulantes e não deve ser administrada junto a elas; a potência farmacológica diminui quando administrada junto a drogas antiinflamatórias não esteroidais; não deve ser administrada junto a aminoácidos que contenham grupos sulfidrilos como a cisteína e a N-glicina¹. Por conter taninos, pode alterar a absorção de minerais de alimentos e/ou suplementos, como ferro, cálcio, zinco, cobre e magnésio, devendo ser administrada separadamente de vitaminas e minerais (LAVALLE, et al, 2000).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em geral os extratos desta planta são bem tolerados, mesmo que durante longos períodos. Devido ao gosto muito picante e desagradável, pode ocasionar desconforto durante a ingestão da infusão de forma contínua. Um estudo com pacientes em uso da planta por 6 meses, e outro por 10 anos, não demonstraram sinais de toxicidade (SCHULZ; HÄNSEL; TYLER, 2002). Foram descritas algumas dermatites de contato, nódulos pruriginosos e dores abdominais, principalmente por folhas frescas. Apesar de o óleo essencial conter cânfora, seriam necessárias doses extremamente elevadas para provocar estados convulsivos (ALONSO, 2004). Foi descrita uma “síndrome pós-matricária”, incluindo nervosismo, insônia, rigidez articular e dor, que pode ocorrer em algumas pessoas após descontinuar o uso (LAVALLE, et al, 2000).

Contra-indicações: Gravidez, amamentação (pelos princípios amargos), crianças menores de 2 anos (ALONSO, 2004), pessoas em sangramento ativo (LAVALLE, et al, 2000) e pessoas com hipersensibilidade conhecida à Tanacetum parthenium, partenolídeos ou outros membros da família Asteraceae/Compositae não devem fazer uso interno (MILLS; BONE, 2000). Usar com cuidado em pessoas em tratamento anticoagulante ou com histórico de hemorragias, distúrbios hemostáticos ou problemas hemostáticos relacionado à medicamentos. Deve-se interromper o uso pelo menos 15 dias antes de procedimentos odontológicos ou cirúrgicos (LAVALLE, et al, 2000).

Posologia e modo de uso: Infusão de 2 gr. de folhas e flores frescas ou secas em uma xícara, 2 vezes ao dia, antes das refeições (ALONSO, 2004).

Para lavagens locais, gargarejos ou bochechos, prepara-se um chá mais forte com 5-6 folhas e/ou flores(5).

Há propostas de preparações deverem conter de 0,2% a o,8 % de partenolídeo , apesar de não ser clara a participação desde composto na profilaxia da enxaqueca.

Observações: Apesar de não haver trabalhos evidenciando efeitos uterotônicos em animais, há uma vasta tradição cultural de seu emprego como estimulante uterino para promover a menstruação (ALONSO, 2004). Estudos clínicos sugerem que o tratamento para enxaqueca deve durar de 4-6 meses para se alcançar efeitos benéficos.

Recomenda-se que a dosagem seja reduzida gradualmente durante um mês quando do término do tratamento (MILLS; BONE, 2000), a interrupção abrupta pode aumentar a freqüência das enxaquecas (LAVALLE et al, 2000).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 739-743.

CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. p. 139-309.

FRANCO, I. J.; FONTANA, V. L. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim,RS: Livraria Vida, 2004. p. 125.

LAVALLE, J. B. et al. Natural Therapeutics Pocket Guide. Hudson, OH: Lexi-comp; Cincinnati, OH: Natural Health Resources, 2000. p. 432-433.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 161.

MILLS, S.; BONE, K. Principles and Practice of Phytotherapy:Modern Herbal Medicine. [S. I.]: Churchill Livingstone, 2000. p. 385-391.

NEWALL, C. A.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Plantas Medicinais: Guia Para Profissional de Saúde [Herbal Medicines]. Trad. De Mirtes F. de Oliveira Pinheiro. São Paulo: Premier, 2002.

  1. 191-193.

SILVA, R. C. Plantas Medicinais na Saúde Bucal. Vitória: Artgraf, 2001. p. 31.

SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER, V. E. Fitoterapia racional: um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 4. ed. Barueri, SP: Manole Ltda, 2002.

http://www.tropicos.org/Name/2701375 – acessado em: 12 de junho de 2012.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioCãibraCalmanteCefaléiaDiarreiasDismenorreiaEnxaquecaFebreFlatulênciaResfriadoReumatismoTosse

QUITOCO

19/02/2020 23:30

Pluchea sagittalis  (Lam.) Cabrera.

Asteraceae 


SinonímiasConyza sagittalis Lam., Pluchea quitoc D.C., Pluchea suaveolens (Vell.) Kuntze, Gnaphalium suaveolens Vell.

Nomes populares: Quitoco, erva de lucero, erva luzeira, tabacarana, madre-cravo, yerba del lucero, cuatrocantos, árnica.

Origem ou Habitat: América do Sul, especialmente no Sul do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.

Cresce em solos baixos e úmidos, ao redor de rios.

Características botânicas: Herbácea medindo de 1-2 m de altura, caule ereto, apresentando quatro aletas ou asas (quadrialados). Folhas lanceoladas, ligeiramente dentadas, alternas e decorrentes ( Diz-se da folha cujo pedúnculo está pegado ao longo da haste em quase todo o seu comprimento). Capítulos florais hemisféricos (como cilindros achatados) de 1 cm de diâmetro, cor variando do lilás ao branco-rosado, suaves ao tato, se agrupam em inflorescências corimbosas e aparecem durante o verão.

Partes usadas: Partes aéreas, inflorescências.

Uso popular: Segundo a Irmã Eva Michalak (1997), o quitoco é indicado para bronquite, tosse, flatulência, reumatismo, afecções do fígado, inflamação do útero, resfriado e dores no corpo e como digestivo.

Na Argentina e países vizinhos é recomendado a infusão das folhas e capítulos florais como sedativo, colagogo, colerético, anti-espasmódico, anti-flatulência, febrífugo e contra a gonorreia. Os ramos e as folhas em decocção é empregada para tratar a tosse e febre, e uso externo para lavar e desinfetar erupções e feridas.

Composição química: Nas partes aéreas encontram-se:

Compostos fenólicos: ésteres do ácido caféico, ácidos clorogênico e isoclorogênico.

Óleo essencial: canfeno, l-alcanfor, humuleno, a e b-pineno, d-limoneno, 1,8-cineol, p-cimeno, citronelol, acetato de bornilo, cariofileno, a-terpineol, acetato de geraniol, borneol, linalol, a-tuyeno.

Outros: taraxasterol, heterosídeos flavônicos (quercetina, quercitrina, pirocatequina, trimetoxi-flavonas), centaureidina, crisofenol D, taninos, saponinas, leucoantocianidinas, esteróis, e outros.

Na planta inteira foram isolados: cumarinas, pirocatequina, pirocatecol, floroglucinol, pirogalol e flavonóides (quercitrina, quercetina, pirocatequina.

Ações farmacológicas: Foram evidenciadas, em testes com animais, as seguintes atividades farmacológicas: colagoga, colerética, antioxidante, anti-inflamatória e antiviral.

Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura pesquisada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não existe informação a respeito.

Contra-indicações: Não existe informação a respeito. Por precaução, gestantes e lactantes devem evitar seu uso.

Posologia e modo de uso: Infusão: 2 colheres (chá) de parte aérea triturada para 1 xícara (150 ml) de água fervente. Tomar 1 xícara ao dia pela manhã.

Pode-se agregar ao chimarrão.

Observações: A denominação “yerba del lucero” não tem uma explicação bem definida e aparentemente é devido ao seu uso secular tomado pela manhã, na hora da estrela da manhã (hora del lucero).

A outra denominação “cuatrocantos”, refere-se as quatro asas que apresenta o talo.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/decorrentes [consultado em 20-03-2015].

MICHALAK, E., Irmã. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis: Epagri, 1994.

http://www.tropicos.org/Name/2717659?tab=synonyms – Acesso em 20 Março 2015.

Tags: BronquiteDigestivoFlatulênciaResfriadoReumatismoTosse

PITANGUEIRA

18/02/2020 22:21

Eugenia uniflora  L.

Myrtaceae


SinonímiasEugenia brasiliana (L.)Aubl., Plinia rubra L., Plinia pedunculata L.f., Plinia tetrapetala L., Myrtus brasiliana L.

Nomes populares: Pitangueira-vermelha, pitanga, pitanga-vermelha, ibipitanga, pitangatuba, pitangueira-de-jardim, pitangueira-do-campo.

Origem ou Habitat: É nativa do Brasil.

Características botânicas: Arbusto ou arvoreta medindo de 4-10 m de altura, de tronco tortuoso e liso, de cor pardo-clara, ramificado, copa estreita. Folhas simples, opostas, oval-lanceoladas, medindo até 7 cm de comprimento e 3 cm de largura, curto-pecioladas, glabras, brilhantes, as folhas jovens são avermelhadas. Flores brancas, hermafroditas, diclamídeas, tetrâmeras, actinomorfas, pétalas delicadas, caindo facilmente com a brisa. Frutos tipo drupa, globosos e sulcados, brilhantes, de cor vermelha, amarela-alaranjada ou preta, com polpa carnosa e agridoce, contendo uma ou duas sementes. As raízes rebrotam sob a árvore.

No Cerrado ocorre a espécie Eugenia pitanga (O.Berg)Kiaersk., de porte menor, até 1 metro de altura, com frutos e usos semelhantes.

Partes usadas: Folhas e frutos.

Uso popular: As folhas são usadas na forma de chás e banhos para tratamento de febres intermitentes, o chá contra diarreias persistentes, contra afecções do fígado, em gargarejos nas afecções da garganta e contra o reumatismo e gota. É tido popularmente como estimulante e excitante.

Os frutos são comestíveis, ao natural ou na forma de polpa para sucos e geleias. No Nordeste popularizou-se na forma de sorvete, picolé, refrescos, geleias, licor e vinho.

Na Argentina e Uruguai é utilizada para combater a hipertensão arterial.

No Paraguai é utilizada como eupéptica, aromática, hipolipemiante e hipoglicemiante.

Composição química: Frutos: vitaminas A, complexo B, C e os minerais cálcio, ferro e fósforo, ácidos cítrico e oxálico, pectinas e licopeno, óleo essencial composto por furanoelemeno, germacreno, gama-elemeno, selinadieno e oxidoselina. Contém ainda fibras insolúveis. A pitanga roxa apresenta consideráveis teores de fenólicos e carotenóides – as antocianinas e os flavonóis – com propriedades antioxidantes.

Folhas: ácidos gálicos, sitosterol, triterpenos, compostos fenólicos, flavonóides, triterpenóides, óleo essencial contendo limoneno, cineol, cânfora, compostos sesquiterpênicos, citronelol e geraneol.

Em folhas de pitangueira (Eugenia uniflora) coletadas no leste do Paraguai, foi assinalada a incidência dos flavonóides quercetina e miricetina, taninos macrocíclicos hidrolisáveis, obtidos do extrato metanólico das folhas.

Os compostos fenólicos foram investigados por vários autores, como eugeniflorinas D1 e D2, derivados da pentahidroxiindolizidina, as quais são atribuídas propriedades antidiabéticas.

Ações farmacológicas: Possui ação antioxidante, antibacteriana, antifúngica, anti-inflamatória, antidiarreica, analgésica, levemente calmante, efeito vasodilatador e redutor de batimentos cardíacos, possui ação inibitória sobre as enzimas a-glicosidase, maltase e sucrase. Apresenta atividade vaso-relaxante e hipoglicemiante.

Os frutos apresentam fibras insolúveis que auxiliam a função do trato intestinal.

Contra-indicações: É contra-indicada em pacientes com arritmias cardíacas.

Observações: Outros usos:

Corante – as antocianinas são pigmentos naturais e podem ser utilizadas como corante de alimentos.

Cosmético – as folhas de pitanga tem emprego na indústria cosmética do país, para extração do óleo essencial, que são usados na composição de xampu, sabonetes, cremes para a pele e o cabelo.

No Brasil, várias Myrtaceae possuem valor alimentício, como os gêneros Psydium (goiaba, araçá), Plinia (jabuticaba), Eugenia (pitanga, cereja-nacional, jambo e Cambuci); os gêneros Pimenta (pimenta) e Syzygium (cravo-da-índia) destacam-se como condimentos.

Referências: 

Espécies nativas da flora brasileira – plantas para o futuro,Região Sul,/ Lídio Coradin et al. Brasília, MMA, 2011.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

CORRÊA, M. P.. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas (1926-1978) (6 v.). Rio de Janeiro: IBDF, 1984.

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

Sobral, M., Proença, C., Souza, M., Mazine, F., Lucas, E. 2012. Myrtaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB010560).- acesso em 04 de outubro de 2012.

http://www.tropicos.org/Name/22101634 – acesso em 04 de outubro de 2012.

Tags: ComestívelDiarreiasEstimulanteEupépticaFebreHipoglicemianteHipolipemianteReumatismo

PARACARI

17/02/2020 22:30

Marsypianthes chamaedrys  (Vahl) Kuntze.

Lamiaceae (antiga Labiatae)


SinonímiasClinopodium chamaedrys Vahl, Hyptis chamaedrys (Vahl) Willd., Hyptis pseudochamaedrys Poit., Marsypianthes arenosa Brandegee, Marsypianthes hyptoides Mart. ex Benth.

Nomes populares: Erva-do-paracari, paracari, paracaru, betônica-brava, hortelã-do-campo, erva-de-cobra, coração-de-frade, boia-caá, hortelã-do-Brasil.

Origem ou Habitat: Nativa do Continente Americano e encontrada em todo território brasileiro.

Características botânicas: Herbácea anual, aromática, de ramos prostrados ou decumbentes, pubescente, muito ramificada, medindo de 30 a 60 cm de altura. Folhas simples, membranáceas, pecioladas, revestida por pubescência branco-translúcida, de 2 – 4 cm de comprimento. Flores violetas, dispostas em capítulos longo-pedunculados axilares. Propaga-se por sementes.

Partes usadas: Folhas e raizes.

Uso popular: É considerada aromática, febrífuga, antiespasmódica e carminativa. Na forma de banhos quentes é empregada contra o reumatismo articular. A infusão das raizes é usada contra anemia e dor de cabeça. O suco da planta é utilizado para picadas de cobras, tanto interna como externamente e esfregado sobre a pele contra picadas de mosquitos e pernilongos.

Os indígenas da Amazônia ocidental, usam uma mistura de suas folhas com as de Lippia alba, em decocção, para o tratamento da diarréia.

Nas Guianas é usado a infusão de suas hastes e folhas como bebida digestiva, laxativa e para dores intestinais; já o seu decocto é usado contra dor de cabeça.

Composição química: Os primeiros estudos químicos desta planta revelaram a presença de esteróides (sitosterol e estigmasterol), triterpenos (incluindo os ácidos oleanóico, ursólico e tormêntico, germanicol, chamaedridiol, a-amirina e b-amirina) e o flavonóide rutina. Os principais constituintes do óleo essencial foram o b-burbuneno (17,98%), elemeno (11,93%) e g-cadineno (17,79%).

Em um trabalho científico apresentado em 2015, os constituintes do óleo essencial foram os seguintes: β-​Elemene, (E)​-​caryophyllene, α-​humulene, germacrene D, bicyclogermacrene, δ-​cadinene, spathulenol, caryophyllene oxide, and globulol.

Em artigo científico de 2001, os elementos encontrados foram: germacrene D (35.6​%)​, β-​caryophyllene (15.1​%) bicyclogermacrene (7.2​%) e α-​copaene (5.3​%)​, além de Bornyl acetate, α-​Pinene, Limonene, δ-​Cadinene, β-​Cedrene,Viridiflorol, Caryophyllene oxide, Sabinene, β-​Bourbonene, α-​Humulene, trans-​α-​Bergamotene, β-​Cubebene, entre outros.

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, analgésica e moluscicida.

Posologia e modo de uso: Breve descrição da utilização da planta.

Observações: Os principais constituintes do óleo essencial foram o b-burbuneno, elemeno e g-cadineno. Não se tem informação da atividade contra veneno de cobra destas substâncias nem dos outros constituintes do óleo essencial.

Referências: 

DE ABREU MATOS, Francisco Jose; Machado, Maria Iracema Lacerda; Craveiro, Afranio Aragao; Alencar, Jose Wilson; de Sousa Meneses, Fabio -“Essential oil composition of Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze grown in northeast Brazil.” From Journal of Essential Oil Research (2001), 13(1), 45-46.

DE SOUSA MENEZES, FABIO; Da Silva, Celia Santos; Pereira, Nuno Alvares; De Abreu Matos, Francisco Jose; Borsatto, Angelo Saboia; Kaplan, Maria Auxiliadora Coelho – “Molluscicidal constituents of Marsypianthes chamaedrys.” From Phytotherapy Research (1999), 13(5), 433-435.

HASHIMOTO, M.Y. et all.”Chemotaxonomy of Marsypianthes Mart. ex Benth. based on essential oil variability.” From Journal of the Brazilian Chemical Society (2014), 25(8), 1504-1511. Acesso 7 OUT 2015.

LORENZI, H. & MATOS, J.F.A. “Plantas medicinais no Brasil: nativas e cultivadas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2002.

SELENE MAIA DE MORAIS(PQ) e Valdir Alves Facundo(PQ) – “CONSTITUINTES QUÍMICOS DO ÓLEO ESSENCIAL DE MARSYPIANTHES CHAMAEDRYS DA AMAZÔNIA” – /Departamento de Química e Física do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza – Ceará / Departamento de Ciências Exatas da Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho – Rondônia. Disponível em http://www.sbq.org.br/ranteriores/23/resumos/0765-1/index.html, Acesso 7 OUT 2015.

http://www.tropicos.org/Name/17601496?tab=synonyms – Acesso 7 OUT 2015.

Tags: Anti-espasmódicoAromáticaCarminativaCefaléiaDiarreiasFebrífugaLaxativasReumatismo

MOSTARDA-PRETA

17/02/2020 22:04

Brassica nigra  (L.) W.D.J. Koch.

Brassicaceae (antiga Cruciferae)


SinonímiasSinapis nigra L., Brassica sinapoides Roth, Mutarda nigra (L.) Bernh., Sisymbrium nigrum (L.) Prantl.

Nomes populares: Mostarda-preta, mostardeira, black Mustard (inglês), mostaza negra (espanhol), moutarde noire (francês), sènape nera (italiano), schwarze (alemão).

Origem ou Habitat: Europa e Ásia.

Características botânicas: Herbácea anual, ereta, medindo de 1 a 3 metros de altura; possui muitas ramificações. Folhas lobadas e estreitas com margens serreadas; flores amarelas, pequenas, agrupadas em cachos. Os frutos são tipo síliqua (Derivado de um ovário superior de dois carpelos, na maturidade o pericarpo seco se separa em três partes, uma parte central (um septo) que contem as sementes.

Partes usadas: Folhas e sementes.

Uso popular: O emprego popular mais conhecido é o cataplasma com suas folhas ou sementes, chamado de sinapismo, aplicados em casos de reumatismo, neuralgia, frieiras e afecções das vias respiratórias. Outro uso popular são os escalda-pés em casos de resfriados e cefaleias. A infusão do pó das sementes adicionadas com gotas de vinagre, é empregada para fazer gargarejos em casos de angina ou faringite.

No Peru, emprega-se a infusão do pó das sementes como antipirético. No Marrocos como estimulante, digestivo e emético. Pulverizando sobre a comida ou moída com pão, diz-se que é afrodisíaco. Empregam-se 20-30 sementes de mostarda-negra por dia, para estimular o apetite e melhorar a digestão. (ALONSO, J., 2004).

Composição química: Glicosinolatos (compostos contendo enxofre e nitrogênio): sinigrina (1%) por hidrólise com a enzima mirosinase ou tioglicosidase, gera uma substância volátil chamada de isotiocianato de alila, conhecida como óleo ou essência de mostarda. O isotiocianato de alila (AITC) foi identificada como o componente principal do óleo essencial de Brassica nigra.

Outros compostos: Mucilagens (20%), proteínas, lipídeos, óleo fixo (25-37%) composto principalmente por glicerídeos de ácidos graxos insaturados (ácido eicosenoíco, ácido erúcico, ác. lignocérico, ác. linolêico, ác. linolênico e ác. oleico.

Ácidos fenólicos: Ácido gálico (sementes) e ácido carnósico.

Flavonóides: Quercetina (sementes), Flavanone, Flavanona, Iso-flavanona, 7-hidroxiflavanona, 7-hidroxiflavona e 6-hidroxiflavona.

Glucosinolatos: Sinigrina (Sementes)

Ações farmacológicas: Rubefasciente, Antibacteriano, fungicida, antitumoral.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O emplastro ou cataplasma de mostarda pode causar bolhas, ulceração e necrose se não for removido dentro de 15-30 minutos.

Há relatos de reações anafiláticas, caracterizadas por gastroenterites, rinites, bronco-espasmos, convulsões epileptiformes ou colapso cardiorrespiratório, pelo uso interno com molhos ou sementes.

Por via externa foram observados alguns casos de dermatites de contato.

Em um estudo efetuado com pessoas hipersensíveis à mostarda-negra, 66% apresentaram reações sistêmicas e 34% reações locais.

Vários quadros de polinose foram associados ao consumo conjunto de outros vegetais.(Alonso, J. 2004) A polinose, denominada genericamente febre de feno ( hay fever ), é uma doença alérgica estacional devido à sensibilização por pólens alergizantes. Estes encontram-se no ar durante a época de polinização de determinadas plantas, produzindo rino-conjuntivite e/ou asma brônquica. Apesar do nome, não existe febre e o feno não é o responsável pelos sintomas. Existe sim, uma sensação de febre, simulando um desagradável estado gripal. (http://www.sbai.org.br/)

O uso interno da mostarda em altas doses, provoca cólicas digestivas, vômitos, diarréia, seguidos de sonolência, dispneia, arritmias cardíacas e coma. Em caso de intoxicação emprega-se carvão ativado, aplicação de substâncias mucilaginosas e hidratação. (Alonso, J. 2004).

A sinigrina, ao ser metabolizada a isotiocianato de alila, comporta-se como agente carcinógeno no teste de Ames, alterando o papel protetor do gene P53 (Ortega Mata M., 1994 apud Alonso, J., 2004.

Contra-indicações: Não administrar em casos de úlcera gastroduodenal, transtornos circulatórios de membros (varizes, úlceras, hemoorróidas e tromboflebites), hipotiroidismo, gravidez ( o óleo essencial é abortivo) e lactação. Não aplicar por via externa a crianças menores de 6 anos.

Posologia e modo de uso: Sinapismo ou cataplasma: prepara-se a base com farinha de mostarda diluída em água quente (40°C a 50ºC), envolver em um pano ou gaze sobre a região a ser tratada. Manter no máximo 10 a 15 minutos, para não fazer bolhas.

Pedilúvio ou escaldapés: prepara-se com 20-30g de farinha de mostarda por litro de água, deixe os pés imersos até a região da panturrilha, em água quente, chegando numa temperatura de 38ºC à 40ºC. Ir acrescentando água quente durante o tratamento.

Observações: A Mostarda está entre as especiarias mais antigas registradas, datam de cerca de 3000 aC. Três variedades estão em uso popular Brassica alba, Brassica juncea e Brassica nigra. (THOMAS, J. et all, 2012).

Um condimento de mostarda é feita a partir de sementes de mostarda, vinagre, sal, água, e opcionalmente outros aditivos, sendo baixo o conteúdo de isotiocianato (<0,05% em peso). O produto é obtido por desactivação da mirosinase presente nas sementes de mostarda, antes que a pasta é feita. (GAL, Stefan, 2002)

O ácido erúcico junto ao ácido oléico, constitui um óleo que ajuda no combate a Adrenoleucodistrofia (ALD), fato relatado no filme Lorenzo’s Oil

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BALKRISHNA, Acharya; MISRA, Laxminarain. Chemo-botanical and Neurological Accounts of Some Ayurvedic Plants Useful in Mental Health. The Natural Products Journal, [s.l.], v. 8, n. 1, p.14-31, 9 fev. 2018.

DELAQUIS, P. J.; Mazza, G. “Antimicrobial properties of isothiocyanates in food preservation.” From Food Technology (Chicago) (1995). (Scifinder) – Acesso 30 Maio 2016.

DELAQUIS, Pascal J.; Sholberg, Peter L. “Antimicrobial activity of gaseous allyl isothiocyanate.” From Journal of Food Protection (1997)-(Scifinder) – Acesso 30 Maio 2016.

DHINDSA, Kuldip S.; Gupta, S. K.; Singh, Randhir; Yadava, T. P. “Chemical composition and fatty acid pattern of some Brassica species.” From Indian Journal of Nutrition and Dietetics (1975), 12(3), 85-8.-(Scifinder) – Acesso 30 Maio 2016.

GAL, Stefan “Isothiocyanate-​low mustard condiment obtained by myrosinase deactivation.” From Patentschrift (Switz.) (2002). (Scifinder)- Acesso 30 Maio 2016.

HUSSEIN, E.a. et al. Phytochemical Screening, Total Phenolics and Antioxidant and Antibacterial Activities of Callus from Brassica nigra L. Hypocotyl Explants. International Journal Of Pharmacology, [s.l.], v. 6, n. 4, p.464-471, 1 abr. 2010.

MAZUMDER, Anisha; DWIVEDI, Anupma; DUPLESSIS, Jeanetta. Sinigrin and Its Therapeutic Benefits. Molecules, [s.l.], v. 21, n. 4, p.416-427, 29 mar. 2016.

MEJÍA, Any Carolina Garcés; PINO, Nancy J.; PEÑUELA, Gustavo A.. Effect of Secondary Metabolites Present in Brassica nigra Root Exudates on Anthracene and Phenanthrene Degradation by Rhizosphere Microorganism. Environmental Engineering Science, [s.l.], v. 35, n. 3, p.203-209, mar. 2018.

THOMAS, J.; Kuruvilla, K. M.; Hrideek, T. K. ” Mustard” From Woodhead Publishing Series in Food Science, Technology and Nutrition (2012).(Scifinder)- Acesso 30 Maio 2016.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=300 – Acesso 30 Maio 2016.

http://www.plantamed.com.br/ Acesso 30 Maio 2016.

http://farmacobotanica.xpg.uol.com.br/aula3%205.html – Acesso 30 Maio 2016.

https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_er%C3%BAcico.- Acesso 30 Maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/4100069?tab=synonyms – Acesso 30 Maio 2016.

Tags: AfrodisíacoantipiréticoCataplasmaCefaléiaDigestivoEméticaNeuralgiaResfriadoReumatismo
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