COPAÍBA

08/01/2020 16:11

Copaifera langsdorffii  Desf.

Fabaceae   


 Sinonímias: Copaiba langsdorffii (Desf.)Kuntze, Copaifera nitida Mart. ex Hayne, Copaifera sellowii Hayne. 

Nomes populares:  Copaíba, copaíba-vermelha, óleo-vermelho, óleo-de-copaíba, pau-d’óleo, bálsamo-de-copaíba, etc. 

Origem ou Habitat: Brasil, Venezuela, Guianas e Colômbia. 

Características botânicas:  É uma árvore majestosa, podendo chegar a 40 m de altura, o tronco, rugoso e de cor escura, pode atingir 4 m de diâmetro e pode ter uma vida bastante longa (se não houver desmatamento ilegal na Amazônia) que varia entre 200 a 400 anos! Folhagem densa e constituída de folhas compostas, pinadas, alternas, com folíolos coriáceos de 3-6cm de comprimento. 

Partes usadas:Bálsamo (vulgarmente chamado de óleo). 

Uso popular:  Os indígenas da região amazônica usam o óleo de copaiba externamente para afecções da pele e contra picadas de insetos. Na medicina popular é usado como anti-inflamatório e cicatrizante local, em casos de disenteria, reumatismo, ferimentos, úlceras de pele e dermatoses em geral. O uso interno é referido como diurético, expectorante e para problemas urinários, genitais e respiratórios (Reader’s Digest, 1999). É usado na composição de cremes e sabonetes para acne (Lorenzi & Matos, 2002). 

Trabalhos mais recentes relatam o uso do bálsamo de copaíba para psoríase crônica. 

Composição química:  O óleo-resina é constituído por uma mistura de diterpenos (ácido copálico) e compostos sesquiterpênicos, principalmente o b-cariofileno, a-bergamopteno, a-himachaleno, b-selineno; e outros compostos. 

Ações farmacológicas: Anti-inflamatório, antimicrobiano e cicatrizante. 

Interações medicamentosas: Não foram encontradas na literatura pesquisada.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não foram encontradas na literatura pesquisada. 

Contra-indicações:  Não foram encontradas na literatura pesquisada. Por precaução evitar uso interno em gestantes e a quem amamenta. 

Posologia e modo de uso:  O uso local se faz sob a forma de fricções e aplicações sobre ferimentos e úlceras. Internamente em cápsulas e na forma de gotas diluídas em chás ou água. 

Observações: O bálsamo (vulgarmente chamado óleo), é acumulado em cavidades do tronco da árvore e pelo processo artesanal, é extraído através de furos e recolhido com auxílio de canaletas, apenas uma vez por ano. 

Além da espécie Copaifera langsdorffii, são citadas as seguintes espécies: Copaifera reticulata Ducke, Copaifera officinalis (Jacq.)L., Copaifera guyanensis Desf., Copaifera oblongifolia Mart. e Copaifera luetzelburgii Harms, sendo atribuída a todas a mesma utilização medicinal.
 

 

Referências:
Gelmini, Fabrizio; Beretta, Giangiacomo; Anselmi, Cecilia; Centini, Marisanna; Magni, Paolo; Ruscica, Massimiliano; Cavalchini, Alberto; Maffei Facino, Roberto – “GC-MS profiling of the phytochemical constituents of the oleoresin from Copaifera langsdorffii Desf. and a preliminary in vivo evaluation of its antipsoriatic effect”. From International Journal of Pharmaceutics (Amsterdam, Netherlands) (2013), 440(2), 170-178. | 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A.; Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A.; Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. 

Reader’s Digest Brasil Ltda, 1999 – Segredos e virtudes das plantas medicinais. 

http://www.tropicos.org/- Acesso 07 nov 2014. 

http://nplantas.com/copaiba-origem-botanica/ – Acesso 07 nov 2014.

Tags: AfecçõesAnti-inflamatórioCicatrizanteDisenteriaDiuréticoExpectoranteFeridasReumatismoÚlceras

CONFREI

08/01/2020 16:06

Symphytum officinale L.

Boraginaceae 


Sinonímias: Consolida major Garsault; Consolida major Gilib.; Symphytum ambiguum Pau.; Symphytum besseri Zaver.; Symphytum bohemicum F.W.Schmidt; Symphytum commune Faegri; Symphytum consolida Gueldenst.

Nomes populares:  Confrei, comfrey, consólida, erva-encanadeira-de-osso, etc.

Origem ou Habitat: Eurásia.

Características botânicas:  Herbácea perene, medindo de 30-120 cm de altura, possuindo rizomas desenvolvidos e mucilaginosos de cor marrom escuro e raízes fusiformes fasciculadas. As folhas são simples, alternas, oblongo-lanceoladas, ásperas, as superiores são sésseis e de menor tamanho, todas com a superfície inferior apresentando nervuras bem salientes. Flores hermafroditas, diclamídeas, pentâmeras, pêndulas, de corola tubulosa amareladas, violáceas ou rosadas, agrupadas nos ramos terminais. O fruto é um tetraquênio de cor negro brilhante.

Partes usadas: Folhas e raízes.

Uso popular:  É indicado para diversas afecções, como anti-inflamatório e cicatrizante de feridas, úlceras varicosas, furúnculos e irritações da pele. É usado cataplasma das raízes para o tratamento caseiro de fraturas dos ossos, queimaduras e picadas de insetos.

OBS.: a ingestão da planta deve ser evitada.

Composição química:  Contém mais de uma dúzia de alcalóides pirrolizidínicos (sinfitina, equimidina, elicopsamina, etc.) em concentração maior nas raízes.

Outros: taninos, mucilagem, alantoína, carotenos, vitaminas do complexo B, minerais (Si, Ca, K, Fe, I), açúcares, saponinas esterólicas e triterpênicas, esteróis e triterpenos livres, ácido clorogênico, ácido cafeico, etc.

Ações farmacológicas: Demonstrou atividades anti-inflamatórias, cicatrizante e na consolidação de fraturas ósseas. Existe um consenso sobre o emprego unicamente externo do confrei, devido à presença de alcalóides pirrolizidínicos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Estão relacionados aos alcalóides pirrolozidínicos, os quais podem ocasionar a longo prazo, enfermidade veno-oclusiva hepática e induzir a degeneração do hepatócito, cirrose e câncer.

Contra-indicações:  A presença de alcalóides pirrolizidínicos contra indica o uso interno do confrei.

Não se deve aplicar externamente sobre feridas abertas devido a absorção percutânea dos alcalóides.

Posologia e modo de uso: Somente uso externo, sob a forma de cataplasma, pomada, compressa.

Observações: A quantidade de alcalóides contidos em uma xícara de chá de folhas de confrei varia de 8,5 a 26 mg e das raízes a quantidade é bem mais elevada, o que pode provocar intoxicações graves, cujos sintomas só vão aparecer 3 a 4 anos mais tarde.

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MICHALAK, E., irmã. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis: Epagri, 1997.

Tags: AfecçõesAnti-inflamatórioCataplasmaCicatrizanteQueimaduraÚlceras

CIPÓ MIL-HOMENS

08/01/2020 15:50

Aristolochia spp.

Aristolochiaceae 


Nomes populares:  Urubu-caá, angelicó, calunga, capa-homem, contra-erva, batarda, jarrinha, cipó jarrinha, mil-homens, papo-de-peru, aristolóquia, caçaú, cassau, cassiu, chaleira-de-judeu, cipó-mata-cobra, erva-de-urubu, contra-erva, erva-bicha, giboinha, milhomem, papo-de-galo, camará-açú, crista-de-galo, raja, mata-porcos, mil-homens-do-ceará, mil-homens-do-rio-grande (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002),(LORENZI; MATOS, 2002),(CORRÊA; SIQUEIRA-BATISTA; QUINTAS, 1998).

Origem ou Habitat: No Brasil, ocorrem aproximadamente sessenta espécies distintas de Aristolochia (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002).

As espécies mais importantes no uso medicinal são:

Aristolochia cymbifera Mart. & Zucc. (regiões Sul e Sudeste, até a Bahia),

Aristochia triangularis Cham. (no Rio Grande do Sul),

Aristolochia esperanzae O. Kuntze (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul),

Aristolochia ridicula N.E.Br. (São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul),

Aristolochia brasiliensis Mart.&Succ.(do Nordeste),

Aristolochia arcuata Mast. (São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul) e

Aristolochia gigantea Mart.&Zucc. (caatinga) (LORENZI; MATOS, 2002).

O gênero ocorre também no Uruguai, Argentina e Paraguai (ALONSO; DESMARCHELIER, 2006),(GUPTA, 1995),(SIMÕES, 1998).

Características botânicas:  Trepadeira herbácea, de ramos finos e flexuosos, com a base engrossada com casca corticosa fissurada, folhas simples, de consistência membranácea, pecioladas, glabras, de 12-20 cm de comprimento. Flores solitárias, com a forma de urna muito característica, e frutos capsulares elipsoides deiscentes, com inúmeras sementes achatadas (LORENZI; MATOS, 2002). Rizoma tuberoso (CORRÊA; SIQUEIRA-BATISTA; QUINTAS, 1998).

Partes usadas: Caule, folhas e raízes.

Uso popular:  Na região amazônica, o decocto das folhas é útil contra cólicas abdominais e problemas estomacais, enquanto o banho preparado com folhas em água fria é utilizado contra dores de cabeça e dores musculares. Outros usos populares indicam que a raiz é tônica, estomáquica, estimulante, antisséptica, sudorífica, diurética, anti-histérica e útil contra febres graves, catarros crônicos, disenteria e diarreia; é usada também como abortiva e contra veneno de cobra (LORENZI; MATOS, 2002),(GUPTA, 1995)(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008). O chá da raiz é também usado como emenagogo, excitante, cicatrizante e contra úlceras crônicas, sarnas, caspa e orquites (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002),(LORENZI; MATOS, 2002),(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008). É empregada ainda para asma, gota, hidropisia, convulsões, epilepsia, palpitações, flatulência, prurido e eczemas e até como sedativa. Algumas regiões a usam contra anorexia, ansiedade, prisão de ventre e como anti-helmíntica (LORENZI; MATOS, 2002),(CORRÊA; SIQUEIRA-BATISTA; QUINTAS, 1998),(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008). Também para amenorreia (falta de menstruação)(LORENZI; MATOS, 2002)(DUKE; BOGENSCHUTZ-GODWIN; OTTESEN, 2008) e clorose (anemia por excesso de sangramento menstrual)(LORENZI; MATOS, 2002).

Composição química:  Os ácidos aristolóquicos são os principais componentes de inúmeras espécies do gênero Aristolochia. Outros componentes incluem terpenoides, alcaloides apoporfíricos, alcaloides aristolactâmicos, alcaloides do grupo da berberina, outros alcaloides, sesquiterpenolactonas, lignanas, beta-cariofileno, alfa-copaeno, beta-elemeno, gama-elemeno, alfa-humuleno e amidas (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002). Análises de raízes e caules tem demonstrado diterpenos e, nas folhas, sesquiterpenoides(LORENZI; MATOS, 2002).

Ações farmacológicas: Substâncias isoladas de A. versicolor e A. indica apresentaram atividade antifertilidade em alguns estudos; alguns apontam que o ácido aristolóquico é antiespermatogênico, por interferir na espermiogênese no estágio de formação das espermátides e reduzir a produção de células de Leydig maduras. O ácido aristolóquico de A. indica apresentou propriedades antiestrogênica e anti-implantacional. O ácido aristolóquico de A. rodix foi eficaz contra o veneno de ofídeos. Diterpenos isolados de A. albida agem como importantes antídotos de picada de cobra do gênero Naja. Constituintes químicos da A. manshuriensis obtidos por cultura celular apresentaram importante atividade cardiotônica. A magnoflorina, alcaloide obtido de várias espécies do gênero, diminui a pressão arterial em coelhos e induz hipotermia em camundongos. O ácido aristolóquico I promove contrações em músculos lisos isolados, enquanto uma atividade relaxante muscular inespecífica em músculos lisos foi descrita para o extrato etanólico de A. papillaris. Estudos com A. birostris demonstraram atividade analgésica e antitérmica e inibição das contrações induzidas por histamina, acetilcolina e ocitocina, a nível central. Atividade anti-inflamatória foi observada em A. tulobataA. multiflora possui atividade citotóxica. A. niaurorum demonstrou atividade antisséptica e cicatrizante. Atividade antifúngica e antibacteriana foi associada a A. papillarisA. gigantea e A. paucinervis também mostraram atividade antibacteriana. A. triangularis foi relacionada à atividade antiviral, enquanto A. paucinervis agiu contra Helicobacter pylori. A constatação da atividade citotóxica experimentalmente abre portas para estudos na área de oncologia (ALONSO,; DESMARCHELIER, 2006)..

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A presença de ácido aristolóquico contra indica o uso interno.

Contra-indicações:  Existem pelo menos 14 tipos de ácidos aristolóquicos (JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005). O consumo crônico da infusão da Aristolochia sp. por humanos leva ao aparecimento rápido de fibrose renal intersticial. Há evidências de que o ácido aristolóquico, além de levar a esta nefropatia, aumenta o risco de câncer urotelial. Estudos mostram o surgimento de lesões renais em um mecanismo dose-dependente em apenas 3 dias de tratamento com 10, 50 ou 100mg/kg por via oral em animais. Na Bélgica, na década de 90, uma contaminação de fitoterápicos chineses, usados para emagrecimento, com ácido aristolóquico proveninente de A. fangchi levou ao relato de dezenas de casos dessa nefropatia, além da associação nesses pacientes com o aumento do risco para carcinoma urotelial. Depois se soube de casos semelhantes em outros países da Europa, Japão, Estados Unidos, etc. Por causa da semelhança da clínica e da histologia entre a “nefropatia da erva chinesa” e a nefropatia dos Bálcãs, iniciou-se uma série de investigações que sugerem que o ácido aristolóquico também é o agente etiológico desta última. A nefropatia dos Bálcãs também cursa, além da lesão tubulointersticial rapidamente progressiva, com pressão arterial normal, leucocitúria asséptica, proteinúria de baixo peso molecular e anemia precoce e severa. A doença afeta homens e mulheres que vivem em áreas rurais da Bósnia, Croácia, Romênia e Sérvia, caracterizada por início insidioso, invariável progressão para insuficiência renal crônica e forte associação com carcinoma urotelial. Estudos epidemiológicos evidenciaram a ocorrência focal da doença em certas vilas e famílias, mas não um padrão de herança da doença. Os achados, entretanto, não são definitivos quanto à associação entre o ácido aristolóquico e a nefropatia endêmica, e outros agentes etiológicos continuam sendo discutidos, como a contaminação da água com toxinas do carvão, e a ocratoxina A, uma toxina proveniente de alguns fungos, também associada à nefrotoxicidade e carcinogênese e encontrada em altos níveis no sangue de indivíduos das áreas de alta endemicidade da doença. planta proibida em vários países, não deve ser usada interna mente.

Observações: O nome do gênero Aristolochia vem do grego: aristos = bom e lochia = nascimento, parto. Segundo a Teoria das Assinaturas, a forma curvada da flor de uma das espécies (Aristolochia clematitis) lembra o feto em posição antes do nascimento, razão pela qual a planta era usada popularmente para facilitar o parto (STASI; HIRUMA-LIMA, 2002).

Aristolochia triangularis possui acido aristolóquico em suas raízes .

 

Referências:
ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas Medicinales Autoctonas de La Argentina. Buenos Aires: Fitociencia, 2006.

CORRÊA, A. D.; SIQUEIRA-BATISTA, R.; QUINTAS, L. E. Plantas Medicinais: Do Cultivo a Terapêutica. Petrópolis: Vozes, 1998.

DUKE, J. A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s handbook of medicinal plants of Latin America. Boca Raton: CRC Press, 2008.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia:. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995.

GROLLMAN, A. P. et al. Aristolochic acid and the etiology of endemic (Balkan) nephropathy. Proceedings of the National Academy of Sciences, [S. I.], v. 104, n. 29, 12129-12134, 2007.

JUNIOR, V. F.; PINTO, A. C.; MACIEL, M. A. Plantas medicinais: cura segura. Química nova, [S. I], v. 28, n. 3, p. 28-519, 2005.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

SIMÕES, C.M.O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1988.

STASI L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. São Paulo: Editora UNESP, 2002.

http://www.tropicos.org/NameSearch.aspx?name=Aristolochia&commonname – acesso em 20 de março de 2012.

Tags: AbortivoAnsiedadeAntissépticaAsmaCefaléiaCicatrizanteCólicaDiarreiasDisenteriaDiuréticoEczemaEmenagogoFebreFlatulênciaPruridoSarnaSedativoSudoríficaTônicoÚlceras

CENTELA

07/01/2020 22:41

Centella asiatica  (L.) Urban.
Apiaceae  


Sinonímias: Hydrocotyle asiatica L. 

Nomes populares:  Centela, centela-da-ásia, centela-asiática, hidrocótila, bevuláqua, cairu-su, pé-de-cavalo, dinheiro-em-penca, pata de elefante, pata-de-cavalo, corcel, pata-de-mula, pata-de-burro, cairuçu-asiático, erva-de-tigre, codagem. 

Origem ou Habitat: Nativa da Ásia. 

Características botânicas:  Erva perene, rasteira, acaule, estolinífera, rizomatosa, com estolões de até 30 cm de comprimento e confundido com ramos, que formam sobre o solo um tapete semelhante a um gramado. Folhas simples, longo-pecioladas, surgidas diretamente dos nós dos rizomas, de 4-6cm de diâmetro. Flores pequenas, de cor esbranquiçada, reunidas em pequenas umbelas curto-pedunculadas que surgem na base da folha. Multiplica-se em nossas condições principalmente por rizomas e estolões. 

Partes usadas:Folhas. 

Uso popular:  Ativação da circulação sanguínea como coadjuvante no tratamento das doenças vasculares (insuficiência venosa), auxiliar na digestão estomacal e intestinal, anti depressiva. Uso externo como cicatrizante para eczemas, úlceras, pruridos e feridas pós-cirúrgicas, para eliminação da celulite, como estimulante cutâneo e da irrigação sanguínea, em úlceras venosas e para irritação vaginal. Prevenção de rugas e flacidez, para hemorróidas, úlceras cutâneas, queimaduras, erisipela e infecção cutânea, tosse e catarro amarelo, febres em infecções bacterianas. Indicada como complemento na massagem de cicatrizes fibrosas e hipertróficas. 

Composição química:  Saponosídeo triterpênico (asiaticosídeo), saponinas, flavonóides, quercetina, aminoácidos, sais minerais, açúcares, ácidos graxos, ácidos triterpênicos (ácido indocentóico e ácido madecásico), resinas, taninos, óleo essencial (cineol, alcanfor, farnesol, felandreno, germacreno D, n-dodecano, α-pineno, p-cimol, β-cariofileno), β-caroteno , vitamina C (13,8mg/100g), fitosteróis, alcalóide (hidrocotilina). 

  • Triterpenos pentacíclicos: Ácido asiático, ácido madecássico, ácido madasiático, ásiaticosideo A-F, braminosideo, madasiaticosideo, dentre outros. 
  • Óleo essencial: β-Cariofileno, α‐humuleno, terpineno-pineno, dentre outros. 
  • Flavonóides: Canferol, astragalina, catequina, rutina, naringina, glicosídeo de quercetina, dentre outros. 
  • Sesquiterpenos: Bicicloelemeno, trans- farneseno, ermacreno, dentre outros. 
  • Esteroides: Campesterol, estigmasterol, sitosterol, dentre outros. 

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, cicatrizante, depurativa, digestiva, tônica, lipolítica (anticelulítica), diurética, reconstituinte, expectorante, resolutiva, venotrópica (estimulante circulatória), febrífuga, antibacteriana, psicotrópica. 

Interações medicamentosas: Fenilbutazona e dexametasona interferem na velocidade de reparação em feridas experimentais em ratas. Doses altas podem interferir com terapias hipoglicemiantes ou aumentar a concentração de colesterol sérico.  

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Em altas doses por via oral pode causar fotossensibilidade, sonolência, fraqueza, cefaléia, vertigem, gastrite, hipotensão arterial e estado narcótico leve a moderado. Em alguns pacientes observou-se elevação do colesterol total. A aplicação do pó sobre feridas dérmicas pode causar sensação ardente. Pode originar dermatite de contato. 

Contra-indicações:  Contra-indicada em crianças, em casos de epilepsia, hiperlipidemia e durante a gravidez. Não se recomenda seu uso oral por mais de seis semanas consecutivas, principalmente em casos de gastrite ou úlcera duodenal. 

Posologia e modo de uso: 

  • Uso interno – infusão de uma colher (sobremesa) de folhas secas moídas em uma xícara de chá de água, 2x/dia.  
  • Uso externo – 3 colheres (sopa) de folhas picadas em ½ litro de água, para aplicação local ou banhos de assento. Pasta feita com a planta recente ou o pó da planta sobre a região a tratar. 

OBS.: Existe confusão entre esta espécie e a Hydrocotyle bonariensis Lam.(acariçoba).
 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 316-322. 

BOTSARIS, A. S. As fórmulas mágicas das plantas. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2002. p. 332-334. 

BYLKA, Wiesława et al. Centella asiatica in cosmetology. Advances In Dermatology And Allergology, [s.l.], v. 1, p.46-49, 2013. 

BYLKA, Wiesława et al. Centella asiaticain Dermatology: An Overview. Phytotherapy Research, [s.l.], v. 28, n. 8, p.1117-1124, 7 jan. 2014. 

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Traduzido por Del Fresno Á. V.; Accame, E. C.; Lizabe, M. R. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 696-697. 

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 218. 

GRAY, Nora E. et al. Centella asiatica: phytochemistry and mechanisms of neuroprotection and cognitive enhancement. Phytochemistry Reviews, [s.l.], v. 17, n. 1, p.161-194, 20 set. 2017. 

SABARAGAMUWA, Rasangani; PERERA, Conrad O.; FEDRIZZI, Bruno. Centella asiatica (Gotu kola) as a neuroprotectant and its potential role in healthy ageing. Trends In Food Science & Technology, [s.l.], v. 79, p.88-97, set. 2018. 

SEEVARATNAM, Vasantharuba et al. FUNCTIONAL PROPERTIES OF CENTELLA ASIATICA (L.): A REVIEW. Int J Pharm Pharm Sci., Madurai, v. 4, n. 5, p.8-14, 2012 

HASHIM, P. Centella asiatica in food and beverage applications and its potential antioxidant and neuroprotective effect. International Food Research Journal, Selangor, v. 18, n. 4, p.1215-1222, 2011. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 475

Tags: Anti-depressivaCicatrizanteCirculaçãoEczemaFebreHemorróidaPruridoQueimaduraTosseÚlceras

CANCOROSA-DE-TRÊS-PONTAS

05/01/2020 17:00

Jodina rhombifolia (Hook. & Arn.) Reissek.
Santalaceae  


Sinonímias: Celastrus rhombifolius Hook. & Arn., Iodina rhombifolia Hook. & Arn., Jodina bonariensis (DC.) Kuntze, Jodina cuneifolia (L.) Miers. 

Nomes populares:  Cancorosa-de-três-pontas, espinheira-de-três-pontas, erva-cancorosa, cancorosa, sombra-de-touro. 
Origem ou Habitat: Espécie nativa do Sul do Brasil, principalmente na mata de pinhais de SC e na Depressão Central do Rio Grande do Sul, sendo contudo rara. É mais frequente no Uruguai, Argentina e Paraguai. (LORENZI & MATOS, 2002). 

Características botânicas:  Pequena árvore de até 4 m de altura, perenifolia. Folhas alternas, simples, coriáceas, rombiformes, com os lados e o ápice terminados em espinho, curtamente pecioladas, verde-escuras, glabras, medindo até 7 cm de comprimento e 2,5 cm de largura. Flores hermafroditas, monoclamídeas, pentâmeras, às vezes tetrâmeras, actinomorfas, pequenas, branco-amareladas, dispostas em inflorescências do tipo glomérulo nas axilas das folhas. Fruto carnoso, globoso, amarelo-rosado quando maduro, doce, separando-se em cinco partes iguais. (SIMÕES et al., 1986). 

Partes usadas:Folhas e cascas. 

Uso popular:  As folhas são utilizadas para tratamento de problemas estomacais e resfriados. Externamente são usadas como cicatrizante para tratar úlceras, carcinomas e pólipos nasais. 

As folhas de Jodina rhombifolia (Hook & Arn) Reissek (Santalaceae) são utilizadas na medicina popular da Argentina para o tratamento do alcoolismo. 

Composição química:  Nas folhas foram encontradas gomas, mucilagem, ácidos orgânicos, compostos fenólicos, esteróides e triterpenóides, taninos pirocatéquicos e alcalóides (1983). Algum tempo depois foram detectados os Glicosilflavonóides: orientin, swertisin, vicenin-2 e vitexina. Nas sementes foram encontrados ácidos graxos acetilênicos. 

Ações farmacológicas: Em experimentos com ratos foram observadas atividades anti-úlcera gástrica, antiespasmódica e procinética (modular a motilidade do trato gastrointestinal).  

O extrato aquoso mostrou atividade antibacteriana contra Pseudomonas syringae. 

O extrato aquoso liofilizado de Jodina rhombifolia reduz acentuadamente o consumo voluntário de etanol em ratos Wistar machos. A redução de consumo foi de magnitude notável e estável durante o tratamento de 10 dias (TEVES et al., 2015). 

Observações: O composto vicenin-2 já foi patenteado como medicação antiespasmódica e procinético. 

Esta espécie está ameaçada de extinção pelo desmatamento e comercialização. É confundida com a espinheira-santa (Maytenus ilicifolia).

 


 

Referências:
BUCHWALD-WERNER, Sybille; Fujii, Hajime – ” Vicenin 2 and analogs thereof for use as an antispasmodic and​/or prokinetic agent for preventing or improving digestive disorders“.(Patente) From PCT Int. Appl. (2013), WO 2013079623 A1 20130606. (Scifinder) Acesso 04 JAN 2016. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 

MONTANHA, Jarbas A.; Schenkel, Eloir P.; Cardoso-Taketa, Alexandre T.; Dresch, Ana P.; Langeloh, Augusto; Dallegrave, Eliane – “Chemical and anti-​ulcer evaluation of Jodina rhombifolia (Hook. & Arn.) Reissek extracts” From Revista Brasileira de Farmacognosia (2009), 19(1A), 29-32. (SCIFINDER) Acesso 04 JAN 2016. 

SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. 4.ed./Cláudia Maria Oliveira Simões et al. – Porto Alegre: UFRGS, 1986.  

SOBERON, Jose R.; Sgariglia, Melina A.; Dip Maderuelo, Maria R.; Andina, Maria L.; Sampietro, Diego A.; Vattuone, Marta A. ” Antibacterial activities of Ligaria cuneifolia and Jodina rhombifolia leaf extracts against phytopathogenic and clinical bacteria”. From Journal of Bioscience and Bioengineering (2014), 118(5), 599-605. (ScifinderAcesso 04 JAN 2016. 

TEVES Mauricio Roberto; Wendel Graciela Haydee; Pelzer Lilian Eugenia ” Reduction in voluntary ethanol intake following repeated oral administration of Jodina rhombifolia lyophilized aqueous extract in male Wistar rats” From Journal of ethnopharmacology (2015), 161, 170-4. |(Scifinder) Acesso 04 JAN 2016. 

http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/ Acesso 04 JAN 2016. 

http://www.infoescola.com/farmacologia/procineticos/ Acesso 04 JAN 2016. 

http://www.tropicos.org/Name/28500360?tab=synonyms/ Acesso 7 DEZ 2015. 

Tags: AlcoolismoCarcinomaCicatrizanteResfriado

CALÊNDULA

05/01/2020 16:31

Calendula officinalis  L. 
Asteraceae (Compositae)  


Nomes populares:  Bem-me-quer, margarida-dourada, maravilhas, maravilhas-dos-jardins, calêndula-hortense (Portugal), pot marigold (Inglês, Estados Unidos), etc.

Origem ou Habitat: Mediterrâneo e Ilhas Canárias.

Características botânicas:  Calendula officinalis é uma planta herbácea, anual, com flores compostas de cor variando do amarelo ao alaranjado. A espécie é amplamente cultivada, como planta ornamental, em hortas domésticas por todo o Brasil. A calêndula pode ser propagada pelo plantio de suas sementes em sementeiras e posterior replantio de suas mudas em local com incidência direta de sol ou a meia sombra

Partes usadas: Flores.

Uso popular:  : A calêndula é usada na medicina popular como cicatrizante para ferimentos, queimaduras, furúnculos, abscessos e irritações, para sintomas de acnes (espinhas), conjuntivites, otites crônicas e periodontais. Utilizada no tratamento de infecções do aparelho genital feminino e no sapinho infantil (candidíase oral). A flor da calêndula é utilizada como alimentícia, ornamental e na preparação de corantes para alimentos e tecidos pela população. É uma planta muito utilizada na preparação de cremes e pomadas caseiras.

Informações científicas: 👥(HU): Demonstrou-se em um estudo clínico randomizado (ECR) potencial atividade no alívio do quadro de gengivite  e em um relato de caso potencial atividade contra queilite. Outros ECR demonstraram potencial uso na prevenção de dermatites em pacientes com exposição a radioterapias, no auxílio à cicatrização após procedimentos cirúrgicos e no tratamento de candidíase  e vaginose bacteriana.

Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as flores da calêndula apresenta boa resposta quando utilizada externamente em infecções de pele, acnes, queimaduras solares e dermatites de fraldas. O infuso das flores também pode ser usado para afecções da boca (aftas e gengivites). Compressas frias do chá ajudam a diminuir a dor e edema da região perineal no período pós-parto.

Modo de usar:

Observação: Não se utilizam as folhas.

Uso externo: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das flores secas ou até 2 flores frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, usar o chá externamente com o auxílio de um pano limpo ou algodão diretamente nos locais das lesões.

Tintura: Utilizar 20 gramas das flores rasuradas para 100 ml de álcool etílico 70% ou 90% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 20 gotas diluídas em água 3x ao dia. Para aplicação na pele: Diluir 1:3 em água e aplicar no local indicado por meio de compressa de duas a quatro vezes ao dia. Remover a compressa após 30 a 60 minutos. Na cavidade bucal, administrar por bochechos e gargarejos 2 ml da tintura em 100 ml de água de duas a quatro vezes ao dia como auxiliar no tratamento de afecções inflamatórias leves da pele, boca e garganta.

Cuidados para o uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Evitar o uso interno desta espécie.

Não utilizar as folhas desta planta.

Não usar a tintura em pessoas com hipersensibilidade aos componentes da formulação ou a plantas da família Asteraceae.

Composição química: 

  • Óleo essencial: apresenta uma concentração variável, até 0,12% em flores liguladas e até 0,4% em receptáculo; mono e sesquiterpenos oxigenados (carvona, geranilacetona, cariofilencetona, mentona, isomentona, y-terpineno, y e α-cadineno, cariofileno, a e b-iononas, etc.
  • Carotenoides: calendulina, b-caroteno, licopeno, neolicocina, rubixantina, violaxantina, citroxantina, zeína, crisantemoxantina, flavoxantina, auroxantina, luteína, etc. Os carotenoides são compostos estáveis, sendo solúveis em gorduras e insolúveis em água.
  • Flavonóides: são constituídos principalmente por derivados do quercetol (quercetin-3-0-glicósido) e do isorramnetol.
  • Álcoois triterpênicos pentacíclicos: arnidiol, faradiol, a e b-amirina, ácido faradiol-3-mirístico, ácido faradiol-3-palmítico, lupol, taraxasterol, calenduladiol, etc.
  • Outros: ácido málico, mucilagens, saponinas, resinas, gomas, taninos, poliacetilenos, esteróis (b-sitosterol, estigmasterol, campesterol, metil-enecholesterol e colesterol), ácido salicílico, princípio amargo (calendina) e inulina (raiz). (Alonso, 2004).

Ações farmacológicas: Possui propriedades antibacterianas e fungicidas, devido principalmente aos terpenos oxigenados. Ação antiviral, antiedematosa e anti-inflamatória verificada na experimentação animal (Proença da Cunha et al., 2003).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Nas doses usuais não é tóxico. Em alguns países é considerada suplemento alimentar.

Contra-indicações:  É contra-indicada para gestantes e a quem amamenta.

Posologia e modo de uso: Infusão – uma colher das de sobremesa das flores secas em uma xícara de água. Tomar até três xícaras ao dia. Para uso externo ou lavagens vaginais, deve ser feito cozimento com 60 ou 80 gramas das flores para um litro d´água. Pode ser usada na forma de pomadas ou cremes.

Observações: Usada como medicinal e como corante pelos árabes e hindus desde a antiguidade.
 

 

Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LOPES, A.M.V. Plantas usadas na medicina popular do Rio Grande do Sul. Santa Maria: UFSM, 1996.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 5ª ed. São Paulo: Ibrasa, 1997 .

PROENÇA DA CUNHA et al. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

http://www.tropicos.org/ – Acesso em: 16 de maio de 2011.

http://www.henriettesherbal.com/faqs/medi-cont.html – Acesso em 20: de julho de 2011.

Tags: AlergiaAsmaCicatrizanteOtitesQueimadura

BAGA-DE-SANGUE

30/12/2019 23:25

Rivina humilis   L.
Petiveriaceae 


SinonímiasSegundo o site de nomenclatura botânica www.tropicos.org existem 51 sinonímias para esta espécie, algumas são: Piercea acuminata Raf., Rivina brasiliensis Nocca, Rivina laevis L., Rivina canescens G. Don ex Steud., Rivina humilis var. glabra L., Rivina humilis var. puberula (Kunth) Moq., Rivina portulaccoides Nutt., Rivina tinctoria Ham. ex G. Don, Solanoides pubescens Moench.

Nomes populares: Mercúrio, sangue-de-boi, pigeon berry, baga-de-pombo, Bloodberry, baga-de-sangue, Rouge Plant, planta-de-baga-vermelha, Baby Pepper, Coral Berry, aña keu keu (Bolivia, aguarati izozog), etc.

Origem ou Habitat: Ela cresce bem no Caribe e na América tropical e agora é amplamente naturalizada na Indo-Malásia e Pacífico (Swarbrick, 1997 e Wealth of India, 2008 apud MOHAMMAD I.K. et all, 2012).

Partes usadas: Frutos.

Uso popular: Esta plantinha chegou ao horto didático com o nome de “mercúrio” e usado como cicatrizante em pequenos cortes.

O extrato dos frutos da Rivina pode ser usado como um corante natural em bebidas e alimentos.

Composição química: Frutos frescos: Betalaínas totais (betaxanthinas + betacianina); hidratos de carbono, açúcares redutores, e celulose; proteínas e fenóis.

Frutos secos: Betalaínas (indicaxantin, dopaxantin, vulgaxantin, Glutamine-Bx, Aspartic acid-Bx, Hydroxynorvaline-Bx (Humilixanthin), Betanin, Betanidin, Tyrosine-Bx, Dopamine-Bx) (MOHAMMAD I.K. et all, 2012). Além de lipídios e fibras.

Ações farmacológicas: Antioxidante.

Observações: Esta planta é atraente para as abelhas, borboletas e aves.

Betalaínas são pigmentos nitrogenados contendo ácido betalâmico como cromóforo. Eles são relatados exclusivamente em 13 famílias da ordem Caryophyllales (excluindo Caryophyllaceae e a Molluginaceae) em resposta da natureza à ausência de antocianinas em si. Dois grupos principais de betalaínas são betacianinas vermelho-violeta e betaxanthinas amarelo-laranja.

Relatório recente sobre a segurança alimentar de Rivina humilis indica que futuramente o suco de seus frutos poderia ser uma fonte de betalaínas (MOHAMMAD I.K. et all, 2012)..

 

Referências: 
MOHAMMAD Imtiyaj Khan, P.S.C. Sri Harsha, P. Giridhar, , G.A. Ravishankar: “Pigment identification, nutritional composition, bioactivity, and in vitro cancer cell cytotoxicity of Rivina humilis L. berries, potential source of betalains.” LWT – Food Science and Technology – Volume 47, Issue 2, July 2012, Pages 315–323. – Acesso 26 Abril 2016.

Khan, Mohammad Imtiyaj; Sri Harsha, P. S. C.; Chauhan, A. S.; Vijayendra, S. V. N.; Asha, M. R.; Giridhar, P. “Betalains rich Rivina humilis L. berry extract as natural colorant in product (fruit spread and RTS beverage) development”. From Journal of Food Science and Technology (New Delhi, India) (2015), 52(3), 1808-1813. Acesso 28 Abril 2016.

http://davesgarden.com/guides/pf/go/58615/Acesso 26 Abril 2016.

http://www.tropicos.org/Name/24800051 – Acesso 26 Abril 2016.

Tags: Cicatrizante

BABOSA

30/12/2019 23:17

Aloe vera  (L.) Burm. f.

Xanthorrhoeaceae (antigamente Liliaceae, recentemente Asphodelaceae) 


SinonímiasAloe barbadensis Mill., Aloe chinensis (Haw.) Baker, Aloe perfoliata var. vera L., etc.

Nomes populares: Aloé, babosa, babosa-grande, babosa-medicinal, erva-babosa, aloé-do-cabo, caraguatá-de-jardim (Brasil) (LORENZI & MATOS, 2002), aloes (Spanish), Barbados aloe (English, United States), bitter aloe (English, United States), lu hui (Pinyin, China), sábila, aloe del Mediterraneo, acíbar, zábila (Espanhol),etc).

Origem ou Habitat: Existem ao redor de 360 espécies de aloes que habitam em zonas tropicais. Alguns autores acreditam que a Aloe vera é originária da Ilha de Socotra (noroeste da África), entre a Somália e Yemen, sendo subespontânea na zona do Mediterrâneo (norte da África e sul da Europa). Pertence ao grupo de plantas xerófitas, isto é, muito adaptadas a ambientes secos (ALONSO, 2004).

Características botânicas: Aloe sp. é uma planta herbácea, xerófita, suculenta e sem caule. A parte central da folha apresenta uma mucilagem (gel) transparente que deve ser observado e separado do látex amarelo que exsuda em canais na epiderme da folha. Esse látex é rico em antraquinonas, substâncias laxativas, nefro e hepatotóxicas. Seu cultivo não exige muita água e sua propagação ocorre por separação de brotos laterais. Existem outras espécies do gênero Aloe que são cultivadas, sendo a espécie Aloe arborescens a mais utilizada em Florianópolis.

Partes usadas: Gel (parte mucilaginosa), látex (suco, exsudato ou acíbar).

Uso popular: Planta muito utilizada na medicina popular em todo o mundo, como cicatrizante em casos de queimaduras,
lesões na pele, como “hidratante” da pele e cabelo, nas hemorróidas e para gastrite.             A espécie Aloe arborescens é usada pela popu-
lação para o tratamento de câncer, sem. evidência científica.

Informações científicas:

👥(HU): Há fraca evidência do benefício de Aloe sp. em mucosite e moderada evidência da diminuição da dor em queimaduras. O gel preparado com 98% da parte interna da folha demonstrou ser mais vantajoso que sulfadiazina de prata no tratamento de queimaduras. O benefício do gel como agente de limpeza em úlceras de pressão foi inconclusivo, e a evidência do seu benefício na psoríase ainda é limitada.

Observação do uso clínico em Florianópolis: Utiliza-se a mucilagem das folhas da babosa externamente em casos de queimaduras, ferimentos, eczemas (psoríase) machucados e picadas de insetos; para afecções do couro cabeludo pode-se utilizar externamente a mucilagem misturando-a com polpa de abacate. Apresenta boa resposta nas hemorróidas.

Modo de usar

Aplicar sobre a área afetada a mucilagem removida da parte interna da folha após remoção dos espinhos com auxílio de uma faca. Para lesões do couro cabeludo a mucilagem pode ser acrescentada à polpa de um abacate para a aplicação direta no local da lesão. Uso do gel ou como supositório (pedaço da mucilagem deixado no congelador) aplicado diretamente na hemorróida.

Cuidados no uso desta espécie 

O uso da babosa concomitantemente com outros medicamentos pode levar a alterações no metabolismo de diversos fármacos (Ver no tópico “interações medicamentosas”).

Evitar uso interno em gestantes, lactantes e crianças menores de 6 anos.

Devido à presença de antraquinonas, que conferem o sabor amargo a planta, o uso interno é contraindicado. A ingestão de pequenas doses deve ser feito apenas quando a mucilagem não apresentar o sabor amargo demonstrando a ausência desses compostos.

O uso da babosa em alimentos ou em bebidas é vedado pela Resolução 5.052/11 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Composição química: Gel: polissacarídeos mucilaginosos, destacando-se os glicomananos e mananos (0,2% a 0,3% do gel fresco). O acemanan é uma mescla de polissacarídeos complexos do tipo B-(1-4)-manano O-acetilados, sendo o principal componente carboidratado. Em menor medida encontram-se polissacarídeos de alto PM aloérido, constituído por glicose, manose e arabinose.

Látex ou exsudato das folhas: derivados antracênicos (15-30%) encontrados sob a forma de heterosídeos (barbaloína, b-barbaloína, e iso-barbaloína) e somente uma pequena parte corresponde a derivados antracênicos livres (< 1%)(aloe-emodina).

NOTA: A maioria dos autores consideram a ALOÍNA e a BARBALOÍNA como sinônimos.

Outros: água (95%), ácidos essenciais, proteínas, glicoproteínas (lectinas), ácidos orgânicos (ácidos hexurônicos, pteroilglutâmico e glicurônico), enzimas (oxidase, catalase, amilase, aliinase), oxalato de cálcio, saponinas, saponinas esteroidais, hidroxicromonas, penta-hidroxiflavonas, etc. Foram identificados amino ácidos essenciais: lisina, treonina, triptofano, leucina, isoleucina, fenilalanina, metionina, valina; e amino ácidos não essenciais: ácido glutâmico, serina, ácido aspártico, glicina, alanina, prolina, erginina, tiramina e histidina.

Observações: A palavra “aloe” do árabe “Alloeh” significa amargo.

 

 

Referências: 

WORTHINGTON, H. V., et al. Interventions for preventing oral mucositis for patients with cancer receiving treatment. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011.

NORMAN, G., et al.; Antiseptics for burns. Cochrane Data-base of Systematic Reviews 2017.

SHAHAZAD, M.N., et al., Effectiveness of Aloe vera gel compared with 1% silver sulphadiazine cream as burn wound dressing in second degree burns. Journal of the Pakistan Medical Association 2013; 63(2): 225-230.

MOORE, Z.E.H., Cowman S. Wound cleansing for pressure ulcers. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013.

FARAHNIK, B., et al., Topical Botanical Agents for the Treatment of Psoriasis: A Systematic Review. American Journal of Clinical Dermatology, 2017, Vol.18 (4), p.451-469.

RESOLUÇÃO 5.052/11 da ANVISA-Agência Nacional de Vig-

ilância Sanitária, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2011

ALONSO, 2004

LORENZI & MATOS, 2002

http://www.tropicos.org/Name/18403421 acesso em 02 de julho de 2012

Tags: CicatrizanteContusõesCosméticoDores reumáticasHemorróida

AVEIA

28/12/2019 02:11

Avena sativa  L.

Familia botânica:Poaceae 

SinonímiasAvena byzantina K. Koch, Avena fatua subsp. sativa (L.) Thell., Avena fuscoflora Schur, e outras 166 sinonímias.

Nomes populares: Aveia, aveia-comum, aveia-branca(BRA), avena (Spanish), cultivated oat (English, United States), Oat (English), yan mai, etc.

Partes usadas: Farinha ou flocos.

Características botânicas: A Avena sativa é uma planta anual, bem adaptada ao clima subtropical do sul do Brasil, sendo cultivada nos três estados. Seus flocos são facilmente adquiridos no comércio de alimentos. Os grãos da aveia possuem casa forte e fibrosa, que não é comestível, sendo necessário sua remoção. Os grãos descascados são submetidos ao vapor para inativação de enzimas, tostados e então flocados. O método deflocagem produz flocos grandes ou inteiros, flocos médios e finos, que quando submetidos à moagem fornecem a farinha e o farelo de aveia.

Uso popular:  A aveia tem sido muito utilizada ao longo dos anos na alimentação humana e animal. Na medicina caseira tem seu emprego no equilíbrio do ciclo menstrual, alívio da dismenorreia, osteoporose e infecção do trato urinário. É considerada estimulante, antiespasmódica, diurética e neurotônica. O leite de aveia é utilizado para aliviar afecções da pele.

Informações científicas:

👥(HU): A literatura reporta que o uso tópico da aveia é eficaz como coadjuvante no tratamento de dermatites e assaduras.N ão há evidência clara do benefício de dietas contendo grãos integrais sobre os fatores de risco de doenças cardiovasculares como pressão arterial e dislipidemia.

Observação do uso clínico em Florianópolis: A aveia pode ser utilizada na alimentação de pessoas convalescentes (em processo de recuperação após doenças) ou em casos de dislipidemia (colesterol elevado). Utiliza-se a água de aveia com boa resposta em casos de dermatoses pruriginosas (que causam coceiras), em banhos para dermatites de fraldas e em compressas para aliviar queimaduras de sol.

Modo de Usar

Acrescentar na dieta alimentar o mingau da farinha de aveia ou dos flocos de aveia para pessoas convalescentes ou com dislipidemia.

Preparo de água de aveia: Colocar duas colheres de sopa de flocos de aveia orgânico em um pano limpo, enrolar para manter a aveia empacotada e posteriormente emergir em uma bacia contendo meio litro de água; ficar apertando até a água ficar “leitosa”. Utilizar essa água para fazer banhos em compressas para dermatoses pruriginosas (coceiras), dermatites de fraldas e queimaduras do sol.

Cuidados no uso desta espécie: 

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso. Não existem estudos sobre a con-traindicação dessa planta.

Referências: 

KALAAJI, A. N.; WALLO, W., A randomized controlled clinical study to evaluate the effectiveness of an active moisturizing lotion with colloidal oatmeal skin protectant versus its vehicle for the relief of xerosis. Journal Of Drugs In Dermatology. Rochester, p. 1265-1268. 1 out. 2014

REYNERTSON, A. K. et al., Anti-inflammatory activities of colloidal oatmeal (Avena sativa) contribute to the effectiveness of oats in treatment of itch associated with dry, irritated skin. Journal Drugs Dermatology.. Skillman, p. 43-48. jan. 2015

33. Kelly S., et al., Whole grain cereals for the primary or secondary prevention of cardiovascular disease. Cochrane Data-base of Systematic Reviews 2017, Issue 8. Art.34.

Brown L, Rosner B, Willett W W, Sacks F M. Cholesterol-lowering effects of dietary fiber: a meta-analysis. American Journal of Clinical Nutrition 1999; 69(1): 30-42.

WORTHINGTON, H. V., et al. Interventions for preventing oral mucositis for patients with cancer receiving treatment. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011.

SINGH, Rajinder; De, Subrata; Belkheir, Asma Avena sativa (Oat)​, A Potential Neutraceutical and Therapeutic Agent: An Overview – Critical Reviews in Food Science and Nutrition (2013), 53(2), 126-144. (Scifinder art. 8) Acesso 8 SET 2015.

ZHANG, Wei-Ku; Xu, Jie-Kun; Zhang, Li; Du, Guan-Hua “Flavonoids from the bran of Avena sativa” – Zhongguo Tianran Yaowu (2012), 10(2), 110-114. (Scifinder art.9) Acesso 8 SET 2015.

http://www.tropicos.org/Name/25509314?tab=synonyms – Acesso 9 SET 2015.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Aveia-comum – Acesso 9 SET 2015.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-oxidanteAnticolesterolêmicoAntidiabéticoCicatrizante

AROEIRA

28/12/2019 00:37

Schinus terebinthifolia  Raddi.

Anacardiaceae 


SinonímiasSacortheca bahiensis Turcz., Schinus mellisii Engl., Schinus mucronulata Mart., Schinus terebinthifolia var. damaziana Beauverd, Schinus terebinthifolia var. raddiana Engl.

Nomes populares: Aroeira, aroeira-branca, aroeira-da-praia, aroeira-do-brejo, aroeira-do-campo, aroeira-do-paraná, aroeira-mansa, aroeira-negra, aroeira-pimenteira, aroeira-precoce, aroeira-vermelha, aguaraíba, bãlsamo, cabuí, Cambuí, coração-de-bugre, corneíba, fruto-de-raposa, fruto-de-sabiá, coração-de-bugre.

Características botânicas: Árvore mediana com 5-10 m de altura, perenifólia, dióica, de copa larga e tronco com 30-60 cm de diâmetro, revestido de casca grossa. Folhas compostas imparipinadas, com 3 a 10 pares de folíolos aromáticos, medindo de 3 a 5 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura. Flores masculinas e femininas muito pequenas, dispostas em panículas piramidais. Fruto do tipo drupa, globóide, com cerca de 5 cm de diâmetro, aromático e adocicado, brilhante e de cor vermelha, conferindo às plantas, na época da frutificação, um aspecto festivo. Ocorre ao longo da Mata Atlântica desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Pode ser cultivada a partir de sementes ou por estaquia.

Uso popular: As cascas em decocção em banhos de assento são usadas principalmente por mulheres por vários dias após o parto como antiinflamatório e cicatrizante, além de serem indicados para reumatismos, artrite, distensões, dores e fraquezas musculares, ciática e inflamações em geral. As preparações feitas com suas cascas podem ser usadas no tratamento tópico de ferimentos na pele e das mucosas em geral, infectados ou não, nos casos de cervicite e hemorróidas inflamadas, e inflamações das gengivas e da gargantas na forma de gargarejos, bochechos e compressas feitas com o cozimento. A casca é também utilizada no tratamento de doenças dos sistemas urinário e respiratório, hemoptise, hemorragia uterina, azia, gastrite como depurativa, febrífuga, no tratamento de afecções uterinas e para uso local em menorragia e leucorréia. A decocção da entrecasca é utilizada em uso interno para tosse, diarréia e reumatismo. As folhas e frutos são adicionados à água de lavagem de feridas e úlceras. Na região do Vale do Ribeira(SP), o macerado das folhas em aguardente é usado externamente como cicatrizante, analgésico e contra coceiras. A infusão das folhas é usada internamente contra reumatismo e a mastigação das folhas frescas é indicada como cicatrizante e para gengivites. Ferver a aroeira com folha de batata é indicado para gargarejos em problemas de afecções das cordas vocais. Outras indicações medicinais incluem seu uso como tônica, diurética, estimulante, analgésica, adstringente, hemorragia/sangramento, calafrios, gripes, resfriados, conjuntivite, hemoptise, Os frutos são usados como substitutos de pimenta, vendidos como “pimenta-rosa”.¹ Além dos usos medicinais, fornece madeira para mourões, lenha e carvão, e é amplamente cultivada na arborização de ruas e praças.

Composição química: Alto teor de tanino, biflavonóides e ácidos triterpênicos nas cascas e de até 5% de óleo essencial formado por mono e sesquiterpenos nos frutos e nas folhas. Em todas as partes da planta foi identificada a presença de pequena quantidade de alquil-fenóis, substâncias causadoras de dermatite alérgica em pessoas sensíveis. Os principais componentes do óleo essencial das folhas foram α-pineno, β-mirceno, ∆-2-careno, p-cimeno e limoneno, e dos frutos trans-carveol, carvacrol, limoneno glicol, elemol, óxido de cariofileno, 10-epi-γ-eudesmol, β-eudesmol e α-eudesmol(6). Nas folhas da planta foram encontrados os seguintes minerais: cálcio (2020 mg/100 g), cobre (1,11 mg/100 g), ferro (6,70 mg/100 g), magnésio (97,9 mg/100 g), manganês (3,04 mg/100 g), zinco (2,26 mg/100 g) e sílica (0,2%).

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, cicatrizante, antimicrobiana para fungos e bactérias, tônica, adstringente, anti-reumática, anticancerígena, antidepressiva, antihepatotóxica, antiviral, afrodisíaca, digestiva, diurética.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Podem aparecer fenômenos alérgicos na pele e mucosas; caso isso aconteça, suspenda o tratamento e procure o médico o mais cedo possível(4). Os frutos podem causar irritação do trato gastrointestinal.

Contra-indicações: Sugere-se o uso com moderação, evitando-se o uso prolongado, por tratar-se de espécie com vários efeitos tóxicos. Não deve ser usada em gestantes, pois foi observado em laboratório efeito de contração uterina.

Observações: A aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Allemão) possui as mesmas propriedades e pode ser usada da mesma maneira, para as mesmas indicações, em sua região de ocorrência mais para o interior do país, enquanto a espécie descrita é mais acessível às populações do litoral. Aroeira salso (Schinus molle L.) também é utilizada como medicinal e na culinária.

 

 

Referências: 
DUKE, James A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, Mary Jo; OTTESEN, Andrea R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [s. l.]: CRC Press, [2009?]. Pp. 610-612.

FRANCO, Ivacir João; FONTANA, Vilson Luiz. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim-RS: Livraria Vida, 2004. Pp. 124.

LOPES, Maria de Fátima Gomes et al. Estudo mineral de plantas medicinais. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE. MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife, 2000?]. Pp. 125.

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