COENTRO

08/01/2020 16:00

Coriandrum sativum L.

Apiaceae (ex Umbelliferae)


Sinonímias: Selinum coriandrum Krause; Bifora loureiroi Kostel.; Coriandropsis syriaca H.Wolff; Coriandrum diversifolium Gilib.; Coriandrum globosum Salisb.; Coriandrum majus Garsault; Sium coriandrum Vest;

Nomes populares:  Coendro,coentro,coentro-das-hortas, xendro, coriandro, cilantro, culantro.

Origem ou Habitat: Nativa da região Mediterrânea.

Características botânicas:  Herbácea ereta, anual, ramificada, aromática, de 30-70 cm de altura. Folhas compostas bipinadas, as basais dentadas divididas em segmentos largos e irregulares (como as da salsa), e as folhas superiores finamente divididas e muito mais numerosas. Flores pequenas, brancas, dispostas em umbelas terminais acima da folhagem. Os frutos são aquênios estriados, arredondados, acastanhados, medindo 3-5 mm de diâmetro, contendo duas sementes, uma em cada aquênio. Multiplica-se apenas por sementes.

Partes usadas: Folhas, frutos e sementes.

Uso popular:  Segundo Lorenzo & Matos, 2008, no Norte e Nordeste é o principal condimento dos pratos preparados com peixe. É também usado como aromatizante de pães, licores, cervejas e na indústria de perfumes.

É carminativo, sudorífico, hemostático, tônico estomacal, para cólicas gastro-intestinais, falta de apetite, problemas respiratórios; é reputado como depurativo do sangue e possuir propriedades antibacterianas. Também tem fama de ser galactógeno, é estimular a produção de leite nas lactantes.

Tags: AntibacterianaAromáticaCarminativaCólicaCondimentoDepurativoHemostáticoSudorífica

CAMOMILA

05/01/2020 16:53

Matricaria recutita  L. 
Asteraceae (Compositae


Sinonímias: Matricaria chamomilla L., Chamomilla recutita (L.) Rauschert., Chamomilla vulgaris Gray, Chrysanthemum chamomilla (L.) Bernh., Chamomilla chamomilla (L.) Rydb. 

Nomes populares:  Camomila-alemã, maçanilha, matricária, camomila vulgar, camomila comum. 

Origem ou Habitat: Europa. 

Características botânicas:  Erva anual, glabra, ereta, muito ramificada, com até 0,5 m de altura. Folhas de 3 – 7 cm de comprimento, bi a tripinatissectas, alternas. Capítulos com flores de dois tipos, inseridas num receptáculo cônico, oco; flores marginais, brancas, zigomorfas, liguladas, femininas, curvadas para baixo no final da floração, flores centrais amarelas, tubulosas, hermafroditas, 5 estames. Fruto do tipo aquênio, com 3 – 5 costelas, truncado no ápice. 

Partes usadas:inflorescências. 

Uso popular:  O chá da camomila é usado para clareamento capilar. O processo se dá por meio de aplicações diárias do chá, embebido em algodão, diretamente na raiz do cabelo. Repete-se o processo diariamente até chegar à cor desejada. O clareamento ocorre naturalmente e o cabelo fixa nessa cor. 

Segundo as comunidades da Ilha o infuso das flores é usado internamente em cólicas infantis, menstruais e pós-parto. Também usado para distúrbios gastrointestinais e friagens em geral. 

As partes aéreas (folhas, flores e caules) são utilizadas sob a forma de decocto para fazer vir a menstruação e para as cólicas decorrentes dela. Batida com ovo é considerada um bom remédio contra a tosse e ainda contra cólicas abdominais; utilizadas também por mulheres no pós-parto. 

Segundo a literatura, internamente o infuso de camomila é usado nos distúrbios gastrointestinais e cólicas abdominais. Também são descritas ações carminativa , espasmolítica e sedativa . 

Externamente, a camomila é empregada em doenças da pele e mucosas em geral . Os banhos de assento são indicados para hemorróidas , alergias e para assaduras em crianças . Em dermatologia, são utilizadas pomadas e loções a base dos constituintes da camomila, as quais são recomendadas para dermatites de contato, impetigo, exantemas alérgicos, eritemas causados por radioterapia (pomada de azuleno), queimaduras do sol. 

Composição química:  Os capítulos florais de Matricaria recutita possuem de 0,3 – 1,5% de óleo essencial, cujos componentes principais são o chamazuleno, α-bisabolol, α-bisabolóxidos A, B e C, cis e transenin-dicicloeter (spiro-éter). Também é relatada a presença de diversas flavonas e flavonóis como apigenina, quercetina, rutina e luteolina, além das lactonas sesquiterpênicas matricina e matricarina. As cumarinas umbeliferona e herniarina, presentes nos extratos aquosos dos capítulos florais, assim como mucilagens também são relatadas na literatura para Matricaria recutita.  

  • Óleo essencial: α-bisabololcamazulenonerolidol, dentre outros. 
  • Sesquiterpenos:  α-Cubebene, α-copenhaeno, β-Elemene, dentre outros. 
  • Tipo álcool: Nerolidolespatulenolfarnesol, dentre outros. 
  • Tipo óxido: Óxido de bisabolol B, óxido de bisabolona, óxido de bisabolol A 
  • Lactonas sesquiterpenicas: Matricarina e matricína 
  • Flavonóides: Eupatilinaeupatoletinacrosseriolquercetina , luteolína, dentre outros. 
  • Cumarinas: Esculetinaisoscopoletinaherniarinaumbeliferona, dentre outras. 

Ações farmacológicas: As ações farmacológicas da camomila são devidas ao conjunto de diferentes substâncias presentes nesta planta. O efeito antiflogístico do (-)-α-bisabolol, do chamazuleno, bem como do spiro-éter têm ação antibacteriana e fungicida . Em animais de laboratório, o chamazulenio apresentou pronunciada atividade antiasmática e antialérgica. Os flavonóides da camomila-alemã apresentam efeito antiinflamatório local em uso tópico e também apresentam ação espasmolítica. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: São citados casos de reações alérgicas (dermatites) devido às flores de camomila . Segundo HAUSEN (1984), a Matricaria recutita é responsável por reações alérgicas, principalmente em indivíduos já sensibilizados com outras plantas da família das compostas, mil-folhas (Achillea milefolium) e crisântemo (reações cruzadas). Estas pessoas devem evitar o uso de preparações à base de camomila. 

Contra-indicações:  Se estiver usando camomila, evitar trabalhos perigosos ou dirigir; pode potencializar ansiolíticos.  Não usar durante a gravidez. 

Posologia e modo de uso: Para uso interno, é recomendado apenas o infuso, preparado com 1 a 2g (1 colher de sobremesa= ± 1,8g) de flores de camomila adicionadas em água fervente (250 ml) (BISSET, 1994), cobrir e deixar dez minutos em repouso. 

 


 

Referências:

BISSET, N. G. (Ed.). Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart: Medpharm; Boca Raton: CRC Press, 1994.  

DUKE, J. CRC Handbook of Medicinal Herbs. Boca Raton: CRC Press, 1985.  

HANSEL, R.; HAAS, H. Therapie mit Phytopharma ka. Berlin: Springer, 1984.  

HAUSEN, B.M. AllergiepflanzenPflanzenallergene. Landsberg: Ecomed, 1984.  

HOPPE, H. A. Taschenbuch der Drogenkunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1981.  

SCHAFFNER, W.; HÄFELFINGER, B.; ERNST, B. Heilpflanzen und ihre Drogen. Basel: Mosâik, 1992.  

SCHILCHER, H. Die Kamille In: SCHILCHER, H. Handbuch für ArzteApotheker und andere NaturwissenschaftlerSttutgartWissenschaftliche, 1987.  

TESKE, M.; TRENTINI, A. M. M. Compendio de fitoterapia. Curitiba: Herbarium Laboratório Botânico, 1994.  

TOMIC, Maja et al. Antihyperalgesic and Antiedematous Activities of Bisabolol-Oxides-Rich Matricaria Oil in a Rat Model of Inflammation. Phytotherapy Research, [s.l.], v. 28, n. 5, p.759-766, 27 ago. 2013. 

TYLER, V. E.; BRADY, L. R.; ROBBERS, J. E. Pharmacognosy. 9 ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1988. 

SHARIFI-RAD, Mehdi et al. Matricaria genus as a source of antimicrobial agents: From farm to pharmacy and food applications. Microbiological Research, [s.l.], v. 215, p.76-88, out. 2018. 

PETRONILHO, Sílvia et al. Sesquiterpenic composition of the inflorescences of Brazilian chamomile (Matricaria recutita L.): Impact of the agricultural practices. Industrial Crops And Products, [s.l.], v. 34, n. 3, p.1482-1490, nov. 2011. 

http://www.tropicos.org – Acesso em: 31 de março de 2012.

Tags: CarminativaCólicaDermatiteEritemaImpetigoMenstruaçãoSedativo

ALFAVACA ANISADA

27/12/2019 00:58

Ocimum selloi  Benth.

Lamiaceae (Labiatae) 


SinonímiasOcimum carnosum (Spreng.) Link & Otto ex Benth.(é considerado o nome legítimo pelo catálogo de plantas e fungos do Brasil de 2010) , Ocimum selloi var. genuinum (Benth.) Briq., Ocimum selloi var. carnosum Briq.

Nomes populares: Alfavaca-anisada, alfavaca-cheiro-de-anis, alfavaca-anis, anis, erva-doce, elixir-paregórico, alfavaquinha, erva-das-mulheres, atroveran, alfavaca preta.

Origem ou Habitat: Regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Características botânicas: É herbácea, até um metro de altura, raramente chegam a 2m. Caule ereto, com pubescência retrorsa até o ápice. Folhas de 1,5 – 9 cm de comprimento por 1 – 4,5cm de largura., sub-romboidais até ovadas, agudas ou acuminadas, quase inteiras até serradas, com pêlos curtos sobre as margens e as nervuras, pecíolos de comprimentos variados. Inflorescências em pequenos rácimos bracteados de até 20cm de comprimento. Brácteas de 2 – 3,5 mm de comprimento, glabras ou pubescentes, com bordos pilosos. Cálice campanulado de 2,5 – 3,5 mm de comprimento na flor e até 1 cm no fruto. Lobo superior suborbicular, de 1,5 – 2,5 mm de diâmetro, cujos dentes inferiores ultrapassam, igualam ou não o lobo superior. Corola rosada, azul ou morada, de 3,5 – 6 mm de comprimento, com pêlos mais visíveis na metade superior do tubo. Filamentos superiores de 2,5 – 4 mm de comprimento e os inferiores de 2 – 3,5 mm. Anteras com tecas divergentes. Disco com o bordo 3- 4 lobado. Estilete de 4 – 6 mm de comprimento. Clusas de 1,5 – 2 mm de comprimento elipsóide- trígonas ou levemente tetrágonas, castanho-escuras, com estrias suaves, reticuladas e mucilaginosas.

Partes usadas: Folhas e inflorescências.

Uso popular: Em cólicas, “dor de barriga”, temos a experiência de associá-la a marcela  (Achyrocline satureoides) com bons resultados, tosse, bronquite, febre, resfriado e como carminativo e digestivo.

Associamos com mil-folhas (Achillea milefolium), erva-cidreira (Melissa officinalisI) ou Lippia citrodora para tratar tensão pré-menstrual (TPM), também com bons resultados.

Composição química: Óleo essencial contendo principalmente trans-anetol, metil-chavicol (estragol) e metil-eugenol; taninos, saponinas e pigmentos. Pesquisas demonstraram que o rendimento do óleo essencial é maior nas inflorescências (0,6%) do que nas folhas (0,25%).

-Óleo essencial:Metilchavicol, trans – β – ocimeno, trans – anetol, dentre outros.

INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS:                            👥(HU): Estudo realizados com o óleo essencial das folhas apontam a ação repelente e baixa toxicidade do uso tópico aplicado na pele de 30 voluntários de ambos os sexos.                 🐁(AN): Estudos in vivo com o óleo essencial demonstraram efeito  antiespasmódico   antidiarreico  e analgésico.                                  🧫🦠(IV): estudo in vitro demonstrou potencial antibacteriano do óleo essencial contra  S. aureus e E. coli.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Nas doses indicadas não há relatos de toxicidade.

Contra-indicações: Devido à falta de maiores estudos , não é indicado para gestantes e lactantes.

Posologia e modo de uso: Infusão: uma colher de sopa de folhas e/ou inflorescências frescas picadas para uma xícara de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia , por até 2 semanas.

Infusão para TPM: 5 folhas de alfavaca anisada (Ocimum selloi) + 5 folhas de erva cidreira (Melissa officinalis ou Lippia citrodora) + 1/2 folha de mil folhas (Achillea milefolium). Tomar 2 a 3 xícaras ao dia durante quinze dias.

Observações: Existem vários quimiotipos desta espécie, alguns sem o cheiro semelhante ao do funcho ou erva doce.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus libros, 2004. 1360p.

AMARAL, C. L. F. ; CASALI, V.W.D. Identificação e Caracterização de populações de alfavaca (Ocimum selloi Benth.) por meio de marcadores isoenzimáticos. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, [S. I.], v.2, n.2, p. 9-15, 2000.

BURKART. Flora Ilustrada de Entre Rios (Argentina). Buenos Aires, 1974. Colección INTA. Ministério de Agricultura y Ganadería de la Nación. Parte V- Dicotiledóneas metaclamídeas. p. 315-316.

HARLEY, R. et al. . Lamiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB036586 – Acesso em: 17 de maio de 2011.

LORENZI, H.; MATOS,F. J. A. ,Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

MARTINS, E. R. Estudos em Ocimum selloi Benth.: isoenzimas, morfologia e óleo essencial. In:MING, L.C. et al. (Eds.) Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares: Avanços na pesquisa agronômica. Botucatu: UNESP, 1998. p.97-125.

MORAES, L. A. S. et al. Phytochemical characterization of essential oil from Ocimum selloi . Anais da Academia Brasileira de Ciências , (2002.) p.183-186.

VANDERLINDE, F. A. et al. Atividades Farmacológicas Gerais e Atividade antiespasmódica do extrato etanólico de Ocimum selloi Benth. (elixir paregórico). In: XIII SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 1994. Fortaleza,CE. Anais.Fortaleza: UFC 1994.

VANDERLINDE, F. A. et al. Atividade antiinflamatória e analgésica do extrato etanólico de Ocimum selloi Benth. (elixir paregórico). In: XIII SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 1994 Fortaleza,CE. Anais.. Fortaleza: UFC, 1994.

www.tropicos.org – Acesso em: 17 de maio de 2011.

Fitoterapia. 2008 Dec;79(7-8):569-73. Epub 2008 Jul 11. Analgesic and antidiarrheal properties of Ocimum selloi essential oil in mice. Franca CS, Menezes FS, Costa LC, Niculau ES, Alves PB, Pinto JE, Marçal RM. Source Physiology Department (DFS), Federal University of Sergipe, São Cristovão, Sergipe, CEP 49.100-000, Brazil.

FACANALI, Roselaine et al. Genetic and chemical diversity of native populations of Ocimum selloi Benth. Industrial Crops And Products, [s.l.], v. 76, p.249-257, dez. 2015.

Tags: BronquiteCarminativaCólicaDigestivaFebreResfriadoTosse

ALFAVACA

27/12/2019 00:47

Ocimum basilicum  L.

Lamiaceae (Labiatae) 


SinonímiasOcimum thyrsiflorum L., Ocimum basilicum var. thyrsiflorum (L.) Benth.

Nomes populares: Alfavaca-cheirosa, basilicão, basilico-grande, manjericão-de-molho, folhas-largas-dos-cozinheiros, manjericão-da-folha-larga, manjericão-doce.

Origem ou Habitat: Ásia tropical.

Características botânicas: É uma erva anual com caule quadrangular muito ramificado, quase glabro na base e com pelos macios no topo, cerca de 60 cm de altura, formando touceira. Folhas com 2,5 – 7,5 cm de comprimento, 1,5 – 4 cm de largura, simples, opostas, pecioladas, ovadas ou ovadas-lanceoladas, com margens serradas ou inteiras e ciliadas. Inflorescência tipo cacho terminal, com 6 flores em cada nó. Flores brancas ou ligeiramente violáceas, cerca de 0,8cm de comprimento, formando pseudo-umbelas axilares nas partes superiores dos ramos ou nas extremidades dos galhos.

Partes usadas: Folhas e sumidades floridas.

Uso popular: As folhas são usadas internamente como estomáquico, carminativo, antiespasmódico, em gastrite, constipação, em reumatismo, inflamação das mucosas do trato urogenital e, eventualmente, como diurético e galactagogo, além de estimulante do apetite. O infuso das partes aéreas é também indicado contra catarro, em casos de tosse, coqueluche, rouquidão (chá adicionado de gemada, uma gema de ovo batida com açúcar), em casos de inflamação das vias urinárias, e para casos de frieira. Externamente, o infuso é recomendado para banhos.

Como gargarejo em inflamações da garganta e aftas, bem como na preparação de compressas para feridas.

O extrato alcoólico pode ser incorporado em pomadas para o tratamento de feridas de difícil cicatrização.

Composição química: Nas partes aéreas: óleo essencial contendo linalol, estragol, eugenol, pineno, cineol, lineol, cinamato de metila, etc.; flavonóides principalmente xantomicrol e heterosídeos da quercetina e do kaempferol; cumarina (esculetina);

Análise alimentícia sobre 100 g de folhas frescas: calorias 43, água 86,5%, proteínas 3,3g, lipídeos 1,2g, hidratos de carbono 7g, fibras 2g, cinzas 2g, cálcio 320mg, fósforo 38mg, ferro 4,8mg, sódio 12mg, potássio 429mg, caroteno 4500ug, tiamina 0,08mg, riboflavina 0,35mg, niacina 0,80mg e ácido ascórbico 27mg.

Ações farmacológicas: A atividade anti-ulcerogênica de extratos aquosos e metanólicos das folhas parece estar relacionada aos flavonóides presentes.

O óleo essencial possui atividades anti-helmíntica, antifúngica in vitro e antimicrobiana.

Interações medicamentosas: Não há relatos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Nas doses indicadas não apresenta toxicidade. Evitar o uso do óleo essencial.

Contra-indicações: O chá não é adequado durante a gravidez.

Posologia e modo de uso:  O infuso é preparado com 1 – 2 colheres de chá (2 – 4 g) de folhas rasuradas adicionadas a 150 ml de água fervente, se necessário use durante 15 dias e faça uma pausa de 7 dias.

pode ser usada a tintura de alfavaca para tratar micose de unha, uma gota embaixo da unha 2 vezes ao dia.

Observações: Existem várias raças, subespécies ou quimiotipos de Ocimum basilicum L., além de outras espécies de Ocimum. O Ocimum americanum L. também conhecido como manjericão ou manjericão de folha miúda (foto abaixo) é usada para os mesmos fins da O. basilicum L.. Outra espécie (Ocimum sp.) muito apreciada na Ilha de Santa Catarina é chamada alfavaca de peixe (foto abaixo).

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

CORDEIRO, H.M. et al. Atividade antifúngica in vitro de óleos essenciais contra o gênero Tri-Chophyton. In: XIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL,1996, Florianópolis. Resumos. p. 151.

GIRRE, L. La Santé Par Les Plantes. Rennes: Edilarge S.A., 1992.

HOPPE, H. A. Taschenbuch der Drogenkunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1981.

NAKAMURA, C.V. Atividade antifúngica do óleo essencial de Ocimum gratissimum L. In: In: XIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL,1996, Florianópolis. Resumos. p. 125.

POUSSET, J. L. Plantes Medicinales Africaines: Utilization Pratique. Paris: Agence de Cooperation Ellipses Culturelle et Technique, 1989.

THESEN, R.; SCHULZ, M.¡ BRAUN, R. Ganz oder teilweise negativ bewertete Arzneistoffe. Basilicumöl Pharm. Ztg., v.137, n.38, p.2-2900, 1992.

VAN HELLEMONT, J. Compendium de phytothérapie. Bruxelles: Association Pharmaceutique Belge, 1986.

http://www.tropicos.org Acesso em: 17 de maio de 2011.

http://www.hawriverprogram.org/NCPlants/Ocimum_basilicum_page.html Acesso em: 03 de junho de 2011.

Tags: AftasAntiespasmódicoCarminativaCatarroConstipaçãoDiuréticoGastriteReumatismoRouquidãoTosse

ABACATE

27/10/2019 16:36

Persea americana Mill.

Frutos

Lauraceae


Sinonímias: Laurus persea L., Persea americana var. angustifolia Miranda, Persea drymifolia Schltdl. & Cham., Persea leiogyna S.F. Blake., Persea nubigena L.O. Williams, Persea edulis Raf., Persea gratissima C.F. Gaertn.

Nomes populares: abacateiro, abacate, aguacate, palta, agua (espanhol), avocato, avocado, alligator-pear (inglês). 

O nome aguacate, em espanhol, vem do idioma náutatle ou asteca que literalmente que dizer testículo. Os incas do Peru chamavam de palta (BARRIENTOS-PRIEGO, 2000).

Origem ou Habitat: América Tropical (Lorenzi e Matos). Segundo outros autores, Persea é Africana (SCORA, 1996).

Características botânicas: Árvore grande de copa arredondada e densa, medindo de 12 a 20 m de altura; folhas simples, oval a elíptica, verdes escuras; flores andróginas ou hermafroditas reunidas em racemos axilares e terminais, formadas na primavera e muito procuradas por abelhas. Os frutos são drupas piriformes, ovaladas ou globosas dependendo da variedade, com polpa carnosa e comestível de até mais de 1 kg de peso (LORENZI, 2021).

Partes usadas: folhas, flores, frutos, sementes, casca da árvore e do fruto.

Uso popular: A polpa dos frutos, além de nutritiva devido aos teores de proteína, sais minerais e vitaminas, é considerada na medicina tradicional como carminativa, útil contra o ácido úrico, enquanto os chás obtidos das folhas, da casca e das sementes raladas são considerados úteis como diurético, anti-reumático, carminativo, anti-anêmico, anti-diarreico e anti-infeccioso para os rins e bexiga, além de estimulante da vesícula biliar, estomáquico, emenagogo e balsâmico. A casca do fruto moída é recomendada contra as verminoses.

Experiências de uso por profissional da saúde: para caspa, prurido e eczema no couro cabeludo: polpa do abacate associado com babosa (Aloe vera). Também podem ser usadas sementes raladas e com álcool de cerais fazer uso tópico para alergias na pele.

Relato popular ouvido por profissional de saúde em consulta em Unidade Básica de Saúde: uso do caroço do abacate para tratar dores, em álcool de cereais para uso externo e em decoção breve.

Composição química: Planta inteira: Avocadofuranos. Flavonóides: Quercetina, afzelina, quercetin 3-O-d-arabinopiranosideo, catequina, epicatequina (componentes majoritarios das sementes) dentre outros; Cumarinas: Persina, scopoletina (folhas). Alcanóis: 1,2,4-trihidroxiheptadec-16-eno, 1,2,4-trihidroxiheptadec-16-ine e 1,2,4-trihidroxinonadecane (frutas não maduras) e 1,2,4-trihidroxiheptadec-16-eno (folhas secas), (HAKANSSON, 2018).

Ações farmacológicas: Destacam-se suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, antimicrobianas, diuréticas e cosméticas, além de atividades imunomoduladora e anti tumoral, essas em animais de laboratório (ALONSO, 2004).

Na França foi desenvolvida uma formulação com as frações insaponificáveis do abacate (Persea americana) e da soja (Glycine max), para o tratamento da artrose. Foi baseada na riqueza em esteróis destas frações e de uma possível relação sobre o metabolismo do cálcio, similar a ação da vitamina D (MAGLOIRE, 1988 apud ALONSO, 2004).

Em outro estudo onde participaram 264 pacientes que sofrem de osteoartrite (coxartrosis o gonartrosis fémoro-tibial) constatou-se que a administração de uma cápsula de insaponificáveis de abacate-soja de 300 mg diários, produziu melhorias significativas em 70% dos casos. Mesmo assim, 100% do grupo de pacientes medicados com diclofenaco diminuíram a dose, em média, de 114 mg para 40 mg diários (MAHEU, 1992 apud ALONSO, 2004).

Um estudo em voluntários e pacientes hipercolesterolêmicos mostrou que o abacate pode ser uma fonte de ácidos graxos monoinsaturados (ácido oleico) em pessoas saudáveis que em substituição de gorduras saturadas, exerce efeitos benéficos tais como a redução dos níveis de colesterol total, de triglicerídeos e de LDL-colesterol, além disso, no estudo em indivíduos hipercolesterolêmicos houve uma diminuição significativa do colesterol total sérico (17%), colesterol LDL (22%) e triglicerídeos (22%) e aumento dos níveis de colesterol HDL (11%) com a dieta de abacate (LEDESMA, 1996).

Em estudo cruzado, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo foi visto que a polpa dos frutos do abacate melhora a recuperação cardiovascular e autonômica após corrida submáxima, reforçando a informação de que o consumo regular do abacate apresenta efeitos vantajosos no sistema cardiovascular (SOUSA, 2020).

Um estudo sugere, após consulta em literatura (estudos in vitro, animais e humanos), que o gengibre (Zingiber officinale) e o abacate (Persea amaricana) podem ser considerados nutracêuticos úteis no tratamento da obesidade por efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios melhorando a atividade enzimática e modulando deficiências relacionadas à obesidade no sistema anti-inflamatório em diferentes tecidos. (TRAMONTIN, 2020.)

Interações medicamentosas: Os pacientes que recebem tratamento antidepressivo com inibidores da mono-amino-oxidase (I.M.A.O.) podem sofrer crises hipertensivas devido à tiramina. (SAPEIKA, 1976 apud ALONSO, 2004). 
O consumo de 100 a 200 g de abacate diários em pacientes que estão recebendo terapia anticoagulante com warfarina diminui o efeito desta droga. Os pesquisadores desconhecem o mecanismo desta interferência (BLICKSTEIN et al., 1991 apud ALONSO, 2004), mas provavelmente deve-se a vitamina K presente na sua composição química. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Os frutos do abacate são, em geral, bem tolerados para o consumo humano. Pode existir sensibilidade cruzada a alérgenos do látex dos frutos, mediada por IgE, a qual interage com a endoquitinase dos frutos. As cápsulas de insaponificáveis de abacate-soja são bem toleradas, no entanto, longe das refeições podem ocasionar regurgitações. Existem evidências que o consumo de folhas de abacate podem ser tóxicas para animais, por exemplo cabras (ALONSO, 2004). 

Contra-indicações: Não é recomendado a decocção das folhas do abacateiro para mulheres grávidas e que amamentam (ALONSO, 2004).

Posologia e modo de uso popular: Infusão: colocar 1 colher (sobremesa) de folhas ou flores picadas para 1 litro de água. Tomar uma xícara 3 vezes ao dia por 2 semanas. (MARTINS, 2000) 
Decocção com a semente: ralar o caroço e medir uma colher de sopa para meio litro de água. Ferver, repousar e filtrar. Tomar duas vezes ao dia, por 2 a 3 semanas.
Uso externo: compressas locais com a infusão ou óleo, friccionar várias vezes ao dia. Cataplasma: tostar e moer o caroço do abacate, misturar o pó no próprio chá e aplicar com gaze nos locais afetados (LIMA, 2000). Fitocosmético: o óleo é empregado na forma de cremes e loções.
Polpa do fruto: é usado sob a forma de alimento, misturado com gel de babosa para afetar o couro cabeludo.
A dose da fração insaponificável de abacate com a fração insaponificável da soja é : abacate I. 100mg e soja I. 200mg – tomar um comprimido ao dia.

Observações: Usos etnomedicinais: Os indígenas Shuar do Equador trituram e maceram as sementes em aguardente para o tratamento de picadas de serpentes; os Tikunas da Colômbia empregam a decocção das folhas como hepatoprotetor; os Sionas-Secoya e os Quechua atribuem-lhe propriedades contraceptivas; no México é frequente o uso da casca seca e moída do fruto como antidisentérico e a infusão das folhas é aplicada para lavar feridas infectadas na pele; em República dos Camarões (África), a decocção das folhas e córtex é usada para hipertensão arterial e a infusão das folhas é empregado como abortivo (ALONSO, 2004).

 

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