SANGUE DE DRAGO

22/02/2020 16:44

Croton lechleri  Müll. Arg.

Euphorbiaceae


SinonímiasCroton draco var. cordatus Müll. Arg.

Nomes populares: Sangue-de-drago, sangue de grado, sangue-de-dragão, jata akui, sangregrado (Colômbia, México), sangrito (Venezuela), telandilla, entre outros.

Origem ou Habitat: América do Sul.

Características botânicas: Árvore de copa ampla, que tem normalmente 5-6 metros podendo chegar até a 20 m de altura e apresenta um diâmetro de 40 cm. Córtex esbranquiçado que, quando cortado exsuda uma seiva de cor avermelhada, daí a razão de alguns nomes populares como “sangue de dragão” ou “sangue de drago”. Folhas largas, ovais, em formato de coração, longo-pecioladas, glandulares na base e plurinervadas, de 12-20 cm de comprimento e 5-14 cm de largura. Flores pequenas dispostas em inflorescências racimosas terminais, unisexuais, de cor branca (as masculinas no ápice e as femininas na base). Fruto capsular globoso e pubescente de 5 mm de diâmetro. Semente lisa com carúncula (anexo do tegumento) e endosperma oleaginoso. (Alonso, 2004; Revilla, 2001).

Partes usadas: Resina ou látex , cascas e folhas.

Uso popular: A resina ou látex é recomendado para o tratamento de úlceras, gastrites, infecções em geral, anemia e como cicatrizante.

No Peru, a resina é utilizada fresca como adstringente em feridas e queimaduras, em hemorragias e cólicas uterinas e em úlceras digestivas. É ingerida internamente em casos de diarreia, leucemia, diabetes, tumores gástricos, pulmonares e cerebrais (até 30 gotas diárias em doses progressivas). Outras indicações são o uso como ducha vaginal (leucorréias) e como antisséptico e anti-hemorrágico posterior ao parto. (Alonso, 2004).

Na área veterinária o sangue de dragão também é muito eficiente, tratando de infecções de pele, verrugas, feridas, abscessos, otites.

Composição química: Os principais componentes encontrados na resina são: alcalóides (taspina); taninos (dimetilcedrusina, etc); polifenóis (ácido gálico etc); proantocianinas; esteróides (sitosteróis, catequinas); saponinas e lignanas.

Ações farmacológicas: Possui propriedades anti-inflamatória, cicatrizante, antioxidante e anti-tumoral.

Em 1999 foi comprovado o potencial de ação do sangue de dragão frente a Helicobacter pylori, bactéria causadora da gastrite e úlceras do estômago. Também foi observado que ele é mais potente que a penicilina e o clorafenicol frente ao B. subtilis, S. aureus e a E. coli (bactérias causadores de infecções), além de combater a candidíase e fungos micóticos.(Laszo, 2012)

No campo odontológico, a resina tem sido pesquisada com êxito para aplicação tópica em casos de alveolites, sendo o efeito cicatrizante superior aos produtos convencionais (Alonso, 2004.

Interações medicamentosas: O sangue de drago pode ser associado em creme ou gel (em porcentagens de 3 – 5% total) a óleos essenciais anti-inflamatórios como a copaíba, orégano, gengibre ou wintergreen que também são analgésicos e podem potencializar seu efeito.(Fabian Laszo, 2012).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Na maioria das referências não se encontram contraindicações. Contudo, existe a citação de estudos realizados no Peru e Alemanha onde se notou que tomar sangue de dragão em doses muito elevadas (vários mL) e por muito tempo pode ocasionar anemia.(Fabian Laszo, 2012).

Posologia e modo de uso: Interno:

Como antioxidante: 3 gts por dia, antes do café da manhã.

Em caso de inflamações: 5 gts 3 X ao dia, antes das refeições. Tempo: 15 – 30 dias de uso contínuo, pausar 1 semana e retomar se necessário.

Externo:

Para passar sobre o ferimento e queimaduras, spray: 10 gotas diluídas em 100mL de soro fisiológico borrifar na área 2-3 X ao dia.

Em ferimentos pequenos e aftas pode também aplicar puro.

Para higiene íntima feminina: colocar 8 gotas em meia xícara com água e aplicar com algodão, ou fazer lavagens com 15 gotas em uma vasilha de assento.

Em cosméticos 25-45 gotas para cada 100g de creme.

Em géis ou cremes para alívio de dores e inflamações: 1-3% (22-66 gotas em 100g). (Fonte: Fabian Laszo, 2012.

Observações: nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Sul do Brasil, assim como Argentina e Uruguay encontramos a Croton urucurana Baill., ambas parentes e com uma seiva muito similar em atividade farmacológica.

Em Minas Gerais, o sangue de dragão costuma ser chamado de “sangrad’água”, por nascer próximo de rios e charcos.

A Shaman Pharmaceuticals, uma firma norteamericana, desenvolveu duas drogas que contém elementos antivirais isolados e extraídos da casca e resina do sangue de dragão (Croton lechleri), o Provir, um produto oral para tratamento de infecções virais respiratórias e o Virend, para o tratamento do herpes. (Laszo, 2012)

No Sul do Brasil existe a espécie Croton celtidifolius, nativa da Mata Atlântica, chamada de pau-sangue, sangue-de-adave, sangue-de-dalva, sangue de dragão, entre outros, documentado no livro do Ministério do Meio Ambiente pela pesquisadora profa. Maique W. Biavatti, 2011. “A casca é utilizada como anti-inflamatório, analgésico, anti-úlcera. O látex aplicado topicamente forma uma camada protetora mecânica como uma segunda pele. As proantocianidinas são predominantes tanto no látex vermelho como no extrato de cor vermelha das cascas, sendo substâncias antioxidantes, agindo na prevenção e controle do envelhecimento, antimutagênico, anti-inflamatório.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

http://laszlo.ind.br/campanhas/SANGUE_DE_DRAGAO_LASZLO.pdf Acesso 12 Jan 2015

GUIA PARA A EXTRAÇÃO DE SANGUE DE GRADO (Croton lechleri Müll. Arg.), IPAM,Rio Branco/AC, 2008.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

Revilla, J.- Plantas da Amazônia. 1.ed. Manaus/AM, 2000.

http://www.tropicos.org/Name/12802350 – Acesso 2 Jan 2015.

Tags: CicatrizanteCólicaDiarreiasGastritehemorragiasLeucorreiaQueimaduraÚlceras

ERVA-SILVINA

19/01/2020 23:10

Microgramma vacciniifolia  (Langsd.& Fisch.) Copel.

Polypodiaceae 


Sinonímias: Anapeltis vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) J. Sm., Polypodium vacciniifolium Langsd.& Fisch., Marginaria vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) C. Presl.

Nomes populares:  Erva-silvina, cipó-cabeludo, soldinha, solda, silvina, erva-tereza.

Partes usadas: Indicação popular de usar a planta toda.

Uso popular:  Problemas renais, reumatismos, tosse, tosse com sangue. Segundo o Pe. Ivacir José Franco (2007), “é recomendado o uso para hemorragias internas e externas: urina com sangue, diarréia, vômitos, escarros sanguinolentos e sangue no nariz. É adstringente e auxiliar no tratamento de varizes, males dos rins e bexiga”.

Composição química:  Partes aéreas: β-sitosterol, hopan-​22-​ol, 6-​metoxiapinenin-​7-​O-​β-​D-​allopyranoside, ésteres do ácido carboxilílico. Rizomas: lectinas.

Ações farmacológicas: As lectinas são glico-proteínas com atividades hemaglutinante, antifúngica e termiticida. Mostrou atividade antioxidante devido ao conteúdo em compostos fenólicos. Neste estudo também foram avaliados os efeitos antimicrobianos e alelopáticos.

Observações: Pássaros a utilizam para fazer ninhos ajudando na dispersão.

Eva Michalak (1997), faz menção à espécie Polypodium lycopodioides L., cujos nomes populares são cipó-cabeludo, erva-silvina ou soldinha, indicado para “escarros sanguinolentos, inflamação da bexiga, gota, frieira, rachaduras, coceiras, menstruação, nefrite, varizes. Em fricções tópicas, auxilia no tratamento do reumatismo.

 

 

Referências:
FRANCO, Ivacir (Pe.) “Ervas & Plantas: A medicina dos simples.” 11ª ed. Erexim, RS, 2004.

MICHALAK, E. “Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak”.Epagri, Florianópolis,SC, 1997.

PEREIRA de ALBUQUERQUE L. et all. “Toxic effects of Microgramma vacciniifolia rhizome lectin on Artemia salina, human cells, and the schistosomiasis vector Biomphalaria glabrata.” 2014 Oct;138:23-7. doi: 10.1016/j.actatropica.2014.06.005. Epub 2014 Jun 19.

PEREIRA de ALBUQUERQUE, Lidiane.; Maria de Sa Santana, Giselly; Pontual, Emmanuel Viana; Napoleao, Thiago Henrique; Breitenbach Barroso Coelho, Luana Cassandra; Paiva, Patricia Maria Guedes. ” Effect of Microgramma vaccinifolia rhizome lectin on survival and digestive enzymes of Nasutitermes corniger (Isoptera, Termitidae) From International Biodeterioration & Biodegradation (2012), 75, 158-166. (Scifinder) Acesso 14 SET 2015.

PEREIRA de ALBUQUERQUE, Lidiane; Santana Giselly Maria de Sa; Napoleao Thiago Henrique; Coelho Luana Cassandra Breitenbach Barroso; Silva Marcia Vanusa da; Paiva Patricia Maria Guedes “Antifungal activity of Microgramma vacciniifolia rhizome lectin on genetically distinct Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici races”. From Applied biochemistry and biotechnology (2014), 172(2), 1098-105. (Scifinder) Acesso 14 SET.2015.

PERES, Marize T. L. P.; Simionatto, Euclesio; Hess, Sonia C.; Bonani, Vanderlea F. L.; Candido, Ana C. S.; Castelli, Caroline; Poppi, Nilva R.; Honda, Neli K.; Cardoso, Claudia A. L.; Faccenda, Odival. “Chemical and biological studies of Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel (Polypodiaceae)” – From Quimica Nova (2009), 32(4), 897-901. (Scifinder) Acesso 14 SET. 2015.

http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/index.php?pag=buscar_mini.php – Acesso 14 SET 2015.

http://www.tropicos.org/Name/26609816 – Acesso 14 SET 2015.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lectina – Acesso 14 SET 2015.

Tags: hemorragiasReumatismoTosseVômitos

CAMAPÚ

05/01/2020 16:40

Physalis angulata   L. 
Solanaceae 


Sinonímias: Physalis angulata var. capsicifolia (Dunal) Griseb., Physalis capsicifolia Dunal, Physalis esquirolii H. Lév. & Vaniot, Physalis lanceifolia Nees, Physalis linkiana Nees, Physalis ramosissima Mill.

Nomes populares:  Bucho-de-rã, camapú, camapum, joá, joá-de-capote, juá-de-capote, mata-fome, balão, balãozinho, camaru,(SIMAS, 2005) mulaca, bolsa-mulaca, tomate-silvestre, cereja-de-inverno(STASI; HIRUMA-LIMA, 2002) cut-leaf ground-cherry (English, United States), ku zhi (Pinyin, China), lance-leaf ground-cherry (English, United States), Popa o Chimbonba (Spanish, Nicarágua, Manágua).

Origem ou Habitat: É nativa do Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal)(STEHMANN et al, 2012).

Características botânicas:  Herbácea ereta, anual, ramificada, de 40-70 cm de altura, com folhas simples, membranáceas, de margens denteadas, de 3 a 5 cm de comprimento. Flores de cor creme, geralmente solitárias, de cerca de 1 cm de diâmetro. Os frutos são bagas globosas, envolvidos pelas sépalas concrescentes, conferindo ao conjunto a forma de um pequeno balão inflado.

Ocorrem no Brasil outras espécies deste gênero com propriedades mais ou menos semelhantes, das quais as mais comuns são Physalis pubescens L. e Physalis neesiana Sendt.

A espécie Physalis alkekenji L. é muito encontrada na Europa Central e Meridional, China e Indochina, e também possui propriedades e usos semelhantes.

O nome do gênero Physalis vem do grego physa = “bexiga, bolha”, referindo-se à forma do fruto.

Partes usadas: Folhas, frutos maduros e raízes.

Uso popular:  Planta usada pelos índios Amazônicos há muito tempo, e seus frutos (maduros) comestíveis são muito apreciados pelos habitantes da região e pelos animais em geral. A infusão das folhas é empregada pelos índios como diurético, anti-inflamatório e desinfetante para doenças da pele. Na medicina popular é empregada no tratamento caseiro do reumatismo crônico, problemas renais, da bexiga e do fígado, febre, vômitos, sedativo, anti-inflamatório, doenças da pele, afecções do baço e icterícia(MATOS, 1997), prevenção do aborto, infecções pós-parto(TAYLOR, 2004), hemorragia, cólica, náusea, diarréia, dispepsia, congestão, edema, nefrose, asma, hepatite, dor em geral, abcessos, acaríase, micoses, vermes, malaria, hemorróidas, gonorréia, infertilidade. Utilizada também em inflamações do tipo purulentas e problemas do reto, inflamações da garganta e do trato gastrointestinal, cervicite, tratamento da doença do sono (tripanossomíase), síncope, hemostasia (externamente), para facilitar o parto e para tratar febre oriunda da dengue(SIMAS, 2005).

Composição química:  Planta inteira: flavonóides, alcalóides, fitosteróis (estigmasterol, sitosterol), ácidos graxos (entre eles ácido nonacosanóico, octadecanóico, 14-metilpentadecanóico)(TOMASSINI, et al, 1996) aianina, ácido clorogênico, colina, ixocarpanolídeo, miricetina, figrina, fisagulinas de A a G, fisalinas de A a K, fisangulídeo, vamanolídeo, vitaminimina, vitangulatina A, vitanolídeo D, vitanolídeo T, vitafisanolídeo,10 β-felandreno, β-damascenona, hidrocarbonetos, terpenóides, ácidos carboxílicos, ácido oleanólico(SIMAS, 2005).

Ações farmacológicas: Estudos em laboratório: imunomoduladora (ROSAS, et al.,1998), tripanossomicida (RIBEIRO, et al, 1998), antineoplásica(SOARES, et al., 1998), antiespasmódica, bactericida, antiviral, moluscicida, miocontractora, hipotensor, anticoagulante(TAYLOR, 2004)

Estudos farmacológicos recentes ainda em andamento mostraram, em animais de laboratório, atividade imunoestimulante, ação citotóxica para diversos tipos de células cancerosas e atividade antiviral (inclusive contra o HIV e o HSV-1 causador do herpes labial). Porém esses estudos ainda não são suficientes para justificar seu uso terapêutico, a não ser quanto ao tratamento local das crises de herpes labial. Um estudo in vitro e um estudo em animais indicaram que esta planta ou princípios ativos isolados desta planta têm ação hipotensora e anticoagulante(TAYLOR, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Perturbações digestivas quando ingeridos os frutos verdes (CUNHA et al., 2003 ; DUKE, 2009).

Doses elevadas podem provocar diarreia (STUART, 1981).

Contra-indicações:  Os frutos verdes são tóxicos e não devem ser ingeridos (DUKE, 2009). Pessoas com distúrbios de coagulação, com problemas cardíacos ou com hipotensão não devem utilizar esta planta sem supervisão e conselho de um profissional de saúde qualificado (TAYLOR, 2004; AMARAL, 2005).

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (chá) de folhas para 1 xícara de água fervente. Tomar de 1 a 3 xícaras ao dia. O fruto maduro pode ser ingerido cru ou cozido (DUKE, 2009). Cozimento da raiz para afecções do fígado, do baço e icterícia(MATOS, 1997).
 

 

Referências:

AMARAL, Ana Cláudia F., SIMÕES, Elaine V., FERREIRA, José Luiz P (Coordenadores). Coletânea científica de plantas de uso medicinal. 20. ed. Rio de Janeiro. FIOCRUZ, 2005. Pp. 147-164

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p.120.

DUKE, J. A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S. I.]: CRC Press, 2009. p. 535-537.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 455

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. p. 91.

RIBEIRO, I. M. et al. Avaliação da atividade tripanossomicida “in vitro” de Physalis angulata L. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 15, 1998, Águas de Lindóia, SP. [Águas de Lindóia], 1998. p. 56.

ROSAS, E. C. et al. Avaliação imunofarmacológica de frações da raiz de Physalis angulata L. (Solanaceae). In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 15, 1998, Águas de Lindóia, SP. [Águas de Lindóia], 1998. p. 73.

SIMAS, N. K. Physalis angulata L. – Coletânea Científica de Plantas de Uso Medicinal. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005. p. 147-160.

SOARES, R. O. A. et al. Avaliação da atividade antineoplásica, in vitro, de extratos de Physalis angulata L. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 15, 1998, Águas de Lindóia-SP. [Águas de Lindóia], 1998.

STASI, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: UNESP, 2002. p. 399-400.

TAYLOR, L. The Healing Power of Rainforest Herbs: A Guide to Understanding and Using Herbal Medicinals. [S. I.]: [s. i.], 2004.

TOMASSINI, T. C. B. et al. Investigação dos constituintes químicos presentes em Physalis angulata L. – Raízes – Parte II. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 14, 1996, Florianópolis-SC.

STEHMANN, J. R. et al. Solanaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014697 – Acesso em: 17 de maio de2012.

http://www.tropicos.org/Name/29600086 – Acesso em: 24 de novembro de 2011

Tags: Anti-inflamatórioCólicaCongestãoDiuréticoFebrehemorragiasNáuseaNutritivaReumatismoSedativoVômitos

BARBATIMÃO

30/12/2019 23:41

Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville.

Fabaceae (antiga Leguminosae-Mimosoideae) 


SinonímiasAcacia adstringens Mart. , Stryphnodendron barbatimam Mart., Mimosa virginalis Arruda, Mimosa barbadetimam Vell.

Nomes populares: Barbatimão, barba-de-timão, barbatimão-verdadeiro, abaramotemo, ibatimô, paricarana, uabatimô, casca-da-virgindade, etc.

Origem ou Habitat: Nativo do Brasil, dos cerrados do Sudeste e Centro Oeste (O Cerrado abrange os estados da região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal), além do sul do Pará e Maranhão, interior do Tocantins, oeste da Bahia e Minas Gerais, bem como o norte de São Paulo.

Partes usadas: Cascas.

Uso popular: O cozimento das cascas de barbatimão é indicado para leucorréia, hemorragias, diarreia, hemorroidas, para limpeza de ferimentos, para inflamação da garganta e outros usos.

Composição química: Taninos (20-30%): ácido gálico, elágico, flobafeno, prodelfinidinas (precursores dos taninos condensados),galocatequina, epigalocatequina,etc.

Outros: mucilagens, flavonóides, corante vermelho, sacarose e dextrose, etc.

Ações farmacológicas: Adstringente, cicatrizante, hemostático, antisséptico, analgésico, antimicrobiano.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A ingestão de infusões e extratos de barbatimão em alta dosagem e por um longo período podem levar a irritação gástrica.

Contra-indicações: O uso interno deve ser evitado por gestantes e lactantes.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

“Stryphnodendron adstringens” por Eurico Zimbres Zimbres – Licenciado sob CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons – http://commons.wikimedia.org – Acesso 09 Fev 2015

http://www.brasilescola.com/brasil/cerrado.htm – Acesso 09 Fev 2015

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Stryphnodendron_barbatiman.htm – Acesso 09 Fev 2015

http://www.tropicos.org/Name/13001565 Acesso 09 Fev 2015

http://pt.wikipedia.org/wiki/Barbatim%C3%A3o-verdadeiro – Acesso 09 Fev 2015.

Tags: DiarreiashemorragiasHemorróidaLeucorreia

ARTEMÍSIA-CHINESA

28/12/2019 01:52

Artemisia annua  L.

Asteraceae (antiga Compositae) 


SinonímiasArtemisia annua fo. macrocephala Pamp., Artemisia chamomilla C. Winkl., Artemisia stewartii C.B. Clarke, Artemisia wadei Edgew.

Nomes populares: Artemísia-chinesa, losna-verde, artemísia-doce, sweet wormwood, annual wormwood, sweet annie (ENGLISH), ajenjo dulce (ESP), armoise chinese (FRA), huang hua hao, qing haosu (pinyin, China).

Origem ou Habitat: Ásia, sendo planta tradicional da China e Índia.

Características botânicas: Erva anual, ereta, aromática, de 80-150 cm de altura, nativa na Ásia e cultivada no Brasil. Folhas compostas pinadas, de 10-15 cm de comprimento. Flores em capítulos pequenos de cor amarelada, reunidos em inflorescências paniculadas terminais.

Partes usadas: Folhas secas.

Uso popular: É utilizada há séculos na medicina tradicional da China e da Índia no tratamento do lúpus eritematoso e de crises de febre, como inseticida, herbicida e antiulcerogênica. A infusão das sementes e das folhas é utilizada para malária, enfermidades oculares e transtornos digestivos. Em uso externo é usada em hemorragias nasais, urticária, chagas e lacerações da pele.

No Brasil não foram encontradas informações sobre uso popular.

Composição química: 

  • Óleo essencial: presente nas partes aéreas, tem sua concentração máxima antes da floração e sua composição é variável conforme condições ambientais e quimiotipo; é composto por monoterpenos e sesquiterpenos, destacando-se artemisia-cetona, 1,8-cineol e cânfora.
  • Compostos sesquiterpênicos: artemisinina, desoxiartemisinina, ácido artemisínico, arteanuinas A, B, C, E e F, artemisiteno ou dehidroxiartemisinina, artemisinol, ácido dihidroarteanuico, dihidro-epideoxiarteanuina, ácido epoxiartemisínico.
  • Flavonóides: quercetagetina-3-metiléster, quercetagetina-6-7-4’-trimetiléter, quercetagetina-3’,4’,6’,7-tetrametiléter, dihidroxi-tetrametoxiflavona, trihidroxi-trimetoxiflavona, tetra-O-metildioxiflavona, campferol, 6-metoxicampferol, quercetina, artemetina, casticina, cirsilineol, crisosplenol D, crisoplenetina.
  • Outros compostos: cumarinas (esculetina, escopoletina), derivados poliacetilênicos (anuadiepóxido, ponticaepóxido), lipídeos (nonacosanol, 2-metiltricosan-8-ona-23-ol, hentriacontanil-tricontanoato, dimetiltriacontano).

Ações farmacológicas: Esta planta já foi extensamente estudada na China na década de 80. Há ensaios laboratoriais e clínicos comprovando a ação antimalárica da artemisina (que por ser hidrossolúvel pôde ser utilizada também na forma de infusão), com maior efetividade nos casos de malária cloroquino-resistente e potencializada por flavonóides presentes na planta. A artemisina age especialmente sobre o Plasmodium falciparum (mas também sobre P. vivax e P. ovale) e tem também ação contra células malignas. O óleo essencial apresenta atividade antifúngica e não irrita a pele. O extrato bruto etanólico demonstrou atividade antiulcerogênica em ratas. Possui efeito antibiótico contra várias lesões fúngicas de pele e contra leptospirose.

Interações medicamentosas: Possuem efeitos sinérgicos com outras drogas usada para malária. A artemisina demonstrou efeito sinérgico com mefloquina; os flavonóides crisoplenol D CE crisoplenetina com berberina e norfloxacina; artemisina e artesunato de sódio com os antibióticos tetraciclina e doxiciclina.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: As infusões e outras formas galênicas são em geral bem toleradas.

Contra-indicações: A artemisina atravessa as barreiras hemotoencefálica e placentária, sendo contra-indicada durante a gravidez. Em gestantes com malária a decisão de uso deve avaliar a relação custo-benefício. Sua segurança em durante a amamentação e em crianças menores de 6 anos não foi suficientemente comprovada. A OMS recomenda que não se utilize a artemisinina ou seus derivados para profilaxia, reservando-os para tratamentos curativos de malária por Plasmodium falciparum multirresistente, sob prescrição médica.

 

 

Referências: 
ALONSO, Jorge. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Argentina, Rosario: Corpus Libros, 2004. Pp. 85-88.

BRUNETON, Jean. Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. Pp. 615-619.

CHEVALLIER, Andrew. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. Pp. 64.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 140.

http://www.tropicos.org/Name/2701754?tab=synonyms – Acesso 30 Março 2015.

Tags: hemorragiasHerbicidaInseticidaLúpus eritematosoMaláriaUrticária

AROEIRA

28/12/2019 00:37

Schinus terebinthifolia  Raddi.

Anacardiaceae 


SinonímiasSacortheca bahiensis Turcz., Schinus mellisii Engl., Schinus mucronulata Mart., Schinus terebinthifolia var. damaziana Beauverd, Schinus terebinthifolia var. raddiana Engl.

Nomes populares: Aroeira, aroeira-branca, aroeira-da-praia, aroeira-do-brejo, aroeira-do-campo, aroeira-do-paraná, aroeira-mansa, aroeira-negra, aroeira-pimenteira, aroeira-precoce, aroeira-vermelha, aguaraíba, bãlsamo, cabuí, Cambuí, coração-de-bugre, corneíba, fruto-de-raposa, fruto-de-sabiá, coração-de-bugre.

Características botânicas: Árvore mediana com 5-10 m de altura, perenifólia, dióica, de copa larga e tronco com 30-60 cm de diâmetro, revestido de casca grossa. Folhas compostas imparipinadas, com 3 a 10 pares de folíolos aromáticos, medindo de 3 a 5 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura. Flores masculinas e femininas muito pequenas, dispostas em panículas piramidais. Fruto do tipo drupa, globóide, com cerca de 5 cm de diâmetro, aromático e adocicado, brilhante e de cor vermelha, conferindo às plantas, na época da frutificação, um aspecto festivo. Ocorre ao longo da Mata Atlântica desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Pode ser cultivada a partir de sementes ou por estaquia.

Uso popular: As cascas em decocção em banhos de assento são usadas principalmente por mulheres por vários dias após o parto como antiinflamatório e cicatrizante, além de serem indicados para reumatismos, artrite, distensões, dores e fraquezas musculares, ciática e inflamações em geral. As preparações feitas com suas cascas podem ser usadas no tratamento tópico de ferimentos na pele e das mucosas em geral, infectados ou não, nos casos de cervicite e hemorróidas inflamadas, e inflamações das gengivas e da gargantas na forma de gargarejos, bochechos e compressas feitas com o cozimento. A casca é também utilizada no tratamento de doenças dos sistemas urinário e respiratório, hemoptise, hemorragia uterina, azia, gastrite como depurativa, febrífuga, no tratamento de afecções uterinas e para uso local em menorragia e leucorréia. A decocção da entrecasca é utilizada em uso interno para tosse, diarréia e reumatismo. As folhas e frutos são adicionados à água de lavagem de feridas e úlceras. Na região do Vale do Ribeira(SP), o macerado das folhas em aguardente é usado externamente como cicatrizante, analgésico e contra coceiras. A infusão das folhas é usada internamente contra reumatismo e a mastigação das folhas frescas é indicada como cicatrizante e para gengivites. Ferver a aroeira com folha de batata é indicado para gargarejos em problemas de afecções das cordas vocais. Outras indicações medicinais incluem seu uso como tônica, diurética, estimulante, analgésica, adstringente, hemorragia/sangramento, calafrios, gripes, resfriados, conjuntivite, hemoptise, Os frutos são usados como substitutos de pimenta, vendidos como “pimenta-rosa”.¹ Além dos usos medicinais, fornece madeira para mourões, lenha e carvão, e é amplamente cultivada na arborização de ruas e praças.

Composição química: Alto teor de tanino, biflavonóides e ácidos triterpênicos nas cascas e de até 5% de óleo essencial formado por mono e sesquiterpenos nos frutos e nas folhas. Em todas as partes da planta foi identificada a presença de pequena quantidade de alquil-fenóis, substâncias causadoras de dermatite alérgica em pessoas sensíveis. Os principais componentes do óleo essencial das folhas foram α-pineno, β-mirceno, ∆-2-careno, p-cimeno e limoneno, e dos frutos trans-carveol, carvacrol, limoneno glicol, elemol, óxido de cariofileno, 10-epi-γ-eudesmol, β-eudesmol e α-eudesmol(6). Nas folhas da planta foram encontrados os seguintes minerais: cálcio (2020 mg/100 g), cobre (1,11 mg/100 g), ferro (6,70 mg/100 g), magnésio (97,9 mg/100 g), manganês (3,04 mg/100 g), zinco (2,26 mg/100 g) e sílica (0,2%).

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, cicatrizante, antimicrobiana para fungos e bactérias, tônica, adstringente, anti-reumática, anticancerígena, antidepressiva, antihepatotóxica, antiviral, afrodisíaca, digestiva, diurética.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Podem aparecer fenômenos alérgicos na pele e mucosas; caso isso aconteça, suspenda o tratamento e procure o médico o mais cedo possível(4). Os frutos podem causar irritação do trato gastrointestinal.

Contra-indicações: Sugere-se o uso com moderação, evitando-se o uso prolongado, por tratar-se de espécie com vários efeitos tóxicos. Não deve ser usada em gestantes, pois foi observado em laboratório efeito de contração uterina.

Observações: A aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Allemão) possui as mesmas propriedades e pode ser usada da mesma maneira, para as mesmas indicações, em sua região de ocorrência mais para o interior do país, enquanto a espécie descrita é mais acessível às populações do litoral. Aroeira salso (Schinus molle L.) também é utilizada como medicinal e na culinária.

 

 

Referências: 
DUKE, James A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, Mary Jo; OTTESEN, Andrea R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [s. l.]: CRC Press, [2009?]. Pp. 610-612.

FRANCO, Ivacir João; FONTANA, Vilson Luiz. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim-RS: Livraria Vida, 2004. Pp. 124.

LOPES, Maria de Fátima Gomes et al. Estudo mineral de plantas medicinais. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE. MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife, 2000?]. Pp. 125.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 63-64.

MATOS, F. J. Abreu. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1997. Pp. 70-71.

SANTOS, Wellington Oliveira et al. Estudo comparativo dos constituintes químicos do óleo essencial das folhas e frutos da aroeira da praia. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE. MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife, 2000?]. Pp. 144.

STASI, Luiz Claudio di; HIRUMA-LIMA, Clélia Akiko. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: UNESP, 2002. Pp. 344-350.

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ARNICA DA PRAIA I

27/12/2019 17:50

Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass.

Asteraceae 


SinonímiasCacalia porophyllum L., Cacalia ruderalis (Jacq.) Sw., Kleinia porophyllum (L.) Willd., Kleinia ruderalis Jacq., Porophyllum ellipticum Cass. , Porophyllum ellipticum var. ruderale (Jacq.) Urb., Porophyllum macrolepidium Malme, Porophyllum obscurum (Spreng.) DC, etc.

Nomes populares: Arnica, arnica-do-campo, couvinha, couve-cravinho, cravo-de-urubu, cravinho, couve-de-galinha, erva-couvinha(DRESCHER, 2001), herva-fresca(HOEHNE, 1978), couve-de-veado, arruda-de-galinha(GALINA, 1998), arnica-do-mato, picão-branco, arnica-da-praia, Pápaloquelite (México), etc.

Observação: Diversas espécies são conhecidas popularmente como “arnicas” saiba mais no link: Arnicas

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (LORENZI & MATOS, 2002).

Características botânicas: Planta herbácea, ereta, de caule ramificado na parte superior. Chega a medir 60 a 120 cm de altura. Suas folhas são verde-escuras, apresentando tom mais claro na face inferior. Flores brancas e fruto do tipo aquênio. Toda a planta exala cheiro característico, intenso (MATOS, 1997).

Partes usadas: Folhas, raízes.

Uso popular:  Planta utilizada pela população no combate a hipertensão, aterosclerose, varizes, hemorróidas, relatada no tratamento da pressão baixa e fadiga mental. Utilizada contra vertigens e hemorragias. Em forma de decocto é usada como diaforética e nas afecções do útero. O uso tópico da tintura na forma de compressa é utilizada para amenizar dores provocadas por batidas e contusões. Esta espécie é ainda utilizada na culinária como tempero.

Informações científicas: Não foram encontrados estudos clínicos e pré-clínicos referentes a esta espécie.

Observação do uso clínico em Florianópolis: Planta pouco citada na prática clínica. Utilizada pela população como planta alimentícia.

Modo de usar: A segurança do uso interno desta planta ainda não está bem estabelecida.

Cuidados no uso desta espécie:

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas e seus efeitos colaterais, o seu uso interno e/ou concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Deve-se evitar o uso durante a gestação e a lactação.

Em casos isolados pode provocar reações alérgicas com formação de vesículas e necrose (atentar para possíveis reações em pessoas com sensibilidade a plantas da família Asteraceae)

Composição química: A análise fitoquímica da planta Porophyllum ruderale demonstrou a presença dos seguintes constituintes: óleos essenciais(principalmente limoneno, α-pineno, mirceno e trans-ocimeno)(DEVINCENZI, et al., 1996), carotenóides, ácidos graxos, alcalóides, agliconas flavônicas, cumarinas, taninos catéquicos, aminas quatenárias, flavonóides, antocianinas, polissacarídeos, saponinas, mucilagens, compostos acetilênicos derivados do tiofeno, triterpenóides e derivados do timol, além de nitrato de potássio(DEVINCENZI, et al., 1996).

Composição do óleo essencial das partes aéreas de Porophyllum ruderale coletadas na Venezuela: foram identificados 23 compostos, os principais constituintes foram uma mistura de limoneno e B-felandreno (50,3%), sabineno (20,2%), undeceno (4,7%), 4-terpineol (3,8%), alfa-pineno (2,9%); Outros: germacreno-D (com atividade antibacteriana), undeceno, trideceno, cis-p-2-menthen-1-ol, linalol, mirceno, p-cimeno, alfa-terpineno, gama-terpineno, beta-cariofileno, p-mentha-1(7),8-dieno, etc.

  • Óleo essencial: α-copaeno, fitol, mirceno, dentre outros.
  • Derivados de Tiofeno: 5-metil-2,2 ′: 5 ′, 2 ″ -tertiofeno e 5′-metil- [5–4(4-acetoxi-1-butinil)] – 2,2 ′ bi-tiofeno.

 

Referências: 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p.170-171.

MARONI, B. C.; STASI, L. C.; MACHADO, S. R. Plantas Medicinais do Cerrado de Botucatu. São Paulo: UNESP, 2006. 56p.

SILVA, J. R. et al. Identificação da droga e do extrato fluido de Porophyllum ruderale Cass. – Compositae. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 13, 1994. Fortaleza-CE. Programas e Resumos. [Fortaleza-CE: Expressão, 1994]. N. 042.

SILVA, S. A. R. et al. Estudo das atividades farmacológicas [antiinflamatória e antiulcerogênica] e determinação da toxicidade aguda do extrato bruto hidroalcoólico da Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 14, 1996. Florianópolis,SC. Programa e Resumos. [Florianópolis, 1996?]. 88p

http://www.backyardnature.net/n/07/thumbs/070615pg.htm – Acesso em: 29 de março de 2012.

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000115053 – Acesso em: 29 de março de 2012.

http://people.ufpr.br/~marcia/artigos/arnica.pdf – acesso em 29 de março de 2012.

http://www.medicinatradicionalmexicana.unam.mx/monografia.php?l=3&t=P%C3%A1palo_o_papaloquelite&id=7743 – Acesso em: 29 de março de 2012.

Takahashi, Helena Teru; Novello, Claudio Roberto; Ueda-Nakamura, Tania; Dias Filho, Benedito Prado; Palazzo de Mello, Joao Carlos; Nakamura, Celso Vataru – Thiophene derivatives with antileishmanial activity isolated from aerial parts of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass- From Molecules (2011), 16, 3469-3478. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 7 Jul 2014.

RAGGI, Ludmila et al. Differentiation of twoPorophyllum ruderale(Jacq.) Cass. subspecies by the essential oil composition. Journal Of Essential Oil Research, [s.l.], v. 27, n. 1, p.30-33, out. 2014.

Rondon, Maria E.; Delgado, Jonathan; Velasco, Judith; Rojas, Janne; Rojas, Luis B.; Morales, Antonio; Carmona, Juan – Chemical composition and antibacterial activity of the essential oil from aerial parts of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. collected in Venezuela, From Ciencia (Maracaibo, Venezuela) (2008), 16(1), 5-9. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 7 Jul 2014.

TAKAHASHI, Helena Teru et al. Thiophene Derivatives with Antileishmanial Activity Isolated from Aerial Parts of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. Molecules, [s.l.], v. 16, n. 5, p.3469-3478, 26 abr. 2011.

Fonsceca, Maira C. M.; Barbosa, Luiz C. A.; Nascimento, Evandro A.; Casali, Vicente W. D.- Essential oil from leaves and flowers of Porophyllum ruderale (Jacq.) Cassini (Asteraceae)-By – From Journal of Essential Oil Research (2006), 18(3), 345-347. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 7 Jul 2014.

http://www.postgradoeinvestigacion.uadec.mx/AQM/No.%204/AQM4fitoquimicos.html – Acesso em: 29 de março de 2012.

POROPHYLLUM ruderale (Jacq.) Cass. Disponível em: https://www.tropicos.org/name/2701154. Acesso em: 01 ago. 2020.

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