MASTRUÇO RASTEIRO

14/02/2020 23:15

Coronopus didymus  (L.) Smith.

Brassicaceae (Cruciferae)


SinonímiasSenebiera pinnatifida DC., Senebiera didyma Pers.

Nomes populares: Menstruz, mastrunço, mastruz, mestruz rasteiro, mentrusto, mastruço-de-Buenos-Aires, mentrasto.

Origem ou Habitat: América do Sul. Trata-se de uma planta muito comum no Brasil, que se adapta melhor aos solos úmidos onde se desenvolve com espontaneidade, florescendo no mês de setembro (CRUZ, 1979). É utilizada também no Uruguai e na Argentina; Cresce em hortas, pastagens e lavouras de inverno.

Características botânicas: Erva anual, rasteira, ramos decumbentes com até 40 cm de comprimento, pubescentes. Folhas pinatisectas, as basais são pecioladas e as da porção terminal dos ramos são sésseis, alternas. Inflorescência tipo racemo. Flores brancas ou verdes, muito pequenas (até 1 mm de comprimento), 4 sépalas ovaladas verdes, 4 pétalas hialinas menores que as sépalas, 2 estames ou raramente 4. frutos silículas indeiscentes, comprimidas lateralmente.

Partes usadas: Folhas, flores e sementes.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha usa-se toda a planta na forma de decocção, externamente em contusões, machucaduras e hematomas. Internamente, em distúrbios pulmonares. Também se usa na forma de salada, para o tratamento de infecções urinárias, problemas de estômago e fraturas ósseas. Segundo a literatura toda a planta é empregada na forma de infusão (LUTZEMBERGER, 1985), como estomáquico, expectorante, depurativo, nas afecções das vias respiratórias, tosse, bronquite (CRUZ, 1979). Também usado no tratamento de escorbuto e tuberculose. O suco é vermicida (LUTZEMBERGER, 1985).

Informações científicas: 🐁 (AN): Estudo mostrou que o extrato alcoólico das partes aéreas da planta possui potencial anti-inflamatório, antialérgico, antipirético e hipoglicêmico (Busnardo et al., 2010; Mantena et al., 2005; Noreen et al., 2016).

Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão das partes aéreas do C. didymus usada internamente tem boa resposta para aliviar sintomas de infecções respiratórias. Externamente é empregada na forma de infusão ou alcoolatura para machucados e contusões.

Cuidados no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitantemente a outros medicamentos deve ser cauteloso. Evitar o uso interno da infusão em gestantes e lactantes. Não existem relatos de efeitos adversos com esta planta apesar do largo uso medicinal e alimentício.

Posologia e modo de uso

🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sopa das partes aéreas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: pode ser feito cataplasma e maceração com álcool ou cachaça e aplicar nos locais afetados.

Tintura: na proporção de 1:10 em álcool 70% e 1:5 em álcool 90%. Deixar armazenado em garrafa de vidro e em local escuro por no mínimo 15 dias e utilizar para uso tópico na forma de compressas com auxílio de um algodão ou pano limpo para alívio de dores reumáticas, artralgias e contusões.

Consumo in natura: Para uso como como salada, deve ser colhido antes da floração.

Composição química: Óleo essencial (substâncias sulfuradas) , sais minerais e vitaminas (LORENZI 2008), flavonóides chrysoeriol e seu glicosideo( Mishra B, Priyadarsini KI, Kumar MS, Unnikrishnan MK, Mohan H.). Na sua composição química, destacam-se óleos essenciais (substâncias sulfuradas), sais minerais e vitamina, além dos flavonóides, crisoeriol e seu glicosideo, (crisoeriol-6-O-acetil-4′-β-D -glucosideo) e stigmastanol. Possui também alguns glucosinolatos, capazes de alterar o gosto do leite de vacas que se alimentam de pasto infestados de Coronopus didymus, deixando o leite com gosto picante e odor forte, e a manteiga com gosto de queimado e picante.

Observações: No Brasil o nome “mastruço” é utilizado ainda para outras plantas da mesma família, do gênero Lepidium (PIO CORREA, 1926-1978); e também para Chenopodium ambrosioides L. var. Anthelmintica (L.) A. Gray., da família Amaranthaceae (Chenopodiaceae) (MATOS, 1994), o que pode provocar confusão.

Referências: 

1. CRUZ, G. L Dicionário de Plantas Úteis do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.

2. DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. 2001. p. 90.

3. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 189-190

4. LUTZENBERGER, L. Revisão da nomenclatura e observações sobre as angiospermas citadas na obra de Manuel Cypriano D’Ávila: “Da flora medicinal do Rio Grande do Sul”. 1985. Dissertação (Bacharelado em Ciências Biológicas, ênfase em Botânica) – Faculdade de Biologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1985.

5. MANTENA, S. K. et al. Antiallergic, Antipyretic, Hypoglycemic and Hepatoprotective Effects of Aqueous Extract of Coronopus didymus LINN. Biological & Pharmaceutical BulletinVol., [S.I.], v. 28, n. 3, p.468, 2005.

6. MISHRA, B. et al. Effect of O-glycosilation on the antioxidant activity and free radical reactions of a plant flavonoid, chrysoeriol. Bioorganic & Medicinal Chemistry, v. 11, n. 13, p. 2677-2685, 3 July 2003.

7. NITZ, A. C. Estudo morfométrico na cicatrização de feridas cutâneas em ratos, utilizando Coronopus didymus e Calendula officinalis. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005

8. PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1997. p 148-149

9. PARK, R. J. Benzyl Thiocyanate Taint in the Milk of Dairy Cattle ingesting Coronopus didymus Sm. Nature, v. 207, n. 640, 07 August. 1965. Disponível em: <https://www.nature.com/articles/207640a0>.

10. PRABHAKAR, K.R.; SRINIVASAN, K.K.; RAO P.G.M. Chemical Investigation, Anti-inflammatory and Wound Healing Properties of Coronopus didymus. Pharmaceutical Biology, v. 40, n. 7, p. 490-493, October 2002.

11. MISHRA, B. et al.Effect of O-glycosilation on the antioxidant activity and free radical reactions of a plant flavonoid, chrysoeriol. Bioorg Med Chem. [S.I.], v. 11, n. 13, p. 85-2677, 3 jul. 2003. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0968089603002323?via%3Dihub>.

12. BUSNARDO, T. M., et al., Anti-inflammatory evaluation of Coronopus didymus in the pleurisy and paw oedema models in mice. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 128, n. 2, p.519- 525, mar. 2010. Elsevier BV. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874109007727?via%3Dihub>.

13. MANTENA, S. K., et al., Antiallergic, Antipyretic, Hypoglycemic and Hepatoprotective Effects of Aqueous Extract of Coronopus didymus LINN. Biological & Pharmaceutical Bulletin, [s.l.], v. 28, n. 3, p.468-472, 2005. Pharmaceutical Society of Japan. Disponível em: <https://www.jstage.jst.go.jp/article/bpb/28/3/28_3_468/_article>.

14. NOREEN, Hafiza, et al., Bioassay-guided isolation of cytotoxic flavonoids from aerial parts of Coronopus didymus. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 194, p.971-980, dez. 2016. Elsevier BV. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S037887411631529X?via%3Dihub>.

 

Tags: BronquiteContusõesDepurativoExpectoranteHematomaTosse

MALVA

13/02/2020 21:47

Malva sylvestris  L.

Malvaceae


Sinonímias: M. glabra Desrouss., M. hirsuta Vir., M. mauritiana L., M. obtusa Moench., M. sinensis Cav, M. vulgaris Ten.

Nomes populares: Malva selvagem, malva-maior.

Origem ou Habitat: Europa, oeste da Ásia e norte da África.

Características botânicas: A espécie M. sylvestris é glabra ou pilosa, com até 1 m de altura. Possui folhas alternas simples, 3 – 7 lobadas, de 6 – 12 cm de diâmetro, longo pecioladas, com poucos pelos, palminérvea, com margem irregularmente serrada.

Flores hermafroditas, diclamídeas, pentâmeras, lilás a violáceas reunidas em inflorescência axilares do tipo fascículo; cálice com 5 pétalas estreitas na base e bilobadas no ápice e linhas longitudinais escuras, muitos estames soldados pelos filetes, formando um tubo proeminente na flor, anteras lilases.

Partes usadas: Folhas, flores e frutos.

Uso popular: Suas folhas, flores e frutos são empregados na forma de infusão no tratamento de bronquite crônica, tosse, asma, enfisema pulmonar e coqueluche, bem como nos casos de colite e constipação intestinal. Em dose excessiva é laxativo. Externamente, na forma de banho localizado, é empregada contra afecções da pele, contusões, furúnculos, abscessos e picadas de insetos e, na forma de bochechos e gargarejos, contra inflamações e afecções da boca e garganta

Composição química: As folhas e flores contém mucilagem (10% e 20%), menores quantidades de caroteno, vitamina C e do complexo B. As sementes contém 18 a 25% de proteínas e 35% de gordura. As flores ainda possuem antocianinas (malvidin 3,5-diglicosídeo (malvidina), malvidin 3-glicosídeo e cyanidin 3-glicosídeo), cuja concentração usual em infusões é suficiente para a ação terapêutica em tratamentos da tosse. Também estão presentes pequena quantidade de taninos (ácido rosmarínico) e proantocianidinas.

Segundo estudos recentes, são considerados nutracêuticos e antioxidantes: flavonóides, fenóis, carotenóides, tocoferóis, ácidos graxos insaturados (ácido a- linolênico), e minerais. (BARROS, 2010).

Ações farmacológicas: A ação demulcente das mucilagens, bem como de outros polissacarídeos, está descrita na literatura e justificaria o emprego deste vegetal em inflamação gastrointestinal.

Foram realizados ensaios clínicos com 120 pacientes com diversas afecções do trato respiratório, principalmente bronquite crônica, classificados como excelentes ou bons, abrangeram 77% dos casos, validando o seu uso nestas indicações.

Posologia e modo de uso: As flores (uma colher de chá-em média 2g)e as folhas (uma colher de sobremesa– em média 5g) podem ser empregadas sob a forma de infuso em uma xícara de chá..

Observações: Esta espécie Malva sylvestris não é encontrada em hortas caseiras no Brasil.

A espécie encontrada nas hortas caseiras é a Malva parviflora, conhecida popularmente como malva-de-dente.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BARROS, Lillian; Carvalho, Ana Maria; Ferreira, Isabel C. F. R. – ” Leaves, flowers, immature fruits and leafy flowered stems of Malva sylvestris: A comparative study of the nutraceutical potential and composition.” – From Food and Chemical Toxicology (2010), 48(6), 1466-1472. (Scifinder) Acesso 23 NOV 2015.

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

GILMAN. A.G.; GOODMAN, L.S.; GILMAN. A. (Eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1983, v.2.

WAGNER, H.; WIESENAUER, M. Phytotherapie: Phytopharmaka und pflanzliche Homöopathika. Stuttgart: Gustav Fischer, 1995.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

Tags: Anti-inflamatórioAsmaBronquiteColiteContusõesLaxativasTosse

BABOSA

30/12/2019 23:17

Aloe vera  (L.) Burm. f.

Xanthorrhoeaceae (antigamente Liliaceae, recentemente Asphodelaceae) 


SinonímiasAloe barbadensis Mill., Aloe chinensis (Haw.) Baker, Aloe perfoliata var. vera L., etc.

Nomes populares: Aloé, babosa, babosa-grande, babosa-medicinal, erva-babosa, aloé-do-cabo, caraguatá-de-jardim (Brasil) (LORENZI & MATOS, 2002), aloes (Spanish), Barbados aloe (English, United States), bitter aloe (English, United States), lu hui (Pinyin, China), sábila, aloe del Mediterraneo, acíbar, zábila (Espanhol),etc).

Origem ou Habitat: Existem ao redor de 360 espécies de aloes que habitam em zonas tropicais. Alguns autores acreditam que a Aloe vera é originária da Ilha de Socotra (noroeste da África), entre a Somália e Yemen, sendo subespontânea na zona do Mediterrâneo (norte da África e sul da Europa). Pertence ao grupo de plantas xerófitas, isto é, muito adaptadas a ambientes secos (ALONSO, 2004).

Características botânicas: Aloe sp. é uma planta herbácea, xerófita, suculenta e sem caule. A parte central da folha apresenta uma mucilagem (gel) transparente que deve ser observado e separado do látex amarelo que exsuda em canais na epiderme da folha. Esse látex é rico em antraquinonas, substâncias laxativas, nefro e hepatotóxicas. Seu cultivo não exige muita água e sua propagação ocorre por separação de brotos laterais. Existem outras espécies do gênero Aloe que são cultivadas, sendo a espécie Aloe arborescens a mais utilizada em Florianópolis.

Partes usadas: Gel (parte mucilaginosa), látex (suco, exsudato ou acíbar).

Uso popular: Planta muito utilizada na medicina popular em todo o mundo, como cicatrizante em casos de queimaduras,
lesões na pele, como “hidratante” da pele e cabelo, nas hemorróidas e para gastrite.             A espécie Aloe arborescens é usada pela popu-
lação para o tratamento de câncer, sem. evidência científica.

Informações científicas:

👥(HU): Há fraca evidência do benefício de Aloe sp. em mucosite e moderada evidência da diminuição da dor em queimaduras. O gel preparado com 98% da parte interna da folha demonstrou ser mais vantajoso que sulfadiazina de prata no tratamento de queimaduras. O benefício do gel como agente de limpeza em úlceras de pressão foi inconclusivo, e a evidência do seu benefício na psoríase ainda é limitada.

Observação do uso clínico em Florianópolis: Utiliza-se a mucilagem das folhas da babosa externamente em casos de queimaduras, ferimentos, eczemas (psoríase) machucados e picadas de insetos; para afecções do couro cabeludo pode-se utilizar externamente a mucilagem misturando-a com polpa de abacate. Apresenta boa resposta nas hemorróidas.

Modo de usar

Aplicar sobre a área afetada a mucilagem removida da parte interna da folha após remoção dos espinhos com auxílio de uma faca. Para lesões do couro cabeludo a mucilagem pode ser acrescentada à polpa de um abacate para a aplicação direta no local da lesão. Uso do gel ou como supositório (pedaço da mucilagem deixado no congelador) aplicado diretamente na hemorróida.

Cuidados no uso desta espécie 

O uso da babosa concomitantemente com outros medicamentos pode levar a alterações no metabolismo de diversos fármacos (Ver no tópico “interações medicamentosas”).

Evitar uso interno em gestantes, lactantes e crianças menores de 6 anos.

Devido à presença de antraquinonas, que conferem o sabor amargo a planta, o uso interno é contraindicado. A ingestão de pequenas doses deve ser feito apenas quando a mucilagem não apresentar o sabor amargo demonstrando a ausência desses compostos.

O uso da babosa em alimentos ou em bebidas é vedado pela Resolução 5.052/11 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Composição química: Gel: polissacarídeos mucilaginosos, destacando-se os glicomananos e mananos (0,2% a 0,3% do gel fresco). O acemanan é uma mescla de polissacarídeos complexos do tipo B-(1-4)-manano O-acetilados, sendo o principal componente carboidratado. Em menor medida encontram-se polissacarídeos de alto PM aloérido, constituído por glicose, manose e arabinose.

Látex ou exsudato das folhas: derivados antracênicos (15-30%) encontrados sob a forma de heterosídeos (barbaloína, b-barbaloína, e iso-barbaloína) e somente uma pequena parte corresponde a derivados antracênicos livres (< 1%)(aloe-emodina).

NOTA: A maioria dos autores consideram a ALOÍNA e a BARBALOÍNA como sinônimos.

Outros: água (95%), ácidos essenciais, proteínas, glicoproteínas (lectinas), ácidos orgânicos (ácidos hexurônicos, pteroilglutâmico e glicurônico), enzimas (oxidase, catalase, amilase, aliinase), oxalato de cálcio, saponinas, saponinas esteroidais, hidroxicromonas, penta-hidroxiflavonas, etc. Foram identificados amino ácidos essenciais: lisina, treonina, triptofano, leucina, isoleucina, fenilalanina, metionina, valina; e amino ácidos não essenciais: ácido glutâmico, serina, ácido aspártico, glicina, alanina, prolina, erginina, tiramina e histidina.

Observações: A palavra “aloe” do árabe “Alloeh” significa amargo.

 

 

Referências: 

WORTHINGTON, H. V., et al. Interventions for preventing oral mucositis for patients with cancer receiving treatment. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011.

NORMAN, G., et al.; Antiseptics for burns. Cochrane Data-base of Systematic Reviews 2017.

SHAHAZAD, M.N., et al., Effectiveness of Aloe vera gel compared with 1% silver sulphadiazine cream as burn wound dressing in second degree burns. Journal of the Pakistan Medical Association 2013; 63(2): 225-230.

MOORE, Z.E.H., Cowman S. Wound cleansing for pressure ulcers. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013.

FARAHNIK, B., et al., Topical Botanical Agents for the Treatment of Psoriasis: A Systematic Review. American Journal of Clinical Dermatology, 2017, Vol.18 (4), p.451-469.

RESOLUÇÃO 5.052/11 da ANVISA-Agência Nacional de Vig-

ilância Sanitária, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2011

ALONSO, 2004

LORENZI & MATOS, 2002

http://www.tropicos.org/Name/18403421 acesso em 02 de julho de 2012

Tags: CicatrizanteContusõesCosméticoDores reumáticasHemorróida

ARNICA-DO-CERRADO

28/12/2019 00:30

Lychnophora ericoides   Mart.

Asteraceae (antiga Compositae) 


SinonímiasLychnophora brunioides var. affinis (Gardner) Sch. Bip, Lychnophora pinaster Mart., Vernonia pinaster (Mart.) Less., Lychnophora rosmarinus var. eurosmarinus Sch. Bip., entre outras.

Nomes populares: arnica-do-cerrado, arnica-mineira, arnica-brasileira, arnica-do-campo, candeia, pau-de-candeia e pinheirinho-do-campo.

Origem ou Habitat: gênero Lychnophora é endêmico dos campos rupestres dos estados da Bahia, Goiás e Minas Gerais (SEMIR, 1991). Situam-se em altitudes superiores a 800 m de altitude e localizam-se, em sua maior extensão, na cadeia do Espinhaço (MG), na chapada Diamantina (BA) e em suas disjunções, sobretudo em Goiás e Mato Grosso (MENEZES; GIULIETTI, 1986).

Os campos rupestres representam uma das áreas mais críticas e ameaçadas (LARA; FERNANDES, 1996; MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 1999.

Características botânicas: É uma espécie arbustiva de até 3 m de altura, com folhas lineares e estreitas (1-3 mm de largura) e inflorescências formadas por glomérulos contendo capítulos com flores violáceas; o fruto é do tipo cipsela e está localizado em diferentes regiões do capítulo floral (SEMIR, 1991).

Cipsela: nome dado aos aquénios (frutos) procedentes de um ovário ínfero e de mais de um carpelo. Ex: fruto das Asteraceae.

Partes usadas: Ramos, folhas e flores.

Uso popular: Contusão, inchaço, inflamação, hematomas, traumatismos e varizes.

Composição química: flavonóides, friedelina, quercetina, ácido lienofóico (derivado do cariofileno), 15-desoxigoiazenolídeo (lactona sesquiterpênica), glicosídeo.

Ações farmacológicas: Anti-inflamatório, anestésico e cicatrizante(CERQUEIRA et al., 1987; OLIVEIRA et al., 1996; BORSATO et al., 2000 Apud LOPES, S.W.,2008).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não usar internamente. É hepatóxico.

Contra-indicações: Não usar internamente.

Posologia e modo de uso: Infusão, extrato, cataplasma, pomada.

Cataplasma: infusão de uma xícara de chá dos ramos com folhas para 2 xícaras de água fervente. Aplicar nos locais afetados após esfriar;

Compressas: infusão de 2 xícaras de ramos cortados para meio litro de água. Esfriar e aplicar 3 vezes ao dia por 15 minutos.

Observações: Existe a espécie Lychnophora granmogolense (Duarte)Semir & Leitão Filho, com distribuição concentrada nos estados da Bahia e Minas Gerais, chamada de “arnica-da-serra”.
 

 

Referências: 
FERREIRA, Leandro de Santis – “Análise de variação populacional e caracterização dos metabólitos secundários presentes nas folhas de Lychnophora granmongolense (Duarte) Semir & Leitão Filho”. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, 2010. Acesso 16 Julho 2015.

GRAEL CF1, Vichnewski W, Souza GE, Lopes JL, Albuquerque S, Cunha WR. “A study of the trypanocidal and analgesic properties from Lychnophora granmongolense (Duarte) Semir & Leitão Filho.” Phytother Res. 2000 May;14(3):203-6.Acesso 16 Julho 2015

LOPES, S.W. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS DE AQUÊNIOS DE Lychnophora ericoides Mart. (arnica-do-campo) DE UMA POPULAÇÃO OCORRENTE NA SERRA DA BOCAINA, REGIÃO DO ALTO PARANAÍBA, MINAS GERAIS, 2008.

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies Lychnophora_pinaster.htm

http://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/1709/1/CaracteristicasFisicasFisiologicas.pdf- Acesso 14 Julho 2015.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-33062009000100027&script=sci_arttext

Acesso 14 Julho 2015. http://www.tropicos.org/Name/2701007?tab=synonyms – Acesso 14 Julho 2015.

Tags: Anti-inflamatórioContusõesInchaçoTraumatismosVarizes

ARNICA LÍNGUA-DE-VACA

28/12/2019 00:07

Chaptalia nutans  (L.) Polak.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasTussilago nutans L., Gerbera nutans (L.) Sch. Bip., Thyrsanthema ebracteata Kuntze, Thyrsanthema nutans (L.) Kuntze, Chaptalia texana Greene, Chaptalia nutans var. texana (Greene) Burkart, Chaptalia leonina Greene, etc.

Nomes populares: língua-de-vaca, costa-branca, fumo-do-mato, erva-de-sangue, língua-de-vaca-miúda, tapira, buglossa, chamama, serralha-de-rocha, arnica (DRESCHER, 2001).

Características botânicas: Erva acaule, com raízes ramificadas, de origem brasileira. As folhas sem pecíolo, de cor branca na parte inferior, inteiras ou dentadas, saem da mesma base da planta e são tomentosas para baixo. As inflorescências são capítulos de flores, cor róseo-pálida, e se apresentam em hastes terminais, emergindo do centro das folhas. O fruto-semente (aquênio) apresenta um papilho plumoso (DRESCHER, 2001).

Partes usadas: Folhas, flores e raízes (DUKE, 2009).

Uso popular: Dores musculares, torções, contusões, lombrigas intestinais, úlceras, vulnerária (GUPTA, 1995), asma, catarro, resfriados, tosse, convulsões, dermatite seborréica (caspa), dermatoses, diabetes, dispepsia, flatulência, problemas gástricos, brônquicos, hepáticos, intestinais e pulmonares, pressão alta, impotência, icterícia, escrófula, dores de estômago, sífilis, vermes, feridas, dor de cabeça, doenças venéreas, amenorréia (DUKE, 2009), facilitar a menstruação, herpes simples, gonorréia, inflamações, cólicas abdominais, disenterias, ferimentos expostos (sumo das folhas) (DRESCHER, 2001).

Composição química: Óleo essencial, cumarinas, resinas, mucilagens, taninos, pigmentos, flavonóides, princípio amargo, sais minerais (DRESCHER, 2001) ácido parasórbico e 3α-hidroxi-5-metilvalerolactona (partes aéreas), prunasina (folhas).

Ações farmacológicas: Vermífuga (DUKE, 2009). Furanocumarinas isoladas de raízes mostrou atividade antibacterianas em bactérias gram positivas (xv spmb 1998 p.130)

um estudo em ratos mostrou que a ação anti-inflamatória do extrato foi mais eficaz do que a do infuso (PubMed).

Interações medicamentosas: não há estudos com esta espécie.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: não há relatos.

Posologia e modo de uso: Uso externo: aquecer as folhas e aplicar em áreas doloridas e inflamadas; alcoolatura ou infusão para machucados e contusões. Uso interno: na literatura há indicação do uso de infusão ou decocção de folhas, flores e raízes (DUKE, 2009).

 

 

Referências: 
DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 84-85.

DUKE, J. A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S. I.]: CRC Press, 2009. p. 201-202.

FRANCO ,I.J. ; FONTANA V. L. Ervas & Plantas: a Medicina dos Simples. 9ª Ed., Erexim, RS: Editora Livraria Vida Ltda.,2004.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, D. C., Colômbia: CYTED-SECAB, 1995. p. 100-101.

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1997. p. 155.

http://www.tropicos.org/Name/2709746 – Acesso em: 21 de março de 2012.

Rev Biol Trop. 1999 Dec;47(4):723-7. Anti-inflammatory activity of aqueous extracts of five Costa Rican medicinal plants in Sprague-Dawley rats. Badilla B1, Mora G, Poveda LJ.

Tags: AsmaCatarroContusõesConvulsãoDiabetesDor de cabeçaDor muscularFlatulênciaHipertensãoIcteríciaImpotênciaResfriadoTosseÚlceras

ARNICA ERVA-LANCETA

27/12/2019 23:12

Solidago chilensis   Meyen.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasSolidago linearifolia DC., Solidago linearifolia var. brachypoda Speg., Solidago microglossa var. linearifolia (DC.) Baker.

Nomes populares: Arnica, arnica-brasileira, arnica-de-terreiro, arnica-da-horta, arnica-do-campo, erva-lanceta, lanceta, flecha, espiga-de-ouro, rabo-de-rojão, rabo-de-foguete, macela-miúda, marcela-miúda, sapé-macho, federal, erva-federa, etc.

Origem ou Habitat: América do Sul incluindo o sul e sudeste do Brasil.

Características botânicas: Subarbusto ereto, perene, não ramificado, entouceirado, rizomatoso, levemente aromático, de 80 até 120 cm, nativo na parte meridional da América de Sul, incluindo o sul e sudeste do Brasil. Suas folhas são simples, alternas, quase sésseis, ásperas ao tato, medindo entre 4 a 8 cm de comprimento. Capítulos florais pequenos, com flores amarelas, reunidas em inflorescências escorpióides dispostas na extremidade dos ramos, conferindo ao conjunto o aspecto de uma grande panícula muito ornamental. Multiplica-se por sementes e principalmente pelos rizomas.

Partes usadas: Inflorescências.

Uso popular: Externamente para ferimentos, escoriações, traumatismos, contusões, picadas de inseto, infecções. Na medicina veterinária suas inflorescências secas são queimadas para o tratamento de uma doença bacteriana que afeta os cavalos e caracterizada pela inchação dos gânglios do pescoço. Banhos com o infuso da planta inteira são usado para angina, contusões e reumatismos. Internamente é usada como sedativo, para distúrbios digestivos e para dor cabeça. Uma pesquisa recente demonstrou alívio da lombalgia com aplicação tópica de gel contendo extrato da planta.

Composição química: Quercitina (um flavonóide glicosídeo), taninos, saponinas, resinas, óleo essencial, diterpenos inulina e rutina, ácido quínico, ramnosídeos e ácido caféico, clorogênico e hidrocinâmico e seus derivados, 3-metoxibenzaldeído, acetofenona, solidagenona.

  • Flavonoides: Isorhamnetina, quercetina 3-O-ramnosideo, quercetina 3-O-galactosideo e rutina.
  • Diterpenos: Ácido junceico e solidagenona
  • Outros: Inulina (Frutano)

Ações farmacológicas: São as seguintes: vulnerária, analgésica, antiespasmódica, anticefalálgica. Estudos em laboratório confirmaram as ações antiinflamatória, antimicrobiana, anti-agregante plaquetária, antioxidante. Um estudo in vivo em sistema de teste vegetal demonstrou propriedades citotóxicas e antiproliferativas.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O uso interno deve ser feito com cautela, não há estudos de efeitos adversos.

Contra-indicações: Sensibilidade a componentes da planta.

Posologia e modo de uso: Uso externo: Aplicação tópica sobre a área afetada com auxílio de um pedaço de algodão ou compressas embebidos na tintura ou maceração em álcool de suas folhas e rizomas.

Observações: O nome popular “arnica” é, na verdade, aplicado a estas espécies pela similaridade de uso medicinal com a “arnica-verdadeira”: Arnica montana L., nativa das regiões montanhosas da Europa, porém não é cultivada nem se desenvolve bem aqui no Brasil, ao contrário do que afirmam muitas publicações sobre plantas medicinais.

 

 

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. 1072p.

BAGATINI, M. D. et al . Cytotoxic effects of infusions (tea) of Solidago microglossa DC. (Asteraceae) on the cell cycle of Allium cepa. Revista Brasileira de Farmacognosia,João Pessoa, v. 19, n. 2b, p. 632-636, Abril/Junho 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.- Acesso em: 15 julho 2010.

DRESCHER, L.(coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 65-66.

GASTALDI, Bruno et al. Solidago chilensis meyen (Asteraceae), a medicinal plant from South America. a comprehensive review: Ethnomedicinal uses, phytochemistry and bioactivity. Bol Latinoam Caribe Plant Med Aroma, [s.l.], v. 17, n. 1, p.17-19, jan. 2018.

GOULART, S. et al. Anti-inflammatory evaluation of Solidago chilensis Meyen in a murine model of pleurisy. Journal of Ethnopharmacology, [S. I.], v. 113, n. 2, p. 346-353, 2007. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p.170-171.

MARONI, B. C.; STASI, L. C.; MACHADO, S. R. Plantas Medicinais do Cerrado de Botucatu. São Paulo: UNESP, 2006. 60p.

SIMÕES, C. M. O. et al. Plantas da Medicina Popular no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora da Universidade-UFRGS, 1986. p. 68-69.

STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. Revisado e Ampliado. São Paulo: UNESP, 2002. p. 471-472.

http://www.tropicos.org/Name/2703256 – Acesso em: 15 e 16 de março de 2012.

Tags: ContusõesDor de cabeçaEscoriaçoesLombalgiaRepelenteReumatismoSedativoTraumatismos

ARNICA DA PRAIA I

27/12/2019 17:50

Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass.

Asteraceae 


SinonímiasCacalia porophyllum L., Cacalia ruderalis (Jacq.) Sw., Kleinia porophyllum (L.) Willd., Kleinia ruderalis Jacq., Porophyllum ellipticum Cass. , Porophyllum ellipticum var. ruderale (Jacq.) Urb., Porophyllum macrolepidium Malme, Porophyllum obscurum (Spreng.) DC, etc.

Nomes populares: Arnica, arnica-do-campo, couvinha, couve-cravinho, cravo-de-urubu, cravinho, couve-de-galinha, erva-couvinha(DRESCHER, 2001), herva-fresca(HOEHNE, 1978), couve-de-veado, arruda-de-galinha(GALINA, 1998), arnica-do-mato, picão-branco, arnica-da-praia, Pápaloquelite (México), etc.

Observação: Diversas espécies são conhecidas popularmente como “arnicas” saiba mais no link: Arnicas

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (LORENZI & MATOS, 2002).

Características botânicas: Planta herbácea, ereta, de caule ramificado na parte superior. Chega a medir 60 a 120 cm de altura. Suas folhas são verde-escuras, apresentando tom mais claro na face inferior. Flores brancas e fruto do tipo aquênio. Toda a planta exala cheiro característico, intenso (MATOS, 1997).

Partes usadas: Folhas, raízes.

Uso popular:  Planta utilizada pela população no combate a hipertensão, aterosclerose, varizes, hemorróidas, relatada no tratamento da pressão baixa e fadiga mental. Utilizada contra vertigens e hemorragias. Em forma de decocto é usada como diaforética e nas afecções do útero. O uso tópico da tintura na forma de compressa é utilizada para amenizar dores provocadas por batidas e contusões. Esta espécie é ainda utilizada na culinária como tempero.

Informações científicas: Não foram encontrados estudos clínicos e pré-clínicos referentes a esta espécie.

Observação do uso clínico em Florianópolis: Planta pouco citada na prática clínica. Utilizada pela população como planta alimentícia.

Modo de usar: A segurança do uso interno desta planta ainda não está bem estabelecida.

Cuidados no uso desta espécie:

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas e seus efeitos colaterais, o seu uso interno e/ou concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Deve-se evitar o uso durante a gestação e a lactação.

Em casos isolados pode provocar reações alérgicas com formação de vesículas e necrose (atentar para possíveis reações em pessoas com sensibilidade a plantas da família Asteraceae)

Composição química: A análise fitoquímica da planta Porophyllum ruderale demonstrou a presença dos seguintes constituintes: óleos essenciais(principalmente limoneno, α-pineno, mirceno e trans-ocimeno)(DEVINCENZI, et al., 1996), carotenóides, ácidos graxos, alcalóides, agliconas flavônicas, cumarinas, taninos catéquicos, aminas quatenárias, flavonóides, antocianinas, polissacarídeos, saponinas, mucilagens, compostos acetilênicos derivados do tiofeno, triterpenóides e derivados do timol, além de nitrato de potássio(DEVINCENZI, et al., 1996).

Composição do óleo essencial das partes aéreas de Porophyllum ruderale coletadas na Venezuela: foram identificados 23 compostos, os principais constituintes foram uma mistura de limoneno e B-felandreno (50,3%), sabineno (20,2%), undeceno (4,7%), 4-terpineol (3,8%), alfa-pineno (2,9%); Outros: germacreno-D (com atividade antibacteriana), undeceno, trideceno, cis-p-2-menthen-1-ol, linalol, mirceno, p-cimeno, alfa-terpineno, gama-terpineno, beta-cariofileno, p-mentha-1(7),8-dieno, etc.

  • Óleo essencial: α-copaeno, fitol, mirceno, dentre outros.
  • Derivados de Tiofeno: 5-metil-2,2 ′: 5 ′, 2 ″ -tertiofeno e 5′-metil- [5–4(4-acetoxi-1-butinil)] – 2,2 ′ bi-tiofeno.

 

Referências: 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p.170-171.

MARONI, B. C.; STASI, L. C.; MACHADO, S. R. Plantas Medicinais do Cerrado de Botucatu. São Paulo: UNESP, 2006. 56p.

SILVA, J. R. et al. Identificação da droga e do extrato fluido de Porophyllum ruderale Cass. – Compositae. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 13, 1994. Fortaleza-CE. Programas e Resumos. [Fortaleza-CE: Expressão, 1994]. N. 042.

SILVA, S. A. R. et al. Estudo das atividades farmacológicas [antiinflamatória e antiulcerogênica] e determinação da toxicidade aguda do extrato bruto hidroalcoólico da Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 14, 1996. Florianópolis,SC. Programa e Resumos. [Florianópolis, 1996?]. 88p

http://www.backyardnature.net/n/07/thumbs/070615pg.htm – Acesso em: 29 de março de 2012.

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000115053 – Acesso em: 29 de março de 2012.

http://people.ufpr.br/~marcia/artigos/arnica.pdf – acesso em 29 de março de 2012.

http://www.medicinatradicionalmexicana.unam.mx/monografia.php?l=3&t=P%C3%A1palo_o_papaloquelite&id=7743 – Acesso em: 29 de março de 2012.

Takahashi, Helena Teru; Novello, Claudio Roberto; Ueda-Nakamura, Tania; Dias Filho, Benedito Prado; Palazzo de Mello, Joao Carlos; Nakamura, Celso Vataru – Thiophene derivatives with antileishmanial activity isolated from aerial parts of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass- From Molecules (2011), 16, 3469-3478. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 7 Jul 2014.

RAGGI, Ludmila et al. Differentiation of twoPorophyllum ruderale(Jacq.) Cass. subspecies by the essential oil composition. Journal Of Essential Oil Research, [s.l.], v. 27, n. 1, p.30-33, out. 2014.

Rondon, Maria E.; Delgado, Jonathan; Velasco, Judith; Rojas, Janne; Rojas, Luis B.; Morales, Antonio; Carmona, Juan – Chemical composition and antibacterial activity of the essential oil from aerial parts of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. collected in Venezuela, From Ciencia (Maracaibo, Venezuela) (2008), 16(1), 5-9. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 7 Jul 2014.

TAKAHASHI, Helena Teru et al. Thiophene Derivatives with Antileishmanial Activity Isolated from Aerial Parts of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. Molecules, [s.l.], v. 16, n. 5, p.3469-3478, 26 abr. 2011.

Fonsceca, Maira C. M.; Barbosa, Luiz C. A.; Nascimento, Evandro A.; Casali, Vicente W. D.- Essential oil from leaves and flowers of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cassini (Asteraceae)-By – From Journal of Essential Oil Research (2006), 18(3), 345-347. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 7 Jul 2014.

http://www.postgradoeinvestigacion.uadec.mx/AQM/No.%204/AQM4fitoquimicos.html – Acesso em: 29 de março de 2012.

POROPHYLLUM ruderale (Jacq.) Cass. Disponível em: https://www.tropicos.org/name/2701154. Acesso em: 01 ago. 2020.

Tags: Anti-inflamatórioContusõesEdemaEscarashemorragiasHipotensãoLaxantePicada de CobraTraumatismos

ARNICA

27/12/2019 17:40

Arnica montana  L.

Família botânica Asteraceae

Fotografia de Meneerke Bloem CC BY 2.0

Nomes populares: Arnica, arnica-verdadeira, arnica-das-montanhas, panacéia-das-quedas, tabaco-das-montanhas, quina-dos-pobres, etc.

Observação: Diversas espécies da família botânica Asteraceae são conhecidas pelo nome popular “arnica”, sendo amplamente utilizadas na medicina popular em todo o Brasil. A origem etimológica da palavra arnica deriva do grego “arnakis”, que significa “pelos de carneiro” e provavelmente refere-se às sépalas cobertas de pelos macios que cercam a flor.

 

As informações a seguir são referentes a espécie Arnica montana L.

Origem ou Habitat: Arnica montana é uma planta perene de alta altitude nativa das encostas das montanhas na Europa, norte da Ásia, Sibéria e América, também conhecida como tabaco de montanha (KRIPLANI; GUARVE; BAGHAEL, 2017).

Características botânicas: Planta aromática perene de 0 a 60 cm, talo erguido, tomentoso, com poucos ramos e em cuja base localiza-se uma roseta de folhas lanceoladas, estendidas sobre o solo. As folhas superiores são menores, em forma de lança, do lado oposto e ligado diretamente ao caule. As flores são de cor amarela (às vezes alaranjadas), localizadas em localizadas em um capítulo terminal, aparecendo em meados do verão e início do outono (Europeu). O fruto é um aquênio de cor parda.

Partes usadas: Flores (capítulos florais)

A espécie Arnica montana, nativa da Europa, de difícil cultivo no Brasil, é a principal espécie comercializada por suas propriedades anti-inflamatórias. Seu extrato é incorporado a cremes e pomadas de uso externo.

No sul do Brasil, muitas espécies utilizadas pelas comunidades são conhecidas como arnica, o que pode causar confusões em relação à correta identificação botânica. O uso interno das arnicas deve ser evitado ou acompanhado de especialista devido às possíveis reações adversas

Uso popular:

Uso externo: contusões, traumatismos, distensão, escaras, feridas infectadas, úlceras crônicas, artrites, edema local associado a fraturas, hematomas, hemorróidas, dores musculares, reumáticas e articulares, picadas de inseto inflamadas, flebite superficial, insuficiência venosa crônica, sintomas de veias varicosas, frieiras superficiais, xampus para dermatite seborréica (caspa) e para estimular a circulação sanguínea no couro cabeludo (MILLS; BONE, 2000), infecções cutâneas como acne e furunculoses, inflamações da orofaringe, queimaduras de sol, queimaduras superficiais e pouco extensas, eritema de nádegas (BRUNETON, 2001).

A aplicação externa local na forma de creme, pomada ou gel ou na forma de cataplasma úmido composto por uma solução que contém uma colher de sopa de A. montana tintura para um quarto de litro de água morna leve é valorizado para tratamento de osteoartrite, alopecia e insuficiência venosa crônica (KRIPLANI; GUARVE; BAGHAEL, 2017).

Advertência: o uso interno da planta na forma de infusão ou tintura não é adequado, a planta é utilizada pela via oral apenas em formulações homeopáticas (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002)

O formulário de fitoterápicos da farmacopeia brasileira (2011), alerta que a planta não deve ser utilizada por via oral e em lesões abertas, em casos isolados pode provocar reações alérgicas com formação de vesículas e necrose. O documento também adverte que não deve-se utilizar por um período superior a sete dias em concentração recomendada de 3 g flores secas em 150 mL água para uso externo aplicado na forma de compressa, duas a três vezes ao dia como anti-inflamatório em contusões e distensões, nos casos de equimoses e hematomas.

Composição química: Constituintes, como flavonóides (0,4-0,6%), sesquiterpenos, acetilenos, hidroxicumarinas e ácidos fenil acrílicos e óleo essencial (0,2-0,35% nas cabeças das flores e 0,2-0,5% nas folhas), ácidos fenolcarbônicos [tal como ácido clorogênico (ácido 5-o-cafeoilquínico)], ácido cinarina 1,3-di-O-cafeoilquínico, ácido cafeico, umbeliferona, escopoletina, ácido 2-pirrolidinaacético e  epímeros C-1 dos dois ácidos pirrolizidínicos e após extração de Soxhlet por metanol traços de alcalóides pirrolizidínicos (tussilagina e isotussilagina), segundo Kriplani, Guarve e Baghael (2017), foram isolados das flores de Arnica montana L.. Além dos constituintes, as flores da espécie contêm  especialmente diferentes lactonas sesquiterpênicas, especialmente os ésteres helenalina e dihidro-helenalina, que parecem ser os principais princípios ativos da espécie, a quantidade total de lactonas sesquiterpênicas varia com a maturidade das flores secas. As lactonas sesquiterpênicas são relatadas como bons agentes anti-inflamatórios e citotóxicos. 

Além destes, hispidulina, isoramnetina, campferol, laciniatina, luteolina, patuletina, quercetina, espinacetina, tricina, 3,5,7-triidroxi-6,3’, 4’-trimetoxiflavona), terpenóides (sesquiterpênicos, inclusive derivados de helenalina e diideoelenalina – cerca de 0,5% – arnifolina e os arnicolídeos), óleos voláteis (até 1%, geralmente 0,3% – timol e seus derivados), princípio amargo (arnicina), ácido caféico, carotenóides, fitosteróis, resina, tanino (não especificado) são citados por Newall, Anderson e Phillipson (2002). 

Ações farmacológicas: A planta encontra-se descrita em Farmacopéias de vários países, inclusive em edições da Farmacopeia Brasileira. Tal como exposto por Maciel et al. (2006), em estudos animais foi confirmada a atividade antinflamatória de extratos da planta, atividade atribuía a presença de lactonas sesquiterpênicas do tipo helenalina (HALL et al., 1979; LYSS et al., 1997 apud MACIEL et al., 2006) explicados pela inibição seletiva do fator de transcrição NF-kappaB (RUNGELER et al., 1999; KLASS et al., 2002 apud MACIEL et al., 2006). As lactonas sesquiterpênicas desencadeiam também ação citotóxica contra hepatócitos humanos (WOERDENBAG et al., 1994 apud MACIEL et al., 2006) por isso seu uso interno não é recomendado.

Interações medicamentosas: A administração de tisanas ou tinturas pode interagir com drogas digitálicas devido a seu efeito inotrópico positivo (ALONSO, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A planta pode ocasionar efeitos tóxicos quando usada internamente (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002), pode haver irritação das membranas mucosas e sua ingestão pode causar náuseas, vômitos, dor no estômago, cólicas abdominais, agitação, convulsões, tontura, diarréia e tremores (MILLS; BONE, 2000), além de gastrenterite fatal, paralisia muscular (voluntária e cardíaca), palpitações, falta de ar e até morte (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002). O princípio tóxico responsável por esses efeitos é a helenalina. 

A aplicação tópica também deve ser moderada, pois formulações podem provocar dermatite, devido ao fato de a planta ser forte sensibilizante (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002). 

Além disso, o uso prolongado pode causar eczema, e se utilizada em pele não-íntegra pode causar dermatite edematosa com formação de pústulas. Em altas doses pode causar formação de vesículas e até necrose (MILLS; BONE, 2000). 

Contraindicações: Não deve ser ingerida exceto em diluições homeopáticas adequadas (ALONSO, 2004). Deve ser utilizada com cuidado em pessoas alérgicas (BOTSARIS, 2002), pois alguns indivíduos não toleram a aplicação tópica (dermatite de contato) (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002). Deve-se evitar uso em alérgicos a arnica ou a outras plantas da família Asteraceae (incluindo camomila, calêndula e mil-folhas) (MILLS; BONE, 2000). Não deve ser aplicada em feridas abertas (apenas em pele íntegra) e nem perto dos olhos e da boca. Ao primeiro sinal de reação o uso deve ser suspenso. O uso interno é contraindicado na gravidez, na lactação, em portadores de úlcera gástrica, epilepsia (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002) ou portadores de hepatopatia. Não recomenda-se o uso prolongado, mesmo que externamente (MILLS; BONE, 2000).

Posologia e modo de uso: Kriplani, Guarve e Baghael (2017) relatam que numerosas preparações homeopáticas da planta estão disponíveis no mercado. Além disso, segundo os autores, na farmacopéia européia (1809), a tintura de A. montana deve ser produzida a partir das flores da espécie que resultam em 0,04% de lactonas sesquiterpênicas expressas como tiglato de diidrohelenalina. A tintura contém uma parte da droga vegetal em 10 partes de etanol (60% (V/V) a 70% (V/V)). A tintura pode ser seca por evaporação e o extrato é incorporado em vários medicamentos fitoterápicos.
No formulário de fitoterápicos da farmacopéia brasileira (2021), as principais fórmulas com a espécie são: Preparação extemporânea com 2 g de flores em 100 mL de água; e Tintura com 10 g de flores em 100 g de álcool etílico 60% ou 70% (v/v).
Faz-se cataplasma para uso externo com a infusão da planta. Com a tintura da flor (10% m/v), incorpora-se 20 a 25 mL em pomadas base de pomada simples q.s.p. 100 g (BRASIL, 2021) e utiliza-se para distensões, contusões e dores musculares aplicando topicamente uma fina camada, de duas a três vezes ao dia, seguido de massagem.

 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 178-182.

ATHAYDE, A.E. et. al. Análise metabolômica entre dez arnicas tradicionais (Asteraceae) do Brasil. J Etnofarmacol. 30 de janeiro de 2021;265:113149. doi:  10.1016/j.jep.2020.113149. Epub 2020 21 de agosto. PMID: 32829056.

BLUMENTHAL, M. (ed.). The Complete German Comission E Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin, Texas: American Botanical Council, 1998. p. 83-84.

BOTSARIS, A. S. As fórmulas mágicas das plantas. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2002. p. 254-256.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira, 1ª edição. Brasília, 2011.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira, 2ª edição. Brasília, 2021.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 619-621.

CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. p. 170-312.

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HALL, I. H. et al. Starnes CO, Sumida Y, Wu RY, Waddell TG, Cochran JW, Gerhart KG. Anti-inflammatory activity of sesquiterpene lactones and related compounds. J Pharm Sci. 1979 May;68(5):537-42. doi: 10.1002/jps.2600680505. PMID: 311831. 

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MILLS, S.; BONE, K. Principles and Practice of Phytotherapy. Modern Herbal Medicine. [S. I.]: Churchill Livingstone, 2000. p. 269-272.

NEWALL, C. A.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Plantas Medicinais: Guia Para Profissional de Saúde. São Paulo: Premier, 2002. p. 40-41.

KRIPLANI, P., GUARVE, K., BAGHAEL, U. Arnica montana L. – a plant of healing: review. The Journal of pharmacy and pharmacology, 69, 8, 8 2017.


Tropicos.org. Jardim Botânico do Missouri. https://tropicos.org/name/2701747 acesso em 18 de maio de 2022.

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