BOLDO-ALUMÃ

04/01/2020 23:10

Gymnanthemum amygdalinum (Delile)Sch.Bip.ex Walp.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasVernonanthura condensata (Baker) H. Rob., Vernonia bahiensis Toledo., Vernonia condensata Baker.

Nomes popularesAlumã, aloma, aluman, luman, boldo, boldo-baiano, boldo-goiano, boldo-de-Goiás, boldo-japonês, boldo-chinês, boldo-de-folha-larga, fel-de-índio, árvore-do-pinguço, alcachofra, cachofra, figatil, necroton, heparém, macelão, estanca-sangue, entre outros

Observação: O nome popular “Boldo” deriva da espécie  Peumus boldus, uma árvore da família Monimiaceae, conhecida e comercializada em lojas especializadas e farmácias como Boldo-do-Chile devido as suas propriedades colagoga e colerética nas dispepsias funcionais. Esta árvore é nativa da região ocidental dos Andes e não está aclimatada ao Brasil, onde comumente as espécies Plectranthus barbatus Plectranthus ornatus , são conhecidas popularmente como “boldos” e utilizadas por terem o sabor amargo semelhante ao Boldo-do-Chile. Outra planta também conhecida pelo nome popular de “boldo” no Brasil é a espécie   Gymnanthemum amygdalinum (Boldo Alumã) pertencente a família Asteraceae e que também apresenta o sabor amargo.

Origem ou HabitatÁfrica tropical, trazida para o Brasil nos tempos coloniais.

Características botânicasArbusto grande ou arvoreta, pouco ramificada, de ramos quebradiços, de 2-4 m de altura. Folhas simples, inteiras, membranáceas, glabras, de 5-12 cm de comprimento, com sabor amargo. Flores discretas, de coloração esbranquiçada, reunidas em pequenas panículas terminais e axilares de capítulos alongados. O florescimento é discreto e ocorre no verão. Multiplica-se por estacas.     A  espécie é uma planta de fácil cultivo em local com bastante incidência de sol ou na sombra e pode ser propagada por estacas produzida a partir dos seus caules, sendo uma planta ampla-mente cultivada e utilizada na medicina popular em todo o Brasil.

Partes usadas: Folhas.

Uso popularA infusão preparada com as folhas é utilizada para problemas de vesícula, diarréias, dispepsias, distúrbios digestivos, como “protetor” hepático, para dores de cabeça relacionadas a problemas digestivos e para reduzir os níveis de colesterol. A mistura com vinho é utilizada para inapetência.

Informações científicas: 🐁(AN): Estudo in vivo utilizando fração do extrato etanólico das folhas demonstrou a atividade hepatoprotetora para esta planta. Outro trabalho apontou para o extrato etanólico das folhas a ação protetora em quadros de úlcera gástrica.

Observação do uso clínico em Florianópolis:   O extrato preparado por maceração de ½ folha desta planta com água fria tem boas resposta para uso em casos de má digestão e azia.

Modo de usar:

Uso interno: A infusão é preparada com a maceração de ½ folha e uma xícara (200 ml) de água fria para extrair seu líquidoq ue deve ser ingerido até duas vezes ao dia, por no máximo três dias seguidos.

Cuidados no uso desta espécie:

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Deve ser evitado o uso em gestantes, lactantes e crianças menores de 6 anos.

Evitar o uso em pessoas que tenham alergia a plantas da família Asteraceae.

Deve-se evitar o uso de doses elevadas e o uso prolongado desta planta.

Composição químicaPresença de saponinas, glicosídeo cardiotônico “vernonina”, flavonóides, óleos essenciais e substâncias amargas (lactonas sesquiterpênicas) ¹.

  • Glicosídeos esteroidais: vernoniosídeo B2, vernoniosídeo D, vernoniosídeo D1, vernoniosídeo D2 e vernosídeo ³.
  • Lactonas sesquiterpênicas: 19-hidroxivernolido, vernolido, vernodalina, 11β,13-diidro-hidroxivernolido, 11β13-diidro-19-hidroxivernolido.
  • Triterpenóides: lupeol e lupenol.

Apresenta um teor de cinarina maior que a alcachofra (Cynara scolymusL.)(MATOS, 2000)

Observações: É uma planta de sabor amargo.

 

 

Referências: 

SILVA, J. B., da et al. New aspects on the hepatoprotective potential associated with the antioxidant, hypocholesterolemic and anti-inflammatory activities of Vernonia condensata Baker. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 198, p.399-406, fev.2017. Elsevier BV.

BOEING, T., et al. Antiulcer mechanisms of Vernonia condensata Baker: A medicinal plant used in the treatment of gastritis and gastric ulcer. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 184,p.196-207, maio 2016. Elsevier BV

AMARAL, A.C.F.; SIMÕES, E.V.; FERREIRA, J.L.P. Coletânea científica de plantas de uso medicinal. Organizado por FIOCRUZ. Rio de Janeiro, Brasil: Abifito, 2005. p. 186-197.

ANVISA. RDC N° 10/2010. Diário Oficial da União (Imprensa Nacional), 2010. Ano CXLVII, N° 46, Seção 1. p. 52-59

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. 165p.

MATOS,F. J. A. Plantas Medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 2. ed. Fortaleza: IU, 2000.

PANIZZA, S. Plantas que curam (Cheiro de mato). 3ª. ed. São Paulo. IBRASA. 1998. p.

Tags: DiarreiasDispepsiaHipercolesteremia

BETERRABA

04/01/2020 23:02

Beta vulgaris L.

Amaranthaceae (anteriomente Chenopodiaceae) 


SinonímiasBeta orientalis L., Beta vulgaris subsp. orientalis Aellen, Beta vulgaris var. cicla L.

Nomes populares:  Beterraba, beet, remolacha, betabel, beetroot (English, United States), sugar beet (English, United States), etc

Origem ou HabitatBeta vulgaris subsp. maritima, (sea beet) beterraba-do-mar, considerado o ancestral selvagem das variedades cultivadas, é encontrado no Atlântico e ao longo das costas mediterrânicas da Europa e do Oriente Médio e da Índia, e cultivada em todo o mundo com clima temperado.

Atualmente, os EUA, a Rússia e a Alemanha são os principais produtores de beterraba.

Características botânicasBeterraba e acelga são variedades cultivadas de Beta vulgaris. A Beta vulgaris é uma erva anual ou bianual, caracterizada por apresentar uma raiz muito ramificada e na parte superior da raiz principal forma-se um corpo carnoso de forma globular, de cor vermelho escuro comestível. O caule é longo e de crescimento lento durante o primeiro ano. Apresentam folhas simples, pecioladas, ovada-oblongas, que transformam-se em brácteas lineares na inflorescência. As flores são hermafroditas, dispostas em grandes panículas. O fruto é utricular (invólucro saquiforme).

Existem 4 variedades utilizadas para a produção de alimentos. A Beta vulgaris var. altissima (beterraba açucareira) da qual se obtém quase 40% do açúcar mundial (sacarose). A Beta vulgaris var. alba (beterraba forrageira) serve de alimento para o gado. A terceira variedade é conhecida como Beta vulgaris var. flavescens ou var. cicla (acelga) e é cultivada pelo valor nutritivo de suas folhas. Finalmente a quarta variedade é a Beta vulgaris var. conditiva (beterraba-roxa), de coloração vermelho escura (Alonso, J., 2004)

Partes usadas: Folhas e raízes tuberosas.

Uso popularA beterraba foi considerada desde tempo antigo como uma planta alimentícia e para a extração de açúcar, por conter a mesma substância proveniente da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.), a sacarose.

Descição dos compostos quimicos encontrados na planta, com as referencias e locais da planta em que são encontrados caso for necessario.

Usos etnomedicinais: o emprego alimentício da raiz é utilizado como defatigante, digestivo, anti-parasitário e vulnerário. As folhas (infusão) como laxante e em uso externo como antimicótico. O sumo como expectorante, em casos de amenorréa e como anticancerígeno. Os povos árabes recomendam em casos de anemia e convalescença de enfermidades. No México, como anti-anêmico (chá das folhas), o suco é recomendado para eliminar cálculos renais (em caso de intolerância pode ser agregado suco de cenoura) e como preventivo de câncer gástrico e recomendado como remédio antiglaucomatoso (Alonso, J., 2004)

Composição química

  • Açúcares: sacarose (20%), frutose, glicose.
  • Minerais: Sais de: potássio, sódio, cálcio, magnésio, ferro (escassa quantidade).
  • Protídeos pigmentantes: betalaínas (aminoácidos de amônio quaternário) compostas principalmente por betacianinas (roxas), betaxantinas (amarelas) em menor escala. Entre as betacianinas destacam-se: vulgaxantinas I e II, indicaxantina, betanina, isobetanina, prebetamina e neobetanina. E entre as betaxantinas destacam-se as miraxantinas. (Alonso, J., 2004)

Observações: A primeira descrição de Beta vulgaris é devido a Linnaeus, e foi publicado em 1753 na primeira edição de “Species Plantarum”. Ele criou o gênero Beta e separou em 3 diferentes variedades: beterraba, beterraba-marítima e acelga. Porém, na segunda edição de “Species Plantarum”, publicado em 1762, Linnaeus elegeu a forma silvestre como espécie distinta e chamou de Beta marítima e consolidou as formas cultivadas nas espécies Beta vulgaris.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

http://floridata.com/Plants/Chenopodiaceae/Beta%20vulgaris/ Acesso 02 Maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/7200163?tab=synonyms – Acesso 02 Maio 2016.

https://fr.wikipedia.org/wiki/Beta_vulgaris – Acesso 04 Maio 2016.

Tags: Anti-anêmicoAnti-parasitáriaDefatiganteLaxanteNutritiva

BERTALHA-CORAÇÃO

31/12/2019 00:09

Boussingaultia cordifolia   Ten.

Basellaceae 


SinonímiasAnredera cordifolia (Ten.) Steenis, Anredera baselloides (Kunth) Baill., entre outros.

Nomes populares: Bertalha-coração, bertalha, basela, cipó-balão, folha-santa, trepadeira-mimosa, quiabento (Bahia).

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (regiões Sul, Sudeste e Nordeste, especialmente da Bahia).

Partes usadas: Folhas e turbéculos.

Uso popular: Suas partes são usadas para alimentação humana, principalmente cozidas. É considerada um alimento nutracêutico na alimentação de crianças e para tratamento de anemias. As folhas podem ser secas e moídas para se fazer farinha na confecção de pães.

Ocasionalmente é cultivada como ornamental, sendo considerada invasora em algumas regiões.

Composição química: As folhas são ricas em ferro, cálcio e zinco.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Esta espécie não possui toxicidade nem efeitos mutagênicos.

Contra-indicações: Não há contraindicação.

Observações: Existe outra espécie Basella rubra L., cujos nomes populares são: bertalha, espinafre-indiano, malabar, malabar-espinafre, vine-spinach, country-spinach(English, United States), Belega (Kikaguru, Tanzania), cujas folhas são usadas na alimentação, refogadas ou cozidas em sopas e a decocção das raízes como emoliente.

 

 

Referências: 
KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Basella_rubra.htm – Acesso 23 Maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/3200025 – Acesso 23 Maio 2016.

http://www.tropicos.org/Name/3200044?tab=acceptednames – Acesso 18 Maio 2016.

Tags: AnemiaNutritiva

BELDROEGA

31/12/2019 00:06

Portulaca oleraceae  L.

Portulacaceae 


SinonímiasPortulaca oleracea var. sylvestris (L.) DC., Portulaca parvifolia Haw., Portulaca sativa Haw.

Nomes populares: beldroega-pequena, beldroega-verdadeira, beldroega-vermelha, beldroega-da-horta, caaponga, ora-pro-nobis, bredo-de-porco, onze-horas, ma chi xian shu (China), etc.

Origem ou Habitat: Portulacaceae são cosmopolitas, com 25-30 gêneros e 450-500 espécies. A maioria dos gêneros e espécies ocorrem no oeste da América do Norte, América do Sul e África, com alguns representantes na Europa e Ásia. Na América tropical e nas regiões limítrofes, existem cerca de 11 gêneros e 170 espécies provavelmente.

Características botânicas: Herbácea prostrada, anual, suculenta, ramificada, glabra, ramos rosados de 20-40cm de comprimento. Flores solitárias, axilares, amarelas, que abrem-se apenas de manhã.

Partes usadas: Planta toda, folhas, caules e sementes.

Uso popular: beldroega é considerada uma planta refrescante.

É empregada internamente contra disenteria (principalmente infantil), enterite aguda, mastite e hemorróidas.

Afecções do fígado, dos rins e da bexiga, cálculos biliares, escorbuto (Planta toda).

Azia, erisipela, inflamação dos olhos, afecções das vias urinárias (folhas e caules).

Externamente é usada em queimaduras, úlceras, feridas e nevralgias. O suco é efetivo, no tratamento de doenças de pele.

Distúrbios menstruais, afecções das vias urinárias, verminose (sementes).

É uma planta comestível, podendo ser consumidos talos e folhas quando tenros e verdes, crus ou refogados.

As raízes são amargas e duras.

Indígenas das Guianas usam-na contra diabetes, para problemas digestivos e como emoliente e, externamente, como ungüento para problemas musculares.

No Vietnan é usada a associação do suco de beldroega (P. oleracea) juntamente com Centella asiatica para tratamento de resfriados, gripe, cefaléia, anorexia e constipação. (Alonso, 2004).

Composição química: Ácidos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico); Flavonóides (rutina, miricetina, canferol, apigenina, quercetina, luteolina e hesperidina); Noradrenalina e Dopamina; Ácido ascórbico; b-caroteno; Ácido graxo a-linolênico; Alcalóides fenólicos (oleraceins A, B, C, D e E).

Análise alimentícia em g/100g: proteínas (1,60g), lipídeos (0,40g), carboidratos (2,50g), cálcio (140,00g), fósforo (493,00mg), ferro (3,25mg), retinol (250,00mg), vitamina B1 (20,00mg), vitamina B2 (100,00mg), niacina (0,50mg), vitamina C (26,80mg). (Franco, G., 1992).

Ações farmacológicas: Estudos concluiram que o chá tem efeito hipertensivo em ratos (devido a presença de catecolaminas) e atividade relaxante da musculatura esquelética.(Lorenzi, 2008)

Atividade antioxidante, anti-hemorrágica, relaxante muscular, broncodilatadora.

Contra-indicações: Não deve ser usada na gravidez e em pessoas com problemas digestivos e de pressão alta.

Posologia e modo de uso: Decocção: 40g da planta toda para um litro de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia.

Suco fresco (folhas e caules): tomar uma colher (sopa) 1 a 2 vezes ao dia.

Uso externo: folhas e caules amassados, para aplicação tópica, sob a forma de emplastros e chá por decocção das folhas sob a forma de compressas.

Observações: Os ácidos fenólicos e flavonóides foram em estudos com beldroegas tailandesas; os alcalóides fenólicos, a noradrenalina e dopamina foram em estudos com ervas chinesas e o ácido a-linolênico e b-caroteno foram em estudos com beldroegas australianas.

Os alcalóides fenólicos são uma nova classe de antioxidantes descobertos em P. oleracea.

A hesperidina e ácido caféico foram isolados pela 1ª vez em amostras chinesas em 2007.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

CARIBÉ, J.; CAMPOS, J.M. Plantas que ajudam o Homem: Guia prático para a Época Atual. São Paulo: Pensamento,1991.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 9ªed. São Paulo: Atheneu, 1992.

HABTEMARIAM S. , HARVEY A.L. , WATERMAN, P.G. As propriedades relaxantes musculares de Portulaca oleracea estão associados com altas concentrações de íons potássio. J. Ethnopharmacology, [S.I], v. 40, n. 3, p. 195-200, dez. 1993.

JUAN CHEN; SHI YAN-PING; LIU JING-YAN. Determinação de noradrenalina e dopamina em chinês extratos de ervas de Portulaca oleracea L. por cromatografia líquida. Jornal da cromatografia A., [S.I.], v. 1003, n. 1-2, p. 127-132, 2003.

LAN XIANG; DONGMING XING ; WANG WEI. Alcalóides de Portulaca oleracea L. Phytochemistry A. Amsterdam, vol. 66, n. 21 p. 2595-2601, 2005.

LIM, YY; QUAH, EPL :Propriedades antioxidantes de diferentes cultivares de Portulaca oleracea. Química de Alimentos , [S.I.], v.103, n.3, p.734-740, 2007.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MALEK F. et al. Broncodilatory effect of Portulaca oleracea in airways of asthmatic patients. J. Ethnopharmacology, [S.I], v. 93, n. 1, p. 57-62, 2004.

SHOBEIRI S.F. et al. Portulaca oleracea L. no Tratamento de Pacientes com Sangramento Uterino Anormal: um ensaio clínico piloto. Phytother, [S.I.], v. 23, n. 10, p. 4-1411, out. 2009.

SIRIAMORNPUN S.; SUTTAJIT M. Microchemical Components and Antioxidant Activity of Different Morphological Parts of Thai Wild Purslane (Portulaca oleracea). Weed Science. [S.I.], v. 58, n. 3, p. 182-188, jul-sep. 2010.

XUEQIN X.; LISHUANG Y.; GUONAN C. Determination of flavonoids in PortulacaoleraceaL. by capillary electrophoresis with electrochemical detection. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. [S.I.], 3 Mai 2006, v. 41, n. 2, p. 493-499.

ZI-JUAN, Y., YI-NAN, Z., LAN, X. Study on chemical constituents of Portulaca oleracea. Zhong Yao Cai Journal of Chinese, [S.I.], 2007, v. 30, n. 10, p. 1248-1250.

ZHU, H.; WANG, Y.; LIU, Y. Analysis of Flavonoids in Portulaca oleracea L. by UV–Vis Spectrophotometry with Comparative Study on Different Extraction Technologies. Food Analytical Methods,Jun. 2010, v. 3, n. 2, p. 90-97.

http://www.tropicos.org – Acesso em: 26 maio 2011.

http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/index.asp – Acesso em: 20 maio 2011.

http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Portulacaceae.htm – Acesso em: 14 junho 2011.

Tags: AfecçõesAziaDisenteriaErisipelaEscorbutoHemorróidaMastiteÚlcerasVerminoses

BATATA-DOCE

31/12/2019 00:00

Ipomoea batatas  (L.) Lam.

Convolvulaceae 


SinonímiasConvolvulus batatas L., Convolvulus denticulatus Lam., Convolvulus edulis Thunb., Convolvulus esculentus Salisb., Convolvulus tuberosus Vell., Ipomoea batatas fo. trifida Moldenke, Ipomoea batatas var. edulis (Thunb.) Makino, Ipomoea indica var. variabilis (Schltdl. & Cham.) L.O. Williams, Ipomoae triloba L., etc.

Nomes populares: Batata-doce, batata-da-terra, batata-da-ilha, jetica, jatica, ye’tika (tupi), etc.

Origem ou Habitat: México.

Características botânicas: Herbácea de caule rasteiro, folhas simples, membranáceas, 3-6 lobadas, flores campanuladas de cor variável (róseas ou branco-violáceas). Raízes em forma de tubérculos, de sabor doce e rico em fécula que são classificados em variedades de acordo com as cores externa e interna nos tipos “branco”, os que têm casca e polpa brancas; “amarelo”, os que têm casca amarela e polpa amarelo-avermelhada; “vermelho”, os que têm casca vermelha e polpa branca; e “roxos” que têm casca roxa e polpa branco-arroxeada.

Partes usadas: Tubérculo, raiz e folhas.

Uso popular: tubérculo é usado na alimentação como fonte de energia. Os índios mexicanos a consumiam para as grandes caminhadas.

Suas folhas cozidas servem para afecções da boca e garganta e são consideradas adstringentes, bactericidas, fungicidas, laxativas e tônicas. Os brotos e as folhas novas são usadas como cataplasma para tumores. O chá das folhas é indicado para aumentar a lactação.

Composição química: Amido, flavonóides livres e glicosilados, derivados do ácido caféico, glicosídeos do nerol e do borneol, triterpenóides especiais.

Ações farmacológicas: Os extratos aquoso e alcóolico dos tubérculos tem atividade antimicrobiana.

Devido ao conteúdo em b-carotenos são considerados antioxidantes.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A planta é comestível, porém, quando estiver infectada pelo fungo Cerattos-tomella fimbriata sua ingestão pode causar grave intoxicação, produzindo sensação de falta de ar, perda de apetite e vômitos (Robineau, 1995 apud Lorenzi & Matos, 2002).

 

 

Referências: 
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

Nascimento, O.C., et al – “Caracterização química e informação nutricional de fécula de batata-doce (Ipomoea batatas L.) orgânica e biofortificada” . Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável http://revista.gvaa.com.br , 1981 – Acesso 28 Abril 2015.

http://www.tropicos.org/Name/8500721 – Acesso 27 Abril 2015.

Tags: BactericidasFungicidasLaxativasNutritiva

BARDANA-MENOR

30/12/2019 23:50

Arctium minus (Hill) Bernh.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasArctium pubens Bab., Lappa minor Hill.

Nomes populares: Bardana, bardana-ordinária, pagamasso-menor (Cunha, 2003), carrapicho-grande, pega-pega (Cavalli, et al., 2007).

Origem ou Habitat: Originária da Europa e Ásia (Alonso, 2004), ocorre de maneira acidental no Sul do Brasil e na Argentina e está perfeitamente adaptada a estes climas (Vivot & Cruañes, 2008).

Características botânicas: Possui praticamente as mesmas características da Arctium lappa L., porém com porte menor (Alonso, 2004). Mais comum em Portugal do que a A. lappa.

Partes usadas: Sementes, folhas e raízes.

Uso popular: Os mesmos usos da Arctium lappa L. (Cunha, 2003; Vivot & Cruañes, 2008).

De acordo com Alonso (2004), a raiz é indicada como diurética, laxante, febrífuga e antigotosa, sendo considerada, na Ásia, uma planta com propriedades antiasmática, emenagogo e béquica.

Utilizada popularmente no tratamento de diabetes como hipoglicemiante (Cavalli, et al., 2007).

Na medicina popular turca, as folhas são utilizadas externamente contra dores reumáticas, febre e insolação (Erdemoglu, et al., 2008).

Composição química: Há poucos estudos sobre a composição química da Arctium minus. Entre os flavonoides, foram isolados do extrato etanólico: isoquercetrina, rutina, astragalina, canferol 3-O-rhamnoglucosideo, quercetina 7-0-glucosideo, um isômero da quercetina e quercetina 3-O-arabinosideo. Em outro estudo, foi isolado um derivado de lactona terpênica, a arctiopicrina. As espécies do gênero Arctium são conhecidas por serem fontes ricas de lignanas. A arctina, uma lignana encontrada em sementes da Arctium lappa, também foi isolada da Arctium minus (Erdemoglu, et al., 2008

Ações farmacológicas: Especificamente, a espécie Arctium minus foi estudada por Cavalli, et al., (2007). Foram utilizados os extratos brutos da raiz e das folhas em ratos diabéticos induzidos por aloxano, e notou-se diminuição dos níveis de glicose destes, confirmando a atividade hipoglicemiante. Em estudos com modelos animais, Arctium minus demonstou atividade anti-inflamatória e antioxidante (Erdemoglu, et al., 2008), e atividade antimicrobiana contra M. luteus e S. aureus (Vivot & Cruañes, 2008.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Idem a Arctium lappa.

Posologia e modo de uso: Idem a Arctium lappa.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004 p. 204.

CAVALLI, V. L. L. O. et al. Avaliação in vivo do efeito hipoglicemiante de extratos obtidos da raiz e folha de bardana Arctium minus (Hill.) Bernh. Revista Brasileira de Farmacognosia, João Pessoa, v.17, n.1, p. 64-70, jan./mar. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-695X2007000100014&script=sci_abstract&tlng=pt – Acesso em: 21 junho 2011.

CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 162-163

ERDEMOGLU, N. et al. Estimation of anti-inflammatory, antinociceptive and antioxidant activities on Arctium minus (Hill) Bernh. ssp. minus. Journal of Ethnopharmacology, [S. I.], Jan., 2009, v. 121, n. 2, p. 318-323, . Acesso em: 21 de junho de 2011

VIVOT, E. P., CRUAÑES, M. J. Actividades antimicrobiana y antiviral de extractos vegetales de algunas especies de la flora de Entre Ríos. Ciencia, docencia y tecnologia, Concepción del Uruguay, n.37, nov. 2008. Disponível em: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1851-17162008000200008 – Acesso em: 21 de junho de 2011.

http://www.xidservices.com – Photo by Richard Old – Acesso em: 21 junho 2011

http://www.tropicos.org/Name/2701732 Acesso em: 21 Junho 2011.

Tags: AntiasmáticaDiuréticoDores reumáticasEmenagogoFebrífugaHipoglicemianteLaxante

BARDANA

30/12/2019 23:46

Arctium lappa  L.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasLappa lappa (L.) H. Karst., Arctium chaorum Klokov, Arctium lappa subsp. majus Arènes, Arctium majus (Gaertn.) Bernh., Lappa vulgaris Hill, Lappa major Gaertn.

Nomes populares: Baldrana, erva-dos-tinhosos, pegamassa, carrapicho-de-carneiro e carrapicho-grande(Brasil), beggar’s-button, cockle-button, edible burdock, harlock, gobo (English, United States), great burdock (English, Canada).

Origem ou Habitat: Nativa da Europa e Ásia , cresce em regiões temperadas.

Características botânicas: Planta bianual, com caule robusto, pode alcançar até 2 m de altura, folhas muito grandes, ás vezes dentadas, podendo chegar até 50 cm de comprimento. Flores lilases, pequenas, em capítulos de 3-5cm de diâmetro. Os frutos são pequenos aquênios de cor escura e espinhosos que no conjunto formam carrapichos. Raízes carnosas, compridas, medindo de 25 a 70 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas, frutos, sementes e raízes.

Uso popular: Raízes e folhas são usadas como depurativo, diurético, anti-reumático (gota) e desintoxicante do fígado; também como analgésico local (folhas aquecidas em cólicas infantis, dor de ouvidos) e antiinflamatório. É muito usada em doenças da pele como alergias, seborréias, caspa e queda de cabelo, furúnculos, eczemas, picadas de insetos e de animais peçonhentos; em úlceras varicosas, psoríase, cobreiro e zipra (erisipela). Os frutos são usados como anti-diabéticos.

Composição química: Nas raízes: inulina (30-50%); compostos poliacetilênicos, acetilênicos sulfurados; ácidos fenólicos; ácidos voláteis e ácidos hidroxilados; mucilagens; flavonóides; fitosteróis, .

  • As folhas contém lactonas sesquiterpênicas (arctiopicrina) e outros.
  • As sementes contém ácidos fixos (linoléico, oléico, clorogênico).

Do ponto de vista nutricional a raiz de bardana fornece: proteínas, glicídios, fibras, cálcio, fósforo, ferro, vitamina A, B1, riboflavina, niacina e vitamina C.

Ações farmacológicas: Diversas pesquisas ao longo do século passado têm comprovado sua ação antimicrobiana contra germens Gram (+) , Gram (-) e fungos oportunistas, principalmente pela ação da arctiopicrina.

Esta planta teve ação inibitória (in vitro) sobre o vírus HIV.

  • Atividade sobre fígado e vesícula – Foi demonstrada ação colerética e colagoga devido principalmente aos ácidos fenólicos. Também foi comprovada importante ação antioxidante do extrato sobre os hepatócitos.
  • Ação hipoglicemiante – Estudos pré-clínicos comprovaram efeitos hipoglicemiantes da bardana. Os mesmos estudos com as sementes, determinaram que a arctigenina seria o componente responsável por essa ação.
  • Antitumoral – Foi demonstrado em estudos pré-clínicos que a arctiína exerce ação quimiopreventiva sobre substâncias indutoras de câncer de mama, cólon, fígado e pâncreas. A raiz de bardana teve efeito inibitório sobre cultivo de células tumorais.
  • Dermatologia – foi demonstrado que a raiz fresca, ou seu decocto concentrado tem ação sobre seborréia facial, impetigo e acne . Também teve efeito sobre eczema descamante, onde há inflamação e deficiência imunológica.

Foi observado, “in vitro”, ação antiagregante plaquetária.

Melhorou a resposta imune humoral em ratos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A bardana é uma espécie vegetal considerada muito segura para o emprego em humanos, tendo sido descrito um caso de toxicidade com o emprego de um preparado comercial em forma de chá, o qual continha quantidades importantes de alcalóides da família Solanaceae tais como a atropina (Bryson P. et al., 1978, apud Alonso, 2004). Pode aumentar o efeito hipoglicêmico dos agentes associados à hipoglicemia (DRUGS, 2022).

Pode causar irritação ocular. Há casos descritos de hipersensibilização cutânea (dermatite de contato) no uso prolongado (Rodriguez e cols., 1995). A presença de onopordopicrina se mostrou tóxica em alguns trabalhos experimentais, in vitro (Souza Brito A. e cols., 1995). Altas doses de arctiina podem causar convulsões, hiperpnéia, piloereção, cianose.

Contra-indicações: Contra-indicações ainda não foram identificadas, porém evitar o uso em gestantes e lactantes. Houve efeitos adversos documentados, incluindo indução da contração musculatura uterina (DRUGS, 2022).

Posologia e modo de uso: As doses relatadas incluem 6g/dia de chá de raiz de bardana. Em estudos realizados em pacientes com câncer de pâncreas refratário avançado, recomendou-se 12g/dia de extrato da fruta de Bardana. As folhas também foram usadas e estudadas como ataduras antiaderentes no tratamento de feridas (DRUGS, 2022).

Observações: As espécies do gênero Arctium são conhecidas por serem fontes ricas de lignanas. A arctina, uma lignana encontrada em sementes da Arctium lappa, também foi isolada da Arctium minus (Erdemoglu, et al., 2008).

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

ERDEMOGLU, N. et al. Estimation of anti-inflammatory, antinociceptive and antioxidant activities on Arctium minus (Hill) Bernh. ssp. minus. Journal of Ethnopharmacology, [S. I.], Jan., 2009, v. 121, n. 2, p. 318-323, . Acesso em: 21 de junho de 2011

FERRO, D. Fitoterapia: Conceitos Clínicos. São Paulo: Atheneu, 2008.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

RODRIGUEZ, P.; BLANCO, J.; JUSTE, S. Allergic contact dermatitis due to burdock. Contact Dermatitis, [S. I.: s. i.], 1995. v.33, p. 5-134.

http://www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/A15bardana.htm – Acesso em: 08 junho 2011.

http://www.tropicos.org – Acesso em: 08 junho 2011.

Diabetologia. 2012 May;55(5):1244-6. Epub 2012 Feb 23.New expectations from the well-known medicinal properties of Arctium lappa.

Miele C, Beguinot F.Source- Dipartimento di Biologia e Patologia Cellulare e Molecolare, Università di Napoli Federico II, Via S Pansini 5, 80131 Naples, Italy.

Chevallier ,Andrew – Encyclopedia of herbal medicine ; D K publishing 2000

Bull Exp Biol Med. 2011 Jun;151(2):194-6. Effects of drugs of plant origin on the development of the immune response. Borsuk OS, Masnaya NV, Sherstoboev EY, Isaykina NV, Kalinkina GI, Reihart DV. Source Institute of Pharmacology, Siberian Division of Russian Academy of Medical Sciences, Tomsk, Russia

Bull Exp Biol Med. 2011 Jun;151(2):194-6.

Tumor specific cytotoxicity of arctigenin isolated from herbal plant Arctium lappa L. Susanti S, Iwasaki H, Itokazu Y, Nago M, Taira N, Saitoh S, Oku H. Source United Graduate School of Agricultural Sciences, Kagoshima University, 1-21-24 Korimoto, Kagoshima, 890-0065, Japan.

Burdock. Drugs. 2022. Disponível em: www.drugs.com/npp/burdock.html. Acesso em: 10 maio de 2023.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-reumáticoDepurativoDesintoxicanteDiuréticoSeborreia

BARBATIMÃO

30/12/2019 23:41

Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville.

Fabaceae (antiga Leguminosae-Mimosoideae) 


SinonímiasAcacia adstringens Mart. , Stryphnodendron barbatimam Mart., Mimosa virginalis Arruda, Mimosa barbadetimam Vell.

Nomes populares: Barbatimão, barba-de-timão, barbatimão-verdadeiro, abaramotemo, ibatimô, paricarana, uabatimô, casca-da-virgindade, etc.

Origem ou Habitat: Nativo do Brasil, dos cerrados do Sudeste e Centro Oeste (O Cerrado abrange os estados da região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal), além do sul do Pará e Maranhão, interior do Tocantins, oeste da Bahia e Minas Gerais, bem como o norte de São Paulo.

Partes usadas: Cascas.

Uso popular: O cozimento das cascas de barbatimão é indicado para leucorréia, hemorragias, diarreia, hemorroidas, para limpeza de ferimentos, para inflamação da garganta e outros usos.

Composição química: Taninos (20-30%): ácido gálico, elágico, flobafeno, prodelfinidinas (precursores dos taninos condensados),galocatequina, epigalocatequina,etc.

Outros: mucilagens, flavonóides, corante vermelho, sacarose e dextrose, etc.

Ações farmacológicas: Adstringente, cicatrizante, hemostático, antisséptico, analgésico, antimicrobiano.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão de infusões e extratos de barbatimão em alta dosagem e por um longo período podem levar a irritação gástrica.

Contra-indicações: O uso interno deve ser evitado por gestantes e lactantes.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

“Stryphnodendron adstringens” por Eurico Zimbres Zimbres – Licenciado sob CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons – http://commons.wikimedia.org – Acesso 09 Fev 2015

http://www.brasilescola.com/brasil/cerrado.htm – Acesso 09 Fev 2015

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Stryphnodendron_barbatiman.htm – Acesso 09 Fev 2015

http://www.tropicos.org/Name/13001565 Acesso 09 Fev 2015

http://pt.wikipedia.org/wiki/Barbatim%C3%A3o-verdadeiro – Acesso 09 Fev 2015.

Tags: DiarreiashemorragiasHemorróidaLeucorreia

BANANINHA-DO-MATO

30/12/2019 23:37

Bromelia antiacantha  Bertol.

Bromeliaceae 


SinonímiasBromelia commeliniana de Vriese, Bromelia sceptrum Fenzl ex Hügel, Agallostachys antiacantha (Bertol.) Beer, Agallostachys commeliniana (de Vriese) Beer, etc.

Nomes populares: Caraguatá, gravatá-da-praia, gravatá-do-mato, banana-do-mato, banana selvagem, etc. “Caraguatá” do Tupi-guarani, significa erva da folha fibrosa.

Origem ou Habitat: Brasil (Mata Atlântica).

Características botânicas: A Bromelia antiacantha é uma herbácea de hábito terrestre medindo até 2 metros de altura e formando densos agrupamentos chamados de “reboleiras”. Folhas lineares, em forma de rosetas basais, canaliculadas, coriáceas, com espinhos nas margens em forma de ganchos, de cor vermelha na base e verde-avermelhada no ápice, medindo até 1,4 metros de comprimento. Antes do aparecimento da inflorescência, a espécie apresenta no centro da roseta as brácteas vermelhas. As flores são perfeitas, de cor violeta, dispostas num racemo denso com eixo grosso localizado no centro da roseta. Os frutos são bagas ovaladas, de cor amarela e polpa comestível, por esse motivo, segundo Reitz, (1983), é chamada de “banana-do-mato”. Multiplica-se por brotação e por sementes.

Partes usadas: Frutos e as folhas.

Uso popular: É uma planta medicinal, alimentícia e ornamental, além de utilizada na confecção de fibras para tecidos e cordoaria.

A polpa dos frutos é usada para preparar um xarope usado para problemas respiratórios como asma, tosse, bronquite. Também é usado para eliminar pedras nos rins e como tratamento coadjuvante da icterícia e hidropisia (edema).

O chá das folhas (decocção) é recomendado para tratamento de afecções da mucosa bucal na forma de bochechos.

Os frutos são ácidos, purgativos, diuréticos, vermífugos e abortivos.

Composição química: Segundo Lorenzi & Matos, (2008) apresentam saponinas, taninos, mucilagens e a enzima bromelina. Fabri & da Costa (2012)em amostras coletadas em MG, assinalam a presença de alcalóides, triterpenos, esteróides, flavonóides.

  • Na dissertação de mestrado de Camila Martini Zanella, assinala a presença de flavonóides, antocianidinas.
    Enzimas: Antiacantaina A, Bromelina

Ações farmacológicas: Bromelia antiacantha mostra-se como uma promissora fonte de substâncias bioactivas principalmente contra P. aeruginosa e E. coli.

Contra-indicações: Não usar durante a gravidez.

Posologia e modo de uso: Xarope da polpa carnosa: cortar os frutos (1 fruto para cada xícara de água) e ferver durante 5 minutos, após amassar os pedaços e coar, adicionar açúcar cristal ao coado e retornar ao fogo até dissolver o açúcar. Tomar 1 colher (sopa) 2-3 vezes ao dia para adultos; para crianças acima de 6 anos, 1 colher (chá) 2-3 vezes ao dia.

Decocção das folhas: cortar as folhas em pedaços pequenos e ferver durante 3-5 minutos. Acrescentar algumas gotas de própolis e fazer bochechos 3 vezes ao dia, para o tratamento de afecções da mucosa bucal (aftas e feridas).

 

 

Referências: 
http://www.sbpmed.org.br/download/issn_07_3/artigo15_v9_n3.pdf – Acesso 08 junho 2014.

Fabri, R. L. da Costa, J. A. B. M. ” Pharmacognostic profile and evaluation of antibacterial and cytotoxic activities of the Bromelia antiacantha Bertol”. Revista Eletrônica de Farmácia Vol. IX (2), 37 – 48, 2012.

http://www.ufrgs.br/floradigital – Acesso 13 Agosto 2015

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

REITZ, R. Bromeliaceas e a malária – Bromélia endêmica.In: Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1983. 856p

VALLÉS, Diego; CANTERA, Ana M.b.. Antiacanthain A: New proteases isolated from Bromelia antiacantha Bertol. (Bromeliaceae). International Journal Of Biological Macromolecules, [s.l.], v. 113, p.916-923, jul. 2018.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.colecionandofrutas.org/bromeliaantiacantha.htm – acesso em 08 de junho de 2014.

Santos, Vanessa N. C.; de Freitas, Rilton A.; Deschamps, Francisco C.; Biavatti, Maique W. “Ripe fruits of Bromelia antiacantha: investigations on the chemical and bioactivity profile”. Revista Brasileira de Farmacognosia (2009), 19(2A), 358-365.(Scifinder, art.7) – Acesso Agosto 2015.

Zanella, Camila Martini. Caracterização genética, morfológica e fitoquímica de populações de Bromelia antiacantha (Bertol.) do Rio Grande do Sul, dissertação de mestrado, 2009.

http://www.tropicos.org/Name/4300837?tab=synonyms.

Tags: AbortivoAsmaBronquiteDiuréticoHidropsiaNutritivaTosse

BANANEIRA

30/12/2019 23:33

Musa paradisiaca  L.

Musaceae


SinonímiasMusa sapientum L., Musa × paradisiaca L.

Nomes populares: Banana, bananeira (Brasil), pakoa (guarani), da jiao (China), Afontsy (Madagascar), plantain (English, United States), etc.

Origem ou Habitat: É originária da Ásia Meridional de onde se difundiu para a África e América.

Características botânicas: Planta herbáceo-arborescente, heliófita, rizomatosa. Presença de um pseudo-caule cilíndrico, verde-violáceo, formado pelas bainhas dos pecíolos superpostos, medindo de 7-8 m de altura e 25-30 cm de diâmetro. Folhas divergentes, longo-pecioladas, completas, simples, lanceolado-oblongas, verdes com limbo medindo até 120 cm de comprimento, bainha e pecíolo glabros; margem inteira, ápice acuminado. Inflorescência pendente com flores reunidas em espigas cobertas de brácteas, brancas ou rosadas. Fruto cilíndrico-anguloso, recurvado, amarelo, medindo de 16-30 cm de comprimento.

Partes usadas: fruto, flores, seiva do pseudo-caule.

Uso popular: O fruto é muito apreciado como alimento nutritivo, fortificante geral, aperiente, tônico muscular e tônico capilar, usado como laxante, coadjuvante na anemia, emoliente, maturativo e antidiarreico.

As flores são consideradas úteis nas afecções intestinais e peitorais.

A seiva é considerada antiofídica, adstringente, antidiarreica, combate a nefrite, a icterícia, atua como coadjuvante nas tuberculoses, asma, útil no tratamento das gonorreias, leucorreias, disenterias, hemorragias uterinas, laringite, aftas.

Externamente, tanto a casca e a polpa do fruto como a seiva do pseudo-caule tem aplicações como anti-inflamatório e cicatrizante em casos de queimaduras, inchações, hemorroidas, feridas simples, úlceras e neuralgia.

Do cozimento e processamento da banana verde surge a biomassa, um alimento funcional, agindo como espessante natural que pode ser usada na confecção de bolos, biscoitos, pizzas, em sucos, sopas, feijões, purês e vitaminas. Substitui o leite e o leite condensado na preparação de cremes. É uma boa opção para quem tem alergia ao glúten (proteína do trigo); as fibras solúveis presentes na banana verde cozida auxiliam o trânsito intestinal, reduzem problemas de constipação e preservam a integridade da mucosa intestinal; a biomassa da banana verde possui baixo índice glicêmico e ajuda a reduzir o colesterol. A banana verde cozida é uma excelente alternativa na cozinha vegana.

Composição química: Hidratos de carbono (glicose, frutose, sacarose, amido); proteínas; vitaminas (A, B1, B2, B5, B6, C, E, U (fator anti-úlcera)); triptofano; sais minerais (potássio, sódio, fósforo, magnésio, enxofre, cálcio, ferro, silício); taninos, etc.

Contra-indicações: pessoas sensíveis podem ter azia a algumas variedades de banana.

Posologia e modo de uso: Anemia: consumir de 3 a 5 unidades diariamente pode contribuir com até 30% da quantidade de ferro requerida para um dia.

Asma: assar a muda pequena da bananeira-maçã cortada em rodelas, depois espremer, misturar com mel e tomar um cálice diariamente.

Diarreia e disenteria: tomar o caldo do cozimento da banana maçã verde ou a banana prata quase madura amassada, sem misturar com outro alimento .

Afecções do estômago : recomenda-se a banana prata cozida sem misturar com outro alimento.

Afecções do fígado e gota: fazer frequentemente refeições exclusivas de banana, sem misturar com outro alimento.

Feridas, úlceras, hemorróidas: aplicar a seiva da bananeira diretamente nos locais afetados, observando os cuidados de assepsia.

Inflamações, queimaduras, neuralgia: fazer compressas locais com a casca da banana quase madura (parte interna) renovando a cada duas ou três horas.

Doença celíaca: existem relatos de uma dieta a base de bananas (ver detalhes nas referências BALBACH, A. e LIMA, L.C.B.).

Preparo da biomassa de banana verde: tirar a banana verde da penca, cozinhar na água ou no vapor com a casca fechada, bater a casca e polpa juntas ou separadas para formar a biomassa.

 

Observações: São conhecidas mais de 30 variedades de bananas, sendo as mais comuns: banana ouro, banana nanica, banana nanicão, banana prata, banana maçã, banana da terra, banana figo, banana caturra, banana de são tomé, banana d´agua, etc.

Referências: 
BALBACH, A. As Frutas na Medicina Doméstica. Ed. M.V.P., São Paulo, SP.

DRESCHER, Lírio (coord.) Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. Laranja da Terra-ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001.

LIMA, L.C.B. Hortifrutigranjeiros: guia completo – Editora Sagra Luzzatto, Porto Alegre, RS. 2000.

PLANTAMED. Musa Paradisiaca L.: Bananeira. Disponível em: http://www.plantamed.com.br/, Acesso em: 16 de novembro de 2012.

REVISTA DOS VEGETARIANOS, Editora Europa, São Paulo, SP, maio 2011, nº 55.

http://www.tropicos.org/Name/50212976 – acesso em 28 de fevereiro de 2013.

https://sites.google.com/site/florasbs/musaceae/bananeira – acesso em 28 de fevereiro de 2013.

Tags: AsmaLaxanteNutritiva