GERVÃ0-ROXO

09/02/2020 22:09

Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl.

Verbenaceae


SinonímiasVerbena cayennensis Rich., Abena cayennensis (Rich.) Hitchc., Lippia cylindrica Scheele, Stachytarpheta australis Moldenke, Zappania cayennensis (Rich.) Mirb.

Nomes populares: Gervão-roxo, gervão-azul, gervão-do-campo, gervão-legítimo, erva-gervão, chá-do-brasil, aguarapondá, ewé ìgbolé.

Origem ou Habitat: É nativa do Brasil.

Características botânicas: Subarbusto anual ou perene, ereto, muito ramificado, medindo de 70 a 100 cm de altura. Folhas opostas, membranáceas, elípticas ou ovais, medindo de 4-8 cm de comprimento e 2-4,5 de largura, superfície superior rugosa e ambas as superfícies glabra ou ocasionalmente alguns pelos na superfície inferior e ao longo das nervuras e margens, essas acentuadamente e grosseiramente serrilhadas, os dentes visivelmente divergentes, ápice agudo, base cuneiforme. Inflorescências terminais espigadas, com poucas flores de cor azul, encontradas de 4 a 6 de cada vez, espigões delgados e flexíveis, medindo de 14-40 cm de comprimento. Brácteas lanceoladas, corola azul com o centro mais pálido e medindo de 7-8 mm de comprimento.

Partes usadas: Folhas e partes aéreas.

Uso popular: É usado na forma de infusão como tônico estomacal e estimulante das funções gastrointestinais, contra febres, dispepsias, como diurético e emoliente, contra problemas hepáticos e para combater vermes intestinais. É também usada para gripes e resfriados.

Externamente na forma de cataplasma, é usado no tratamento de lesões cutâneas causadas por Leishmania spp., contusões e afecções da pele (eczema e erisipela).

A irmã Eva Michalak (1912-2007) recomenda o infuso para o fígado, estômago, cálculos renais, prisão de ventre, febre e hepatite.

Composição química: Um estudo fitoquímico de 2011, revelou a presença de taninos, flavonóides, saponinas e glicosídios cardioativos. Outro autor assinala a presença de esteróides, quinonas, compostos fenólicos, ácido caféico, ácido clorogênico, um iridóide (ipolamida) com atividade anti-secretora de ácido gástrico. E ainda segundo o Herbanário da Terra os seguintes compostos: estarquitafina, citral, geranial, verbenalina, dextrina, ácido salicílico, óleo essencial, taninos, pigmentos flavonóides, alcalóides (substâncias amargas) e saponinas.

Ações farmacológicas: Possui atividades anti-inflamatória, antimicrobiana principalmente contra Staphylococcus aureus e inibidor das secreções gástricas.

Interações medicamentosas: Sem informações.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Sem informações.

Contra-indicações: Por falta de estudos clínicos, é desaconselhável para gestantes.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (sobremesa) de folhas picadas para 1 xícara de água fervente. Tomar 1 xícara 2x ao dia, antes das refeições.

Uso externo: emplasto, pomada, creme ou o infuso para lavar feridas..

Observações: Esta planta já constava como medicinal na Farmacopeia Brasileira de 1929. A espécie Bouchea agrestis, cujo nome popular é erva-da-pressão, gervão ou falso-gervão, muitas vezes é confundida com a Stachytarpheta cayennensis (gervão-roxo).

Referências: 
DRESCHER, L. (coord.) Herbanário da Terra – Plantas e receitas. 1ª ed. Laranja da Terra/ES, 2001.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MICHALAK, E. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis/SC. Epagri, 1997.

Salimena, F.R.G. Stachytarpheta in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 27 Jan. 2014

http://www.hear.org/Pier/species/Stachytarpheta_cayennensis.htm. Acesso em 29 de Jan. 2014 http://www.utp.br/Revista-Eletronica-Biociencias-Biotecnologia-e-Saude/n_2_maio-ago_2011/pdf’s_2/triagem_fitoquimica.pdf. Acesso: 29 de Jan. 2014

http://www.tropicos.org/Name/33700808. Acesso em: 27 de Jan. 2014

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gervão. Acesso em 29 de Jan. 2014.

Tags: DispepsiaDiuréticoEmolientesFebreGripeHepatoprotetoraResfriadoTônicoVerminoses

ERVA-DOCE

10/01/2020 15:41

Pimpinella anisum   L.

Apiaceae  


Sinonímias: Anisum graveolens (L.) Crantz , Carum anisum (L.) Baill., Selinum anisum (L.) EHL Krause, Sison anisum (L.) Spreng., Tragium anisum (L.) Link.

Nomes populares:  Anis, anis-verde, erva-doce, pimpinela-branca.

Origem ou Habitat: É natural da Ásia e cultivada no Brasil, especialmente no Sul.

Características botânicas:  Erva aromática anual, ereta, de até 50 cm de altura. Folhas compostas de várias formas, fendidas. Flores brancas, dispostas em umbelas. Os frutos são aquênios, de sabor adocicado e cheiro forte.

Partes usadas: Frutos e sementes.

Uso popular:  Muito utilizada contra resfriado, tosse, bronquite, febre, cólicas, inflamações orofaríngeas, má digestão, flatulência, dispepsia, eructação, dor decorrente de transtornos digestivos funcionais, perda do apetite, para combater cólicas e dores de cabeça e como repelente de insetos, além de ser aromática e condimentar. Também pode ser utilizada em parasitoses intestinais leves, e menos frequentemente para promover a lactação, a menstruação, facilitar o parto, incrementar a libido e atenuar os sintomas do climatério. Uso pediátrico por via inalatória para hipersecreção brônquica. Externamente na pediculose, escabiose e em micoses cutâneas como pitiríase, candidíase e pé de atleta.

Composição química:  Óleo essencial (anetol 90-95%), álcoois, cetonas, hidrocarbonetos terpênicos, proteínas, carboidratos, glicosídeos, ácidos málico, cafeico e clorogênico, cumarinas, flavonóides, esteróides , acetilcolina (e seu precursor, colina),6 eugenol, pseudoisoeugenol, metilchavicol, anisaldeídos, scopoletin, umbelliferon, polienos e poliacetilenos.5 À exposição do óleo à luz solar ocorre a formação de dianetol (que possui ação estrogênica) e isoanetol (com ação tóxica).

Ações farmacológicas: Digestiva, carminativa, espasmolítica, expectorante, galactogoga, antifúngica, antiséptica, antiviral,6 antioxidante,5 estrogênica,³ mucolítica4 e sedativa, além de favorecer a absorção de ferro.¹ Tem uma moderada ação anti-helmíntica.7 Os componentes químicos eugenol e estragol têm ação anestésica, hipotérmica, relaxante muscular e anticonvulsivante.

Interações medicamentosas: Altas doses podem interferir com drogas anticoagulantes ou com inibidores da MAO (monoaminooxidase).¹ Os efeitos estrogênicos podem interferir com hormonioterapia de reposição e pílulas anticoncepcionais (apenas evidenciado em altas doses).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Altas doses ( de oleo essencial?))podem causar quadro alucinógeno ou neurotóxico (confusão mental, sonolência), podendo em casos extremos levar a paralisia muscular, transtornos respiratórios, convulsões e coma.¹ Reação alérgica ocasional da pele, trato respiratório ou trato gastrointestinal.

Contra-indicações:  O óleo essencial é contra-indicado para uso interno durante a gravidez e o aleitamento, em crianças menores de 6 anos e na presença de problemas crônicos gastrointestinais ou doenças neurológicas,4 em casos de alergia ao anis ou ao anetol² e na presença de tumores hormônio-dependentes.¹ Não se recomenda o uso tópico em pessoas hispersensíveis ou com história de alergias cutâneas.

Posologia e modo de uso: Uso interno – Infusão de uma colher de café dos frutos (vulgarmente conhecidos como sementes) em uma xícara de água fervente. Pode-se beber até 2 xícaras/dia. Nos casos de problemas digestivos ou cólicas, tomar o chá meia hora antes das refeições.6 Uso externo – óleo essencial dilúido a 10% em óleo de amêndoas.

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 162-166.

BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission E Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. p. 82-83.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 507-510.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 124-125.

GULCIN, I.; OKTAY, M.; KIRECCI, E.; KUFREVIOGLU, O.I. Screening of antioxidant and antimicrobial activities of anise (Pimpinella anisum L.) seed extracts. Food Chemistry, [S. I.], v. 83, n. 3, p. 371-382, 2003.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 484.

ÖZCAN, M. M.; CHALCHAT, J. C. Chemical composition and antifungal effect of anise (Pimpinella anisum L.) fruit oil at ripening stage. Annals of Microbiology, v. 56, n. 4, p. 353-358, Dez. 2006.

Tags: AromáticaBronquiteCólicaCondimentoDispepsiaEructaçãoEscabioseFebreMá digestãoParasitosePediculoseRepelenteResfriadoTosse

ERVA DE SANTA MARIA

10/01/2020 15:24

Chenopodium ambrosioides  L.

Amaranthaceae (antiga Chenopodiaceae)


Sinonímias: Ambrina ambrosioides (L.) Spach,  Ambrina anthelmintica (L.) Spach, Ambrina chilensis Spach, Blitum ambrosioides (L.) Beck, Chenopodium ambrosioides var. anthelminticum (L.) A. Gray, Chenopodium ambrosioides var. dentata Fenzl, Chenopodium santamaria Vell., Orthosporum ambrosioides (L.) Kostel., Roubieva anthelmintica Hook (L.).& Arn., Teloxys ambrosioides (L.) WA Weber, etc.

Nomes populares:  Mastrunço, mestruz, mastruz, lombrigueira, quenopódio, ambrosia-do-méxico, erva-das-cobras, erva-do-formigueiro,caacica.

Obs.: No Norte do Brasil, um dos nomes populares dessa erva é mastruço ou mastruz, aqui no Sul, o nome mastruço refere-se a outra planta, a Coronopus didymus L.

Origem ou Habitat: América Central e do Sul.

Características botânicas:  Planta herbácea, perene, ereta, muito ramificada na base, com até 1 m de altura, apresenta pubescência glandular. Folhas simples, numerosas, alternadas de cor verde escura, as inferiores geralmente ovoides e lanceoladas, pecíolo curto, verde claro, nervuras em forma de pena; as superiores são menores, lanceoladas e de margens inteiras. Flores pequenas, verdes, dispostas em espigas axilares densas, possuem cálice com 5 sépalos. Frutos muito pequenos do tipo aquênio, esféricos, pretos, ricos em óleo e muito numerosos, geralmente confundido com as sementes, que são lenticulares, brancas ou pretas. Toda a planta tem cheiro forte, característico.

Partes usadas: Folhas e frutos.

Uso popular:  Muito utilizada como vermífugo, sendo também utilizada na expulsão de parasitas intestinais de outros animais. A infusão das folhas é usada, internamente, contra reumatismo, sinusite, catarro crônico, tosse, bronquite, febre, inflamação da gargante, dor ciática e parasitoses. A planta triturada é usada como anti-inflamatória e cicatrizante no tratamento de contusões e fraturas, por meio de compressas ou ataduras , como sabonete e shampoo para pediculose e sarna. Outro uso disseminado no Brasil é como inseticida doméstico, extremamente útil para afugentar pulgas, percevejos, baratas e demais insetos. Também utilizada como estomáquica e digestiva.

Informações científicas: 🐁 (AN): Em um estudo realizado em cães infestados por Ancylostoma spp., foi possível avaliar a eficácia do óleo essencial e do extrato etanólico de C. ambrosioides, contidos em biscoitos caninos, demonstrando 100% de atividade inibitória sobre as larvas (Monteiro et al., 2017). Também foram avaliadas as propriedades acaricidas do óleo essencial, sob a forma de sabão em barra, aplicado 2x ao dia em bodes infestados por carrapatos (Kouam et al., 2015). 🧪(VI): O óleo essencial atua como fungicida em dermatófitos como Aspergillus fumigatus e Cladosporum trichoides (Dembitsky et al., 2008). A mesma fração apresenta atividade citotóxica (Degenhardt et al., 2016).

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso externo da infusão preparada com as folhas da erva-de-santamaria tem boa resposta no tratamento de infestações por piolhos. A utilização da infusão ou da tintura na forma de compressas é eficaz em machucados e contusões.

Cuidados para o uso desta espécie: Devido à falta de informações sobre segurança, não é indicado o uso interno desta espécie. O uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso. O seu uso é contra indicado para gestantes, lactantes e crianças de até 3 anos, pessoas debilitadas ou com doenças hepáticas, renais e auditivas.

OBS: O óleo essencial não deve ser ingerido.

Posologia e modo de uso:

🍵 Uso interno: O uso interno desta espécie não possui segurança estabelecida, apesar do tradição popular indicar a forma de infusão para uso oral e na culinária.

Uso externo: Como repelente e inseticida através da infusão de 20g da planta para 1 litro d´água fervente. Pode ser utilizada externamente também na forma de tintura.

Observações: Planta utilizada na alimentação.

Composição química:  A composição do óleo essencial pode variar com as condições climáticas, maturação da planta e método de extração. A substância Ascaridol (folhas até 9,2% de óleo essencial de ascaridol e frutos até 20% de óleo com 80 a 90 % de ascaridol) e outros monoterpenos (carenos, limoneno, isolimoneno, timol, P-cimeno, carvacol, cavona, safrol, P-cimol, cineol, aritasona, mirceno, A-pineno, A-terpineno, felandreno, quenopodina, histamina, glicol), alcaloides, ácido butírico, salicitado de metilo, saponinas, sesquiterpenos, triterpenos, lipídeos, flavonoides (campferol-7-ramino-sidio, ambosidio, quercetina), aminoácidos, ácidos orgânicos (cítrico, málico, vanílico, tartárico, oxálico e succínico), alcanfor, pectina, taninos, terpenos, carveno, anethole (ester fenótico) e santonina. Contém ainda proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, cálcio, fósforo, ferro, caroteno, tiamina, riboflavina, niacina e ácido ascórbico.

 

Referências
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 839-842

2. DI STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2.ed. Colaboração de Alba Regina Monteiro Souza-Brito, Alexandre Mariot, Claudenice Moreira dos Santos. São Paulo: Editora UNESP, 2002. p. p. 163-164.

3. DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 64-65.

4. GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas.Santafé de Bogotá, Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995. p. 230-236

5. LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 122-123.

6. MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 2. ed. Fortaleza: IU, 2000. p. 253-255.

7. PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p. 96-98.

8. REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: SEBRAE – INPA, 2000. p. 307-310.

9. http://www.tropicos.org – Acesso em: 17 de junho de 2011.

10. PEREIRA, W S. et al., Evaluation of the subchronic toxicity of oral treatment with Chenopodium ambrosioides in mice. Journal of ethnopharmacology, v. 127, n. 3, p. 602-605, 2010. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874109007739?via%3Dihub

11. MONTEIRO, J. N. et al., Chenopodium ambrosioides L. essential oil and ethanol extract on control of canine Ancylostoma spp. Semina: Ciências Agrárias, 2017. 38, 4, 1947-1954. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/319146429_Chenopodium_ambrosioides_L_essential_oil_and_ethanol_extract_on_control_of_canine_Ancylostoma_spp

12. KOUAM, M. K. et al., Evaluation of in vivo acaricidal effect of soap containing essential oil of Chenopodium ambrosioides leaves on Rhipicephalus unulatus in the western highland of Cameroon, 2015. ID 516869, 1-5. Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/jpath/2015/516869/

13. DEGENHARDT, R. T., et al., Characterization and evaluation of the cytotoxic potencial of the essential oil of Chenopodium ambrosioides. Revista Brasileira de Farmacogonsia, 2016. 26, 56-61. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0102695X15002033

14. DEMBITSKY, V. et al., Ascaridole and related peroxides from the genus Chenopodium. Biomed Pap Med Fac Univ Palacky Olomouc Czech Reppub, 2008. 152 (2): 209-215. Disponível em: http://biomed.papers.upol.cz/artkey/bio-200802-0004_ascaridole_and_related_peroxides_from_the_genus_chenopodium.php

Tags: AbortivoAnti-inflamatórioBronquiteCicatrizanteFebreInseticidaNutritivaParasitoseReumatismoSarnaSinusiteTosseVermífuga

EQUINÁCEA

09/01/2020 20:49

Echinacea purpurea  ( L.) Moench.

Asteraceae (Compositae) 


Sinonímias: Rudbeckia purpurea L.; Brauneria purpurea (L.) Britt. 

Nomes populares:  Flor-roxa-cônica, cometa-roxo, equinácea. 

Origem ou Habitat: América do Norte , meio oeste dos EUA. 

Características botânicas:  Planta herbácea perene, ereta, rizomatosa, florífera, pouco ramificada, de 60-90 cm de altura, com folhas opostas, curto-pecioladas, cartáceas, ásperas, com três nervuras salientes, medindo de 4 a 12 cm de comprimento. Inflorescências em capítulos cônicos, dispostas no ápice dos ramos, compostas por flores centrais diminutas de cor marrom-arroxeadas e de flores externas de corola alongada de cor rosa-arroxeada voltadas levemente para baixo. O conjunto, com 10 a 15 cm de diâmetro, lembra a cabeleira de um cometa, daí a razão de um de seus nomes populares. Possui raízes cilíndrico-afiladas, inteiras, sutilmente espiraladas, longitudinalmente sulcadas, fibrosas, com a casca fina, lenhosa, com poros alternos. O rizoma tem medula com a forma circular. O florescimento ocorre de setembro a novembro.  

Uso popular:  Indicada em síndromes gripais com tosse, bronquite, febre, dores de garganta. Na profilaxia e tratamento da gripe, rinossinusites e infecções do trato urinário. Externamente, sob a forma de pomadas ou em compressas nas queimaduras, feridas purulentas, acne e outras ulcerações na pele, ou na forma de cataplasma contra artrites, hemorróidas e doenças venéreas. Na forma de gargarejo, é indicada para dores de dente, abcessos dentais e ulcerações da mucosa oral. É indicada também para tratamento de infecções crônicas, frieiras, picada de insetos, erisipela, sífilis, impurezas do sangue e febres pútridas. 

Composição química:  Óleo essencial, fitosteróis, rutósido, alcalóides pirrozidínicos (0,006%), possui como compostos ativos os derivados dos ácidos dicafeico e ferúlico, os equinacósidos A e B (0.5 a 1%), compostos alifáticos de cadeia longa e polissacáridos (equinacinas). As folhas e flores contêm ácido chicórico, rutina e metiléster. A parte aérea contém amidas altamente insaturadas, germaceno, vanilina, metil-p-hidroxicinamato e um derivado de labdano. O rizoma contém poliacetilenos, ácido chicórico (0.6 a 2.1%), ácido clorogênico, alcamidas, derivados do ácido cafeico, equinaceína, 4-0-metil-gliconoarabinoxilano, inulina, frutose, pentose, ésteres do ácido cafeico (equinacosídeo – 0.5 a 1% e cinarina), humuleno, equinolona e betaína. Entre os polissacarídeos encontrados, o principal é a arbinogalactana. A planta contém ainda óleo essencial que encerra cariofileno, um sequiterpeno e poliacetilênicos, bem como ácidos graxos, proteínas, taninos e as vitaminas A, C e E. A maior concentração dos componentes mais ativos se encontra nas raízes e rizomas, contudo, frequentemente o suco fresco da planta obtida com folhas, hastes e flores também é utilizado. 

Ações farmacológicas: Os mucopolisacarídeos de alto peso molecular situados na raíz demonstrou um efeito imunoestimulante inespecífico verificado em vários níveis: aumento na produção de leucócitos e linfoquinas, aumento da taxa de properdina, elevação da produção de interferon, inibição de hialuronidase e aumento da capacidade de fagocitose por parte dos macrófagos. A arabinogalactana – obtida em cultura de células de E. purpurea – apresenta ação ativadora de macrófagos citotóxicos ás células tumorais e micro-organismos (Leishmania enrietti). Esta substância também induz macrófagos a produzirem o fator de necrose tumoral (TNF-alfa) interleucina e interferon b-2, bem como incrementa um pouco a proliferação de células T. Experimentalmente, a equinaceína demonstrou propriedades antiparasitárias e antiinflamatórias. Extratos de equinácea incrementaram em 45% a fagocitose de Candida albicans através de granulócitos e monócitos de indivíduos sadios in vitro. Altas doses de extrato da planta interferem nas enzimas do esperma, afetando a motilidade e, consequentemente, a viabilidade do mesmo. Diversos estudos clínicos tem demonstrado benefícios na administração de extratos de equinácea para o alívio e encurtamento de sintomas relacionados com patologias do trato respiratório superior. Em um deles, duplo-cego, com 180 pacientes voluntários, na Alemanha, com sintomas respiratórios como congestão nasal, rinite, resfriados e estados gripais, a amostra foi dividida em três grupos. O primeiro foi tratado com 900 mg diários de extrato de equinácea; o segundo grupo recebeu 450 mg e o terceiro apenas tratado com placebo. Ao fim de quatro dias, o primeiro grupo foi o único que mostrou diminuição estatisticamente significativa dos sintomas. Um produto comercial elaborado à base de equinácea apresenta atividade anti-herpética contra vírus herpes tipo 1 e 2, suscetíveis e resistentes ao aciclovir. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Quando utilizada por mais de oito semanas, a equinácea pode causar hepatotoxicidade e, portanto, não deveria ser utilizada com outras drogas hepatotóxicas (esteróides anabólicos, amiodarona, metotrexato e cetoconazol). Por ser estimulante do sistema imune, não deve ser administrada com imunosupressores ou quando há doenças auto -imunes. Pode produzir um aumento da salivação e o uso parenteral do extrato pode produzir reações alérgicas, náuseas, vômitos e por vezes, febre. Deve-se, portanto, utilizar a planta com precaução, e não exceder o tratamento por via oral em mais de 8 semanas. 4. 

Contra-indicações:  A segurança durante a gravidez e a lactação ainda não foi confirmada, não sendo recomendável o uso nestes casos. 

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 445-451. 

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian 2003. p. 290-91. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 154-55 

SILVA JUNIOR, A. A. Essentia herba: Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003. p. 196-205.

Tags: AcneArtriteBronquiteFebreGripeHemorróidaQueimaduraTosse

CIPÓ MIL-HOMENS

08/01/2020 15:50

Aristolochia spp.

Aristolochiaceae 


Nomes populares:  Urubu-caá, angelicó, calunga, capa-homem, contra-erva, batarda, jarrinha, cipó jarrinha, mil-homens, papo-de-peru, aristolóquia, caçaú, cassau, cassiu, chaleira-de-judeu, cipó-mata-cobra, erva-de-urubu, contra-erva, erva-bicha, giboinha, milhomem, papo-de-galo, camará-açú, crista-de-galo, raja, mata-porcos, mil-homens-do-ceará, mil-homens-do-rio-grande (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002),(LORENZI; MATOS, 2002),(CORRÊA; SIQUEIRA-BATISTA; QUINTAS, 1998).

Origem ou Habitat: No Brasil, ocorrem aproximadamente sessenta espécies distintas de Aristolochia (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002).

As espécies mais importantes no uso medicinal são:

Aristolochia cymbifera Mart. & Zucc. (regiões Sul e Sudeste, até a Bahia),

Aristochia triangularis Cham. (no Rio Grande do Sul),

Aristolochia esperanzae O. Kuntze (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul),

Aristolochia ridicula N.E.Br. (São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul),

Aristolochia brasiliensis Mart.&Succ.(do Nordeste),

Aristolochia arcuata Mast. (São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul) e

Aristolochia gigantea Mart.&Zucc. (caatinga) (LORENZI; MATOS, 2002).

O gênero ocorre também no Uruguai, Argentina e Paraguai (ALONSO; DESMARCHELIER, 2006),(GUPTA, 1995),(SIMÕES, 1998).

Características botânicas:  Trepadeira herbácea, de ramos finos e flexuosos, com a base engrossada com casca corticosa fissurada, folhas simples, de consistência membranácea, pecioladas, glabras, de 12-20 cm de comprimento. Flores solitárias, com a forma de urna muito característica, e frutos capsulares elipsoides deiscentes, com inúmeras sementes achatadas (LORENZI; MATOS, 2002). Rizoma tuberoso (CORRÊA; SIQUEIRA-BATISTA; QUINTAS, 1998).

Partes usadas: Caule, folhas e raízes.

Uso popular:  Na região amazônica, o decocto das folhas é útil contra cólicas abdominais e problemas estomacais, enquanto o banho preparado com folhas em água fria é utilizado contra dores de cabeça e dores musculares. Outros usos populares indicam que a raiz é tônica, estomáquica, estimulante, antisséptica, sudorífica, diurética, anti-histérica e útil contra febres graves, catarros crônicos, disenteria e diarreia; é usada também como abortiva e contra veneno de cobra (LORENZI; MATOS, 2002),(GUPTA, 1995)(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008). O chá da raiz é também usado como emenagogo, excitante, cicatrizante e contra úlceras crônicas, sarnas, caspa e orquites (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002),(LORENZI; MATOS, 2002),(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008). É empregada ainda para asma, gota, hidropisia, convulsões, epilepsia, palpitações, flatulência, prurido e eczemas e até como sedativa. Algumas regiões a usam contra anorexia, ansiedade, prisão de ventre e como anti-helmíntica (LORENZI; MATOS, 2002),(CORRÊA; SIQUEIRA-BATISTA; QUINTAS, 1998),(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008). Também para amenorreia (falta de menstruação)(LORENZI; MATOS, 2002)(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008) e clorose (anemia por excesso de sangramento menstrual)(LORENZI; MATOS, 2002).

Composição química:  Os ácidos aristolóquicos são os principais componentes de inúmeras espécies do gênero Aristolochia. Outros componentes incluem terpenoides, alcaloides apoporfíricos, alcaloides aristolactâmicos, alcaloides do grupo da berberina, outros alcaloides, sesquiterpenolactonas, lignanas, beta-cariofileno, alfa-copaeno, beta-elemeno, gama-elemeno, alfa-humuleno e amidas (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002). Análises de raízes e caules tem demonstrado diterpenos e, nas folhas, sesquiterpenoides(LORENZI; MATOS, 2002).

Ações farmacológicas: Substâncias isoladas de A. versicolor e A. indica apresentaram atividade antifertilidade em alguns estudos; alguns apontam que o ácido aristolóquico é antiespermatogênico, por interferir na espermiogênese no estágio de formação das espermátides e reduzir a produção de células de Leydig maduras. O ácido aristolóquico de A. indica apresentou propriedades antiestrogênica e anti-implantacional. O ácido aristolóquico de A. rodix foi eficaz contra o veneno de ofídeos. Diterpenos isolados de A. albida agem como importantes antídotos de picada de cobra do gênero Naja. Constituintes químicos da A. manshuriensis obtidos por cultura celular apresentaram importante atividade cardiotônica. A magnoflorina, alcaloide obtido de várias espécies do gênero, diminui a pressão arterial em coelhos e induz hipotermia em camundongos. O ácido aristolóquico I promove contrações em músculos lisos isolados, enquanto uma atividade relaxante muscular inespecífica em músculos lisos foi descrita para o extrato etanólico de A. papillaris. Estudos com A. birostris demonstraram atividade analgésica e antitérmica e inibição das contrações induzidas por histamina, acetilcolina e ocitocina, a nível central. Atividade anti-inflamatória foi observada em A. tulobataA. multiflora possui atividade citotóxica. A. niaurorum demonstrou atividade antisséptica e cicatrizante. Atividade antifúngica e antibacteriana foi associada a A. papillarisA. gigantea e A. paucinervis também mostraram atividade antibacteriana. A. triangularis foi relacionada à atividade antiviral, enquanto A. paucinervis agiu contra Helicobacter pylori. A constatação da atividade citotóxica experimentalmente abre portas para estudos na área de oncologia (ALONSO,; DESMARCHELIER, 2006)..

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A presença de ácido aristolóquico contra indica o uso interno.

Contra-indicações:  Existem pelo menos 14 tipos de ácidos aristolóquicos (JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005). O consumo crônico da infusão da Aristolochia sp. por humanos leva ao aparecimento rápido de fibrose renal intersticial. Há evidências de que o ácido aristolóquico, além de levar a esta nefropatia, aumenta o risco de câncer urotelial. Estudos mostram o surgimento de lesões renais em um mecanismo dose-dependente em apenas 3 dias de tratamento com 10, 50 ou 100mg/kg por via oral em animais. Na Bélgica, na década de 90, uma contaminação de fitoterápicos chineses, usados para emagrecimento, com ácido aristolóquico proveninente de A. fangchi levou ao relato de dezenas de casos dessa nefropatia, além da associação nesses pacientes com o aumento do risco para carcinoma urotelial. Depois se soube de casos semelhantes em outros países da Europa, Japão, Estados Unidos, etc. Por causa da semelhança da clínica e da histologia entre a “nefropatia da erva chinesa” e a nefropatia dos Bálcãs, iniciou-se uma série de investigações que sugerem que o ácido aristolóquico também é o agente etiológico desta última. A nefropatia dos Bálcãs também cursa, além da lesão tubulointersticial rapidamente progressiva, com pressão arterial normal, leucocitúria asséptica, proteinúria de baixo peso molecular e anemia precoce e severa. A doença afeta homens e mulheres que vivem em áreas rurais da Bósnia, Croácia, Romênia e Sérvia, caracterizada por início insidioso, invariável progressão para insuficiência renal crônica e forte associação com carcinoma urotelial. Estudos epidemiológicos evidenciaram a ocorrência focal da doença em certas vilas e famílias, mas não um padrão de herança da doença. Os achados, entretanto, não são definitivos quanto à associação entre o ácido aristolóquico e a nefropatia endêmica, e outros agentes etiológicos continuam sendo discutidos, como a contaminação da água com toxinas do carvão, e a ocratoxina A, uma toxina proveniente de alguns fungos, também associada à nefrotoxicidade e carcinogênese e encontrada em altos níveis no sangue de indivíduos das áreas de alta endemicidade da doença. planta proibida em vários países, não deve ser usada interna mente.

Observações: O nome do gênero Aristolochia vem do grego: aristos = bom e lochia = nascimento, parto. Segundo a Teoria das Assinaturas, a forma curvada da flor de uma das espécies (Aristolochia clematitis) lembra o feto em posição antes do nascimento, razão pela qual a planta era usada popularmente para facilitar o parto (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002).

Aristolochia triangularis possui acido aristolóquico em suas raízes .

 

Referências:
ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas Medicinales Autoctonas de La Argentina. Buenos Aires: Fitociencia, 2006.

CORRÊA, A. D.; SIQUEIRA-BATISTA, R.; QUINTAS, L. E. Plantas Medicinais: Do Cultivo a Terapêutica. Petrópolis: Vozes, 1998.

DUKE, J. A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s handbook of medicinal plants of Latin America. Boca Raton: CRC Press, 2008.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia:. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995.

GROLLMAN, A. P. et al. Aristolochic acid and the etiology of endemic (Balkan) nephropathy. Proceedings of the National Academy of Sciences, [S. I.], v. 104, n. 29, 12129-12134, 2007.

JUNIOR, V. F.; PINTO, A. C.; MACIEL, M. A. Plantas medicinais: cura segura. Química nova, [S. I], v. 28, n. 3, p. 28-519, 2005.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

SIMÕES, C.M.O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1988.

STASI L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. São Paulo: Editora UNESP, 2002.

http://www.tropicos.org/NameSearch.aspx?name=Aristolochia&commonname – acesso em 20 de março de 2012.

Tags: AbortivoAnsiedadeAntissépticaAsmaCefaléiaCicatrizanteCólicaDiarreiasDisenteriaDiuréticoEczemaEmenagogoFebreFlatulênciaPruridoSarnaSedativoSudoríficaTônicoÚlceras

CIDREIRA-DE-ÁRVORE

08/01/2020 15:34

Hedyosmum brasiliense   Mart. ex Miq.

Chloranthaceae 


 Sinonímias: Hedyosmum grandifolium Occhioni ,Hedyosmum acutifolium C. Cordem., Tafalla brasiliensis (Miq.) Kuntze, etc. 

Nomes populares:  Chá-de-bugre, cidreira, cidrão, cidreira-de-árvore. 

Origem ou Habitat: É o único representante da família Chloranthaceae no Brasil. É encontrada na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. 

Partes usadas:Folhas. 

Uso popular:  Planta que tem poucos estudos, é utilizada em dor de cabeça e febre. 

Composição química:  Os compostos fenólicos isolados são: escopoletina, vanilina, ácido vanílico, aldeído protocatéquico e Et cafeato. No óleo essencial foram isolados: α-​terpineol (10.2​%)​, curzerene (8.9​%)​, pinocarvone (8.4​%) and (β-​thujene (7.1​%). 

Ações farmacológicas: Há referências de ação do extrato bruto sobre dor (GUEDES , A. et al XVI SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL 1996), sobre fungos e efeito antiedematogênico (VANDERLINDE –IV JORNADA CATAR. DE PL. MED. 2003). 

Estudo em ratos mostrou ação sobre dor do extrato hidroalcóolico (EH) quando usado intraperitonial, no uso oral não foi eficaz; Uma lactona sesquiterpênica isolada de H. brasiliense também mostrou ação (Trentin) . 

Em animais de laboratório mostrou atividade antidepressiva.
 

 

Referências:
GONÇALVES, Ana Elisa; Buerger, Cristiani; Amoah, Solomon K. S.; TolardoRogerioBiavattiMaique W.; de Souza, Marcia M. “The antidepressant-like effect of Hedyosmum brasiliense and its sesquiterpene lactone, podoandin in mice: Evidence for the involvement of adrenergic, dopaminergic and serotonergic systems.” From European Journal of Pharmacology (2012), 674(2-3), 307-314 (Scifinder)- Acesso 11 SET 2015. 

KIRCHNER, Karoline; Wisniewski, Alberto, Jr; Cruz, Alexandre Bella; BiavattiMaique W.; Netz, Daisy J. A. “Chemical composition and antimicrobial activity of Hedyosmum brasiliense Miq., Chloranthaceae, essential oil.” From Revista Brasileira de Farmacognosia (2010), 20(5), 692-699. (Scifinder) Acesso 11 SET 2015. 

LEITTMAN, P. Chloranthaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB006808 – Acesso em: 28 de março de 2012.,br> GUEDES , A. et al XVI SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL 1996. 

TRENTIN A. , Guedes A, Pizzolatti MG, Yunes RA, Calixto JB – “Antinociception caused by teh extract of Hedyosmum brasiliense and its active principle, the sesquiterpene lactone 13- hydroxy – 8 ,9 dehydroshizukanolide.” in Planta medica 1999 Aug ;65 : 517 21 

http://www.tropicos.org/Name/7300006?tab=synonyms – Acesso 11 SET 2015.

Tags: CefaléiaFebre

CHAMBÁ

07/01/2020 22:49

Justicia pectoralis  Jacq.

Acanthaceae  


 Sinonímias: Dianthera pectoralis (Jacq.) J.F. Gmel., Dianthera pectoralis (Jacq.) Murray, Ecbolium pectorale (Jacq.) Kuntze, Justicia pectoralis var. latifolia Bremek., Justicia stuebelii Lindau, Psacadocalymma pectorale (Jacq.) Bremek., Rhytiglossa pectoralis (Jacq.) Nees, Stethoma pectoralis (Jacq.) Raf., etc. 

Nomes populares:  Chambá, chachambá, anador, trevo-do-pará, trevo-cumaru; tilo, carpintero, té criollo (Cuba). 

Origem ou Habitat: Nativa da região tropical da América (Alonso, 2004; Gupta, 1995). 

Características botânicas:  Herbácea perene, suberecta, ascendente, com até 60 cm de altura, com ramos delgados, caule com pêlos curtos e engrossamento na região dos nós. Folhas inteiras, simples, opostas, lanceoladas ou ovado-lanceoladas, de 3 a 10 cm de comprimento, sem pêlos, acuminadas, com a base estreita e obtusa, com 0,7 a 2 cm de largura. Flores irregulares, com corola violácea, disposta em panículas terminais. Possui cápsula comprimida e estipitada. Multiplica-se por estaquia ou replantando-se pequenos ramos já enraizados (Matos, 2000).  

Obs.: Lorenzi & Matos (2002) e Matos (2000) descrevem em seus livros uma variedade botânica desta espécie, a Justicia pectoralis var. stenophylla Leon., enquanto Alonso (2004) e Gupta (1995) descrevem monografias mais completas sobre Justicia pectoralis Jacq. Ambas possuem os mesmos fins, sendo esta última também nativa da região tropical e conhecida por “chambá-falso” (Lorenzi & Matos, 2002). Alonso (2004) coloca que a incorporação da variedade stenophylla deve-se a suas qualidades aromáticas

Partes usadas:Folhas e flores. 

Uso popular:  Planta muito utilizada para problemas respiratórios como inflamações pulmonares, tosse, como expectorante, sudorífica (Lorenzi & Matos, 2002) e útil em crises de asma, bronquite e chiado no peito (Matos, 2000). Usada, principalmente em Cuba, como sedante (sendo seu uso mais comum neste país). No ano de 1990 a planta foi incluída em uma Resolução Oficial do Ministério da Saúde Pública de Cuba que autoriza seu uso como sedante do sistema nervoso nas Unidades de Saúde. No Haiti, as folhas são usadas para dores no estômago, e na Costa Rica é utilizada para tirar o catarro do pulmão (Gupta, 1995), enquanto em outras regiões do Caribe a planta inteira, macerada, é aplicada sobre ferimentos e torsões (Alonso, 2004). Na região Amazônica, as folhas do chambá são utilizadas em rituais pelos indígenas como um aditivo e aromatizante de misturas alucinógenas usadas em rapés. Empregada também como medicação contra reumatismo, cefaléia, febre, cólicas abdominais, como afrodisíaca (Lorenzi & Matos, 2002) e contra coqueluche (Drescher, 2001). 

Composição química:  Possui flavonóides como swertisina, swertiajaponina, ramnosil-2-swertisina e ramnosil-2-swertiajaponina. Contém traços de alcaloides indólicos, cumarina, dihidrocumarina, umbeliferona, beta-sitosterol, lignanas (justicina B, justicidina), betaína, ácidos palmítico e esteárico, ácido dihidroxifenilpropionico, beta-escopoletina e os seguintes aminoácidos: ácidos alfa e gama-aminobutírico, alanina, fenilalanina, glicina, hidroxiprolina, isoleucina, leucina, lisina, ornitina, prolina, serina, treonina, valina (Alonso, 2004), fosfoserina, asparagina (Gupta, 1995). Possui ainda N-metiltriptamina, N,N-dimetiltriptamina e vascina (Gupta, 1995). 

Em Cuba, a análise fitoquímica das partes aéreas registrou cumarinas (dihidrocumarina e umbeliferona); flavonóides (flavonas glicosiladas); saponinas; taninos; antraquinonas; betaína; aminoácidos; B-sitosterol e compostos fenólicos. 

Análise proximal de 100 g de folhas: calorias (44), água (85 g), proteína (3,9 g), gorduras (0,6 g), carboidratos (8,2 g), fibras (2,8 g), cinzas (2,3 g), cálcio (663 mg), ferro (7,4 mg), potássio (35 mg), caroteno (2.670 microg), tiamina (0,04 mg), riboflavina (0,2 mg), niacina (2,5 mg), ácido ascórbico (28 mg). Também foram reportados os seguintes oligoelementos: manganês, níquel, escândio e vanádio (Alonso, 2004). 

Ações farmacológicas: Em um estudo clínico duplo cego, que utilizou cápsulas do extrato aquoso liofilizado da planta em um grupo de pacientes e cápsulas de diazepam no grupo controle, comprovou-se o efeito sedante da planta e não se observou efeitos secundários nos pacientes tratados. Foram também reportadas atividades antibacteriana, relaxante da musculatura lisa, antagonista de serotonina e redutora de atividade espontânea (Gupta, 1995). Tanto a decocção das partes aéreas da planta em estado fresco como a infusão das partes aéreas em estado seco demonstraram atividade sedante em humanos adultos. Tendo em conta o emprego popular como alucinógeno, constatou-se em 10 pessoas normais, tratadas com a decocção das partes aéreas, modificações eletroencefalográficas significativas e sugestivas de atividade neurotrópica (Alonso, 2004). O extrato da planta possui ação broncodilatadora, analgésica e anti-inflamatória comprovada experimentalmente, justificando seu uso popular nos tratamentos de crises de asma, tosse, bronquite e chiado no peito (Matos, 2000). A cumarina extraída da planta tem atividade anti-inflamatória e cicatrizante comprovada (Gupta, 1995). A planta possui ação inseticida sobre o mosquito Aedes aegypti (Chariandy, et al., 1999). 

Interações medicamentosas: Não deve ser usada conjuntamente com anticoagulantes ou em pacientes com transtornos circulatórios.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Doses altas testadas em modelos animais não demonstraram sinais de toxicidade. Pode causar sonolência, dor de cabeça e enjoos. 

O emprego medicamentoso desta planta deve ser feito com cuidado de evitar o uso das folhas secas quando mal conservadas pelo risco de haver modificação química da cumarina, promovida por fungos, que podem transformá-la em dicumarol, substância que causa grave hemorragia por impedir a coagulação do sangue, usada inclusive em veneno para ratos (Lorenzi & Matos, 2002). 

Contra-indicações:  Pela falta de informações sobre a inocuidade da planta em situações como gravidez e lactação, não se recomenda o uso desta planta nestas situações (Alonso, 2004). 

Não consumir por mais de 30 dias consecutivos. 

Posologia e modo de uso: Utiliza-se a infusão das folhas frescas ou secas, 1 xícara (150ml) de 1 a 3 vezes por dia (Alonso, 2004; Drescher, 2001) ou na forma de xarope, feito só com o chambá ou em associação com malvariço (Plectranthus amboinicus) (Matos, 2000). 

Externamente, as folhas são maceradas e aplicadas localmente (Alonso, 2004). Pode ser utilizado o seu extrato hidroalcoólico, mediante percolação em uma solução água-etanol (7:3) (Alonso, 2004). 

 

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 1016-1018 

CHARIANDY, C. M., et al. Screening of medicinal plants from Trinidad and Tobago for antimicrobial and insecticidal properties. Journal of Ethnopharmacology, v. 64, n. 3, p. 265-270, March 1999. 

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 51/148/157/160/188/326/354. 

Formulario Nacional, Fitofármacos e Apifármacos. Ministerio de Salud Pública, Dirección Nacional de Farmacias. Ed.Ciencias Médicas, La Habana, Cuba, 2010. 

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia:. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995. p. 3-6. 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 37-38. 

MATOS, F. J. A . Plantas Medicinais: 

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. http://www.tropicos.org – Acesso em: 13 Junho de 2011.

Tags: AlucinógenaAsmaBronquiteCefaléiaCólicaExpectoranteFebreFeridasReumatismoRituaisSedativoSudoríficaTosse

CENTELA

07/01/2020 22:41

Centella asiatica  (L.) Urban.
Apiaceae  


Sinonímias: Hydrocotyle asiatica L. 

Nomes populares:  Centela, centela-da-ásia, centela-asiática, hidrocótila, bevuláqua, cairu-su, pé-de-cavalo, dinheiro-em-penca, pata de elefante, pata-de-cavalo, corcel, pata-de-mula, pata-de-burro, cairuçu-asiático, erva-de-tigre, codagem. 

Origem ou Habitat: Nativa da Ásia. 

Características botânicas:  Erva perene, rasteira, acaule, estolinífera, rizomatosa, com estolões de até 30 cm de comprimento e confundido com ramos, que formam sobre o solo um tapete semelhante a um gramado. Folhas simples, longo-pecioladas, surgidas diretamente dos nós dos rizomas, de 4-6cm de diâmetro. Flores pequenas, de cor esbranquiçada, reunidas em pequenas umbelas curto-pedunculadas que surgem na base da folha. Multiplica-se em nossas condições principalmente por rizomas e estolões. 

Partes usadas:Folhas. 

Uso popular:  Ativação da circulação sanguínea como coadjuvante no tratamento das doenças vasculares (insuficiência venosa), auxiliar na digestão estomacal e intestinal, anti depressiva. Uso externo como cicatrizante para eczemas, úlceras, pruridos e feridas pós-cirúrgicas, para eliminação da celulite, como estimulante cutâneo e da irrigação sanguínea, em úlceras venosas e para irritação vaginal. Prevenção de rugas e flacidez, para hemorróidas, úlceras cutâneas, queimaduras, erisipela e infecção cutânea, tosse e catarro amarelo, febres em infecções bacterianas. Indicada como complemento na massagem de cicatrizes fibrosas e hipertróficas. 

Composição química:  Saponosídeo triterpênico (asiaticosídeo), saponinas, flavonóides, quercetina, aminoácidos, sais minerais, açúcares, ácidos graxos, ácidos triterpênicos (ácido indocentóico e ácido madecásico), resinas, taninos, óleo essencial (cineol, alcanfor, farnesol, felandreno, germacreno D, n-dodecano, α-pineno, p-cimol, β-cariofileno), β-caroteno , vitamina C (13,8mg/100g), fitosteróis, alcalóide (hidrocotilina). 

  • Triterpenos pentacíclicos: Ácido asiático, ácido madecássico, ácido madasiático, ásiaticosideo A-F, braminosideo, madasiaticosideo, dentre outros. 
  • Óleo essencial: β-Cariofileno, α‐humuleno, terpineno-pineno, dentre outros. 
  • Flavonóides: Canferol, astragalina, catequina, rutina, naringina, glicosídeo de quercetina, dentre outros. 
  • Sesquiterpenos: Bicicloelemeno, trans- farneseno, ermacreno, dentre outros. 
  • Esteroides: Campesterol, estigmasterol, sitosterol, dentre outros. 

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, cicatrizante, depurativa, digestiva, tônica, lipolítica (anticelulítica), diurética, reconstituinte, expectorante, resolutiva, venotrópica (estimulante circulatória), febrífuga, antibacteriana, psicotrópica. 

Interações medicamentosas: Fenilbutazona e dexametasona interferem na velocidade de reparação em feridas experimentais em ratas. Doses altas podem interferir com terapias hipoglicemiantes ou aumentar a concentração de colesterol sérico.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em altas doses por via oral pode causar fotossensibilidade, sonolência, fraqueza, cefaléia, vertigem, gastrite, hipotensão arterial e estado narcótico leve a moderado. Em alguns pacientes observou-se elevação do colesterol total. A aplicação do pó sobre feridas dérmicas pode causar sensação ardente. Pode originar dermatite de contato. 

Contra-indicações:  Contra-indicada em crianças, em casos de epilepsia, hiperlipidemia e durante a gravidez. Não se recomenda seu uso oral por mais de seis semanas consecutivas, principalmente em casos de gastrite ou úlcera duodenal. 

Posologia e modo de uso: 

  • Uso interno – infusão de uma colher (sobremesa) de folhas secas moídas em uma xícara de chá de água, 2x/dia.  
  • Uso externo – 3 colheres (sopa) de folhas picadas em ½ litro de água, para aplicação local ou banhos de assento. Pasta feita com a planta recente ou o pó da planta sobre a região a tratar. 

OBS.: Existe confusão entre esta espécie e a Hydrocotyle bonariensis Lam.(acariçoba).
 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 316-322. 

BOTSARIS, A. S. As fórmulas mágicas das plantas. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2002. p. 332-334. 

BYLKA, Wiesława et al. Centella asiatica in cosmetology. Advances In Dermatology And Allergology, [s.l.], v. 1, p.46-49, 2013. 

BYLKA, Wiesława et al. Centella asiaticain Dermatology: An Overview. Phytotherapy Research, [s.l.], v. 28, n. 8, p.1117-1124, 7 jan. 2014. 

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Traduzido por Del Fresno Á. V.; Accame, E. C.; Lizabe, M. R. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 696-697. 

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 218. 

GRAY, Nora E. et al. Centella asiatica: phytochemistry and mechanisms of neuroprotection and cognitive enhancement. Phytochemistry Reviews, [s.l.], v. 17, n. 1, p.161-194, 20 set. 2017. 

SABARAGAMUWA, Rasangani; PERERA, Conrad O.; FEDRIZZI, Bruno. Centella asiatica (Gotu kola) as a neuroprotectant and its potential role in healthy ageing. Trends In Food Science & Technology, [s.l.], v. 79, p.88-97, set. 2018. 

SEEVARATNAM, Vasantharuba et al. FUNCTIONAL PROPERTIES OF CENTELLA ASIATICA (L.): A REVIEW. Int J Pharm Pharm Sci., Madurai, v. 4, n. 5, p.8-14, 2012 

HASHIM, P. Centella asiatica in food and beverage applications and its potential antioxidant and neuroprotective effect. International Food Research Journal, Selangor, v. 18, n. 4, p.1215-1222, 2011. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 475

Tags: Anti-depressivaCicatrizanteCirculaçãoEczemaFebreHemorróidaPruridoQueimaduraTosseÚlceras

CASCA-D’ANTA

07/01/2020 22:24

Drimys winteri J.R. Forst. & G. Forst. 

Winteraceae 


Sinonímias: Drimys brasiliensis Miers., Drimys chilensis DC., Drimys winteri foandina (ReicheHaumanDrimys winteri fogranadensis (L. f.) Eichler, Drimys winteri var. morenonis Kuntze, Drimys winteri var. punctata (Lam.) DC., entre outros. 

Nomes populares:  Casca-d’anta, cataia, canela-amarga, capororoca-picante, casca-de-anta, pau-pra-tudo. 

Origem ou Habitat: É nativa do Chile. No Brasil ocorre nos domínios fitogeográficos: Caatinga, Central Brazilian Savanna, Atlantic Rainforest. Alguns autores assinalam que é nativa do Brasil. 

Características botânicas:  Arvoreta de até 5 m de altura. Folhas alternas, oblanceoladas a oblongas, obtusas, coriáceas, medindo aproximadamente 6 a 7 cm de comprimento por 6 cm de largura, com a face inferior branco-prateada. Inflorescências em corimbos axilares. Flores hermafroditas, de 2 a 3 cm de diâmetros, com 2 ou 3 sépalas e 10 pétalas brancas, com muitos estames. Fruto carnoso, com 4 a 12 partes, separadas na maturação. 

Partes usadas:Folhas e cascas. 

Uso popular:  Problemas gástricos e estomacais (dispepsia, disenteria, náuseas, dores intestinais e cólicas), febres, anemia, expectorante na bronquite crônica, considerado um tônico na convalescença. 

Composição química:  Taninos, sesquiterpenóides. Cascas: sesquiterpenos, terpenóides e lignanas. Folhas: terpenóides e flavonóides (com ação antitumoral), Folhas jovens: substâncias cardioativas (SIMÕES, 1995). 

Ações farmacológicas: Anteriores experimentos pré-clínicos realizados revelou que o extrato hidroalcoólico da planta mostrou propriedades anti-alérgicas, anti-inflamatória e antinociceptiva.(CECHINEL FILHO, V. et all., 1998). 

 

 

Referências:
CECHINEL FILHO, V. et all. “Isolation and identification of active compounds from Drimys winteri barks”. Journal of Ethnopharmacology, Volume 62, Issue 3, October 1998, Pages 223–227. Acesso Julho 2016. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 

Mello-Silva, R. 2015. Winteraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: .Acesso Julho 2016. 

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986. 

http://www.tropicos.org/Name/50081423 – Acesso 25 Julho 2016 

Tags: AnemiaCólicaDisenteriaDispepsiaExpectoranteFebreNáuseaTônico

CARAPIÁ ou CONTRA-ERVA

07/01/2020 22:00

Dorstenia brasiliensis  Lam.
Moraceae  


Sinonímias: Dorstenia brasiliensis var. guaranitica Chodat & Vischer, Dorstenia brasiliensis var. major Chodat & Hassl., Dorstenia brasiliensis var. palustris Hassl., Dorstenia brasiliensis var. tomentosa (Fisch. & C.A. Mey.) Hassl., Dorstenia brasiliensis var. tubicina (Ruiz & Pav.) Chodat & Vischer, Dorstenia montevidensis Miq., entre outras.  

Nomes populares:  Contra-erva, carapiá, carapá, cayapiá, conta-de-serpente, eiga-eiga, figueirilha. 

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil. Segundo ALONSO (2004), é encontrada desde o México até Argentina, sendo muito comum em Montevidéo (Uruguay), Sul do Brasil, Paraguay, Noroeste e Nordeste da Argentina. 

Características botânicas:  Segundo ALONSO (2004): Erva perene, rosetada, medindo de 60-70 cm de altura, talo pequeno, raiz tuberosa simples ou ramificada, nodosa, medindo até 10 cm de extensão. Folhas inteiras ovado-cordadas com margens dentadas, medindo 8 cm de comprimento e 6 cm de largura, com a face superior áspera e a inferior pilosa, dispostas em espiral, formando uma roseta basal. Flores monóicas, diminutas, agrupadas sobre um receptáculo comum pedunculado plano, carnoso, medindo mais de 2 cm de espessura, comumente orbicular ou elíptico. 

Partes usadas:Rizomas (principalmente), e folhas. 

Uso popular:  No Brasil é usada para tratamento de febres, dismenorréia, atonia do aparelho digestivo, gastrite, disenteria, reumatismo, dermatite, como expectorante, tônico-estimulante, contra picadas de serpentes (emplastro com raiz fresca) e em diarreias crônicas. Na Argentina as folhas são usadas como febrífugo, diurético, emenagogo e abortivo. No Paraguai é empregada para controle de fertilidade. Na Guatemala como tônico-estimulante, febrífugo, emenagogo, antigripal e antidiarreico. No México contra sarampo, febre e tétano. 

Usada em cigarros de palha para acrescentar um sabor especial ao fumo. 

Composição química:  Triterpenóides (ácidos dorstênicos A e B) e furanocumarinas (bergapteno, bergaptol), cardenolídeo esteroidal (sinogenina), catequina, epicatequina e os ácidos benzóico, málico, cítrico e tartárico. 

Ações farmacológicas: Até o momento não foram realizados ensaios clínicos com esta planta, somente em animais de laboratório e testes in vitro. Algumas ações farmacológicas estudadas foram: atividade analgésica e anti-inflamatória.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Pode ocorrer foto-toxicidade devido as furanocumarinas através do contato com a pele.(Gruenwald J., 1998 apud Alonso, J., 2004). 

Contra-indicações:  Em vista de seu uso como abortivo é contraindicado para mulheres grávidas. 

Posologia e modo de uso: Decocção: 2g do rizoma em 150 ml de água. Tomar 2 a 3 xícaras ao dia.. 

Observações: autor do binômio é Jean Baptiste Antoine Pierre de Monnet de Lamarck (1786).  

Existe outra espécie chamada de Dorstenia contrajerva L. nativa do México “toman el cocimiento de la raíz y hojas, junto con otras plantas, como contraveneno para la mordedura de víbora, de perro rabioso o cualquier intoxicación alimenticia.” Fonte: Biblioteca Digital de la Medicina Tradicional Mexicana.  

As frações solúveis em hexano dos rizomas ou das folhas de cinco espécies do gênero Dorstenia (Moraceae) (D. bahiensis Kl., D. bryoniifolia Mart ex. Miq., D. carautae C.C.Berg., D. cayapiaa Vell. e D. heringerii Car. & Val.) foram analisadas por GC-MS (cromatografia gasosa de alta resolução acoplada a espectrometria de massas). Foram identificados triterpenos pentacíclicos, esteróides e furocumarinas. GC-MS mostrou ser uma ferramenta valiosa para a análise dos terpenóides de Dorstenia spp. 

Estas substâncias podem estar ligadas à utilização tradicional de Dorstenia spp. como plantas anti-ofídicas.(JANETE et all.,1997)..
 

 

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. 

JANETE H. Y. Vilegas a , Fernando M. Lanças ª*, Wagner Vilegas b , and Gilberto L. Pozetti b “Further Triterpenes, Steroids and Furocoumarins from Brazilian Medicinal Plants of Dorstenia genus (Moraceae)” – J. Braz. Chem. Soc. vol.8 no.5 São Paulo, 1997. Acesso 28 Março 2016. 

http://www.bihrmann.com/caudiciforms/subs/dor-bra-sub.asp – Acesso 22 MARÇO 2016. 

http://www.medicinatradicionalmexicana.unam.mx/monografia.php?l=3&t=Contrayerba&id=7352 – Acesso 28 Março 2016.  

http://www.flordocamponatural.com.br/chas/carapia.htm – Acesso 29 Março 2016.  http://www.tropicos.org/Name/21301596?tab=synonyms

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