ESTRONDO
Tagetes minuta L..
Asteraceae (antiga Compositae)
Tagetes minuta L..
Asteraceae (antiga Compositae)
Stevia rebaudiana (Bertoni) Bertoni.
Sinonímias: Eupatorium rebaudianum Bertoni.
Nomes populares: Etévia, azuca-caá, caá-hé-e, caá-jhe-hê, caá-yupi, capim-doce, eira-caá, erva-adocicada, estévia, folha-doce, planta-doce, hah’e, estévia-de-brasília.
Origem ou Habitat: Nativa do Brasil, na área de domínio da Floresta Tropical Atlântica.
Características botânicas: Herbácea perene, semi-ereta, de 40-80cm, podendo chegar até 1 metro de altura, muito ramificada¹; caule pardo, pubescente, ramificado e folioso até o ápice; folhas simples, de pouco mais de 1cm de comprimento, opostas, subsésseis, obtusas e cuneiformes na base; flores esbranquiçadas, reunidos em pequenos capítulos terminais, e sua floração ocorre no verão; a raiz é pivotante. Geralmente perde a parte aérea depois de 1 ano, rebrotando em seguida a partir de sua parte subterrânea. Multiplica-se por sementes e estaquia.
Partes usadas: Folhas.
Uso popular: Conhecida durante séculos pelos índios guaranis do Paraguai e Brasil como adoçante, principalmente para adoçar o chá mate muito consumido por esses povos. É empregada com fins medicinais como tônico para o coração, contra obesidade, hipertensão, azia e para fazer baixar os níveis de ácido úrico. É usada como tônico vascular, exerce efeito calmante sobre o sistema nervoso, eliminando a fadiga, a depressão, a insônia e a tensão. Estimula as funções digestivas e cerebrais e age como anti-inflamatória. É refrigerante, diurética, antidiabética. É anticárie e contraceptiva. Usada contra obstipação (intestino preso). Na China, empregam a stévia como estimulante de apetite, enquanto os indígena do Paraguai atribuem a suas folhas propriedades contraceptivas (Alonso, 2004).
Composição química: Os resultados das análises fitoquímicas mostram a presença de 5 a 10% de steviosídeo (A,B,D e E), 2 a 4% de rebaudiosídio A e dulcosídio (A e B). Apresenta também steviobiosídio, saponinas, taninos e óleo essencial, que contém álcool benzílico, a-bergamoteno, bisaboleno, borneol, b-bouboneno, a e g-cadineno, calacoreno, clameneno, centaureidina, carvacrol, cosmosiina. O esteviosídeo é o principal componente da planta e tem um poder adoçante 300 vezes superior a sacarose e pode representar até 18% da composição total da folha.
Ações farmacológicas: A planta possui uma importante atividade hipoglicemiante, e a maior parte dos estudos centraram-se nesta propriedade. Estudos com humanos (diabéticos e obesos) demonstraram que as curvas de tolerancias a sobrecarga de glicose pós-prandial foram melhores naqueles que receberam o extrato da stévia, comparado ao hipoglicemiante oral (glibenclamida). No Paraguai, estudos também realizados em humanos, mostraram resultados satisfatórios como hipoglicemiante, sem efeitos adversos. Tanto o esteviosídio quanto o rebaudiosídio A demonstraram um efeito protetor frente aos germes constituintes da placa bacteriana dental. Também se constatou um efeito bactericida em extratos aquosos da stévia contra uma ampla gama de bactérias infectantes de alimentos, como a E. coli. In vitro, o extrato inibiu a replicação de quatro sorotipos de rotavirus humano. Vários experimentos com animais demonstraram atividade anti-hipertensiva do componente esteviosídio, inibindo o efeito contrátil de vasopressina e fenilefrina no músculo liso de ratas.
Efeitos adversos e/ou tóxicos: Cerca de 1.000 toneladas anuais de extrato de stévia são consumidas no Japão, sem que nenhum efeito tóxico tenha sido denunciado ao Japanese Food and Drug Safety Center. Estudos com animais não mostraram índices de toxicidade.
Contra-indicações: Alguns usos populares indicam a stévia como contraceptiva. Na literatura consultada, apenas Duke, no Medicinal Plants of Latin America, coloca que o uso da stévia deve ser evitado na gestação e lactação, já que os dados que atestam a segurança do uso nessas condições são insuficientes.
Posologia e modo de uso: Infusão de uma colher de chá de folhas por xícara, 2 vezes ao dia. As folhas secas podem ser trituradas, resultando em um pó fino, de 10 a 15 vezes mais doce que o açúcar. Outra preparação como adoçante recomenda uma colher de sopa das folhas verdes para cada copo de bebida. Outra infusão, com uma colher de chá de folhas por xícara, filtrada e com a adição do suco de um limão e gelo também é recomendada. Toma-se um copo por dia.
Referências:
ALONSO, J. Fitomedicina: Curso para Profissionais da Área da Saúde. [S. I.], Pharmabooks Editora, 2008. p. 138.
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 1102-1105.
CORRÊA, A. D., SIQUEIRA-BATISTA, R.; QUINTAS, L. E. M. Plantas Medicinais: Do Cultivo à Terapêutica. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. p. 190.
CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 9-308.
DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 68.
DUKE, J.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S.i.]: CRC Press, 2009. p. 669-670.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 173.
http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Stevia_rebaudiana.htm
SIMÕES, C.M.O. et al.(Orgs.) Farmacognosia – da planta ao medicamento. Porto Alegre/Florianópolis: UFRGS/UFSC, 1999. 821p.
KOVACEVIC, Danijela Bursać et al. Innovative technologies for the recovery of phytochemicals from Stevia rebaudiana Bertoni leaves: A review. Food Chemistry, [s.l.], v. 268, p.513-521, dez. 2018.
MOMTAZI-BOROJENI, Amir Abbas et al. A Review on the Pharmacology and Toxicology of Steviol Glycosides Extracted from Stevia rebaudiana. Current Pharmaceutical Design, [s.l.], v. 23, n. 11, p.1616-1622, 12 maio 2017.
FERRAZZANO, Gianmaria et al. Is Stevia rebaudiana Bertoni a Non Cariogenic Sweetener? A Review. Molecules, [s.l.], v. 21, n. 1, p.38-50, 26 dez. 2015.
LEMUS-MONDACA, Roberto et al. Stevia rebaudiana Bertoni, source of a high-potency natural sweetener: A comprehensive review on the biochemical, nutritional and functional aspects. Food Chemistry, [s.l.], v. 132, n. 3, p.1121-1132, jun. 2012.
WOLWER-RIECK, Ursula. The Leaves of Stevia rebaudiana (Bertoni), Their Constituents and the Analyses Thereof: A Review. Journal Of Agricultural And Food Chemistry, [s.l.], v. 60, n. 4, p.886-895, 24 jan. 2012.
http://www.tropicos.org/Name/2716375 – acesso em 30 de setembro de 2013.
Vassobia breviflora (Sendtn.) Hunz.
Sinonímias: Acnistus breviflorus Sendtn., Dunalia breviflora (Sendtn.) Sleumer, Bassovia spina-alba Griseb.
Nomes populares: Esporão-de-galo, espora-de-galo, Marianeira de Espinho, Tomatinho de espinho, Assobiadeira e sabiáitiba (vem do Tupi Guarani e significa “Fruta do sabiá que tem espinho).
Origem ou Habitat: Ocorre na Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil, de São Paulo ao Rio Grande do Sul.(Sobral et al. 2013)..
Características botânicas: Arvoreta caducifólia de 2 a 3 m de altura, com caules lenticelados (com verrugas ou glândulas que fazem trocas gazosas), bifurcados ou múltiplos com casca pardacenta e com 3 a 6 cm de diâmetro a 30 cm do solo. Os ramos tem espinhos de 1 a 2 cm de comprimento, alternos e esparços. As folhas são simples, papiráceas (textura de papel), glabras (sem pelos) na face superior e sericeas (com pelinhos curtos e densos) na face inferior, medindo 09 a 15 cm de comprimento por 4,5 a 7 cm de largura, com base cuneada (com forma de cunha) e ápice acuminado (com ponta longa). As flores surgem nas axilas das folhas, em grupos de 3 a 7 sob pedicelos (haste ou suporte) de 1,8 a 2,6 cm de comprimento. As pétalas são formadas por corola (invólucro interno) roxa azulada com riscos brancos com 5 lobos ou recortes triangulares. Os frutos são bagas alaranjados de 0.7 a 1,2 cm de diâmetro e tem sabor adocicado com final (e por causa das sementes) amargo. Frutifica de novembro a fevereiro.
Partes usadas: Parte aérea.
Uso popular: O chá das folhas e cascas é usado popularmente para tumores e limpeza do sangue.
A planta é muito cultivada para atrair o sabiá e cerca de outras 30 espécies de pássaros. Os frutos podem ser consumidos in-natura ou em pratos salgados, ou ainda utilizados para fazer conservas ou para dar volume e um sabor mais leve a molhos de pimenta. É uma espécie útil em projetos de revegetação ou reflorestamentos
Composição química: Em um estudo com esta espécie Vassobia breviflora mais 5 espécies de Solanaceae, inclusive Withania somnifera, foram pesquisadas quimicamente e isolou-se 65 substâncias chamadas de whithanolides (incluindo withaferin A, withaferin A 4,27-diacetate, 27-O-glucopyranosylwithaferin A, withalongolide H, withalongolide C, withalongolide A, withalongolide A 4,27-diacetate, withalongolide A 4,19,27-triacetate, withalongolide B, withalongolide B 4-acetate, withalongolide B 4,19-diacetate, withalongolide D, withalongolide E, withalongolide G, and 2,3-dihydrowithaferin A 3-O-sulfate), que mostrou potente atividade citotóxica.
Withaferin A, um esteroide citotóxico de Vassobia breviflora, induz a apoptose em carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço.
Ações farmacológicas: Possui atividades antineoplásica, anti-inflamatória, bacteriostática.
“Stronger bacteriostatic power was detected in Vassobia breviflora (MIC=0.25 mg ml-1 against Staphylococcus aureus, and 0.5 mg ml(-1) against Enterococcus faecium“.
Observações: Existem outras espécies chamadas de esporão-de-galo, que são Pisonia aculeata L., Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. (Fotos abaixo).
Referências:
COHEN, Mark S.; Samadi, Abbas; Timerman, Barbara N. “Therapeutic methods with withaferin A and analogs.” From PCT Int. Appl. (2010), WO 2010053655 A2 20100514. (Scifinder) – Acesso 25 Maio 2016.
GROGAN, Patrick T.; Sleder, Kristina D.; Samadi, Abbas K.; Zhang, Huaping; Timmermann, Barbara N.; Cohen, Mark S. “Cytotoxicity of withaferin A in glioblastomas involves induction of an oxidative stress-mediated heat shock response while altering Akt/mTOR and MAPK signaling pathways.” From Investigational New Drugs (2013), 31(3), 545-557. (Scifinder) – Acesso 25 Maio 2016.
SALVAT A; Antonnacci L; Fortunato R H; Suarez E Y; Godoy H M. “Screening of some plants from Northern Argentina for their antimicrobial activity”. From Letters in applied microbiology (2001), 32(5), 293-7. – Acesso 25 Maio 2016.
SAMADI, Abbas K.; Tong, Xiaoqin; Mukerji, Ridhwi; Zhang, Huaping; Timmermann, Barbara N.; Cohen, Mark S. “Withaferin A, a Cytotoxic Steroid from Vassobia breviflora, Induces Apoptosis in Human Head and Neck Squamous Cell Carcinoma.” From Journal of Natural Products (2010), 73(9), 1476-1481. (Scifinder) – Acesso 25 Maio 2016.
SOBRAL, M.; Jarenkow, J.A. (org.); Brack, B.; Larocca, J.; Rodrigues, R.S. “Flora Arbórea e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil”. 2ª ed.- São Carlos: RiMA editora, 2013.
ZHANG, Huaping; Samadi, Abbas K.; Cohen, Mark S.; Timmermann, Barbara N.; ” Antiproliferative withanolides from the solanaceae: a structure-activity study”. IUPAC Commission. From Pure and Applied Chemistry (2012), 84(6), 1353-1367. (Scifinder) – Acesso 25 Maio 2016.
ZHANG, Huaping; Cao, Cong-Mei; Gallagher, Robert J.; Timmermann, Barbara N. “Antiproliferative withanolides from several solanaceous species”. From Natural Product Research (2014), 28(22), 1941-1951. (Scifinder) Acesso 24 Maio 2016.
http://www.colecionandofrutas.org/vassobiabreviflora.htm – Acesso 24 Maio 2016.
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/ Acesso em 24/5/2016
http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=879 – Acesso 24 Maio 2016.
http://www.tropicos.org/Name/29603756?tab=synonyms – Acesso 24 Maio 2016.
Monteverdia ilicifolia (Mart. ex Reissek) Biral
Sinonímias: Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek; Maytenus castaneaeformis Reissek; Maytenus castaneiformis Reissek; Maytenus macrodonta Reissek; Maytenus muelleri Schw.; Maytenus officinalis Mabb.;
Nomes populares: Espinheira-santa, cancerosa, cancorosa, espinho-de-deus, salva-vidas, sombra-de-touro, coromilho-do-campo, erva-cancerosa, erva santa (Brasil); quebrachillo, sombra-de-toro, concorosa, congorosa (Argentina, Uruguai, Rio da Prata).
Origem ou Habitat: O gênero Maytenus é pantropical, concentrando na América do Sul o maior número de espécies.
No Brasil, a espécie Maytenus ilicifolia é encontrada predominantemente na Região Sul, no entanto, ela pode ocorrer em outros Estados. As outras espécies do gênero Maytenus, como M. aquifolium e M. robusta, têm distribuição mais ampla. (Reis e Silva, 2004).
Características botânicas: Maytenus ilicifolia Mart. é planta arbórea, arbustiva ou subarbustiva, podendo atingir 5 m de altura. Folhas simples, inteiras, alternas, coriáceas e brilhantes, com margem inteira ou mais comumente espinescente, estípulas inconspícuas. Inflorescências axilares, fasciculadas, cimosa. Flores pequenas, esverdeadas, diclamídeas, dialipétalas, hermafroditas; 5 estames livres, ovário bilocular com disco nectarífero; fruto cápsula bi-valvar de cor vermelha; semente coberta por arilo carnoso e branco.
Partes usadas: Folhas e raízes.
Uso popular: Anticonceptivo, cicatrizante, vulnerário (curar feridas), anti-séptico, digestivo, antiespasmódico, contra hiperacidez e ulcerações do estômago, curar o vício da bebida e enfermidades do fígado, hidropisia devido ao abuso de álcool, diurético, antipirético, laxativo, anti-asmático, anti-tumoral e analgésico.
Informações científicas: 👥(HU): Apenas três estudos clínicos com pouca qualidade metodológica e baixo número amostral foram realizados até o momento. O primeiro foi realizado em sete voluntários sadios (fase I), durante 14 dias, não sendo observado nenhum evento adverso que pudesse ser associado ao uso da planta (Carlini, 1988). O segundo foi realizado em pacientes portadores de dispepsia alta ou úlcera péptica (10 pacientes no grupo tratado e 10 do grupo placebo), sendo que as cicatrizações aconteceram nos dois grupos, com grande perda de seguimento, sem diferença estatística. Apenas houve melhora na sintomatologia, que é um desfecho subjetivo (Geocze et al., 1988). O último estudo, também datado dos anos 1990, não verificou atividade do extrato sobre Helicobacter pylori, quando testado em 10 pacientes (Coelho et al., 1994).
Observações do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas da M. ilicifolia tem boa resposta quando utilizada em afecções de boca (gengivite, afta e após procedimentos odontológicos). Esta espécie também pode ser associada à erva-santa (Aloysia gratissima) em distúrbios estomacais, azia e gastrite.
Cuidados para o uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso. Deve ser evitado o seu uso interno em gestantes, lactantes e em crianças menores de 4 anos. Embora os estudos referentes à espécie Maytenus ilicifolia indiquem que a mesma possa ser usada com segurança nas doses preconizadas, o mesmo não se pode afirmar em relação à Zollernia ilicifolia, já que, apesar de possuir efeitos antiulcerogênico e analgésico, apresenta glicosídios cianogênicos. Quanto à Sorocea bonplandii, que também possui efeitos antiúlcera e analgésico, apresenta mais segurança em seu uso, já que não demonstrou ser tóxica.
Posologia e modo de uso:
🍵 Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.
Uso externo: emprega-se a infusão em forma de compressas, banhos, bochechos e gargarejos. M. ilicifolia pode ser associada com a espécie Erva Santa (Aloysia gratissima) para tratamento de úlceras gástricas com o uso interno da infusão preparada 1 xícara de água fervente com até 4 folhas frescas de cada planta até 3 vezes ao dia por no máximo 15 dias.
Observações: A espécie Maytenus ilicifolia é facilmente confundida com outras espécies que também apresentam folhas com margem espinescente. Exemplos são as espécies Monteverdia ilicifolia (Mart. ex Reissek) Biral e Monteverdia aquifolia (Mart.) Biral da família Celastraceae, Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel da família Fabaceae, Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. da família Moraceae, Berberis fortunei Lindl. da família Berberidaceae e Jodina rhombifolia (Hook. & Arn.) Reissek da família Santalaceae.
Composição química: Alcalóides: maitansina, maitanprina, maitanbutina e cafeína; terpenos: maitenina, tingenona, isotenginona III, congorosina A e B, pristimerina, celastrol, ácido maitenóico, friedelina friedelan-3-ol, maitenoquinona, β e δ-amirina, fitoesteróis (campesterol, ergosterol, β-sitosterol; outros: pristimerina e isopristimerina III (macrolídeos presentes na raiz); flavonóides (derivados da quercetina e kaempferol), leucoantocianidinas, ilicifolinosídeos A, B e C; ácido clorogênico; taninos hidrolizáveis (ac. tânico); traços de minerais e oligoelementos (ferro, enxofre, sódio e cálcio) e óleo fixo nas sementes. (Alonso, 2004).
Referências
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofarmacêuticos e Nutracêuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p.370-373
2. DUKE, J.A. Plantas medicinais da América Latina. Boca Raton, EUA: CRC Press, 2008.
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4. CONDE-HERNÁNDEZ, Lilia A.; ESPINOSA-VICTORIA, José R.; GUERRERO-COPPEDE, Juliana S. et al. Culturas celulares de Maytenus ilicifolia Mart. são fontes mais ricas de triterpenóides de quinone-methide do que raízes vegetais in natura. Célula vegetal, tecido e cultura de órgãos (pctoc), [s.l.], v. 118, n. 1, p.33-43, 23 mar. 2014.
5. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.
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8. PAZ, E. A.; BASSAGODA, M.; FERREIRA, F. Yuyos: uso racional de las plantas medicinales. Montevideo, Uruguay: Fin de Siglo, 1992.
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10. SANTOS-OLIVEIRA, Ralph; COULAUD-CUNHA, Simone; COLAÇO, Waldeciro. Revisão da Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek, Celastraceae. Contribuição ao estudo das propriedades farmacológicas. Revista Brasileira de Farmacognosia, [s.l.], v. 19, n. 2, p.650-659, jun. 2009.
11. SANTOS, Vânia A. F. F. M. et al. Antiprotozoal Sesquiterpene Pyridine Alkaloids from Maytenus ilicifolia. Journal Of Natural Products, [s.l.], v. 75, n. 5, p.991-995, 4 maio 2012.
12. SIMÕES, C. M. O. et al. Plantas da medicina popular no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986. p. 174. RODRIGUES, M. V. Qualidade de vida no trabalho. 1989. 180 f.. Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1989.
13. SOUZA, Lauro M. de et al. HPLC/ESI-MS and NMR analysis of flavonoids and tannins in bioactive extract from leaves of Maytenus ilicifolia. Journal Of Pharmaceutical And Biomedical Analysis, [s.l.], v. 47, n. 1, p.59-67, maio 2008.
14. MARIOT, M.P. ; BARBIERI, R.L.Metabólitos secundários e propriedades medicinais da espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. e M. aquifolium Mart.)Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.9, n.3, p.89-99, 2007.
15. LEITE, João Paulo V. et al. Constituents from Maytenus ilicifolia leaves and bioguided fractionation for gastroprotective activity. Journal Of The Brazilian Chemical Society, [s.l.], v. 21, n. 2, p.248-254, 2010.
16. MOSSI, Altemir José et al. Variabilidade química de compostos orgânicos voláteis e semivoláteis de populações nativas de Maytenus ilicifolia. Química Nova, [s.l.], v. 33, n. 5, p.1067-1070, 2010.
17. CARLINI, E. A.; FROCHTENGARTEN, M. L., Toxicologia clínica (Fase I) da espinheira-santa (Maytenus ilicifolia). In: (Ed.). Estudo de ação antiúlcera gástrica de plantas brasileiras (Maytenus ilicifolia “espinheira-santa” e outras. Brasília: CEME – Central de Medicamentos, 1988. 67-73
18. GEOCZE S.; et al., Tratamento de pacientes portadores com dispepsia alta ou úlcera péptica com preparações de espinheira-santa (Maytenus ilicifolia). In: (Ed. Estudo de ação antiúlcera gástrica de plantas brasileiras (Maytenus ilicifolia “espinheira-santa” e outras). Brasília:CEME– Central de Medicamentos, 1988. 75-87.
19. COELHO, L. G. V.; ANDRADE, A. M.; CHAUSSON, Y. et al. Maytenus ilicifolia (“Espinheira santa”), peptic ulcer and Helicobacter pylory. Gastroenterolologia Endoscopia Digestiva, 13, p. 109-112, 1994. Disponível em:
Boerhavia diffusa L.
Sinonímias: Boerhavia diffusa var. hirsuta (Jacq.) Kuntze, Boerhavia diffusa var. mutabilis R. Br., Boerhavia erecta L., Boerhavia coccinea Mill., Boerhavia caribaea Jacq., etc.
Obs.:Boerhavia hirsuta Willd.(ilegítimo), Boerhavia hirsuta Jacq.(legítimo).
Nomes populares: Pega-pinto, agarra-pinto, bredo-de-porco, erva-de-porco, batata-de-porco, tangaracá, erva-tostão (Brasil), yerba tostada, yerba tutón (Argentina).
Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal).
Características botânicas: O gênero Boerhavia descrito por Carl von Linnaeus, em 1753, inclui aproximadamente 50 espécies vegetais, e o nome do gênero foi em homenagem ao médico, químico e botânico holandês Hermann Boerhraave.
Trata-se de uma herbácea bienal ou perene, suculenta, medindo de 50 cm a 1,0 m de altura, com muitos ramos vegetativos rasteiros e poucos ramos eretos, pilosos, de onde partem folhas pequenas, simples, opostas, ovadoblongas de margens onduladas, pilosas e pecioladas, de cor verde claro na face inferior, medindo de 4-8 cm de comprimento. Flores pequenas, pediceladas, reunidas em panículas isoladas, de coloração esbranquiçadas ou vermelhas, dispostas bem acima da folhagem. Raiz tuberosa. Os frutos são pequenas cápsulas com pêlos glandulares que se aderem à roupa e à pele. Sua propagação é por sementes.
Partes usadas: A planta inteira, principalmente a raiz.
Uso popular: Segundo a Irmã Eva Michalak, esta planta é indicada para dispepsia, congestão do fígado, hepatite, nefrite, hidropisia, cálculos da vesícula biliar, retenção da urina e nervosismo.
Di Stasi assinala que na Região da Mata Atlântica o uso principal é na forma de infusão das folhas para expulsão de vermes (lombrigas) ou na infusão da planta toda contra hepatite e diarréia.
Pio Corrêa (1984) refere o uso da raiz para problemas do fígado, icterícia, excelente diurético e contra picadas de cobras.
Na forma de cataplasma feito com as raízes moídas e fervidas é usada contra mordedura de cobras e bicho-de-pé.
Na Índia, as raízes são usadas para tratar males do fígado, vesícula, rins e problemas urinários. Tem uso veterinário para abcessos de pele, onde é feito um emplasto com uma pasta misturada com vinagre(ALONSO, 2004).
Na Argentina a raiz é usada como colagogo, diurético (como diurético também os talos foliáceos), refrescante e purgante. A raiz é empregada como alimento.
No Paraguai costuma-se incorporar as raízes machucadas ao mate tererê como bebida refrescante e energizante.
Na Martinica empregam-se as folhas na forma de decocção para fazer gargarejos em casos de faringite e angina. A decocção ou o suco das folhas são recomendadas como analgésicas e anti-inflamatórias.
Na Guatemala é empregada para tratar erisipela e como antiparasitário.
Composição química: Alcalóides (concanvalina A, boerhavina), aminoácidos, ácido boerhávico, lignanas (liriodendrina, siringaresinol-B-glicosídeo), lipo-polissacarídeos, esteróis (beta-sitosterol, campesterol), ácido ursólico, liriodendrina, ácido esteárico, flavonóides, etc.
Ações farmacológicas: Foram demostradas as seguintes ações farmacológicas com extratos das raízes: hepatoprotetora, diurética, colerética, hipotensiva, antiparasitária, antimicrobiana, anti-inflamatória, anti-hemorrágica, antiespasmódica e imunomoduladora.
Interações medicamentosas: Não encontrada na literatura consultada.
Efeitos adversos e/ou tóxicos: Muitos testes foram feitos em animais para estudos sobre a toxicidade desta planta e nenhum detectou toxicidade nem teratogenicidade.
Contra-indicações: Não há referências sobre contra-indicações, porém, pelo princípio da precaução, não é recomendado extratos desta planta na gravidez e lactação.
Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.
DI STASI, L.C. & HIRUMA-LIMA, C.A., Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica – São Paulo: editora Unesp, 2002.
LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.
MICHALAK, E., irmã. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis: Epagri, 1997.
PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: IBDF, Ministério da Agricultura, Imprensa Nacional, 1984.
Sá, C.F.C. 2010. Nyctaginaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB010903)- acesso em 06 de fevereiro de 2013.
http://www.tropicos.org/Name/22500356?tab=synonyms – acesso em 06 de fevereiro de 2013.
Microgramma vacciniifolia (Langsd.& Fisch.) Copel.
Sinonímias: Anapeltis vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) J. Sm., Polypodium vacciniifolium Langsd.& Fisch., Marginaria vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) C. Presl.
Nomes populares: Erva-silvina, cipó-cabeludo, soldinha, solda, silvina, erva-tereza.
Partes usadas: Indicação popular de usar a planta toda.
Uso popular: Problemas renais, reumatismos, tosse, tosse com sangue. Segundo o Pe. Ivacir José Franco (2007), “é recomendado o uso para hemorragias internas e externas: urina com sangue, diarréia, vômitos, escarros sanguinolentos e sangue no nariz. É adstringente e auxiliar no tratamento de varizes, males dos rins e bexiga”.
Composição química: Partes aéreas: β-sitosterol, hopan-22-ol, 6-metoxiapinenin-7-O-β-D-allopyranoside, ésteres do ácido carboxilílico. Rizomas: lectinas.
Ações farmacológicas: As lectinas são glico-proteínas com atividades hemaglutinante, antifúngica e termiticida. Mostrou atividade antioxidante devido ao conteúdo em compostos fenólicos. Neste estudo também foram avaliados os efeitos antimicrobianos e alelopáticos.
Observações: Pássaros a utilizam para fazer ninhos ajudando na dispersão.
Eva Michalak (1997), faz menção à espécie Polypodium lycopodioides L., cujos nomes populares são cipó-cabeludo, erva-silvina ou soldinha, indicado para “escarros sanguinolentos, inflamação da bexiga, gota, frieira, rachaduras, coceiras, menstruação, nefrite, varizes. Em fricções tópicas, auxilia no tratamento do reumatismo.
Referências:
FRANCO, Ivacir (Pe.) “Ervas & Plantas: A medicina dos simples.” 11ª ed. Erexim, RS, 2004.
MICHALAK, E. “Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak”.Epagri, Florianópolis,SC, 1997.
PEREIRA de ALBUQUERQUE L. et all. “Toxic effects of Microgramma vacciniifolia rhizome lectin on Artemia salina, human cells, and the schistosomiasis vector Biomphalaria glabrata.” 2014 Oct;138:23-7. doi: 10.1016/j.actatropica.2014.06.005. Epub 2014 Jun 19.
PEREIRA de ALBUQUERQUE, Lidiane.; Maria de Sa Santana, Giselly; Pontual, Emmanuel Viana; Napoleao, Thiago Henrique; Breitenbach Barroso Coelho, Luana Cassandra; Paiva, Patricia Maria Guedes. ” Effect of Microgramma vaccinifolia rhizome lectin on survival and digestive enzymes of Nasutitermes corniger (Isoptera, Termitidae) From International Biodeterioration & Biodegradation (2012), 75, 158-166. (Scifinder) Acesso 14 SET 2015.
PEREIRA de ALBUQUERQUE, Lidiane; Santana Giselly Maria de Sa; Napoleao Thiago Henrique; Coelho Luana Cassandra Breitenbach Barroso; Silva Marcia Vanusa da; Paiva Patricia Maria Guedes “Antifungal activity of Microgramma vacciniifolia rhizome lectin on genetically distinct Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici races”. From Applied biochemistry and biotechnology (2014), 172(2), 1098-105. (Scifinder) Acesso 14 SET.2015.
PERES, Marize T. L. P.; Simionatto, Euclesio; Hess, Sonia C.; Bonani, Vanderlea F. L.; Candido, Ana C. S.; Castelli, Caroline; Poppi, Nilva R.; Honda, Neli K.; Cardoso, Claudia A. L.; Faccenda, Odival. “Chemical and biological studies of Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel (Polypodiaceae)” – From Quimica Nova (2009), 32(4), 897-901. (Scifinder) Acesso 14 SET. 2015.
http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/index.php?pag=buscar_mini.php – Acesso 14 SET 2015.
http://www.tropicos.org/Name/26609816 – Acesso 14 SET 2015.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lectina – Acesso 14 SET 2015.
Aloysia gratissima (Gillies & Hook.) Tronc.
Sinonímias: Verbena gratissima Gillies & Hook. , Lippia gratissima (Gillies & Hook.)LD Benson.
Nomes populares: Erva-santa, alfazema-do-brasil, erva-cheirosa, erva-da-graça, erva-da-colônia, mimo-do-brasil,garupá, erva de nossa senhora.
Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (Sul e Sudeste).
Características botânicas: Arbusto perene medindo de 2 a 2,5 m de altura. Folhas lisas, ovaladas, opostas, aromáticas; as folhas menores reúnem-se em fascículos axilares. Inflorescência racemosa formada por numerosas flores brancas. Fruto tipo aquênio.
Partes usadas: Folhas.
Uso popular: É utilizado na medicina caseira como excitante, aromática e condimentar; para hipertensão, colesterol, dores de cabeça, estômago, gripe, nervos e fígado. É comum mascar a folha para aliviar mal estar gástrico e azia. Além do uso como chá, as folhas são misturadas à erva-mate para consumo no chimarrão. Ocasionalmente é utilizada como cerca-viva, pois aceita podas drásticas e suas inflorescências são muito ornamentais.
Informações científicas: 🐁(AN): Foram citadas atividades neuroprotetoras, antioxidantes e antidepressivas para o extrato aquoso das folhas, sugerindo-se que esta espécie tem potencial para tratar transtornos neurológicos e depressivos (Zeni, 2011). Outro trabalho demonstrou interações do extrato aquoso das folhas da A. gratissima com os sistemas serotoninérgico, noradrenérgico e dopaminérgico (Zeni, 2013) . Foi relatada ainda a atividade antiedematogênica (Vandresen, 2010). 🧪(VI): Estudo mostrou atividade antimicrobiana, em modelos de biofilmes de Streptococcus mutans, em diferentes frações purificadas do extrato alcoólico das folhas de A. gratissima (Freires, 2015). O óleo essencial e frações de sesquiterpenos apresentaram atividade antiesquistossomótica para Leishmania amazonenses (Garcia, 2018).
Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas da A. gratissima tem boa resposta em sintomas de gripes e resfriados. Também pode ser usada para dores epigástricas, azia e má digestão, tanto com o uso interno da infusão ou mascando-se as folhas. Os usuários do infuso desta planta referem ter melhora do humor.
Posologia e modo de usar:
🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia, por no máximo duas semanas. Aloysia gratissima pode ser associada à espécie Maytenus ilicifolia (espinheira-santa), para tratamento de úlceras gástricas, através do uso interno da infusão preparada em 1 xícara (200mL) de água fervente com até 4 folhas frescas de cada planta até 3 vezes ao dia, por no máximo 15 dias.
Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso, assim como deve-se evitar seu emprego na gestação, lactação e em crianças menores de 06 anos. Não há relatos de efeitos adversos e/ou tóxicos.
Composição química: No óleo essencial de flores de espécimes coletadas no Uruguai foram isolados e identificados os seguintes elementos: Globulol, sabineno, cariofileno e epoxi-cariofileno.
Referências:
1. Ethnopharmacol. 2013 Jul 30;148(3):914-20. Evidence of the involvement of the monoaminergic systems in the antidepressant-like effect of Aloysia gratissimaZeni AL1, Zomkowski AD, Maraschin M, Tasca CI, Rodrigues AL..
2. https://sites.google.com/site/florasbs/verb-e/aloysia-gratissima – Acesso 28 Março 2014.
3. http://www.tropicos.org/Name/33700918 -Acesso 28 Março 2014.
4. ZENI, A. L., et al., Antidepressant-like and neuroprotective effects of Aloysia gratissima: Investigation of involvement of larginine-nitric oxide-cyclic guanosine monophosphate pathway. Journalof ethynopharmacology, 2011 (137)pags. 864-874. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874111004843?via%3Dihub
5. ZENI, A. L., Evidence of the involvement of the monoaminergic systems in the antidepressant-like effect of Aloysia gratissima. Journal of Ethnopharmacology. 2013 Jul 30; 148(3):914-20. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874113003930?via%3Dihub
6. VANDRESEN, F. et al., Constituintes químicos e avaliação das atividades antibacteriana e antiedematogênica de Aloysia gratissima (Gillies & Hook.) Tronc. e Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Pers.,Verbenaceae. Rev. bras. farmacogn. [Online]. 2010, vol.20, n.3, pp.317-321. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbfar/a/qKVZVbXSJSJ5SSVCjXYN6vm/?lang=pt#
7. FREIRES, I., et al., The Effect of Essential Oils and Bioactive Fractions on Streptococcus mutans and Candida albicans Biofilms: A Confocal Analysis, Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, vol. 2015. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4363662/
8. GARCIA, M., et al., The in vitro antileishmanial activity of essential oil from Aloysia gratissima and guaiol, its major sesquiterpene against Leishmania amazonensis. Parasitology,1-9. (2018). Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29352826/
Ilex paraguariensis A.St.Hil.
Aquifoliaceae
Sinonímias: Ilex curitibensis Miers, Ilex domestica Reiss., Ilex mate A.St.Hil.
Nomes populares: Erva-mate, mate, congonha, erva-congonha, erveira, chá-mate, etc.
Origem ou Habitat: Sul da América do Sul (Paraguai, Uruguai, Argentina, Bolívia, Chile e Brasil).
Características botânicas: Árvore de até 20 metros de altura. Folhas de cor verde escura, simples, alternas, oblongas ou obovadas, curto-pecioladas, com margens crenadas ou serreadas, medindo de 6-20 cm de comprimento. Flores unissexuais, brancas, em fascículos axilares. Fruto do tipo drupa, avermelhado, globoso, com polpa carnosa abrigando 5 a 8 sementes. (LORENZI & MATOS, 2002).
Partes usadas: Folhas.
Uso popular: Seu uso reduz a fadiga, melhora o apetite e ajuda a digestão.
As folhas são usadas com fins medicinal e alimentício. No sul do Brasil, no Uruguai, Argentina e Paraguai é consumida sob a forma de uma bebida típica, o chimarrão.
Externamente, é usada na forma de cataplasma, no tratamento caseiro de feridas e úlceras.
Composição química: Os principais componentes conhecidos são os alcalóides (Metilxantinas: cafeína, teofilina e teobromina); taninos; compostos orgânicos derivados do ácido clorogênico e do ácido cafeico; flavonóides; saponinas triterpenóides derivadas dos ácidos ursólico e oleanólico; ácido fólico; vitaminas; sais minerais: alumínio, fósforo, potássio, magnésio, manganês, cálcio, ferro; óleo essencial.
Ações farmacológicas: Estimulante do sistema nervoso central, podendo causar insônia e arritmia cardíaca, vasodilatadora e diurética, antioxidante in vitro, glicogenolítica, lipolítica, pode proporcionar perda de peso (Coradin et al, 2011.
Referências:
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.
SIMÕES, C.M.O. et al. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.
Coradin, L.; Siminski, A.; Reis, A.- Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul – Brasília: MMA, 2011.
http://www.tropicos.org/Name/2000339 acesso em 22 de abril de 2014.
Aloysia triphylla Royle.
Sinonímias: Lippia citrodora Kunth, Aloysia citriodora Cav.
Nomes populares: erva-cidreira, cidró, cidrózinho, cidrão, “Cedrón” (Peru), limão-verbena, verbena, erva-da-pontada, cidró-pessegueiro, erva-luíza, etc.
Origem ou Habitat: Nativo da América do Sul, provavelmente do Chile. É cultivada no Sul do Brasil. Foi introduzida na Europa e norte da África..
Características botânicas: Arbusto grande, muito ramificado, ereto, aromático, medindo de 2-3 m de altura. Folhas simples, glabras em ambas as faces, de margens serreadas na porção apical, verticiladas, em número de 3 ou 4 por nó, de 8-12cm de comprimento. Flores brancas ou rosadas, dispostas em inflorescências paniculadas terminais.
Uso popular: Erva aromática, rica em óleo essencial, que age como sedativo brando, febrífugo, antiespasmódico. Suas folhas são empregadas internamente contra resfriados, gripes, como digestiva, tônica, antiespasmódica, carminativa, eupéptica e calmante.
Composição química: Óleo essencial (citral, limoneno, citronelol, geraniol, α e β-pineno, cineol, etil-eugenol, entre outros); flavonóides (luteolina-7-diglicuronídeo, apigenina, crisoeriol, hispidulina, etc.); compostos fenólicos (verbascosídeo); taninos hidrolisáveis; iridóides; etc. (Alonso, Lorenzi, Simões.
INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS:
👥(AN): Estudos apontam o efeito ansiolítico para compostos extraídos da planta.🧫🦠(IV): Estudo mostrou atividade antimicrobiana do óleo essencial contra Aeromonas spp
Efeitos adversos e/ou tóxicos: Relativos ao óleo essencial, em altas doses comporta-se como um neurotóxico. O uso prolongado provoca irritação da mucosa gástrica. O emprego do óleo essencial em perfumaria provocou reações de hipersensibilidade na pele ante a exposição solar. Cabe assinalar que tanto o citral como o geraniol, são agentes tóxicos para a pele quando se aplicam em forma cutânea.
Contra-indicações: O óleo essencial produz uterotonicidade, por isso é contra indicado durante a gravidez. A ação irritativa sobre as mucosas contra indica seu uso nos processos de gastrite, úlceras e lesões do sistema urinário. Não administrar tampouco durante a lactação. (Newall C. et al., 1996 apud Alonso).
Para o infuso de folhas não há relato de efeitos adversos.
Posologia e modo de uso: Infusão: para uma xícara colocar 1 colher de sopa de folhas e flores , verter água quente sobre as folhas , abafar 15 min., Coar e tomar. Toma-se 2-3 xícaras ao dia.
Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.
SIMÕES, C. M. O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.
J Altern Complement Med. 2011 Nov;17(11):1051-63. doi: 10.1089/acm.2010.0410.- acesso em 24 de julho de 2013.
http://www.tropicos.org/Name/33700999 – acesso em 21 de setembro de 2012.
Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn.
Talinaceae (antiga Portulacaceae)
Sinonímias: Possui 99 sinonímias científicas, dentre elas: Portulaca paniculata Jacq., Portulaca patens L., Portulaca reflexa (Cav.) Haw., Talinum patens (L.) Willd., Talinum roseum Kl. ex Rohrb., Talinum sarmentosum Engelm., Talinum paniculatum var. sarmentosum (Engelm.) Poelln., Claytonia paniculata (Jacq.) Kuntze, Claytonia patens (L.) Kuntze, Claytonia reflexa (Cav.) Kuntze.
Nomes populares: Erva-gorda, língua-de-vaca, bredo, ora-pro-nobis-miúda, benção-de-deus, major-gomes, joão-gomes, maria-gomes, maria-gorda, beldroega-grande.
Origem ou Habitat: Nativa do continente americano, incluindo o Brasil.
Partes usadas: Folhas, raízes e sementes.
Observações: Existe uma espécie semelhante, inclusive com os mesmos nomes populares e usos, Talinum triangulare (Jacq.) Willd. ou Talinum fruticosum (L.) Juss.
Referências:
LORENZI & MATOS, Plantas Medicinais do Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Instituto Plantarum, 2002.
http://www.tropicos.org/Name/26200178?tab=synonyms. Acesso 18 SET 2015.