PERILA ou SHISO

18/02/2020 22:02

Perilla frutescens  (L.) Britton.

Lamiaceae


SinonímiasOcimum frutescens L., Perilla ocymoides L.

Nomes populares: Alfavaca-chinesa, shiso, perila-roxa, hortelã-roxa, mint perila, perila mint, (Ingles, Estados Unidos), zi su (China).

Origem ou Habitat: Ásia.

Partes usadas: Folhas e sementes.

Uso popular: As folhas e as sementes são usadas há séculos na medicina tradicional japonesa e chinesa. A perila costuma ser receitada junto com outras ervas, para o tratamento de problemas respiratórios ( gripes, resfriados, tosse) e para aliviar problemas digestivos (falta de apetite, náusea, indigestão). Também é usada com êxito no tratamento da rinite alérgica e das dermatites.

A folhagem e o óleo das sementes são usados na culinária coreana.

A folhagem fornece um corante alimentar vermelho, rico em antocianinas. As folhas são utilizadas na preparação de ameixas em conservas. Além de corante alimentar, a perila acrescenta uma substância antimicrobiana para alimentos em conserva.

As sementes de perila são consumidas em algumas partes da Índia, além do Japão, China e Coréia.

Composição química: Sua composição química contém proteínas, óleos poliinsaturados (ácido linolênico, ácido linolêico, ácido palmítico, ácido esteárico), ácidos orgânicos (ácido caféico, ácido ferúlico, ácido rosmarínico), glicosídeos, flavonóides (luteolina e apigenina), óleo essencial (perilaldeído, limoneno, elemicina, miristicina, cariofileno, beta-cariofileno, ), tocoferol, fitoesteróis, alcalóides, saponinas, taninos, triterpenóides insaturados, resina, entre outros.

O perillaldeido e cariofileno foram os principais componentes de folhas e caules, cujo conteúdo era acima de 75% e 50%, respectivamente.

Ações farmacológicas: Antioxidante.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Perilla é normalmente evitada por bovinos, mas tem sido implicado no envenenamento gado (Phillips e Von Tungein 1986). As plantas são mais tóxicas durante a produção de semente (Kerr et al., 1986). Wilson et al. (1977) isolaram a toxina “perila cetona”, responsável pelo edema pulmonar em muitas espécies animais, exceto suínos ou cães (Garst et al. 1985).

No Japão, 20 a 50% dos trabalhadores a longo prazo na indústria de perila desenvolvem dermatite nas suas mãos, devido ao contato com perillaldehyde (Okazaki et ai. 1982.

Observações: Óleo de perila é usado como um agente aromatizante, no qual Perilla aldeído é o composto aromatizante desejável (Guenther 1949; Arctander 1960).

Um dos isômeros de aldeído é 2000 vezes mais doce que o açúcar e quatro a oito vezes mais doce do que a sacarina; ela é usada como adoçante do tabaco (Guenther 1949). Álcool de Perilla, preparado a partir de aldeído perilla, é usado em perfumes, e tem o estatuto legal de alimentos nos Estados Unidos e na Europa (Opdyke 1981).

Referências: 

ARATA, Yoshio; Achiwa, Kazuo “Perillaketone” – From Kanazawa Daigaku Yakugakubu Kenkyu Nempo (1958), 8, 29-31. (Scifinder, artigo 5) Acesso 12 Junho 2015.

BRENNER, David M. “Perilla: Botany, Uses and Genetic Resources”. – In: J. Janick and J.E. Simon (eds.), New crops. Wiley, New York, 1993. p. 322-328. https://en.wikipedia.org/wiki/Perilla_ketone – Acesso 12 Junho 2015.

LIU J1, Wan Y, Zhao Z, Chen H.”Determination of the content of rosmarinic acid by HPLC and analytical comparison of volatile constituents by GC-MS in different parts of Perilla frutescens (L.) Britt.” Chem Cent J. 2013 Apr 1;7(1):61. doi: 10.1186/1752-153X-7-61.(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23548079) Acesso 01 Junho 2015.

QIN, Hong-ying; Zhou, Guang-ming; Peng, Gui-long; Li, Jun-ping “Determination of five organic acids and flavonoids in Perilla frutescens by high-​performance liquid chromatography”. From Shipin Kexue (Beijing, China) (2014), 35(14), 102-105. (https://scifinder.cas.org/scifinder/view/scifinder/scifinderExplore.jsf) – Acesso 01 Junho 2015.

SAKLANI, Sarla; Chandra, Subhash; Gautam, Ashok Kumar “Phytochemical investigation and contribution of Perilla frutenscens as spices in traditional health care system” – From International Journal of Pharmacy and Technology (2011), 3(4), 3543-3554. (Scifinder, artigo 2) Acesso 12 Junho 2015.

SHAO, Ping; Hong, Tai; He, Jinzhe; Sun, Peilong “Analysis of essential oils from leaves and stems of Perilla frutenscens sampling seanson and its drying methods”. From Zhongguo Shipin Xuebao (2012), 12(9), 216-221.(Scifinder artigo 2)- Acesso 12 Junho 2015.

http://www.tropicos.org/Name/17601586?tab=synonyms – Acesso 01 Junho 2015.

YING, Yanjie; Hong, Tai; He, Jiajie; Shao, Ping “Optimization of microwave assisted extraction of flavone from Perilla frutenscens by neural network and analysis of its antioxidant activity” – From Zhongguo Shipin Xuebao (2011), 11(3), 36-42. (Scifinder, artigo 3) Acesso 12 Junho 2015.

Vittorio Farina (1943). “Perilla ketone”. Nippon Kagaku Kaishi 64: 1130–6.https://en.wikipedia.org/wiki/Perilla_ketone Perilla: Botany, Uses and Genetic Resources.

Tags: GripeIndigestãonauseReniteResfriadoTosse

PEGA-PEGA

18/02/2020 21:57

Desmodium adscendens  (Sw.)DC.

Fabaceae (antiga Leguminosae-Papilionoideae)


SinonímiasDesmodium adscendens var. caeruleum (Lindl.) DC., Desmodium arinense Hoehne, Desmodium coeruleum (Lindl.) G. Don, Hedysarum adscendens Sw., Meibomia adscendens (Sw.) Kuntzeentificos.

Nomes populares: Pega-pega, amor-seco, carrapicho, carrapicho-beiço-de-boi, Guacarillo (Espanha, Venezuela, Distrito Federal).

Origem ou Habitat: Planta nativa de países tropicais, principalmente Brasil e África.

Partes usadas: Folhas e raízes.

Uso popular: Na Amazônia brasileira já era usada a bastante tempo pelos nativos, para uma série de problemas, desde nervosismo (infusão) a tratamento de infecções vaginais (banhos). O decocto das raízes secas é um remédio popular para tratar a malária e usado como contraceptivo por algumas tribos da Amazônia.

Na medicina tradicional do Peru, o chá de suas folhas é empregado como purificador do sangue, desintoxicante do corpo, limpador das vias urinárias, para problemas de inflamação e irritação de ovários, corrimento vaginal e hemorragias.

No Brasil, as folhas secas são empregadas no tratamento da leucorréia, blenorragia, dores do corpo e diarréia.

Em Ghana, na África, o chá preparado com o pó de suas folhas, é utilizado no tratamento da asma com muito sucesso.

Composição química: Foram identificados os flavonóides: Vitexina; Vitexin 2”-​O-​xyloside; Isovitexin (C-​6 isomer)​; Desmodin (Isovitexin 2”-​O-​xyloside)​. Contém D-Pinitol.

Ações farmacológicas: Segundo experimentos realizados na África (Ghana), foram detectadas as propriedades anti-inflamatórias, anti-alérgicos e antioxidantes.

O D-Pinitol está sendo utilizado para o tratamento de dependentes de álcool e problemas hepáticos decorrentes.

Referências: 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002.

MAES, Francis; Vlietinck, Arnold; Pieters, Luc; Apers, Sandra; Hermans, Nina – “Method for producing a plant extract from Desmodium and extract thereof”. From Belg. (2014), BE 1020835 A5 20140603.(Scifinder) Acesso 15 JAN 2016.

http://www.tropicos.org/Name/13018304?tab=synonyms – Acesso 15 JAN 2016.

ZIELINSKA-PISKLAK, Monika A.; Kaliszewska, Dorota; Stolarczyk, Magdalena; Kiss, Anna K.- “Activity-​guided isolation, identification and quantification of biologically active isomeric compounds from folk medicinal plant Desmodium adscendens using high performance liquid chromatography with diode array detector, mass spectrometry and multidimensional nuclear magnetic resonance spectroscopy”. From Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis (2015), 102, 54-63. (Scifinder) Acesso 15 JAN 2016.

Tags: AsmaContraceptivaDesintoxicanteDiarreiasLeucorreiaNervosismo

PAU-DE-ANDRADE

18/02/2020 21:52

Persea cordata  Meins.

Lauraceae


Nomes populares: Abacate-do-mato, pau-andrade, massaranduba.

Origem ou Habitat: Sul do Brasil.

Características botânicas: É uma árvore em extinção, sobrevive apenas em remanescentes de Florestas de Araucárias, sendo encontrada em alguns nichos da Serra Catarinense e região de Guarapuava e Palmas, no Paraná (Schlemper et al., 2013).

Partes usadas: Cascas.

Uso popular: É planta usada na medicina veterinária. As cascas são usadas como anti-inflamatória e cicatrizante de feridas abertas em pele de animais.

Segundo o Sr. Sabino (89 anos), a casca do pau-de-andrade é usado como cicatrizante de feridas, úlceras e outras infecções, em humanos também …”é como tirar com a mão”, diz ele.

Composição química: Em alguns extratos testados (EtOH, EtOAc) de cascas do caule secos, a análise fitoquímica assinalou a presença de terpenos, esteróides e compostos fenólicos..

Ações farmacológicas: Estudos em animais feito com as cascas, na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), PR, mostraram as seguintes atividades: anti-inflamatória, bactericida, antiespasmódica e cicatrizante (Schlemper et al., 2013).

A pomada de Persea cordata mostrou efeito significativo na cicatrização de feridas cirúrgicas, em bovinos, quando comparado com o antisséptico tradicional usado para a cicatrização de pele (Vieira et al, 2001 apud Schlemper at al, 2013).

Posologia e modo de uso: Uso interno: Colocar 2 ou 3 pedacinhos da casca em 1 litro de água e tomar durante o dia. A cor da água fica avermelhada.

Uso externo: lavar as partes afetadas e/ou usar na forma de pomada.

Observações: Outras espécies conhecidas como pau-de-andrade: Persea major (Nees)L.E. Kopp, Persea willdenovii Kosterm., Persea pyrifolia (D.Dom)Spreng. entre outras, são usadas pela população. As espécies de pau-de-andrade estão em vias de extinção devido as ações antrópicas, um exemplo é o fato dos coletores extrairem a casca por anelamento, prática que deve ser abolida por causar a morte das plantas.

Pelos dados coletados e também pelas informações adicionais obtidas nas entrevistas feita pela Epagri, 2011, é provável que os usuários utilizem as espécies congêneres indistintamente. As espécies apresentam atividades cicatrizante e antimicrobiana.

Referências: 

Schlemper, Valfredo; de Mello Schlemper, Susana Regina; Araujo Zampirolo, Julio – Antiedematogenic effects of the polar fractions of Persea cordata Mez. (Lauraceae) on microvascular extravasation in rat skin. From Journal of Ethnopharmacology (2013), 150(1), 244-251. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 11 Jul 2014.

Zampirolo, Julio A.; Stulzer, Hellen K.; Tagliari, Monika Piazzon; Schlemper, Valfredo; Cechinel-Filho, Valdir – Antispasmodic activity of Persea cordata Vell. Mez. (Lauraceae) fractions on guinea pig ileum induced by 5-​hydroxytryptamine and bradykinin – From American Journal of Pharmacology and Toxicology (2008), 3(4), 229-233. | Language: English, Database: CAPLUS – Acesso 11 Jul 2014.

Schlemper S R; Schlemper V; da Silva D; Cordeiro F; Cruz A B; Oliveira A E; Cechinel-Filho V – Antibacterial activity of Persea cordata stem barks – From Fitoterapia (2001), 72(1), 73-5. | Language: English, Database: MEDLINE – Acesso 11 Jul 2014.

http://ciram.epagri.sc.gov.br/ciram_arquivos/arquivos/iff/pdf/socioambiental/divulga/f_plantasmedicinais.pdf Acesso 29 Jul 2014.

http://www.tropicos.org/Name/17801290 – Acesso 11 Jul 2014.

Tags: Anti-inflamatórioCicatrizanteÚlceras

PATA-DE-VACA

18/02/2020 21:48

Bauhinia forficata   Link.

Fabaceae


SinonímiasBauhinia candicans Benth., Bauhinia forficata var. candicans Benth.) Hassl. ex Latzina e Bauhinia forficata subsp. pruinosa (Vogel) Fortunato & Wunderlin.

Nomes populares: Pata-de-vaca, unha-de-boi, unha-de-vaca, pezuña de vaca, mororó, caauba.

Origem ou Habitat: Brasil.

Características botânicas: Árvore, apresenta ramos frágeis ou pendulares, glabros ou pubescentes, folhas ovais ou lanceoladas, um pouco agudas, ou acuminadas na base arredondadas, membranáceas com a forma típica de 9 nervos; glabras nas 2 faces ou com pequena pubescência na dorsal; pecíolos de 2 a 3 cm; acúleos quase gêmeos; pedicelos gêmeos em pedúnculo muito curto; flores de dimensões muito variáveis, tubo de cálice de 1 a 3 cm de comprimento, fino ao abrir a flor; lacínias de 3 a 5 cm, convergentes na espata; pétalas do comprimento do cálice ou menores, oblongas; filamentos glabros ou na base, barbados de pequenos pêlos; ovário glabro e fruto do tipo legume. (SILVA et al. 2003).

Partes usadas: Folhas, menos frequentemente flores e cascas.

Uso popular: Na medicina caseira a infusão das folhas são empregadas como auxiliar no tratamento da diabetes, contra a cistite, como diurético, anti-inflamatório, hipocolesteremiante e hipolipemiante. Também é usada como expectorante, adstringente, para lavar feridas, úlceras e chagas ou aftas bucais, na forma de gargarejos. Quando aplicada no couro cabeludo é recomendada como anticaspa.

No Paraguay se agrega ao mate tereré como refrescante e diurético.

Na Argentina, os indígenas Tobas usam a decocção das folhas para tratar catarros e como digestivo. Em uso externo é empregada como antihemorroidal, na forma de banho de assento.

Composição química: Contém taninos, saponinas, trigonelina, terpenóides, flavonóides (quercetina, rutina, ácido gálico, catequina, ácido clorogênico, kaempferol, isoquercitina, kaempferitrina, naringina, miricetina); antocianidinas, esteróis (b-sitosterol), glicosídeos esteroidais, proteínas, minerais (potássio, cálcio, ferro, magnésio, zinco e cobre).

Ações farmacológicas: Antioxidante, citotóxica, hipoglicemiante, diurética, antibacteriana e fungicida.

Interações medicamentosas: O uso concomitante do chá com medicação hipoglicêmica pode sofrer interações.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Nas doses usadas popularmente não foram reportados toxicidade. Porém, não usar por tempo prolongado, nem altas doses.

Contra-indicações: Não administrar em pacientes hipotiroideos durante tratamento prolongado. Por falta de estudos específicos, não administrar esta espécie na gravidez e lactação.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (sopa) de folhas picadas para 150 ml de água. Tomar 2-3/xícaras por dia.

Quem receitar deve observar a pessoa, fazendo os devidos exames laboratoriais.

Referências: 

ALONSO, J. “Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos “. 1a.ed. Argentina, 2004.

LORENZI, H. & MATOS, J.F.A. “Plantas medicinais no Brasil: nativas e cultivadas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2002.

MICELI, N. et all. ” Role of the flavonoid-​rich fraction in the antioxidant and cytotoxic activities of Bauhinia forficata Link. (Fabaceae) leaves extract”. From Natural Product Research (2015), Ahead of Print. (Scifinder) Acesso 06 OUT 2015.

SIMÕES, C.M.O. et al. “Plantas da medicina popular no Rio Grande do Sul”.Porto Alegre: 4a.ed., Ed. da Universidade/UFRGS, 1995.

www.floradesantacatarina/biodiversidade – Acesso 6 Out 2015.

http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=8476 – Acesso 7 OUT 2015.

www.floradigital/UFRGS- Acesso 6 Out 2015.

www.tropicos.org – Acesso 6 de Out 2015.

Tags: AdstringenteAnti-inflamatórioCistiteDigestivoDiuréticoExpectoranteHipocolesterolemianteHipolipemiante

PARIPAROBA

17/02/2020 22:34

Pothomorphe umbellata  (L.)Miq.

Piperaceae


SinonímiasPiper umbellatum L., Pothomorphe sidaefolia (Link & Otto) Miq., Peperomia umbellata Miq., Peperomia umbellata (L.) Kunth, Lepianthes umbellata (L.) Raf. ex Ramamoorthy.

Nomes populares: Pariparoba, caapeba, aguaxima, capeva, catajé.

Origem ou Habitat: Típica da Mata Atlântica, pode ser encontrada nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e sul da Bahia.

Partes usadas: Folhas, hastes e raízes.

Uso popular: O potencial medicinal desta espécie está na cura de feridas e inflamações em geral. Os usos etnofarmacológicos descritos para a espécie são diversos, dentre os quais estão tratamento de epilepsia (Coimbra, 1958), disfunção hepática, bronquite asmática, cicatrizante e anti-inflamatório, febrífugo, sedativa e analgésica, repelente de insetos, anti-malária e a atividade antioxidante comprovada cientificamente, atribuída ao fenilpropanóide 4-nerolidilcatecol (MATTANA & MING et all, 2015).

Segundo Irmã Eva Michalak (1997), é indicada para resfriados, baço, fígado, gastralgias, azia, úlceras, hemorroidas, asma, pressão alta e dor de dente.

Lorenzi & Matos (2008) assinalam que é considerada diurética, antiepilética, contra febre, usada contra doenças do fígado, inchaços e inflamações das pernas. A decocção das raízes é indicada para doenças do fígado e da vesícula.

Composição química: Segundo LORENZI & MATOS: Os compostos citados são: óleo essencial, esteróides, mucilagens, substâncias fenólicas e pigmentos.

Principais constituintes do óleo essencial de folhas de Pothomorphe umbellata: D-germacreno, a-selineno, trans-cariofileno, espatulenol, δ-cadineno, δ-elemeno, g-cadineno, óxido de cariofileno, b-elemeno, epi-a-cadinol, a-copaeno, a-cubebeno, b-bourboneno, b-gurjuneno, g-muuroleno, trans-nerolidol, cubenol, trans-anetol e a-muuroleno (MATTANA & MING et all, 2015). Em um artigo de 2003: O estudo fitoquímico das folhas de Potomorphe umbellata resultou no isolamento de onze substâncias, entre as quais duas amidas (arboreumina e arboreumina glicosilada), cinco flavonas (vitexina-glucopiranosídeo, apigenina-D-glucopiranosídeo, orientina-D-glucopiranosídeo, 5-hidroxi-7,3′,4′-trimetoxi-flavona e velutina), duas lignanas (sesamina e diidrocubebina), um fenilpropanóide (ácido p-cumárico), além do 4-nerolidilcatecol

Ações farmacológicas: Estudos farmacológicos (em animais) permitiu a descrição de ações biológicas diversas como antitumoral (Sacoman et al., 2008) antiinflamatória, analgésica (Perazzo et al., 2005) e fotoprotetora (Röpke et al., 2005; da Silva et al., 2009).

O metabólito secundário melhor caracterizado de Pothomorphe umbellata é o fenilpropanóide 4-nerolidilcatecol (4-NC) (Kijjoa et al., 1980), que possui comprovada atividade antioxidante (Soares et al., 2007), antiinflamatória (Perazzo et al., 2005; Soares et al., 2007), antibacteriana (Kashima et al., 1998), antimicrobiana (Soares et al., 2007), fotoprotetora (Röpke et al., 2005) e indutora de apoptose (Brohem et al., 2009)(apud VALLE & MING, 2013).

o extrato etanólico de Pothomorphe umbellata mostrou atividade fungicida contra cepas resistentes de Trichophytum rubrum.

Posologia e modo de uso: Como diurética e estimulantes das funções estomacais, hepáticas, pancreáticas e do baço: decocção de 1 colher (chá) de raízes picadas para 1 xícara de água, na dose de 1 xícara pela manhã em jejum e outra antes do almoço.

Para febres e afecções das vias respiratórias (tosse e bronquite) é indicado o xarope das folhas e hastes.

Suas folhas são empregadas externamente, na forma de cataplasma, para queimaduras leves, furúnculos, dor de cabeça e reumatismo.

Observações: No caso de Pothomorphe umbellata, os óleos essenciais se concentram nos idioblastos localizados nas células parenquimáticas (Marinho, 2008 apud MATTANA & MING et all, 2015).

As atividades farmacológicas despertaram o interesse da indústria cosmética e de manipulação por P. umbellata, principalmente devido ao sucesso como agente tópico fotoprotetor.

Referências:

BERGAMO, Debora Cristina Baldoqui “Avaliação química dos componentes não voláteis e voláteis e estudo biossintético do 4-nerolidilcatecol em Potomorphe umbellata (Piperaceae).” Tese de doutorado. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Araraquara. Instituto de Química, abr. 2003. Acesso 17 Agosto 2015.

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

MATTANA, R.S.; MAIA E ALMEIDA, C.I.; OLIVEIRA, P.F.C.; LIMA, L.P.; HABER, L.L.; MING, L.C.; MARQUES, M.O.M. “Efeitos de diferentes tempos de extração no teor e composição química do óleo essencial de folhas de pariparoba [Pothomorphe umbellata (L.) Miq.]. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, SP. v.17, n.1, p.150-156, 2015. Acesso 14 Agosto 2015.

SANTANA, HT. et all. “Essential oils of leaves of Piper species display larvicidal activity against the dengue vector, Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)”. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, SP. v.17, n.1, p.105-111, 2015. Acesso 14 Agosto 2015.

VALLE, J.S.; Fonseca, B.K.D.; Nakamura, S.S.; Linde, G.A.; Mattana, R.S.; Ming, L.C.; Colauto, N.B.: “Diversidade genética de populações naturais de pariparoba [Pothomorphe umbellata (L.) Miq.] por RAPD”. Rev. bras. plantas med. vol.15 no.1 Botucatu, SP,2013. Acesso 17 Agosto 2015.

SPONCHIADO Jr. E.C. et all.; “Potomorphe umbellata(L.)Miq. – uma revisão de literatura sobre a espécie, bem como seus aspectos químicos e farmacológicos mais importantes.” -Revista Fitos Vol.3 Nº01 março 2007,Centro de Apoio Multidisciplinar – CAM, Biotecnologia, Universidade Federal do Amazonas, UFAM, Manaus, AM, Brasil.

http://www.tropicos.org/Name/25002115?tab=synonyms. Acesso 14 Agosto 2015.

2012 Sep;22(3):265-9. doi: 10.1016/j.mycmed.2012.05.005. Epub 2012 Aug 10. Pothomorphe umbellata: antifungal activity against strains of Trichophyton rubrum. Rodrigues ER1, Nogueira NG, Zocolo GJ, Leite FS, Januario AH, Fusco-Almeida AM, Fachin AL, de Marchi MR, dos Santos AG, Pietro RC.entrada em 03/07/16.

Tags: AnalgésicoAnti-inflamatórioAnti-oxidanteBronquiteCicatrizanteFebrífugaFeridasRepelenteResfriadoSedativo

PARACARI

17/02/2020 22:30

Marsypianthes chamaedrys  (Vahl) Kuntze.

Lamiaceae (antiga Labiatae)


SinonímiasClinopodium chamaedrys Vahl, Hyptis chamaedrys (Vahl) Willd., Hyptis pseudochamaedrys Poit., Marsypianthes arenosa Brandegee, Marsypianthes hyptoides Mart. ex Benth.

Nomes populares: Erva-do-paracari, paracari, paracaru, betônica-brava, hortelã-do-campo, erva-de-cobra, coração-de-frade, boia-caá, hortelã-do-Brasil.

Origem ou Habitat: Nativa do Continente Americano e encontrada em todo território brasileiro.

Características botânicas: Herbácea anual, aromática, de ramos prostrados ou decumbentes, pubescente, muito ramificada, medindo de 30 a 60 cm de altura. Folhas simples, membranáceas, pecioladas, revestida por pubescência branco-translúcida, de 2 – 4 cm de comprimento. Flores violetas, dispostas em capítulos longo-pedunculados axilares. Propaga-se por sementes.

Partes usadas: Folhas e raizes.

Uso popular: É considerada aromática, febrífuga, antiespasmódica e carminativa. Na forma de banhos quentes é empregada contra o reumatismo articular. A infusão das raizes é usada contra anemia e dor de cabeça. O suco da planta é utilizado para picadas de cobras, tanto interna como externamente e esfregado sobre a pele contra picadas de mosquitos e pernilongos.

Os indígenas da Amazônia ocidental, usam uma mistura de suas folhas com as de Lippia alba, em decocção, para o tratamento da diarréia.

Nas Guianas é usado a infusão de suas hastes e folhas como bebida digestiva, laxativa e para dores intestinais; já o seu decocto é usado contra dor de cabeça.

Composição química: Os primeiros estudos químicos desta planta revelaram a presença de esteróides (sitosterol e estigmasterol), triterpenos (incluindo os ácidos oleanóico, ursólico e tormêntico, germanicol, chamaedridiol, a-amirina e b-amirina) e o flavonóide rutina. Os principais constituintes do óleo essencial foram o b-burbuneno (17,98%), elemeno (11,93%) e g-cadineno (17,79%).

Em um trabalho científico apresentado em 2015, os constituintes do óleo essencial foram os seguintes: β-​Elemene, (E)​-​caryophyllene, α-​humulene, germacrene D, bicyclogermacrene, δ-​cadinene, spathulenol, caryophyllene oxide, and globulol.

Em artigo científico de 2001, os elementos encontrados foram: germacrene D (35.6​%)​, β-​caryophyllene (15.1​%) bicyclogermacrene (7.2​%) e α-​copaene (5.3​%)​, além de Bornyl acetate, α-​Pinene, Limonene, δ-​Cadinene, β-​Cedrene,Viridiflorol, Caryophyllene oxide, Sabinene, β-​Bourbonene, α-​Humulene, trans-​α-​Bergamotene, β-​Cubebene, entre outros.

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, analgésica e moluscicida.

Posologia e modo de uso: Breve descrição da utilização da planta.

Observações: Os principais constituintes do óleo essencial foram o b-burbuneno, elemeno e g-cadineno. Não se tem informação da atividade contra veneno de cobra destas substâncias nem dos outros constituintes do óleo essencial.

Referências: 

DE ABREU MATOS, Francisco Jose; Machado, Maria Iracema Lacerda; Craveiro, Afranio Aragao; Alencar, Jose Wilson; de Sousa Meneses, Fabio -“Essential oil composition of Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze grown in northeast Brazil.” From Journal of Essential Oil Research (2001), 13(1), 45-46.

DE SOUSA MENEZES, FABIO; Da Silva, Celia Santos; Pereira, Nuno Alvares; De Abreu Matos, Francisco Jose; Borsatto, Angelo Saboia; Kaplan, Maria Auxiliadora Coelho – “Molluscicidal constituents of Marsypianthes chamaedrys.” From Phytotherapy Research (1999), 13(5), 433-435.

HASHIMOTO, M.Y. et all.”Chemotaxonomy of Marsypianthes Mart. ex Benth. based on essential oil variability.” From Journal of the Brazilian Chemical Society (2014), 25(8), 1504-1511. Acesso 7 OUT 2015.

LORENZI, H. & MATOS, J.F.A. “Plantas medicinais no Brasil: nativas e cultivadas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2002.

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