GUACO

11/02/2020 21:36

Mikania laevigata   Schultz Bip.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasNão encontrada na literatura pesquisada.

Nomes populares: Guaco, guaco-trepador, guaco-de-cheiro, erva-de-cobra, erva-das-serpentes.

Origem ou Habitat: América do Sul (Brasil).

Características botânicas: Ocorrem diversas espécies na região Sul, por exemplo, Mikania laevigata Schultz Bip, Mikania glomerata Sprengel, Mikania involucrata Hook. & Arn., Mikania hirsutissima, Mikania cordifolia, quase todas com o nome popular de guaco.

Mikania laevigata – é uma trepadeira aromática, com folhas inteiras, semi-coreáceas, com ápice agudo e base trinérvia. Flores esbranquiçadas, em capítulos que formam cachos compostos. As folhas quando secas tem um cheiro característico, devido às cumarinas. Já era usada pelos nativos. É a mais utilizada em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Mikania glomerata – liana sublenhosa, de grande porte, perene, com folhas obtusas na base, de forma quase deltóide, de cor verde escura e semitorcidas, com 3 nervuras destacadas, carnoso–coriáceas presas duas a duas ao longo de ramos volúveis. Flores reunidas em capítulos congestos, resultando em fruto do tipo aquênio.

Partes usadas: Folhas e flores.

Uso popular: É um excelente expectorante, pois fluidifica as secreções brônquicas e relaxa a musculatura lisa das vias aéreas e eliminando desse modo o catarro. É diurético, pois estimula a produção e secreção da urina. Baixa a febre pelo efeito sudorífico. É considerado um digestivo. Tem ação sobre veneno de cobra. Usado externamente protege a pele contra agressões de insetos e germes patogênicos.

O guaco tradicionalmente é associado ao poejo e agrião, para ser usado em asma e bronquite.

OBS.:A Mikania hirsutissima, nativa em quase todo o Brasil e conhecida como cipó-cabeludo, é utilizada popularmente para tratar calculose renal, cistite, uretrite, tem efeito moluscicida em adultos do caramujo hospedeiro da esquistossomose.

A Mikania cordifolia é citada para os mesmos usos dos outros guacos.

Na região da Lagoa da Conceição (Florianópolis/SC) as pessoas se referem à M. involucrata como o “guaco de antigamente” e usado para os mesmos fins dos outros guacos.

Composição química: M. glomerata – óleo essencial composto por diterpenos (ácido grandiflórico, ácido caurenóico), sesquiterpenos (beta-cariofileno, germacreno, biciclogermacreno); friedelina(ramos); guacina; flavonóides; saponinas; taninos; resinas; lupeol; cumarina (guacosídeo), etc.

OBS.:Mikania laevigata apresentou maior teor de cumarina quando cultivada a pleno sol e usada as folhas frescas.

  • Cumarinas:Umbeliferona, 1,2 benzopinona
  • Ácidos Fenólicos: Ácido O-marúnico, ácido O-marínico, ácido omarárico, melilotosideo, ácido clorogênico, dentre outros.
  • Diterpenos: Ácido caurenóico, ácido benzoilgrandiflorico e ácido cinamoilgrandiflorico.

Ações farmacológicas: Demonstrou in vitro atividade broncodilatadora, espasmolítica, antiinflamatória e antiofídica. Foi demonstrada ação antibacteriana especialmente sobre Escherichia coli, Staphylococcus epidermis e Pseudomonas aeruginosa.

Interações medicamentosas: Saponinas de M. glomerata aumentam a absorção de lapachol presente no Ipê (Tabebuia avellanedae).

Devido a presença de cumarinas deve-se evitar o uso concomitante com anticoagulantes, interromper o uso antes de procedimentos cirúrgicos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Recomenda-se não tomar o suco de guaco e sim na forma de chá ou xarope, para diminuir os teores em cumarinas, que podem ser hemorrágicas.

Em altas doses ou uso continuado pode causar taquicardia, vômitos e diarréia. As folhas não devem fermentar, pois pode ocorrer a transformação da cumarina em dicumarol, que tem ação hemorrágica.

Contra-indicações: Gravidez e lactação e em crianças abaixo de dois anos

Posologia e modo de uso: Infusão ou decocção –Uma colher (sopa) de folhas picadas, para uma xícara de água quente.. Tomar 2 a 3 xícaras ao dia.

Xarope: (15 a 20 %)- 3 a 4 colheres (sopa) ao dia.

Referências: 

AGOSTINI-COSTA et al. Effect of Accessions and Environment Conditions on Coumarin, O-Coumaric and Kaurenoic Acids Levels of Mikania laevigata. JO. Planta Med . PY. 2016, vol.82, pg: 1431-1437.

ALONSO. J. Tratado de Fitomedicina y Nutracéuticos. Rosário, Argentina: Corpus Libros, 2004, 1360 p.

BERTOTTO, J. C. Flora Medicinal: plantas medicinales de todas las regiones del mundo. Argentina: Ed. Arenarial, 1964.

CAMPOS – Plantas que ajudam o homem: guia prático para a época atual. São Paulo, Culurix/Pensamento, 1997.

COSTA, Vanessa Cruz de Oliveira et al. Comparison of the Morphology, Anatomy, and Chemical Profile of Mikania glomerata and Mikania laevigata. Planta Med. Set. 2018 vol.84, pg: 191–200.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

MATOS, J. M. Plantas Medicinais Brasileiras: constituintes químicos ativos e propriedades biológicas. Fortaleza: Ed. UFC, 2004.

PAZ. E. A. et al. YUYOS: uso racional de las plantas medicinales. Uruguay. Ed. Fin del Siglo, 1992.

PASQUA.C.S.P. Della. Pharmacological study of anti-inflammatory activity of aqueous extracts of Mikania glomerata (Spreng.) and Mikania laevigata (Sch. Bip. ex Baker). Journal of Ethnopharmacology. Março 2019, vol. 231, pg:50-56.

SIMÕES, C. M. O. et al. Planta da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

REIS, Isabella M A. et al. Characterization of the secondary metabolites from endophytic fungi Nodulisporium sp. isolated from the medicinal plant Mikania laevigata (Asteraceae) by reversed-phase high-performance liquid chromatography coupled with mass spectrometric multistage. Pharmacognosy Magazine, [s.l.], v. 14, n. 59, p.495-498, 2018.

Tags: DigestivoDiuréticoExpectoranteInseticida

ESPINHEIRA-SANTA

19/01/2020 23:21

Monteverdia ilicifolia (Mart. ex Reissek) Biral

Celastraceae 


Sinonímias: Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek; Maytenus castaneaeformis Reissek; Maytenus castaneiformis Reissek; Maytenus macrodonta Reissek; Maytenus muelleri Schw.; Maytenus officinalis Mabb.;

Nomes populares:  Espinheira-santa, cancerosa, cancorosa, espinho-de-deus, salva-vidas, sombra-de-touro, coromilho-do-campo, erva-cancerosa, erva santa (Brasil); quebrachillo, sombra-de-toro, concorosa, congorosa (Argentina, Uruguai, Rio da Prata).

Origem ou Habitat: O gênero Maytenus é pantropical, concentrando na América do Sul o maior número de espécies.

No Brasil, a espécie Maytenus ilicifolia é encontrada predominantemente na Região Sul, no entanto, ela pode ocorrer em outros Estados. As outras espécies do gênero Maytenus, como M. aquifolium e M. robusta, têm distribuição mais ampla. (Reis e Silva, 2004).

Características botânicas:  Maytenus ilicifolia Mart. é planta arbórea, arbustiva ou subarbustiva, podendo atingir 5 m de altura. Folhas simples, inteiras, alternas, coriáceas e brilhantes, com margem inteira ou mais comumente espinescente, estípulas inconspícuas. Inflorescências axilares, fasciculadas, cimosa. Flores pequenas, esverdeadas, diclamídeas, dialipétalas, hermafroditas; 5 estames livres, ovário bilocular com disco nectarífero; fruto cápsula bi-valvar de cor vermelha; semente coberta por arilo carnoso e branco.

Partes usadas: Folhas e raízes.

Uso popular:  Anticonceptivo, cicatrizante, vulnerário (curar feridas), anti-séptico, digestivo, antiespasmódico, contra hiperacidez e ulcerações do estômago, curar o vício da bebida e enfermidades do fígado, hidropisia devido ao abuso de álcool, diurético, antipirético, laxativo, anti-asmático, anti-tumoral e analgésico.

Informações científicas: 👥(HU): Apenas três estudos clínicos com pouca qualidade metodológica e baixo número amostral foram realizados até o momento. O primeiro foi realizado em sete voluntários sadios (fase I), durante 14 dias, não sendo observado nenhum evento adverso que pudesse ser associado ao uso da planta (Carlini, 1988). O segundo foi realizado em pacientes portadores de dispepsia alta ou úlcera péptica (10 pacientes no grupo tratado e 10 do grupo placebo), sendo que as cicatrizações aconteceram nos dois grupos, com grande perda de seguimento, sem diferença estatística. Apenas houve melhora na sintomatologia, que é um desfecho subjetivo (Geocze et al., 1988). O último estudo, também datado dos anos 1990, não verificou atividade do extrato sobre Helicobacter pylori, quando testado em 10 pacientes (Coelho et al., 1994).

Observações do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas da M. ilicifolia tem boa resposta quando utilizada em afecções de boca (gengivite, afta e após procedimentos odontológicos). Esta espécie também pode ser associada à erva-santa (Aloysia gratissima) em distúrbios estomacais, azia e gastrite.

Cuidados para o uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso. Deve ser evitado o seu uso interno em gestantes, lactantes e em crianças menores de 4 anos. Embora os estudos referentes à espécie Maytenus ilicifolia indiquem que a mesma possa ser usada com segurança nas doses preconizadas, o mesmo não se pode afirmar em relação à Zollernia ilicifolia, já que, apesar de possuir efeitos antiulcerogênico e analgésico, apresenta glicosídios cianogênicos. Quanto à Sorocea bonplandii, que também possui efeitos antiúlcera e analgésico, apresenta mais segurança em seu uso, já que não demonstrou ser tóxica.

Posologia e modo de uso:

🍵 Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: emprega-se a infusão em forma de compressas, banhos, bochechos e gargarejos. M. ilicifolia pode ser associada com a espécie Erva Santa (Aloysia gratissima) para tratamento de úlceras gástricas com o uso interno da infusão preparada 1 xícara de água fervente com até 4 folhas frescas de cada planta até 3 vezes ao dia por no máximo 15 dias.

Observações: A espécie Maytenus ilicifolia é facilmente confundida com outras espécies que também apresentam folhas com margem espinescente. Exemplos são as espécies Monteverdia ilicifolia (Mart. ex Reissek) Biral e Monteverdia aquifolia (Mart.) Biral da família Celastraceae, Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel da família Fabaceae, Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. da família Moraceae, Berberis fortunei Lindl. da família Berberidaceae e Jodina rhombifolia (Hook. & Arn.) Reissek da família Santalaceae.

Composição química: Alcalóides: maitansina, maitanprina, maitanbutina e cafeína; terpenos: maitenina, tingenona, isotenginona III, congorosina A e B, pristimerina, celastrol, ácido maitenóico, friedelina friedelan-3-ol, maitenoquinona, β e δ-amirina, fitoesteróis (campesterol, ergosterol, β-sitosterol; outros: pristimerina e isopristimerina III (macrolídeos presentes na raiz); flavonóides (derivados da quercetina e kaempferol), leucoantocianidinas, ilicifolinosídeos A, B e C; ácido clorogênico; taninos hidrolizáveis (ac. tânico); traços de minerais e oligoelementos (ferro, enxofre, sódio e cálcio) e óleo fixo nas sementes. (Alonso, 2004).

  • Triterpenóides quinone-metilóides: Maltenin, 22β-hidroximathenin, celastrol, pristimerina, tingenona, isotenginone ii, cangorosinas A e B, ácido maitenoico.
  • Alcalóides Piridínicos Sesquiterpênicos: Ilicifoliunina A, ilicifoliunina B, aquifoliunina EI e maiteina.
  • Taninos condensados: Proanthocyanidins: Epicatechin, epicatechin gallate, procyanidin B2.
  • Triterpenos: Friedelina, friedelan-3-ona, friedelanol, cangorosin A e B, maitefolinas A, B e C, Uvaol-3-cafeato e eritrodiol.
  • Glicolipídeos: Monogalactosildiacilglicerol, digalactosildiacilglicerol, trigalactosildiacilglicerol, tetragalactosildiacilglicerol, sulfoquinovosildiacilglicerol.
  • Flavonóides: Mauritianina, trifolina , hiperina, epicatequina, catequina, canferol, quercetina, galactitol, mono- di- tri- e tetra-glicosídeos de quercetina, rutina, quercitrina e hiperosídeo, dentre outros.

 

Referências
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofarmacêuticos e Nutracêuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p.370-373

2. DUKE, J.A. Plantas medicinais da América Latina. Boca Raton, EUA: CRC Press, 2008.

3. COSTA, M. A. et al. Plantas e saúde: guia introdutório a fitoterapia. Brasília: Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 1992. p. 5-63.

4. CONDE-HERNÁNDEZ, Lilia A.; ESPINOSA-VICTORIA, José R.; GUERRERO-COPPEDE, Juliana S. et al. Culturas celulares de Maytenus ilicifolia Mart. são fontes mais ricas de triterpenóides de quinone-methide do que raízes vegetais in natura. Célula vegetal, tecido e cultura de órgãos (pctoc), [s.l.], v. 118, n. 1, p.33-43, 23 mar. 2014.

5. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

6. LUTZENBERGER, L. C. Revisão da nomenclatura e observações sobre as Angiospermas citadas na obra de Manuel Cypriano D’Ávila: “Da flora medicinal do Rio Grande do Sul”. 1985. 223 f. Dissertação. (Bacharelado em Botânica). Curso de Ciências Biológicas/ Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1985.

7. MENTZ, L. A., LUTZEMBERGER, L. C., SCHENKEL, E. P. Da flora medicinal do Rio Grande do Sul: notas sobre a obra de DÁvila (1910). Caderno de Farmácia, v. 13, n. 1, p. 25-48, 1997.

8. PAZ, E. A.; BASSAGODA, M.; FERREIRA, F. Yuyos: uso racional de las plantas medicinales. Montevideo, Uruguay: Fin de Siglo, 1992.

9. REIS, M. S.; SILVA, S. R. Conservação e uso sustentável de plantas medicinais e aromáticas: Maytenus spp., espinheira-santa. Brasília: IBAMA, 2004. 204 p.

10. SANTOS-OLIVEIRA, Ralph; COULAUD-CUNHA, Simone; COLAÇO, Waldeciro. Revisão da Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek, Celastraceae. Contribuição ao estudo das propriedades farmacológicas. Revista Brasileira de Farmacognosia, [s.l.], v. 19, n. 2, p.650-659, jun. 2009.

11. SANTOS, Vânia A. F. F. M. et al. Antiprotozoal Sesquiterpene Pyridine Alkaloids from Maytenus ilicifolia. Journal Of Natural Products, [s.l.], v. 75, n. 5, p.991-995, 4 maio 2012.

12. SIMÕES, C. M. O. et al. Plantas da medicina popular no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986. p. 174. RODRIGUES, M. V. Qualidade de vida no trabalho. 1989. 180 f.. Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1989.

13. SOUZA, Lauro M. de et al. HPLC/ESI-MS and NMR analysis of flavonoids and tannins in bioactive extract from leaves of Maytenus ilicifolia. Journal Of Pharmaceutical And Biomedical Analysis, [s.l.], v. 47, n. 1, p.59-67, maio 2008.

14. MARIOT, M.P. ; BARBIERI, R.L.Metabólitos secundários e propriedades medicinais da espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. e M. aquifolium Mart.)Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.9, n.3, p.89-99, 2007.

15. LEITE, João Paulo V. et al. Constituents from Maytenus ilicifolia leaves and bioguided fractionation for gastroprotective activity. Journal Of The Brazilian Chemical Society, [s.l.], v. 21, n. 2, p.248-254, 2010.

16. MOSSI, Altemir José et al. Variabilidade química de compostos orgânicos voláteis e semivoláteis de populações nativas de Maytenus ilicifolia. Química Nova, [s.l.], v. 33, n. 5, p.1067-1070, 2010.

17. CARLINI, E. A.; FROCHTENGARTEN, M. L., Toxicologia clínica (Fase I) da espinheira-santa (Maytenus ilicifolia). In: (Ed.). Estudo de ação antiúlcera gástrica de plantas brasileiras (Maytenus ilicifolia “espinheira-santa” e outras. Brasília: CEME – Central de Medicamentos, 1988. 67-73

18. GEOCZE S.; et al., Tratamento de pacientes portadores com dispepsia alta ou úlcera péptica com preparações de espinheira-santa (Maytenus ilicifolia). In: (Ed. Estudo de ação antiúlcera gástrica de plantas brasileiras (Maytenus ilicifolia “espinheira-santa” e outras). Brasília:CEME– Central de Medicamentos, 1988. 75-87.

19. COELHO, L. G. V.; ANDRADE, A. M.; CHAUSSON, Y. et al. Maytenus ilicifolia (“Espinheira santa”), peptic ulcer and Helicobacter pylory. Gastroenterolologia Endoscopia Digestiva, 13, p. 109-112, 1994. Disponível em:

 

 

Tags: AnalgésicoAntiasmáticaAnticonceptivoAntiespasmódicoantipiréticoAntissépticaCicatrizanteDigestivoDiuréticoHidropsiaLaxativas

CARURU-DE-MANCHA

07/01/2020 22:17

Amaranthus viridis   L.

Amaranthaceae 


Sinonímias: Euxolus viridis (L.) Moq., Glomeraria viridis (L.) Cav., Pyxidium viride (L.) Moq. 

Nomes populares:  Caruru, caruru-de-mancha, caruru-verde, caruru-bravo, caruru-miúdo, caruru-de-porco, caruru-de-soldado, caruru-verdadeiro, amaranto-verde, bredo, bredo-verdadeiro. [Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Origem ou Habitat: Nativa do Caribe e amplamente disseminada em áreas abertas e lavouras de todo o Brasil. 

Características botânicas:  Ácea anual, ereta, pouco ramificada, variavelmente pigmentada, com hastes carnosas, medindo de 40-100 cm de altura. Folhas simples, inteiras, alternas, longo-pecioladas, membranáceas, glabras, de 6-13 cm de comprimento, com uma mancha violácea no centro da folha. Flores muito pequenas, de cor esverdeadas, reunidas em panículas racemosas axilares e terminais. Sementes muito pequenas. Brácteas ovadas a lanceoladas, agudas, não epinescentes. As sementes são castanho avermelhadas ou pretas.  

Obs.: As espécies Amaranthus spinosus L. e Amaranthus retroflexus L. possuem propriedades e características semelhantes, exceto pela presença de espinhos longos nas axilas das folhas de A. spinosus e pelo maior porte de A. retroflexus, tendo inclusive os mesmos nomes populares. [Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Partes usadas: Planta inteira: folhas, raízes e inflorescências. 

Uso popular:  A planta inteira é empregada na medicina caseira em quase todo o Brasil. As folhas e raízes são consideradas emolientes e anti blenorrágicas. As folhas são mucilaginosas, digestivas, diuréticas, resolutivas e laxativas. Acredita-se que sua administração aumente a lactação. É utilizada externamente contra afecções de pele, como eczemas e furúnculos, e também na forma de gargarejos contra úlceras na boca. 

Composição química:  As folhas possuem carotenóides, entre eles 54-61% de luteína mais violaxantina, 24-34% de β-caroteno, 10–14% de neoxantina e traços de zeaxantina e α-cripto-xantina, além de espinasterol e uma saponina derivada do ácido oleanólico . É também uma fonte rica em vitamina A. Em termos quantitativos e qualitativos, o Amaranthus viridis L. constitui-se como uma excelente fonte de proteínas. Possui consideráveis quantidades de dois ácidos graxos essenciais – linoléico e alfa-linoleíco – e minerais, como ferro, magnésio, cálcio e zinco. 

Ações farmacológicas: Diurética, adstringente, mucilaginosa, laxativa, cicatrizante, antiblenorrágica, antiinflamatória. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: As inflorescências não deve ser consumida por gestantes, lactantes e nem por cardíacos. fonte. 

Posologia e modo de uso: Na forma de infusão, vertendo 1 xícara de água fervente em 1 colher de sopa das folhas. 

Externamente, fazer gargarejo com a infusão um pouco mais concentrada (2 colheres de sopa);  

Para uso tópico, triturar toda a planta e aplicar sobre as afecções de pele. Pode-se fazer compressas com a infusão da planta como anti-inflamatório.

 

 

Referências:

CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants., Londres: [s. i.], 1996. p. 163.  

CORRÊA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1926-1978. v. 2, p.102. 

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. [S. I.: s. i.], 2001. p. 48. 

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 43. 

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2. ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997. p. 85. 

MERCADANTE, A. Z., RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Carotenoid composition and vitamin A value of some native Brazilian green leafy vegetables. International Journal of Food Science & Technology, [S. I.], v. 25, n. 2, p. 213–219, Abril 1990. 

SENA, L. P. et al. Analysis of nutritional components of eight famine foods of the Republic of Niger. Plant Foods for Human Nutrition (Formerly Qualitas Plantarum), [S. I], v. 52, n. 1, p. 17-30, 1998. 

STUART, M. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Barcelona: Ediciones Omega, S. A., 1981. p. 151. 

www.tropicos.org – Acesso em: 30 de maio de 2011.

Tags: AfecçõesDigestivoDiuréticoEmolientesLaxativasMucilaginosas

CAPIM-CIDREIRA-FINO

05/01/2020 17:04

Elionurus muticus (Spreng.)Kuntze.
Poaceae 


Sinonímias: Elionurus latiflorus (Nees ex Steud.)Hack. 

Nomes populares:  Capim-cidreira, capinzinho-cidreira, capim-cidreira-fino, capim-limão-fino, capim-carona, etc. 

Origem ou Habitat: Sul do Brasil. O gênero Elionurus compreende cerca de 15 espécies comuns nas regiões tropicais e subtropicais da América do Sul, África, Austrália e Ásia temperada. 

Características botânicas:  É uma gramínea cespitosa de folhas filiformes. 

Partes usadas:Folhas e raízes. 

Uso popular:  Esta planta é usada popularmente como medicinal e aromática, tendo sido considerada as propriedades sudoríficas e de baixar a febre, além das atividades antioxidante e antibacteriana. Em Fraiburgo(SC), o chá do capim-cidreira-fino é usado como digestivo, para gripes e resfriados. 

Composição química:  Composição química do óleo essencial de espécies de Elionurus muticus coletadas no Pantanal brasileiro: (E)​-​CaryophylleneMyrceneLimonene, alfa-gurjuneneViridiflorol, α-​PatchouleneLedolCaryophyllene oxide, AcorenoneSpathulenol, α-​HumuleneBicyclogermacreneepi-​β-​Santalene, β-​Elemene, 9-​epi-​trans-​Caryophyllenetrans-​β-​Guaiene, d-​Cadinene 

Outro grupo de estudos, Hess et al. (2007), também coletou espécies no Pantanal brasileiro, nas quatro estações do ano e identificaram, nas partes aéreas: sesquiterpenóides, (E) – cariofilenobiciclogermacrenoespatulenol e óxido de cariofileno, e suas concentrações variaram de acordo com a época de coleta da planta.  

Em outro estudo, Scramim (2000), identifica no óleo essencial de folhas o B-cariofileno, canfeno, spatulenol 

Na Argentina, um trabalho mostrou a composição do óleo essencial que foi classificada em 5 tipos químicos de acordo com o principal composto presente no óleo essencial: neral + geranial (citral), acorenoneiso-acorenone e 1,8-cineol. 

Em um trabalho feito em Zimbabwe, na África, Chagonda(2012), com espécies cultivadas, foram identificados 44 componentes no óleo essencial das raízes, sendo o composto majoritário um sesquiterpeno oxigenado 1(10)-aristoleno-2-one com 72,1%. 

Ações farmacológicas: Segundo o trabalho de Hess et al.(2007), os óleos essenciais e os extratos etanólicos bruto foram ativos contra Bacillus cereusPseudomonas aeruginosa Staphylococcus aureus e não foram ativos contra Escherichia coli. As atividades antibacterianas variaram de acordo com o período de coleta das plantas. 

Outras atividades reportadas: Sudorífico, estomáquico e antioxidante. 

Observações: composto do óleo essencial Citral é uma mistura dos dois isômeros geométricos, geranial e neral. Este composto tem um forte odor cítrico e que desencadeia o maior interesse em relação a Elionurus muticus , devido à sua ampla utilização como aromático, na indústria alimentícia e cosmética. 

O Citral foi utilizado como matéria-prima na indústria farmacêutica para sintetizar uma série de ionona. Beta-ionona foi especificamente usado para sintetizar a vitamina A.  

A alta demanda por óleo essencial com alto teor de citral, atualmente fornecido pelo capim-limão (Cymbopogon citratus), incentiva o uso de Elionurus muticus como uma alternativa para a extração de óleo.  

A presença de neral e geranial (Citral) em Elionurus muticus só foi detectado para as populações do sul do Brasil, enquanto que nas restantes regiões brasileiras só canfeno (11,5%), E-cariofileno (17,9%) e espatulenol (18,6%) foram relatados como os principais componentes do óleo (Scramim & Saito, 2000). 

O óleo essencial de outra espécie, o Elionurus candidus é usado como aromatizante em cosméticos e produtos de limpeza doméstica. 

Elionurus muticus não é adequado para a alimentação do gado uma vez que o seu sabor amargo é transmitido para o leite; no entanto, as plantas jovens podem ser comidos. 

Citral foi relatado para Elionurus por outros autores, mas estes compostos foram mais freqüentes na Argentina e no Uruguai (Mevy et al, 2002;. Cacciabua et al, 2005;. Kolb et al, 2006;. Sabini et al, 2006.). Estudos realizados no Brasil têm se concentrado na Região Centro-Oeste e até o momento não há relatos sobre a presença de Citral nas plantas estudadas nestas regiões (Scramim et al, 2000; Hess et al, 2007). No estudo de Fuller et al.(2010), as plantas foram coletadas no estado do Rio Grande do Sul, onde as condições climáticas são semelhantes aos de Argentina e Uruguai por causa da localização geográfica. Estas condições (regiões mais frias) provavelmente favorecem a produção destes compostos. 

Alguns autores concluíram que a variabilidade nas concentrações dos compostos fenólicos é dependente do meio ambiente e do genótipo da planta.  

Outros autores concluíram que essa variação na quantidade de Citral é devida a fatores genéticos e não ambientais (Martins, 2004).
 

 

Referências:
ChagondaLameck S.; Chalchat, Jean-Claude; Bessiere, Jean-Marie – “Constituents of the root essential oil of cultivated Elionurus muticus (Spreng.) Kunth from Zimbabwe”- From Analytical Chemistry Letters (2012), 2(3), 177-181. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 8 Jul 2014. 

Fuller, T. N.; Tessele, C.; Barros, I. B. I.; Barbosa Neto, J. F. “Phenotypical, phytochemical and molecular characterization of “capim-​carona” [Elionurus muticus (Spreng.) Kuntzepopulations” – From Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2010), 12(3), 261-268. | LanguageEnglishDatabase: CAPLUS- Acesso 8 Jul 2014. 

Hess, Sonia C.; Peres, Marize T. L. P.; Batista, Ana L.; Rodrigues, Janaina P.; Tiviroli, Soraia C.; Oliveira, Luis G. L.; Santos, Cicero W. C.; Fedel, Lis E. S.; Crispim, Sandra M. A.; Smania, Artur, Jr.; et al. -” Evaluation of seasonal changes in chemical composition and antibacterial activity of Elyonurus muticus (Sprengel) O. Kuntze (Gramineae)”. Quimica Nova (2007), 30(2), 370-373. | Language: Portuguese, Database: CAPLUS – Acesso 8 Jul 2014. 

ScraminShirlei; Saito, Maria LuciaPottArnildo; Marques, Marcia Ortiz Mayo – Essential oil of Elyonurus muticus (SprengelO.Kuntze (Gramineae)- From Journal of Essential Oil Research (2000), 12(3), 298-300. | LanguageEnglishDatabase: CAPLUS – Acesso 8 Jul 2014.  

SILVA JUNIOR, A.A.; MICHALAK, E. O ÉDEN DE EVA. Florianópolis: Epagri, 2014. 

MARTINS, M. B. G. et al. Caracterização anatômica da folha de Cymbopogon citratus (DC.)Stapf (Poaceae) e perfil químico do óleo essencial. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. v.6, n.3, p.20-29, Botucatu, 2004. 

http://www.tropicos.org/Name/25528049?tab=acceptednames – Acesso 8 Jul 2014.

Tags: Anti-oxidanteAntibacterianaAromáticaDigestivoFebre

BOLDO-DO-CHILE

04/01/2020 23:23

Peumus boldus Molina.
Monimiaceae 


SinonímiasBoldea boldus (Molina) Looser; Boldu boldus (Molina) Lyons.

Nomes popularesBoldo, Boldo-do-Chile

Origem ou HabitatChile.

Características botânicasArbusto frondoso, aromático, dióico, caracterizado por apresentar altura máxima de 6 metros (na maioria dos casos alcança 2-3 metros). Folhas opostas curtamente pecioladas, de cor verde cinzenta, ligeiramente pubescentes em ambos os lados, com pequenas papilas pelo feixe, ásperas e quebradiças ao toque. Presença de uma fina cortiça marrom acinzentada, rugosa, ramos cilíndricos abundantes e pequenas flores unissexuadas de cor branco-amareladas ou branco-esverdeadas, dispostas em racimos terminais frouxos. A floração ocorre de julho a novembro. O fruto é uma drupa escura, reunida em número de 2 a 5, vovide, de 6 – 8 mm de largura

Partes usadas: Folhas.

Uso popularNo Chile e nos países importadores emprega-se a infusão de suas folhas como regulador digestivo, colagogo, colerético, calmante, anti-helmíntico, e na forma de cataplasma a ser aplicado nas dores reumáticas.

Composição químicaAlguns compostos são: ascaridol, cineol, benzoato de bencilo,fenchona, carvona, canfeno, farnesol, α-terpineol, γ-terpineol, p-cimeno, eugenol, limoneno; boldina, isoboldina, kampferol, boldoglucina, ácido cítrico, taninos, cumarina¹, 6a,7-dehidroboldina , proaporfina, linalol, terpineno-4-ol, α-pineno, β-pineno, alcanfor.

  •  Óleo essencial: Terpinol, p-cimeno, eucaliptol, dióxido de limoneno, canfeno, ascaridol (tóxico), dentre outros.
  • Alcalóides: Boldina, secoboldina, esparteína (toxico), dentre outros.

Ações farmacológicas: Atividade hepatovesicular, hepatoprotetora, eupéptica, colerética, digestiva, atividade antioxidante, atividade antimicrobiana, anti-helmíntica, ação diurética discreta¹, colagoga, anti-séptica, sedativa, antiinflamatória. Mostrou, in vitro contra Malassezia furfur.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Doses maiores que 100mg do extrato seco por vez podem causar alucinações cromáticas e auditivas, vômitos, diarreias, letargia e convulsões. Doses altas da essência podem causar irritação renal, vômitos diarreia, efeitos narcóticos, paralisantes e convulsivantes. Entre os elementos tóxicos em altas doses estão a paquicarpina, o ascaridol e o terpineol. 

Contra-indicaçõesNão deve ser utilizado por pessoas com doença hepática aguda ou severa, colecistite séptica, espasmos do intestino e íleo e câncer hepático. Não deve ser utilizado por pessoas com obstrução das vias biliares, doenças severas no fígado e nos casos de gravidez. A presença de alcaloides desaconselha o uso infantil (até seis anos) e durante a lactação. O óleo essencial, devido ao seu alto conteúdo de ascaridol (tóxico), não deve ser prescrito sem exclusiva vigilância profissional.

Posologia e modo de uso: Uso interno: Infusão de 1 a 2g (1 a 2 colheres de chá) de folhas picadas em 150mL (xícara de chá) de água fervente. Tomar uma xícara de chá, 2x ao dia. Não exceder a dosagem recomendada. Não usar durante muito tempo e de forma contínua.

Referências: 
CASTRO, Débora Silva Borges de et al. Larvicidal activity of essential oil of Peumus boldus Molina and its ascaridole-enriched fraction against Culex quinquefasciatus. Experimental Parasitology, [s.l.], v. 171, p.84-90, dez. 2016.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 226-229.

ANVISA. RDC N° 10/2010. Diário Oficial da União (Imprensa Nacional), 2010. Ano CXLVII, N° 46, Seção 1. p. 52-59.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 900-901.

CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 176-177.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colombia:. Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo (CYTED), 1995.

HERRERA-RODRÍGUEZ, Carmen et al. Bioactivity of Peumus boldus Molina, Laurelia sempervirens (Ruiz & Pav.) Tul. and Laureliopsis philippiana (Looser) Schodde (Monimiacea) essential oils against Sitophilus zeamais Motschulsky. Chilean Journal Of Agricultural Research, [s.l.], v. 75, n. 3, p.334-340, set. 2015.

NEWALL, C. A.; ANDRESON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Plantas medicinais: guia para profissionais de saúde. São Paulo: Premier, 2002. p. 47-48.

SOUZA, Wanderson Fernando Mello de et al. Evaluation of the volatile composition, toxicological and antioxidant potentials of the essential oils and teas of commercial Chilean boldo samples. Food Research International, [s.l.], p.1-7, jan. 2019.

http://www.tropicos.org – Acesso em: 26 de julho de 2010.

Tags: Anti-helmínticaCalmanteColagogoColeréticaDigestivoDores reumáticas

ALHO

27/12/2019 01:09

Allium sativum  L.

Amaryllidaceae (antiga Liliaceae) 


Sinonímias:Allium pekinense Prokhanov.

Nomes populares: Alho, alho-comum, alho-manso, alho-hortense, garlic (EUA), ajo (ESPANHA).

Origem ou Habitat: Há controvérsias quanto ao local de origem ser a Europa Mediterrânea ou o Continente Asiático, porém, a maioria dos estudos aponta o Continente Asiático, contando que o alho surgiu no deserto da Sibéria, foi levado por nômades para o Egito, de onde migrou para o Extremo Oriente por rotas do comércio com a Índia, alcançando a Europa. Atualmente é distribuído e cultivado em quase todo o mundo.

Características botânicas: Herbácea anual, perene, caracterizada por crescer formando bulbos compostos de pequenos dentes (8-20 bulbilhos). Folhas lineares, achatadas e longas, quando maduras são amareladas, dispostas em forma de roseta, podendo alcançar até 60 cm de altura. Inflorescência disposta em umbela, com flores pequenas, brancas a rosadas.

Partes usadas: Bulbos.

Uso popular: O alho é largamente utilizado na culinária como condimento e na medicina tradicional para evitar ou curar perturbações do aparelho digestivo e respiratório, parasitoses intestinais, edema, gripe, trombose, arteriosclerose.

Composição química: Compostos contendo enxofre (0,1-0,2%): – solúveis em água: derivados da cisteína (S-alil-cisteína (21%), S-alil-mercaptocisteína, S-metil-cisteína e g-glutamil-cisteína);

– Solúveis em óleo: sulfureto dialílico, dissulfeto dialílico, alicina, aliína, ajoeno, etc.

Compostos sem enxofre: allixina (fenólico), saponinas, polissacarídeos, mucilagens, minerais e oligoelementos.

Conteúdo alimentício em 100g de alho cru ou fresco: calorías (128-135), proteínas (6,1 g principalmente aliinase), aminoácidos livres (1,2 g principalmente arginina), hidratos de carbono (27,5 g principalmente frutosanos), gordura (0,1 g), água (64 g), fibra (0,7-1,5 g), cinzas (1,5 g), cálcio (38 mg), fósforo (134 mg), magnésio (26 mg), enxofre (80 mg), iodo (0,004 mg), sílica (traços), sódio (45 mg), ferro (1-1,4 mg), níquel (10 ug), selênio (20 ug), pro-vitamina A (0,1 mg), vitamina B1 (0,1-0,2 mg), vitamina B2 (0,08-0,10 mg), vitamina B3 (0,6 mg), vitamina C (14-17 mg). (ALONSO, 2004).

Observações: Algumas pessoas acreditam que o alho tenha o poder místico capaz de espantar e destruir malignidade como mal-olhado, olho-gordo, bruxas e vampiros!.

 

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

http://www.hsf-network.com/en/plants-page/garlic/Acesso 04 Fev 2015.

http://www.tropicos.org/Name/18401720 – Acesso 04 Fev 2015.

Tags: AntigripaisArterioscleroseCondimentoDigestivoEdemaParasitoseTrombose
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