VIOLETA-DE-JARDIM

24/02/2020 18:49

Viola odorata  L.

Violaceae


SinonímiasViola hirta L., Viola wiedemannii Boiss.

Nomes populares: Violeta-de-jardim, violeta-perfumada, violeta-de-cheiro, violeta-européia, viola-roxa.

Origem ou Habitat: Europa. No Brasil é cultivada nas regiões Sul e Sudeste.

Características botânicas: Herbácea perene, sem caule aéreo, estolonífera, medindo cerca de 10-15 cm. Folhas em roseta, simples, longo-pecioladas, cordiforme-arredondada, medindo de 3-6 cm de comprimento. Flores perfumadas, de cor violeta-escuras, solitárias sobre um pedúnculo radical.

Partes usadas: Flores, folhas, raiz, sementes.

Uso popular: Na medicina caseira é usada para afecções bronco-respiratórias, emética e purgativa, emoliente, antiespasmódica, anti-inflamatória, diurética e sudorífica. São usadas para afecções gástricas. Externamente, pode-se usar a decocção das raízes secas sobre as articulações doloridas.

As flores são melíferas e usadas na culinária no preparo de saladas. As folhas mais jovens são utilizadas para sopas e saladas.

Composição química: Possui em sua composição fitoquímica salicilato de metila, saponina, alcalóide (odorantina nas raízes, escopoletina planta toda, violina nas flores e raízes), violaquercitrina, resinas, mucilagens, antocianina, vitamina C, ácidos (ferúlico, sinápico, málico, octenóico, octílico, palmítico, nitropropiônico, salicílico), flavonóides (quercitina, rutina.

Ações farmacológicas: Emética, emoliente, expectorante, depurativa, anti-séptica.

Observações: 

Além da Viola odorata L., outra espécie exótica é também cultivada no Sul e Sudeste como ornamental, conhecida como “amor-perfeito”: Viola tricolor L.

No Sul e Sudeste do Brasil existem 3 espécies endêmicas de Viola que foram consideradas vulneráveis e estão em perigo de extinção: Viola cerasifolia A.St.-Hil., Viola gracillima A.St.-Hil. e Viola subdimidiata A.St.-Hil.

Referências: 

DELAVEAU,P. et al. Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Lisboa: Lisgrafica, 1983.

LORENZI, H.; MATOS, F.J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/listaBrasil – acesso em 17 de setembro de 2013.

http://www.botanical-online.com/medicinalsvioleta.htm/ Acesso 20 Maio 2016.

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br – acesso em 17 de setembro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/33800067 – acesso em 17 de setembro de 2013.

Tags: Anti-inflamatórioAntiespasmódicoDiuréticoEméticaEmolientesPurgativoSudorífica

VINAGREIRA

24/02/2020 18:35

Hibiscus sabdariffa  L.

Malvaceae


SinonímiasSabdariffa rubra Kostel., Hibiscus cannabinus L., Hibiscus cruentus Bertol., Hibiscus fraternus L., Hibiscus palmatilobus Baill.

Nomes populares: Rosela, rosélia, azedinha, azeda-da-guiné, caruru-da-guiné, chá-da-jamaica, pampulha, papoula-de-duas-cores.

Origem ou Habitat: Sudeste da Ásia, Índia e seus vizinhos a leste e ao sul do Himalaia. Foi introduzido no Egito, Sri Lanka, Tailândia, Jamaica e México, e difundida para vários países de clima tropical.

Características botânicas: Existem muitas variedades de Hibiscus sabdariffa, segundo SILVA JUNIOR, 2003, e a variedade que vamos descrever é Hibiscus sabdariffa L. var. sabdariffa Wester f. ruber que apresenta cálices vermelhos e suculentos, próprios para consumo (Morton, 1987, apud SILVA JUNIOR, 2003); é um subarbusto anual, ereto, medindo cerca de 1,8 – 2,20 m de altura. Apresenta caule avermelhado, cilíndrico e ramoso. Folhas alternas, longo-pecioladas, verdes com nervuras vermelhas, sendo as inferiores inteiras e ovadas e as superiores palmatilobadas, com 3-5 lobos estreitos e agudos, 5-nervuras, denteados, com uma grande glândula na base da nervura mediana e medindo de 7 – 12 cm de comprimento.

Flores amarelas ou ocre-pálidas, solitárias, sésseis, axilares, de andróforo rosa ou marrom, medindo cerca de 12 cm de diâmetro. As pétalas adquirem uma tonalidade rósea ao final do dia, quando tendem a murchar.

Cálice vermelho e carnoso, formado por 5 pétalas grandes e um colar composto de 8 a 12 brácteas triangulares, finas e pontiagudas em torno da base. Fruto tipo cápsula, verde quando imaturo e vermelho e suculento quando maduro, de formato cônico-ovóide, medindo 3-5 cm de comprimento. As sementes são reniformes e castanho-claras, em número de 3 a 4 por fruto.

Partes usadas: Flores, folhas, sementes e raízes.

Uso popular: As folhas são usadas popularmente como emolientes, estomáquicas, febrífugos, hipo-tensoras e antiescorbúticas. Os cálices ou frutos, são refrescantes, coleréticos, diuréticos e laxantes suaves. As sementes são diuréticas, tônicas e tidas como afrodisíacas. A raiz é estomáquica, aperitiva, amarga e tônica.

Composição química: Cálice e flores: antocianidinas (hibiscina, cianidina, crisantenina e delfinidina), flavonóides (hibiscina, gossipetina, hibiscetina e sabdaretina), ácido protocatechuico (é um ácido fenólico), polissacarídeos mucilaginosos, ácidos orgânicos (ácido hibístico e cítrico), vitamina C, pectina, fitosteróis (b-sitosterol, campesterol, ergosterol, estigmasterol),

As folhas são ricas em proteínas e sais minerais. Apresentam alto nível de ferro e zinco, além de cálcio, carotenos e vitamina C.

Raízes: principalmente ácido tartárico e saponinas.

Ações farmacológicas: A infusão ou decocção do hibisco, em animais não-humanos, demonstrou propriedades hipo-tensoras arteriais (ALONSO, J. 2004);

A ingestão do extrato aquoso da planta reduz a taxa de absorção de álcool no organismo, reduzindo o efeito do alcoolismo (Watt & Breyer-Brandwijk, 1962, apud SILVA JUNIOR, 2003);

O extrato etanólico da planta inteira produz efeitos hipoglicemiantes em ratas submetidas a diabetes experimental.

Extratos de vinagreira reduziram a taxa plasmática de lipídeos totais, colesterol total e triglicerídeos, através de um provável sinergismo com os fitoesteróis, estimulando os sistemas enzimáticos do fígado. (ALONSO, J., 2004).

Alguns estudos apontam atividade antitumoral.

O extrato seco das flores apresenta poderosa atividade antioxidante.

O ácido protocatechuico demonstrou ação antioxidante e anti-inflamatória. (Liu et al., 2002 apud SILVA JUNIOR, 2003).

Alguns ensaios clínicos demonstraram que o chá das flores reduziu a pressão arterial. (SILVA JUNIOR, 2003).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo obtido das sementes apresenta mutagenicidade(ALONSO, J., 2004; SILVA JUNIOR, 2003.

Contra-indicações: A planta e seus produtos são contra-indicados para pessoas portadoras de doenças cardíacas, o efeito diurético da planta aumenta a excreção de eletrólitos, especialmente o potássio. (Teske & Trentini, 1997 apud SILVA JUNIOR, 2003).

Ante a falta de dados sobre inocuidade durante a lactação e gravidez, não se recomenda nestas circunstâncias (ALONSO, J., 2004).

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher das de sopa de cálices jovens em 1 xícara de água fervente. Tomar 1 xícara 3 x ao dia, após as refeições.

Decocção: 1 colher das de sopa de flores em 2 copos de água. Ferver por mais ou menos 5 minutos. Coar e tomar 1 copo 3 x ao dia, após as refeições.

Emplasto com as folhas quentes aplicar sobre furúnculos, rachaduras nos pés e úlceras dérmicas.

Observações: Os frutos e os cálices são utilizados na preparação de geleias, compotas, pudim, tortas, gelatina, sorvetes, refrescos, vinho de rosela, xarope, vinagre, etc.

No Maranhão é consumido um prato típico chamado “arroz de cuxá”, que consiste em folhas cozidas de vinagreira servidas com peixe e arroz.

As fibras dos caules são utilizadas no ramo têxtil.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

DRESCHER, L. (coordenador). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 113.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

SILVA JUNIOR, A.A.. Essentia herba – Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003.pgs. 266-280.

http://www.tropicos.org/Name/19600047?tab=synonyms – acesso em 28 de setembro de 2012.

Tags: AfrodisíacoColeréticaDiuréticoEmolientesEstomáquicoFebrífugaLaxanteTônico

SALSA

20/02/2020 00:06

Petroselinum crispum  (Mill.) Fuss.

Apiaceae


SinonímiasApium petroselinum L., Apium crispum Mill., Petroselinum vulgare Lag., Wydleria portoricensis DC.

Nomes populares: Salsa, salsinha, salsa-de-cheiro, salsa-das-hortas, cheiro-verde, salsa-cultivada, perejil(Espanha, Argentina), Petersilien (Alemanha).

Origem ou Habitat: A salsa é originária da Grécia e da Ilha de Sardenha, com distribuição pela região mediterrânea, norte da África e sudoeste da Ásia. É muito cultivada nas zonas temperadas de todo o mundo.

Características botânicas: Erva anual ou bianual, ereta, perenifólia, aromática, medindo de 15-90 cm de altura. Raiz carnosa e bem desenvolvida. Folhas pecioladas, compostas pinadas, de formas variadas dependendo da cultivar ou variedade, de 3-10 cm de comprimento. Flores pequenas, amarelo-esverdeada, reunidas em umbelas terminais dispostas acima da folhagem. Os frutos são aquênios, muito pequenos, medindo 2 mm de comprimento por 1-2 mm de largura, circular, de cor verde grisáceo. Multiplica-se por sementes.

Partes usadas: Frutos (confundidos com sementes), folhas e raiz.

Uso popular: Esta planta é considerada a erva condimentar mais usada na culinária em todo o mundo, havendo hoje dezenas de cultivares e variedades das mais diferentes formas e tamanhos de folhas.

Na medicina tradicional é considerada diurética, emenagoga, sedativa, emoliente e antiparasitária.

Usos etno-medicinais: a infusão das folhas ou sementes é usada em casos de tosse, catarro, bronquite, transtornos menstruais, nervosismo, reumatismo, gases, cistite, edemas, cólicas intestinais e como galactagogo. Externamente é empregado para combater lêndeas e piolhos do couro cabeludo.

Em Cuba a decocção ou mastigação das folhas é empregada para tratar disfonia e para fortalecer as cordas vocais, enquanto que a decocção da raiz é usada como abortivo.

Na Europa, empregam-se as folhas e talos frescos cortados e macerados com vinagre, na forma de cataplasma para favorecer a cicatrização de abcessos, feridas, chagas, úlceras e eliminar manchas da pele.

No Marrocos, a decocção de raízes de salsa e malva (Malva sylvestris) é empregada em casos de nefrite, e a infusão das folhas de salsa é usada como agente anti-hipertensivo em cistite.

Na Turquia, a salsa ou perejil, é indicada para diabetes.

Em muitos países é costume mastigar folhas de salsa para eliminar o mal hálito produzido pela ingestão de dentes de alho, cebola.

Composição química: Óleo essencial- sementes (2-7%), folhas (0,05-0,3%), raiz (0,1-0,5%): apiol, miristicina, tetra-metoxi-alilbenzeno, p-mentadienos (aldeídos), p-metil-acetofenona, cetonas, 1,3,8-p-mentatrieno, 1-metil-4-isopropenilbenzeno, alfa-pineno, beta-pineno, beta-mirceno, beta-ocimeno, beta-felandreno, p-terpineno, alfa-terpineol (monoterpenos), cariofileno, alfa-copaeno (sesquiterpenos), linalol, carotol (alcoóis terpênicos), petrósido (glicosídeo monoterpênico).

Flavonóides: nas folhas e sementes: glicosídeos de apigenina e luteolina (apiína, luteolina-7-apiosil-glicosídeo. Na raiz predomina apiína. Exclusivo nas folhas a apigenina-7-glicosídeo e a luteolina-7-diglicosídeo.

Furanocumarinas – sementes, folhas e raiz (traços): bergapteno, xantotoxina, oxi-peucedanina, psoraleno, imperatorina, isoimperatorina, isopimpinelina, 8-MOP(methoxypsoralen).

Outros compostos: ácido petroselínico (óleo fixo), óleo-resina, provitamina A, ácido ascórbico, vitaminas do complexo B (nas partes verdes).(Alonso, 2004).

Composição nutricional por 100 g de folhas: calorias 60; proteínas 4,4 g; carboidratos 9,8 g; fibras 4,3 g; água 81,9 g; sódio 33 mg; potássio 1.000 mg; cálcio 245 mg; fósforo 128 mg; magnésio 41 mg; ferro 8 mg; flúor 0,10 mg; retinol 1,2 mg; vitamina B1 0,14 mg; vitamina B2 0,30 mg; niacina 1,4 mg; vitamina C 166 mg; zinco 900 mg; cobre 520 mg; cromo 7 mg; selênio < 100 mg . (Alonso, 2004

Ações farmacológicas: Além de ser considerado nutritivo pelo seu conteúdo em minerais e vitaminas, possui ação diurética, estrogênica e antioxidante.

Interações medicamentosas: Referências principalmente ao óleo essencial.

A salsa possui alto conteúdo de vitamina K que pode antagonizar drogas anticoagulantes, se tomado mais de 10 gotas do óleo essencial ao dia.

A atividade diurética da salsa pode requerer um ajuste nas doses das drogas anti-hipertensivas.

OBS.: muitas interações e efeitos adversos podem acontecer com o uso abusivo e crônico do óleo essencial da salsa.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo essencial principalmente por sua composição em apiol, miristicina, bergapteno e xantotoxina pode ser tóxico. Quantidades superiores a 10 gotas de óleo essencial ao dia pode resultar em aborto, em doses mais elevadas produz intoxicação do fígado, lesão nos rins, diarreia, vômito, alterações do ritmo cardíaco inclusive paralisação e morte. Outro componente tóxico do óleo essencial, a miristicina, afeta o sistema nervoso central e pode produzir convulsões. A xantotoxina e o bergapteno são fototóxicos que reagem em contato com a luz produzindo lesões na pele.

ATENÇÃO: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa, recomendamos não utilizar este produto, aproveitando as outras preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta.

Contra-indicações: O óleo essencial é contra-indicado na gravidez e lactação, e em pessoas com insuficiência renal. Aplicações externas, como o cataplasma, é contra-indicado em pessoas com histórico de alta sensibilidade cutânea.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (chá) de frutos ou 1 colher (sopa) de folhas para cada copo(250 ml) de água fervente. Tomar dois copos ao dia.

Óleo essencial: duas gotas em 1/2 copo de água, 2x ao dia.

Observações: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa, recomendamos não utilizar este produto na forma de óleo essencial, aproveitando as outras preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.botanical-online.com/toxicidad_del_perejil.htm – acesso em 27 de janeiro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/27900127 – acesso em 26 de janeiro de 2013.

Tags: AbortivoBronquiteCatarroCicatrizanteCistiteCólicaCondimentoDisfoniaEdemaEmenagogoEmolientesFeridasFlatulênciaNervosismoReumatismoSedativoTosse

SABUGUEIRO

19/02/2020 23:52

Sambucus australis   Chamisso et Schlechtendal.

Adoxaceae (Caprifoliaceae)


SinonímiasSambucus pentagynia Larrañaga.

Nomes populares: Acapora, sabugueiro-do-brasil, sabugueiro-do-rio-grande.

Origem ou Habitat: Sul da América do Sul.

Características botânicas: Sambucus australis é uma árvore de 3 a 8 m de altura, folhas com 18-26 cm de comprimento, compostas, imparipenadas, 5-13 folíolos oblongo-lanceoladas de 3,5 – 9,5 cm de comprimento e 1,2 – 3,0 cm de largura, margens dentadas, membranáceas, glabras, opostas-cruzadas, pecioladas, estípulas e estipelas presentes. Inflorescência em cimas corimbosas terminais. Flores brancas, pequenas de 0,5 – 1,2 cm de diâmetro, corola com 4-5 pétalas, estames no mesmo número de pétalas. Fruto drupa globosa, negra e brilhante.

Existe uma espécie de sabugueiro europeu cultivada no Brasil, Sambucus nigra L.; se diferencia da espécie nativa de Santa Catarina (S. australis Cham. et Schlecht.) especialmente na forma e no número de folíolos. A espécie européia apresenta folíolos elípticos, de margem dentada, em número de 3-7 e a espécie nativa apresenta folíolos ovados-lanceolados, de margem serrada, em número de 7-13 (SIMÕES et al., 1986).

Partes usadas: Flores secas, entre-casca e folhas. Na lista da ANVISA a parte indicada como remédio são as flores do sabugueiro.

Uso popular: No que se refere ao uso terapêutico, de maneira geral, os usos medicinais da espécie do sabugueiro europeu (Sambucus nigra) coincidem com os da espécie nativa (Sambucus australis)(SCHULTZ, 1985). Esta última é uma planta cultivada como ornamental e cujas flores têm cheiro de mel.

Os frutos são comestíveis (PIO CORRÊA, 1926-1978).

Segundo as comunidades da Ilha de Santa Catarina as flores ou folhas de Sambucus australis são empregadas na forma de infuso e decocto, interna e externamente em enfermidades virais , como sarampo e rubéola, gripes e resfriados.

Na relação das plantas da ANVISA é indicada para gripe e resfriado

Na literatura as flores (inflorescência), frutos (bagas), folhas, cascas, córtex e medula do caule de Sambucus nigra são empregadas de várias formas, como compressas, cataplasmas, decocção e infusão (HOPPE, 1981; SCHULTZ, 1985; SIMÕES et al., 1986; SCHILCHER, 1992; BISSET, 1994).

As flores de S. nigra são extensamente utilizadas para afecções respiratórias (SIMÕES et al., 1986; BISSET, 1994); como diurético, sudorífico, antirreumático, emético, purgativo e laxante. Sob a forma de cataplasma ou compressa, as flores são usadas em inflamações em geral e, também, em dermatoses e furúnculos, pelas suas propriedades adstringente, cicatrizante e emoliente (ZIN & WEISS, 1980; SIMÕES et al., 1986).

Esta planta tem utilização farmacêutica como diaforético, em associações medicamentosas indicadas em resfriados (SIMÕES et al., 1986).

Composição química: As flores do sabugueiro europeu (Sambucus nigra) contêm um pequeno percentual de óleo essencial, constituído de ácidos graxos, alcanos e triterpenos (SIMÕES et al., 1986; BISSET, 1994); contêm também flavonóides sendo a rutina o principal além de quercitrina, iso quercitrina, hiperosídio e astragalina (BISSET, 1994). São encontrados também os ácidos p-cumárico, clorogênico, cafêico e ferúlico (BISSET, 1994), taninos, açúcares, mucilagem e pectina (SIMÕES et al., 1986).

As folhas contêm flavonóides (HOPPE, 1981; SIMÕES et al., 1986), esteróis, alcanos, ácidos graxos, taninos, triterpenos, açúcares, resinas e vitamina C (SIMÕES et al., 1986), sambucina e sambunigrina (glicosídeo cianogênico) (HOPPE, 1981).

Ações farmacológicas: Aos ácidos fenólicos é atribuída a atividade diurética e à mucilagem, a propriedade emoliente (SIMÕES et al., 1986). Testes em pessoas sadias demonstraram uma sudorese aumentada com a utilização do chá das flores de sabugueiro em comparação com o uso apenas de água quente (BISSET, 1994).

Interações medicamentosas: Não há evidências clinicas de interação com medicamentos; estudos in vitro demonstraram uma possível interação com hipoglicemiantes.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Pode haver mal estar gástrico ou alergia em pessoas sensíveis. O uso em dose maior que a recomendada pode causar hipocalemia (perda de potássio )(anvisa)

Os frutos imaturos são tóxicos.

Contra-indicações: Deve-se evitar o uso em grávidas e crianças menores que dois anos.

Posologia e modo de uso: A decocção é obtida com 2 colheres de sopa de flores para ½ litro de água tomados durante o dia.

A infusão é preparada com 2 g de flores para 150 ml de água fervente por 5-10 minutos tres vezes ao dia (BISSET, 1994).

Observações: Popularmente é dito que põe o sarampo para fora.

Referências: 

BISSET, N. G. (ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994

MILLIAMSON, E. DRIVER, S. BAXTER, K. (ed.) Stockley’s Herbal,Medicines Interactions: A guide to the interactions of herbal medicines, dietary supplements and nutraceuticals with conventional medicines. London: Pharmaceutical Press, 2009.

SIMÕES, C.M.O. et al. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986

http://www.anvisa.gov.br

file:///E:/natural%20teratments.htm(acesso em 11/05/2011)

www.tropicos.org – acesso em 20 de maio de 2011.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-reumáticoCataplasmaCicatrizanteDiaforéticoDiuréticoEméticaEmolientesGripeLaxantePurgativoResfriadoSudorífica

ORA-PRO-NOBIS

17/02/2020 22:19

Pereskia aculeata  Mill.

Cactaceae 


SinonímiasCactus pereskia L., Pereskia rubescens Houghto, Pereskia aculeata fo. rubescens (Houghton) Krainz.

Nomes populares: Ora-pro-nobis, proteína-vegetal, carne-vegetal, groselha-de-Barbados, groselha-da-América, trepadeira-limão.

Origem ou Habitat: Originária do Caribe, é nativa em toda a América Latina. No Brasil é encontrada deste a Bahia até o Rio Grande do Sul.

Adapta-se em diferentes tipos de solo, porém desenvolve-se melhor em locais onde haja luz plena. É uma planta rústica, resistente a seca, própria de clima tropical e subtropical.

A propagação é feita por estacas ou sementes. Recomenda-se podas leves a cada 3 meses para se ter sempre folhas novas e tenras.

Características botânicas: É uma herbácea de hábito trepador e escandente, caules compridos revestidos de agressivos espinhos, podendo alcançar até 10 m de comprimento. Folhas lanceoladas, suculentas, medindo de 3 a 10 cm de comprimento por 1,5 a 5 cm de largura, pecíolo curto, nervura central proeminente, de cor verde e providas de espinhos nas axilas. As flores são pequenas, 2,5 a 5 cm de diâmetro, coloração branca ou amarela clara ou creme, podendo ter outras variantes. Exalam um perfume forte característico e as anteras e grãos polínicos são dourados. Os frutos são redondos, ovais ou piriformes, de coloração amarelada ou avermelhada, medindo de 1-2 cm de diâmetro. Produzem sementes marrons ou pretas com 4 mm de diâmetro aproximadamente.

Partes usadas: Folhas, flores e frutos.

Uso popular: A Pereskia aculeata tem grande importância ornamental, alimentícia e medicinal, além de ser considerada fonte de néctar e pólen para as abelhas (melissotrófica).

É usada como nutriente, remineralizante, vitamínica, anti-inflamatória, fortalecimento dos ossos e cartilagens, desnutrição, convalescença e para atletas com necessidades minerais e proteicas. Para a pele age como emoliente, alivia queimaduras e auxilia na cicatrização de feridas.É indicada para casos de estresse.

Os frutos são utilizados como expectorante e antitussígeno.

Composição química: Composição nutricional: Folhas de ora-pro-nobis (OPN) mostrou níveis extraordinários de fibra dietética total (39,1% em base seca), minerais (cálcio, magnésio, manganês e zinco) e vitaminas (vitamina A, vitamina C e ácido fólico). Entre os aminoácidos, triptofano foi a mais abundante (20,5% do total de ácidos aminados). Foram encontrados a-carotenos e b-carotenos em níveis elevados.

As folhas de OPN pode ser considerada uma boa fonte de minerais, vitaminas e aminoácidos, e podem servir como um potencial ingrediente funcional.

Ações farmacológicas: Antioxidante, anti-inflamatório, nutracêutico, cicatrizante.

A alta quantidade de fibras insolúveis pode auxiliar na prevenção de diversas doenças como: câncer de cólon, hemorroidas, varizes, tumores intestinais e diabetes.

Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura pesquisada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não encontrado na literatura pesquisada.

Contra-indicações: Não encontrado na literatura pesquisada.

Posologia e modo de uso: Na culinária as folhas podem ser consumidas cruas ou refogadas, adicionadas a farinha para serem feitas massa para pães, tortas, suflês, omeletes, misturadas ao feijão. As flores são utilizadas em preparações de saladas.

Observações: O nome botânico Pereskia aculeata é uma homenagem ao cientista francês Nicolas-Claude Fabri de Peiresc e o termo aculeata vem do latim e significa acúleo, espinho, agulha. O nome popular “ora-pro-nobis”, segundo relatos da época do ciclo do ouro, na Vila de São José (MG), os padres europeus residentes utilizavam a Pereskia aculeata para fazer cercas vivas em volta da igreja e, na hora do sermão, que era longo e em latim, as pessoas saiam para comer as folhas da cerca e saciar a fome, por isso o nome em latim que quer dizer “orai por nós” ou “rogai por nós”.

Em Minas Gerais, na cidade de Sabará, a planta inspira um festival anual, geralmente em maio, que atrai centenas de turistas, é o “Festival da Ora-pro-nobis”, onde é possível encontrar diversas iguarias feitas com suas flores, folhas e frutos.

Esta planta foi muito usada para formar cercas vivas e este uso foi o que mais contribuiu para a sua difusão no Brasil, já que antes de se desenvolver a indústria de arames farpados as cercas mais econômicas e eficientes eram de arbustos espinhentos.

Existem outras espécies de Pereskia e no Horto Didático temos duas espécies: Pereskia aculeata Mill. e Pereskia grandifolia Haw.

Referências: 

AGOSTINI-COSTA, T. S.; Pessoa, G. K. A.; Silva, D. B.; Gomes, I. S.; Silva, J. P. “Carotenoid composition of berries and leaves from a Cactaceae – Pereskia sp.” In Journal of Functional Foods (2014), 11, 178-184.Acesso 19 Março 2015

PINTO, Nicolas de Castro Campos; dos Santos, Raquel Cristina; Machado, Danielle Cunha; Florencio, Jonatas Rodrigues de Souza; Fagundes, Elaine Maria; Antinarelli, Luciana M. R.; Coimbra, Elaine Soares; Ribeiro, Antonia; Scio, Elita “Cytotoxic and antioxidant activity of Pereskia aculeata Miller” Pharmacologyonline (2012), 3, 63-69. Acesso 19 Março 2015

RABCZUK, Rubens “Plant product and its use as a concentrate, food, food supplement, functional food and(or) nutraceutical, cosmetic, antioxidant, antidermatogenic, anti-​anemic, and anti-​infective.” From Braz. Pedido PI (2008), BR 2006000516 A 20080108. Acesso 19 Março 2015

TAKEITI, Cristina Y.; Antonio, Graziella C.; Motta, Eliana M. P.; Collares-Queiroz, Fernanda P.; Park, Kil J. “Nutritive evaluation of a non-​conventional leafy vegetable (Pereskia aculeata Miller)” International Journal of Food Sciences and Nutrition (2009), 60(Suppl. 1), 148-160. Acesso 19 Março 2015

TRABALHOS de pesquisa bibliográfica apresentados por estudantes dos cursos de Medicina (2004) e Nutrição da UFSC (2012).

http://www.tropicos.org/Name/5100447 Acesso 16 Março 2015.

Tags: Anti-inflamatórioAntitérmicoCicatrizanteEmolientesEstresseExpectoranteNutritivaQueimaduraVitamínica

GERVÃ0-ROXO

09/02/2020 22:09

Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl.

Verbenaceae


SinonímiasVerbena cayennensis Rich., Abena cayennensis (Rich.) Hitchc., Lippia cylindrica Scheele, Stachytarpheta australis Moldenke, Zappania cayennensis (Rich.) Mirb.

Nomes populares: Gervão-roxo, gervão-azul, gervão-do-campo, gervão-legítimo, erva-gervão, chá-do-brasil, aguarapondá, ewé ìgbolé.

Origem ou Habitat: É nativa do Brasil.

Características botânicas: Subarbusto anual ou perene, ereto, muito ramificado, medindo de 70 a 100 cm de altura. Folhas opostas, membranáceas, elípticas ou ovais, medindo de 4-8 cm de comprimento e 2-4,5 de largura, superfície superior rugosa e ambas as superfícies glabra ou ocasionalmente alguns pelos na superfície inferior e ao longo das nervuras e margens, essas acentuadamente e grosseiramente serrilhadas, os dentes visivelmente divergentes, ápice agudo, base cuneiforme. Inflorescências terminais espigadas, com poucas flores de cor azul, encontradas de 4 a 6 de cada vez, espigões delgados e flexíveis, medindo de 14-40 cm de comprimento. Brácteas lanceoladas, corola azul com o centro mais pálido e medindo de 7-8 mm de comprimento.

Partes usadas: Folhas e partes aéreas.

Uso popular: É usado na forma de infusão como tônico estomacal e estimulante das funções gastrointestinais, contra febres, dispepsias, como diurético e emoliente, contra problemas hepáticos e para combater vermes intestinais. É também usada para gripes e resfriados.

Externamente na forma de cataplasma, é usado no tratamento de lesões cutâneas causadas por Leishmania spp., contusões e afecções da pele (eczema e erisipela).

A irmã Eva Michalak (1912-2007) recomenda o infuso para o fígado, estômago, cálculos renais, prisão de ventre, febre e hepatite.

Composição química: Um estudo fitoquímico de 2011, revelou a presença de taninos, flavonóides, saponinas e glicosídios cardioativos. Outro autor assinala a presença de esteróides, quinonas, compostos fenólicos, ácido caféico, ácido clorogênico, um iridóide (ipolamida) com atividade anti-secretora de ácido gástrico. E ainda segundo o Herbanário da Terra os seguintes compostos: estarquitafina, citral, geranial, verbenalina, dextrina, ácido salicílico, óleo essencial, taninos, pigmentos flavonóides, alcalóides (substâncias amargas) e saponinas.

Ações farmacológicas: Possui atividades anti-inflamatória, antimicrobiana principalmente contra Staphylococcus aureus e inibidor das secreções gástricas.

Interações medicamentosas: Sem informações.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Sem informações.

Contra-indicações: Por falta de estudos clínicos, é desaconselhável para gestantes.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (sobremesa) de folhas picadas para 1 xícara de água fervente. Tomar 1 xícara 2x ao dia, antes das refeições.

Uso externo: emplasto, pomada, creme ou o infuso para lavar feridas..

Observações: Esta planta já constava como medicinal na Farmacopeia Brasileira de 1929. A espécie Bouchea agrestis, cujo nome popular é erva-da-pressão, gervão ou falso-gervão, muitas vezes é confundida com a Stachytarpheta cayennensis (gervão-roxo).

Referências: 
DRESCHER, L. (coord.) Herbanário da Terra – Plantas e receitas. 1ª ed. Laranja da Terra/ES, 2001.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MICHALAK, E. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis/SC. Epagri, 1997.

Salimena, F.R.G. Stachytarpheta in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 27 Jan. 2014

http://www.hear.org/Pier/species/Stachytarpheta_cayennensis.htm. Acesso em 29 de Jan. 2014 http://www.utp.br/Revista-Eletronica-Biociencias-Biotecnologia-e-Saude/n_2_maio-ago_2011/pdf’s_2/triagem_fitoquimica.pdf. Acesso: 29 de Jan. 2014

http://www.tropicos.org/Name/33700808. Acesso em: 27 de Jan. 2014

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gervão. Acesso em 29 de Jan. 2014.

Tags: DispepsiaDiuréticoEmolientesFebreGripeHepatoprotetoraResfriadoTônicoVerminoses

ERVA DE COLÉGIO

10/01/2020 15:10

Elephantopus mollis   HBK.

Asteraceae (antiga Compositae)  


Sinonímias: Elephantopus carolinianus var. mollis (Kunth) Beurlin, Elephantopus martii Graham, Elephantopus scaber L., Elephantopus tomentosus L., Elephantopus scaber var. tomentosus (L.) Sch. Bip. ex Baker etc. 

Nomes populares:  Erva-colégio, erva-de-colégio, erva-de-veado, erva-do-diabo, erva-grossa, fumo-bravo, fumo-da-mata, língua-de-vaca, pé-de-elefante, sossoia, suçuaia e suaçucaá (Brasil), hierba de pincel (Espanha, El Salvador), alberrania, hoja de San Antonio, mozote, oreja de burro, oreja de coyote, oreja de perro, oreja de chancho, tamosa (Espanha, Honduras), oreja de coche (Espanha, Guatemala), poxil il patil (Espanha, Mexico, Chiapas), pied d’élephant (França), sandulum (Índia).

Origem ou Habitat: América tropical. 

Características botânicas:  Herbácea perene, de base sublenhosa e ramos muito curtos.  

Uso popular:  Segundo Pio Corrêa (1984), as folhas são emolientes, resolutivas e sudoríficas; Na medicina empírica é empregada para o tratamento da litíase renal e para tratar bronquite, tosse e gripe. Passa também por antissifilítica e antirreumática. 

A raiz contém um princípio amargo, adstringente e febrífugo. 

Na Birmânia ( “República da União de Myanmar”) usam a decocção do caule e das folhas para regularizar a menstruação. 

Composição química:  Nove compostos foram identificados como 2β-​deethoxy-​2-​hydroxyphantomolin (1)​, 2β-​methoxy-​2-​deethoxyphantomolin (2)​, 2β-​methoxy-​2-​deethoxy-​8-​O-​deacylphantomolin-​8-​O-​tiglinate (3)​, molephantinin (4)​, betulinic acid (5)​, magnolol (6)​, honokiol (7)​, di-​Bu phthalate (8) and tricin (9)​. Compds. 5-​9 foram isolados nesta planta pela primeira vez.(Liang et al, 2012). 

Ações farmacológicas: Estudos indicam que apresenta propriedades antitumoral e leishmanicida(Fuchino et al, 2001). O extrato bruto revelou efeitos hepatoprotetor e anti-inflamatório contra artrite aguda e crônica. 

Observações: Karl Sigismund Kunth (Leipzig, 18 de Junho de 1788 — Berlim, 22 de Março de 1850), também conhecido por Carl Sigismund Kunth ou por Charles Sigismund Kunth, foi um botânico alemão que se celebrizou pelo seu trabalho pioneiro no estudo da sistemática das plantas do continente americano. 

H.B.K., ou H.B. & K., de Humboldt, Bonpland e Kunth, é a abreviatura padrão usada em botânica sistemática para identificar as espécies que foram descritas por Karl Sigismund Kunth a partir de espécimes colectados por Alexander von Humboldt e Aimé Bonpland durante a sua expedição ao continente americano.
 

 

Referências:
Almeida, G.; Dematteis, M. Elephantopus in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Acesso em: 11 set 2015. 

CORRÊA, M.P. 1984. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Nacional. v.4. 

FUCHINO, Hiroyuki Fuchino , Tatsuo Koide , Marii Takahashi , Setsuko Sekita , Motoyoshi Satake ” New Sesquiterpene Lactones from Elephantopus mollis and Their Leishmanicidal Activities”. Planta Med 2001; NY. Acesso 11 SET 2015. 

LIANG, Ning; Yang, Xin-xin; Wang, Guo-cai; Wu, Xia; Yang, Yi-ting; Luo, Hu-jie; Li, Yao-lan “Study on the chemical constituents of Elephantopus mollis“. From Zhongyaocai (2012), 35(11), 1775-1778. (Scifinder) Acesso 11 SET 2015. 

LORENZI, H. & Matos, F.J.A. 2002. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Plantarum. 

https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense/plantae/magnoliophyta/asteraceae/elephantopus-mollis – Acesso 11 SET 2015. 

http://www.tropicos.org/Name/2700684?tab=synonyms – Acesso 11 SET 2015.

Tags: Anti-reumáticoEmolientesGripeLitíaseSudorífica

CARURU-DE-MANCHA

07/01/2020 22:17

Amaranthus viridis   L.

Amaranthaceae 


Sinonímias: Euxolus viridis (L.) Moq., Glomeraria viridis (L.) Cav., Pyxidium viride (L.) Moq. 

Nomes populares:  Caruru, caruru-de-mancha, caruru-verde, caruru-bravo, caruru-miúdo, caruru-de-porco, caruru-de-soldado, caruru-verdadeiro, amaranto-verde, bredo, bredo-verdadeiro. [Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Origem ou Habitat: Nativa do Caribe e amplamente disseminada em áreas abertas e lavouras de todo o Brasil. 

Características botânicas:  Ácea anual, ereta, pouco ramificada, variavelmente pigmentada, com hastes carnosas, medindo de 40-100 cm de altura. Folhas simples, inteiras, alternas, longo-pecioladas, membranáceas, glabras, de 6-13 cm de comprimento, com uma mancha violácea no centro da folha. Flores muito pequenas, de cor esverdeadas, reunidas em panículas racemosas axilares e terminais. Sementes muito pequenas. Brácteas ovadas a lanceoladas, agudas, não epinescentes. As sementes são castanho avermelhadas ou pretas.  

Obs.: As espécies Amaranthus spinosus L. e Amaranthus retroflexus L. possuem propriedades e características semelhantes, exceto pela presença de espinhos longos nas axilas das folhas de A. spinosus e pelo maior porte de A. retroflexus, tendo inclusive os mesmos nomes populares. [Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Partes usadas: Planta inteira: folhas, raízes e inflorescências. 

Uso popular:  A planta inteira é empregada na medicina caseira em quase todo o Brasil. As folhas e raízes são consideradas emolientes e anti blenorrágicas. As folhas são mucilaginosas, digestivas, diuréticas, resolutivas e laxativas. Acredita-se que sua administração aumente a lactação. É utilizada externamente contra afecções de pele, como eczemas e furúnculos, e também na forma de gargarejos contra úlceras na boca. 

Composição química:  As folhas possuem carotenóides, entre eles 54-61% de luteína mais violaxantina, 24-34% de β-caroteno, 10–14% de neoxantina e traços de zeaxantina e α-cripto-xantina, além de espinasterol e uma saponina derivada do ácido oleanólico . É também uma fonte rica em vitamina A. Em termos quantitativos e qualitativos, o Amaranthus viridis L. constitui-se como uma excelente fonte de proteínas. Possui consideráveis quantidades de dois ácidos graxos essenciais – linoléico e alfa-linoleíco – e minerais, como ferro, magnésio, cálcio e zinco. 

Ações farmacológicas: Diurética, adstringente, mucilaginosa, laxativa, cicatrizante, antiblenorrágica, antiinflamatória. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: As inflorescências não deve ser consumida por gestantes, lactantes e nem por cardíacos. fonte. 

Posologia e modo de uso: Na forma de infusão, vertendo 1 xícara de água fervente em 1 colher de sopa das folhas. 

Externamente, fazer gargarejo com a infusão um pouco mais concentrada (2 colheres de sopa);  

Para uso tópico, triturar toda a planta e aplicar sobre as afecções de pele. Pode-se fazer compressas com a infusão da planta como anti-inflamatório.

 

 

Referências:

CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants., Londres: [s. i.], 1996. p. 163.  

CORRÊA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1926-1978. v. 2, p.102. 

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. [S. I.: s. i.], 2001. p. 48. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 43. 

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2. ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. p. 85. 

MERCADANTE, A. Z., RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Carotenoid composition and vitamin A value of some native Brazilian green leafy vegetables. International Journal of Food Science & Technology, [S. I.], v. 25, n. 2, p. 213–219, Abril 1990. 

SENA, L. P. et al. Analysis of nutritional components of eight famine foods of the Republic of Niger. Plant Foods for Human Nutrition (Formerly Qualitas Plantarum), [S. I], v. 52, n. 1, p. 17-30, 1998. 

STUART, M. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Barcelona: Ediciones Omega, S. A., 1981. p. 151. 

www.tropicos.org – Acesso em: 30 de maio de 2011.

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