SUCUPIRA-BRANCA

22/02/2020 17:14

Pterodon emarginatus  Vogel.

Fabaceae 


SinonímiasPterodon polygalaeflorus (Benth.) Benth.; Sweetia inornata Mohlenbr.; Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovlev (LIMA).

Nomes populares: Sucupira, sucupira-branca, fava-de-sucupira, fava-de-santo-inácio, faveiro, faveira, sucupira lisa.

Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (Caatinga e Cerrado).

Características botânicas: Árvore majestosa, de copa piramidal de 5 a 16 m de altura, 40 a 60 cm de diâmetro do tronco, o qual é revestido por casca lisa branco-amarelada; folhas alternas, compostas (LORENZI; MATOS, 2002), 4 – 10 folíolos (geralmente 6-8), glabros, ovados, folíolos com ápice de truncado a fortemente emarginado; ráquis glabra ou glabrescente, flores roxas e os botões apresentam forma obovada, ápice bem arredondado e mais largo que a base(ROCHA, 2006). As raízes podem formar expansões ou túberas denominadas “batatas-de-sucupira”, órgãos de reserva da planta (LORENZI; MATOS, 2002).

Partes usadas: Cascas, folhas, frutos.

Uso popular: A madeira é muito resistente, sendo usada na construção civil. Da casca é produzido um óleo volátil e aromático, muito eficiente no tratamento dos reumatismos. As “batatas-de-sucupira” são usadas para o diabetes (LORENZI; MATOS, 2002). A sucupira-branca também é usada para dor de garganta, problemas de coluna e até como depurativo e fortificante (LORENZI; MATOS, 2002)(CARVALHO, 2004). Na região Centro-Oeste existem relatos do uso do chá das cascas para infecções ginecológicas  (SANTOS, 2010).

Composição química: Estudos fitoquímicos do gênero Pterodon revelaram a presença de alcalóides na casca, isoflavonas e alguns triterpenos no caule e diterpenos e isoflavonas em óleo das sementes (SANTOS, 2010)(DUTRA, 2009). Um estudo de espectrometria de massa mostrou 8 sesquiterpenos entre eles o E-cariofileno , gama- muruleno e biciclogermacreno. Uma série de furanos diterpenos foi isolada de todas as espécies de Pterodon. Alguns autores mencionam para estes diterpenos do tipo furano, uma relevante capacidade de extinção do oxigênio “singlet” envolvida em vários processos deletérios no organismo (ação antioxidante).

Alguns diterpenos encontrados: metil6a,7b-diacetoxi-12-16-dihidro-12;14-dihidroxi-16-oxovinhaticoato; metil6a,7b-diacetoxi-14-hidroxivinhaticoato;7b-acetoxivouacapânico; 6a,7b-diacetoxivouacapânico; 6a,7b,14b-triol; metil6a,7b-diacetoxi-12-16-dihidro-12;14-dihidroxi-16-oxovinhaticoato;6a,7b-diacetoxivouacapânico-14b-al;6a,7b-diacetoxivouacapânico-14b-oato;ácido 6a,7b-dihidroxivouocapan-17b-óico (composto majoritário em P. emarginatus);6a-hidroxi-7b-acetoxi-vouocapan-17b-oato de metila e 6a-hidroxi-7b-acetoxi-vouocapan-14-eno

Ações farmacológicas: O diterpeno 14,15-epoxigeranilgeraniol e alguns derivados, isolados em P. pubescens (CARVALHO, 2004) têm sido associado com atividade protetora contra a penetração de cercarias do Schistossoma mansoni, parasito responsável pela esquistossomose (LORENZI; MATOS, 2002),(CARVALHO, 2004),(SANTOS, 2010),(DUTRA, 2009),(DUTRA, 2009).

Outro estudo desta espécie mostrou atividade contra dor aguda e crônica em modelos animais  (Nucci, 2012)

Um estudo em 1998 verificou a atividade antiinflamatória do extrato bruto dos frutos de Pterodon emarginatus em diferentes modelos animais, atribuindo esta ação à presença de compostos terpênicos (ROCHA, 2006).

Um estudo que utilizou em camundongos vários modelos de úlcera gástrica, encontrou atividade oral antiulcerogênica e anti-inflamatória pronunciada do óleo essencial de Pterodon emarginatus, justificando os usos da sucupira na medicina tradicional e abrindo caminho para novas terapêuticas em doenças inflamatórias (DUTRA, 2009).

Interações medicamentosas: não há relatos na literatura consultada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Lesões hepáticas discretas e leve toxicidade glomerular encontrados em animais são características do uso subcrônico de compostos terpênicos, portanto o uso do óleo de sucupira não deve ultrapassar quinze dias, retornando o tratamento após sete dias, quando necessário (CARVALHO, 2004).

Contra-indicações: Não foram encontradas na literatura consultada. Como recomendação geral deve-se evitar o uso na gravidez e lactação e aos portadores de doença hepática e /ou renal. O uso do óleo de sucupira não deve ultrapassar quinze dias consecutivos(CARVALHO, 2004).

Posologia e modo de uso: Nas referências não há estudos clínicos sobre o uso de sucupira; uma fonte consultada, baseada na informação popular e em resultados de testes pré-clínicos, sugere a dose de 220mg do óleo de sucupira três vezes ao dia, podendo chegar a até 300mg três vezes ao dia, em quadros inflamatórios e infecciosos, por quinze dias(CARVALHO, 2004).

Temos observado o uso da decocção na dose de um fruto/semente em 1 litro de água, ferver por 10 minutos, coar e tomar 3 xícaras ao dia, por não mais de 2 semanas, com intervalos de 7 dias.

Devido ao uso popular frequente de espécies de Pterodon e da Bowdichia virgilioides, também chamada de sucupira, são necessários estudos de segurança e eficácia que permitam o uso adequado destas espécies.

Observações: Há outra espécie, Bowdichia virgilioides Kunth ,também chamada de sucupira embora tenha morfologia bem diferente principalmente os frutos (LORENZI; MATOS, 2002) – seus frutos são legumes, indeiscentes, achatados, contendo pequenas sementes com 3 a 5 mm de comprimento, apresentando coloração avermelhada (LORENZI, 1992) e é citada na 1ª ed. da farmacopéia brasileira.

Segundo as bases International Plant Names Index, 2005, (POLHILL; RAVEN; ATIRTON, 1981), e W3Trópicos, o gênero Pterodon Vog. (Fabaceae, Papilionoideae, Dipteryxeae) possui seis espécies e pela Lista de Espécies Brasileiras possui quatro espécies(LIMA).

Existe uma confusão muito grande entre diversos autores e bases quanto à sinonímia da espécie Pterodon emarginatus Vogel sensu Lewis, por exemplo:

Lorenzi: Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovle., Pterodon pubescens (Benth.) Benth., Sweetia inornata Mohlenbr.(LORENZI; MATOS, 2002).

Carvalho: Pterodon pubescens (Benth.) Benth.(CARVALHO, 2004)

Tropicos.org: Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovlev, Pterodon polygaliflorus (Benth.) Benth., Pterodon pubescens (Benth.) Benth., Sweetia inornata Mohlenbr.

Lista de Espécies da Flora do Brasil: Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovlev, Pterodon polygalaeflorus Benth., Sweetia inornata Mohlenbr.(LIMA).

Um trabalho de Rocha (2006), inclusive utilizado pela Lista de Espécies da Flora Brasileira como referência (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB029843), através de análises moleculares e morfológicas concluiu que P. polygalaeflorus (Benth.) Benth. é sinônimo de P. emarginatus Vog. (corresponde à morfo roxa) e P. pubescens deve ser mantida como espécie distinta (corresponde à morfo rósea).

Neste caso, considerando-se a prioridade de publicação, o nome válido para a espécie é P. emarginatus Vog. sendo P. polygalaeflorus (Benth.) Benth. um sinônimo desta (ROCHA, 2006), como usamos neste texto.

Referências: 

CARVALHO, J. C. et al. Anti-inflammatory activity of the crude extract from the fruits of Pterodon emarginatus Vog. Journal of Ethnopharmacology, v. 64, n. 2, p.33-127, 1 fev. 1999.

CARVALHO, J. C. T. Fitoterápicos anti-inflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. São Paulo: Tecmedd, 2004.

CORRÊA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas (1926-1978). 6. v. Rio de Janeiro: IBDF, 1984.

DUTRA, R. C. et al Antiulcerogenic and anti‐inflammatory activities of the essential oil from Pterodon emarginatus seeds. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 61, n. 2, p. 50-243, 2009.

DUTRA, R.C. et al. Atividades antimicrobiana e leishmanicida das sementes de Pterodon emarginatus Vogel. Brazilian Journal of Pharmacognosy, v. 19, n. 2A, p.35-429, 2009.

LIMA, H. C. Pterodon In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB029843) – Acesso em: fevereiro de 2012.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 352 p.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

NUCCI, C. et al. Oleaginous extract from the fruits Pterodon pubescens Benth induces antinociception in animal models of acute and chronic pain. J. Ethnopharmacol. 21 Jun 2012.

POLHILL, R. M., RAVEN, P. H., ATIRTON, C. H. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: POLHILL, R. M., RAVEN, P. H. (ed.) Advances in Legume Systematics. Kew, UK:Royal Botanic Gardens, 1981. part 1, p. 1-26 .

REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 58ª, 2006, Florianópolis. Anais. Julho 2006. Disponível em: http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/SENIOR/RESUMOS/resumo_2221.html – Acesso em: 07 fevereiro 2012.

ROCHA, D. M. S. Aspectos taxonômicos, genéticos e reprodutivos de Pterodon pubescens (Benth.)Benth. e Pterodon emarginatus Vog. (Leguminosae, Dipteryxeae). 2006. 117 f. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Campina, SP.

SANTOS, A. P. et al. Composição química, atividade antimicrobiana do óleo essencial e ocorrência de esteróides nas folhas de Pterodon emarginatus Vogel, Fabaceae. Brazilian Journal of Pharmacognosy, v. 20, n. 6, p. 6-891, 2010.

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. http://www.tropicos.org – acesso em 31 Jan 2012.

http://www.asplantas.com.br/fotos/Pterodon_emarginatus.jpg&imgrefurl – acesso 08/fevereiro/2012.

http://www.flickr.com/photos/buzatti/5872994168/in/photostream – acesso 09/fevereiro/2012.

Tags: ConstruçãoDepurativoReumatismo

SOJA

22/02/2020 17:09

Glycine max  (L.)Merr.

Fabaceae 


SinonímiasDolichos soja L., Soja max (L.)Piper, Soja angustifolia Miq., Phaseolus max L., Glycine angustifolia Miq., Glycine soja Siebold & Zucc.,.

Nomes populares: Soja, soya(Espanha), soybean(Ingles), entre outros.

Origem ou Habitat: A soja é nativa da Ásia, especialmente da China e Oriente Médio.

Cresce em zonas temperadas do planeta, é cultivada extensamente, sendo a base da alimentação de muitas populações asiáticas.

Características botânicas: 

Herbácea anual.

Partes usadas: sementes.

Uso popular: Basicamente a soja e seus derivados são empregados na alimentação. No Marrocos, a decocção das sementes, por via oral, é recomendada para diabetes. Nos países do Oriente, o consumo da soja é aconselhado como alimento para prevenir a osteoporose.

As isoflavonas de soja são usadas como terapia hormonal durante a menopausa, como coadjuvante em processos de osteoporose, hipertrofia benigna de próstata e para amenizar os sintomas do climatério.

A lecitina de soja é empregada em cosmética como hidratante e na medicina como hipolipemiante.

Na França foi desenvolvida uma formulação com as frações insaponificáveis do abacate (Persea americana) e da soja ( Glycine max), para o tratamento da artrose.

A partir da fração insaponificável do resíduo da refinação do óleo de soja é obtido o stigmasterol, usada como matéria prima para a elaboração de hormônios esteroidais. (ALONSO, 2004).

Composição química: Isoflavonas (fenóis heterocíclicos): daidzeína, genisteína e seus respectivos glicosídeos conjugados, gliciteína;

Proteínas (35-50%): glicina e caseína. Certas formas de fermentação da soja, como o tempeh, na Indonésia, aumenta o valor proteico.

Carbohidratos (15-35%): holosídeos, pentosanos e galactosanos.

Outros: lipídeos (15-20%), fosfolipídeos (lecitina), esteróis (sitosterol, estigmasterol), pigmentos carotenóides e antociânicos, enzimas (amilase, protease, urease), vitaminas (B,D,E), saponinas esteroidais, inositol-hexafosfato, fibra (principalmente nos brotos de soja).

Ações farmacológicas: Ação estrogênica suave, prevenção contra vários tumores (mama, próstata, colon, ovário, endométrio), atividade protetora frente a osteoporose, diminuição da hipercolesterolemia, atividade antiartrósica, hidratante, imuno-estimulante.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

http://www.tropicos.org/Name/13043775?tab=synonyms – Acesso 8 Maio 2015.

Tags: ClimatérioNutritiva

SETE-SANGRIAS

22/02/2020 17:03

Cuphea carthagenensis   (Jacq.) J.F.Macbr

Lythraceae 


SinonímiasBalsamona pinto Vand., Cuphea balsamona Cham. & Schltdl., Lythrum carthagenense Jacq., Cuphea pinto Koehne.

Nomes populares: Sete-sangrias, erva-de-sangue, pé-de-pinto, guanxuma-vermelha.

Origem ou Habitat: É nativa de toda a América do Sul e ocorre como planta ruderal de crescimento espontâneo em pastagens e terrenos baldios de todo o Brasil, sendo considerada indesejada pelos agropecuaristas.

Características botânicas: Cuphea carthagenensis é uma erva ereta, com até 0,6 m de altura, muito ramificada, setosa-pubescente, caule avermelhado, às vezes base lenhosa. Folhas 0,9-3,5 c, de comprimento e 0,4-1,6cm de largura, simples, opostas, elípticas a lanceoladas, ásperas, pecioladas, pubescentes. Flores com 2 bracteolas, dispostas nas axilas das folhas, cerca de 0,5 cm de comprimento, cálice gamossépalo, internamente piloso, pétalas violáceas ou rosadas, obovadas, presas no ápice do cálice, estames inclusos, inseridos mais ou menos na metade do cálice, ovário súpero. Semente alada.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha de Santa Catarina as partes aéreas C. carthagenensis são empregadas na forma de decocto, internamente como depurativo do sangue, para ativação da circulação, em distúrbios do coração, para diminuir a taxa de colesterol e para diabetes.Outra espécie de sete-sangrias , a C. calophylla Cham.& schltdl. é utilizada nestas comunidades com as mesmas indicações.

Segundo a literatura as plantas do gênero Cuphea são consideradas na medicina popular como laxativas e anti-inflamatórias (SOEZIMA et al., 1992); febrífugas (HOEHNE, 1939; GONZÁLEZ et al., 1994); depurativas (HOEHNE, 1939; GRENAND et al., 1987). Na Guatemala, o decocto de Cuphea carthagenensis é utilizado no tratamento da gonorréia e no Brasil é usado como antimalárico. No México, o extrato aquoso das folhas frescas de Cuphea calophylla é utilizado como hipotensor e diurético. Cuphea glutinosa é considerada emenagoga e o decocto de Cuphea strigulosa é usado no Peru como antidiarréico e estomáquico (GONZÁLEZ et al., 1994), em irritação das vias respiratórias e insônia como indicação popular , e uso comprovado na prevenção de doenças cardiovasculares, diminuição do colesterol e e antioxidante (MARONI 2006 plantas botucatu);em doses mais concentradas o infuso é usado externamente para psoríase e outras dermatoses (FRANCO 2004 med. Dos simples).

Composição química: Estudos demonstraram que as partes aéreas de Cuphea carthagenensis contêm os ácidos graxos, ácido láurico e ácido mirístico, β-sitosterol, estigmasterol, β-amirina, ácidos betulínico e ursólico, além da nova substância cartagenol (GONZÁLEZ et al., 1994).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A literatura consultada não informa sobre efeitos adversos nas doses recomendadas. Doses altas podem causar diarréia (Terra ,água e chá 1995);não é indicado o uso em crianças ( LORENZI 2008 ) Uma pessoa que usou a Cuphea carthaginensis referiu ter tido reação alérgica (coceira pelo corpo, picaçada) e que, após três tentativas de uso com a mesma reação , atribuiu o fato ao uso da planta.(informação coletada por Simionato,C.).

Contra-indicações: Estudos em ratos não mostraram alterações na gestação, não significando que possa ser usada em humanos sem mais pesquisas. Também não é indicado seu uso em crianças.

Posologia e modo de uso: Infuso –uma colher de sobremesa da parte aérea em 1 xícara de água ,tomar até 3 xícaras ao dia

Xarope – preparar ao infuso 1 xícara média de açúcar, levar ao fogo até dissolver e tomar uma colher de sopa 3 vezes ao dia para tosse, respiração difícil e insônia (LORENZI 2008).

Observações: Várias espécies de Cuphea são denominadas popularmente “sete-sangrias”. Este nome foi dado pelo caboclo brasileiro por acreditar, ainda no tempo em que se usava fazer sangria nos doentes, que seu infuso valia por sete “sangrias”. O gênero Cuphea, com mais de 200 espécies, encontra-se distribuído em vários países, sendo no Brasil a sua maior representação (HOEHNE, 1939).

Existem no Brasil outras espécies deste gênero com características, propriedades e nomes populares semelhantes: Cuphea racemosa (L.f.)Spreng., Cuphea mesostemon Hoehne e Cuphea calophylla Cham&sch.

Referências: 

FRANCO, I. J.; FONTANA, V. L. Ervas e plantas: A medicina dos simples. 6.ed. Erechim: EDELBRA, 2001. 207 p.

HOEHNE, F. C. Plantas e substâncias vegetais tóxicas e medicinais. São Paulo: Departamento de Botânica do Estado, 1939. p. 206-209.

GONZÁLEZ, A. G.; VALENCIA, E.; BERMEJO BARRERA, J.; GRUPTA, M. P. Chemical components of Cuphea species. Carthagenol: a new triterpene from C. carthagenensis. Planta Med., [S.I.], v. 60, p. 592-593, 1994.

GRENAND, P.; MORETTI, C; JACQUEMIN, H. Pharmacopéas tradicionales en Guyane. Paris: Orstom, 1987

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MARONI, B. C.; DI STASI, C.; MACHADO, S. R. Plantas medicinais do cerrado de Botucatu: guia ilustrado. São Paulo: UNESP, 2006. 194p.

SOEZIMA et al., 1992)

http://toptropicals.com/catalog/uid/cuphea_carthagenensis.htm – acesso em 09/06/2011

http://www.virboga.de/Cuphea_carthagenensis.htm – acesso em 09/06/2011

http://www.hear.org/starr/images/species/?q=cuphea+carthagenensis&o=plants&s=date

– acesso em 09/06/11

htpp://www.tropicos.org – acesso em 09 de junho de 2011.

Tags: Anti-inflamatórioDepurativoDiuréticoEmenagogoEstomáquicoFebrífugaHipotensorInsôniaLaxativas

SERRALHA

22/02/2020 16:57

Sonchus oleraceus   L.

Asteraceae (Compositae)


SinonímiasSonchus ciliatus Lam., Sonchus gracilis Phil., Sonchus mairei H. Lév., Sonchus maritimus Sessé & Moc.

Nomes populares: Serralha, serralha-mansa, serralha-verdadeira, ciúmo, chicória-lisa(Brasil), cerraja (Espanha, Honduras, Panamá), serraja (Espanha, Costa Rica), serrajilla (Espanha, Costa Rica) , soncho (Espanha, Honduras) , Achicoria (Espanha, Mexico, Yucatán), chicoria (Espanha, Mexico, Yucatán), , colmillo de león (Espanha, Honduras) , hierba del sapo (Espanha, Honduras) , ku ju cai (pinyin, China), lechuga silvestre (Espanha, Mexico, Yucatán), lechuguilla (Espanha, Costa Rica, Guatemala), annual sow-thistle (Ingles, Canada).

Origem ou Habitat: É nativa da Europa e naturalizada em todo território brasileiro(LORENZI & MATOS, 2008). Atualmente é adventícia em todo o mundo.

Características botânicas: Herbácea anual, ereta, medindo de 40 a 110 cm de altura, talo redondo, oco, com seiva leitosa em seu interior, glabra, pouco ramificada, folhas sésseis, as superiores inteiras e as inferiores runcinadas(folha oblanceolada com margem partida ou lacerada), de base auriculada (Auriculada: base termina por um par de pequenos lobos, cada um dos lobos semelhante a uma orelha humana), de 6-17 cm de comprimento. Flores liguladas, reunidas em capítulos grandes, dispostos em panículas terminais. Os frutos são aquênios lanceolados, contendo um tufo de pêlos em uma das extremidades, facilitando sua disseminação.

Partes usadas: Planta inteira.

Uso popular: No Brasil o chá da planta é usado como digestivo e diurético e para problemas hepáticos e intestinais. A mesma infusão é utilizada em aplicações externas para lavar feridas.

Na Bolívia é empregado o cozimento da planta inteira para tratar cólicas hepáticas e alterações da menstruação. Também como depurativo, calmante, colagogo e diurético.

Na Guatemala a infusão das folhas é empregada como depurativo e antisséptico urinário. A infusão da planta inteira como febrífugo, antirreumático e hepatoprotetor. Externamente em casos de erisipela, urticária e feridas de pele.

Na Argentina é indicada para acessos de tosse, em inflamações renais e hepáticas, e por via externa na cicatrização de úlceras varicosas.

No Peru a infusão das folhas é recomendado em caso de úlceras, como digestivo, antiflatulento, antiespasmódico, hepático e intestinal, e como depurador sanguíneo.

Os Mapuches empregam a decocção da raiz como refrescante e digestiva.

Em Tobago utilizam a infusão das folhas em casos de gripes e resfriados.

Na Europa, além de seu emprego como digestivo, é recomendado em casos de ascite.

Na alimentação, as folhas e os brotos tenros da serralha são consumidas em saladas e sopas.

Composição química: Destacam-se óleos essenciais, esteróides, resinas, glicídios, fitosterina (látex), taninos, derivados terpênicos, pigmentos flavonóides (apigenina, kaempferol, luteolina), crisanthemina, cinarina, isocinarina, taraxasterol, glucosaluzanina C, sais minerais.

Ações farmacológicas: Diurética, antimicrobiana, colerética, colagoga, hepatoprotetora, hipocolesterolemiante.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O látex da planta fresca pode ocasionar dermatite de contato.

Contra-indicações: Não utilizar em grávidas nem em mulheres que amamentam.

Posologia e modo de uso: Decocção ou Infusão: 1 colher (sobremesa) de folhas picadas para cada xícara de água fervente. Ferver por 5 minutos. Tomar 3 xícaras ao dia, depois das refeições.

Pasta com glicerina: picar 3 colheres (sopa) da planta fresca, juntar 1 colher (sopa) de glicerina. Amassar até formar uma pasta. Esparramar em gaze e aplicar 2-3 vezes ao dia sobre a área afetada.

Observações: Existe uma espécie semelhante chamada Sonchus asper (L.) Hill. – Sinonímias: Sonchus oleraceus var. asper L., Sonchus carolinianus Walter, Sonchus spinosus Lam., Sonchus gigas Boulos, etc.

Nomes populares: Cerraja (Espanha, Panama), hua ye dian ku cai (pinyin, China), spinny annual sow-thistle (Ingles, Canada).

Existe uma espécie chamada Emilia fosbergii Nicolson – Sinonímias: Emilia sonchifolia var. rosea Bello, Emilia javanica (Burm. f.) C.B. Rob., etc.

Nomes populares: serralhinha, bela emília, pincel (Espanha, Honduras), pincelillo (Espanha, Honduras), lamparita (Espanha, El Salvador), Cupid’s-shaving-brush (Ingles, Estados Unidos), ying rong hua (pinyin, China) , etc.

ATENÇÃO, na composição química possui alcalóides pirrolizidínicos, sendo desaconselhado seu uso na alimentação e na forma de chá.

A serralha (Sonchus oleraceus) também é confundida com o dente-de-leão (Taraxacum officinale).

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. DRESCHER, Lírio (coord.). Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. Laranja da Terra-ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. LORENZI, H. Manual de identificação e controle de plantas “daninhas”: plantio direto e convencional. 6ª Ed. Nova Odessa – SP – 2006.

www.joinville.udesc.br/sbs/professores/…/morfvegetalorgaFOLHA.pdf – acesso em 26 de abril de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/2711967

– acesso em 12 de abril de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/2701342?tab=synonyms – acesso em 12 de abril de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/2702411 – acesso em 12 de abril de 2013.

Tags: Anti-inflamatórioCalmanteCicatrizanteColagogoCólicaDepurativoDigestivoDiuréticoFebrífugaFeridasFlatulênciaTosse

SENE

22/02/2020 16:52

Senna alexandrina  Mill.

Fabaceae


SinonímiasCassia senna L., Cassia acutifolia Delile, Cassia alexandrina (Gersault.)Thell., Cassia angustifolia Vahl., Senna acutifolia (Delile)Batka, Senna alexandrina Gersault., Senna angustifolia (Vahl.)Batka.

Nomes populares: Sene, sena, sene-da-Índia, sene-de-Alexandria, hindi sana (Índia), sen (Espanha).

Origem ou Habitat: Nordeste da África e do Oriente Médio.

Características botânicas: Subarbusto perene, caracterizado por apresentar uma altura entre 0,75 cm a 2 m de altura, folhas compostas paripenadas, divididas em 4-8 folíolos inteiros, medindo de 2-6 cm de comprimento por 4-14 mm de largura, em contorno lanceolado ou oval-lanceolado, de cor verde amarelada, apresentando ápice agudo, base assimétrica e margem lisa. Flores pequenas e numerosas, agrupadas em racemos, com pétalas amarelas. O fruto é uma vagem achatada, membranosa e deiscente, medindo de 15-17 mm de largura, de cor verde (com o tempo torna-se marrom).

Partes usadas: Folhas secas ou frutos (vagens).

Uso popular: As folhas secas de sene e os frutos são largamente usados como laxante para o tratamento de constipação aguda.

Composição química: Antraquinonas ou derivados antracênicos: diantron-glicosídeos ou antrocenosídeos, destacando-se os senosídeos A e B, senosídeos C e D, também encontram-se antraquinonas livres em menor quantidade (aloe-emodina, crisofanol, reína e seus respectivos glicosídeos).

Outras substâncias presentes:

Hidratos de carbono (arabinose, galactose, ácido galacturônico, ramnosa); galactomanano (galactose e manose) e açúcares livres (frutose, glicose, pinitol e sucarose).

Flavonóides (kempferol e isoramnetina); óleo essencial (traços); saponina; resina; fitoesterois; minerais e derivados naftalênicos.

A fração lipofílica das folhas contém 80% de clorofila e 10% de ceras.

Antraquinonas: Senosídeo A – D, madagascina, 3-geraniloxiemodina, 6 – hidroximusicina glicosídeo e glicosideo de tinevelina, Aloe – emodina, emodina e reína.

Flavonoides: Canferol e isoramnetina.

Ações farmacológicas: Laxativo.

Interações medicamentosas: Todas as interações com o sene surge com o uso crônico e abusivo.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O uso prolongado ou excessivo do sene provoca inicialmente diarréia com espoliação de potássio e diminuição na concentração de globulinas séricas. A longo prazo pode causar nefrite, colite ou constipação paradoxal.

Contra-indicações: O sene é contraindicado nas seguintes situações: obstrução intestinal, apendicite, abdômen agudo, hipocalemia, enterite, enfermidade de Crohn, colite ulcerosa, hemorroidas, crianças menores de 10 anos.

Contraindicado também em gestantes e lactantes.

Observações: Espécies Cassia com estames retos (em oposição a estames curvos) foram transferidas para o gênero Senna, e o nome correto para as espécies combinadas é Senna alexandrina.(Wyk & Wink, 2004).

Os extratos de sene não deve ser empregado mais de 7 ou 10 dias consecutivos.

Os senosídeos não estão presentes na planta fresca, são transformados durante o processo de secagem.

O uso contínuo de chá de sene podem causar melanose reto-cólica, uma condição pré-maligna.

Para o tratamento da constipação habitual, recomendamos tomar em jejum, meio copo de água morna com 1 limão espremido, e introduzir as modificações necessárias na dieta e nos hábitos.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BARCELOUX, Donald G.. Senna (Senna alexandrina P. Mill.). Medical Toxicology Of Natural Substances, [s.l.], p.591-595, jan. 2008.

EPIFANO, Francesco et al. Screening for novel plant sources of prenyloxyanthraquinones: Senna alexandrinaMill. andAloe vera(L.) Burm. F.. Natural Product Research, [s.l.], v. 29, n. 2, p.180-184, 24 out. 2014.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4530 – Acesso 10 Abril 2015.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://cdn.fagron.com.br/doc_prod/docs_7/doc_610.pdf – Acesso 16 abril 2015.

http://www.tropicos.org/Name/13032839?tab=synonyms – Acesso 10 Abril 2015.

Tags: ConstipaçãoLaxante

SANTANA

22/02/2020 16:48

Baccharis vulneraria  Baker.

Asteraceae (antiga Compositae)


SinonímiasBaccharidastrum triplinervium (Less.) Cabrera, Conyza triplinervia Less., Archibaccharis vulneraria (Baker) Heering ex Malag.

Nomes populares: Erva-santana, erva-de-santana, santana, erva-santa, erva-sant’ana.

Origem ou Habitat: Espécie que distribui-se pelo Sudeste e Sul do Brasil, assim como Paraguai, Uruguai e Argentina, habita ambientes de borda de floresta, savanas e florestas secundárias, com solos rasos, especialmente na região de Floresta Ombrófila Mista.

Características botânicas: Subarbusto de mais ou menos 1-1,5m de altura, pouco ramificado, caule glabro, cilíndrico, estriado. Folhas pecioladas, ovado-lanceoladas, com 6-8 cm de comprimento e 3 cm de largura, membranáceas, de margem serreada, ápice acuminado, trinérveas. Capítulos dispostos em ramos corimbosos, formando uma panícula terminal multiflora. Flores femininas numerosas, com corola filiforme, de mais ou menos 1,5 mm de comprimento e 0,1-2,2 mm de diâmetro. Pápus de numerosas cerdas filiformes, com 3 mm de comprimento. Flores masculinas, mais ou menos 4. Corola tubulosa, com 3 mm de comprimento, dividida em 5 lobos oblongos, planos. Pápus de muitas cerdas finas, com cerca de 3 mm de comprimento. Rudimeno de ovário muito reduzido. Estilete com 3mm de compr., dividido em dois ramos curtos. Aquênios glandulosos, com cerca de 0,8mm de comprimento. (Barroso & Bueno, 2002).

A polinização é realizada por insetos, provavelmente abelhas e a dispersão é anemocórica (dispersão das sementes pela ação do vento).

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Na medicina Xokleng, esta espécie é utilizada para lavar as feridas e como abortivo.

Um informante do Paraná indicou esta planta para lavar feridas e para diabetes.

Composição química: sem informações.

Ações farmacológicas: sem informações.

Interações medicamentosas: sem informações.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: É invasor de pastagens e causa intoxicação no gado.

Contra-indicações: Não utilizar na forma oral. Somente uso externo.

Não utilizar internamente em gestantes nem em lactantes.

Posologia e modo de uso: Breve descrição da utilização da planta.

Observações: Existe uma espécie chamada popularmente de mio-mio (Baccharis coridifolia DC.), considerada uma das plantas daninhas cujo envenenamento tem maior índice de letalidade entre os animais (bovinos, ovinos, suínos e equinos) cujos compostos tóxicos são os tricotecenos macrocíclicos.

Não foram encontrados estes compostos tóxicos em Baccharis vulneraria Baker.

Referências: 

Lorenzi, H. et all. “Plantas tóxicas: estudos de fitotoxicologia química de plantas brasileiras. — São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2011.

Heiden, G.; Schneider, A. Baccharis in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 23 Jun. 2015

Heiden, G.; Schneider, A. Baccharis in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro .Disponivel acesso em 23 Jun. 2015.

Langohr I.M., Gava A. & Barros C.S.L., 2005 “Intoxicação por Baccharidastrum triplinervium (Asteraceae) em bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 25(4):235-238, out./dez. /Animal Disease Diagnostic Laboratory, Purdue University, 406 South University, West Lafayette, IN 47907, Estados Unidos. E-mail: ilangohr@purdue.edu – Acesso 23 Junho 2015.

http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/index.php?pag=buscar_mini.php – Acesso 23 Junho 2015.

http://www.europeana.eu/portal/record/11615/_DIGIT_TYPER_UCPH_DENMARK_C10007003.html – Acesso 23 Junho 2015.

http://www.tropicos.org/Name/2704935?tab=synonyms – Acesso 23 Junho 2015.

Tags: AbortivoFeridas

SANGUE DE DRAGO

22/02/2020 16:44

Croton lechleri  Müll. Arg.

Euphorbiaceae


SinonímiasCroton draco var. cordatus Müll. Arg.

Nomes populares: Sangue-de-drago, sangue de grado, sangue-de-dragão, jata akui, sangregrado (Colômbia, México), sangrito (Venezuela), telandilla, entre outros.

Origem ou Habitat: América do Sul.

Características botânicas: Árvore de copa ampla, que tem normalmente 5-6 metros podendo chegar até a 20 m de altura e apresenta um diâmetro de 40 cm. Córtex esbranquiçado que, quando cortado exsuda uma seiva de cor avermelhada, daí a razão de alguns nomes populares como “sangue de dragão” ou “sangue de drago”. Folhas largas, ovais, em formato de coração, longo-pecioladas, glandulares na base e plurinervadas, de 12-20 cm de comprimento e 5-14 cm de largura. Flores pequenas dispostas em inflorescências racimosas terminais, unisexuais, de cor branca (as masculinas no ápice e as femininas na base). Fruto capsular globoso e pubescente de 5 mm de diâmetro. Semente lisa com carúncula (anexo do tegumento) e endosperma oleaginoso. (Alonso, 2004; Revilla, 2001).

Partes usadas: Resina ou látex , cascas e folhas.

Uso popular: A resina ou látex é recomendado para o tratamento de úlceras, gastrites, infecções em geral, anemia e como cicatrizante.

No Peru, a resina é utilizada fresca como adstringente em feridas e queimaduras, em hemorragias e cólicas uterinas e em úlceras digestivas. É ingerida internamente em casos de diarreia, leucemia, diabetes, tumores gástricos, pulmonares e cerebrais (até 30 gotas diárias em doses progressivas). Outras indicações são o uso como ducha vaginal (leucorréias) e como antisséptico e anti-hemorrágico posterior ao parto. (Alonso, 2004).

Na área veterinária o sangue de dragão também é muito eficiente, tratando de infecções de pele, verrugas, feridas, abscessos, otites.

Composição química: Os principais componentes encontrados na resina são: alcalóides (taspina); taninos (dimetilcedrusina, etc); polifenóis (ácido gálico etc); proantocianinas; esteróides (sitosteróis, catequinas); saponinas e lignanas.

Ações farmacológicas: Possui propriedades anti-inflamatória, cicatrizante, antioxidante e anti-tumoral.

Em 1999 foi comprovado o potencial de ação do sangue de dragão frente a Helicobacter pylori, bactéria causadora da gastrite e úlceras do estômago. Também foi observado que ele é mais potente que a penicilina e o clorafenicol frente ao B. subtilis, S. aureus e a E. coli (bactérias causadores de infecções), além de combater a candidíase e fungos micóticos.(Laszo, 2012)

No campo odontológico, a resina tem sido pesquisada com êxito para aplicação tópica em casos de alveolites, sendo o efeito cicatrizante superior aos produtos convencionais (Alonso, 2004.

Interações medicamentosas: O sangue de drago pode ser associado em creme ou gel (em porcentagens de 3 – 5% total) a óleos essenciais anti-inflamatórios como a copaíba, orégano, gengibre ou wintergreen que também são analgésicos e podem potencializar seu efeito.(Fabian Laszo, 2012).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Na maioria das referências não se encontram contraindicações. Contudo, existe a citação de estudos realizados no Peru e Alemanha onde se notou que tomar sangue de dragão em doses muito elevadas (vários mL) e por muito tempo pode ocasionar anemia.(Fabian Laszo, 2012).

Posologia e modo de uso: Interno:

Como antioxidante: 3 gts por dia, antes do café da manhã.

Em caso de inflamações: 5 gts 3 X ao dia, antes das refeições. Tempo: 15 – 30 dias de uso contínuo, pausar 1 semana e retomar se necessário.

Externo:

Para passar sobre o ferimento e queimaduras, spray: 10 gotas diluídas em 100mL de soro fisiológico borrifar na área 2-3 X ao dia.

Em ferimentos pequenos e aftas pode também aplicar puro.

Para higiene íntima feminina: colocar 8 gotas em meia xícara com água e aplicar com algodão, ou fazer lavagens com 15 gotas em uma vasilha de assento.

Em cosméticos 25-45 gotas para cada 100g de creme.

Em géis ou cremes para alívio de dores e inflamações: 1-3% (22-66 gotas em 100g). (Fonte: Fabian Laszo, 2012.

Observações: nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Sul do Brasil, assim como Argentina e Uruguay encontramos a Croton urucurana Baill., ambas parentes e com uma seiva muito similar em atividade farmacológica.

Em Minas Gerais, o sangue de dragão costuma ser chamado de “sangrad’água”, por nascer próximo de rios e charcos.

A Shaman Pharmaceuticals, uma firma norteamericana, desenvolveu duas drogas que contém elementos antivirais isolados e extraídos da casca e resina do sangue de dragão (Croton lechleri), o Provir, um produto oral para tratamento de infecções virais respiratórias e o Virend, para o tratamento do herpes. (Laszo, 2012)

No Sul do Brasil existe a espécie Croton celtidifolius, nativa da Mata Atlântica, chamada de pau-sangue, sangue-de-adave, sangue-de-dalva, sangue de dragão, entre outros, documentado no livro do Ministério do Meio Ambiente pela pesquisadora profa. Maique W. Biavatti, 2011. “A casca é utilizada como anti-inflamatório, analgésico, anti-úlcera. O látex aplicado topicamente forma uma camada protetora mecânica como uma segunda pele. As proantocianidinas são predominantes tanto no látex vermelho como no extrato de cor vermelha das cascas, sendo substâncias antioxidantes, agindo na prevenção e controle do envelhecimento, antimutagênico, anti-inflamatório.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

http://laszlo.ind.br/campanhas/SANGUE_DE_DRAGAO_LASZLO.pdf Acesso 12 Jan 2015

GUIA PARA A EXTRAÇÃO DE SANGUE DE GRADO (Croton lechleri Müll. Arg.), IPAM,Rio Branco/AC, 2008.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

Revilla, J.- Plantas da Amazônia. 1.ed. Manaus/AM, 2000.

http://www.tropicos.org/Name/12802350 – Acesso 2 Jan 2015.

Tags: CicatrizanteCólicaDiarreiasGastritehemorragiasLeucorreiaQueimaduraÚlceras

SÁLVIA-REAL

22/02/2020 16:21

Salvia officinalis  L.

Lamiaceae (antiga Labiatae)


SinonímiasNão encontrado sinonímia. Existem muitas variedades desta espécie.

Nomes populares: Sálvia-real, sálvia-das-boticas, sálvia, chá-da-Grécia, erva-sagrada, sálvia-dos-jardins, sálvia-comum.

Origem ou Habitat: Região Sul da Europa ou Região Mediterrânea.

Características botânicas: Herbácea perene, aromática, ereta ou decumbente, ramificada na base formando touceira. Mede de 30 a 60 cm de altura. Folhas simples, opostas, glandulares ou rugosas, finamente dentadas, de cor esbranquiçada na face inferior e verde-grisácea na face superior, medindo de 3-6 cm de comprimento. Flores azul-violáceas agrupadas em longas espigas terminais, porém, pouco frequente em nossas condições.

Partes usadas: Folhas.

Uso popular: Segundo Lorenzi & Matos (2002), “suas folhas são empregadas como condimento na culinária de vários países desde tempos medievais, sendo cultivada no Hemisfério Norte como planta ornamental.”

Na medicina caseira suas folhas e inflorescências são empregadas para indigestão, problemas de fígado, contra a sudorese excessiva, lactação e salivação. É usada como auxiliar no tratamento da gota, dispepsia, astenia (fraqueza), diabetes, bronquite, intestino preso e menopausa.

Externamente é empregada contra mordidas de insetos, infecções de pele, gengiva, garganta e boca, inclusive aftas e mau-hálito.

Composição química: Óleo essencial: A e B-tujonas (35-60%), A-terpineol, linalol, óxido de cariofileno, 1,8 cineol, A-pineno, mirceno, canfeno, limoneno, ocimeno, cânfora (15%), timol, acetato de bornilo, sabinol e linalol.

Princípios amargos: diterpenos fenólicos (carnosol ou picrosalvina, ácido carnosílico, rosmanol, manool, etc.)

Flavonóides: luteolina, apigenina, vicenina, hispidulina, genkwanina, etc.

Taninos: saponinas.

Ações farmacológicas: Em animais de laboratório destacaram-se as seguintes atividades: digestiva e antiespasmódica, antimicrobiana e antiviral e anti-secretora.

A neurotoxicidade do óleo essencial é atribuída à tujona.

Interações medicamentosas: A Sálvia pode interferir, se tomada simultaneamente com agentes hipoglicemiantes e anticonvulsivantes. Também pode potencializar os efeitos sedativos de barbitúricos e benzodiazepínicos. (Newall. et al., 1996 apud Alonso, J. 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo essencial na forma isolada, provoca quadros convulsivantes, em especial por uso prolongado, tanto em animais como em humanos, devido à presença de tujonas e alcanfor. (Blumenthal, M., 1998 apud Alonso, J., 2004).

Contra-indicações: Evitar o uso do óleo essencial desta planta.

Evitar usar esta planta em mulheres grávidas e lactantes e em pacientes epiléticos.

Evitar usar em crianças.

Evitar o consumo excessivo e por longos períodos.

O dr. Jorge Alonso não aconselha o uso oral do óleo essencial da Salvia officinalis em aromaterapia, por ser muito estreita a margem terapêutica.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 954-959.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 263.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://www.tropicos.org/Name/17600600 – Acesso 16 OUT 2015.

Tags: AsteniaBronquiteCondimentoDispepsiaIndigestão

SALVA/MELISSA

20/02/2020 00:11

Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson

Verbenaceae



SinonímiasCamara alba (Mill.) Kuntze; Lantana alba Mill.; Lantana cuneatifolia Klotzsch ex Walp.; Lantana geminata Spreng.; Lantana lippioides Hook. & Arn.; Lantana malabarica Hayek; Lantana molissima Desf.; Lippia citrata Willd. ex Cham.; Lippia lantanoides (Lam.) Herter; Verbena globiflora L’Hér.; Verbena globulifera Spreng.; Verbena lantanoides Willd. ex Spreng.; Zappania odorata Pers.

Nomes populares: melissa, erva-cidreira, erva-cidreira-de-arbusto, cidrila, falsa-melissa, chá-de-tabuleiro, salva-do-rio-grande, salva-limão, salva-braba, salva-da-gripe, cidreira carmelitana, alecrim-do-campo, alecrim-selvagem, quioiô (Bahia).

Origem ou Habitat: Planta oriunda da América, desde o México, até Argentina, Brasil e Uruguai. Cresce até os 1.800m de altitude.

Características botânicas: Erva arbustiva, perene, de até 3 m de altura, de caule e ramos primários alongados, ascendentes, quadrangulares e pubescentes, quando novos, e glabros, quando velhos, emitindo raízes quando tocam o solo. As folhas são elípticas, com a haste arrredondado-ovadas, inteiras, simples, peninérveas, serreadas na margem e ligeiramente escabrosas na superfície, opostas, de cor verde-acizentada, de 5 a 10 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. Flores reunidas na periferia da inflorescência, fortemente zigomorfas, hermafroditas, corola lilás e branca, com fundo amarelo. Os frutos são drupas globosas de cor róseo-arroxeada. Raiz axial, fasciculada, com mais ou menos 25 cm de comprimento.

Partes usadas: Folhas e inflorescências.

Uso popular: Utilizada pela medicina popular como antiespasmódica, digestiva, cólicas, diarreia, dispepsia, estomatite, indigestão, flatulência, náuseas e vômitos, carminativa, calmante e ansiolítica, emenagoga, antiasmática, sudorífera, hipotensora, estimulante e aperitiva. Indicada para enxaqueca e como cicatrizante, além de gripes e resfriados.

Composição química: Existem vários quimiotipos. Dr. Alonso (2002) coloca as composições encontradas no centro e norte do Brasil e também no Paraná. Neste estado, os componentes maijoritários são y-terpineno (47,71%), cimeno (8,65%), B-cariofileno (7,23%), mirceno (1,32%), geraniol (0,69%), nerol (0,39%). Lorenzi e Matos (2002) separam as cidreiras encontradas no Ceará em três quimiotipos fundamentais: o primeiro, caracterizado por teores elevados de citral e mirceno; o segundo com teores elevados de citral e limoneno; e o terceiro com teores elevados de carvona e limoneno.

INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS:

👥(HU): Estudo prospectivo não controlado com grupo amostral de 21 mulheres demonstrou alívio nos sintomas de enxaqueca com o uso do extrato hidroetanólico das folhas.                             🧫🦠(IV): Estudos demonstram potencial antimicrobiano do óleo essencial.

Interações medicamentosas: Em um estudo com coelhos, foi relacionado uma possível hepatoxicidade com a associação de e Lippia alba e paracetamol (Alonso, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A decocção fresca (12-20 g/L), por via oral, em doses de 120-240 mL por um tempo maximo de 720 mL/dia durante 15 dias, não prodduz efeitos adversos significativos, clinicamente evidenciado, em 1000 pacientes com tratamento terpeutico. (CARBALLO A, 1994) Uma usuaria, ao ser sujerida melissa para insonia relatou que lhe causava sonhos ruins.

Contra-indicações: Visto que na Argentina, a planta é indicada como abortiva, e ante a falta de dados confiáveis de inocuidade, não se recomenda seu emprego durante a gestação e lactação.

Posologia e modo de uso: Infusão das folhas: 1 colher (sopa) de folhas picadas para 1 xícara de água, jogar a água quente sobre as folhas picadas, tampar, repousar por 10 minutos. coar e servir . Pode ser utilizada como condimento na preparação de comidas.

Pode ser feita a inalação do vapor para desobstruir as narinas.

Observações: Em Florianópolis, há dois quimiotipos comuns, sendo o primeiro denominado popularmente de melissa(folhas e flores menores), mais indicado em casos de ansiedade e insônia, e o segundo, denominado popularmente de salva (folhas e flores maiores ), ou salva-da-gripe, indicado para problemas respiratórios ; as duas tem cheiros diferentes.

Referências: 

AGUIAR, J. S. Atividade antimicrobiana de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 3, p. 436-440, Jul./Set. 2008.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 952-54.

CARBALLO, A. Plantas medicinales del Escambray Cubano. In: TRAMIL, VII, 1994. Isla San Andrés, Colombia. Apuntes científicos. [S.I: s.i.].

CONDE, R. et al. Chemical composition and therapeutic effects of Lippia alba (Mill.) N. E. Brown leaves hydro-alcoholic extract in patients with migraine. Phytomedicine, [S.I.], v. 18, n. 14, p. 201-1197, jul. 2011.

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 63.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Satafé de Bogotá, D.C., Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo, CYTED. 1995. p. 557-560.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 89-488.

REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. Manaus: Programa de desenvolvimento social e tecnológico, 2000. p. 33-34

www.tropicos.org – acesso em: 28 de maio de 2011.

Tags: AnsiolíticoAntiasmáticaAntiespasmódicoCalmanteCarminativaCicatrizanteCólicaDiarreiasDigestivoDispepsiaEmenagogoEstomatiteFlatulênciaHipotensoraSudorífica

SALSA

20/02/2020 00:06

Petroselinum crispum  (Mill.) Fuss.

Apiaceae


SinonímiasApium petroselinum L., Apium crispum Mill., Petroselinum vulgare Lag., Wydleria portoricensis DC.

Nomes populares: Salsa, salsinha, salsa-de-cheiro, salsa-das-hortas, cheiro-verde, salsa-cultivada, perejil(Espanha, Argentina), Petersilien (Alemanha).

Origem ou Habitat: A salsa é originária da Grécia e da Ilha de Sardenha, com distribuição pela região mediterrânea, norte da África e sudoeste da Ásia. É muito cultivada nas zonas temperadas de todo o mundo.

Características botânicas: Erva anual ou bianual, ereta, perenifólia, aromática, medindo de 15-90 cm de altura. Raiz carnosa e bem desenvolvida. Folhas pecioladas, compostas pinadas, de formas variadas dependendo da cultivar ou variedade, de 3-10 cm de comprimento. Flores pequenas, amarelo-esverdeada, reunidas em umbelas terminais dispostas acima da folhagem. Os frutos são aquênios, muito pequenos, medindo 2 mm de comprimento por 1-2 mm de largura, circular, de cor verde grisáceo. Multiplica-se por sementes.

Partes usadas: Frutos (confundidos com sementes), folhas e raiz.

Uso popular: Esta planta é considerada a erva condimentar mais usada na culinária em todo o mundo, havendo hoje dezenas de cultivares e variedades das mais diferentes formas e tamanhos de folhas.

Na medicina tradicional é considerada diurética, emenagoga, sedativa, emoliente e antiparasitária.

Usos etno-medicinais: a infusão das folhas ou sementes é usada em casos de tosse, catarro, bronquite, transtornos menstruais, nervosismo, reumatismo, gases, cistite, edemas, cólicas intestinais e como galactagogo. Externamente é empregado para combater lêndeas e piolhos do couro cabeludo.

Em Cuba a decocção ou mastigação das folhas é empregada para tratar disfonia e para fortalecer as cordas vocais, enquanto que a decocção da raiz é usada como abortivo.

Na Europa, empregam-se as folhas e talos frescos cortados e macerados com vinagre, na forma de cataplasma para favorecer a cicatrização de abcessos, feridas, chagas, úlceras e eliminar manchas da pele.

No Marrocos, a decocção de raízes de salsa e malva (Malva sylvestris) é empregada em casos de nefrite, e a infusão das folhas de salsa é usada como agente anti-hipertensivo em cistite.

Na Turquia, a salsa ou perejil, é indicada para diabetes.

Em muitos países é costume mastigar folhas de salsa para eliminar o mal hálito produzido pela ingestão de dentes de alho, cebola.

Composição química: Óleo essencial- sementes (2-7%), folhas (0,05-0,3%), raiz (0,1-0,5%): apiol, miristicina, tetra-metoxi-alilbenzeno, p-mentadienos (aldeídos), p-metil-acetofenona, cetonas, 1,3,8-p-mentatrieno, 1-metil-4-isopropenilbenzeno, alfa-pineno, beta-pineno, beta-mirceno, beta-ocimeno, beta-felandreno, p-terpineno, alfa-terpineol (monoterpenos), cariofileno, alfa-copaeno (sesquiterpenos), linalol, carotol (alcoóis terpênicos), petrósido (glicosídeo monoterpênico).

Flavonóides: nas folhas e sementes: glicosídeos de apigenina e luteolina (apiína, luteolina-7-apiosil-glicosídeo. Na raiz predomina apiína. Exclusivo nas folhas a apigenina-7-glicosídeo e a luteolina-7-diglicosídeo.

Furanocumarinas – sementes, folhas e raiz (traços): bergapteno, xantotoxina, oxi-peucedanina, psoraleno, imperatorina, isoimperatorina, isopimpinelina, 8-MOP(methoxypsoralen).

Outros compostos: ácido petroselínico (óleo fixo), óleo-resina, provitamina A, ácido ascórbico, vitaminas do complexo B (nas partes verdes).(Alonso, 2004).

Composição nutricional por 100 g de folhas: calorias 60; proteínas 4,4 g; carboidratos 9,8 g; fibras 4,3 g; água 81,9 g; sódio 33 mg; potássio 1.000 mg; cálcio 245 mg; fósforo 128 mg; magnésio 41 mg; ferro 8 mg; flúor 0,10 mg; retinol 1,2 mg; vitamina B1 0,14 mg; vitamina B2 0,30 mg; niacina 1,4 mg; vitamina C 166 mg; zinco 900 mg; cobre 520 mg; cromo 7 mg; selênio < 100 mg . (Alonso, 2004

Ações farmacológicas: Além de ser considerado nutritivo pelo seu conteúdo em minerais e vitaminas, possui ação diurética, estrogênica e antioxidante.

Interações medicamentosas: Referências principalmente ao óleo essencial.

A salsa possui alto conteúdo de vitamina K que pode antagonizar drogas anticoagulantes, se tomado mais de 10 gotas do óleo essencial ao dia.

A atividade diurética da salsa pode requerer um ajuste nas doses das drogas anti-hipertensivas.

OBS.: muitas interações e efeitos adversos podem acontecer com o uso abusivo e crônico do óleo essencial da salsa.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo essencial principalmente por sua composição em apiol, miristicina, bergapteno e xantotoxina pode ser tóxico. Quantidades superiores a 10 gotas de óleo essencial ao dia pode resultar em aborto, em doses mais elevadas produz intoxicação do fígado, lesão nos rins, diarreia, vômito, alterações do ritmo cardíaco inclusive paralisação e morte. Outro componente tóxico do óleo essencial, a miristicina, afeta o sistema nervoso central e pode produzir convulsões. A xantotoxina e o bergapteno são fototóxicos que reagem em contato com a luz produzindo lesões na pele.

ATENÇÃO: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa, recomendamos não utilizar este produto, aproveitando as outras preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta.

Contra-indicações: O óleo essencial é contra-indicado na gravidez e lactação, e em pessoas com insuficiência renal. Aplicações externas, como o cataplasma, é contra-indicado em pessoas com histórico de alta sensibilidade cutânea.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (chá) de frutos ou 1 colher (sopa) de folhas para cada copo(250 ml) de água fervente. Tomar dois copos ao dia.

Óleo essencial: duas gotas em 1/2 copo de água, 2x ao dia.

Observações: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa, recomendamos não utilizar este produto na forma de óleo essencial, aproveitando as outras preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://www.botanical-online.com/toxicidad_del_perejil.htm – acesso em 27 de janeiro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/27900127 – acesso em 26 de janeiro de 2013.

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